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FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 1 FARMACOCINÉTICA CLÍNICA INTRODUÇÃO Na maioria dos casos, a concentração dos fármacos nos seus locais de ação está relacionada à sua concentração na circulação sanguínea .: a concentração plasmática do fármaco no organismo, vai determinar a duração e ação e efeito do fármaco no corpo O nosso organismo é um sistema multicompartimentalizado, ou seja, até chegar ao compartimento central, circulação sistêmica, o fármaco passa por diferentes compartimentos biológicos, diferentes locais do nosso organismo, sendo que estes, influenciam na concentração de fármaco que chega à circulação sistêmica, como o efeito de primeira passagem, por exemplo. ⇡ [] plasmática e ⇡ tempo = ⇡intensidade e duração da ação e efeito do fármaco FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 2 As interações entre absorção, distribuição, biotransformação e eliminação de um fármaco determinam sua concentração plasmática e estabelecem sua capacidade de alcançar o órgão- alvo em uma concentração efetiva O efeito farmacológico resultante, pode ser a resposta clínica desejada ou um efeito tóxico ou adverso .: esse efeito depende da quantidade do fármaco em função do tempo na concentração sanguínea sistêmica .: a concentração plasmática vai determinar o feito farmacológico resultante, que pode ser tóxico, desejado ou adverso Com frequência, a duração desejada de uma terapia farmacológica é maior do que a que pode ser obtida por dose única, tornando necessário o uso de múltiplas doses, para proporcionar concentrações plasmáticas relativamente constantes do fármaco, dentro dos limites de sua eficácia e toxicidade Ou seja, frequentemente, precisa-se de mais de uma dose para que o efeito farmacológico desejável seja alcançado na intensidade e duração desejada .: geralmente, a terapia farmacológica tem duração maior do que apenas uma terapia de dose única .: são terapias de doses repetidas, em que não se atinge um efeito na intensidade e duração desejada com apenas uma dose A farmacocinética clínica relaciona os feitos farmacológicos de um fármaco, (efeito clínico desejado, efeito adverso ou tóxico) com sua concentração em determinado compartimento acessível do corpo (p. ex., sangue ou plasma), na medida em que se alteram com o tempo Logo... relação PK (farmacocinética)/PD (farmacodinâmica) A concentração plasmática de um fármaco, dependendo de sua quantidade e duração, será o principal determinante para que o fármaco consiga acessar seu local de ação, assim, quando alterada, será também a responsável por alterar a intensidade e duração do efeito farmacológico, ou seja, se a concentração FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 3 plasmática varias, seu efeito farmacológico também será alterado em tempo de duração e intensidade FARMACOCINÉTICA CLÍNICA ↳ A farmacocinética clínica tem como objetivo estabelecer uma relação quantitativa entre dose e efeito (PK/PD) dos respectivos fármacos, para interpretar as mensurações de suas concentrações nos líquidos biológicos e seu ajuste por meio de alterações das doses para benefício do paciente .: as alterações nas doses vão influenciar tanto no efeito quanto na duração desse efeito farmacológico A janela terapêutica é um gráfico que relaciona a concentração plasmática do fármaco em função do tempo, este, em minutos. Com isso, entende-se que quando um fármaco é administrado no organismo, a [] plasmático do fármaco vai aumentar em função em função do tempo obedecendo períodos de estímulos, aumentando quanto maior for o intervalo de tempo, até chegar ao pico, onde o máximo administrado foi absorvido, sendo o fármaco distribuído, saindo dos vasos para os tecidos extra- vasculares, e por fim eliminado do organismo Contudo, a janela terapêutica determina que ao se administrar um fármaco, sua FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 4 Dessa forma, a janela terapêutica é essencial para a determinação, em função do tempo, quanto do fármaco é necessário para gerar o efeito terapêutico; se o fármaco em uma []X está tendo um efeito tóxico, se atingiu ou ultrapassou a CMEadversa; além de possibilitar que seja mensurada a [] plasmática subterapêutica de um fármaco, ou seja, saber quanto o fármaco não consegue, mesmo presente na circulação sistêmica, promover efeito terapêutico concentração plasmática vai aumentar até o ponto em que se tem a concentração efetiva desejada do fármaco, ou seja, a concentração em que o fármaco começa a "fazer efeito", a concentração mínima em que se tem o efeito farmacológico desejado (linha CEMdesejada). Abaixo da CMEdesejada → não se tem efeito farmacológico evidenciado, uma vez que a quantidade de fármaco que sai do sangue para o tecido alvo, não é suficiente para gerar a ação e o efeito esperados .: efeito subterapêutico Acima da CMEdesejada → efeito farmacológico terapêutico observado Acima da CMEadversa → efeito terapêutico tóxico ↳ O objetivo da farmacocinética clínica nada mais é do que planejar esquemas terapêuticos, geralmente de doses repetidas, que façam com que a concentração plasmática do fármaco seja suficiente para atingir e ultrapassar a CMEdesejada, sem que atinja a CMEadversa, e que, essa concentração plasmática do fármaco seja mantida em função do tempo dentro da janela terapêutica, possibilitando então, uma maior chance de uma terapia segura, em decorrência da redução da chance de promoção do efeito tóxico, e, eficaz, já que ultrapassou a CEMdesejada, e consequentemente apresenta efeito terapêutico desejado IMPORTANTE FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 5 ➥ Correlações entre a janela terapêutica e as diferentes concentrações plasmáticas de um mesmo fármaco, ou de diferentes fármacos, que podem variar de acordo com a dose, escolha da via, esquema de administração, se interage com outro ou não, se permanece mais tempo ou menos tempo no organismo, ... Verde → curva de controle do painel A Amarela → ultrapassa a concentração mínima para o efeito terapêutico, mas toca a concentração mínima para o efeito tóxico .: tem-se grandes chances de o paciente apresentar efeitos tóxicos, uma vez que a dose administrada foi uma dose que gerou uma concentração plasmática que atingiu a concentração tóxica; absorção mais rápida; tal ponto pode ser alterado mediante a uma mudança da via de administração .: a curva amarela foi gerada justamente ou por uma quantidade maior de fármaco, ou, com a mesma dose mas administrado de forma distinta, quando comparado à via utilizada na administração do medicamento analisado na linha verde FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 6 (nesse caso, como tem a linha azul dizendo que a dose foi maior, supõe-se que na linha amarela a dose foi a mesma da linha verde, sendo o fator modificado a via de administração, e por isso que a absorção foi mais rápida, gerando uma concentração plasmática maior do que a curva verde, que atingiu a faixa tóxica) Azul → dose maior; ultrapassa a CMEdesejava, mas, ultrapassa toca à faixa tóxica .: tem-se um fármaco administrado pela mesmo via do da curva verde, mas, com uma dose maior, a qual, pode gerar uma concentração plasmática que atinja a janela terapêutica, ultrapasse a concentração mínima para a janela terapêutica, mas o fato dessa concentração ser muito alta, em decorrência da dose elevada à necessária para um efeito desejável, pode gerar uma [] plasmática que atinja a mínima para o efeito tóxico .: gerando efeito indesejáveis tóxicos OBS: Como se aumenta a velocidade de eliminação de um fármaco? Administrando o fármaco junto com outro, o que vai acabar fazendo com que um aumente a velocidade de metabolismo/biotransformação do outro, que consequentemente terá sua eliminação mais rápida Vermelha → eliminação mais rápida em função do tempo; pode gerar um efeito terapêutico, já que atravessou a CMEdesejável, entretanto a intensidade e a duração do efeito será muitomenor do que se o fármaco fosse administrado sozinho, ou seja, se ele não interagisse com outro ➥ Contudo, observa-se que a janela terapêutica é essencial para dizer se a dose do fármaco está gerando uma concentração plasmática segura ou não, ou, se é uma dose subterapêutica, ou seja, a farmacocinética clínica se relaciona com um aumento da eficácia terapêutica A importância da farmacocinética na assistência ao paciente, relaciona-se com o aumento da eficácia terapêutica e a redução dos efeitos indesejáveis, que podem ser obtidos pela aplicação dos seus princípios durante a seleção e modificação dos esquemas posológicos FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 7 O objetivo é sempre tentar evitar que a concentração do fármaco se aproxime muito da CMEadversa, buscando sempre deiar a terapia medicamentosa cada vez mais segura, por meio da aplicação dos princípios da farmacocinética clínica PARÂMETROS QUE DETERMINAM A DISPOSIÇÃO DO FÁRMACO EM SEU LOCAL DE AÇÃO E A DURAÇÃO DE SEU EFEITO BIODISPONIBILIDADE ↳ Fração (concentração) do fármaco, inalterada, que alcança a circulação sistêmica, após ter sido administrada no organismo FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 8 0 < F ≤ 1 Via intravenosa → F = 1 Outras vias → F < 1 IMPORTANTE - MODELOS FARMACOCINÉTICOS Objetivo: Estabelecer uma hipótese simples, para descrever um sistema biológico complexo, nosso organismo, de tal forma, que se possa desenvolver equações matemáticas que descrevam a evolução temporal da concentração de um fármaco (e dos seus metabólitos) no corpo .: objetivam exatamente desenvolver equações que possibilitem um estudo da evolução temporal das concentrações plasmáticas de um fármaco, ou de seus metabólitos, no nosso organismo Leis das velocidades Ordem da cinética: A ordem de uma reação indica como a concentração do fármaco influencia a velocidade da reação V = velocidade Cinética de primeira ordem (n=1) Cinética de ordem zero (n=0) FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 9 k = constante da reação; 0,693 Q = concentração n = ordem da reação Cinética de ordem n (ex.: n=2) OBS: Cinética de ordem zero → não segue um padrão exponencial de eliminação, sendo inicialmente linear, com o fármaco sendo retirado em quantidades fixas, não dependendo da concentração plasmática, ou seja, se a dose aumentar, não aumenta a eliminação .: tem-se uma saturação da enzima que metaboliza a substância, sendo sempre metabolizada uma quantidade constante da droga na unidade de tempo .: a alteração na concentração não altera a velocidade da reação .: constante Ex.: etanol, fenitoína (anticonvulsionante), salicilato Cinética de primeira ordem → é quando a velocidade de desaparecimento de um fármaco é exponencial, ou seja, em que uma fração constante é eliminada por uma unidade de tempo, ou seja, 50% são sempre eliminados, por exemplo. Este tipo de eliminação depende da concentração plasmática, uma vez que com o aumento da administração do medicamento mais fármaco será eliminado; continua-se eliminando os mesmos 50%, mas este 50% vai estar representando um valor maior .: se a concentração (Q) dobrar, a velocidade da reação dobrará .: tem-se uma relação linear entre a velocidade de eliminação e a concentração do fármaco Cinética de segunda ordem → ao dobrarmos a concentração, a velocidade aumentará em 2n (2 elevado a n); para uma reação de FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 10 segunda ordem, a relação entre a concentração não é linear (gráfico semilogarítmico) MODELO LINEAR ↳ Aberto: 1 compartimento .: modelo monocompartimentalizado ↳ Cinética de 1° ordem .: a concentração varia de forma linear com a velocidade de qualquer tipo de reação a ser estudada ↳ Características: Absorção instantânea (i.v.) Distribuição instantânea, uma vez que não se tem barreiras de um compartimento para outro, já que considera-se o corpo como apenas UM compartimento Eliminação de primeira ordem .: urina OBS: Na prática não existe essa distribuição instantânea, a distribuição dos fármacos ocorre lentamente, não obedecendo a cinética de primeira ordem .: o modelo linear não é útil para se estudar a velocidade de distribuição, sendo útil apenas para o estudo da velocidade de absorção e eliminação, ambas, obedecendo uma cinética de primeira ordem MODELO ABERTO MULTICOMPARTIMENTALIZADO NÃO-LINAR FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 11 ↳ Características: Absorção instantânea (i.v.) Distribuição lenta → primeiro para os órgãos mais vascularizados, e depois, que se chega a um equilíbrio entre a contração extra-vascular e intra-vascular Eliminação de primeira ordem .: é útil para estudar principalmente, a distribuição dos fármacos, que ocorre de forma lenta, não-linear, obedecendo uma cinética de 2° ordem VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO ↳ O volume de distribuição, é o volume aparente (não é real) de distribuição do fármaco; dá um índice de quanto o fármaco é distribuído peara os tecidos Vd = volume de distribuição Q = dose administrada Cp = concentração plasmática do fármaco no estado de equilíbrio ↳ É o volume de líquido, do nosso organismo, que o fármaco ocuparia, se todo o fármaco presente no corpo estivesse em solução, na mesma concentração do que no plasma .: é o volume FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 12 necessário para comportar a quantidade de fármaco que é administrada e se distribui pelos vasos sanguíneos e tecidos extra-vasculares, pelos diferentes compartimentos biológicos DEPURAÇÃO (CLEARANCE - CL) ↳ É a medida da capacidade do corpo em eliminar um fármaco .: é a quantificação do quanto de fármaco está sendo eliminado em um determinado volume em função do tempo, estuda-se a eficiência através da taxa em que o fármaco está sendo eliminado Unidade: volume/tempo CL = clearance Vd = volume de distribuição Cp = concentração plasmática no estado de equilíbrio OBS: Eliminação Vs Depuração Enquanto a eliminação é um fenômeno, o fenômeno farmacocinético pelo qual os fármacos são eliminados do organismo, enquanto a depuração mede a eficiência da taxa de eliminação, ou seja, mede a eficiência pela qual o fármaco está sendo eliminado no orgnanismo ↳ É a fração do Vd ao qual o fármaco é removido, por unidade de tempo ↳ Característica: não depende da concentração plasmática do fármaco, já que depende da cinética de primeira ordem, seja num FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 13 modelo de um compartimento ou multicompartimentalizado ↳ O clearance é o parâmetro que limita, de modo significativo, o tempo de ação de um fármaco sobre os seus alvos e/ou receptores fisiológicos .: o clearence que vai determinar quanto tempo o fármaco vai permanecer no organismo ⇡ velocidade de depuração do fármaco no organismo .: ⇣ tempo para se ligar em seus receptores .: ⇣ efeito farmacológico ↳ Dessa forma, a depuração é inversamente proporcional a duração e intensidade do efeito farmacológico, uma vez que quanto maior for a depuração, menor será a duração de ação do fármaco, assim como a intensidade do efeito ↳ Apesar de a biotransformação e a eliminação serem processos farmacocinéticos distintos, o parâmetro farmacológico final é equivalente - redução dos níveis circulantes do fármaco ativo FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 14 .: CL = CLhepático + CLrenal/[Fármaco]plasmak ↳ Assim, ambos são frequentemente designados, em seu conjunto, como mecanismo de depuração, e os princípios de depuração podem ser aplicados aos dois: MEIA-VIDA DE ELIMINAÇÃO ↳ t1/2: A meia-vida de eliminação de um fármaco é definida como um tempo durante o qual sua concentração no plasma diminui para a metade de seu valor original O conhecimento dessa informação torna possível ao médico calcular a frequência de doses necessárias para manter a concentração plasmática dentro da faixa terapêutica Se as concentrações plasmáticas do fármaco diminuem de modo log-linear, teremos uma constante k (K = 0,693) Nesse modelo, a meia-vida (t1/2) de eliminação depende apenasdo volume de distribuição e da depuração do fármaco Exemplos: FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 15 Este gráfico, representa o modelo de um compartimento, haja vista que a concentração plasmática do fármaco em função do tempo está reduzindo de maneira linear, o que caracteriza uma cinética de primeira ordem Ex.: Curvas de concentração plasmática-tempo decorrido após a administração de um fármaco (500mg) a um paciente de 70 kg As concentrações plasmáticas do fármaco foram mensuradas em intervalos de 2 horas após sua administração (v.i.) O gráfico semilogarítmico da concentração plasmática (Cp) versus tempo sugere que o fármaco é eliminado de um único compartimento (gráfico com linha reta; linear), por um processo de primeira ordem com t1/2 de 4 horas No caso desse gráfico... O volume de distribuição (Vd) pode ser determinado com base no valor da Cp obtido por extrapolação ao tempo zero (Cp = 16 mcg/ml O volume de distribuição do modelo unicompartimental é de 31,3 L ou o,45 L/Kg (paciente de 70 kg) A depuração desse fármaco é de 90 mL/min; para o modelo unicompartimentar FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 16 Este gráfico, não obedece a cinética de primeira ordem, mas sim, uma distribuilção lenta, com um gráfico semilogarítmico, logo, é um gráfico de segunda ordem, considerando que o organismo é multicompartimentalizado OBS: Nesses casos, o melhor é calcular a meia-vida por meio de uma análise gráfica, mas, no que diz respeito aos valores de Vd e CL, estes, são calculados de outra maneira. A coleta de uma amostra antes de 2 horas indica que o fármaco segue uma cinética multiexponencial. FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 17 A t1/2 de disposição terminal é de 4 horas, a depuração ´de 84 mL/min e o Vd é de 26,8 L. Neste caso, quando consideramos o modelo multicompartimentalizado (multiexponencial), o ideal é calcular os parâmetros, como Vd e CL (área sobre a curva) através de suas fórmulas nativas Esse modelo é o ideal para o cálculo de t1/2, Vd e CL, já que considera o organismo de forma multicompartimental. PLANEJAMENTO E OTIMIZAÇÃO DOS ESQUEMAS POSOLÓGICOS OBS: Posologia é o ramo da terapêutica que se ocupa da dosagem dos medicamentos, ou seja, com a indicação da dose adequada de um medicamento a cada paciente em particular/específico ↳ Imediatamente após iniciar terapia farmacológica, a taxa de entrada do fármaco no corpo é muito maior do que a taxa de eliminação ↳ Como consequência, sua concentração no sangue aumenta ↳ Supondo que a eliminação siga a cinética de primeira ordem, a taxa de eliminação também se eleva, à medida que a concentração plasmática do fármaco aumenta, porque essa taxa é proporcional à concentração plasmática ↳ O estado de equilíbrio dinâmico é alcançado quando as duas taxas tornam-se iguais, ou seja, é alcançado quando a taxa de entrada se torna igual a taxa de eliminação do fármaco Tentrada = Teliminação ↳ Concentração plasmática no estado de equilíbrio: FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 18 ↳ Na maioria dos esquemas posológicos, os níveis de fármacos acumulam-se depois de cada dose sucessiva, e o estado de equilíbrio dinâmico só é alcançado quando a quantidade de medicamento que entra no sistema é igual à que está sendo removida Considerando uma dose de 500 mg de determinado fármaco, como o equilíbrio é atingido? OBS: Lembrar que esse sistema posológico em sua grande maioria é baseado na terapia de doses repetidas OBS: Geralmente, o equilíbrio dinâmico é obtido na terapia de doses repetidas, na quarta meia-vida; 4 t1/2; sendo que vale FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 19 lembrar que não se espera uma eliminação total do fármaco para a ingestão de um novo medicamento ↳ Em nível clínico, é preciso lembrar-se desse princípio ao modificar o esquema posológico, visto que devem ocorrer pelo menos quatro a cinco meias-vidas de eliminação para que seja alcançado o novo estado de equilíbrio dinâmico OBS: Esse equilíbrio dinâmico tem que ser atingido dentro da janela terapêutica DOSE DE MANUTENÇÃO ↳ Na maioria das situações clínicas, os fármacos são administrados em uma série de doses repetidas ou em infusão contínua, para manter a concentração de equilíbrio do fármaco dentro da janela terapêutica FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 20 ↳ O cálculo da dose de manutenção apropriada é um dos objetivos do tratamento ↳ Para manter a concentração-alvo em estado de equilíbrio, a frequência de administração é ajustada, de modo que a taxa de entrada seja igual à de eliminação ↳ Essa relação está expressa a seguir, em termos de concentração-alvo desejável: Exemplo... A digoxina (aumenta a força de contração da musculatura cardíaca .: trata a insuficiência cardíaca descompensada) oral precisa ser usada em uma dose de manutenção para "digitalizar" (o fármaco vai agir sobre o coração do paciente aumentando a força de contração e tratando a insufiência cardíaca congestiva do paciente) gradativamente um paciente de 63 anos com insuficiência cardíaca congestiva. Sabendo-se que a concentração plasmática de equilíbrio para esse caso é de 0,75 µg/ml e que, o clearance da digoxina é aproximadamente 0,92 ml/min.kg e que sua biodisponibilidade é de 70% (0,7), calcule a frequência de administração. Peso do paciente = 84 kg Frequência de administração = CP alvo . CL FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 21 DOSE DE ATAQUE ↳ A dose de ataque constitui uma ou uma série de doses administradas no início da terapia, com o objetivo de alcançar a concentração-alvo (Cp alvo) rapidamente ↳ Essa estratégia é importante, quando o tempo para alcançar o estado de equilíbrio estável for demasiadamente longo para o quadro clínico em questão, utilizando-se apenas doses de manutenção sucessivas ↳ A dose de ataque pode ser determinada, de acordo com a equação: Exemplo... A administração do digitálico ("digitalização") ao paciente descrito anteriormente é gradativa, se apenas a dose de manutenção for administrada (no mínimo durante 12 dias, tomando como base a meia-vida = 3,1 dias). Uma resposta mais rápida poderia ser obtida (se fosse considerada necessária) usando uma dose de ataque. Nesse caso, a Cp alvo de 0,9 µg/ml foi escolhida como valor a ser alcançado abaixo do nível máximo recomendado de 1,0 µg/mL. Considerando um Vd de 496L, calcule a dose de ataque. FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 22
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