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Sumário “OS DIREITOS DO HOMEM NASCEM COMO DIREITOS NATURAIS UNIVERSAIS, DESENVOLVEM-SE COMO DIREITOS POSITIVOS PARTICULARES, PARA FINALMENTE ENCONTRAREM SUA PLENA REALIZAÇÃO COMO DIREITOS POSITIVOS UNIVERSAIS.” NORBERTO BOBBIO Observação: Devemos evitar anacronismos para melhor compreender a evolução dos direitos humanos na história. Magna Carta, 1215. Bem antes da Magna Carta o Habeas Corpus já era presente em território inglês, no caso de arbitrariedades cometidas pela justiça. Não tínhamos muita eficácia na realização desse direito até a formulação da lei de 1679 que se definia como: O Bill of Rights ou lista de direitos, referentes à Declaração dos Direitos, foi uma proposta de lei aprovada em 1689, pelo Parlamento inglês, imposta aos monarcas, Guilherme III e Maria II. De 1776, a Declaração de Direitos do Povo da Virgínia é um documento que emerge em um contexto de luta pela independência dos Estados Unidos. Possuindo em sua essência aspirações iluminista e contratualista esse documento precede a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Promovido pelas treze colônias dos Estados Unidos da América, este documento surgiu em resposta à dominação da Grã-Bretanha mobilizando a sociedade estadunidense em busca de sua independência. Contexto Histórico: Revolução Francesa: SOCIEDADE ANTECEDENTE À REVOLUÇÃO CAUSAS FASES DA REVOLUÇÃO Monárquica absolutista Estamental Feudal Excessiva intervenção do Estado. Insatisfação da burguesia e das massas populares. Contato com ideais revolucionários iluministas e da revolução norte americana. Monarquia Constitucional (criada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão) Convenção Republicana e Período do Terror. Diretório. DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO (DESTAQUES) Sequência de tratados constituídos em Genebra na Suíça. Em função dos Direitos Humanitários, as convenções contaram com apoio e liderança de Henri Durant, testemunha das atrocidades da Batalha de Solferino. Os tratados foram elaborados entre 1864 – 1949 CONVENÇÃO ANO DESTAQUE 1º convenção 1863 Criação da Cruz Vermelha 2º Convenção 1906 Olhar sobre forças navais 3º Convenção 1929 Prisioneiros de Guerra 4º Convenção 1949 Proteção dos civis durante a guerra PROTOCOLOS Protocolo I 1977 Trata das vítimas de guerra em conflitos internacionais Protocolo II 1977 Trata das vítimas de guerras em conflitos não internacionais Protocolo III 2005 Adicional à Cruz vermelha: Cristal Vermelho 1 – Os países em guerra não podem utilizar armas químicas uns contra os outros; 2 – O uso de balas explosivas ou de material que cause sofrimento desnecessário nas vítimas é proibido; 3 - O bombardeio de balões com projéteis é proibido; 6 – As Nações devem identificar os mortos e feridos e informar seus familiares; 7 – É proibido matar alguém que tenha se rendido; 10 – É permitida a passagem livre de medicamentos; 13 – Ataques à cidades desprotegidas são proibidos. TRATADO DE VERSALHES - LIGA DAS NAÇÕES – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) – QUATORZE PONTOS DE WILSON Contexto histórico: Pós-Primeira Guerra Mundial. TRATADO DE VERSALHES (1919) LIGA DAS NAÇÕES (1919) OIT (1919) Acordo de Paz assinado entre países europeus que, pois fim oficialmente à primeira guerra mundial. Organização internacional constituída por potências europeias vencedoras da primeira guerra mundial idealizada em Paris. Um dos pontos auges foi a criação de uma organização com a função de promover e assegurar a paz no mundo. Agência da Liga das Nações que visa condições de trabalho que respeitem os direitos inerentes ao homem. Instituída pelo Tratado de Versalhes e configurando a parte XIII do mesmo tratado, tem como base argumentativa as vertentes humanitárias, política e econômica. Os Quatorzes pontos de Wilson. (1918) 14 pontos propostos pelo ex-presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson em 1918 que propunham a recuperação e reconstrução européia destruídas após a 1º guerra mundial. A seguir alguns destaques: 1º - Pactos abertos (acordos) de paz a serem alcançados abertamente; 2º - Livre navegação absoluta, além das águas territoriais, tanto na guerra como na paz (...) 14º - Formação de uma associação geral das nações, sob pactos específicos com o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial, tanto para os estados grandes como para os pequenos. TRIBUNAL DE NUREMBERG – CRIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS Contexto histórico: Pós-Segunda Guerra Mundial Tribunal de Nuremberg (entre 1945 e 1946) Contexto: Série de julgamentos realizados pelos países da aliança vitoriosa pós-guerra contra lideranças da Alemanha Nazista. Ocorreram em Nuremberg na Alemanha. Observação: Podemos evidenciar o Tribunal de Nuremberg como um grande passo no processo de Internacionalização dos Direitos dos Humanos. Criação da Organização das Nações Unidas (1945) Nasceu em resposta à Segunda Guerra mundial e ao fracasso da Liga das Nações. A Organização das Nações Unidas em sua origem contava com 51 estados membros, atualmente possui 193. Zelar pela segurança e paz mundial; Promoção dos Direitos do Homem; Apoio ao desenvolvimento econômico; Estimulo ao progresso social; Defesa do meio ambiente. Assembleia Geral: Composta por todos os Estados membros. Conselho de Segurança: Composto por 15 Estados membros, 5 permanentes 10 temporários. Conselho Econômico e Social: 54 membros duração: 3 anos. Conselho de Direitos Humanos: Composto por 47 países. Secretariado: Liderado pelo Secretário Geral e acompanhado por funcionários internacionais. Tribunal Internacional da Justiça: Responsável por julgar quem fere o direito internacional. Organização Mundial da Saúde: Tem por objetivo a saúde das nações. Fundo das Nações Unidas para a infância: Tem por objetivo promover os direitos e melhorar a vida de todas as crianças, em todas as suas situações. CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS (DESTAQUES) Art. 1º - Os propósitos das Nações Unidas são: 1. Manter a paz e a segurança internacionais, e para esse fim: tomar coletivamente medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos, e de conformidade com os princípios de Justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz. 3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, político, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. 4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns. Art. 2º - A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios: 1. A organização é baseada no princípio de igualdade de todos os seus membros. TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS Convenção para a Repressão e Prevenção do Crime de Genocídio 09-12-1948 Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial 21-12-1965 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 16-12-1966 Pacto internacional dos direitos econômicos, sociais e culturais 16-12-1966 Convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres 1979, entra em vigor em 03-09- 1981 Convenção internacional sobre os direitos da criança 20-09-1989 Convenção Internacional contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanosou degradantes 10-12-1984 Estatuto de Roma (Tribunal Penal Internacional) 17-07-1998 Convenção internacional para a proteção de todas as pessoas contra os desaparecimentos forçados 20-12-2006 Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 13-12-2006 Convenção americana sobre direitos humanos pacto de San José da Costa Rica 22-09-1969 VERTENTES DA PROTEÇÃO INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANA A Proteção Internacional da Pessoa Humana foi pautada no Direito Internacional e é caracterizada por três vertentes: O direito internacional dos direitos humanos. O direito humanitário. O direito internacional dos refugiados. O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS Promove e protege acima de tudo a dignidade humana no âmbito universal, ultrapassando as barreiras entre os Estados e agindo sob o acordo entre estes mesmos Estados em prol da dignidade humana. “O Direito Internacional dos Direitos Humanos consiste no conjunto de direitos e faculdades que garantem a dignidade do ser humano e se beneficia de garantias internacionais institucionalizadas.” André Carvalho Ramos O DIREITO HUMANITÁRIO Especialmente aplicado nos conflitos armados internacionais ou não internacionais o Direito Humanitário tem origem convencional e consuetudinário. Neste caso os limites de práticas de guerra são limitados por princípios humanitários. Destaque para as Convenções de Genebra: criação da Cruz Vermelha. (1864) CONVENÇÕES DE HAIA 1899 E 1907: Assim como as convenções de Genebra trata sobre leis e crimes de Guerra. Os acordos das Convenções Haia versam sobre os limites das condutas procedidas pelos envolvidos militarmente na guerra. Sobre os tratados mais importantes, destacam-se: Conferência Internacional da Paz de Haia 1899 Segunda Conferência Internacional da Paz de Haia 1907 DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS CONCEITO DE REFUGIADO (PARA O DIREITO INTERNACIONAL): Por receio bem fundamentado, contundente ameaça de perseguição por razões de raça, religião, opinião política ou grupo social, não podem ou não querem permanecer em seus Estados, pois a permanecia em seus Estados configura ameaça à vida. Origem desta vertente: Criação do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR); Convenção de 1951 (especificações sobre a proteção dos refugiados): 1. Os indivíduos não podem ser enviados, contra sua vontade, à territórios onde sofrerão perseguição (non-refoulement). 2. Princípio de não-discriminação 3. Proibição de punição por entrada ou permanência irregular no país onde se pede refúgio. A convenção de 1951 é completada com o Protocolo de 1967. Para este ultimo a preocupação principal era a de superar a conceitualização e definição limitada de Refugiado construída na convenção de 1951. Temos nessas duas convenções o arcabouço positivado da proteção internacional dos refugiados 01. Em relação à proteção internacional dos Direitos Humanos: a) O Direito Internacional Humanitário restringe-se à proteção das populações civis na hipótese de conflitos armados, excluindo-se os militares postos fora de combate. b) O Direito Internacional dos Refugiados representa a proteção dos refugiados em aspectos relativos ao deslocamento do seu local de residência e à concessão do refúgio, não interagindo com a proteção dos direitos humanos em si. c) O Direito Internacional Humanitário é menos abrangente que o Direito Internacional dos Direitos Humanos, tendo precedido historicamente este último. d) O Direito Internacional dos Direitos Humanos não incide na hipótese de conflitos armados internacionais e internos. e) O Direito Internacional dos Direitos Humanos consolidou-se normativamente logo após a Primeira Guerra Mundial, com a relativização da soberania dos Estados Nacionais e atribuição ao indivíduo da condição de sujeito de direitos no plano internacional. 02. A cerca das três grandes vertentes jurídicas da proteção internacional da pessoa humana – direitos humanos, direito humanitário e direito dos refugiados – existem convergências e divergências. Nesse sentido, a) a visão compartimentalizada dessas três grandes vertentes encontra-se definitivamente implantada na atualidade. b) a prática contemporânea deixa de admitir a aplicação simultânea de normas de proteção do direito internacional dos direitos humanos, do direito internacional dos refugiados e do direito internacional humanitário. c) o processo de gradual distanciamento e divergência do direito humanitário, com a proteção internacional dos direitos humanos, tem-se manifestado nos planos normativo, hermenêutico e operacional. d) o Estado, na proteção internacional da pessoa humana em tempo de paz, está isento em seus deveres jurídicos de tomar medidas positivas para prevenir, investigar e sancionar violações dos direitos humanos. e) o reconhecimento, inclusive judicial, do alcance e da dimensão amplos das obrigações convencionais de proteção internacional da pessoa humana assegura a continuidade do processo de expansão do direito de proteção.
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