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Direito Administrativo III

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Anna Catharina Garcia 2020.2
@catharinaorganiza
Direito Administrativo 3
Profº Marcus Seixas
BIBLIOGRAFIA
· Felipe Braga Neto 
· Maria Di Pietro
· Diogo De Figueiredo
 
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA
INTRODUÇÃO 
Essa matéria carece de atualizações que ainda estão em discussão no congresso nacional, pois, as leis que tratam sobre esse assunto são antigas, datadas na década de 60. Paralelo a isso, se observa que muito aspectos dessa normatividade decorrem de construção doutrinária e jurisprudencial que preenchem as lacunas das leis e perceba que isso quebra o paradigma que o direito administrativo é extremamente legalista.
MARIA HELENA DINIZ: “A liberdade dos indivíduos é inclusiva, o que significa que tudo aquilo que não for proibido é permitido. Já o dá liberdade do Estado é exclusiva, ou seja, o Estado só pode fazer o que está positivado na lei.” Marcus Seixas critica essa posição pois o direito administrativo têm várias fontes, claro que obviamente a lei é fonte, mas também têm os NJs administrativos, jurisprudenciais, doutrinas…
A intervenção do Estado na propriedade privada se dá quando ele têm razões muito relevantes e então intervém de forma maior naquilo que poderia ser visto como algo “muito sagrado” e importante para a modernidade jurídica que é a propriedade privada. O Brasil têm um regime econômico capitalista, que respeita a propriedade privada, mas, ela não é um direito absoluto do indivíduo, mas perceba também que no direito br nem a vida é absoluta, aqui não têm direitos absolutos. Exemplo: a vida é um direito que prevalece sobre os outros interesses de um modo direito mas observe que existem situações excepcionais em que a vida poe ser sacrificada, como na situação dá pena de morte por fuzilamento em caso de guerra, assim, perceba que nem sempre a vida é um bem jurídico blindado de tudo. Inclusive, a doutrina discute se seria possível por exemplo a tortura em determinadas circunstâncias, situações limites como por exemplo um terrorista que escondeu uma bomba nuclear. Assim, se justifica a intervenção do Estado na propriedade:
· FUNÇÃO SOCIAL DÁ PROPRIEDADE PRIVADA: CF E CC
Art. 5º CF Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Perceba que o inciso XXII não é absoluto, é tanto que o seguinte vem e fala dá função social. 
A função social quer dizer que a propriedade precisa ter uma utilidade, e ela pode ser uma utilidade privada ou social. Privada no caso é a finalidade dado pelo proprietário e esse fim precisa ser socialmente aceito e que agregue valor a sociedade, eu não posso usar minha propriedade privada como eu quiser, não posso usar de uma forma que seja contrária ao interesse público, exemplo disso são as restrições que o poder público impõe ao imoveis perto do aeroporto, o imóvel é até meu, mas eu não posso construir uma torre de 50 andares, a lei me proíbe, e isso é uma intervenção na minha propriedade, pois, ela estaria descumprindo a sua função social ao atrapalhar serviços do aeroporto. 
DESAPROPRIAÇÃO: Retira o bem do particular e o transforma em bem público mediante justa e prévia indenização.
O inciso XXV traz a requisição administrativa. 
Este bloco normativo da CF trata da intervenção do Estado e alude a função social que a propriedade têm no direito brasileiro, e para entender essa função social os bens particulares sofreram intervenções, e elas podem ser menos graves ou mais gravosas e todas serão analisadas posteriormente.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 3 o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
Perceba que o CC não usa a expressão “função social dá propriedade” mas ele mostra a possibilidade dá propriedade ser desapropriada ou requisitada, por isso, é preciso analisar o CC junto com a CF e com as leis .
· SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO.
Ela não está exatamente positivada, é mais uma construção doutrinária do que juspositiva. É a ideia que quando o particular têm um bem, ele obviamente têm seu interesse privado e jurídico, mas, o estado eventualmente pode, para satisfazer o interesse público, precisar dessa propriedade, e assim, todos os cidadãos têm que aceitar esse fato que o interesse público é mais relevante e de alguma forma o articular teria que abrir mão de sua propriedade.
INTRODUÇÃO AS MODALIDADES DE INTERVENÇÃO 
Isso tudo aqui será mais aprofundado depois.
DESAPROPRIAÇÃO
Modalidade mais gravosa, há a perda dá propriedade, mas que normalmente vai ser indenizada. O cidadão perde sua propriedade mas ele é compensado por isso. Normalmente essa indenização vai ser em dinheiro e previamente a desapropriação acontecer de fato, mas há situações que a desapropriação pode ser remunerada depois que ela acontece, ou até mesmo não acontecer a indenização.
TOMBAMENTO
Ele se destina a proteção do patrimônio cultural brasileiro, principalmente a determinados bens, pode ser bens móveis ou imóveis, vai desde um quadro a um casarão. Obviamente o tombamento não pode alcançar bens imateriais, o acarajé não pode ser tombado por exemplo, ele pode até integrar como patrimônio cultural brasileiro mas ele em si a comida não pode ser tombado. 
Aqui, o uso e gozo do imóvel/móvel são cerceados, mas o particular não perde o bem.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
O Estado precisa executar um serviço público, por isso, ele precisa ocupar temporariamente uma propriedade particular. Aqui, o estado não precisa desapropriar o bem porque ele não precisa dá propriedade para sempre, apenas a posse temporária. Exemplo clássico disso é a intervenção temporária para eleições. Perceba ainda que o particular não pode se insurgir contra isso.
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
Apesar do nome, não é um pedido, é uma ordem dá adm pública para que o cidadão disponibiliza o bem, e aqui pode ser bens móveis, imóveis ou até serviços. Ela só pode ocorrer em situações de emergência ou de calamidade pública eminente. 
LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVOS 
Normas de caráter geral e abstrato que se aplicam a determinados bens, sempre firmada por lei que ela mesmo diz quais são essas propriedades atingidas. Aqui, o Estado não sabe quem é exatamente que tá sendo atingido. Exemplo: construção de andares próximo ao aeroporto, o Estado não está diretamente atingido x pessoa, mas sim, a todos ali próximo ao aeroporto, o que é diferente das outras modalidades que são diretamente ligados com o proprietário do imóvel que se quer desapropriar por exemplo.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
As limitações visam fazer o cidadão suportar uma restrição no seu uso dá propriedade.
Perceba que existe a servidão privada, e aqui é essa imposição mas pelo Estado. Exemplo: o Estado quer passar uma fiação elétrica numa fazenda, então, o Estado comunica e o administrado vai ter que suportar. 
Perceba que não se confunde com a limitação administrativa porquê ele está direcionado e não é nada abstrato,há uma intervenção física. O administrado aqui só vai receber indenização se provar que teve prejuízo.
 
LIMITAÇÕES E SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS 
LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
Elas são particularmente peculiares pois entre todas as modalidades são as únicas que são habitualmente configuradaspor meio de atos legislativos, mas perceba que os atos administrativos leva a produção de efeitos concretos normalmente individuais, a administração faz a desapropriação sobre um imóvel pré conhecido pela adm, enquanto que o legislativo é mais amplo, ele não pensa em alguém específico. O tipo normativo é abstrato. 
Exemplo de limitação: proibição de construção de prédios com mais de 5 andares perto de aeroportos.
TEMPO DÁ LIMITAÇÃO: costuma ser definitiva. Ela pode até deixar de existir, mas, quando criada ela é criada para viger de maneira indeterminada, mas isso não quer dizer que ela não pode ser alterada ou revogada. 
MOTIVO: Interesses públicos abstratos, que na prática ajudam a delimitar o conteúdo dá função social dá propriedade. 
INDENIZABILIDADE: Limitações não são indenizáveis, há raras exceções colocadas pela doutrina (como por exemplo a situação que a prefeitura emite um alvara de construção de prédios de 10 andares perto do aeroporto, mas, depois que o particular já comprou tudo, não permitem porquê há uma limitação que proíbe, mas perceba que a lei já existia no momento que o alvará foi emitido). O principal argumento para a não indenização é que não há um vínculo entre a administração e o administrado, já que a limitação não é feita “para alguém”, ela surge de uma norma abstrata. 
Mas perceba que se na situação de prédios já construídos/em construção, a limitação vai respeitar os atos jurídicos perfeitos. 
INCIDÊNCIA: Maioria em bem imoveis, mas, pode ser também em bens móveis e serviços (exemplo: hospitais particulares são obrigados a atender pessoas em risco de vida).
A limitação se liga muito com o poder de polícia. 
SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS
São uma espécie “importada” dá servidão civil, por meio do qual existe um imoveis dominante e o serviente. A servidão é um direito real que se opõe a um imóvel, não é um vínculo entre as pessoas. A servidão de passagem se torna um ônus que vincula o imóvel. Elas são IMPOSTAS (diferente dá predial que têm negociação) quando a adm precisa executar um serviço público, ISSO FICA AVERBADO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. Exemplo: construção de torres de eletricidade, o Estado precisa levar energia ao interior 
CARACTERÍSTICAS: 
· Atos individuais e concretos 
· TEMPO: Definitividade. PODE SER DESCONSTITUÍDA (ou LEVANTADA) SE:
· O serviço que motivou a servidão se tornar desnecessária. 
· Destruição do imóvel. 
· Destruição do imóvel dominante (o imóvel do estado que promove a servidão, no exemplo do Estado levando energia pro interior, o imóvel dominante seria o poste)
· INDENIZABILIDADE: É passível de causar o dever de indenizar, lembrando que essa indenização é prévia e não pelo tempo de utilização. Essa indenização não é presumida, é preciso provar que houve algum prejuízo por causa dá servidão. MERO ABORRECIMENTO NÃO É PASSÍVEL DE INDENIZAÇÃO, como por exemplo quando o Estado impõe que seja colocado a placa dá rua na fachada de uma casa, isso não é passível de indenização. Existe um limite máximo ao montante dessa indenização = o valor do imóvel, nunca poderá ser maior que ele, até porque, se pudesse ser, seria mais vantagem desapropriar. 
· AUTOEXECUTORIEDADE: Não existe o Estado chegar e impor a servidão, utilizar de força policial para fazer uso de sua auto executoriedade. É verdade que o Estado pode obrigar o particular a suportar a servidão, é um direito potestativo dele e nada o cidadão pode fazer sobre. Mas, o fato de que a intervenção se impõe, não quer dizer que o estado não deva seguir o rito legal para formalizar essa servidão administrativa, até porque é nesse rito que se assegura o devido processo legal e a ampla defesa. O cidadão precisa ser notificado. 
Essa modalidade não têm ampla previsão legal além do decreto lei 3365/41 (que é de desapropriação), vai trazer en passant sobre a servidão: 
Art. 40. O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei. (Vide Decreto nº 35.851, de 1954)
Assim, a doutrina acaba por construir uma base para esse instituto: 
· Quando o ente quer aplicar a servidão precisa ser adotado um procedimento igual ao dá desapropriação. 
 OCUPACOES TEMPORARIAS E REQUISIÇÕES ADMINISTRATIVAS 
OCUPAÇÕES TEMPORÁRIAS 
CARACTERES: 
· Atos individuais e concretos adotados pela adm pública para ocupar bens imóveis. 
· CRITÉRIO TEMPORAL: Provisória. 
· MOTIVO: Execução de obra ou de serviço público 
· INCIDÊNCIA: Bens imóveis. 
· FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Decreto lei 3365/41
Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.
O expropriante prestará caução, quando exigida.
Perceba que essa lei surge num momento que o Brasil estava precisando construir muitas estradas mas no casa a ocupação surge para viabilizar as obras públicas pois durante a construção acaba se ocupando as margens dá rodovia. 
A doutrina propõe uma ampliação dá ocupação temporária para que elas pudessem contemplar também a execução de serviços públicos. Exemplo: utilização de escolas privadas para as eleições. Nesse caso dá ocupação destinada a execução de serviços públicos NORMAIS não há como regra indenização, o que é diferente do decreto 3365. é como se a lei criasse uma presunção legal que há dano a ser indenizado já que normalmente a para obra pública costuma demorar, claro que é temporária, mas demora ne a construção dá obra, então como é uma ocupação demorada presuma se que há danos, presunção essa que não existe na execução de serviços, como vacina que demora 4 dias, eleições 2… Pode ser que essa ocupação prejudique rentabilidade econômica daquele imóvel que foi ocupado ou não, vai depender dá demonstração pela administrado dá existência de algum prejuízo concreto, ou então se o Estado durante sua estadia tenha danificado algo do imóvel. 
· INDENIZABILIDADE: Indenizável na hipótese legal prevista, as demais depende de comprovar algum prejuízo. Na ocupação de imóveis se presume e a de serviços não se presume só se for comprovada.
DUAS LÓGICAS DÁ LEI FALAR EM TERRENO NÃO EDIFICADO:
· Se o terreno for edificado presume se que ele tenha alguma utilidade econômica, então é melhor que ele ocupe terrenos não edificados pois ai a indenização vai ser menor.
· Se o terreno for edificado o Estado vai ter menos espaço de manobra para fazer aquilo que ele quer. 
É como se a autorização legal do art 36 fosse só pro Estado ocupar terrenos não edificados e assim obviamente só indenizará ele. Mas perceba que no caso concreto se o Estado ocupa um terreno não edificado e há prejuízo ele vai ter que arcar com isso, o Estado poderia até querer alegar que não pagaria porque o 36 só autoriza terrenos não edificados, mas dificilmente isso vingaria, o particular poderia ir ao judiciário e provavelmente conseguiria uma analogia com outras figuras e seria indenizado.
EM RELAÇÃO ÀS OCUPAÇÕES DE SERVIÇO O ESTADO NÃO ARCA COM OS CUSTOS DE ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA… Não há indenização por isso em relação aos serviços, gera um gasto pro particular? sim, mas dificilmente eles buscam litigar sobre isso.. há quem seja a favor dá cobrança e há quem seja contra (justificando com a função social dá propriedade). Mas, nas obras o estado costuma arcar com tudo isso até porquê o gasto é bem maior que no serviço. 
REQUISIÇÕES ADMINISTRATIVAS 
· ATOS INDIVIDUAIS E CONCRETOS: o Estado pode se apossar/fruir de bens móveis ou imóveis ou de serviços feitos pelos particulares desde que isso se destine a lidar com um iminente perigo público. 
· CRITÉRIOS TEMPORAL: Provisória
· INDENIZABILIDADE: Posterior se comprovado prejuízo. 
Exemplo de requisição: Na tragédia de Mariana, o Estado requer administrativamente os carros 4x4 de todo mundo que mora perto para salvar às vítimas soterradas, perceba que se o carro quebra o estado deverá indenizar esse cidadão. 
Mas perceba que estes danos não podem ser insignificantes, se por exemplo nesse dá tragédia se o carro é devolvido sujo de lama… o Estado não vai indenizar isso. 
Esse instituto foi muitoutilizado na pandemia, mas perceba que assim o estado vai pagar inclusive o lucro que o hospital deixou de ter, e nessa situação específica como foi um gasto exorbitante pode ser que o estado tenha que pagar os prejuizos de maneira antecipada porque o hospital pode não suportar tanto gasto. 
OBS: uma vez que o particular achar que não é uma situação de emergência pública, poderia se insurgir contra ela e impetrar um mandado de segurança.
· MOTIVO: Iminente perigo público 
· AUTOEXECUTORIEDADE E AUSÊNCIA DE MAIORES FORMALIDADES:
· FUNDAMENTAÇÃO LEGAL GENERICA: Art, 5º XXV dá CF 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
· OUTRAS LEIS: 
· Decreto lei 4.812/1942 que disciplina a requisição, tanto civil como militar;
· Decreto Lei 2/1966, que autoriza a requisição de bens ou serviços essenciais ao abastecimento da população.
TOMBAMENTO 
Instituto que têm como objetivo a proteção do patrimônio cultural brasileiro. A CF obriga o poder público a adotar medidas para garantir a proteção deste patrimônio, inclusive isso está disposto no seu art 216 (FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL): 
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
Mas perceba que ele não é a única maneira de garantir essa preservação, é tanto que o §1º poderá até desapropriar, o estado deve avaliar o que é mais adequado para o caso concreto, inclusive o bem pode ficar nas mãos do particular e ser tombado, o tombamento é menos gravoso que a desapropriação na medida que com o tombamento é imposto ao particular que ele conserva coisa sem que necessariamente o particular perca o domínio/propriedade do objeto tombado mas reduz uso, gozo e usufruto do proprietário. Um bem integrante do patrimônio cultural potencializa demais a função social dá propriedade. 
MARCO INFRACONSTITUCIONAL SOBRE O TOMBAMENTO: - 
O QUE PODE SER TOMBADO? 
O tombamento é uma RJ de DIREITO REAL, isso significa que o tombamento incide sobre o bem IMÓVEL (e o móvel também mas ele não têm matrícula) diretamente, ele persiste sobre a coisa ainda que o bem seja alienada por um terceiro, ela atinge A COISA e não o administrado/proprietário. Inclusive o tombamento pode ser averbado na matrícula do imóvel, para potencializar a publicidade e oponibilidade a terceiros do tombamento. 
Por ser de direito real essa modalidade só pode incidir sobre bens materiais, sejam eles móveis ou imóveis. Um RJ de tombamento não pode incidir sobre bens imateriais, mesmo que eles integrem o patrimônio cultural brasileiro. Exemplo: PODE SE TOMBAR O ACARAJÉ? O acarajé integra o patrimônio cultural brasileiro, mas ele não pode ser tombado já que o acarajé é imaterial, não é tombado o acarajé em si porque o acarajé é uma receita, não é tombado um acarajé pronto de uma baiana, mas isso não quer dizer que ele não seja passível de proteção por ser patrimônio cultural. 
O TOMBAMENTO É UM ATO DISCRICIONÁRIO OU VINCULADO? 
Essa discussão se origina de uma má compreensão do que seria objeto de discricionariedade e o que seria vinculado. O tombamento é vinculado no sentido de que verificada a relevância de um determinado bem para o patrimônio cultural os órgãos culturais deverão tombar, não há discricionariedade aqui, sempre que se identifica que p bem é relevante não existe a discricionariedade para não tombar. Há discricionariedade somente na análise se o bem é relevante ou não, apenas isso, essa avaliação é livre para o órgão cultural mas uma vez identificado que é relevante não há a opção de não tombar. 
A CF já traz no caput o que seria patrimônio cultural brasileiro, só não pode os bens imateriais serem tombadas:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
UM BAIRRO PODE SER TOMBADO? OU UMA REGIÃO? NÃO, ele não existe juridicamente, mas há vários tombamentos individuais, não dá para tomar tudo de vez, têm que dombar um por um. Exemplo: um órgão cultural poderia tombar todos os imóveis do pelourinho, mas cada um é um processo individual. 
TODOS OS ENTES FEDERADOS SÃO CAPAZES DE PROMOVER O TOMBAMENTO, inclusive, há o patrimônio cultural de cada estado e é possível de ter o município também. Inclusive, algumas cidades vem implantando medidas para restringir modificações nos imóveis por parte dos proprietários, principalmente lugares como o marco de fundação da cidade e isso é feito por meio de uma lei que cria uma espécie de área de proteção cultural (semelhante a área de proteção ambiental). Muitas pessoas entendem que essa proteção coletiva às características arquitetônicas daquela região dá cidade, que isso seria um tombamento coletivo, mas Marcus Seixas entende que não há tombamento coletivo, e na verdade o que essas leis fazem sobre esses imóveis é mais uma LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA DE NATUREZA ARQUITETÔNICA E CULTURAL, até porque o tombamento teriam maiores efeitos do que essas leis que na verdade só são limitações, e perceba que isso não está contrário a CF já que o §1º traz uma cláusula geral permitindo outras medidas que não estão previstas ali no parágrafo primeiro. 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DO TOMBAMENTO: Decreto lei nº 25/1937
Esse decreto lei regulamentada a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional a partir do art 4º e ss. O processo vai variar de acordo com QUEM tá tombando, se for a União vai ser por esse decreto, mas se for estados/municípios podem existir leis desses entes que podem modificar isso. Mas de qualquer jeito, em todos os entes o processo de tombamento obedece a mesma lógica e segue às mesmas etapas essenciais:
1) SEMPRE CONDUZIDO POR UM ÓRGÃO CULTURAL. No caso específico da União o órgão responsável é o IPHAN, que é uma autarquia federal que têm representação em vários estados. Aqui na Bahia há o IPAC (instituto do patrimônio artístico e cultural dá Bahia). Todo órgão cultural precisa de um CONSELHO CONSULTIVO, que é um conselho de notáveis, pessoas que reconhecidamente têm uma percepção/compreensão sobre o patrimônio cultural e que portanto são indicadas para esse conselho para opinar nos processos de tombamento. Diante dá manifestação do conselho, que entende que determinado bem devem ser objeto de tombamento, é expedido uma NOTIFICAÇÃO DIRIGIDA AO PROPRIETÁRIO DO BEM A SER TOMBADO. QUEM PEDE É O DEPARTAMENTO TÉCNICO DO ÓRGÃO e o conselho vai julgar se deve ser tombado caso o proprietário resista. 
2) NOTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DO BEM A SER TOMBADO: Art 7º do decreto 25. O proprietário pode concordar com o tombamento e ai ocorrerá um TOMBAMENTO VOLUNTARIO. Ele pode até mesmo ele perceber que seu bem deveria ser tombado e pedir ao conselho. 
Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, quese lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo.
SE O PROPRIETÁRIO RESISTE AO TOMBAMENTO ele vai apresentar argumentos que vão defender que o bem não merece ser tombado. Se isso acontecer, haverá um processo para que ele possa fazer essa defesa. 
OBS: se o proprietário não fala nada sobre o tombamento haveria uma “revelia” do proprietário. 
 Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acôrdo com o seguinte processo:
 1) o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por seu órgão competente, notificará o proprietário para anuir ao tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, ou para, si o quisér impugnar, oferecer dentro do mesmo prazo as razões de sua impugnação.
 2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado. que é fatal, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará por simples despacho que se proceda à inscrição da coisa no competente Livro do Tombo.
 3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-se-á vista da mesma, dentro de outros quinze dias fatais, ao órgão de que houver emanado a iniciativa do tombamento, afim de sustentá-la. Em seguida, independentemente de custas, será o processo remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de sessenta dias, a contar do seu recebimento. Dessa decisão não caberá recurso.
O bem não pode ser tombado sem que o proprietário seja notificado para se manifestar, sob pena de invalidade do tombamento. Não se trata de mera formalidade, é essencial para a RJ que isso aconteça.
O TOMBAMENTO PODE SER DESFEITO! Isso pode ocorrer sempre que se perceba que houve uma avaliação equivocada, o administrado sempre pode provocar o órgão cultural para que seja reanalisado se aquele bem deveria mesmo estar tombado. Perceba ainda que o processo de desfazer o tombamento vai ter praticamente o mesmo processo do tombamento, já que precisa haver ainda essa ideia dá ampla defesa ofertada ao administrado. 
EFEITOS DO TOMBAMENTO: Ainda no decreto 25, art 11 ao 21.
RESTRIÇÕES:
· O proprietário tem a obrigação de conservar o bem tombado. Ele têm inclusive que alocar recursos para garantir a conservação do estado atual dá coisa + de só interferir no bem com uma autorização do órgão que tombou por meio de um processo para demonstrar um plano de intervenção no bem para ser avaliado pelo órgão, para garantir que nada essencial do imóvel seja alterado. Se o proprietário não têm recursos para isso ele fica coobrigado com o órgão para conservarem (art 19).
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cincoenta por cento do dano causado.
 Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos municípios, a autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa.
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa.
· A coisa tombada não pode sair do país se não por curto prazo (bens móveis óbvio). 
Art. 14. A. coisa tombada não poderá saír do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional.
· Furto dos bens móveis:
Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objéto tombado, o respectivo proprietário deverá dar conhecimento do fáto ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob pena de multa de dez por cento sôbre o valor da coisa.
· Restrições na vizinhança:
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objeto.
INDENIZAÇÃO DO TOMBAMENTO:
Esse assunto é muito questionado, poderia o estado impor ao administrado no uso e gozo do bem e não indenizar? SIM, o tombamento não têm em regra um dever de indenizar o administrado em razão disso. O administrado ao adquirir aquele bem deveria imaginar que aquele bem já era/poderia ser tombado e que teria que arcar com isso. 
Alguns doutrinadores discutem que eventualmente o tombamento poderia gerar o dever de indenizar se se provasse que a manutenção do bem impediria o administrado de fazer algo no imóvel e lhe prejudica economicamente, mas isso é um entendimento MINORITÁRIO, a maioria dá doutrina entende que o tombamento nunca geraria o dever de indenizar. 
DESAPROPRIAÇÃO
É tão importante que é tratado até na CF, a desapropriação está diretamente relacionada ao direito de propriedade, que é inclusive um direito fundamental: 
 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
A desapropriação ocorre por:
· Necessidade ou utilidade pública
· Por interesse social 
Ambas têm que ter justa e prévia indenização em dinheiro. 
Existem 3 exceções a regra de que toda desapropriação é precedida de indenização em dinheiro:
· Desapropriação urbanística sancionatória
· Desapropriação rural 
· Expropriação. 
DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA SANCIONATÓRIA: ART 182 CF 
Art. 182 CF. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal (estatuto das cidades), do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; // Aumento progressivo do IPTU - Tributação para obrigar o proprietário (extrafiscalidade - não quer arrecadar e sim promover comportamentos)
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
A CF autoriza que o município se insurja diante de um imóvel urbano sub/não utilizado, ele pode exigir que o proprietário faça um aproveitamento adequado sobre às penas previstas. 
DESAPROPRIAÇÃO RURAL: ART 184 CF
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinteanos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Não paga em dinheiro, paga em dívida agrária. 
EXPROPRIAÇÃO: Art 243
 Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Aqui nem há indenização 
DESAPROPRIAÇÕES GERAIS CF:
· POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA: Decreto 3365/41
Esse decreto não trata só sobre essa espécie mas traz também às regras em geral da desapropriação, é a LEI GERAL DE DESAPROPRIAÇÃO, não é só específica dos casos em que ela ocorre por utilidade pública. 
No art 5º ele traz às situações de necessidade pública:
Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública:
a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saude, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; 	 
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária;
p) os demais casos previstos por leis especiais.
§ 1º - A construção ou ampliação de distritos industriais, de que trata a alínea i do caput deste artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias à instalação de indústrias e atividades correlatas, bem como a revenda ou locação dos respectivos lotes a empresas previamente qualificadas 
§ 2º - A efetivação da desapropriação para fins de criação ou ampliação de distritos industriais depende de aprovação, prévia e expressa, pelo Poder Público competente, do respectivo projeto de implantação. 	
§ 3o Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão. 
Essa lei regulamenta procedimentos e indenizações dos dois tipos de desapropriação, mas só traz os casos por utilidade pública. 
· INTERESSE SOCIAL: Lei 4132/62
O art 2º traz os casos de interesse social:
Art. 2º Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias;
V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais.
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. 
§ 1º O disposto no item I deste artigo só se aplicará nos casos de bens retirados de produção ou tratando-se de imóveis rurais cuja produção, por ineficientemente explorados, seja inferior à média da região, atendidas as condições naturais do seu solo e sua situação em relação aos mercados.
§ 2º As necessidades de habitação, trabalho e consumo serão apuradas anualmente segundo a conjuntura e condições econômicas locais, cabendo o seu estudo e verificação às autoridades encarregadas de velar pelo bem estar e pelo abastecimento das respectivas populações.
Mas perceba que nos casos que ela é omissa quem vai resolver é o decreto, que traz regras de processo. 
PROCEDIMENTO DE DESAPROPRIAÇÃO GENÉRICA: 
Ambas às desapropriações podem ser divididas em 2 etapas:
1. ETAPA DECLARATORIA: 
O gestor público identifica a necessidade de ter uma desapropriação e ele então precisa motivar a necessidade administrativamente. Essa motivação têm que ser necessariamente baseada nas previsões legais. Ex: uma das possibilidades do art 5º do decreto lei 3365 se for por utilidade pública. 
Têm que ter um decreto dá autoridade máxima do poder executiva que está querendo desapropriar, declarando a existência dessa utilidade pública/interesse social publicado no diário oficial. Esse decreto vai poder ser assinado pelo presidente (se quem tiver desapropria for a união), ou o governador do estado/df ou o prefeito. Perceba que os 4 entes federados podem desapropriar por utilidade pública e por interesse social, mas perceba que nas exceções da CF não é assim, na desapropriação urbanística por exemplo só quem pode desapropriar é o município, na agrária só a União. 
O decreto é importante pois garante a publicização da desapropriação, afinal, não há nada que o administrado possa fazer para se insurgir contra a desapropriação, o máximo que ele pode fazer é discutir o valor dá indenização. 
Uma vez decretado, às autoridade poderão penetrar nos prédios compreendidos nessa declaração para tomar conhecimento do estado do local. Isso é importante para que a adm possa ter dimensão adequada até mesmo para calcular o valor dá indenização. A partir do momento do decreto o administrado não pode se opor aos agentes entrando no imóvel, mas isso não quer dizer que a adm vai chegar derrubando a porta, o imóvel ainda é particular e têm que usar a cordialidade para pedir com licença, agendar uma data para adentrar o imóvel para fazer a vistoria dá indenização… Mas isso não quer dizer que o particular pode se negar, se a adm constanta que ele está tentando impedir ela pode requisitar a força policial para garantir a possibilidade de adentrar no imóvel. 
Perceba que essa avaliação do valor vai levar em conta às benfeitorias, se é um restaurante por exemplo a adm paga o valor do terreno + valor dá construção + valor por ser um ponto comercial (no caso do restaurante). 
2. ETAPA EXECUTIVA
Aqui, a adm sabe que precisa indenizar o administrado e diante disso existem duas possibilidades que se apresentam para o administrado e para a adm:
· DESAPROPRIAÇÃO AMIGÁVEL: A adm e o administrado conseguem chegar a um consenso quando o valor a ser indenizado. 
· DESAPROPRIAÇÃO LITIGIOSA: A adm e administrado não chegam a acordo sobre o quantum. 
Em ambas não existe a possibilidade dá desapropriação não acontecer, quando a adm decide desapropriar não há o que fazersobre. 
O início dessa fase devem acontecer até 5 anos depois daquele decreto do necessidade. 
Art. 10 DEL 3365. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. 	 (Vide Decreto-lei nº 9.282, de 1946) 
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. 
NO CASO DA DESAPROPRIAÇÃO AMIGÁVEL, como foi possível chegar a um acordo, fica tudo mais fácil, a adm e o administrado vão celebrar uma ESCRITURA PÚBLICA DE DESAPROPRIAÇÃO no TABELIONATO DE NOTAS, e vai indicar qual o imóvel, qual o valor dá desapropriação, que o valor já foi pago e esse doc vai ser dotado de fé pública e eficácia para que va pro cartório onde o imóvel têm matricula e se altere a titularidade para a administração pública.
NO CASO DÁ LITIGIOSA, vai ser preciso ajuizar uma ação de desapropriação que têm um rito especial e no final dá ação é proferida a sentença e essa sentença vai ter na prática o mesmo papel dá escritura, vai servir para levar no cartório de registro de imóvel para mudar a titularidade do imóvel. 
NOTIFICAÇÃO DO ADMINISTRADO SOBRE A DESAPROPRIAÇÃO:
Art. 10-A. O poder público deverá notificar o proprietário e apresentar-lhe oferta de indenização. 
§ 1º A notificação de que trata o caput deste artigo conterá: 
I - cópia do ato de declaração de utilidade pública; 
II - planta ou descrição dos bens e suas confrontações; 
III - valor da oferta
IV - informação de que o prazo para aceitar ou rejeitar a oferta é de 15 (quinze) dias e de que o silêncio será considerado rejeição; 
V - (VETADO)
§ 2º Aceita a oferta e realizado o pagamento, será lavrado acordo, o qual será título hábil para a transcrição no registro de imóveis. 
§ 3º Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo sem manifestação, o poder público procederá na forma dos arts. 11 e seguintes deste Decreto-Lei.
O ESTADO TÊM SEMPRE QUE PAGAR PRIMEIRO!!!!
Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via arbitral, o particular indicará um dos órgãos ou instituições especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão responsável pela desapropriação. 
§ 1º A mediação seguirá as normas da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, e, subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável. 
§ 2º Poderá ser eleita câmara de mediação criada pelo poder público, nos termos do art. 32 da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. 
§ 3º (VETADO). 
§ 4º A arbitragem seguirá as normas da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, e, subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável. 
OBS: A adm e o particular podem optar por um mediador para ajudar a chegar ao valor, ou um árbitro e nesse caso o particular vai indicar um órgão/instituição para que possa atuar. 
Perceba que o poder judiciário vai poder rever os atos dá adm pública, é importante para o adm que o juiz possa rever o ato e interferir no valor, ainda que seja teoricamente de competência natural dá adm pública, porque se isso não fosse possível seria muito injusto pro administrado que não poderia nem contestar o valor dá desapropriação, mas às partes vão convencer o juiz de qual o valor do imóvel, tentado aproximar o valor real do imóvel, até porque a própria CF traz a expressão de uma indenização JUSTA e não discricionária dá administração pública. 
A ação vai ser proposta pelo estado justamente quando não for possível chegar a um acordo para realizar a desapropriação.
Para tentar evitar uma desapropriação por meio de ação ordinária ou mandado de segurança. 
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO: DECRETO LEI 3365/41
Art. 11. A ação, quando a União for autora, será proposta no Distrito Federal ou no foro da Capital do Estado onde for domiciliado o réu, perante o juizo privativo, se houver; sendo outro o autor, no foro da situação dos bens.
Art. 12. Somente os juizes que tiverem garantia de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos poderão conhecer dos processos de desapropriação.
Essa ação visa discutir o preço dá desapropriação e NÃO se ela vai ou não acontecer, até porquê, isso está fora dá capacidade dá ação, é a administração pública quem decide se devem haver ou não desapropriação. 
OBS: Falou preço aqui mas o nome TÉCNICO é INDENIZAÇÃO. 
Art. 13. A petição inicial, alem dos requisitos previstos no Código de Processo Civil, conterá a oferta do preço e será instruida com um exemplar do contrato, ou do jornal oficial que houver publicado o decreto de desapropriação, ou cópia autenticada dos mesmos, e a planta ou descrição dos bens e suas confrontações.
Parágrafo único. Sendo o valor da causa igual ou inferior a dois contos de réis (2:000$0), dispensam-se os autos suplementares.
1. O autor (Estado) tenta defender um patamar x de infenização 
2. O réu (administrado) tenta defender uma indenização y, normlamente o réu quer sempre aumentar a indenização a receber. 
Art. 14. Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito de sua livre escolha, sempre que possivel, técnico, para proceder à avaliação dos bens.
Parágrafo único. O autor e o réu poderão indicar assistente técnico do perito.
3. Às partes ou o juiz podem requerer o perito para avaliar o imóvel. 
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imití-lo provisoriamente na posse dos bens; 
4. IMISSÃO PROVISÓRIA DÁ POSSE (antecipação dos efeitos dá tutela liminar): A CF diz que o Estado só vai desapropriar DEPOIS que o Estado pagar, e assim a ação, a desapropriação se prolonga no tempo (enquanto durar a ação) e isso pode ser eventualmente danoso aos planos dá administração. O Estado pode alegar que ele têm urgência em ter a posse do bem que quer desapropriar, assim, ele requer ao juiz a imissão provisória, ou seja,que o estado tome posse provisoriamente do bem que ele quer desapropriar , mas para isso o estado precisa depositar em juízo um valor para que o proprietário dá coisa possa ser indenizado parcialmente sobre a perda da posse do bem, e essa indenização NÃO É a indenização completa dá desapropriação, até porquê esse valor só vai ser firmado no fim do processo judicial. 
OBS: normalmente estes valores pagos não são valores altos, mas se acontecer do Estado pagar mais do que o valor fixado no fim dá ação judicial, o administrado teria que devolver para não incorrer em enriquecimento ilícito. 
Art 15 § 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito: 	 
a) do preço oferecido, se êste fôr superior a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao impôsto predial; 	
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao impôsto predial e sendo menor o preço oferecido; 	
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do impôsto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior; 	
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel. 
5. Marcus seixas acha isso aqui bizarro… A imissão provisória pode ocorrer antes dá citação. O administrado sabe que o Estado quer desapropriar mas não chegaram ainda em um acordo, o administrado acaba sendo pego de surpresa. E perceba que esse valor dos 20 valores locativos muitas vezes é insuficiente para que o administrado consiga outro lugar para viver, até porque a ação pode durar anos. 
§ 2º A alegação de urgência,que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. 
6. Se a administração na inicial dá ação alega urgência, ele têm 120 dias para comprovar urgência e pagamento, se não o faz decai o direito. 
Art. 15A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos. 
7. Esse artigo é inserido para corrigir a distensão do tempo para que se fixe um valor justo, pois essa ações podem durar anos. 
OBS: O STF fixou um entendimento de que a diferença entre o valor dá sentença e o valor dá imissão provisória não vai ser pago imediatamente a vista e sim em regime de precatórios (pagamentos que o Estado faz no cumprimento de ações judiciais - diferentemente do que acontece com os civis, o estado quando é condenado a pagar um valor ele não paga isso imediatamente tirando dinheiro do tesouro nacional, e sim por meio dos precatórios, todo ano a Lei Orçamentária reserva um valor para o pagamento de precatórios. Quando o juiz ve que a decisão transitou em julgado ele coloca o valor na fila de pagamento dos precatórios). O que é muito injusto, já que a CF dizia que o pagamento deveria ser pago de uma vez só, mas enfim o STF entendeu assim. 
Art. 16. A citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido dispensa a dá mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos demais, quando o bem pertencer a sociedade; a do administrador da coisa no caso de condomínio, exceto o de edificio de apartamento constituindo cada um propriedade autonôma, a dos demais condôminos e a do inventariante, e, se não houver, a do cônjuge, herdeiro, ou legatário, detentor da herança, a dos demais interessados, quando o bem pertencer a espólio.
Parágrafo único. Quando não encontrar o citando, mas ciente de que se encontra no território da jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado marcará desde logo hora certa para a citação, ao fim de 48 horas, independentemente de nova diligência ou despacho.
8. Isso aqui devem ser interpretado a luz do nosso tempo… basicamente é que a citação de um cônjuge, seja lá de qual sexo for, dispensa a do outro. 
9. Todo tipo de prova pode ser produzida nessa ação. 
10. Há limitação cognitiva nessa ação: SÓ SE DISCUTE O VALOR DÁ INDENIZAÇÃO E NÃO SE HAVERÁ OU NÃO DESAPROPRIAÇÃO!!!!!
Art. 32. O pagamento do preço será prévio e em dinheiro. 	 
§ 1o As dívidas fiscais serão deduzidas dos valores depositados, quando inscritas e ajuizadas.
11. A administração pública pode compensar dívidas fiscais do particular do valor dá indenização. Marcus entende isso como muito injusto...
Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença, à disposição do juiz da causa, é considerado pagamento prévio da indenização.
§ 1º O depósito far-se-á no Banco do Brasil ou, onde este não tiver agência, em estabelecimento bancário acreditado, a critério do juiz. 	
§ 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito para o fim previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido no art. 34. 
12. O desapropriado só pode levantar 80% do valor depositado para a imissão provisória dá posse. Mas há a possibilidade dele levantar 100%, mas só se ele concordasse com o valor dá imissão provisória. Há ainda a possibilidade de impugnar o valor dá emissão provisória para se rediscutir o valor o que impede que o juiz emita o mandado de imissão provisória. Parece até uma chantagem, se você se insurgir você não pode levantar 100% do valor. 
DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA SANCIONATÓRIA 
Essa desapropriação NÃO acontece por necessidade pública, ou seja, não têm planejamento administrativo por parte da administração, ela não ve naquele imóvel que está sendo desapropriado sanciona toriamente uma necessidade para fins de eventual interesse social. O que a administração ve no imóvel é a ocorrência de um ilícito administrativo, e essa é uma das respostas como consequências jurídicas ao autor do ilícito dá FUNÇÃO SOCIAL URBANA DAQUELE IMOVEL. 
Ou seja, essa desapropriação só atinge bens IMÓVEIS. 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA: Art 182 e 183
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Ou seja um bem que viole essa função social dá cidade, ela sofrerá consequências jurídicas entre elas poderá vir a ser a desapropriação urbana sancionatória. 
PLANO DIRETOR: §1º 
Ele deve delimitar quais são às regras de ocupação e utilização racional do espaço dá cidade. O plano pode delimitar áreas de expansão, áreas que não podem realizar novas construções, sugerir obras de infraestrutura a serem realizar… documento muito completo, repleto de interesses políticos na medida que trata dá ordenação dá ciedade, estabelecido limites de ocupação dá cidade no presente e colocando metas e objetivos pro futuro. Logo, os imóveis que estão em desconformidade com esse plano poderão sofrer consequências juridicas. 
O plano pode criar regras a bairros especificos mas ele não precisa se ater a bairros, pode se referir a regiões… cidades como Salvador têm bairros diferenciados juridicamente, assim como regiões e sub regiões...
SANÇÕES PREVISTAS PARA O DESCOMPASSO COM O PLANO DIRETOR: 
Art 182 § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
O plano diretor nunca vai permitir a subutilização de imóveis. Exemplo: pense na Tancredo Neves, um dos centros empresariais da cidade, tinham ali ainda espaços subutilizados, havia uma discussão se eles estariam em conformidade com a função social. Perceba que o §4º coloca em sanções em sequências, o inciso III é o mais gravoso e deve primeiro ter a providência do inciso I, depois o II e depois o III, e no momento que o proprietário começa a entrar em conformidade com a função social em razão dá aplicação dá sanção, não há porque seguir com às sanções. 
ESSA DESAPROPRIAÇÃO É FEITA EXCLUSIVAMENTE PELO MUNICÍPIO. 
ESTATUTO DAS CIDADES
O ART 182 É REGULAMENTADO PELA LEI 10.257 (ESTATUTO DAS CIDADES)
Essa é uma lei NACIONAL, e não uma lei federal em sentido estrito (às federais regulamentada temas no âmbito dá união, já às nacionais são passadas pelo congresso mas não toca de assuntos relativos a união, e sim assuntos gerais/destinados a todo o brasil e não ao governo federal especificamente). Essa lei se aplica a todos os municípios do Brasil. 
Essa lei regulamentada por exemplo quais os limites dá cobrança progressiva do IPTU. Mas ela trata bastante sobre direito tributário,por isso ela é aprofundado no tema extrafiscalidade em direito tributário. 
Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
§ 1o Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo Senado Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.
§ 2o O valor real da indenização:
I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação de que trata o § 2o do art. 5o desta Lei;
II – não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.
§ 3o Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para pagamento de tributos.
§ 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público.
§ 5o O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatório.
§ 6o Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos termos do § 5o as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas no art. 5o desta Lei.
O art 5º XXIV dá CF já traz a exceção dá própria CF que diz que às desapropriações serão pagas previamente e em dinheiro. A SANCIONATÓRIO NÃO SERÁ ASSIM!!! (O §3º DO 182 FALA DAS GERAIS!!!)
Art 5º XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
DESAPROPRIAÇÃO AGRÁRIA: Art 184 CF/88
Perceba que às desapropriações por interesse social poderiam ser feitos por qualquer ente, a sancionatório só pelos municípios e às com fins de reforma agrária só pode ser feita pela União. 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
TÍTULOS DA DÍVIDA AGRÁRIA ≠ TÍTULOS DÁ DÍVIDA PÚBLICA 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL: Art 186 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Essa desapropriação também têm um conteúdo sancionatório, afinal, será desapropriado o que não segue a função social dá propriedade rural. 
PROTEÇÕES DA DESAPROPRIAÇÃO RURAL:
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Fica protegida a pequena e a média propriedade rural desde que seja a única de seu proprietário e a produtiva ainda que não pequena e média. 
ESTATUTO DA TERRA
ESSA DESAPROPRIAÇÃO TAMBÉM ESTÁ REGULADA PELO ESTATUTO DÁ TERRA: LEI 4504. 
Ela traz requisitos e procedimentos legais sobre essa desapropriação. 
EXPROPRIAÇÃO: ART 243/CF
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.
É uma sanção ao proprietário do bem, aqui não há indenização. Por isso, parte dá doutrina entende que a expropriação não é uma desapropriação, pois não há indenização, mas há também quem acredite que seja um tipo independente dá indenização. 
NÃO É TRABALHO ESCRAVO REAL, NÃO TERIA COMO, E SIM TRABALHO ANALOGO A ESCRAVIDÃO. 
Obviamente seriam programas de habitação a áreas urbanas e reforma agrária em áreas rurais. 
Não apenas o imóvel onde funcionava aquela propriedade que tinha trabalho análogo à escravidao/culturas ilegais, será desapropriado o imóvel e todos os bens de valor econômico dentro do imóvel que estivesse relacionado a ilegalidade, ele será leiloado e revertido a destinação específica. 
Perceba que às sancionatórias e às agrárias são ambas em razões de ilícitos mas TÊM INDENIZAÇÃO, o que não é o caso dá expropriação. 
OBS: Se a pessoa têm uma muda de maconha e usa aquilo para uma tratamento medicinal, autorizado judicialmente, seria uma cultura legal e não levaria a expropriação. A CF não especifica se é para consumo próprio ou para tráfico, mas o parágrafo único que fala do confisco é do tráfico especificamente. 
BENS PÚBLICOS 
CONCEITOS
Os bens públicos se referem em um sentido amplo é todo bem que está no espaço territorial do Estado e estariam suscetíveis a sua intervenção. Mas de uma maneira mais restrita, estes bens são os privativos dá Administração Pública, não são bens sem dono e nem dá coletividade, são de propriedade privativa dá administração pública, logo estão sujeitos a um regime especial de direito público. Nesse conjunto também está incluso bens que são de utilização indireta da coletividade mas são propriedade do Estado. 
O art 98 do CC diz: 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
MAS E ÀS EMPRESAS ESTATAIS (sociedades de economia mista e empresas públicas) TÊM BENS PÚBLICOS? Veremos mais a frente.
REGIME JURÍDICO:
Não é o mesmo do regime privado. 
CARACTERÍSTICAS
· Bens públicos estão sujeitos a uma alienabilidade condicionada. 
De uma maneira geral, os bens públicos estão fora do comércio. A não ser que sejam atendidas às condições:
1. O bem é desafetado de uma finalidade específica. 
2. Autorização legislativa (bens imóveis) ou processo administrativo onde a autoridade máximo do orgao/entidade detentora do bem autorize (bens móveis). 
3. Avaliação prévia dá coisa. 
4. Procedimento licitatório se for bem imóvel ou leilão se bem móvel. OBS: Art 17 dá lei de licitaçoes traz algumas hipóteses de dispensa de licitações. 
· Inalienabilidade
Os bens públicos não podem ser penhorados para satisfazer o crédito de um credor dá administração pública. Isso se dá pois a CF já prevê um procedimento especial para satisfazer às execuções contra a fazenda pública (precatórios - art 100 dá CF). 
· Imprescritibilidade
Essa prescrição é aquisitiva, também chamada de usucapião. Os bens públicos não podem ser adquiridos por meio de usucapião. 
· Não onerabilidade
Bens públicos não podem ser dados em garantias das dívidas da administração pública. Isso deriva da inalienabilidade. 
CLASSIFICAÇÃO DO MODO DE USO: Art 99 do CC
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os deuso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
· BENS AFETADOS A UM USO ESPECIAL
Afetados a uma finalidade específica, logo, estão destinadas a um uso do Estado, na execução das atividades administrativas, é ela mesma quem se beneficia da utilização daquele bem de forma privativa, e claro que a população acaba indiretamente sendo beneficiada. Exemplo: uma escola, o imóvel de uma escola é utilizada pela administração para promoção dos serviços de educação, assim como um hospital público e até mesmo o fórum. 
· BENS SUJEITOS A UM USO COMUM DO POVO
Esse bens também são afetados a uma finalidade mas ela NÃO É ESPECÍFICA, é genérica, a um uso comum do povo. Trata-se de bens que formalmente pertencem ao estado mas o uso destes bens se dá diretamente pelo povo. Exemplo: praças, ruas, praias.. Não há finalidade específica para o uso do bem e o povo usufrui diretamente.
Isso não quer dizer que o Estado não pode por regras a esse usufruto, e até mesmo cobrar uma taxa para viabilizar a utilização deste bem em razão de alguma motivação administrativa, é o que acontece por exemplo na cobrança dá Zona Azul de estacionamentos.
Art. 103 CC. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
O Estado pode transformar a natureza jurídica do bem como lhe for melhor.
· BENS QUE SE ENQUADRAM COMO BENS DOMINICAIS
Bens que integram o patrimônio disponível do poder público. Aqui o Estado exerce seu domínio como se particular fosse, eles não possuem destinação pública e nem uma afetação por uma finalidade específica/uso comum do povo. Como são bens desafetados eles podem ser dispostos de forma mais ampla do que com às outras categorias. São estes bens que são suscetíveis de serem alienados. 
NATUREZA JURÍDICA DÁ AFETAÇÃO DOS BENS
As mudanças de status de um bem depende da ocorrência dá desafetação. A doutrina de um modo geral discute qual a natureza jurídica dessas afetações, seriam elas atos administrativos? Se sim, fica muito fácil entender como deve ser praticados (ATOS JURÍDICOS ADMINISTRATIVOS):
1. A adm afetar/desafetar os bens por meio de ato, a autoridade máxima do órgão/entidade responsável por aquele bem público deverá realizar um ato declarando a afetação ou desafetação daquele bem público. 
Mas há na doutrina um entendimento que às afetações/desafetações poderiam também ser enquadradas como FATOS administrativos, onde a vontade é irrelevante, a mera constatação da mudança fática de estado do bem público permitiria essa mudança dá NJ do bem, ou seja, ainda que o administrador não declarasse, a simples constatação fática já produziria efeitos jurídicos. 
Do ponto de visto dá segurança é sempre melhor por meio de ato, e assim é maioria dá doutrina. 
A QUEM PERTENCE OS BENS PÚBLICOS
A CF já se preocupou com isso para alguns bens especificos:
Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Sobre os Estados também diz a CF:
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
O DF também está incluso no artigo 26, considerado um estado por equiparação no que se refere aos bens do artigo 26. 
Os municípios não são abordados pel CF, eles têm potenciais bens públicos previstos na sua Lei Orgânica. 
Tanto o município, quando o DF e a União, se têm como bens públicos aqueles que venham a ser adquiridos por cada ente, os que já eram de cada ente desde antes dá CF… Tudo isso incorpora ao patrimônio público seus bens.
OBS: Art 242 §2º CF
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos.
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
Esse colégio é muito tradicional, anterior a república inclusive, ele é uma autarquia, têm PJ própria mas está no âmbito federal.
TERRENOS DE MARINHA
São terrenos que têm regime jurídico semelhante a da enfiteuse (era uma espécie de relação contratual muito usada nos séculos passados, por meio dela o enfiteuta poderia disponibilizar/abrir mão do domínio útil sobre uma propriedade sua que poderia ser loteada para várias outras pessoas, e essa pessoas passariam a ter domínio sobre estes imóveis. Isso era vantajoso para o enfiteuta porquê ele (I) tinha direito a o foro - pagamento anual de quem alienou a região da enfiteuse - e o (II) pagamento do laudenia - percentual dá operação de transação inter vivos de quem comprou a área e quer repassar agora - ) . Mas enfim, o CC acabou com isso e preservou às enfiteuses anteriores a entrada em vigor do CC. 
Fato é que aqui em Salvador mesmo tem várias, na região perto do circuito do campo grande para com o mosteiro de são bento, que no período colonial era proprietário daquelas terras ai.
ENFIM VOLTANDO AOS TERRENOS DE MARINHA: Eles são muito semelhantes a enfiteuse = são uma área costeira, em todo o litoral do território nacional, a faixa costeira tem 33 metros e pertence a marinha. Estes 33 metros são contados do mar em direção ao continente e tudo que está nele são terrenos de marinha. OBS: NÃO É CONTADO DE ONDE ESTÁ O MAR HOJE!! É DÁ PREAMAR MÉDIA DE 1831, POSIÇÃO QUE O MAR OCUPAVA NA ÉPOCA. Os foros laudenhos deve ser pagos a SPU - Secretaria de Patrimônio dá União.
USO PRIVATIVO DE BEM PÚBLICO 
INTRODUÇÃO 
· POR INTERESSE DO PARTICULAR
Pode ser que o particular pretenda usar o bem público sem que a administração tenha interesse direto nessa utilização pelo particular. 
· INTERESSE PÚBLICO + PRIVADO 
Também há interesse da administração de fomentar. 
Todas as categorias de bens públicos são passíveis. 
1. Uso de bem comum do povo: quando o dono de restaurantescolocam às mesas e cadeiras na calçada. 
2. Bens de uso especial: estrutura pública que particulares exploram de forma exclusiva e privativa. Exemplo: boxes das ceasinha. 
3. Bens dominicais: imóvel público desativado, sem finalidade pública nenhuma e a adm autoriza que o particular possa se utilizar daquele imóvel. 
Existem várias formas de utilização de bens públicos (autorizações, permissões..) e elas só se aplicam a bens públicos, portanto sociedades de economias mista e empresas públicas possuem patrimônio que se configura como bens público e outros que não. Quando essas empresas se utilizam de parte do seu patrimônio que não é bem público para autorizar que o particular o utilize, ele devem utilizar instrumentos privados para formalizar esse uso. 
CARACTERÍSTICAS DO USO PRIVATIVO
Todas às modalidades de utilização envolvem três características de modo geral (podem ter exceções):
1. Privatividade: (((óbvio???))) aquele particular/empresa está sendo atribuído o poder/privilégio de utilizar aquele bem público sem a interferência/participação de qualquer outro terceiro. 
2. Instrumentalidade formal: elaboração de um documento que formaliza às condições do uso daquele bem enquanto durar essa utilização. 
3. Precariedade: A qualquer momento, sobrevindo um interesse público, essa autorização para o uso poderá ser revogada, e de maneira geral não há direito a indenização por isso. 
OBS: O uso por particular não desnatura a figura do bem ser público. Sendo um bem público ele continua sujeito a não ser tributado por exemplo, em razão da imunidade recíproca de impostos dos entes federais (bens do municípios não pagam tributos municipais por exemplo). 
O STF no RE 451152 (Relator Gilmar Mendes) + RE 252472 (Relator Joaquim Barbosa) se manifesta no sentido que a imunidade tributária poderia desaparecer se houvesse exploração econômica do bem público. 
MODALIDADES DE UTILIZAÇÃO PRIVATIVA DE BEM PÚBLICO 
AUTORIZAÇÃO DE USO DE BEM PÚBLICO 
A autorização é utilizada no mais das vezes quando determinado indivíduo utilizar o bem de modo privativo atendendo ao seu próprio interesse. Esse ato é unilateral e discricionário da administração, onde ela autoriza que o particular utilize por interesse dele. A adm só precisa avaliar se a utilização do particular vai ser INCOMPATÍVEL com o interesse público e ela pode revogar. 
Em regra às autorizações são conferidas por prazo indeterminado e por isso o Estado pode revogar a qualquer tempo a autorização sem ter qualquer expectativa frustrada do particular que poderia acabar levando a uma indenização. Mas se a autorização têm prazo certo, e a adm revoga antes disso pode ser que ela tenha que pagar a indenização por perdas e danos (EXCEÇÃO A PRECARIEDADE - NÃO É QUE O ESTADO NÃO PODE REVOGAR, SEMPRE PODERÁ, MAS EXCEÇÃO QUANTO AO PONTO DE NÃO INDENIZAR). Exemplo: o estado autoriza o uso de uma praça para um show por 10 dias, e ai faltando 1 dia pro espetáculo o particular é notificado que o estado vai revogar, isso frustra todos os esforços do particular que arrumou estrutura, contratou cantores… sua boa fé foi violada e nesse caso o Estado pode se ver obrigado a indenizar. 
Exemplo2: Fechamento de rua para realização de festa comunitária. Utilizar imóvel público como estacionamento. 
PERMISSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO
Ato também unilateral e discricionário dá adm, onde ela consente que o particular utiliza o bem público atendendo interesses privados E PÚBLICOS. Em regra também indeterminado mas pode também ser determinado e se for esse o caso a revogação antecipada também pode geral o dever de indenizar se há prejuízo. Exemplo: bancas de jornal, que normalmente são utilizadas por particulares e para a maior parte dá doutrina entende que há o interesse público que o serviço de informação seja prestado. Exemplo2: Lanchonetes privadas dentro de faculdades públicas = há interesse do particular em explorar mas há também dá faculdade de dar essa conveniência aos estudantes. 
PERCEBA QUE NA PERMISSÃO E NA AUTORIZAÇÃO A INDENIZAÇÃO TEM QUE SER DEMONSTRADA/JUSTIFICADA QUE HOUVE PREJUÍZO. 
É possível que mais de um administrado deseje explorar a permissão de uso de bem público. Exemplo: se a ufba que abrir um restaurante no instituto de física, pode ser que mais de um empresário têm interesse em abrir esse restaurante, então como a adm poderia escolher? será que isso será compatível com o princípio dá impessoalidade? parece que não, em razão disso, no caso das permissões ou até nas autorização(menos comum) devem ser realizadas licitações para assegurar a impessoalidade na escolha do administrado que irá explorar aquele espaço. 
OBS - INEXIGIBILIDADE DÁ LICITAÇÃO: O espaço público que fica em frente a um bar e o dono quer botar suas mesas ali, não teria sentido fazer uma licitação, se o espaço tá na frente daquele bar não é como se tivesse sentido vir outro bar e ocupar. Vai se configurar como permissão se tiver interesse público, se for interesse meramente do particular seria autorização. 
CONCESSÕES DE USO DE BEM PÚBLICO 
NOS DEMAIS MODELOS SÃO ATOS UNILATERAIS, AQUI HÁ UM NJ ADMINISTRATIVO BILATERAL! NJ entre a adm e o particular por meio dá qual o particular pode ter a sua RJ formalizada por meio deste contrato de concessão. 
Não há predeterminação ao que se refere em qual seria o maior ou menor interesse envolvido. Não importa se o interesse maior é do estado ou do particular ou igualmente de ambos, é irrelevante para a escolha dá concessão como instrumento. 
A precariedade praticamente desaparece na concessão. Há uma minoria que entende que o particular sempre poderá ser/ estar sujeito a um ato de império do Estado de revogar unilateralmente o contrato de concessão, pois sendo bem public - como nunca deixará de ser - o Estado sempre poderá se apossar dá coisa nem que para isso ele precise rescindir o contrato de concessão. De certa forma existiria essa precariedade mas ela é bem diferente dá presente nas outras figuras. 
Essa concessão normalmente têm muito valor econômico, o concessionário fica responsável por vários dispêndios, encargos… por isso ele precisa de maior estabilidade na utilização daquele bem. Exemplo: há um imóvel público abandonado mas o Estado quer recuperar aquele bem mas ele não têm recursos para conservar aquele bem, então ele celebra um contrato de concessão onde o particular se compromete a aplicar recursos próprios para renovar e conservar o bem e em contrapartida ao investimento do particular, ele vai poder explorar aquele imóvel como um museu, com um tempo mínimo de utilização que normalmente são de anos e depois deste tempo ele é devolvido ao estado. 
Essa concessão pode ser gratuita ou onerosa - o particular pagar para usar o imovel -. 
Pode ser que hajam vários interessados e então haverá uma licitação, mas podem haver situações que a licitação não seja necessária, depende do caso concreto. 
O ESTADO PODE DISPOR DÁ PRECARIEDADE DO CONTRATO? Poder ele pode, mas a precariedade já não é um elemento característico pois para que os particulares se sintam interessados de serem concessionários daquele bem e concordem a assumir às obrigações que e normalmente eles não estão interessados em precariedade, se precisa de estabilidade pois os gastos são muito altos. 
OBS: Aeroportos há uma concessão de uso do bem/serviço público. 
BENS DE EMPRESAS ESTATAIS/DE ECONOMIA MISTA. 
Às empresas estatais/públicas/de economia mista, existe uma discussão em torno se o seu patrimônio se enquadram como bens públicos e isso é muito importante para se dizer se os bens de empresas estatais são penhoráveis ou não para satisfazer os credores dessas empresas. 
O STF NO RE 881665 diz que: Existem empresas estatais (economia mista ou públicas) que atuam em regime de concorrência no mercado em competição com empresas privadas, assim como há outras empresas estatais que prestam serviços públicos em favor do estado. Exemplo: Correios, são uma empresa pública e eles prestam um serviço público, logo os bens do correio são públicos pois se tratam de uma empresa que predominante presta

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