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ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Semiologia médica II ANATOMIA LIMITES ANATÔMICOS Superior: diafragma Inferior: rebordo costal Medial: apêndice xifoide Distal: linha axilar anterior Estende-se do hipocôndrio direito ao esquerdo. DIVISÕES Divisão anatômica clássica: lobo esquerdo e direito. Divisão anatômica segmentar: vários segmentos. VASCULARIZAÇÃO Fígado é o órgão que recebe seu oxigênio pelo sistema venoso. -> Veia porta. Tríade portal: vênula porta, arteríola hepática e ducto biliar. No centro do lóbulo: veia centrolobular FISIOLOGIA As toxinas passam pelas fenestras do sinusoide e, com isso, conseguem atingir os hepatócitos para serem metabolizadas. A bile passa por um túnel (canalículo biliar) que se localiza entre os hepatócitos. Por isso, não há o cruzamento da bile com o sangue. Função do fígado: Depuração de toxinas Produção de: hormônios, bile, albumina e fatores de coagulação ANAMNESE Atenção ao nível de consciência e orientação. Alteração do ciclo sono vigília. Avaliar os hábitos de vida do paciente: Álcool (dose e duração da ingesta etílica) OBS.: A ingestão de 40 a 80g de etanol/dia por 10 a 12 anos pode causar cirrose. Uso de drogas intravenosas Uso de medicamentos QUEIXA PRINCIPAL Icterícia Coloração amarelada na pele e mucosas por excesso de bilirrubina no sangue (2mg/dl). Examinar na esclera (cuidado com tabagistas e negros), pele (cuidado com betacarotemia) e no freio da língua. Reconhecimento de abuso ou dependência de etanol C (Cut down) - alguma vez já sentiu que deveria diminuir o consumo de álcool? A (Annoyed) - as pessoas o aborrecem porque criticam seu modo de beber? G (Guilty) - sente culpa pela maneira que costuma beber? E (Eye opener) - costuma beber pela manhã para diminuir o nervosismo ou a ressaca? A confirmação de 2 das 4 perguntas caracteriza um alcoolista exagerado. ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Semiologia médica II OBS.: Icterícia flavínica - tom de pele amarelo, fala a favor de hepatite. Icterícia verdínica - tom de pele puxando para o verde, tumor na cabeça do pâncreas (periampulares). Icterícia rubínica - tom de pele puxando para o vermelho. Leptospirose. Colúria Coloração amarronzada da urina que ocorre pelo acúmulo da bile no fígado e quando vai para o sangue acaba sendo levado para os rins. Acolia fecal Fezes esbranquiçadas que ocorrem devido a obstrução da via biliar. Prurido Perda de peso Pela falta de produção de albumina, prejudicando na produção de musculatura. Sinais neuropsiquiátricos EXAME FÍSICO INSPEÇÃO Eritema palmar Aranhas vasculares Rarefação de pelos Ginecomastia Atrofia testicular Acolia fecal Encefalopatia Coagulopatia Hipoalbuminemia Ascite Varizes Esplenomegalia Circulação colateral Encefalopatia OBS.: Na cirrose há insuficiência hepática e hipertensão porta. O problema ocorre primeiro no espaço de Disse (espaço entre os capilares sinusóides), em que há uma desorganização do parênquima do fígado, com pontos de fibrose no sinusoide. HIPERTENSÃO PORTAL Aumento anormal da pressão sanguínea na veia porta produzida por qualquer obstáculo ao livre fluxo do sangue pelo sistema porta. Achados clínicos: Varizes de esôfago, esplenomegalia, varizes retais, cabeça de medusa, Cruveilhier-Baumgarten, encefalopatia (não está filtrando, passando direto pelo fígado) e ascite. CIRROSE ALCOÓLICA É comum visualizar os seguintes achados: entumescimento das parótidas, contratura palmar, neuropatia e pancreatite crônica. AUSCULTA Fazer antes da palpação! Podem ser ouvidos sopros suaves no câncer primitivo e na hepatite alcoólica. PERCUSSÃO Melhor maneira para a verificação do tamanho do fígado. IMPORTANTE PARA A PROVA!!! Quando se percute o fígado, encontra-se um som maciço. Iniciar a percussão na cicatriz umbilical até o rebordo costal (mede cerca de 6 a 12cm), e é nesse caminho que passa do som timpânico para o maciço (sinal de ter encontrado o limite inferior do fígado). Avaliar também abaixo do processo xifoide (4 a 8cm). Em suma, a percussão é usada para fazer a hepatimetria (mensuração do tamanho do fígado, percussão do espaço de Traube, a fim de identificar visceromegalia) e para ver se o som é timpânico ou maciço, indicando que há massas sólidas anormais na cavidade abdominal. IMPORTANTE PARA PROVA ORAL: Sinal de torres-homem Sinal de abcesso hepático. Percussão intensamente dolorosa e localizada. Insuficiência hepática Hipertensão porta Varizes esofágicas Esplenomegalia Varizes retais Cabeça de medusa ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Semiologia médica II PALPAÇÃO O que procurar? 1. Borda Normal: fina Romba: aumento do tamanho 2. Superfície Normal: regular (lisa) Irregular (nodular) 3. Sensibilidade Normal: indolor 4. Consistência Normal: elástica Firme Diminuída 5. Refluxo hepatojugular: Sinal de insuficiência ventricular direita. Técnicas: Mathieu Cardarelli Mãos em garra palpam desde a fossa ilíaca até o fígado. A mão entra na expiração e palpa na inspiração. Lemos torres Mão esquerda na região lombar e a mão direita palpa com a borda do dedo indicador. A mão entra na expiração e palpa na inspiração. Rechaço Tentativa de palpar o fígado no paciente com ascite. ASCITE Por ascite entende-se como liquido na cavidade abdominal. A cirrose é a causa mais comum. Métodos: toque retal, macicez de decúbito, semicírculos de skoda e sinal de piparote. OBS.: Caso esteja com algum auxiliar, pedir para ele pôr a mão no centro do abdome, para a técnica ter mais efeito. ANATOMIA Tem localização retroperitoneal, intimamente associado à porção superior do tubo digestivo. Divide-se em cabeça, istmo, corpo e calda. ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Semiologia médica II Principal causa de pancreatite aguda: biliar. Principal local do Ca de pâncreas: cabeça. Clínica do Ca de pâncreas: sinal de courvisier-terrier: vesícula palpável e indolor. FISIOLOGIA FUNÇÃO EXÓCRINA Produz o "suco" pancreático -> para liberação o pâncreas contrai. Acidez e alimento provocam liberação duodenal de secretina e cck, promovendo a liberação pancreática de bicarbonato e pro-enzimas, respectivamente. Bicarbonato neutraliza a acidez liberada no estômago, mas que vai até o duodeno. As pro-enzimas auxiliam na digestão no duodeno. A enzima pancreática age melhor em lugares que não estão ácidos. FUNÇÃO ENDÓCRINA Secreção de hormônios. Ilhotas de Langherans: células alfa (glucagon), beta (insulina) e delta (somastatina - inibe secreção pancreática e vascularização esplênica) SINAIS E SINTOMAS Dor epigástrica e no hipocôndrio esquerdo. Eventualmente é retroesternal. Náuseas e vômitos Emagrecimento Icterícia Diarreia Esteatorreia Diabetes Hemorragias PANCREATITE AGUDA Etiologia: litíase biliar e álcool. Quadro clínico: dor contínua em barra, náuseas e vômitos, icterícia e sinais de Cullen (equimose no centro. Peri- umbilical) e Grey Turner (equimose nos flancos). Os sinais ocorrem por hemorragia retro peritoneal e indicam gravidade absurda. Diagnóstico: 2 ou 3 dos seguintes Dor abdominal fortemente sugestiva Aumento das enzimas maior ou igual a 3x o normal Exames de imagem característicos (TC ou USG da vesícula biliar). A pancreatite pode ser edematosa (captação homogênea) ou necrosante (captação heterogênea). PANCREATITE CRÔNICA Persistência e evolução daslesões, culminando com a insuficiência endócrina do órgão, mesmo que o agente etiológico tenha sido afastado. Calcificação do tecido pancreático. Etiologia: álcool. Quadro clínico: Dor na ingestão de alimento gorduroso por causa da calcificação (por conta da contração muscular do pâncreas para a liberação de suco pancreático), Esteatorreia Diabetes mellitus Dor abdominal Emagrecimento Icterícia (por causa da calcificação da cabeça do pâncreas). Diagnóstico: clínica e exames de imagem (se verificam vários pontos brancos, que são os pontos de calcificação). CÂNCER DE PÂNCREAS Adenocarcinoma (80-90%) Localização: cabeça do pâncreas (70%) Fator de risco: tabagismo Quadro clínico: Perda ponderal Icterícia verdínica, Dor abdominal, Sinal de courvoisier-terrier (vesícula palpável e indolor) Linfonodo supraclavicular esquerdo. Diagnóstico: clínica e TC. ANATOMIA ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Semiologia médica II COLELITIASE Pedra (cálculo) na vesícula biliar. Fatores de risco: acima de 50 anos, feminino, multípara e obesa. Os 4 F’s: forty, female, fertile and fat. Quadro clínico: assintomático, dor biliar: < 6h, náuseas e vômitos. Diagnóstico: USG Não há indicação de operação em assintomáticos. Somente se opera caso haja fatores de riscos que aumentem a chance de câncer: drenagem pancreatite anômala, pólipos, cálculo maior que 3cm e vesícula em porcelana. COLECISTITE Inflamação na vesícula biliar causada por obstrução na saída da vesícula. Quadro clínico: febre, dor biliar: >6h, náuseas e vômitos e sinal de Murphy (parada da inspiração durante a compressão do ponto cístico). Palpação da vesícula biliar: normalmente não é palpável. -> Manobra de Chiray- Pavel Importante para a prova oral!!! Palpação do ponto cístico Sinal de Murphy: parada da inspiração por dor, durante a compressão do ponto cístico. Diagnóstico: clínica + USG COLEDOCOLITÍASE Pedra no ducto colédoco. Quadro clínico: assintomático, cólica biliar, náuseas, vômitos, icterícia flutuante. Complicações: colangite e pancreatite aguda. Diagnóstico: clínica + CPRE COLANGITE Inflamação em toda a via biliar. Quadro clínico: Tríade de Charcot Febre, Icterícia Dor em hipocôndrio direito Causa colangite. Pode evoluir para pêntade de Reynold Pêntade de Reynold Redução do nível de consciência Redução da PA Causa uma colangite grave. Diagnóstico: clínica + USG, TC/RM. Tratamento: suporte e antibiótico + descompressão
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