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GASTROENTEROLOGIA Doença do esôfago Dividimos entre doenças que cursam com disfagia (acalasia) e doenças que cursam com pirose + regurgitação (DRGE). Atualmente, a dispepsia é a queixa que inicialmente é de dor e que não pode ser queixa de refluxo. Disfagia · Tipo transferência - problema no músculo esquelético · O paciente tem sintomas de engasgo · É causado por doenças musculares (polimiosite) e por doenças neurológicas (sequelas de AVE) · Tipo condução - problema na musculatura lisa · O paciente tem sintoma de entalo · É causado por distúrbios motores (destruição do plexo mioentérico ou funcionamento em excesso) e mecânicos (tumores) · Clínica · Disfagia - entalo · Regurgitação, halitose · Perda de peso · Abordagem inicial · EsofagoGRAFIA baritada · Causas · Obstrução mecânica - câncer de esofago · Distúrbio motor - acalasia (principal causa) e espasmo esofagiano difuso · Pirose (queimação retroesternal ascendente) + Regurgitação → quando o paciente tem esses sintomas, pensamos primeiramente em DRGE Doença do refluxo gastroesofágico Conceito · Alterações clínicas e endoscópicas decorrentes do refluxo · Relaxamentos transitórios frequentes do EEI, não associados à deglutição e prolongados (5-35s). · EEI hipotônico · Alterações na JEG (Hérnia de Hiato) Clínica · Pirose retroesternal ascendente · Regurgitação · Posso ter paciente com clínica, mas sem alterações endoscópicas · As alterações endoscópicas são complicações e estão presentes em 50% dos pacientes. Também posso ter pacientes com alterações endoscópicas sem clínica · Complicações → esofagite, úlcerosas, estenose péptica, esofago de Barret · Sintomas atípicos e extraesofágicos (não são obrigatórios) · Faringite, rouquidão, broncoespasmo · Tosse crônica, pneumonia Diagnóstico · Clínico → sintomas típicos · EDA → normal em 50% dos casos → Complicações · Pedimos para pacientes com >40 anos e com sinais de alarme (sintomas que o paciente está sendo consumido - perda de peso, anemia, hematêmese - obstrução) e sintomas refratários ao tratamento clínico. Sintomas de alarme · Ph metria de 24 horas → padrão ouro para confirmar o diagnóstico Tratamento · Medidas antirrefluxo · Elevação da cabeceira · ⇩ Peso, evitar alimentos que agravam a clínica · Fracionar a dieta, não deitar após as refeições · Farmacológico · Redução da acidez/ 8 semanas · IBP em dose plena · Omeprazol 20mg/ panto 40 mg/ esome 40mg/ lanso 30 mg · Recorrência → IBP sob demanda ou crônico · Sem melhora → IBP em dose dobrada (2x/dia) · Procinético, antiácidos → não tratam · Bloqueadores de H2 → menos eficazes · Cirurgia anti refluxo → Fundoplicatura VLP · Refratário · Uso crônico de IBP · Complicações (estenoses, úlceras) Quando o estômago se enche, o fundo gástrico que envolve o estômago pressiona o esfíncter esofagiano, resultando em uma maior pressão na junção que impede o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago. É possível realizar uma hiatoplastia para evitar que haja hérnias de hiato Esôfago de Barret Definição · Metaplasia intestinal: Escamoso estratificado → colunar intestinal · É uma lesão com risco de desenvolver adenocarcinoma · Melhora sintomática inicial Diagnóstico · EDA- pode ser sugestiva de Barret · Biopsia - confirmatoria - Metaplasia intestinal Tratamento · IBP + Vigilância EDA · Metaplasia · EDA 3 a 5 anos · Displasia de baixo grau · Ablação endoscópica · EDA 12 em 12 meses · Displasia de alto grau (CA in situ) · Ablação endoscópica · Esofagectomia · Adenocarcinoma invasivo Cancer de esofago · Temos dois tipos histológicos dependendo da localização: epidermoide (escamoso) e adenocarcinoma Epidermoide (Escamoso) · Terço medio do esofago (terço mais externo do esofago - ligado a fatores externos ) · Mais comum no BRA · Fatores de risco: · Etilismo (principal) · Tabagismo (principal) · Bebidas quentes · Alimentos defumados · Estenose caustica · Tilose palmar e plantar · Acalasia Adenocarcinoma · Terço distal · Mais comum nos EUA · Fator de risco · Barret · Tabagismo, obesidade (favorece o DRGE e o esofago de barret) Clínica · Disfagia de condução · Perda ponderal, halitose, rouquidão Diagnóstico · EsofagoGRAFIA baritada · EDA com biópsia para maiores de 40 anos, quando há sinais de alarme Estadiamento · TC de tórax e abdome para verificar a presença de metástase à distância · USG endoscópica → padrão ouro → importante para avaliar o T e o N (é possível fazer a punção dos linfonodos) Acima tumor abaulando a submucosa · PET scan · Cancer de esofago precoce → definido com base no T (invasão das camadas) → Acomete até a submucosa (T1 A ou B, Estágio I) Tratamento · Na ausência de metástase à distância = cirurgia → esofagectomia subtotal (deixamos o esofago proximal) · Se precoce até T1 A (até a mucosa) → mucosectomia EDA · Se T4B ou M1 → paliação (gastrostomia) Tratamento neoadjuvante · Estágio II ou III → radioquimioterapia neo → diminuição da lesão · Nunca fazemos radioterapia para órgãos dentro de envoltórios peritoneais, pois isso inflama o peritônio resultando em obstrução Acalasia · Destruição dos plexos mioentéricos · Hipertonia do EEI (P>35 mmhg) · Perda do relaxamento fisiológico do EEI · Peristalse anormal · Quando o alimento cai dentro do esofago, ele entala, resultando na disfagia Etiologia · Acalásia chagásica (acalasia secundária) · Acalasia idiopática (acalasia primária) - mais comum · Destruição do plexo de Auerbach Clínica · Disfagia de condução · Regurgitação - pneumonia por aspiração · Perda de peso (na acalasia, a perda de peso é mais gradual) · Diagnóstico diferencial → CA de esofago (perda de peso mais rápida), sintomas em meses. · Progressão de anos de duração Diagnóstico · EsofagoGRAFIA baritada · EDA → afastar CA, complicações · EsofagoMANOGRAFIA → padrão ouro · Contração simultânea e aperistalsicas Tratamento · Não há cura, mas há o alívio dos sintomas com o tratamento Grau I- O paciente tem efeitos colaterais com o uso de medicamentos. O botox é feito em 6 em 6 meses. Grau II - Um balão dilata o esfíncter, o que estira as fibras musculares. Grau III - A cardiomiotomia a heller é a melhor cirurgia, deve ser associado a uma fundoplicatura para evitar o refluxo. É o método mais duradouro. Grau IV - Esofagectomia - retirada do esofago Espasmo esofagiano difuso Contrações simultâneas do corpo do esofago Clínica · Quando benigno, sempre falar para o paciente que ele não está infartando · Disfagia · Cólica esofágica (precordialgia) - Diferencial com IAM Diagnóstico · EsofagoGRAFIA baritada - esofago em saca rolhas · EsofagoMANOMETRIA - contrações simultâneas Tratamento · Nitratos, Antag, CA · Miotomia longitudinal quando há muita clínica Divertículo de Zenker Definição Divertículo falso (apenas mucosa e submucosa) Perda da elasticidade e do tônus muscular - Comum em idosos Quadro clínico · Regurgitação + halitose + disfagia intermitente ⚠ · Complicações: pneumonia aspirativa e abscesso pulmonar ⚠ Diagnóstico Esofagografia baritada Endoscopia para investigação de neoplasias Tratamento Miotomia dos músculos cricofaríngeo e tireofaríngeo · ⚠ Se for um reparo aberto, a via de escolha é a cervicotomia esquerda < 2 cm: miotomia isolada do esfíncter esofágico superior (EES) > 2 cm: associar diverticulectomia ou diverticulopexia · Diverticulopexia isolada é preferível se houver maior risco de deiscência esofágica · Preferir técnica endoscópica, principalmente > 3 cm Anéis de Schatzki Definição Quadro clínico · Disfagia intermitente para sólidos · Grave ⚠ Afagia episódica Diagnóstico · Esofagograma · Endoscopia com biópsia para excluir neoplasia Tratamento Dilatação endoscópica por balão Doenças do estômago · Noções gerais · Produção de ácido no fundo gástrico onde há as células parietais (bomba de próton) · Vias que estimulam as células parietais: · No Antro: · células G produzem gastrina · células D produzem somatostatina que inibem a produção de gastrina· N. vago: a acetilcolina estimula a produção de ácido nas células parietais · Histamina: produzida pelas células enterocromafins like. Ex ranitidina · Proteção estomacal: · Barreira de mucosa gástrica - devido a ação de prostaglandinas: muco, bicarbonato (HCO3), fluxo sanguíneo, renovação celular Dispepsia · Conceito: Síndrome clínica em que o paciente apresenta sintomas relacionados à digestão · Suspeitar em caso de dor e/ou desconforto epigástrico OU plenitude pós-prandial OU saciedade precoce · Etiologias · Dispepsia funcional (maioria dos casos): · Diagnóstico de exclusão · Ausência de sinais de doença orgânica que expliquem os sintomas · Úlcera péptica: Lesão benigna ulcerada na mucosa gástrica ou duodenal → Erosão da camada de revestimento → Tenho que biopsiar · Síndrome de Zollinger-Ellison · Tumor produtor de gastrina: · Geralmente no duodeno ou pâncreas · Hipersecreção de ácido clorídrico → Predispõe a sintomas dispépticos e formação de múltiplas úlceras · Diagnóstico envolve mensuração da gastrina sérica e teste de estimulação de secretina · Tratamento: ressecção do tumor · Gastrites: A maioria das gastrites crônicas é assintomática → Fraca relação entre dispepsia e gastrite · Câncer de estômago: Causa importante de síndrome dispéptica · Abordagem sindrômica · Afastar a possibilidade de malignidade · ⚠ Investigar infecção ativa por H. pylori · Se for descartada a infecção ou erradicada a H. pylori e mantido os sintomas, temos o diagnóstico de dispepsia funcional · Afastar a possibilidade de malignidade · Presença de um ou mais dos critérios · Adultos > 40-45 anos · Paciente com refratariedade ao tratamento · Paciente que tem sinais de alarme · Na presença de algum dos critérios, solicitar EDA · ⚠ Investigar infecção ativa por H. pylori · Patogênese da infecção por H. pylori: Ação inibitória sobre as células D: Estímulo à secreção de gastrina e aumento de HCl → Queda do pH e erosão da mucosa gástrica e duodenal · Consequências da infecção: · Gastrite crônica assintomática (mais comum) · Pangastrite crônica: · Hipocloridria, gênese de úlceras gástricas tipo I e IV · Fator de risco para adenocarcinoma e linfoma MALT · Gastrite antral: Aumento de HCl e gênese das úlceras pépticas · Teste invasivo: EDA · Teste de sensibilidade · Pacientes refratários a, pelo menos, duas tentativas terapêuticas otimizadas · Identificar cepa e guiar o perfil de resistências a antimicrobianos · Análise histológica · Teste da urease: · Testes não invasivos - teste da ureia respiratoria é padrão ouro · OBS: Sorologia confirma se já teve ou tem. · Se positivo, erradicar Indicações para erradicação do H. pylori · Síndrome dispéptica em que não foi realizada EDA, mas diagnosticado H. pylori por método não invasivo · Dispepsia não ulcerosa · Úlcera péptica · Pós-operatório de câncer gástrico (gastrectomia parcial) · História de câncer gástrico em parentes de 1º grau Linfoma MALT de baixo grau · Gastrite crônica · Usuários crônicos de AINES ou AAS · Tratamento 1° Linha 2° Linha Em caso de falha IBP dose plena (Omeprazol - 40 mg) 12/12 horas + Amoxicilina 1.000 mg 12/12 horas + Claritromicina 500 mg 12/12 horas por 14 dias Terapia quádrupla: bismuto, tetraciclina, metronidazol e IBP Levofloxacino por 10 a 14 dias ou usar 4 medicamentos (bismuto, tetraciclina, metronidazol e IBP) por 10 a 14 dias · Confirmar erradicação - 4 semanas depois após o término da antibioticoterapia · Se houver úlcera gástrica: · Solicitar nova EDA e histologia · Teste rápido da urease não é recomendado!!! · Outros casos: teste da ureia C13 ou do antígeno fecal · Se for descartada a infecção ou erradicada a H. pylori e mantido os sintomas, temos o diagnóstico de dispepsia funcional: Tratamento · Síndrome da dor epigástrica → IBP (omeprazol - 20 mg MID por 4 a 8 semanas) · Síndrome do desconforto pós-prandial → Procinéticos: Metoclopramida, bromoprida e domperidona Doença ulcerosa péptica · Pode ocorrer tanto no estômago quanto no duodeno Fisiopatologia · Desbalanço em relação entre os fatores de agressão e de proteção (ácido > barreira de mucosa gástrica). · Facilitadores: · H pylori · AINE · Tabagismo, estresse, uso abusivo de álcool e acidez estomacal · H pylori · Infecção no antro em um primeiro momento. As células D são as principais afetadas, inibindo a produção de gastrina. Dessa forma, não inibe mais a produção de gastrina, gerando hipercloridria. → DUP · Infecção disseminada: acomete as células parietais produtoras de ácido, gerando hipocloridria. Há também a redução dos fatores de proteção → DUP · AINE · Inibição da cox → DUP · Cox 1: estimula prostaglandinas · Cox 2: estimula resposta inflamatória · Obs: os coxibs são seletivos para a cox2, mas aumentam os riscos cardiovascular. Clínica · Dispepsia · Dor e queimação epigástrica (azia) · Saciedade precoce · Plenitude pós prandial · Há diferentes tipos de dispepsia (funcional/ por helicobacter) · Dispepsia com dor clássica = dispepsia por úlcera péptica · DUP no estômago - a dispepsia é pior com alimentos · DUP no duodeno - dispepsia após 2-3 horas após alimentação · Obs: Pirose (queimação retroesternal ascendente) + refluxo (volta do conteúdo gástrico) - Pensar em DRGE Diagnóstico · A endoscopia digestiva só fazemos quando risco de câncer · Sempre investigar H pylori · Paciente jovem e sem alarme: diagnóstico presuntivo · Quando solicitar EDA para descartar neoplasias? · > 45 anos · Sintomas de alarme · Obs: úlceras do duodeno tem chances ínfimas de serem CA, mas úlceras de estômago, temos que fazer a biópsia. · Como pesquisar H. pylori? · Endoscopia digestiva (invasivo) com teste de urease/ biópsia/ cultura · Sem endoscopia (não invasivo) com teste de ureia respiratória/ ag fecal/ sorologia (não serve para controle de cura) → sempre investigar infecção de h pylori. Tratamento da doença ulcerosa péptica · Terapia anti secretora ácida · Inibidor de bomba de próton (padrão ouro) - omeprazol 20 mg/ pantoprazol 40 mg/ esomeprazol 40 mg · Bloqueador histamínico - ranitidina/ cimetidina · Tratar H. pylori (se presente): · Por 14 dias: · Claritromicina 500 mg 12/12 + · Amoxicilina 1g 12/12h + · Omeprazol 20 mg 12/12 h (IPB). · Após 4 semanas de tratamento: confirmar erradicação · Úlceras H. pylori (-) · Suspender AINE · IBP por 4-8 semanas · Uso continuo se: síntomas refractarios, úlceras > 2 cm, uso de AINE ou múltiplas comorbidades · Quando fiz endoscopia inicialmente, depois do tratamento devo repetir EDA? Não, se histopatológico negativo para CA: · Repetir EDA, se: sintomas recorrentes, úlceras gástricas > 2 cm, suspeitas de malignidade. Outras indicações de pesquisa de H pylori · DUP/ Dispepsia · Linfoma MALT · Uso crônico de AINE · Anemia ferropriva inexplicada · Púrpura trombocitopênica idiopática · Risco aumentado de CA gástrico (HFam 1 grau, após de CA gástrico) OPAA! Se paciente em uso de IBP = suspender 2 semanas antes da pesquisa de Hpylori Visão cirúrgica · Tipos de úlcera - Classificação de Jhonson · Hipercloridria · Duodenal (sempre) - nunca associada a h. pylori · Gástrica II - corpo gástrico associada a uma úlcera duodenal · Gástrica III - pré pilórica · Hipocloridria · Gástrica I (Mais comum - 60% dos casos) - ocorre na pequena curvatura baixa · Gástrica IV - pequena curvatura alta Obs: A úlcera tipo I é a mais comum Macete: 1 é pequeno e está na pequena curvatura, tipo 2 pode estar em 2 lugares: no corpo e no duodeno, III são 3 letrinhas e pode estar no pré pilórica, 4 é um numero mais alto então ela está em uma posição mais alta. Os extremos são úlceras de hipocloridria. Complicações · Perfuração · Principal complicação da úlcera gástrica · Parte anterior do bulbo duodenal · Cirurgia de urgência e rafia da úlcera com proteção com o omento · Sangramento · Principal complicação da úlcera duodenal · Parte posterior do bulbo duodenal · Artéria gastroduodenal costuma ser acometida Classificação de Forrest: Classificação Tratamento IA: sangramentoem jato, com cerca de 90% de chance de ressangramento. IB: sangramento em porejamento, em torno e 50% de chance de ressangramento. IIA: vaso visível, apresenta em torno de 30% de chance de ressangramento IIB: coágulo aderido, com cerca de 10% de chance de ressangramento. IIC: mancha de hematina plana, cerca de 7% de chance de ressangramento. III: úlcera com fundo limpo, com 3% de chance de ressangramento. Como diminuir a acidez cirurgicamente? OBS: A cirurgia é indicada somente para pacientes que tentei tratar de forma clínica ou com complicações (perfurações e sangramentos) · Se hipercloridria (vagotomia + antrectomia) · Vagotomia · Vagotomia troncular + piloroplastia (para garantir esvaziamento) · Como o n. vago tem a função de auxiliar no esvaziamento do piloro, geralmente, a cirurgia é associada a piloroplastia (pilorotomia - abre e sutura em uma direção oposta, retirando a função de esfíncter). · O n. vago deve ser seccionada antes do ramo hepático - para preservar os ramos biliares e intestinais. · Vagotomia superseletiva (gastrica proximal) · Retirar os ramos do n vago que vão para o fundo gástrico · Tem altas taxas de recidiva · Não é mais feita · Antrectomia · Se eu quiser intensificar a hipocloridria, há a possibilidade de fazer uma vagotomia troncular + antrectomia, pois é retirada as células G que produzem gastrina. · No entanto, temos que fazer uma reconstrução do trânsito intestinal que pode ser de diferentes tipos. · Reconstrução do trânsito intestinal Billroth I - gastroduodenostomia Pego o coto do duodeno e ligo ao estômago Billroth II - gastrojejunostomia + alça aferente Ligo o jejuno ao coto. é usado quando há ressecções altas do antro. Deixo o duodeno (alça aferente), pois ela está recebendo o conteúdo biliopancreatica. · Se úlceras gástricas: retirar a úlcera (câncer?) -> alguma gastrectomia · Gástrica I (pequena curvatura baixa) - Hipocloridria · Antrectomia + B I (gastroduodenostomia) · Gástrica II (corpo gástrico) - Hipercloridria · Vagotomia troncular + antrectomia + B II (gastrojejunostomia) · Gástrica III (pré pilórica) - Hipercloridria · Vagotomia troncular + antrectomia + B II (gastrojejunostomia) · Gástrica IV (pequena curvatura alta) - Hipocloridria · Gastrectomía subtotal + Y Roux (gastrojejunosanastomose + enteroenteroanastomose) · A gastrectomia é para evitar câncer · Complicações → Síndromes pós gastrectomia · Síndrome de Dumping · A ausência de piloro resulta na rápida queda do alimento na alça intestinal · Ocorre principalmente em Billroth I e II · Tipo Precoce · De 15 a 30 minutos após alimentação (distensão) · Clínica: · dor, náusea, empanzinamento, diarreia · Vasomotores: taquicardia, rubor, sensação de morte iminente (sentimento de medo extremo (diferente de medo intenso), agudo ou prolongado, acompanhado de sintomas e sinais físicos como sudorese e taquicardia e de temor a um perigo imediato e não localizável ou identificável) · Tipo Tardio · De 1-3 horas após a alimentação · Ocorre devido a hiperinsulinemia · Clínica: · Hipoglicemia (tremores, confusão mental, sudorese) · Tratamento · Medidas dietéticas · Redução do consumo de carboidratos/ fracionar a dieta · Deitar após as refeições · Análogos de somatostatina · Gastrite alcalina/ conteúdo biliopancreático · Ocorre devido a ausência do piloro - refluxo biliar BI e BII (mais comum nela). · É mais comum ocorrer em BI, pois o conteúdo pancreático pode ocorrer contra a peristalse, mas é pouco comum. Em BII, o conteúdo biliopancreático sempre vai passar perto da anastomose, gerando uma gastrite alcalina. · Clínica: · dor epigástrica continua · vômito não alivia a dor · Tratamento cirúrgico - transforma a anastomose em Y Roux · Síndrome de alça aferente - Só ocorre em BII · Obstrução da alça aferente (acham que por conta da angulação). Se obstruo ela, o conteúdo biliatico continua caindo nela. · Clínica: · dor piora com alimentação · vômitos em jato (sem náusea ou avisos prévios) e alívio da dor · Tratamento cirúrgico - transforma a anastomose em Y Roux com secção no ponto B. Câncer gástrico · Câncer Gástrico = adenocarcinoma · Gist gástrico e linfoma malt são ca menos comuns · ⚠ Fatores de risco · Dieta: defumados, condimentos, redução de consumo de frutas e vegetais · H pylori: gastrite crónica atrófica · Anemia perniciosa (redução de B12): gástrica crônica autoimune · História familiar + · Tabagismo · Gastrectomia · Sangue A · Pólipos adenomatosos gástricos podem evoluir para adenocarcinomas - no Brasil, pelo MS, não tem indicação de rastreio. · ⚠ Classificação: · Lauren - classificação pela biópsia. · Intestinal - estruturas glandulares · + comum no Brasil · Acomete estômago distal · Idade 55-60 anos · + comum em homens · Disseminação hematogênica · Difuso - células em anel de sinete · Pouco diferenciado = pior prognóstico · Idade mais jovem · Estômago proximal · Disseminação: contiguidade e linfática · Relação com grupo sanguíneo A · Bormann - classificação pelo endoscópio (= macroscópico). · Siewert · ⚠Clínica: · Assintomático (maioria) · Dispepsia · Sinais de alarme: perda de peso, disfagia, sangramento GI · Doença avançada: · Obs: metástases são comuns no peritônio e fígado · Ascite · Massa abdominal palpável · Linfonodo à distância · ⚠ Supraclavicular E: Virchow ou Sinal de Troisier · Sinal de Troisier · Nódulo umbilical: irmã maria josé · Linfadenopatia axilar E: Irish · Metástases peritoneais - Prateleira de Blumer · Metástase no ovário: Krukenberg · ⚠ Diagnóstico de adenocarcinoma · EDA + Biópsia · ⚠Estadiamento · TNM · T1: invade até a submucosa → Câncer gástrico precoce → Chega no máximo à submucosa (T1), independentemente do acometimento linfonodal · T2: invade até a muscular própria · T3: invade a subserosa → Atenção: diferente do esôfago! · T4: atinge a serosa ou estruturas adjacentes · Exames utilizados: · TC - abdome, pelve e tórax: metástases à distância · USG endoscópica · Padrão ouro p/ T · Avalia N no pré operatório. Os o N pós operatório é a partir de 16 linfonodos · Videolaparoscopia · Avalia metástases peritoneais, lesões e ascite · Avalia ressecabilidade · Status R: Classificação do tumor após ressecção · RX: margens comprometidas indeterminadas · R0: margens livres de tumor na análise macro e microscópica · R2: doença macroscópica residual · R1: margens macroscópicas livres, mas margens microscópicas positivas para o tumor · ⚠Tratamento: · Mucosectomia endoscópica · Tumor restrito à mucosa (T1) · Subtipo intestinal · Lesão não ulcerada (Borrmann I) · Ausência de invasão linfovascular · Gastrectomia + linfadenectomia à D2 · Indicado se já atingiu submucosa (T1b), porém é ressecável · Estendida (linfonodos do tronco celíaco, com ou sem esplenectomia) · Tumores proximais (fundo e cárdia): total · Obrigatório repor vitamina B12 · Reconstrução à Y de Roux por resultar em menor incidência de gastrite alcalina · Tumores distais (corpo e antro): subtotal → Reconstrução à Billroth II · QT + RT adjuvante - Atingiu pelos menos a subserosa (≥ T3) OU apresenta linfonodo acometido (N+) · QT + RT neoadjuvante - Todo tumor ressecado · Tratamento paliativo - Todos os tumores M: Gastrectomia paliativa, bypass gástrico, QT/RT paliativos · Outros tipos histológicos · Linfomas · Linfoma não Hodgkin é o mais comum → Linfoma MALT é o 2º mais frequente · Estômago é o principal sítio extranodal do LNH · Quadro clínico · Epigastralgia · Sintomas B → Febre, sudorese noturna e perda de peso · Saciedade precoce · Fadiga · Tratamento: Erradicação do H.pylori → Nos casos de linfoma MALT · Tumor estromal gastrointestinal (GIST) · Originado das células de Cajal · Decorrente da mutação no c-KIT · Metástaste para fígado e peritôneo · Sarcomas que afetam o TGI - Estômago (70%) e intestino delgado (25%) · Malignidade/ prognóstico depende de · Localização: intestino delgado · Atividade mitótica (> 5 mitoses) · Tamanho do tumor (> 10 cm) · Tratamento: · Ressecçãocirúrgica com margens R0 · Medicamentos orais: Imatinibe · Doença irressecável, metastática ou ressecável com moderado a alto risco de recidiva · Terapia adjuvante nos tumores metastáticos > 3 cm Pancreatite aguda · Patogenia: auto digestão enzimática do órgão. · Etiologia: litíase biliar, álcool, drogas (imunossupressores - ex tacrolimus, antibióticos), hipertrigliceridemia, hipercalcemia (hiperparatireoidismo) · Clínica: dor abdominal alta (epigastro) + irradiação para o dorso (pois o pâncreas é retroperitoneal) + vômitos. · Sinal de Cullen, Grey turner e Fox (NÃO são patognomônicos de pancreatite - representam hemorragia retroperitoneal) · Outras manifestações clínicas: · íleo metabólico -> parada de eliminação de flatos e fezes · icterícia -> pseudocisto | edema da cabeça do pâncreas | coledocolitíase · Diagnóstico (2 de 3 critérios) · Clínica típica · Aumento de x 3 na Amilase e lipase (Se for escolher uma para fazer, escolher a lipase) · A lipase fica positiva no soro por mais tempo. A amilase aumenta antes da lipase, mas cai mais rapidamente. · Não são específicas · Quando muito elevadas não traduzir prognóstico e mortalidade · USG abdominal com imagem sugestiva de cálculo · (O USG simples avalia a vesícula da pessoa para identificar cálculos na vesícula biliar, não para ver o pâncreas) · Obs: Tc solicitamos para ver complicações (necrose) - pedimos após 48- 72 horas do início da clínica. · Obs: pedimos a TC de imediato em quadros graves, pacientes piorando ou temos dúvida no diagnóstico. Outros exames de imagem: A colangiorressonância é um ótimo exame que avalia toda a árvore biliar, sendo a bile o próprio contraste. No entanto, só deve ser feita em um segundo momento, caso USG e CPRE não identificassem a causa de obstrução das vias biliares. A ecoendoscopia seria um exame para avaliarmos tumores gastrointestinais ou periampulares que justificariam obstrução da via biliar. · Escore de Balthazar → Nessa escala, pontuação acima de 6 indica mortalidade de 17% e morbidade de 92%. · Estadiamento (atlanta revisado) · Leve - ausência de falência orgânica (gasometria, ht, ureia e creatinina, lactato) · Moderadamente grave - falência transitória (< 48 horas) e/ou complicações locais responsivo à terapia · Grave - falência persistente (> 48 horas) · Proteína C reativa > 150 mg/dl após 48 horas -> é considerada pancreatite GRAVE = pior prognóstico · Critérios de Ranson → Mede prognóstico · São 10 critérios de admissão e de 48 horas · ≥ 3 pontos = pancreatite grave = UTI · Não fazem parte: amilase, lipase, bilirrubinas e TGP · LEGAL (na admissão) FECHOU (nas 48 horas de internação) · Leucocitose > 16- 18.000/mm3 · Enzimas hepáticas (TGO/AST) > 250 UI/L · Glicose > 200- 220 · Age > 55 - 70 · LDH > 350 - 400 · Fluidos perdidos > 6-4 litros · Excesso de base mais negativos que -4/ -5 · Cálcio < 8 mg/dl · Hematócrito reduzido > 10 % (pós hidratação) - fala a favor de desidratação · Oxígeno (PaO2) < 60 mmhg - não avaliado · Ureia > 10 (não litiásico) -4 (litiásico) mg/dl · Tratamento · Internação enfermaria ou UTI · Dieta zero ou suporte nutricional · Quanto mais rápido eu retornar o trânsito intestinal, mais precocemente eu retomo o estímulo para trazer sangue para a circulação esplâncnica, o que evita translocações bacterianos para o retroperitônio devido a isquemia mesentérica. · Em quadros leves sem dor ou com dor controlada - em 24 horas ou se está com fome - reiniciamos dieta hipolipidica · Paciente mais grave - passamos cateter nasogástrico ou nasojejunal · A dor é um bom referencial para retornar ou não a dieta. · Hidratação (pois a pancreatite é uma condição em que há a perda de líquido para o terceiro espaço devido a inflamação) + correção eletrolítica (hipocalcemia) · Analgesia (opioides) + anti-eméticos (ondansetrona 8mg de 12 em 12h) · CPRE · Na pancreatite aguda de causa litiásica, muitas vezes a pedra que causou os sintomas já saiu do ducto, mas quando a pedra impacta na papila e não desce, é o momento de abordar o cálculo, o que pode resultar na evolução com colangite. A evidência clínica de que a pedra está no ducto é a icterícia ou tríade de charcot (dor abdominal/ icterícia/ febre com calafrios). · CPRE = colangite ou colecistectomia videolaparoscopica. · Complicações (aparece mt em provas) · Coleção fluida está ao redor do pâncreas e não invade ele. Ademais é homogêneo. Se tem ponto preto ao redor do fluido pode ser gas , o que indica contaminação por bactéria. · A Coleção sólida ou mista invade o parênquima pancreático, não é homogênea. · Se a coleção aparece em mais de 4- 6 semanas é mais organizada com uma cápsula externa. Se houver bolhas, é indicativo de necrose. · A coleção sólida que aparece a mais de 4-6 semanas parece um pseudocisto, mas no interior é mais heterogêneo. Muitas vezes o paciente internado com quadro leve, vai para a casa e volta com plenitude pós prandial, amilase elevada e analgesia de dor, indicando pseudocisto. · Condutas · Coleção fluida - acompanhamento · Se o paciente mantém febre, anorexia, leucocitose, fazemos uma TC e depois uma punção se identificar uma coleção, · Coleção infectada - punção guiada + ATB (imipenem) · Necrose - acompanhamento se o paciente estiver bem. Se piorar, é um sinal de alerta -> fazer Tc -> puncionar · Necrose infectada - Punção + ATB (imipenem) + Necrosectomia por vídeo (fazemos ela após 4-6 semanas para a necrose se delimitar, o paciente ficar mais estável e desinflamado). · Pseudocisto/ won - acompanhamento ou drenagem EDA · Pseudocisto infectado - punção + ATB + Necrosectomia Pancreatite crônica · Patogenia: inflamação crônica + fibrose + insuficiência pancreática · Etiologia: · Não existe pancreatite crônica devido a cálculos · Álcool · Fibrose cística em crianças · Clínica: · Dor abdominal · Esteatorreia · Diabetes mellitus · Emagrecimento dedo a recusa alimentar pelo medo de comer e sentir dor · Diagnóstico · Clinica + imagem com calcificações + Tempo da secretina/ glicemia · Diferencial - câncer de pâncreas · Tratamento - · Fator causal - cessar etilismo e tabagismo (causa de cancer de pancreas · Esteatorreia (fezes oleosas, brilhantes) - fracionar refeições +IBP + Enzimas pancreáticas por via oral · Diabetes - hipoglicemiantes orais -/+ insulinoterapia · Dor - CPRE para esfincterotomia ou cirurgia de Puestow · Obs: CPRE é feita para tratar e diagnosticar Câncer de pâncreas · Fator de risco: homem negro e tabagista e idoso · Clínica: icterícia, redução de peso, dor, diabetes súbito (o pâncreas precisa de um acometimento de 95-9% para termos um prejuízo da função endócrina) e sinal de Courvoisier (vesícula biliar palpável e indolor) · Câncer de corpo e cauda é mais sorrateiro e um tumor que invade vasos e o plexo nervoso celíaco, portanto cursa com dor. · Diagnóstico · Não dá para retirar uma amostra da biópsia sem que haja extravasamento de células para o peritônio. Portanto, o diagnóstico é por imagem e não por biópsia · TC de abdome +/- CA 19.9 · Estadiamento · Precisamos saber se o tumor é ressecável ou não. · Avaliamos: invasão tumoral ou a presença ou não de metástases. · Estadiamento: invasão vascular ou metástase (tronco celíaco ou AMS) · Tratamento · Não tem Invasão vascular (raro) · Cabeça: duodenopancreatectomia (Whipple) · Corpo: pancreatectomia distal + esplenectomia · Começou com invasão vascular · < 180 artéria (AMS ou tronco celíaco) · > 180 veia (VMS ou veia porta) · Tem invasão vascular · Paliação Obstrução intestinal Introdução · Classificação Mecanismo Mecânica → agente físico Funcional → comprometimento da função motora (distúrbios de motilidade) Altura (válvula ileocecal é a referência) Alta → até o íleo Baixa → cólon e ceco Grau Total Suboclusão → Paciente não evacua, mas elimina os flatos e líquidos. Podendo apresentar uma diarreia paradoxal. Gravidade Simples → Complicada → isquemia: estrangulamento (distensão das alças comprime os vasos, resultando em isquemia) ClassificaçãoAlta Baixa Infância Bridas/ aderências Neoplasias Hérnias Neoplasias de cólon Volvo Doença diverticular Intussuscepção Ascaridíase Bezoar (tricobezoar) Hérnias · Clínica · Parada de eliminação de gases e fezes · Dor abdominal em cólica · Distensão (na obstrução alta é menos evidente) · Ausculta em timbre metálico · Obs: obstruções mais altas: vômitos · alta - vômitos precoces e biliosos · baixas - tardio -> vômitos fecalóides são mais comuns em obstruções colonicas com a valvula ileocecal é incompetente, permitidno que o conteudo volte. · Peristalse aumentada → luta, timbre metálico · Obs: se o quadro for mais arrastado, há uma isquemia, a cólica intermitente desaparece, sendo substituída por dor contínua e irritação peritoneal. · Toque retal (faz parte da propedêutica do médico) → fecaloma, gases, fezes, massas · Se ampola vazia: obstrução total · Se ampola retal cheia: obstrução funcional · Diagnóstico · Laboratório · Alcalose metabólica hiperclorêmica → vômitos que espoliam HCL · Hipocalemia → paciente hipovolêmico com perda de água para dentro das alças intestinais (nem sempre está presente). · Acidose metabólica → se isquemia/ estrangulamento · Radiografia → rotina de abdome agudo · 3 incidencias: tórax AP (para ajudar no diagnóstico de pneumoperitônio) + abdome em pé e deitado · Define o sítio de obstrução (não define a causa) · Delgado · Distensão central (até 5 cm) · Pregas coniventes: empilhamento em moedas (= intestino delgado dilatado) · Colon · Distensão periférica (grosseira) · Haustrações (espinhas de peixe) · Pode ter alça distendida na região central pq o transverso é móvel e acaba desabando · Radiografia inconclusiva → TC , mas o primeiro é a rotina radiológica de abdome agudo. · Tratamento · Exames complementares: Rotina radiológica do abdome agudo | Gasometria arterial | Eletrólitos · Suporte: dieta zero, HV, SNG, DHE, distúrbio ácido base · Mecânica · Parcial e NÃO complicada = tto conservador (24 a 48h) -> geralmente ocorre nas bridas · Total ou complicada = cirurgia · Funcional = conservador Obstrução intestinal mecânica Causas: · As principais obstruções ocorrem no delgado: · Bridas ou aderências (causas mais comuns) · Obstrução + cirurgia abdominal e pélvica prévia (o peritônio manipulado sofre um processo de cicatrização causando uma fibrose) = BRIDAS · Tratamento: · Bridas não complicadas: sem irritação peritoneal e sofrimento de alça = suporte (48 horas) + gastrografin (contrastes para fazermos a radiografia, como ele é hiperosmolar ele ajuda a secarmos o edema de alça intestinal e se de 12 a 24 horas a substância não chega ao cólon, isso significa que o quadro não vai se resolver). · Refratário ou complicado com obstrução total = lise de aderências tanto por laparoscopia ou por videolaparoscopia (a obstrução intestinal é uma contração relativa) · Neoplasias · Hérnias · Íleo biliar (obstrução intestinal por um cálculo biliar) · Fisiopatologia - colecistite + fístula + obstrução delgado · Comum em idosos e mulheres · Local + comum = íleo distal · Diagnóstico - Rx ou TC · Tríade de Rigler: · Pneumobilia (= aerobilia) · Cálculo ectópico · Distensão do delgado · Tratamento · Medidas gerais · Retirada de cálculo + colecistectomia · Obstruções de cólon · Câncer = causa mais comum · Volvo (pode ocorrer em qualquer parte do intestino) - torção sobre o próprio eixo podendo ocorrer no ceco, gástrico, sigmóide (MAIS COMUM) · Obstrução em alça fechada - em 2 pontos simultâneos · OPAAA! A obstrução em alça fechada mais comum é a obstrução colônica com válvula ileocecal competente (não deixa o conteúdo voltar para o íleo!! Por isso, obstruções cecais são importantes, pois o conteúdo não tem para onde sair e há um comprometimento significativo da alça, levando a lesões isquêmicas). · Diagnóstico · Rx -> grão de café, U invertido · Enema baritado -> bico de pássaro · Tratamento · Não complicado (ausência de peritonite/ irritação peritoneal) -> descompressão endoscópica fazendo uma redução, deixando uma sonda endoanal por 12 a 36 horas (antigamente fazíamos a sigmóide pexia), fazendo uma sigmoidectomia eletiva · Complicado -> cirurgia de urgência · Infância · Intussuscepção (+ comum) - invaginação de uma alça para dentro da outra. · É a causa mais comum de obstrução na infância dos 3 meses aos 6 anos. · É idiopática · Obs: vacina do rotavírus está associada a ela · Obs: para adultos a causa é um pólipo, divertículo, tumor · Clínica · Dor abdominal (paroxística e intermitente) · Fezes em geleia de morango · massa em salsicha · Diagnóstico - clínico + imagem · Rx · Enema - é diagnostico e terapeutico · USG - PRINCIPAL EXAME (APARECE IMAGEM EM ALVO OU PSEUDO RIM) · Tratamento · Redução com enema - bário ou contraste hidrossolúvel e ar. · Refratário ou adulto = cirurgia · bezoar (corpo estranho) · ascaris · hérnia indireta Obstrução intestinal funcional 1) Comprometimento da função motora · Íleo paralítico - todo o intestino delgado · Causas: · Pós operatório (fisiológico) · O delegado demora 24 h para voltar a funcionar · Estômago 48h · Cólon 72h · Drogas (opióides), DHE, processos inflamatórios · Clínica - parada, dor continua, distensão, peristalse reduzida · Tratamento · Excluir causas mecânicas + suporte (hidratação, SNG e jejum) · Suspender drogas relacionadas · Pseudo obstrução colônica aguda (Sd ogilvie) · Só o cólon não está funcionando · Paciente grave (CTI, Sepse, grandes queimados) · Clínica - dor, distensão colônica, peristalse presente · Rearamento · Excluir causas mecânicas + suporte ⇩ · Sem resposta (48 - 72h) ou ceco > 12 cm ⇩ · Neostigmina é um parassimpático mimético (anticolinesterásico) - faz com que a acetilcolina fique mais tempo na fenda sináptica. · Obs anticolinérgico - prende o intestino como o opióide. · Obs: a neostigmina pode dar uma bradicardia, dessa forma temos que pensar em fazer uma atropina. ⇩ · Sem resposta ou resposta parcial ⇩ · Descompressão colonoscopia ⇩ · Sem resposta ou parcial ⇩ Cecostomia Doença vascular intestinal Isquemia mesentérica aguda · Causas: · embolia (50%) · cardiopatia emboligênica (FA (nas provas arritmias/ ritmo irregular, IAM recente) · vasoconstrição (20%) · isquemia não oclusiva: choque, vasoconstrictor, cocaína · trombose arterial (15%) · pacientes com doenças ateroscleróticas: doença vascular periférica (pacientes com claudicação, anginas estáveis, doppler com carótidas obstruídas) · trombose venosa (5%) · Hipercoagulabilidade - anticorpo fosfolipideo · História de trombose venosa e embolia pulmonar · Clínica · Dor abdominal desproporcional ao exame físico abdominal (ou seja, a palpação não tem retração peritoneal) · T retal < T axilar (sinal de lenander) · Metabolismo anaeróbico -> acidose metabólica (gera taquipneia) · Irritação peritoneal -> tardio · Suspeitou de isquemia mesentérica aguda, só abandono essa possibilidade se conseguir comprovar que não tem isquemia mesentérica aguda · Diagnóstico · Lab. inespecífico -> leucocitose, acidose, aumento de lactato · RX: achados tardios -> pneumatose intestinal · Angio TC (mais utilizado - prova) -> falha no enchimento de contraste (consigo avaliar a vascularização e as alças intestinais) · Angiografia mesentérica seletiva (Padrão ouro) · Tratamento · Suporte inicial: Hidratação Venosa, ATB,correção de DHE, Ácido base · Embolia ou trombose da AMS: · Heparinização plena -> evitar a progressão da isquemia · Laparotomia -> embolectomia/ trombectomia + avaliar alça · Papaverina pós operatória -> evitar vasoespasmo · Trombose de VMS · Heparinização sistêmica (se quadro inicial e pacientes estável -> fardo de ser feito) · Cirurgia se complicada · Vasoconstrição: · Papaverina intra- arterial · Cirurgia se quadro refratário, irritação peritoneal Isquemia mesentérica crônica · Causa - > aterosclerose (pacientes multiarteriais) · Clínica -> · angina mesentérica = comeu e doeu (diante desse sintoma também temos que pensar empancreatite crônica, mas a história clínica do paciente direciona para isquemia mesentérica, ou seja, as obstruções em artérias) · Emagrecimento · Doença aterosclerose em múltiplos órgãos. · O quadro clínico crônico pode agudizar. · Diagnóstico: · Angiografia mesentérica. · Tratamento: · Revascularização · Cirurgia em jovens. · Stents em idosos ou pessoas com comorbidades. Colite isquêmica · Isquemia intestinal mais comum -> é uma isquemia da mucosa intestinal · Comum em idosos devido à hipoperfusão · Clínica: · Colite -> dor, diarréia muco sanguinolenta, febre, distensão. · Diagnóstico: · Clister opaco -> impressões digitais (cai em prova, mas não é muito usado, pois há o risco de perfuração devido ao aumento da pressão intraluminal) · Rectosigmoidoscopia -> mucosas inflamadas · Tratamento: · Suporte (mais feito) · Cirurgia - colectomia total ou parcial (para casos refratários) Abdome agudo inflamatório Anamnese · Quando começou? · Fatores associados · Ela irradia? · Se sim, para onde? · Como e quanto dói? Exame físico · Ectoscopia e sinais vitais · Ausculta - Alterações dos ruídos hidroáereos · Peristaltismo de luta · Silêncio abdominal · Percussão · Som timpânico · Distensão abdominal · Ar intra-abdominal · Macicez móvel - Líquido ou massa abdominal · Palpação - Etapa mais importante · Permite localizar melhor a dor · Parada da inspiração através da palpação do ponto cístico → Sinal de Murphy → Colecistite aguda · Descompressão brusca dolorosa em ponto apendicular → Sinal de Blumberg → Apendicite aguda · Sinais de peritonite: · Sinais de defesa à palpação profunda · Descompressão dolorosa positiva · Toque retal · Sangramentos · Fezes endurecidas · Massas palpáveis · Inspeção · Distensão abdominal · Equimoses · Cicatrizes cirúrgicas Exames complementares · Laboratório · Hemograma · Anemia? · Leucocitose? · Marcadores inflamatórios elevados? · Gasometria arterial · Isquemia mesentérica? Acidose metabólica · Cetoacidose diabética? · Beta-hCG -> Não esquecer em mulheres em idade fértil · Tomografia computadorizada · Mais sensível e especifico - Padrão-ouro · Nem sempre é necessário · · Ultrassonografia · Causas ginecológicas · Alergia a contraste · Litíase renal · Patologias das vias biliares · Raio-x Inflamatório · Sinais sistêmicos de infecção ou sepse · Febre · Dor insidiosa → Intervalo entre o início e procura do atendimento médico Apendicite Consideração anatômica · O apêndice é encontrado no encontro com as 3 tenias · A vascularização do apêndice é feito pela a. apendicular que é ramo da ileocólica que é um ramo da mesentérica superior · Ponto de Mcburney entre união do terço distal com médio em uma linha imaginária entre a crista ilíca e a cicatriz umbilical. Fisiopatologia · ⚠ Obstrução (fecalito, hiperplasia linfóide, ascaris, neoplasia) → distensão e proliferação bacteriana (inflamação) por B fragiles e E coli → aumento da pressão ao nível da parede → diminuição do suprimento arterial após 12 horas → perfuração após 48h → Essa perfuração pode gerar um abscesso OU uma peritonite difusa · ⚠ Infecção polimicrobiana: gram negativa ou anaeróbias · Escherichia coli · Streptococcus viridans · Bacterioides sp. · Pseudomonas sp Clínica · A dor começa em região mesogástrica raiz nervosa do plexo (visceral - neurônios não mielinizados, ou seja, pouco específicos) e evolui para dor em FID (parietal, ou seja, mielinizados) -> (sinal de blumberg: descompressão dolorosa no ponto de McBurney) · Anorexia em alguns casos, náusea, vômito, febre baixa, disúria · Quando complica · Plastrão/ abscesso (massa) · Peritonite difusa = descompressão dolorosa nos 4 quadrantes · ⚠Sinais clínicos · ⚠Sinal de Blumberg - Descompressão dolorosa no ponto de McBurney · Sinal de Rovsing - dor na FID após compressão da FIE · Sinal de Dunphy - dor pior com a tosse (valsalva) · Sinal do obturador - para apendicite pélvica · Sinal do psoas - para apendicite retrocecal Diagnóstico ⚠ · ⚠ Clínico (História Clássica em homem) · Na dúvida (idoso, criança, mulheres, obeso, gestates) → exame de imagem · Imagem: TC ⚠ (padrão ouro) ou USG/ RM (para crianças e gestantes) · Laboratório: · Hemograma · Beta-hCG: Mulheres em idade fértil · Marcadores inflamatórios Tratamento · Simples (< 48 horas e sem complicações) · ATB profilático + apendicectomia (aberta ou vídeo) ⚠ · Suspeita de complicações > 48 horas ou massa · Peritonite difusa? · SIM = cirurgia de urgência + ATB de tratamento · NÃO = imagem · Sem complicação = apendicectomia simples · Fleimão (pré abscesso que não é puncionável) = ATB profilático + colono (após 4 a 6 semanas) +/- cirurgia (após 6 a 8 semanas) · Abscesso = ATB tratamento + drenagem percutânea + colono (após 4 a 6 semanas) +/- cirurgia (após a 6 a 8 semana) ⚠ -> esse abscesso pode gerar uma complicação. · Perfuração: · Antibioticoterapia · Reposição volêmica agressiva · Apendicectomia e lavagem da cavidade abdominal · ⚠ E se a cirurgia for negativa? · Procurar outra causa que justifique a dor · ⚠ Ressecar o apêndice sadio Doença diverticular dos cólons Definição · Herniações da mucosa e submucosa intestinal · São pseudodivertículos → Não têm camada muscular Fatores de risco · ⚠ Idoso · Constipação crônica · Dieta pobre em fibras Complicações · Sangramento · Cólon direito - Principal causa de hematoquezia em idosos · Diverticulite · Inflamação pericólica devido a microperfurações diverticulares · Cólon esquerdo Cólon esquerdo ⚠ Clínica · Náuseas, anorexia e febre · Idosos com dor em fossa ilíaca esquerda · ⚠"Apendicite do lado esquerdo" · Alterações gastrointestinais, como constipação · Presença de leucocitose Diagnóstico diferencial - Divertículo de Meckel · Divertículo verdadeiro · Dor na fossa ilíaca direita · Remanescente do ducto onfalomesentérico → 45 - 60 cm da válvula ileocecal · Anomalia congênita mais comum do trato gastrointestinal · Complicações · Complicação precoce (crianças < 5 anos, principalmente < 2 anos) → Sangramento · Complicação tardia → Obstrução · Também pode complicar com diverticulite Diagnóstico · A clínica é soberana, mas é sempre bom confirmar com TC · Padrão-ouro · Localizar a lesão · Avalia complicações (como abscessos) · Avaliar necessidade de drenagem percutânea · Colonoscopia · Não realizar na fase aguda · Piora do quadro · Risco de perfuração franca · Feita geralmente após 6 - 8 semanas → Importante para excluir neoplasia oculta ⚠ Tratamento · Não complicada · Paciente estável, afebril, clinicamente bem, aceitando a dieta e imunocompetente → Tratamento domiciliar · Adequação da dieta (dieta líquida) · ⚠ Antibiotico Terapia via oral: Ciprofloxacina + metronidazol · Pacientes sem complicações, mas com várias comorbidades, peritonite difusa ou que não atendam aos critérios do tratamento domiciliar. · Internação hospitalar · Antibioticoterapia endovenosa: Ciprofloxacina + metronidazol · Dieta zero · Hidratação venosa · Abordagem cirúrgica após alta? Conduta individualizada! Geralmente, esperamos um quadro de repetição para operar · Complicações · ⚠ Perfuração · Todos: Antibioticoterapia (ceftriaxona / ciprofloxacina + metronidazol) · Abscesso · < 4 cm: Antibioticoterapia · ⚠ Drenagem guiada por tomografia ou ultrassom · Ressecção colônica após 6 - 8 semanas · ⚠ A partir do III (peritonite) · Lapatoromia de urgência → ⚠ Cirurgia de sigmoidectomia a Hartmann. Em um segundo momento, faço a reconstrução de transito · Laparoscopia com lavagem de cavidade e inserção de drenos · Paciente de alto risco cirúrgico com comorbidades · Em algumas vezes pode ser feita no Hinchey III · Classificação modificada · Fístula · Clínica · Fecalúria · Pneumatúria · Episódios de ITU recorrentes · Sinal patognomônico na TC: Presença de ar na bexiga não manipulada · Tratamento · Antibioticoterapia · Colonoscopia pois a fístula pode ser resultado de uma doença de Chron · Cirurgia eletiva · Fístulas grandes - Ressecção de segmento · Fístulas pequenas - Drenagemvesical · Obstrução · Por estenose no local inflamado · Evolução insidiosa - Obstrução parcial · Obstrução + Diverticulite → Aderência ao intestino · Tratamento · SNG para descompressão · Abordagem à diverticulite conforme sua gravidade Hemorragia digestiva Abordagem inicial 1) ⚠ Estabilização hemodinâmica - Condutas seguindo o protocolo ABCDE · Proteger VA · Acesso periférico de grande calibre · Após estabilizar procurar o foco da hemorragia Macete- a partir do 3 hipotrenso -> fazemos a hemotransfusão · Reposição Volêmica - Classe III e IV · PA baixa → Depois avaliar a FC (se > 140 bpm é classe IV) · Reposição Volêmica → Classe III e IV → Cristalóides + hemocomponentes (hemácia + plaquetas + fatores de coagulação) 2) Descobrir origem · Queixas · HDA - acima do ligamento de treitz · Hematêmese · Melena → Pode ser HDB também · HDB - abaixo do ligamento de treitz · Hematoquezia · Enterorragia → Atenção: pode ser HDA volumosa · SNG/CNG (baixa sensibilidade) - localiza muito mal e é pouco utilizada · Sangue → HDA: Intervir terapeuticamente · Bile sem sangue · HDA ativa? Descartada · HDA não ativa? · Não descartada · Pode ter havido hemostasia da lesão horas atrás · Continuar a investigação · HDB? Continuar a investigação 3) Próximos passos · Exsanguinação ou paciente moribundo (sinais de peritonite e pneumoperitônio) sem causa identificável · Angiografia intraoperatória -> embolização · Abordagem cirúrgica · Suspeição clínica · HDA: EDA · HDB: Toque retal (excluir hemorragias) e anuscopia → EDA (A maior parte dos sangramentos digestivos são altos). Se negativa solicitamos a → Colonoscopia (exige estabilidades hemodinâmica) · Investigações adicionais · Angio-TC · Cintilografia de hemácias marcadas Tc-99 - consigo ver uma concentração de tecnécio no local do sangramento (mais sensível) · Outros métodos · E se não achar o sangramento? Hemorragia oculta · Identificação do sangramento de forma indireta apenas · Principal sítio: intestino delgado · Principal causa: angiodisplasia · Repetir exames já realizados - Arteriografia, cintilografia ou outros métodos (exemplo: cápsula endoscópica) HDA Doença ulcerosa péptica · Sangramento · Principal complicação e causa mortis · Artéria gastroduodenal · Tratamento não é inicialmente cirúrgico Clínico-endoscópico! · Tratamento Clínico · Inibidores de bomba de prótons (IBP) · Dose de início via IV em dose de ataque - 40mg BID · Dose de manutenção: mantida em BI por 72h ou doses intermitentes · Erradicação de H. pylori · ⚠ Classificação de Forrest - Avalia o risco de ressangramento por parâmetros endoscópicos Obs: úlcera gástrica - acomete artéria gástrica esquerda. Sangramento de úlcera duodenal a artéria acometida é a artéria gastroduodenal. · ⚠ Tratamento endoscópico · Grupos Ia, Ib, IIa · Hemoclips · Injeção de epinefrina · Eletrocoagulação · Sangramento abundante · Eritromicina IV (antimicrobiano com função pró cinética) · Lavagem com soro · Suspender medicações ulcerogênicas: AINES, IRS · Tratamento Cirúrgico · Casos refratários · Parâmetros endoscópicos de alto risco de falha · Forrest I-IIa · Úlcera larga (> 2 cm) · Úlcera de parede duodenal posterior · Úlcera gástrica em curvatura menor · Indicações de abordagem cirúrgica · Instabilidade hemodinâmica, apesar de ressuscitação vigorosa (> 6 unidades de transfusão) · Falha terapêutica imediata ao método endoscópico · Hemorragia recorrente após estabilização inicial · Choque associado à hemorragia recorrente · Sangramento lento e contínuo com necessidade transfusional (> 3 unidades/dia) · Técnica cirúrgica · Variável por localização (duodenal/gástrica) · Gastrectomia distal + Billroth I -> Úlceras gástricas têm risco de 10% de malignidade ⚠ Ruptura de varizes esofagogástricas · 2.ª principal causa de HDA · Preditores de sangramento · Pressão portal >12 mmHg · Red spots · Grosso calibre · Tratamento · Paciente instável Pode ficar por no máximo 24 horas. · Paciente estável · Octreotide/terlipressina - Vasoconstrictor esplâncnico · EDA · Ligadura e escleroterapia · Varizes de fundo gástrico - Tratamento com cianoacrilato · Se EDA falhar · TIPS · Cirurgia de derivação · Não seletivas · Parcialmente seletivas · Seletivas - Espleno renal distal (Warren) é a mais cobrada · Desconexão ázigo-portal · Profilaxia · Primária → Varizes pequenas com características de alto risco: iniciar betabloqueador: · Varizes como achados não seletivo (exemplo: propranolol) na EDA, sem sinais de sangramento · Varizes médias ou largas: betabloqueador OU ligadura elástica · Secundária → Hemorragia digestiva em pacientes cirróticos · Prevenir PBE → Fazer norfloxacino ou ceftriaxona · Faço betabloqueador E ligadura elástica Mallory-Weiss - Características · Autolimitado · Vômitos repetitivos gera lacerações no esôfago · Etilistas · Gestantes com hiperêmese gravídica Boerhaave · Ruptura esofágica · Tríade de Mackler · Vômitos · Dor torácica · Enfisema subcutâneo HDB · Muitas vezes cessam sozinhos ⚠ Doença diverticular · São divertículos falsos, só tem 2 camadas · Diverticulose - protrusão da parede do intestino. · Doença diverticular = diverticulos associada a sintomas · Divertículo inflamado · Características · Principal causa de HDB nos idosos · Divertículos mais comuns no cólon esquerdo - Fator causal: constipação crônica · Complicações · 1.º: diverticulite · Ocorre mais no cólon esquerdo · 2.º: sangramentos digestivos · Arterial · Mais comum no cólon direito · Tratamento · Divertículos: Aumentar ingestão de água e fibras · Sangramento: · Estabilização clínica · Colonoscopia · Epinefrina · Eletrocauterização · Hemoclip · Se hemorragia maciça - Colectomia · Segmentar (foco identificável) · Parcial ou subtotal (foco oculto) Angiodisplasia · Causa mais comum em idosos · Sangramento venoso · Mais comum no intestino delgado/ceco · Lesões estreladas vermelho-brilhante · Tratamento: suporte Divertículo de Meckel · Características · Principal causa de HDB em jovens e crianças · Exame de escolha: cintilografia com tecnécio-99 · Ileal - Mucosa gástrica no seu interior · Complicações · Crianças < 5 anos: sangramento · Adultos: inflamação e obstrução Câncer de cólon · Paciente idoso · Sangramento crônico - Sangue oculto nas fezes · Anemia ferropriva · Emagrecimento não explicado Doenças inflamatórias intestinais Epidemiologia e fatores de risco · Picos de incidência · Principal: entre 15 e 30 anos · Segundo: entre 60 e 80 anos · Fatores de associação · História familiar · ⚠ Tabagismo · Fator de proteção para retocolite ulcerativa (RCU) · Fator de risco para doença de Crohn (DC) · Apendicectomia · DC: neutro · RCU: proteção Clínica e complicações · Clínica comum · Diarreia crônica · Dor abdominal · Febre / perda ponderal · Anemia de doença crônica · Artrite/artralgia · Doença de Crohn · ⚠ Pode afetar todo o trato gastrointestinal (TGI) · Inflamação transmural, salteada (= não é contínua) · Úlceras aftóides e granulomas não caseosos · Complicações · Fístulas · Abscessos · Estenoses - favorece a ocorrência de obstruções · Retocolite ulcerativa · Restrita ao reto e cólon · Inflamação da mucosa, ascendente e contínua · Complicações · Megacólon tóxico · Perfuração intestinal · Aumento do risco de câncer colorretal -> cirurgia para retirar o reto e o cólon pode ser indicada · Colite esclerosante = esclerose da via biliar Manifestações extraintestinais · Artrite · Periférica - acompanha atividade de doença intestinal · Sacroileíte e espondilite - não acompanham atividade de doença intestinal · Uveíte anterior · Eritema nodoso - DC · Pioderma gangrenoso - Mais comum na RCU Diagnóstico · Endoscopia na DC · Colonoscopia - Análise macroscópica e biópsias · Laboratório · Autoanticorpos - ajudam no diagnóstico da doença · ASCA - DC · p-ANCA - RCU · Atividade de doença - Calprotectina fecal/ PCR/ VHS Tratamento · Casos leves a moderados - Aminossalicilatos · Mesalazina · Sulfassalazina · Corticoides · Principalmente para indução em casos moderados a graves · Evitaruso prolongado · Azatioprina e mercaptopurina - Poupadores de corticoide em formas graves · Casos graves: Imunobiológicos - Anti-TNF · Infliximabe · Adalimumabe · Cirurgia · DC · Complicações (obstrução, perfuração, hemorragia maciça etc.) · Não é curativa · Ressecção local, estenoplastia, colectomia · RCU · Doença refratária ou fulminante, sangramento grave, câncer, perfuração · O maior risco de câncer de cólon ocorre em paciente com RCU e pancolite com 10 anos de doença · Perspectiva curativa Síndrome ictérica Metabolismo de bilirrubina Causas · Doenças do metabolismo da bilirrubina · Lesão do hepatócito · Obstrução da árvore biliar Diagnóstico diferencial Bilirrubinemia Indireta · Causa: Produção excessiva de bilirrubina: Hemólise · Distúrbios genéticos (falha na conjugação) · Gilbert · Benigna e comum em homens jovens · Deficiência parcial da conjugação (glicuronil-transferase) Icterícia isolada após estresse físico · Diagnóstico por exclusão · Prognóstico excelente · Crigler Najjar → Autossômico recessivo pela deficiência da glicuronil transferase · Tipo I · Total · Encefalopatia por Kernicterus · Evolução para óbito · Transplante hepático · Tipo II · Parcial · Benigna Fenobarbital · Bilirrubinemia Direta · Genéticas ⇨ Deficiência na excreção · Rotor ⇨ Bom prognóstico ⇨ Coproporfirina urinária aumentada · Dubin-Johnson ⇨ Benigno e assintomático ⇨ Coproporfirina urinária normal Síndrome hepatocelular x síndrome colestática Sintomas ⇨ ⚠ Inespecífico · Fadiga, anorexia, icterícia · Prurido (mais comum na colestase) Quadro geral · Síndrome colestática · Dor abdominal em hipocôndrio direito · Sinal de Murphy positivo · Vesícula palpável · Obstrução da via biliar ⇨ ↑ FA e GGT · Exames complementares ⇨ Ultrassom de abdome total · Síndrome hepatocelular · Febre · Hepatomegalia · Sinais de hepatopatia crônica · Lesão e morte do hepatócito ⇨ ↑ AST e ALT ⇨ ALT mais específica para o fígado · Exames complementares ⇨ Sorologias Anatomia da via biliar · Para identificar o ducto cístico e a artéria cística, temos que identificar o trígono de callot. Limites: · Limite medial: ducto hepático comum · Limite superior: borda inferior do lobo hepático superior direito · Limite lateral: ducto cístico · Obs: Há o linfonodo de mascagni no centro Obstrução do trato biliar Acima da junção do ducto cístico e hepático comum ⇨ Acúmulo da bile intra-hepática · Sem dilatação à USG · Sem dilatação da vesícula Abaixo da junção do ducto cístico e hepático comum ⇨ Acúmulo da bile extra-hepática · Com dilatação à USG · Vesícula palpável e indolor ⇨ ⚠ Sinal de Courvoisier Terrier Fator de risco · Obesidade, dismotilidade, estrógeno, dislipidemias Tipos de cálculos · Cálculo amarelo: estase da bile → mulher, obesidade, > 40 anos e cirurgia bariátrica (emagrecimento) · Cálculo preto: hemólise crônica → formato por bilirrubinato de cálcio → anemia falciforme/ esferocitose · Cálculo castanho → formado na via biliar → a estase e a infecção geram a formação dele Colelitíase Clínica · Assintomático (80%) · Cólica biliar → dor no HCD, transitório (< 6 horas) → dor que vai melhorando → ocorre devido a uma obstrução transitória · A dor pode ser associada a ingestão de alimentos gordurosos Diagnóstico · USG de vias biliares: imagem hiperecogênica + sombra acústica · Coledoco normal tem cerca de 6 - 8 mm Tratamento: acompanhar clinicamente Indicação cirúrgica · Sintomas intensos · Cálculo 3 cm (>2,5) · Cálculo preto (decorrente de hemólise) · Vesícula em porcelana · Anomalia congênita · Pólipos + cálculo · Pólipo isolado se (> 1cm, > 50-60 anos e crescimento) Só posso ver 2 estruturas saindo da vesícula Colecistite aguda Fisiopatologia · Obstrução do ducto cístico duradoura no infundíbulo ou ducto cístico ⇨ distensão da vesícula ⇨ isquemia e estase ⇨ inflamação ⇨ infecção (E. coli e Klebsiella) Clínica · Febre + dor no HCD + sinal de Murphy (interrupção súbita da inspiração durante compressão do HCD) · Dor com mais de 6 horas · Pode ter leucocitose · NÃO dá icterícia pois não há obstrução da via biliar principal Diagnóstico · Melhor exame: USG de vias biliares · Paredes espessadas (> 4 mm) · Coleção percolecistica (borramento da gordura) · Sombra acústica + distensão · Padrão ouro: cintilografia das vias biliares Grau 3 = disfunção orgânica Grau 2 = sem disfunção + alteração de parametros (leucocitão, inflamação) Tratamento · Internação + hidratação + analgesia · Colecistectomia videolaparoscopica precoce nas primeiras 72 horas (< 7 dias) · > 7 dias = esfriar o processo (ATB ⇨ CVL em 8 semanas) ⇨ não é mais utilizado · Antibiótico · Leve: profilático · Grau I ⇨ CVL · Gru III ⇨ CVL em centro especializado · Grau III ⇨ ATB até a correção das disfunções e fazer a CVL por um cirurgião experiente Complicações · Colecistite enfisematosa · Clostridium welchii · Presença de gás na parede da vesícula biliar · Maior gravidade ⇨ diabetico e idoso ⇨ Clostridium perfringens · Melhor exame ⇨ TC de abdome (vizualisa melhor GÁS · Colecistite alitiásica · Estase biliar + isquemia · Grandes queimados, NPT, VM e instável · Maior gravidade ⇨ UTI + febre + leucocitose inexplicada · Exame: TC ou USG · Pct estável = colecistectomia · Instável = colecisTOSTOMIA percutânea · Fístula biliar · Fístula colecistobiliar - Síndrome de Mirizzi obstrução do ducto hepático común por cálculo no infundíbulo · Icterícia progressiva - colangite de repetição · CPRE ou CTP = dilatação intra hepática acima do ponto cístico · Íleo biliar Obstrução do trato gastrointestinal por um cálculo grande gerando Abdome agudo obstrutivo · ⚠ Tríade de Rigler: Aerobilia: presença de ar nas vias biliares + Cálculo ectópico radiopaco + Distensão do intestino delgado · Tratamento: Classificação de Csendes Coledocolitíase Cálculos · Secundários ⇨ Mais comuns · Primários ⇨ Castanhos Nomenclatura · Até 2 anos pós CVL ⇨ residual · Depois de 2 anos pós CVL ⇨ recorrente ou primária Clínica · Assintomático · Acolia fecal · ⚠ Icterícia flutuante · Colúria · Dor em quadrante superior direito Abordagem Alto risco CPRE · USG com cálculo no colédoco, icterícia flutuante Médio risco Colangio ressonancia · USG com colédoco > 5mm + 2 de: · HPP de colecistite, pancreatite ou colangite · Elevação de bilirrubinas, FAL, transaminases Baixo risco Colangio intraoperatória · Idem médio + colédoco < 5mm Muito baixo risco CVL · Nenhum fator Colangio por RM Não tem osso = colangioressonância CPRE Colangio intraoperatória Cirurgia · Colédoco > 1,5 -2cm · Múltiplos cálculos · Litíase intra hepática · Coledocolitíase primária Colangite bacteriana · A principal causa é a coledocolitíase ⇨ Enterobactérias Gram-negativas Fisiopatologia · Coledocolitíase + colecistite (infecção) = colangite Clínica · Tríade de Charcot = icterícia + febre com calafrios + dor em hipocôndrio direito · Pêntade de Reynolds (sintomas mais graves) = Tríade + hipotensão + confusão (supurativa ou complicada) Diagnóstico · Leucocitose com desvio à esquerda + elevação de bilirrubina, transaminases e fosfatase alcalina · CPRE (Diagnóstico e terapêutica) · USG Ajuda a localizar obstrução Laboratório · Hiperbilirrubinemia direta + PA/ GGT + Leucocitose Abordagem · Tríade de Charcot = ATB + CPRE eletiva · Pêntade de Reynolds = ATB terapia + Descompressão da via biliar/ papilotomia + CPRE (se o paciente tiver condições) image85.png image47.png image107.png image108.png image79.png image98.png image127.png image129.png image101.png image118.png image58.png image139.png image137.png image8.png image102.png image22.png image2.png image119.png image131.png image86.png image124.png image84.png image37.png image106.png image121.png image100.png image20.png image141.png image117.png image64.png image38.png image42.png image9.png image24.png image126.png image70.png image31.png image10.png image56.png image135.pngimage19.png image95.png image140.png image35.png image89.png image103.png image62.png image132.png image33.png image116.png image112.png image65.png image115.png image136.png image74.png image12.png image110.png image5.png image68.png image11.png image80.png image21.png image78.png image114.png image39.png image50.png image25.png image97.png image134.png image90.png image23.png image63.png image130.png image43.png image30.png image60.png image76.png image105.png image52.png image72.png image29.png image59.png image4.png image91.png image92.png image44.png image51.png image6.png image46.png image27.png image54.png image28.png image36.png image123.png image49.png image14.png image133.png image83.png image15.png image26.png image94.png image55.png image13.png image69.png image113.png image71.png image40.png image18.png image57.png image67.png image17.png image41.png image125.png image48.png image53.png image75.png image104.png image93.png image34.png image111.png image81.png image128.png image32.png image122.png image88.png image109.png image3.png image99.png image61.png image16.png image82.png image7.png image73.png image138.png image77.png image1.png image66.png image87.png image45.png image120.png image96.png