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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACISA DISCIPLINA: BIOSSEGURANÇA E INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS LABORATORIAIS PROFESSOR: JALBER ALMEIDA DOS SANTOS RELATÓRIO: Biossegurança no processo de artigos Laryssa de Caldas Campina Grande, 2021 1. OBJETIVO O presente relatório tem como principal objetivo explicar os processos de paramentação e desparamentação no consultório odontológico, sobretudo após as novas regras do CRO em meio o enfrentamento da Covid-19. Elencando também os processos de biossegurança referente aos utensílios utilizados no atendimento. 2. INTRODUÇÃO A Biossegurança é um conjunto de medidas que ajudam a prevenir, reduzir ou eliminar os riscos inerentes à prática profissional, especialmente em termos de saúde, é muito importante que o profissional da área odontológica tenha um conhecimento contínuo e atualizado sobre os procedimentos e normas de biossegurança. de padrões de biossegurança envolvendo conhecimento, responsabilidade, determinação, organização e disciplina (ENGELMANN et al., 2010). A fim de eliminar ou reduzir os riscos no ambiente odontológico, tanto médicos quanto alunos de escolas de odontologia devem adotar medidas de biossegurança para melhorar a segurança e o conforto durante as atividades clínicas (DE XEREZ et al., 2012). Profissionais de saúde e estudantes estão constantemente expostos a riscos ocupacionais, sejam eles químicos, físicos, mecânicos ou biológicos. Lesões percutâneas que podem ocorrer durante os procedimentos podem interferir diretamente no processo de trabalho clínico (OLIVEIRA et al., 2015). O risco de contaminação pode aumentar quando o profissional ou aluno negligencia os protocolos de biossegurança, para evitar a contaminação medidas preventivas contra a transmissão de microrganismos patogênicos devem ser adotadas e, para isso, o conhecimento profundo sobre as medidas e práticas de biossegurança é essencial, qualquer medida que diminua a ocorrência de incidentes tem valor para reduzir os riscos à saúde de pacientes e profissionais (PIMENTEL et al., 2012; GOMES et al., 2014). Embora as medidas de segurança do profissional e do paciente estejam bem estabelecidas, alguns fatores afetam sua adesão adequada, a falta de conhecimento, os métodos de esterilização falhos, a resistência bacteriana viral e a falta de cuidado com as situações de risco contribuem para o aumento das taxas de infecção (BEZERRA et al., 2014). Nas faculdades de odontologia, o conhecimento sobre biossegurança; uso de equipamentos de proteção individual e prevenção de acidentes de trabalho aumenta com a progressão do curso, as faculdades enfatizam a importância de se promover um processo formativo em biossegurança desde o início do curso de odontologia, buscando uma base teórica sólida que garanta aos alunos uma alta confiança nas atividades clínicas (DE AZEVEDO et al., 2009; DE XEREZ et al., 2012). 3. DESENVOLVIMENTO A biossegurança é uma área de bastante importância, independente da área de atuação do profissional, é fato dizer que a segurança tem que vir em primeiro lugar. Visto isso, na aula referente a este relatório pudemos aprender mais sobre a biossegurança no processo de artigos; a odontologia é uma área em que o profissional está em contato direto com o paciente, então no relatório a seguir irá ser especificado o passo a passo de como deve ser a paramentação e desparamantação do profissional e do seu paciente visando sempre à segurança de ambos, bem como a correta higienização dos utensílios que irão ser utilizados. 3.1 PARAMENTAÇÃO 3.1.1 Respirador A paramentação do profissional deve ocorrer em uma sequencia correta, a qual o primeiro passo é a utilização do equipamento de proteção respiratória (EPR), recomenda-se o uso do modelo PFF 2 ou N95, recomendados para proteção contra aerossóis, que contenham partículas não biológicas. É importante salientar que o profissional já deve chegar ao consultório fazendo uso respirador. 3.1.2 Avental O segundo passo é o avental, este item deve ter fechamento traseiro, ser impermeável e descartável. 3.1.3 Gorro Em seguida vem o gorro, é um item de extrema importante para biossegurança, ele deve garantir que todo o cabelo fique seguro, para isso é importante que o gorro seja também descartável e hidrorrepelente. Apesar de descartável só é necessário realizar a troca a cada turno. 3.1.4 Óculos de proteção Este item é extrema importância, sobretudo em tempos de Covid-19, tanto para o profissional como para os pacientes. Caso o profissional ou paciente utilizem óculos de correção, os óculos de proteção devem vir como sobreposição. O uso de um não justifica o não uso do EPI. 3.1.5 Viseiras O próximo passo é a viseira, comumente popularizada com face Shields; eles devem ser usados por toda a equipe. Impreterivelmente deve vedar a face látero-lateralmente de tragus a tragus, garantindo assim a eficácia do EPI. 3.1.6 Luvas Por fim, vêm as luvas, elas devem ser o último passo pois entram em contato direto com a mucosa do paciente e deve ser evitado o máximo de contato com superfícies para não serem infectadas. 3.2 DESPARAMENTAÇÃO A desparamentação ocorre na sequencia oposta da paramentação, iniciando pelas luvas, que deve ser removida com cuidado evitando tocar na face externa, a qual está contaminada. Logo em seguida retira-se o face shied, manuseando pela faixa elástica por trás da cabeça, após a retirada deve realizar a descontaminação do mesmo com auxílio de álcool 70º. Em seguida é retirado o gorro, puxando-o pelo topo da cabeça e fazendo o descarte no lixo contaminado. Após o gorro é feita a retirada do avental, importante lembrar que as mangas e parte anterior estão contaminadas, então deve ser feita a remoção soltando o fecho traseiro. O material deve ser enrolado e descartando também no lixo contaminado. Por fim é retirado os óculos de proteção, com cuidado para não tocar nas lentes que estarão infectadas, caso isto ocorra deve-se lavar as mãos imediatamente. O respirador deve continuar no rosto do profissional até em casa, no caso do PFF2 eles podem ser reutilizados devido a escassez, porém deve ser guardado de forma correta, e não pode ser lavado, pois perderá sua eficácia. 3.2 PROCESSOS DE DESINFECÇÃO DOS MATERIAIS 3.2.1 Esterilização O processo de esterilização de materiais odontológicos se inicia antes mesmo de começar a limpeza manual. Portanto, o ideal é que todo o procedimento de higienização seja realizado em um ambiente voltado apenas para a limpeza do material. Assim, torna-se mais fácil evitar contaminações no instrumental. Com isso escopado, podemos iniciar o procedimento que tem como primeiro passo a desinfecção do material com os químicos adequados. Atente-se sempre ao tempo de imersão e diluição da solução preconizada pelo fabricante. Logo, concluída a desinfecção, é hora da limpeza dos materiais. Para essa etapa são necessários: Escovas de cerdas macias e cabo longo; Escova de aço para brocas; Escova para limpeza de lúmen; Pia com cuba profunda; Torneira com jato direcionável; Detergente; Água corrente; Um pouquinho de força física. Antes de ser esterilizado em autoclave, o material já limpo e seco deve ser acondicionado em uma embalagem para esterilização. Isso deve ser feito com materiais que permitam a passagem do vapor — o mais recomendado é o papel grau cirúrgico. Outro ponto muito importante é identificar cada embalagem para esterilização e utilizar os indicadores químicos que, por sua vez, são colocados no interior de cada envelope. Esses indicadores avaliarão a presença dos parâmetros críticos da esterilização a vapor (tempo, temperatura e presença de vapor) e, após esterilizados, sofrerão uma alteração em sua coloração. Após todo esse processo,o material estará pronto para a sua esterilização que, na Odontologia, é realizado por meio da autoclave. O ideal é sempre utilizar água destilada para realizar o processo. Atente-se sempre às recomendações de uso do manual do equipamento fornecido pelo fabricante, bem como dos materiais que serão inseridos no maquinário. Afinal, somente itens termorresistentes devem ser levados para a autoclave. 3.3.2 Armazenamento Mesmo depois de finalizar o processo, é necessário ter alguns cuidados com o armazenamento do instrumental. Qualquer descuido pode fazer com que todo o processo de esterilização seja em vão. De acordo com o próprio sistema de vigilância sanitária, os materiais já esterilizados devem ser armazenados em gavetas, prateleiras fechadas ou caixas plásticas. É importante não sobrecarregar o compartimento para um pacote não danificar o outro. Além disso, o dentista deve ficar atento ao prazo de validade do processo de esterilização, que é de sete dias. 3.3.3 Manutenção Além da prevenção de doenças e infecções, é importante para o dentista criar e manter arquivado toda sua rotina de esterilização através de um manual de rotina. Isso proporciona estabilidade e segurança no processo ao longo do tempo. Além da vantagem da padronização, o manual proporciona uma melhor organização para a fiscalização dos processos, já que todo o procedimento é validado pela vigilância sanitária. Logo, manter todas as informações de forma clara irá aperfeiçoar todo o fluxo do consultório. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora o uso de equipamentos de proteção individual sejam itens de uso obrigatório em espaços cirúrgicos e em outros serviços, após esta nova realidade, foram inseridos itens que antes eram desnecessários; em paralelo a este novo momento, novos hábitos de biossegurança estão sendo exigidos, tanto para os profissionais como para os equipamentos que serão utilizados. O controle sanitário está cada vez mais rigoroso, contudo cabe aos profissionais da saúde garantir aos seus pacientes e a si mesmos ambientes seguros e livres de infecções e contágios de doenças. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEZERRA, A. L. D.; Sousa, M. N. A. D.; Feitosa, A. D. N. A.; Assis, E. V. D.; Barros, C. M. B.; Carolino, E. C. D. A. Biossegurança na odontologia. ABCS health sci, 2014. DE AZEVEDO, A. C.; FONSECA, A. G. L.; da SILVA, J. L. M.; PADILHA, W. W. N.Occupational Hazards: Knowledge, Attitude and Experience of Undergraduate Dental Students of the Federal University of Paraiba, Brazil. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, v. 8, n. 3, p. 327-332, 2009. DE XEREZ, J. É.; J. É., NETO, H. C.; JÚNIOR, F. L.; MAIA, C. A.; GALVÃO, H. C.; GORDÓN-NÚÑEZ, M. A. Perfil de acadêmicos de odontologia sobre biossegurança. Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre, v. 53, n. 1, p. 11-15, 2012. Duarte LRP, Miola CE , Cavalcante NJF , Bammann RH. Estado de conservação de respiradores PFF-2 após uso na rotina hospitalar . Rev Esc Enferm USP. 2010. 44(4):1011-6 ENGELMANN, A. I.; DAÍ, A. A.; MIURA, C. S. N.; BREMM, L. L.; BOLETA- CERANTO, D. D. C. F. Evaluation of procedures performed by suregen-dentists from Cascavel state of parana and surroundings for biossecurity control. Odontologia Clínico-Científica (Online), v. 9, n. 2, p. 161-165, 2010. GOMES, L. C., MIGUEL, Y. D.; ROCHA, T. C.; GOMES, E. C. Biossegurança e resíduos de serviços de saúde no cotidiano acadêmico. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 35, n. 3, 2014. OLIVEIRA, J. 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