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Epidemiologia dos agravos cardiovasculares

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As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem o maior problema global de saúde e estão
relacionadas com número elevado de mortes prematuras e perda da qualidade de vida com alto grau de
limitação e incapacidade, além de impactos econômicos para famílias, as comunidades e a sociedade em
geral.
A Organização Mundial de Saúde inclui as doenças crônicas não transmissíveis:
- Neoplasias
- Doenças Respiratórias Crônicas.
- Diabetes Mellitus.
- Doenças cardiovasculares (28%).
Fatores de risco para DCNTs
- Tabagismo.
- Consumo alimentar inadequado.
- Inatividade física.
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Cenário epidemiológico
Transição demográfica: envelhecimento.
Transição epidemiológica: Morbimortalidade por DIP (Doenças infecciosas e parasitárias) e
morbimortalidade por DCNTs (Doenças Crônicas Não Transmissíveis).
Transição nutricional: Desnutrição; Obesidade.
O que são?
CID - 10 (Capítulo IX): Doenças do aparelho circulatório I-01 a I-99.
HAS:
- Essencial e primária (1-10);
- Outras doenças hipertensivas, complicações da hipertensão ou hipertensão secundária (I-11 a
I-16).
- Doenças isquêmicas do coração; Doença Arterial Coronariana (I-20 a I-25).
- Doenças cerebrovasculares (I-60 a I-69); Acidentes vasculares encefálicos ou acidente vascular
cerebral.
- Doença vascular periférica (I-73.9) ou Isquemia Vascular Periférica.
Doença renal crônica
O desfecho da doença renal é de ordem cardiovascular, pois:
- A doença renal crônica consiste em lesão renal com perda progressiva de suas funções. Uma das
funções do rim é regular a concentração de sal e água, regulando assim a pressão arterial.
- A função renal comprometida desencadeia um mecanismo de auto-regulação miogênica
comprometido,ou seja, não vai ter uma regulação em médio a longo prazo da P.A que vai gerar
uma hipertensão arterial.
Sintomas
- As DCV cursam com longo período assintomático (latência).
- Silenciosa.
- Evolui lentamente sem a pessoa saber, podendo ser diagnosticada nessa fase.
- Podem ser agudas ou fatais já no primeiro episódio.
Principais fatores de risco para Doenças cardiovasculares.
São classificados como mutáveis e imutáveis:
- Biológicos.
- Estilo de vida.
- Exposições ambientais.
- Fatores sociais
Agravos cardiovasculares
Econômica: Doença causando pobreza (As pessoas ficam doentes, investem em medicamentos de alto
custo e empobrecem).
Social: Pobreza causando doença (As pessoas de nível social mais baixo, muitas vezes se estressam mais,
procuram alguma maneira de se satisfazer como álcool e tabagismo, que predispõem doenças
cardiovasculares)
Influenciam mortalidade precoce por doenças cardiovasculares – políticas públicas de saúde no mundo.
No mundo
Nas últimas décadas, as estatísticas apontaram declínio na mortalidade por DCV em países
desenvolvidos, provavelmente pelas modernas técnicas diagnósticas, procedimentos terapêuticos na fase
aguda e precocidade do início do tratamento, além da diminuição do tabagismo.
Em todos os países a alta mortalidade pelas DCV estão associadas em maior magnitude aos estratos
sociais mais baixos e baixa escolaridade.
No Brasil
No Brasil, nos últimos anos, as DCNT vêm representando 69% dos gastos hospitalares no Sistema Único
de Saúde (SUS), sendo as DCV responsáveis por alta frequência de internações. No ano de 2007,
ocorreram 1.155.489 internações por doenças cardiovasculares, com custo global de R$
1.466.421.385,12 e um total de 91.182 óbitos.
- Estilo de vida:
● Obesidade.
➔ Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que o número de obesos no país aumentou
67,8% entre 2006 e 2018. Ao mesmo tempo, a população passou a adquirir hábitos
mais saudáveis. É o que indica a última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel,2018).
➔ Ouvidos 52395 pessoas maiores de 18 anos de idade, entre 02 a 12 de 2018. Uma
alta do índice de obesidade foi puxada eminentemente por duas faixas etárias: dos
25 aos 34 anos e dos 35 aos 44. Nesses grupos, o indicador subiu, respectivamente,
84,2% e 81,1% (ante 67,8% de aumento na população em geral, como mencionado
antes).
➔ Ainda segundo a pesquisa realizada pelo VIGITEL, o ministério identificou um nível
maior de obesidade entre as mulheres. A percentagem foi de 20,7% contra 18,7%
dos homens.
➔ Mais da metade da população brasileira (55,7%) se encontra com o IMC acima do
normal.
● Alimentação inadequada.
➔ O consumo regular de frutas e hortaliças, por exemplo, passou de 20% para 23,1%,
entre 2008 e 2018. É uma variação de 15,5%. A recomendação é da ingestão de, no
mínimo, cinco porções diárias desses alimentos, segundo parâmetros da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
➔ A Vigitel aponta que as mulheres têm se alimentado melhor, já que 27,2% delas
mantêm a ingestão recomendada. Entre homens, a taxa é de 18,4% – no geral, fica
em 23,1%.
● Sedentarismo.
- Tabagismo.
● Cerca de 6 milhões de pessoas morrem a cada ano em razão do uso do tabaco, tanto por
utilização direta como por fumo passivo (WHO, 2011).
● Segundo a OMS, até este ano de 2020 esse número irá aumentar em 25%, contabilizando
10% de todas as mortes. Em contrapartida, todas as pesquisas realizadas, mostram que no
Brasil o percentual populacional de tabagista, vem caindo.
● Segundo dados do Vigitel, 2018, o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no
Brasil é de 9,3%, sendo 12,1% entre homens e 6,9% entre mulheres.
● Considerando o período de 1989 a 2010, a queda do percentual de fumantes no Brasil foi
de 46%, como consequência das Políticas de Controle do Tabagismo implementadas,
estimando-se que um total de cerca de 420.000 mortes foram evitadas neste período
(PLOS Medicine, 2012).
- Estresse psicoemocional.
A mortalidade por Doença cardiovascular no Brasil ocorre pela junção de alguns problemas, como:
1. Ações preventivas pouco enfatizadas.
2. Não se privilegia o diagnóstico precoce.
3. Tratamento e controle insatisfatórios.
4. Indisponibilidade de leitos.
5. Ausência de serviços de reabilitação
Fatores de risco cardiometabólicos
- HDL – colesterol baixo.
- Hipertrigliceridemia.
- Hiperglicemia.
- Diabetes.
- Hipertensão arterial (controlada ou não).
- Presença de obesidade central.
Arranjo combinado de quaisquer três destes fatores, caracterizam síndrome metabólica, o mais poderoso
fator de risco para DAC e DCbV.
- Diabetes.
- Hipertensão arterial (controlada ou não) .
● A HAS é a doença mais prevalente no adulto e pode ser detectada quando assintomática.
● Ocorre e vem aumentando em crianças e adolescentes em decorrência das mudanças
maléficas dos seus estilos de vida e epidemia de obesidade.
- Obesidade.
São fatores de risco para DCV, porém isoladamente também são caracterizados como doença.
- Dislipidemia.
- Tabagismo.
- Sedentarismo.
São fatores de risco mutáveis na epidemiologia cardiovascular, porém não caracterizam doença.
É comum a simultaneidade de fatores de risco cardiovascular em um mesmo indivíduo, até mesmo em
jovens adultos, sendo baixa a prevalência de adultos sem qualquer fator de risco cardiovascular.
Microorganismos vivos
Embora na multicausalidade das DCV e DCNT excluem-se os microrganismos vivos, foram encontrados
vestígios de agente bacteriano (Chlamydia pneumoniae) em placas de ateroma e em fragmentos de
coronárias
Mitos e fatos sobre às DCNTs (Rouquayrol,2018)
Dez mitos comuns em relação às DCNTs
1. Afetam predominantemente os países ricos:
- Fato: A cada 5 mortes, quatro ocorrem em países em desenvolvimento.
2. Países em desenvolvimento poderiam controlar as doenças transmissíveis antes das DCNT
- Fato: Ambas devem ser objetos de intervenção.
3. DCNT afetam principalmente pessoas ricas
- Fato: As pessoas pobres são as mais afetadas, pois na maioria das vezes não têm acesso a
escolhas saudáveis nem a tratamento adequado.
4. DCNT afetam predominantemente pessoas idosas.
- Fato: A maioria das DCNT afeta pessoas com menos de 70 anos de idade, levando a
incapacidades prematuras ou até mesmo à morte.
5. DCNT afetam predominantemente homens.
- Fato:Na verdade, afeta igualmente homens e mulheres.
6. DCNT são resultados de estilos de vida não saudáveis.
- Fato: Os governos têm um papel crucial em prover escolhas saudáveis em especial para
providenciar proteção social para grupos vulneráveis.
7. DCNT não podem ser prevenidas.
- Fato: A eliminação dos fatores de risco pode acabar com pelo menos 80% dos casos de
doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2 e acidente vascular encefálico (AVE) e 40% de
câncer.
8. Prevenir DCNT é muito caro
- Fato: A prevenção de DCNT é custo-efetiva em todas as regiões do mundo. Investir nessas
ações custa muito pouco e tem ótimo resultado.
9. Algumas pessoas têm muitos fatores de risco e vivem muito tempo
- Fato: Esses casos certamente existem, mas não são frequentes. Na maioria das vezes, as
pessoas adoecem e/ou morrem precocemente.
10. Todo mundo irá morrer um dia
- Isso é real, mas a morte não precisa ser lenta, prematura ou dolorosa.
Prevenção de Doenças Cardiovasculares
- Monitoramento da prevalência dos fatores de risco, especialmente os de natureza
comportamental.
● No entanto, o padrão comportamental e os hábitos de vida estão estreitamente
relacionados com condições objetivas de oferta, demanda, consumo, modismo e ainda as
representações sociais da cultura e das relações sociais estabelecidas na sociedade. Nesse
contexto é que, além da prevenção primária, a promoção da saúde tem se configurado
como alternativa teórica e prática para o enfrentamento global da ampla gama de fatores
que configuram o quadro epidemiológico atual das DCV.
Malta DC, Cezario AC, Moura L. A construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no
contexto do Sistema Único de Saúde. Epidemiol Serv Saúde 2006; 15(3):47-65.
Política Nacional de Promoção da Saúde.
Visa a conscientização nas próprias Unidades Básicas de Saúde sobre:
- Alimentação saudável.
- Prática corporal/atividade física.
- Prevenção e controle do tabagismo.
- Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas.
Também há o Programa do Ministério da Saúde, na realização do Hiperdia:
- Hiperdia: tem por objetivo cadastrar e acompanhar todos os pacientes hipertensos e diabéticos a
fim de que através do cuidado especial consigamos fazer um controle das doenças e garantir uma
melhor qualidade de vida aos pacientes.
- O Hiperdia destina-se ao cadastramento e
acompanhamento de portadores de hipertensão
arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede
ambulatorial do Sistema Único de Saúde – SUS,
permitindo gerar informação para:
● Aquisição.
● Dispensação.
● Distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes
cadastrados.
O sistema envia dados para o Cartão Nacional de Saúde, funcionalidade que garante a identificação
única do usuário do Sistema Único de Saúde – SUS.

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