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DOENÇAS CARDIOVASCULARES

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1 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
 Qual é a epidemiologia das principais doenças cardiovasculares no Brasil. 
No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 27,7% dos óbitos, atingindo 31,8% quando são 
excluídos os óbitos por causa externas, sendo consideradas a principal causa de morte. Embora tenha sido 
observada uma recente redução da sua presença como causa de mortalidade, o mesmo não pode se 
afirmar a respeito da morbidade por DCV, considerada o fator de maior impacto no custo das internações 
hospitalares no país. Em 2014, 10,1% das internações no Brasil foram causadas por doenças do aparelho 
circulatório, e, do total dessas internações, 57,2% foram entre indivíduos de 60 anos ou mais. 
A associação entre a longevidade e o aumento de doenças crônicas é conhecida na literatura e os 
resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) apontam para uma maior morbidade por doenças 
cardiovasculares em indivíduos mais velhos. Segundo a PNS, em 2013 a prevalência das doenças 
cardiovasculares na população adulta brasileira (≥ 18 anos) era de 4,2%, apresentando um gradiente 
crescente nos grupos de maior idade da população, sendo a prevalência de DCV entre idosos de 11,4% 
A avaliação da carga das doenças crônicas na população representa um importante campo na saúde 
pública e no planejamento da atenção em saúde. Entretanto, estudos que analisaram a mudança na 
prevalência de doenças cardiovasculares ainda são escassos no Brasil e a avaliação de mudanças no 
quadro epidemiológico da DCV na última década pode contribuir para uma visão atualizada da situação 
de saúde dos idosos, além de trazer à luz novos comparativos para os dados existentes na literatura, 
analisando a relação entre a morbidade por DCV, os fatores socioeconômicos, comportamentais e a 
presença de doenças crônicas. 
 Como é feita a estratificação do risco cardiovascular. 
ESCORE DE FRAMINGHAM 
Em resumo, é possível identificar, por 
sexo e faixa etária, sabendo-se o valor 
da pressão arterial sistólica, do 
colesterol total, da fração HDL do 
colesterol, do diagnóstico de diabetes e 
do conhecimento sobre hábito 
tabágico, o risco de desenvolvimento de 
doença coronariana na próxima 
década de vida. Utilizando-se a 
pontuação apresentada no quadro é 
possível identificar em cada 
participante, o risco relativo e absoluto. 
Assim, a avaliação de vários fatores de 
risco ao mesmo tempo permite 
identificar pacientes com alto risco, 
motivar pacientes para aderir à 
terapêutica e modular os esforços de 
redução de risco. 
A possibilidade de se estimar o risco 
absoluto em dez anos permite ações 
preventivas, principalmente dirigir a 
estratégia populacional e a busca de 
alto risco. De acordo, com vários autores 
existem problemas básicos, sumarizados 
a seguir. Primeiro, o escore de 
Framingham foi realizado com medidas 
de quase meio século, assim há a 
 
2 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
possibilidade real que o risco tenha se alterado durante o tempo. Segundo, o risco absoluto nos participantes 
de Framingham não é necessariamente a mesma em outras populações. Terceiro, fatores de risco 
primordiais como dieta, peso corpóreo e atividade física não são considerados no escore 
 
 
 Quais são os fatores de risco para d. cardiovasculares? (Modificáveis/Não Modificáveis) 
As doenças cardiovasculares (DCV) são alterações no funcionamento do sistema cardíaco, sendo este 
responsável por transportar oxigênio e nutrientes necessários às células para essas executarem suas tarefas. 
Tais doenças são consideradas um grande problema de saúde pública. Por serem a principal causa de morte 
em todo o mundo, em especial nas populações dos grandes centros urbanos. Dentre as DCV de maior 
ocorrência podem-se destacar doença arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca, angina, infarto 
agudo do miocárdio (IAM), doenças valvares, arritmias, doenças hipertensivas, dentre outras. 
Vários são os fatores de risco associados ao desenvolvimento de DCV, os quais podem ser modificáveis e 
não modificáveis. Os fatores de riscos modificáveis incluem hiperlipidemia, tabagismo, etilismo, 
hiperglicemia, obesidade, sedentarismo, má alimentação e uso de contraceptivos; e os não modificáveis 
incluem história familiar de DCV, idade, sexo e raça. 
FATORES DE RISCO NÃO MODIFICÁVEIS 
1. GÊNERO: 
O risco de doença cardiovascular entre as mulheres tem sido subestimado ao longo dos anos 
principalmente em função do falso conceito de que o sexo feminino estaria protegido contra as doenças 
cardiovasculares. 
 
3 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
O climatério marca nítida mudança no perfil de risco das mulheres em relação as doenças cardiovasculares. 
Vários parecem ser os fatores que explicam essa modificação: deficiência estrogênica, maior prevalência 
de tabagismo, obesidade, dislipidemias e hipertensão arterial entre eles. 
2. IDADE 
A idade é importante fator de risco para o desenvolvimento da aterosclerose e suas complicações. Embora 
quanto maior a idade, maior o risco, com base em estudos observacionais, considera-se a idade acima de 
55 anos nas mulheres e acima de 45 anos para os homens como fator de risco independente. 
3. HEREDITARIEDADE 
O risco aumentado de doença coronariana entre parentes de pacientes acometidos pela doença é 
observação genético-epidemiológica de longa data e trouxe o reconhecimento da história familiar como 
importante fator de risco para doença cardiovascular. 
Alguns resultados de estudos fundamentam a inclusão da história familiar como fator de risco. O risco de 
morte por doença coronariana entre os pais dos portadores de doença coronariana foi cinco vezes maior 
do que o dos pais dos controles; para os irmãos dos pacientes, o risco do desenvolvimento de doença 
coronariana fatal ou não fatal foi cerca de 5,5 vezes maior do que entre os irmãos dos controles e para as 
irmãs dos pacientes, 2,5 vezes maior. Para as mães dos pacientes o risco não foi aumentado. 
FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS 
1. TABAGISMO 
O tabagismo está relacionado com múltiplas doenças crônicas, particularmente câncer de pulmão e 
doenças cardiovasculares. Os fumadores de mais de um maço de cigarros por dia têm quatro vezes mais 
infarto do miocárdio do que os não fumadores. Contudo, até o fumo de poucos cigarros por dia – tabagismo 
ligeiro – aumenta o risco de infarto do miocárdio: o fumo de apenas um a cinco cigarros por dia aumenta o 
risco para 40%. O risco de acidente vascular cerebral também aumenta nos fumadores de modo 
proporcional ao número de cigarros fumados por dia. 
O risco é reduzido rapidamente após o abandono, com diminuições significativas da morbidade e 
mortalidade já observadas após seis meses. 
2. DISLIPIDEMIAS 
As dislipidemias têm sido consideradas um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento da 
aterosclerose e suas complicações. Particularmente o LDL-colesterol (C) tem sido evidenciado como o mais 
relevante entre os componentes do perfil lipídico e o que acumula mais evidências de que sua redução traz 
benefícios cardiovasculares. 
A Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose trouxe modificações nas 
ferramentas propostas para estratificação de risco, ampliando o universo de potenciais candidatos ao uso 
de estatinas. 
O arsenal terapêutico para tratamento das dislipidemias conta, além das medidas comportamentais, com 
pequeno número de medicamentos. Entre eles, as estatinas são as que mais evidências acumulam de 
benefícios na prevenção cardiovascular em diferentes populações. 
 
3. HIPERTENSÃO ARTERIAL 
A hipertensão arterial é o mais prevalente dos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças 
cardiovasculares. É considerada como a principal causa de morte em todo mundo, pela elevada 
prevalência, nitidamente associada à idade, bem como pela relação com a doença coronariana, 
cerebrovasculare insuficiência cardíaca. 
A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da pressão arterial 
a partir de 115/75mmHg. 
 
4 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
Mudanças no estilo de vida devem ser incentivadas, pois são fortes as evidências de que a redução do 
consumo de sal, do álcool, aumento do consumo de frutas e redução de gorduras e aumento na atividade 
física reduzem não apenas os níveis pressóricos mas os desfechos cardiovasculares. 
4. DIABETES 
O diabete é causa importante de complicações cardiovasculares. Aproximadamente dois terços dos 
indivíduos com o diagnóstico de DM acabam por falecer devido a doença arterial coronariana ou doença 
cerebrovascular. 
Evidências mostram que o controle glicêmico adequado é capaz de reduzir o aparecimento de 
complicações microvasculares e também na redução de eventos cardiovasculares, particularmente após 
longo prazo de acompanhamento40 ou quando se associam medidas intensivas de mudança de estilo de 
vida e farmacológicas. 
5. OBESIDADE 
A obesidade tem natureza multifatorial e é um dos fatores preponderantes para explicar o aumento da 
carga das doenças crônicas não transmissíveis, uma vez que está associada frequentemente a 
enfermidades cardiovasculares como indivíduos que apresentam fatores de em ampla faixa de idade, 
Hipertensão arterial, dislipidemias, diabete, osteoartrites e certos tipos de câncer, sendo também apontada 
como importante condição que predispõe à mortalidade. 
A redução do peso corpóreo deve ser objetivada por meio de mudanças de estilo de vida, particularmente 
as que envolvem os hábitos alimentares e a prática regular de exercícios físicos. 
 Quais são as políticas públicas relacionadas às DCV. 
 
Atividade física 
I. Programa Academia da Saúde: Construção de espaços saudáveis que promovam ações de 
promoção da saúde e estimulem a atividade física/práticas corporais, o lazer e modos de vida 
saudáveis em articulação com a Atenção Básica em Saúde. 
II. Reformulação de espaços urbanos saudáveis: Criação do Programa Nacional de Calçadas 
Saudáveis e construção e reativação de ciclovias, parques, praças e pistas de caminhadas. 
III. Campanhas de comunicação: Criação de campanhas que incentivem a prática de atividade física 
e hábitos saudáveis, articulando com grandes eventos, como a Copa do Mundo de Futebol (2014) 
e as Olimpíadas (2016). 
Tabagismo e álcool 
I. Adequação da legislação nacional que regula o ato de fumar em recintos coletivos. 
II. Ampliação das ações de prevenção e de cessação do tabagismo, com atenção especial aos 
grupos mais vulneráveis (jovens, mulheres, população de menor renda e escolaridade, indígenas, 
quilombolas). 
III. Fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos 
derivados do tabaco e álcool, com o objetivo de reduzir o consumo, conforme preconizado pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Envelhecimento ativo 
I. Implantação de um modelo de atenção integral ao envelhecimento ativo, favorecendo ações 
de promoção da saúde, prevenção e atenção integral. 
II. Promoção do envelhecimento ativo e ações de saúde suplementar. 
III. Incentivo aos idosos para a prática da atividade física regular no programa Academia da Saúde. 
IV. Capacitação das equipes de profissionais da Atenção Básica em Saúde para o atendimento, 
acolhimento e cuidado da pessoa idosa e de pessoas com condições crônicas. 
V. Incentivar a ampliação da autonomia e independência para o autocuidado e o uso racional de 
medicamentos. 
VI. Criar programas para formação do cuidador de pessoa idosa e de pessoa com condições 
crônicas na comunidade. 
 
5 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
 Qual o papel da Atenção Básica relacionado A prevenção das DEV.? 
Os dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, obtidos no período de 2004 a 2014, denotam que houve 
um quantitativo de 3.493.459 óbitos, demonstrando que uma morte a cada 40 segundos ocorre em nosso 
meio. O ano 2017, foi marcado como o maior período de mortes, ultrapassando todos os anos desde 2004, 
chegando a 383.961 óbitos por ano, por meio do cardiômetro que é um indicador brasileiro que traz 
resultados em tempo real, dos números de mortes por DCV. 
Desta forma, apresentar as doenças do aparelho circulatório, como um problema que devem ser tratadas 
inicialmente nos serviços da Atenção Básica (AB), por este ser um atendimento primário. Contudo o Sistema 
Único de Saúde (SUS) enfrenta uma diversidade de problemas que podem ser sugestivos de uma má 
qualidade neste tipo de atenção primária, podendo citar um deles como o financiamento insuficiente, 
fazendo com que o enfrentamento das DCV na AB fique deficitário. Isso demonstra que os profissionais 
envolvidos neste processo, desempenham um papel grandioso enfrentando uma gama de adversidades 
para prestar serviços com qualidade, enfrentam vários desafios que interferem na qualidade dos serviços. 
Os serviços da AB têm maior poder de descentralização, possibilitando a realização de ações coletivas de 
promoção e prevenção, podendo suprir problemas e necessidades de saúde das pessoas e grupos 
populacionais, articulando diversos tipos de tecnologias. Contudo, a atenção primaria em saúde (APS) 
enfrenta dificuldades na implementação dos seus serviços, gerando dificuldades nas potencialidades e 
entraves no vínculo da pessoa com DCV, visto que, este é um serviço de “porta aberta” capaz de dar 
respostas “positivas” aos usuários deste que sejam viáveis. 
Na tentativa de melhorar os atendimentos voltados para os problemas cardíacos na AB, assim como reduzir 
o número de hospitalizações, possibilitando o acompanhar e tratar de forma adequada tanto os casos de 
hipertensão como diabetes, o Ministério da Saúde (MS) criou em 2002 o Sistema de Cadastramento e 
Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA), este plano que reorganiza os serviços primários 
e cria estratégias por meio de ações educativas, estímulo à realização de atividades físicas, consultas 
médicas agendadas e entrega de medicamentos

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