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Ceratite

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ceratite
Introdução
Processo inflamatório da córnea resultante de agressões diversas, podendo comprometer o epitélio, o estroma e até o endotélio corneano, levando à formação de ulcerações (Figura 88.1).
Causas e fatores de risco
•Ceratites infecciosas: infecções por bactérias (estafilococos, estreptococos, Haemophilus, Pseudomonas), vírus (sarampo, Epstein-Barr, HSV-1 e 2, herpes-zóster), fungos (Aspergillus, Fusarium, Candida), protozoários (Acanthamoeba sp.), entre outros
Figura 88.1 Úlcera de córnea decorrente de ceratite.
•Traumas, cirurgias oculares
•Doenças autoimunes (p. ex., artrite reumatoide, poliarterite nodosa)
•Fatores ambientais (p. ex., queimaduras com raios ultravioleta, poluentes atmosféricos, substâncias químicas, exposição excessiva da córnea sem adequada lubrificação, trauma)
•Uso inapropriado de lentes de contato
•Diabetes (lesão neurotrófica corneana) e dermatite atópica.
Manifestações clínicas
Ceratites infecciosas:
•Hiperemia conjuntival (ver Capítulo 105, Olho Vermelho)
•Dor (intensidade variada. Pode ser muito leve ou ausente em ceratites por herpes e muito intensa como nas ceratites por Acanthamoeba)
•Embaçamento visual de intensidade variável
•Sensação de corpo estranho
•Fotofobia
•Pode haver alteração corneana visível a olho nu
•Hipópio, em casos mais graves (coleção de leucócitos, com formação de nível esbranquiçado na câmara anterior)
•Quemose (edema conjuntival); edema palpebral
•Úlcera epitelial dendrítica em casos de herpes
•Adenopatia pré-auricular.
Exames complementares
•Bacterioscopia, cultura e antibiograma de material colhido na lesão.
Comprovação diagnóstica
•Dados clínicos + identificação do agente infeccioso.
Complicações
•Leucoma (cicatriz com opacidade localizada)
•Perfuração ocular
•Vascularização anômala da córnea
•Endoftalmite.
Tratamento
•Todos os casos suspeitos de úlcera de córnea devem ser encaminhados ao oftalmologista com urgência (necessário diagnóstico precoce e tratamento adequado para preservar a visão)
•Limpeza ocular com soro fisiológico (NaCl a 0,9%) 4 vezes/dia
•Internação em casos graves
•Evitar colocação de bandagem sobre o olho.
 Tratamento medicamentoso
•Atropina 1% ou cicloplégico (para alívio dos sintomas) fotofobia, espasmo ciliar
•Corticoides tópicos (prednisolona 1% ou dexametasona 0,1%) devem ser usados com cautela, a não ser que a lesão seja de natureza autoimune ou alérgica.
Ceratites virais
•Medicação específica 
Ceratites bacterianas
•Associação de aminoglicosídio com cefalosporina: cobertura de bactérias gram-positivas e negativas – cefazolina 50 mg/mℓ e gentamicina 10 a 20 mg/mℓ
•Quinolona tópica (indicada principalmente em úlceras de córnea bacterianas menores que 3 mm – por exemplo, ciprofloxacino 0,3%, gatifloxacino 0,3%, moxifloxacino 0,5%). Tanto em monoterapia quanto com o uso de colírios compostos, utiliza-se o seguinte regime terapêutico: 1 gota de 5 em 5 minutos nos primeiros 30 minutos, seguidos por 1 gota a cada 1 hora. Com a evolução pode-se distanciar as aplicações
•Antibioticoterapia sistêmica: indicada principalmente em úlceras próximas ao limbo corneano – ciprofloxacino, VO, 750 mg, 2 vezes/dia.
Ceratites fúngicas
•Anfotericina B, 0,15%, tópica (fungos leveduriformes) ou natamicina 5% (fungos filamentares). Pode-se utilizar ainda: clotrimazol, miconazol, cetoconazol ou fluconazol por via tópica ou subconjuntival
•Casos graves: cetoconazol, anfotericina ou fluconazol sistêmicos.
Prevenção
•Evitar abrasão ou lesão da córnea por manipulação inadequada de lentes de contato
•Uso de protetores oculares em profissões expostas ao risco de corpos estranhos.
Evolução e prognóstico
•Cura com tratamento adequado e precoce
•Risco de perda da visão.
Atenção 
•Suspeita de úlcera de córnea torna obrigatória a avaliação diária do paciente
•Em ceratites com antecedente de lesão com vegetais, deve-se suspeitar de ceratite fúngica
•O colírio anestésico proporciona melhora imediata da dor corneana; entretanto, deve ser evitado, pois seu uso indiscriminado pode causar necrose tecidual e dificultar o processo de cicatrização.
FONTE: Clínica médica na Prática diária. Porto.

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