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LIÇÃO 03 - v2 2 2 - 2ª EDIÇÃO - Ebook Defesa Civil SC

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PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
Diretoria de Gestão de Educação
2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
Diretoria de Gestão de Educação
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA
GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Carlos Moisés da Silva
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Chefe da Defesa Civil
João Batista Cordeiro Junior
Diretor de Gestão de Educação
Alexandre Corrêa Dutra
IN
ST
IT
UC
IO
N
A
L
Caroline Margarida
Regina Panceri (organizadoras)
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA
Florianópolis
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
2020
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. Proteção e Defesa Civil. Margarida, Caroline & Panceri, Regina 
(Organizadoras). 2ª ed. Florianópolis, 2020.
DESIGN INSTRUCIONAL:
Maria Hermínia Benincá Schenkel
PARECERISTA:
Alexandre Corrêa Dutra
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Walter Stodieck
FOTOS:
Flávio Vieira Junior
O
RG
A
N
IZ
A
Ç
Ã
O
Almir Vieira 
Carlos Alberto da Rocha Jr. 
Carlos Besen 
Caroline Margarida 
Débora Ferreira 
Elna Fatima Pires de Oliveira 
Frederico de Moraes Rudorff 
Humberto Alves da Silva 
Jaqueline Antunes 
José Luiz de Abreu 
Laís de Oliveira Bernardino 
Lisangela Albino 
Luiz Antônio Cardoso 
Marcos de Oliveira 
Mário Jorge Cardoso Coelho Freitas 
Maurício Marino 
Paulo Cesar Santos 
Regina Panceri 
Rennan Inácio 
Renata Gaia 
Rodrigo Nery 
Rosinei da Silveira 
Sandro Nunes 
Sarah Cartagena 
Susana C. Costa e 
Vanessa Scoz Oliveira
C
O
LA
BO
RA
D
O
RE
S
SU
M
Á
RI
O
COMO USAR ESTE LIVRO .........................................................................8
APRESENTAÇÃO ...............................................................................................9
LIÇÃO 01 .................................................................................................................10
LIÇÃO 02 .............................................................................................................46
LIÇÃO 03 ...........................................................................................................145
LIÇÃO 04 ............................................................................................................192
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 215
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 216
C
O
M
O
 U
SA
R 
ES
TE
 LI
V
RO
COMO USAR O
NOSSO LIVRO
Este livro contém alguns recursos para facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conheci-
mento. São eles:
Questão: quando temos uma per-
gunta importante sobre o assunto 
que está sendo tratado.
Assista ao vídeo: material comple-
mentar em vídeo.
Curiosidade: alguma curiosidade 
sobre o conteúdo.
Dica: uma informação para comple-
mentar o que está sendo visto.
Saiba mais: materiais complemen-
tares ou informações importantes 
sobre o assunto que fazem parte 
da lição.
Lembrete: apresenta dicas e suges-
tões do autor.
Destaque: são informações impor-
tantes dentro do texto.
Balão: serve para explicar uma pa-
lavra ou um conceito.
Link: indicados para acessar mate-
riais complementares aos assuntos 
propostos.
Para refletir: indicação de questões 
para que você reflita sobre o que 
está sendo estudado.
Recapitulando: é a síntese da Li-
ção.
Caso Real: Quando um texto se apresentar escri-
to nesta formatação, dirá respeito a um caso real 
sobre o tema abordado na lição.
Exemplos: Quando um texto se apresentar escrito 
nesta formatação, dirá respeito a algum exemplo 
que o conteudista está utilizando para uma me-
lhor compreensão do tema abordado.
Citação: Quando um texto se apresentar escrito 
nesta formatação, dirá respeito a citações sobre o 
assunto tratado.
Prezado cursista,
Seja bem-vindo ao Curso de Proteção e Defesa Civil. 
Este livro foi criado por especialistas, nas suas áreas de expertise, para que você tenha acesso, em um só do-
cumento, a assuntos pertinentes sobre Defesa Civil. Entre os assuntos abordados, discutiremos: Normas, De-
cretos, Leis, Regulamentos de Proteção e Defesa Civil, Gestão de Riscos, Gestão de Desastres, enfim, temáticas 
ligadas à sua realidade. 
O objetivo do curso é prepará-lo para intervir na gestão de riscos e desastres e, também, ajudá-lo a atuar de for-
ma eficaz junto aos municípios.
O nosso livro está dividido em quatro lições, que são:
A
PR
ES
EN
TA
Ç
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Lembre-se que em Educação a Distância, o caminho da aprendizagem depende muito de você. Por isso, esperamos 
que você participe de todas as etapas desenvolvidas no nosso Curso. É importante que você leia o nosso material, 
participe dos Fóruns de discussão e das atividades desenvolvidas. Esses recursos didático-pedagógicos são muito 
importantes para sua motivação, dedicação e autonomia na construção do conhecimento.
Estamos muito felizes em compartilhar esta jornada de aprendizagem junto a você. 
Desejamos um ótimo Curso!
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
- Conhecer os conceitos de desastre, danos, prejuízos, socorro, assistência humanitária, recuperação e reconstrução. 
- Compreender a tipologia, a classificação e a codificação dos desastres.
- Identificar instrumentos que possibilitem maior eficiência na gestão dos eventos adversos.
Gestão
de Desastres
LI
Ç
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O
 0
3
146
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
1. ESTUDO DOS DESASTRES:
CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
Você sabe o que caracteriza um desastre? Todo 
evento adverso é um desastre?
É o que vamos ver agora.
Primeiramente, vamos conceituar desastre.
Segundo a Estratégia Internacional para a Redu-
ção de Desastres das Nações Unidas – EIRD, de-
sastre é uma séria interrupção no funcionamento 
de uma comunidade ou sociedade, com impactos 
sobre pessoas, bens, economia e meio ambiente, 
que excede a capacidade dos afetados para lidar 
com situação mediante o uso de seus próprios re-
cursos.
De acordo com a Instrução Normativa nº 02/2016/
MIN, desastre é o resultado de eventos adversos, 
naturais, tecnológicos ou de origem antrópica, so-
bre um cenário vulnerável exposto a ameaça, cau-
sando danos humanos, materiais ou ambientais 
e consequentes prejuízos econômicos e sociais.
Os desastres são considerados situações críticas, 
cujas características de risco exigem das agên-
cias envolvidas, além de uma intervenção imedia-
ta de profissionais treinados com equipamentos 
adequados, uma postura organizacional não roti-
neira para a coordenação e o gerenciamento inte-
grados das ações de resposta.
Classificação dos desastres
Na busca brasileira de alinhar os conceitos e a 
classificação dos desastres com os critérios de-
finidos pelos órgãos internacionais, a Secretaria 
Nacional de Defesa Civil adotou a classificação 
dos desastres constante do Banco de Dados In-
ternacional de Desastres - EM-DAT, do Centro 
para Pesquisa sobre Epidemiologia de Desastres 
- CRED da Organização Mundial de Saúde - OMS/
ONU e a simbologia correspondente.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil entende que 
adequar a classificação brasileira à classificação 
utilizada pela ONU representa o acompanhamen-
to da evolução internacional na classificação de 
desastres e o nivelamento do país aos demais or-
ganismos de gestão de desastres do mundo.
Os desastres são classificados segundo os se-
guintes critérios: origem, evolução, intensidade 
e periodicidade. Com a publicação da Instrução 
Normativa nº 02 de 20/12/2016, ocorreram mu-
danças na Classificação Brasileira de Desastres, 
e a seguir, apresentamos a descrição de cada um 
dos critérios utilizados na referida norma. 
Quanto à origem, ou causa primária do agente 
causador, os desastres são classificados em:
Desastres Naturais
ORIGEM
Desastre considerado acima da nor-
malidade em relação à vulnerabilida-
de da área atingida, que podem impli-
car emperdas humanas, socioeconô-
micas e ambientais
Os grupos dos desastres naturais 
são: Geológicos, Hidrológicos, Mete-
reológicos, Climatológicos e Biológi-
cos.
Desastre originado por condições 
tecnológicas decorrentes de falhas 
na infraestrutura ou nas atividades 
humanas específicas consideradas 
acima da normalidade, que podem 
implicar em perdas humanas, socioe-
conômicas e ambientais.
Desastres
Tecnológicos ou
Antrópicos
147
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Quanto à evolução, os desastres podem ser clas-
sificados como: súbitos e gradual.
Desastre Súbito
EVOLUÇÃO
São eventos adversos que ocorrem 
de forma inesperada e surpreenden-
te, caracterizados pela velocidade da 
evolução e pela violência dos eventos 
causadores.
Ex.: deslizamentos de terram as en-
xurradas, os vendavais, os terremo-
tos, as erupções vulcânicas, as 
chuvas de granizo, os acidentes in-
dustriais, etc.
São eventos adversos que ocorrem 
de forma lenta e se caracterizam por 
evoluírem em etapas de agravamento 
progressivo.
No Brasil, há exemplos muito impor-
tantes deste tipo de desastres, como 
a estiagem e a erosão do solo.
Desastre Gradual
A intensidade dos desastres é definida em ter-
mos relativos, pois a classificação é precisa, útil e 
racional, levando em consideração a necessidade 
de recursos para o restabelecimento da situação 
de normalidade e a disponibilidade desses recur-
sos na comunidade afetada e nos demais parcei-
ros.
A classificação quanto à intensidade obedece a 
critérios baseados na relação entre a necessida-
de de recursos para o restabelecimento da situ-
ação de normalidade e a disponibilidade desses 
recursos na área afetada pelo desastre e nos dife-
rentes níveis do SINPDEC. Assim, no que se refere 
à intensidade, os desastres podem ser classifica-
dos em três níveis:
Desastres de pequena 
intensidade
INTENSIDADE
São aqueles em que há somente 
danos humanos e que a situação 
de normalidade pode ser restabe-
lecida com os recursos mobiliza-
dos em nível local ou complemen-
tados com o aporte de recursos 
estaduais e federais.
N
ÍV
EL
 I
Decretação de situação 
de emergência
N
ÍV
EL
 II
Desastres de média 
intensidade
Decretação de situação 
de emergência
São aqueles que os danos e prejuí-
zos são suportáveis e superáveis 
pelos governos locais e a situação 
de normalidade pode ser restabe-
lecida com os recursos mobiliza-
dos em nível local ou complemen-
tados com o aporte de recursos 
estaduais e federais.
São caracterizados pela ocorrên-
cia de ao menos dois danos, sendo 
um deles obrigatoriamente danos 
humanos que importem no prejuí-
zo econômico público ou no prejuí-
zo econômico privado que afetem 
a capacidade do poder público 
local em responder e gerenciar a 
crise instalada.
Desastres de grande 
intensidade
N
ÍV
EL
 II
I
Estado de calamidade 
pública
São aqueles em que os danos não 
são superáveis e suportáveis pelos 
governos locais e o restabeleci-
mento da situação de normalidade 
depende da mobilização e da ação 
coordenada das três esferas de 
atuação do Sistema Nacional de 
Proteção e Defesa Civil - SINPDEC 
e, em alguns casos, de ajuda inter-
nacional
São caracterizados pela concomi-
tância na existência de óbitos, iso-
lamento de população, interrupção 
de serviços essenciais, interdição 
ou destruição de unidades habita-
cionais, danificação ou destruição 
de instalações públicas prestado-
ras de serviços essenciais e obras 
de infraestrutura pública.
Para simplificar tudo que vimos até o momento, 
segue um quadro com o resumo da Classificação 
dos Desastres.
Origem
CLASSIFICAÇÃO
D
ES
A
S
T
R
ES Evolução
Intensidade
- Natural
- Tecnológico ou Antrópico
- Súbito
- Gradual
- Nível I: pequena intensidade
- Nível II: média intensidade
- Nível III: grande intensidade
148
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Independentemente da classificação do desastre 
ocorrido, os danos e prejuízos provocados são 
inevitáveis, bem como as perdas, envolvendo re-
cursos para o retorno à normalidade. Por isso, 
para colaborar nas ações de Defesa Civil, a fim de 
reduzir a ocorrência e a magnitude dos eventos 
causadores de desastres, bem como dos efeitos 
negativos destes sobre a comunidade, é preciso 
conhecer os danos e prejuízos que eles podem 
provocar.
Classificação dos danos e prejuí-
zos
Os danos causados por desastres podem ser clas-
sificados em três categorias: humanos, materiais 
e ambientais.
DANOS HUMANOS
Dimensionados e ponderados em função do nível de pessoas 
afetadas pelos desastres, cabendo especificar o número de 
mortos, feridos graves, feridos leves, enfermos, desaparecidos, 
desalojados, desabrigados e deslocados. Como uma mesma 
pessoa pode sofrer mais de um tipo de dano, o número de pes-
soas afetadas é sempre, menor ou igual à soma dos danos hu-
manos.
DANOS MATERIAIS
Corresponde, predominantemente, aos bens imóveis e às insta-
laçôes que foram danificadas ou destruídas em decorrência de 
um desastre.
São contabilizadas as instalações públicas de saúde, de ensino 
ou prestadoras de outros serviços; as unidades habitacionais; as 
obras de infraestrutura e as instalações públicas de uso comuni-
tário danificadas ou destruídas.
DANOS AMBIENTAIS
Por serem de reversibilidade mais difícil, contribuem de forma 
importante para o agravamento dos desastres e são medidos 
quantitativamente em função do número de pessoas afetadas 
em relação à população do município (percentual da popula-
ção).
São estimados em função do nível de: poluição e contaminação 
recuperável em médio e longo prazo do ar, da água, ou do solo; 
diminuição ou exaurimento a longo prazo da água; e destruição 
de Parques, Áreas de Proteção Ambiental e Áreas de Preserva-
ção Permanente Nacionais, Estaduais ou Municipais.
Os prejuízos podem ser classificados em preju-
ízos econômicos públicos e prejuízos econômi-
cos privados.
PREJUÍZOS ECONÔMICOS PÚBLICOS
Relacionam-se com o colapso de alguns serviços que visam o 
atendimento da coletividade, tais como: assistência médica, 
abastecimento de água potável, sistemas de esgoto, limpeza 
urbana, controle de pragas, geração e distribuição de energia 
elétrica, telecomunicações, transportes, distribuição de combus-
tíveis, segurança pública e ensino.
São avaliados em função da perda de atividade econômica exis-
tente ou potencial, incluindo frustração ou redução de safras, 
perda de rebanhos, interrupção ou diminuição de atividades de 
prestação de serviço e paralisação de produção industrial.
PREJUÍZOS ECONÔMICOS PRIVADOS
Referem-se aos danos materiais e/ou ambientais relacionados 
aos bens, serviços ou instalações privadas e relacionam-se com 
a perda de atividade econômica na indústria, comércio ou agro-
negócio, sem afetar diretamente a coletividade.
Enquanto os danos representam a intensidade 
das perdas humanas, materiais ou ambientais 
ocorridas, os prejuízos são a medida de perda re-
lacionada com o valor econômico, social e patri-
monial de um determinado bem, em circunstân-
cias de desastre ou acidente.
Um exemplo fácil que diferencia dano e prejuízo 
são os acidentes de trânsito: as pessoas feridas 
e a lataria amassada dos veículos representam 
os danos, enquanto os valores do serviço médico, 
dos remédios e do conserto do carro representam 
o prejuízo.
Em alguns desastres, é difícil afirmar quais os da-
nos e prejuízos existentes, pois eles podem não 
estar evidentes ou mesmo porque são difíceis de 
ser mensurados. Um bom exemplo disto está na 
tentativa de medir os danos humanos: avaliar o 
impacto psicológico de um desastre em uma co-
munidade pode ser bastante subjetivo. Transfor-
mar este impacto em um valor financeiro torna-se 
ainda mais difícil.
É preciso lembrar que a compreensão dos danos 
e prejuízos é fundamental para o estudo dos de-
sastres. Afinal, não é a intensidade do evento que 
determina um desastre, mas sim suasconsequ-
ências em termos de danos e prejuízos.
149
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
2. PRINCIPAIS DESASTRES NO ESTADO DE 
SANTA CATARINA: INUNDAÇÃO, 
ESTIAGEM, GRANIZO, VENDAVAL,
DESLIZAMENTO
O Estado de Santa Catarina, por suas caracterís-
ticas geográficas intrínsecas, é um dos Estados 
com maior recorrência de desastres, mesmo sen-
do apenas o 26º em extensão territorial. O Esta-
do é frequentemente afetado por chuvas intensas 
que causam inundações, alagamentos e desliza-
mentos e por tempestades severas que podem vir 
acompanhadas de ventos intensos, raios, granizo 
e até tornados. Além das perdas econômicas e 
materiais, as condições de tempo severo provo-
cam perdas de vidas. Desse modo, é importante 
conhecer os eventos e saber como se proteger.
Inundação
Existem vários tipos:
• Inundação gradual, popularmente tratada como 
enchente, é o aumento do nível dos rios ocorren-
do o transbordamento de suas águas. Relacio-
nam-se muito mais com períodos demorados de 
chuvas contínuas do que com chuvas intensas e 
concentradas. O fenômeno caracteriza-se por sua 
abrangência e grande extensão.
• Inundação brusca ou enxurrada ocorre devido a 
chuvas intensas e concentradas. A elevação do 
nível dos rios é súbita e seu escoamento é violen-
to. A elevação das águas ocorre repentinamente, 
causando mais mortes, apesar da área de impac-
to ser bem menor do que as inundações graduais.
• Alagamentos são frequentes nas cidades que 
crescem desordenadamente, sem obras de drena-
gem. O fenômeno relaciona-se com a redução da 
infiltração natural nos solos urbanos, provocada 
principalmente pela impermeabilização do solo, 
pavimentação de ruas e adensamento de edifica-
ções.
Imagem 86 - Inundação
O que fazer?
ANTES DURANTE DEPOIS
- Cobrar a fiscalização 
e denunciar ocupação;
- Manter limpo os ralos 
e calhas;
- Se estiver chovendo 
forte fique alerta;
- Acionar os núcleos de 
defesa civil;
- Verifique a existência 
de abrigos;
- Se as águas começa-
rem a invadir sua casa, 
não tente nadar;
- Coloque documentos 
e objetos de valor em 
local protegido;
- Desligue a energia 
elétrica e feche o regis-
tro de entrada d´água 
(hidrômetro).
- Fique atento às infor-
mações fornecidas 
pelos órgãos compe-
tentes;
- Em casos mais 
sérios, peça ajuda a 
DEFESA CIVIL (telefone 
199) e ao CORPO DE 
BOMBEIROS (telefone 
193);
- Nunca utilize carro 
em áreas inundadas;
- Fique longe de postes 
e linhas de transmis-
são caídas;
- Evite contato com as 
águas da inundação;
- Não coma alimentos 
que tiverem contato 
com as águas;
- Utilizar colete salva-
-vidas;
- Caso tenha sido reti-
rado de sua residência, 
não volta até as águas 
baixarem.
- Lave e desinfete os 
objetos que tiverem 
contato com as águas 
das inundações;
- Tenha cuidado com 
aranhas, cobras e 
ratos;
- Retire todo o lixo e co-
loque para ser recolhi-
do;
- Manter a casa aberta 
e ventilada;
- Não use água de 
fontes e poços depois 
da inundação, pois es-
tarão contaminadas;
- Desinfetar a caixa 
d´água com hipoclorito 
(água sanitária);
- Ferva a água para ali-
mentação;
- Limpe os dijuntores 
antes de ligar a energia 
elétrica.
Fonte: Google
150
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Estiagem
A estiagem refere-se a um período prolongado de 
baixa pluviosidade ou sua ausência, em que a per-
da de umidade do solo é superior à sua reposição. 
A presença da cobertura vegetal também pode ser 
caracterizada como um dos condicionantes, pois 
reduz a perda de umidade do solo, devido princi-
palmente ao bloqueio da radiação solar e ao siste-
ma radicular (raízes) que favorece o processo de 
infiltração.
Imagem 87 -Plantação Seca
O que fazer?
ANTES DURANTE DEPOIS
- Priorizar culturas com 
maior resistência a pe-
ríodos de déficit hídri-
co;
- Manter sempre que 
possível a cobertura 
vegetal entre os perío-
dos de cultivo;
- Proteger poços, córre-
gos, açúdes e outras 
áreas de captação;
- Construir reservató-
rios com capacidade 
adequada a irrigação e 
a distribuição;
- Construir reservató-
rios para reutilização 
da água para funs de 
limpeza doméstica.
- Não construir barra-
mentos sem estudo 
prévio do local;
- Evitar o princípio e a 
propagação de quei-
madas;
- Reutilizar a água para 
fins de limpeza de cal-
çadas, fachadas e con-
sumo animal;
- Utilizar somente água 
potável, obtida em 
locais livres de conta-
minação ou, em último 
caso, água fervida.
- Realizar a limpeza de 
reservatórios antes do 
consumo doméstico;
- Restabelecer o nível 
dos reservatórios pau-
latinamente;
- Identificar e mapear 
as áreas atingidas para 
controle futuro.
Vendaval
O vendaval pode ser definido como um desloca-
mento intenso de ar na superfície terrestre. O re-
levo também pode contribuir significativamente 
para a intensificação dos ventos. Os ventos cau-
sam danos diretos, se comparados a outros tipos 
de fenômenos, como por exemplo, as inundações. 
Os locais onde ocorrem chuvas fortes não ne-
cessariamente coincidem com as áreas em que 
ocorrem inundações. Enquanto que, as áreas que 
ocorrem ventos fortes, sempre estão associadas 
às áreas que apresentam os danos mais inten-
sos.
Imagem 88 -Vendaval
O que fazer?
Granizo
O granizo é definido como precipitação de gelo, 
em forma esférica ou irregular, apresentando ge-
ralmente um diâmetro de 5mm. As condições que 
propiciam a formação de granizo acontecem na 
parte superior de nuvens que possuem tempera-
turas muito baixas. Em função da união de gotas 
congeladas, o granizo cresce rapidamente.
Fonte: SDC
Fonte: Google
ANTES DURANTE DEPOIS
- Se possível, corte as 
grandes árvores próxi-
mas da sua residência;
- As telhas de cerâmica 
são bem mais resisten-
tes;
- Residências sem ve-
nezianas são mais vul-
neráveis a força dos 
ventos (projéteis);
- Verifique se existem 
materiais que podem 
se trasnformar em pro-
jéteis;
- Feche as portas e ja-
nelas, evitando a entra-
da de fortes correntes 
de ar;
- Tenha um kit de emer-
gência em casa;
- Coloque objetos de 
valor em um lugar 
seguro;
- Desligue o gás, água 
e eletricidade.
- Proteja-se em cômo-
dos com poucos ou ne-
nhuma janelas e que 
possuam cobertura de 
laje de concreto;
- Só saia quando o 
vento acabar;
- Em lugares abertos 
mantenha-se junto ao 
solo, para não ser lan-
çado pela força dos 
ventos ou atingido por 
projéteis;
- Não ande de carro, 
pois você pode ser 
atingido por árvores, 
placas, projéteis e 
postes;
- Pare o carro em local 
aberto, longe de rios, 
pois as fortes chuvas 
costumam ocorrer as-
sociada aos vendavais.
- Verifique se existem 
vítimas. Se sim, chame 
o Corpo de Bombeiros;
- Evite deslocar-se em 
virtude os postes e 
linhas elétricas caídas. 
Além disso, muito cui-
dado ao caminhar, por 
pode se ferir seriamen-
te em função da 
grande quantidade de 
objetos pontiagudos no 
chão;
- Tome muito cuidado 
durante o processo de 
reconstrução, princi-
palmente quando for 
arrumar o telhado. É 
neste momento que 
ocorre a maior quanti-
dade de acidentes as-
sociados nos venda-
vais.
151
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Deslizamentos
Deslizamento ou escorregamento é o movimento 
de sedimentos caracterizado por alta velocidade 
que se desenvolve em encostas com declivida-
de média a alta e segundo superfícies de ruptura 
planar (translacional), circular (rotacional) ou em 
cunha. É geralmente deflagrado por chuvas de 
alta intensidade e/ou acumuladas e condiciona-
do por características dos terrenos onde ocorre. 
(CPRM, 2014).
O que fazer?
ANTES DURANTE DEPOIS
- Conhecer os sinais de 
uma tempestade que 
pode gerar chuva de 
granizo;
- Ensinar aos membros 
da família como e 
quando desligar o gás, 
energia elétrica e água;
- Estar atento às previ-
sões de tempo para a 
sua localidade;
- Colocar objetos frá-
geis embaixo de 
móveis sólidos;- Guarde seu carro em 
local seguro e feche 
todas as aberturas da 
sua casa;
- Manter os animais em 
local aberto;
- Aprender a como agir 
em ocorrências de ven-
davais e inundações, 
pois podem acompa-
nhar o granizo.
- Permanecer em lugar 
com uma cobertura 
que suporte a precipi-
tação de granizo;
- Se não tiver uma edi-
ficação, esconder-se 
dentro de um carro;
- Evitar banheiros, pias, 
torneiras de água 
porque as tubulações 
de metal podem trans-
mitir descargas elétri-
cas;
- Fechar janelas e 
portas;
- Não manusear 
nenhum equipamento 
elétrico ou telefones 
devido aos raios e re-
lâmpagos;
- Ouvir um rádio ou te-
levisao à bateria para 
as últimas informações 
sobre a tempestade.
- Dirija somente se ne-
cessário. As estradas 
podem estar com 
muitos destroços que 
torna a direção perigo-
sa;
- Verifique se há víti-
mas com ferimentos 
para prestar os primei-
ros socorros e chamar 
a emergência;
- Estejam atentos para 
ajudar a sua vizinhança 
que pode requerer as-
sistência especial, 
como crianças e 
idosos com dificulda-
des.
Imagem 90 - Deslizamento
O que fazer?
ANTES DURANTE DEPOIS
- Evite construir em en-
costas muito íngremes 
e próximo a cursos 
d´água;
- Não realize cortes 
inadequados em en-
costas;
- Exija estudos, planos 
de controle e monitora-
mento das áreas de 
risco;
- Discuta e promova 
ações preventivas;
- Nunca desmatar as 
encostas dos morros;
- Não amontoe sujeira 
e lixo em lugares incli-
nados;
- Cheque a estrutura de 
sua casa, muros e ter-
reno, verificando se 
não existem rachadu-
ras;
- Lembre-se: as chuvas 
intensas podem desen-
cadear os escorrega-
mentos.
- Se você ouvir baru-
lhos estranhos como 
árvores caindo e pare-
des rachando, saia de 
casa rapidamente, 
avise seus vizinhos e 
contate os órgãos res-
ponsáveis;
- Nunca fique no trajeto 
de um escorregamen-
to, mova-se rapidamen-
te para um local 
seguro. Nesse momen-
to, esta é sua maior 
proteção;
- Caso atingido pelo 
fluxo de lama, tente co-
locar o queijo entre os 
joelhos e proteja sua 
cabeça com as duas 
mãos. A forma de bola 
(esfera) lhe ajudará a 
proteger melhor o seu 
corpo.
- Permaneça afastado 
da área onde ocorreu o 
escorregamento;
- Verifique, à distância, 
se existem pessoas fe-
ridas ou parcialmente 
soterradas e guie a 
equipe de socorro até o 
local afetado;
- Ajude seus vizinhos a 
se deslocarem para 
áreas mais seguras;
- Caso os equipamen-
tos públicos essenciais 
(água, energia elétrica 
e telefone) sejam afe-
tados, alerte os órgãos 
responsáveis;
- Cheque a estrutura de 
sua casa. Lembre-se 
de chamar um técnico 
competente para ava-
liar a real situação. 
Fonte: Google
Imagem 89 - Granizo
Fonte: Google
152
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
3. FASES DA GESTÃO DE DESASTRES E 
PRINCÍPIOS
E o que é a gestão de desastres?
A expressão “gestão de desastres” é, por vezes, 
também denominada como “gestão de emergên-
cias” ou “gestão de crise”. A gestão de desastres 
foi recentemente conceituada pela Estratégia In-
ternacional para a Redução de Desastres das Na-
ções Unidas, UNISDR (2009, p.18) como: “A organi-
zação e a gestão dos recursos e responsabilidades 
para abordar todos os aspectos das emergências, 
especialmente a preparação, a resposta e os pas-
sos iniciais da reabilitação e reconstrução”.
De acordo com o EIRD/ONU (2009), o gerencia-
mento de desastres contempla a organização e 
gestão de recursos e responsabilidades para o 
manejo de emergências quando o desastre se 
concretiza. Essa etapa inclui planos, estruturas e 
acordos que permitem coordenar os esforços do 
governo, de entidades voluntárias e privadas para 
responder às necessidades associadas às emer-
gências.
Conforme a Instrução Normativa, nº 02, de 06 de 
março de 2019, a gestão de desastres compreen-
de o planejamento, a coordenação e a execução 
das ações de resposta e de recuperação.
A boa administração da resposta a desastres não 
é apenas a extensão de bons procedimentos de 
emergência no dia-a-dia. É mais do que simples-
mente mobilizar recursos, instalações e pessoal 
adicionais, pois os desastres criam problemas pe-
culiares, raramente enfrentados cotidianamente, 
e exigem uma gestão integrada entre os diferen-
tes órgãos envolvidos na resposta.
Princípios
Quatro são os itens que compõe os princípios a 
serem seguidos para a gestão de uma Crise (de-
sastre).
1 - Ferramenta de gestão de desastre, comparti-
lhado num ambiente próprio, desenhado ou mes-
mo improvisado, para comportar a administração 
de uma crise
Uma ferramenta gerencial é importante para pla-
nejar, organizar, dirigir e controlar as operações 
de resposta aos desastres, fornecendo um meio 
de articular os esforços de agências individuais 
quando elas atuam com o objetivo comum de 
estabilizar uma situação crítica e proteger vidas, 
propriedades e o meio ambiente. Uma das ferra-
mentas gerenciais utilizadas pela Defesa Civil é o 
Sistema de Comando em Operações - SCO.
2- Ações e decisões são multidisciplinares e mul-
tissetoriais
No gerenciamento de uma situação crítica que 
envolva mais de uma instituição ou mais de uma 
jurisdição, é de primordial importância que as de-
cisões sejam tomadas em conjunto, permitindo 
que instituições com responsabilidades legais, 
geográficas, e funcionais diferentes, coordenem, 
planejem, e interajam eficazmente.
3- O necessário e suficiente, para o máximo de 
pessoas, no mínimo espaço de tempo possível
Administrar é o processo de tomar decisões e re-
alizar ações que utilizam recursos para atingir ob-
jetivos. Na administração de desastres o tempo é 
um fator fundamental, que pode reduzir perdas e 
salvar vidas.
4- As ações devem prever as necessidades téc-
nicas, atendendo as expectativas sociais, com a 
participação do ente político envolvido na solu-
ção da crise
As decisões muito hierarquizadas significam que 
cada vez menos pessoas participam delas ou têm 
conhecimento do seu conteúdo ou significado, 
153
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
gerando constrangimento e falta de motivação 
por parte daqueles que serão responsáveis pela 
implantação. É importante dizer que quanto mais 
restrita for a decisão mais próximos estamos de 
uma decisão equivocada, portanto, mais distante 
dos interesses da sociedade.
Fases da Gestão de Desastres
Imagem 91 - Gestão de Desastres
GERENCIAMENTO
DE DESASTRES
DESASTRE 
 
 
 
RE
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PROJETOS DE RECONSTRUÇÃO
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AÇÃO
Envolve o planejamento, 
a coordenação e a exe-
cução das ações de res-
posta e de recuperação.
S
O
C
O
R
R
O
AS
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ST
ÊN
CI
A
Resposta aos Desastres
Nem sempre é possível evitar a ocorrência de fe-
nômenos adversos, mas em muitas situações, 
podemos e devemos minimizar suas consequên-
cias, proporcionando mais segurança às pessoas 
e seus bens.
A prestação de serviços de emergência e de as-
sistência pública durante ou imediatamente após 
a ocorrência de um desastre, com o propósito de 
salvar vidas, reduzir impactos sobre a saúde, ga-
rantir a segurança pública e satisfazer necessida-
des básicas de subsistência da população afeta-
da são ações de resposta.
As ações devem estar estruturadas antes da 
ocorrência do desastre. 
O plano de contingência, os órgãos parceiros, os 
profissionais qualificados, enfim, toda a estrutura 
que no instante do evento entrará em ação, neces-
sariamente, deve estar bem treinada e equipada 
para agir a qualquer momento.
A resposta a um desastre concentra-se predomi-
nantemente nas necessidades de curto prazo e, 
por vezes, é difícil definir um limiar entre a etapa 
de resposta e a fase seguinte de recuperação/re-
construção. Por isso, algumas ações, tais como o 
suprimento de água potável, a provisão de alimen-
tos, a oferta e instalação de abrigos temporários,podem perdurar durante longos períodos e acabar 
ampliando-se até a fase seguinte.
As ações de resposta abrangem:
1 - Socorro - Compreende o imediato atendimento 
(emergencial) à população afetada, contemplan-
do atividades como busca e salvamento, primei-
ros socorros, atendimento pré-hospitalar e atendi-
mento médico-cirúrgico emergencial.
Conforme a Instrução Normativa Nº 02/2016, são 
ações que têm por finalidade preservar a vida das 
pessoas cuja integridade física esteja ameaçada 
em decorrência do desastre, incluindo a busca e o 
salvamento, os primeiros-socorros e o atendimen-
to pré-hospitalar. Estas ações ensejam a interven-
ção de equipes multissetoriais e atividades mul-
tiprofissionais. Inicialmente, estas equipes têm a 
fundamental missão de mensurar as demandas 
e fazer desencadear adequadamente as medidas 
protetivas e recuperativas das comunidades afe-
tadas. 
Para que as ações de socorro atendam às expec-
tativas da população, é preciso que efetivamente 
todas tenham planejamento, organização, direção 
e controle. Faz-se necessária, portanto, a gestão 
de todas as ações que envolvem a resposta ao 
desastre, ou seja, a gestão de desastre ou a ges-
tão da resposta ao desastre.
EXEMPLOS DE AÇÕES DE SOCORRO:
• Locação de veículos para busca de desapareci-
dos, desabrigados e desalojados, tais como em-
barcações, carros, caminhões, aeronaves, etc.
• Aquisição ou locação de material de busca e 
salvamento, como lanternas, cordas, etc., sendo 
vedada a aquisição de materiais para equipar os 
Corpos de Bombeiros, Polícias e Forças Armadas.
• Aquisição de sacos para transporte de primeiros 
socorros, atendimento pré-hospitalar, atendimen-
to médico cirúrgico de urgência, etc.).
Fonte: Adaptado de SEDEC/CEPED UFSC
154
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
• Primeiros socorros e resgate de feridos.
• Aquisição, transporte e armazenagem de medi-
camentos e material de primeiros socorros.
• Locação de veículos ou viaturas para socorro às 
vítimas de desastre natural.
• Resgate e remoção de feridos para hospitais 
especializados ou unidades de atendimento pré-
-hospitalar.
• Transporte de cadáveres.
• Instalação e operação de hospitais de campa-
nha.
• Aquisição ou aluguel de mobiliário de socorro às 
vítimas no hospital de campanha, como macas, 
camas, suporte para soro, etc.
• Aquisição de material de consumo, como gaze, 
algodão, ataduras, curativos, soro, etc.
• Aquisição de equipamentos para atendimento 
emergencial, como estetoscópios, aparelhos de 
pressão, pinças, etc.
• Locação de sistema refrigerado para armazena-
gem e conservação de banco de sangue e de cor-
pos.
• Custeio de atendimento pré-hospitalar e médico-
-cirúrgico de emergência na rede pública ou parti-
cular.
Mensurar o impacto dos desastres sobre as pes-
soas é a tarefa mais urgente que se tem a fazer 
em uma situação crítica. A ação das equipes de 
socorro, deve atender a protocolos construídos 
previamente, nos períodos de normalidade, para 
que no momento da resposta, cada organização 
atue de acordo com suas competências, mas de 
maneira integrada às demais presentes no cená-
rio. O grande desafio posto, é a promoção da in-
tegração e construção e execução de protocolos 
conjuntos.
Vale destacar, ainda, que uma crise ou emergên-
cia é uma condição de perigo/ameaça que requer 
a tomada de ações urgentes. Uma ação eficaz de 
emergência pode evitar que um evento cresça até 
o ponto de converter-se em um desastre. A gestão 
de emergências inclui planos e arranjos institu-
cionais para comprometer e guiar os esforços do 
governo, das organizações não governamentais, 
das entidades voluntárias e dos órgãos privados 
de forma coordenada e integral para responder a 
todas as necessidades relacionadas a uma emer-
gência.
2 - Assistência às Vítimas - consiste no atendi-
mento à população afetada pelo desastre, median-
te aporte de recursos materiais e/ou financeiros, 
destinados ao provimento básico de subsistência/
sobrevivência, atividades logísticas, assistenciais 
e de promoção da saúde, até que se restabeleça a 
situação de normalidade.
As ações de assistência às vítimas, conforme a 
Instrução Normativa Nº 02/2016, são ações que 
têm por finalidade manter a integridade física e 
restaurar as condições de vida das pessoas afe-
tadas pelo desastre até o retorno da normalidade.
Devido à urgência e à emergência, são ações ime-
diatas destinadas a garantir condições de inco-
lumidade e cidadania aos atingidos, incluindo o 
fornecimento de água potável, a provisão e meios 
de preparação de alimentos, o suprimento de ma-
terial de abrigamento, de vestuário, de limpeza e 
de higiene pessoal, a instalação de lavanderias, 
banheiros, o apoio logístico às equipes empenha-
das no desenvolvimento dessas ações, a atenção 
integral à saúde, ao manejo de mortos, entre ou-
tras estabelecidas pelo Ministério da Integração 
Nacional.
EXEMPLOS DE AÇÕES DE ASSISTÊNCIA ÀS VÍ-
TIMAS:
• fornecimento provisório de água potável por 
meio de caminhão pipa, até que o provimento nas 
áreas anteriormente atendidas pela rede pública 
seja restabelecido;
• fornecimento provisório de energia elétrica por 
geradores, até que o provimento nas áreas ante-
riormente atendidas pela rede pública seja resta-
155
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
belecido;
• operação de transporte coletivo essencial, até 
que o sistema anteriormente existente seja resta-
belecido;
• suporte à rede pública de saúde para manuten-
ção do atendimento aos feridos no desastre;
• aquisição ou locação de material de acampa-
mento, como barracas, colchonetes e travessei-
ros;
• aquisição de artigos básicos de higiene pessoal;
• instalação de lavanderias e banheiros coletivos;
• limpeza, descontaminação e desinfecção dos 
habitat humanos;
• provisão e meios de preparação de alimentos, 
podendo incluir o fornecimento de combustíveis 
de cozinha e material de copa/cozinha;
• aquisição de gêneros alimentícios, inclusive ra-
ções destinadas a seres humanos e animais (pe-
cuária de subsistência);
• aquisição de peças de vestuário (roupas e aga-
salhos) não supridas pelas doações voluntárias;
• manejo de mortos, sepultamento de pessoas e 
de animais, sendo vedado o custeio de serviços 
funerários e afins;
• locação de veículos ou viaturas para assistência 
às vítimas de desastre natural;
• locação de mão de obra (pessoa jurídica) para 
prestação de serviços em ações de assistência 
às vítimas de desastre natural;
• aluguel social para desabrigados devidamente 
cadastrados;
• apoio logístico às equipes empenhadas no de-
senvolvimento dessas ações.
3 - Restabelecimento - contempla a execução de 
obras provisórias e urgentes, voltadas ao restabe-
lecimento dos serviços essenciais. Visa estabili-
zar, ainda que provisoriamente, a situação, para 
que se possa promover a reconstrução do cenário 
afetado pelo desastre. Visa restabelecer acessos 
alternativos de transporte e locomoção, forneci-
mento de água e energia, remoção de escombros, 
etc. Pelo caráter efêmero que possuem, são nor-
malmente obras de baixo custo e classificadas 
como despesas de custeio.
As ações de Restabelecimento de Serviços Essen-
ciais conforme a Instrução Normativa Nº 02/2016, 
são ações que têm por finalidade assegurar, até 
o retorno da normalidade, o funcionamento dos 
serviços que garantam os direitos sociais básicos 
aos desamparados em consequência do desas-
tre.
EXEMPLOS DE AÇÕES DE RESTABELECIMENTO:
São consideradas ações de restabelecimento, a 
execução de obras provisórias e a prestação de 
serviços, tais como:
1. Distribuição e suprimento de energia elétrica;
2. Restabelecimento dos serviços de comunica-
ção, transporte coletivo, esgotamento sanitário e 
limpeza urbana;
3. Desobstrução e remoção de escombros e entu-
lhos;
4. Reabilitação das condições de trafegabilidade;
5. Restabelecimento da drenagem de águas plu-
viais, entreoutras estabelecidas pelo Ministério 
do Desenvolvimento Regional, conforme Decreto 
nº 7.257/2010.
As ações de reabilitação são realizadas por varia-
das frentes de trabalho, a iniciar pela esfera local 
da ocorrência do desastre. Com isso, conforme o 
nível de resiliência da população atingida e, princi-
palmente, em função da intensidade e gravidade 
dos danos, naturalmente desencadeiam-se ações 
de restabelecimento por parte da própria comuni-
dade.
Porém, algumas das ações a serem realizadas ne-
cessitam de outros recursos que a própria popu-
156
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
lação atingida não detém, seja para a resolução 
de um problema, ou na conclusão de um serviço. 
Nesse sentido, caberá à municipalidade prover 
dos recursos necessários às ações pretendidas e, 
caso o município não possua estrutura suficien-
te para responder aos danos, a esfera estadual é 
acionada. Sucessivamente, quando os danos e 
prejuízos ultrapassam a capacidade de resposta 
do próprio Estado, a solicitação dos recursos ne-
cessários é repassada ao Governo Federal.
Como toda a ação de resposta em desastre, a re-
abilitação responde também à lógica de ações 
coordenadas. Cada serviço essencial é de res-
ponsabilidade de um órgão ou instituição pública 
específica que deve ser acionada para trabalhar 
conjuntamente com a Defesa Civil Municipal ou 
com a Defesa Civil Estadual. Para coordenar es-
tas ações no nível estadual, criou-se o Grupo de 
Ações Coordenadas - GRAC, que planeja e realiza 
as ações de forma integrada.
O planejamento das ações necessárias ao resta-
belecimento dos locais atingidos depende do en-
volvimento intersetorial da administração pública, 
buscando sempre que possível a otimização dos 
esforços demandados. Visto que há diferença en-
tre o processo de restabelecimento, com o pro-
cesso de recuperação/reconstrução, sugere-se 
que os setores de interesse e envolvidos no plane-
jamento sejam preparados para atuar de maneira 
adequada às ações pretendidas para cada fase, 
de modo que a definição de cada medida a ser 
adotada seja condizente com a fase a que com-
pete.
EXEMPLOS DE AÇÕES QUE NÃO SÃO SE EN-
QUADRAM COMO RESTABELECIMENTO:
• recuperação de infraestrutura motivada pelo 
desgaste decorre9nte do uso (atividades de ma-
nutenção);
• reconstrução (caráter definitivo) de infraestrutu-
ra afetada por desastre.
Destinação do resíduo sólido de 
desastre
Após a ocorrência de um desastre, os resíduos 
sólidos gerados pelos danos devem ser removi-
dos e receberem o tratamento adequado. Dentro 
da área afetada, todo tipo de resíduo tem que ser 
realocado e disposto em local seguro, afastado 
de residências e longe das linhas de fluxo de água 
e de acessos e, assim que finalizada a prioridade 
primária de salvamento das vítimas, a priorida-
de seguinte será restabelecer o cenário atingido. 
Nesse sentido, buscando orientar sobre a correta 
destinação dos resíduos sólidos, sugere-se que 
o procedimento detalhado a seguir seja conside-
rado a fim de ordenar o processo de restabeleci-
mento, com a adequada remoção dos resíduos e 
seu destino final.
Manejo e destinação de resíduos sólidos:
1. Identificação dos tipos de resíduos;
2. Identificação das fontes de resíduos dentro do 
desastre;
3. Determinar os riscos potenciais à saúde huma-
na e ao meio ambiente;
4. Determinar (aproximadamente) o volume de re-
síduos sólidos gerados;
5. Identificar métodos seguros de coleta;
6. Realizar um transporte adequado dos resíduos;
7. Dar destinação final aos resíduos (aterro sani-
tário, ou, conforme normas técnicas específicas 
dependendo do tipo de resíduo).
Em casos em que as ações de remoção de entu-
lhos ocorrerem concomitantemente às ações de 
busca e salvamento, é muito importante precaver-
-se contra os riscos inerentes à exposição de ca-
dáveres, visto a possibilidade de disseminação de 
epidemias e epizootias, disseminação do odor da 
putrefação e atração de animais carniceiros, entre 
outros. Nesse sentido recomenda-se o isolamen-
to de áreas que ofereçam o risco de contamina-
157
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
ção dessa natureza e, em relação aos corpos de 
animais, para evitar proliferação de agentes pato-
gênicos dentro do ambiente afetado, a Vigilância 
Sanitária deve ser acionada para atuar no trata-
mento adequado e destinação final, de acordo 
com as normas sanitárias local.
Recuperação
A reconstrução corresponde a uma das ações que 
compõe o processo de recuperação, em que o tra-
balho depreendido é longo e indispensável para 
a superação do impacto negativo do desastre. 
Entende-se que esse processo deve ser realizado 
de forma planejada na perspectiva de “reconstruir 
melhor”, fazendo com que a estrutura a ser re-
construída seja adequada e tenha maior resistên-
cia diante as características locais que oferecem 
riscos.
As ações de recuperação têm caráter definitivo e 
são destinadas a recuperar de forma satisfatória 
o cenário destruído pelo desastre, como a recons-
trução de unidades habitacionais, infraestrutura 
pública, sistema de abastecimento de água, açu-
des, pequenas barragens, estradas vicinais, pré-
dios públicos e comunitários, cursos d’água, con-
tenção de encostas, etc.
Nessa fase, as ações estão diretamente ligadas 
às intervenções estruturais de engenharia. Nesse 
sentido, entende-se que os custos para execução 
de obras sejam variados conforme os danos sofri-
dos localmente.
Com base em eventos e desastres ocorridos em 
Santa Catarina e, diante da magnitude dos danos e 
prejuízos gerados, observou-se que os municípios 
comumente se encontram em situação limitada 
de responder na totalidade ao evento. Pois, ao 
considerar que parte do volume de danos é absor-
vida pela esfera municipal durante a fase de res-
tabelecimento/reabilitação (ações emergenciais), 
durante a fase de reconstrução, devido aos altos 
custos para execução de obras, essas demandas, 
via de regra, são transferidas à esfera estadual ou 
federal.
Por apresentarem maior complexidade e terem 
o caráter definitivo - fundamentadas em estudos 
prévios e projetos (Norma ABNT – Projeto Bási-
co), as obras de reconstrução devem ser planeja-
das no sentido de otimizar o uso do recurso dis-
ponível a partir da contratação de propostas que 
apresentem:
1) melhor solução técnica e;
2) capacidade (qualidade técnica) para executar 
a obra.
Após um desastre, o processo de reconstrução e 
recuperação econômica é uma importante opor-
tunidade para promover ações que aumentem a 
resiliência.
EXEMPLOS DE AÇÕES E RECUPERAÇÃO/RE-
CONSTRUÇÃO:
• obras de arte especial (pontes, viadutos, etc.);
• trechos de vias (estradas vicinais, rodovias, vias 
urbanas);
• reconstrução de trechos de adutoras;
• recuperação de sistemas de bombeamento;
• construção de casas populares fora de área de 
risco para abrigo de desabrigados;
• reconstrução / recuperação de equipamentos 
públicos essenciais (hospitais, postos de saúde, 
escolas, creches, delegacias, postos de polícia, 
etc.);
• implantação de infraestrutura complementar (ou 
melhoria daquelas existentes) com propósito de 
reduzir o risco nas áreas afetadas pelo desastre 
em questão, sustentando as ações de reconstru-
ção;
• dentre outras que atendam à definição do con-
ceito “recuperação”.
NÃO SE ENQUADRAM COMO AÇÕES DE RE-
CUPERAÇÃO:
• construção de infraestrutura inexistente;
• reformas, ampliações e melhorias de infraestru-
158
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
tura ou habitações não afetadas pelo desastre;
• recuperação de infraestrutura motivada pelo 
desgaste decorrente do uso (atividades de manu-
tenção). Ex. desassoreamentos, etc.;
• ações de caráter preventivo, envolvendo a im-
plantação de infraestrutura inexistente (ou melho-
rias naquelas existentes) que não tenha nexo cla-
ro com obras de reconstrução, ou mesmo visem 
beneficiar área não afetada pelo evento adverso 
em questão;
•dentre outras que não atendam à definição de 
“reconstrução”.
Grupo de Resposta de Ações Coor-
denadas - GRAC
Muito importante é acionar o GRAC - Grupo de 
Resposta de Ações Coordenadas, conforme pre-
visto no Plano de Contingência.
Trabalho e Habitação - SST;
V – Secretaria Executiva de Políticas Sociais e 
Combate à Fome - SCF;
VI – Departamento Estadual de Infraestrutura - 
DEINFRA;
VII – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A - 
CELESC;
VIII – Companhia Catarinense de Águas e Sanea-
mento - CASAN;
IX – Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catari-
na - CBM SC;
X – Polícia Militar de Santa Catarina - PMSC;
XI – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - 
SAMU;
XII – Polícia Civil - PC;
XIII – Instituto Geral de Perícias - IGP; e
XIV – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Exten-
são Rural de Santa Catarina S/A - EPAGRI, por in-
termédio do seu Centro de Informações de Recur-
sos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa 
Catarina - CIRAM.
De acordo com o parágrafo 1º poderão ser con-
vidados a participar do GRAC órgãos, entidades, 
instituições e organizações, públicos ou privados, 
governamentais ou não governamentais de reco-
nhecida atuação na área temática da Defesa Civil. 
Por isso, atualmente o GRAC Estadual conta com 
mais de 40 instituições. Cada órgão, entidade, ins-
tituição ou organização designará (2) dois repre-
sentantes, sendo 1 (um) titular e 1 (um) suplente.
O GRAC se reunirá ordinariamente a cada semes-
tre e, extraordinariamente, quando a situação o 
exigir, mediante convocação do Secretário de Es-
tado da Defesa Civil. A convocação extraordinária 
do GRAC poderá demandar a totalidade ou parcela 
dos representantes que o compõem, dependendo 
das medidas a serem adotadas para o restabele-
cimento da normalidade.
Mas em que consiste o GRAC?
O Grupo de Ações Coordenadas – GRAC está pre-
visto no Decreto Estadual nº 1.879, de 29 de no-
vembro de 2013 e integra o Sistema Estadual de 
Proteção e Defesa Civil - SIEPDEC, como órgão de 
apoio. 
Tem por objetivo principal a atuação integrada na 
gestão de riscos e desastres e sua metodologia 
de trabalho é dada pelo Sistema de Comando em 
Operações - SCO por meio do Comando Unificado 
ou Comando Único.
Segundo o art. 9º de mencionado decreto, o GRAC 
será coordenado pelo seu titular (Defesa Civil do 
Estado de Santa Catarina) e composto por repre-
sentantes dos seguintes órgãos e entidades:
I – Secretaria de Estado da Saúde - SES;
II – Secretaria de Estado da Educação - SED;
III – Secretaria de Estado de Comunicação - SEC;
IV – Secretaria de Estado da Assistência Social,
159
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Sendo que as despesas decorrentes da atuação 
dos integrantes do SIEPDEC correrão à conta de 
cada órgão, entidade e instituição a que pertence-
rem.
A Sala de Situação também é um meio importan-
te e complementar porque: 
A “Sala de Situação” é um instrumento de planeja-
mento surgido no campo militar, com a finalidade 
de monitorar situações de perigo em que “o tem-
po” é a variável fundamental.
Neste ambiente, realiza-se um “diagnóstico situa-
cional” com orientação ao passado, presente e fu-
turo, e que favorece a tomada de decisão na bus-
ca de uma nova realidade ou uma nova situação.
Trata-se de um espaço físico e virtual onde uma 
equipe de trabalho analisa, sistematicamente, toda 
a informação relacionada com o evento adverso e 
seu impacto, para caracterizar e apresentar a si-
tuação de uma população afetada, incluindo os 
antecedentes, os danos informados, os recursos 
disponíveis e os possíveis efeitos secundários.
Outro instrumento de ação e de planejamento para 
o gerenciamento do evento adverso/desastre é o 
Sistema de Comando de Operações.
Você sabe que o SCO serve e como é implemen-
tado?
160
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
A partir de agora vamos abordar um tema que é 
de interesse de todos aqueles que atuam na res-
posta a desastres e que implica sobretudo, numa 
ação de gerenciamento.
Vamos em frente!
A Defesa Civil Nacional adotou o Sistema de Co-
mando em Operações - SCO como ferramenta pa-
drão de resposta a desastres. 
Trata-se de uma ferramenta gerencial, com ca-
racterísticas sistêmicas para comandar, controlar 
e coordenar as operações de resposta em situa-
ções críticas, fornecendo um meio de articular os 
esforços de agências individuais quando elas atu-
am com o objetivo comum de salvar vidas, estabi-
lizar uma situação crítica e proteger propriedades 
e o meio ambiente.
Pode ser conceituado ainda como um modelo ge-
rencial ou uma metodologia de trabalho que serve 
para facilitar e melhorar o comando, o controle e 
a coordenação das ações de resposta em situa-
ções emergenciais ou planejadas de qualquer na-
tureza ou tamanho.
Permite que seus usuários adotem uma estrutu-
ra organizacional integrada para enfrentar as de-
mandas e complexidades de uma situação crítica, 
sem prejuízo de suas competências e limites ju-
risdicionais.
O emprego do SCO ajuda a garantir:
- Maior segurança para as equipes de resposta e para os demais 
envolvidos na emergência;
- O alcance de objetivos e prioridades previamente estabeleci-
das;
- O uso eficiente e eficaz dos recursos disponíveis (humanos, 
materiais, financeiros, tecnológicos e de informação).
FINALIDADE DO SCO
Pode-se mencionar como benefícios do SCO:
1. Fornece um modelo de gerenciamento padroni-
zado para situações críticas de qualquer natureza 
ou tamanho; 
2. Permite que pessoas de diferentes organiza-
ções se integrem rapidamente em uma estrutura 
de gerenciamento comum; 
3. Facilita a integração das comunicações e os 
fluxos de informações, melhorando os trabalhos 
de inteligência e planejamento;
4. Fornece apoio logístico e administrativo para o 
pessoal operacional;
5. Melhora a articulação do comando com ele-
mentos internos e externos à operação, facilitan-
do relações;
6. Agrega valor à operação evitando a duplicação 
de esforços, ampliando a segurança dos envolvi-
dos e o alcance dos objetivos comuns.
O SCO utiliza uma estrutura organizacional padronizada porém 
flexível na sua implantação. Assim apenas as funções realmen-
te necessárias para o alcance dos objetivos do comando são 
ativadas.
A lógica é contingencial, ou seja, ao constatar-se que uma de-
terminada função demandará uma atenção especial, ela é ativa-
da e a estrutura se amplia para adaptar-se à situação.
ESTRUTURA MODULAR E FLEXÍVEL
Princípios do SCO 
A administração de desastres é, por natureza, 
complexa e dinâmica. Desde sua origem, o SCO 
representou a consolidação de modernos princí-
pios administrativos, que continuam relevantes 
até nossos dias. De acordo com Gomes Jr. (2006, 
p.48), “o SCO deve basear seu emprego em 3 prin-
cípios fundamentais: a concepção sistêmica, con-
tingencial e para todos os riscos e situações”.
4. SISTEMA DE COMANDO DE
OPERAÇÕES - SCO
161
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
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Sistema de Comando em Operações
A estrutura organizacional do SCO é apoiada
em 03 princípios fundamentais e
15 características básicas
Concepção Sistêmica – contrapondo o paradig-
ma reducionista caracterizado pelo planejamen-
to prévio e específico para diferentes cenários de 
risco, o SCO propõe o uso do pensamento sistê-
mico ao abordar a complexidade das operações 
de resposta aos desastres (emergências e situa-
ções críticas). Assim, o planejamento e as ações 
de resposta ao desastre tendem a ser realizados 
a partir de um entendimento integral da realidade 
por meio de fluxos sucessivos de ações (plane-
jamento, organização, direção e controle) em vez 
de apenas por meio de ações lineares de causa 
e efeito. Essa abordagem sistêmica é, segundo 
Daft (2005, p.40), “uma extensão da perspectiva 
humanística que descreve as organizações como 
sistemasabertos caracterizados pela entropia, si-
nergia e interdependência de subsistemas”.
Concepção Contingencial – a estrutura organi-
zacional de resposta aos desastres deve ser ca-
paz de adaptar-se ao ambiente (se expandindo ou 
diminuindo) de acordo com cada situação. Essa 
abordagem contingencial é, segundo Daft (2005, 
p.41), “uma extensão da perspectiva humanística 
em que a resolução bem-sucedida dos problemas 
organizacionais depende da identificação das vari-
áveis de cada situação”.
Concepção para todos os riscos e operações – 
Esse princípio indica que o modelo tem caráter 
universal, ou seja, deve ser utilizável como ferra-
menta gerencial para planejar, organizar, dirigir e 
controlar situações críticas de qualquer natureza, 
independentemente de sua causa, tamanho, con-
figuração, localização ou complexidade.
Características Básicas do SCO
Quanto a padronização:
1. Emprego de terminologia comum;
2. Uso de formulários padronizados;
O SCO recomenda o emprego de formulários pré-estabelecidos 
com vistas à padronização do registro de informações e recur-
sos, a consolidação do plano de ação e a documentação de 
tudo que foi realizado durante a operação. O uso dos formulá-
rios ajuda a consolidar a cadeia e unidade de comando.
USO DE FORMULÁRIOS PADRONIZADOS
Dentre os formulários estão:
SCO 201 - Registro de informações
SCO 202 – Plano de Ação; 
SCO 204 – Designação Operacional;
SCO 205 – Plano de Comunicação;
SCO 209 – Resumo da Situação;
SCO 211 – Cadastramento de Recursos Op.;
SCO 213 – Mensagem Geral;
SCO 215 – Cadastramento Operacional;
SCO 215A – Aval. de Segurança do P.Aç.;
SCO 219 – Cartão “T”.
Quanto ao comando das operações:
3. Estabelecimento e transferência formal de co-
mando; 
4. Cadeia e unidade de comando; 
5. Comando único ou unificado;
Imagem 92 - Princípios do SCO
162
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Comando Unificado
o “comando unificado” representa uma 
abordagem mais cooperativa, que pre-
vine jogos de poder e disputas institu-
cionais, na qual representantes das or-
ganizações de maior representação na 
operação, atuam em conjunto, a partir 
do estabelecimento de objetivos e prio-
ridades comuns.
Quanto a estrutura de planejamento e organiza-
ção das operações: 
6. Administração por objetivos; 
7. Uso de planos de Ação; 
8. Organização modular e flexível; 
9. Adequado alcance de controle;
No que se refere ao uso de planos de ação - PAç, 
o processo se constitui de 5 fases:
FASE 1. Compreensão da situação (inicial);
FASE 2. Estabelecimento de objetivos e priorida-
des para controlar a situação;
FASE 3. Desenvolvimento do plano;
FASE 4. Preparação e disseminação do plano;
FASE 5. Execução, avaliação e revisão do plano;
O organograma padrão está assim constituído:
COMANDO
Segurança
Informações ao
Público
Ligações
Operações Planejamento Logística Administração
O staff geral responsabiliza-se pelos serviços ope-
racionais, planejamento, logística, administração 
e finanças junto ao comando do SCO.
COMANDO UNIFICADO
Operações Planejamento Logística AdministraçãoInvestigação
Inteligência
Normalmente, a seção de planejamento re-
úne informações e produz inteligência. No 
entanto, algumas situações críticas podem 
necessitar da coleta de informações e ativi-
dades investigativas especiais, nesses ca-
sos, o Comando da Operação pode optar em 
reconfigurar o organograma ativando uma 
seção de investigação/ inteligência.
O comando também conta com um staff geral 
(também chamado staff principal), a qual supre 
necessidades de operações, planejamento, logís-
tica e administração e finanças.
O comando é apoiado por uma estrutura de as-
sessoria, chamada de “staff” de comando, a qual 
supre necessidades de segurança, ligações exter-
nas e informações ao público.
COMANDO
Estabelece a estratégia, os objetivos e prio-
ridades da operação; Assume a responsabi-
lidade geral pelo comando da operação.
OPERAÇÕES
Determina o emprego tático e a necessida-
de de recursos para o alcance dos objeti-
vos; Lidera as ações de resposta.
PLANEJAMENTO
Coleta e analisa informações; Rastreia e 
controla recursos; Documenta a operação.
LOGÍSTICA
Proporciona os recursos e serviços neces-
sários para a operação.
ADMINISTRAÇÃO/
FINANÇAS
Contabiliza os gastos, reclamações e ne-
cessidade de compensações; Abastece os 
recursos necessários.
Imagem 93 - Fases do processo de Planejamento
Imagem 94 - Organograma Padrão do SCO
Imagem 95 - Organograma Comando Unificado
163
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
O SCO recomenda que o número de pessoas ou 
recursos sob a responsabilidade de um superior, 
seja compatível com a sua capacidade gerencial, 
logo, não deve ser inferior a 3, nem superior a 7.
Quanto aos recursos operacionais e logísticos e 
as instalações:
10. Gerenciamento integrado de recursos;
11. Uso de instalações e áreas de trabalho padro-
nizadas;
O SCO recomenda enfaticamente que entre os primeiros que 
chegam na cena da emergência alguém assuma formalmente o 
comando da operação. A partir daí, as demais funções vão 
sendo implementadas de acordo com a necessidade e a dispo-
nibilidade de pessoal.
ESTABELECIMENTO E TRANSFERÊNCIA DE COMANDO
OPERAÇÕES
Recurso Único
Equipe de Intervenção
Força Tarefa
OPERAÇÕES
Chefe da Seção de Operações
Força Tarefa
de Busca, Resgate e Salvamento
Os recursos são
organizados de acordo com
as necessidades da
resposta.
ESTACIONAMENTO
Encarregado da Área de Espera
Equipe de Intervenção
de Isolamento/Controle de Acessos
Equipe de Intervenção
de Avaliação de Danos
Equipe de Intervenção
de Abrigamento e Alimentação
Os recursos podem ser divididos e agrupados por 
classes, categorias, tipo e situação.
A classe diz respeito a função principal do recur-
so único (por exemplo: bombeiro, polícia, trânsito, 
saúde, Defesa Civil, perícia, vigilância sanitária, vi-
gilância epidemiológica, imprensa, etc.)
A categoria diz respeito ao emprego do recurso 
na operação e pode ser operacional ou logístico.
O tipo diz respeito ao emprego útil do recurso 
único e suas possibilidades de combinação (por 
exemplo: recurso único ou simples, equipe de in-
tervenção ou força-tarefa).
A situação diz respeito ao status do recurso na 
operação (por exemplo: mobilizado, disponível, 
designado, indisponível ou desmobilizado).
OPERAÇÕES
Chefe da Seção de Operações
Os tipos de grupos são determinados
pelas necessidades da situação crítica
e atuam com especialistas
ESTACIONAMENTO
Encarregado da
Área de Espera
Equipe de Intervenção
para Ações de Restabelecimento
GRUPO 1
Suprimento e Distribuição
de Energia Elétrica
GRUPO 2
Suprimento e Distribuição
de Água e Alimentos
GRUPO 3
Limpeza Urbana e
Esgotamento Sanitário
GRUPO 4
Recuperação da
Trafegabilidade
GRUPO 5
Drenagem de
Águas Pluviais
GRUPO 6
Captação e Tratamento
de Esgoto e Lixo
As Seis Instalações Padronizadas De Sco São:
- Posto de Comando (PC);
- Base de Apoio (B);
- Acampamento (A);
- Centro de Informações ao Público (I);
- Helibases (local de suporte das operações aéreas) e
- Helipontos (no local da emergência).
INSTALAÇÕES E ÁREAS PADRONIZADAS DO SCO
Centro de Operação de Emergên-
cia - COE
Um Centro de Operação de Emergência - COE, reú-
ne profissionais de várias agências parceiras para 
responder demandas de situações críticas ou cri-
ses para fornecer suporte coordenado aos Siste-
mas de Comando em Operações - SCO, instalada 
local ou regionalmente. O objetivo, autoridade e 
composição das equipes de um COE podem va-
riar consideravelmente, mas, geralmente, as equi-
pes consolidam e trocam informações, apoiam 
processos decisórios, coordenam recursos de 
forma integrada e se comunicam com equipes de 
emergência e autoridades locais e regionais.
Diferentemente de um Posto de Comando - PC que 
se localiza próximo do local do incidente e atua 
num nível operacional com foco na resposta da 
situação crítica, o Centro de Operação de Emer-
gênciatrabalha no nível estratégico, com foco 
numa visão mais ampliada do incidente. Assim, 
sua localização normalmente é distante do local 
do incidente e seu ponto focal é a direção, contro-
le e coordenação das operações de emergência e 
o apoio de necessidades locais. Na estrutura de 
Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, existe 
um COE junto ao Centro Integrado de Gerencia-
mento de Riscos e desastres - Cigerd, que é cha-
mado de Centro Integrado de Operações - CIOp. 
Imagem 96 - Organograma Operações - Recursos
Imagem 97 - Organograma Operações - Equipes de Inter-
venção
164
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
As funções básicas de um centro integrado de 
operações de emergência normalmente incluem:
- Coletar, analisar e compartilhar informações;
- Apoiar necessidades de apoio e solicitações de 
recursos por parte de municípios ou regiões;
- Coordenar o planejamento e determinação de 
necessidades atuais e futuras;
- Fornecer coordenação e diretrizes de ação inte-
gradas.
Os Centros de Operação de Emergência podem 
utilizar a estrutura organizacional padrão do SCO 
(já bem conhecida) ou alterar o modelo para uma 
estrutura apenas semelhante, adaptando certas 
funções e títulos para criar uma organização pa-
recida, mas adaptada para suprir necessidades 
distintas.
Resumindo:
Trabalha no nível operacional 
com foto unicamente na res-
posta da situação crítica
POSTO DE COMANDO CENTRO DE OPERAÇÃO
DE EMERGÊNCIA
Trabalha no nível estratégico 
com foco numa visão mais am-
pliada do incidente, com abor-
dagem operacional, contudo 
dentro de um nível estratégico
Localiza-se próximo do local do 
incidente
Não localiza-se próximo ao 
local do incidente
Responsável pelo comando, 
controle e coordenação das ati-
vidades operacionais
Ponto focal, responsável pela 
direção, controle e coordena-
ção das operações de emer-
gência
Providencia a execução da ope-
ração
Providencia recursos e diretri-
zes de ação
Quanto ao gerenciamento das comunicações e 
uso integrado de informações e inteligência:
12. Integração das comunicações;
13. Uso integrado de informações e inteligência;
Um plano de comunicações pode incluir:
1. REDE DE COMANDO
(integra as comunicações entre o comando 
e seus estafes - geral e pessoal)
2. REDE TÁTICA
(integra as comunicações entre as pessoas 
e equipes subordinadas ao chefe da seção 
de operações)
3. REDE
ADMINISTRATIVA
(integra as comunicações não operacio-
nais)
4. REDE LOGÍSTICA
(integra as comunicações de logística da 
operação)
COMANDO
Staff principal Staff de comando
- Rede de comando: integra as comunicações entre o comando 
e seu staff de comando e o staff principal;
- Rede tática: integra as comunicações entre as pessoas e equi-
pes subordinadas ao coordenador de operações
REDES DE COMUNICAÇÃO
Quanto ao profissionalismo:
14. Controle de pessoal;
15. Controle da mobilização e da desmobilização 
de recursos.
Controle da mobilização e desmo-
bilização de recursos
O gerenciamento dos recursos deve ser realizado 
de forma planejada e eficiente, evitando atrasos 
ou desperdícios.
Em operações maiores uma unidade de mobili-
zação e desmobilização pode ser necessária (tal 
unidade está ligada a seção de planejamento).
Recurso
Desmobilizado
Recurso
Indisponível
Recurso
Designado
Recurso
Disponível
Recurso
Mobilizado
GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RECURSOS
De acordo com seu emprego, os recursos 
operacionais podem ser catalogados a partir 
de diferentes status: entre mobilizado (solici-
tado), disponível (no local), indisponível (sem 
condições de uso e desmobilizado (dispen-
sado).
165
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Quando devemos empregar o 
SCO?
Utiliza-se em situações críticas, as quais possuem 
características especiais que exigem das agên-
cias envolvidas, além de uma intervenção imedia-
ta de profissionais treinados com equipamentos 
adequados, uma postura organizacional não roti-
neira para a coordenação e o gerenciamento inte-
grados das ações de resposta.
A boa administração de um desastre não é 
apenas a extensão de bons procedimentos 
de emergência no dia a dia. Ela é mais do que 
simplesmente mobilizar recursos, instala-
ções e pessoal adicionais, pois os desastres 
criam problemas peculiares, raramente en-
frentados nas emergências diárias.
166
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
5. ATUAÇÃO EM EMERGÊNCIAS COM
PRODUTOS PERIGOSOS
Conforme vimos na Lição 02, o transporte de pro-
dutos perigosos é objeto de extensa e complexa 
legislação, que às vezes é ignorada ou descon-
siderada por grande parte do setor produtivo e 
de serviços, fato observado constantemente em 
ações de fiscalizações preventivas, agravando os 
danos às pessoas e ao meio ambiente, na ocor-
rência de acidentes com produtos perigosos. 
Os “Produtos Químicos” constituem um elemento 
importante na estrutura econômica de qualquer 
país industrializado, pois se trata de uma atividade 
necessária à viabilidade de produção de diversos 
setores, pois não há atividade ou setor produtivo 
que não utilize, em seus processos ou produtos 
finais, algum insumo de origem química.
Um acidente envolvendo Produtos Perigosos não 
pode ser encarado como um acidente comum, 
como por exemplo, um simples acidente de trân-
sito, pois enquanto este atinge um número restrito 
de pessoas, aquele pode atingir uma quantidade 
maior que, com o transcorrer do tempo na emer-
gência, poderá aumentar ainda mais sua propor-
ção, podendo atingir comunidades inteiras.
Quando em emergências envolvendo produtos pe-
rigosos, todo cenário deve ser avaliado verifican-
do o tipo de acidente, a classe de risco através do 
rótulo de risco, identificação do produto perigosos 
através do painel de segurança, existência de víti-
mas, vazamento do produto, possíveis áreas de 
contaminação (curso d’água, mananciais, vegeta-
ção) informações necessárias para acionamen-
to de instituições de apoio para o atendimento a 
emergência. 
Produtos Perigosos – Conceitos e 
Definições
Antes de continuar é importante que você conhe-
ça as Principais Terminologias utilizadas na temá-
tica de Produtos Perigosos, pois em uma ocorrên-
cia essas terminologias irão aparecer. 
Acidente - Evento definido ou sequência de even-
tos fortuitos e não planejados, que dão origem a 
uma consequência específica e indesejada, em 
termos de danos humanos, materiais e/ou am-
bientais (ABNT NBR 7501/15 item 3.3).
Acidente com Produto Perigoso - evento repenti-
no e não desejado, onde a liberação de substân-
cias perigosas em forma de incêndio, explosão, 
derrame ou vazamento, pode causar danos à pes-
soas, propriedades e/ou ao meio ambiente.
Contaminação - Introdução no meio ambiente de 
organismo patogênicos, substâncias tóxicas ou 
outros elementos, em concentrações que possam 
afetar a saúde humana ou o meio ambiente. Con-
tato de contaminantes com organismos, com rou-
pas ou equipamentos.
Contenção - Método utilizado para restringir o es-
palhamento do produto liberado no meio.
Dique de contenção - barreira física construída 
para conter um produto químico líquido derrama-
do no solo. Nas emergências químicas, geralmen-
te, os diques de contenção são construídos com 
terra, areia, pedras, madeiras e outros materiais 
que estejam disponíveis no local.
Emergência química - evento repentino, indesejá-
vel e inesperado envolvendo produtos químicos, 
que pode causar danos às pessoas, ao meio am-
biente e ao patrimônio. Este evento pode ser ca-
racterizado por um ou mais dos seguintes fatos:
a) vazamentos, como, por exemplo, através de 
válvulas, flanges, tubulações, acessórios, fissuras 
ou rupturas do vaso de transporte ou rupturas de 
embalagens ou proteção;  
167
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
b) incêndio e princípios de incêndio;  
c) explosões;  
d) colisões, abalroamentos, capotagem, quedas 
que causem ou tornem iminentes as ocorrências 
das alíneas a), b) e/ou c);e) eventos que venham a provocar as ocorrências 
citadas acima ou causem, de qualquer modo, a 
perda de confinamento do(s) produto(s) transpor-
tado(s).
FISPQ - ficha técnica, elaborada no Brasil, pelos fa-
bricantes e processadores de produtos químicos, 
com informações sobre a composição química, 
propriedades físicas e químicas, perigos à saúde 
a segurança, ações de resposta às emergências, 
disposições e destinação final adequada dos re-
síduos do produto, conforme ABNT NBR 14725-4.
Incidente com produtos perigosos - Evento repen-
tino e não desejado, onde a liberação ou potencial 
liberação de substâncias químicas, biológicas ou 
radiológicas perigosas pode causar danos a pes-
soas, a bens ou ao ambiente.
Níveis de proteção química - classificação dos 
EPI de acordo com o grau de proteção química 
que eles oferecem. Há quatro categorias de pro-
teção química: 
— Nível A: traje encapsulado com equipamento 
autônomo de respiração. Confere nível máximo 
de proteção respiratória e da pele; 
— Nível B: traje não encapsulado ou encapsulado, 
porém não hermético ou macacão de proteção 
química e equipamento autônomo de respiração. 
Confere nível máximo de proteção respiratória, 
porém menor proteção da pele; 
— Nível C: traje não encapsulado ou macacão de 
proteção química e máscara com filtro. Confere 
nível médio de proteção respiratória e da pele; 
— Nível D: nível mínimo de proteção, oferecido 
pelo uniforme de trabalho. Utilização de calçados 
de trabalho, capacete, óculos de segurança, jale-
co etc.
Vazamento - perda de contenção (intencional ou 
acidental) de produto químico líquido ou gasoso 
para o ambiente.
Ações em Emergências com Pro-
dutos Perigosos
As Emergências com produtos perigosos reque-
rem sempre cuidados e medidas específicas a se-
rem desencadeadas para o controle das diferen-
tes situações que podem ocorrer, razão pela qual 
a intervenção de pessoas devidamente capacita-
das e equipadas é fundamental para o sucesso 
dessas operações.
As ações de resposta devem ser organizadas em 
conjunto com diversas instituições, onde cada 
agência atua especificamente em sua área de 
competência.
A Defesa Civil é responsável por integrar as insti-
tuições que compõem a Comissão Estadual de 
Prevenção Preparação e Resposta Rápida a Emer-
gências Ambientais com Produtos Perigosos - 
CE-P2R2, conforme previsto no Decreto Estadual 
nº 553 de 27 de setembro 2011, cujo objetivo é 
aperfeiçoar as condições do Transporte de Produ-
tos Perigosos através de diversas medidas, entre 
elas: Prevenção, Fiscalização e Atendimento das 
Emergências com o Transporte de Produtos Peri-
gosos.
A CE-P2R2 atua nas ações de emergências com 
produtos perigosos, coordenando as ações, com 
acionamento das instituições, suporte necessário 
de equipamento, consulta a técnicos com conhe-
cimento sobre produtos envolvidos, procedimen-
tos para minimizar danos, avaliações em conjunta 
de interdições de vias, evacuação de residentes, 
isolamento de área afetada, emissão de boletins 
à população, entre outras ações atribuídas a CE-
-P2R2 pelo decreto Estadual nº 553/11.
Para se realizar a atividade é necessário que o 
profissional tenha conhecimento do tema, em es-
pecial dos procedimentos a serem adotados em 
168
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
ações de emergência, tendo conhecimento do 
produto envolvido, suas particularidades e utiliza-
ção de Equipamentos de Proteção Individual - EPI.
Em emergências envolvendo produtos perigosos 
a avaliação do produto deve ser realizada através 
da verificação da simbologia afixada na estrutu-
ra do veículo, com auxílio de binóculo, a distância 
segura, (conforme orientações descritas no ma-
nual de procedimento de segurança do manual 
Pró Química ABIQUIM), bem como entrevista ao 
motorista (se possível) e a documentação para 
o transporte, caracterizando a classe de risco do 
produto, identificação do produto através do nú-
mero ONU e os perigos através do número de ris-
co avaliando a natureza e intensidade do risco.
Uma vez identificado o produto perigoso envolvido 
na emergência, consulte o manual de Emergência 
da ABIQUIM para realizar os procedimentos des-
critos nas “Guias”, que trazem as ações a serem 
tomadas.
O Manual de Emergências da ABIQUIM é uma 
fonte de informação inicial, eficiente para os pri-
meiros 30 minutos do acidente. Utilize suas reco-
mendações para orientar as primeiras medidas 
na cena de emergências, até a chegada de uma 
equipe especializada, evitando riscos e a tomada 
de decisões incorretas.
Existem aplicativos (Apps) para dis-
positivos móveis que podem ser 
utilizados como suporte a consulta 
relacionadas a temática. Conforme 
exemplos abaixo:
O Manual da ABIQUIM possui SEÇÕES identifica-
das por cores:
SEÇÃO BRANCA
SEÇÃO AMARELA
SEÇÃO AZUL
SEÇÃO LARANJA
SEÇÃO VERDE
A seguir, serão apresentados cada uma com seus 
detalhamentos:
SEÇÃO BRANCA
A Seção Branca no início e final do Manual para 
Atendimento de Emergências com Produtos Peri-
gosos da ABIQUIM contém diversas informações 
e orientações importantes.
As páginas iniciais contém informações gerais de 
apresentação do manual, índice, contato da Pró- 
Química, uma sequência dos passos do atendi-
mento e precauções de segurança, distâncias de 
isolamento e evacuação, identificação do produ-
to e das ações de emergência, uma planilha com 
dados para comunicação e solicitação de ajuda, 
dados sobre simbologia de risco e sistema de 
classificação, documentos de transporte, além da 
tabela de rótulos de risco e guias corresponden-
tes para o uso no local do incidente.
As páginas finais contêm informações sobre a 
tabela de isolamento inicial e de ação protetora, 
trajes de proteção inicial, controle de fogo e derra-
mamentos, explicações de termos e expressões, 
grupo de compatibilidade de explosivos (Classe 
1), características dos diferentes tipos de peróxi-
dos orgânicos (Classe 5.2) e de substâncias auto 
reagentes (Classe 4.1), além de informações so-
bre a ABIQUIM e do programa de atuação respon-
sável.
Imagem 98 - Manual da ABIQUIM
Fonte: Manual da ABIQUIM
169
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
SEÇÃO AMARELA
Relação numérica dos produtos 
perigosos
O objetivo da relação numérica nas páginas de 
bordas amarelas é possibilitar que o guia de emer-
gências seja identificado a partir do número da 
ONU do produto. A relação inclui, além do Nº ONU, 
também a classe de risco do produto, o número 
do guia de emergência e o nome do produto.
Veja o exemplo:
Tanto nos veículos, como nos vagões ferro-
viários que transportam produtos perigosos, 
existem placas de cor laranja, chamadas Pai-
néis de Segurança, onde estão pintados na 
parte inferior os números da ONU dos pro-
dutos perigosos que estão sendo transporta-
dos. Também podemos encontrar esses nú-
meros na nota fiscal, na ficha de emergência 
ou no rótulo de embalagem.
A relação numérica inclui os itens da Resolução 
ANTT 5232 de 2016 e Recomendações da ONU, 
19ª edição revisada de 2017. Deve ser observado 
o seguinte:
a) Os produtos com números ONU entre 0001 a 
1000 não constam da relação. São números ONU 
utilizados para Explosivos da Classe 1. Para en-
contrar o guia de emergência aplicável a esses 
produtos utilize os rótulos de risco localizados 
nas páginas brancas iniciais do Manual da ABI-
QUIM;
b) Existem algumas diferenças entre as relações 
de produtos da Resolução ANTT 5232 e Recomen-
dações da ONU. Na lista do manual, estas diferen-
ças estão assinaladas.
c) Produtos que são tóxicos por inalação estão 
destacados com uma tarja verde nesta relação 
dos produtos. Sobre estes produtos há informa-
ções adicionais nas páginas verdes.
O objetivo da relação alfabética nas páginas de 
bordas azuis é possibilitar que o guia de emergên-
cia seja identificado a partir do nome do produto. 
A relação inclui, além do nome do produto, tam-
bém o Nº ONU,

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