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PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Defesa Civil do Estado de Santa Catarina Diretoria de Gestão de Educação 2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA Defesa Civil do Estado de Santa Catarina Diretoria de Gestão de Educação PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA Carlos Moisés da Silva DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Chefe da Defesa Civil João Batista Cordeiro Junior Diretor de Gestão de Educação Alexandre Corrêa Dutra IN ST IT UC IO N A L Caroline Margarida Regina Panceri (organizadoras) PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA Florianópolis Defesa Civil do Estado de Santa Catarina 2020 Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. Proteção e Defesa Civil. Margarida, Caroline & Panceri, Regina (Organizadoras). 2ª ed. Florianópolis, 2020. DESIGN INSTRUCIONAL: Maria Hermínia Benincá Schenkel PARECERISTA: Alexandre Corrêa Dutra PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Walter Stodieck FOTOS: Flávio Vieira Junior O RG A N IZ A Ç Ã O Almir Vieira Carlos Alberto da Rocha Jr. Carlos Besen Caroline Margarida Débora Ferreira Elna Fatima Pires de Oliveira Frederico de Moraes Rudorff Humberto Alves da Silva Jaqueline Antunes José Luiz de Abreu Laís de Oliveira Bernardino Lisangela Albino Luiz Antônio Cardoso Marcos de Oliveira Mário Jorge Cardoso Coelho Freitas Maurício Marino Paulo Cesar Santos Regina Panceri Rennan Inácio Renata Gaia Rodrigo Nery Rosinei da Silveira Sandro Nunes Sarah Cartagena Susana C. Costa e Vanessa Scoz Oliveira C O LA BO RA D O RE S SU M Á RI O COMO USAR ESTE LIVRO .........................................................................8 APRESENTAÇÃO ...............................................................................................9 LIÇÃO 01 .................................................................................................................10 LIÇÃO 02 .............................................................................................................46 LIÇÃO 03 ...........................................................................................................145 LIÇÃO 04 ............................................................................................................192 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 215 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 216 C O M O U SA R ES TE LI V RO COMO USAR O NOSSO LIVRO Este livro contém alguns recursos para facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conheci- mento. São eles: Questão: quando temos uma per- gunta importante sobre o assunto que está sendo tratado. Assista ao vídeo: material comple- mentar em vídeo. Curiosidade: alguma curiosidade sobre o conteúdo. Dica: uma informação para comple- mentar o que está sendo visto. Saiba mais: materiais complemen- tares ou informações importantes sobre o assunto que fazem parte da lição. Lembrete: apresenta dicas e suges- tões do autor. Destaque: são informações impor- tantes dentro do texto. Balão: serve para explicar uma pa- lavra ou um conceito. Link: indicados para acessar mate- riais complementares aos assuntos propostos. Para refletir: indicação de questões para que você reflita sobre o que está sendo estudado. Recapitulando: é a síntese da Li- ção. Caso Real: Quando um texto se apresentar escri- to nesta formatação, dirá respeito a um caso real sobre o tema abordado na lição. Exemplos: Quando um texto se apresentar escrito nesta formatação, dirá respeito a algum exemplo que o conteudista está utilizando para uma me- lhor compreensão do tema abordado. Citação: Quando um texto se apresentar escrito nesta formatação, dirá respeito a citações sobre o assunto tratado. Prezado cursista, Seja bem-vindo ao Curso de Proteção e Defesa Civil. Este livro foi criado por especialistas, nas suas áreas de expertise, para que você tenha acesso, em um só do- cumento, a assuntos pertinentes sobre Defesa Civil. Entre os assuntos abordados, discutiremos: Normas, De- cretos, Leis, Regulamentos de Proteção e Defesa Civil, Gestão de Riscos, Gestão de Desastres, enfim, temáticas ligadas à sua realidade. O objetivo do curso é prepará-lo para intervir na gestão de riscos e desastres e, também, ajudá-lo a atuar de for- ma eficaz junto aos municípios. O nosso livro está dividido em quatro lições, que são: A PR ES EN TA Ç Ã O Lembre-se que em Educação a Distância, o caminho da aprendizagem depende muito de você. Por isso, esperamos que você participe de todas as etapas desenvolvidas no nosso Curso. É importante que você leia o nosso material, participe dos Fóruns de discussão e das atividades desenvolvidas. Esses recursos didático-pedagógicos são muito importantes para sua motivação, dedicação e autonomia na construção do conhecimento. Estamos muito felizes em compartilhar esta jornada de aprendizagem junto a você. Desejamos um ótimo Curso! OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de: - Conhecer os conceitos de desastre, danos, prejuízos, socorro, assistência humanitária, recuperação e reconstrução. - Compreender a tipologia, a classificação e a codificação dos desastres. - Identificar instrumentos que possibilitem maior eficiência na gestão dos eventos adversos. Gestão de Desastres LI Ç Ã O 0 3 146 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 1. ESTUDO DOS DESASTRES: CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO Você sabe o que caracteriza um desastre? Todo evento adverso é um desastre? É o que vamos ver agora. Primeiramente, vamos conceituar desastre. Segundo a Estratégia Internacional para a Redu- ção de Desastres das Nações Unidas – EIRD, de- sastre é uma séria interrupção no funcionamento de uma comunidade ou sociedade, com impactos sobre pessoas, bens, economia e meio ambiente, que excede a capacidade dos afetados para lidar com situação mediante o uso de seus próprios re- cursos. De acordo com a Instrução Normativa nº 02/2016/ MIN, desastre é o resultado de eventos adversos, naturais, tecnológicos ou de origem antrópica, so- bre um cenário vulnerável exposto a ameaça, cau- sando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais. Os desastres são considerados situações críticas, cujas características de risco exigem das agên- cias envolvidas, além de uma intervenção imedia- ta de profissionais treinados com equipamentos adequados, uma postura organizacional não roti- neira para a coordenação e o gerenciamento inte- grados das ações de resposta. Classificação dos desastres Na busca brasileira de alinhar os conceitos e a classificação dos desastres com os critérios de- finidos pelos órgãos internacionais, a Secretaria Nacional de Defesa Civil adotou a classificação dos desastres constante do Banco de Dados In- ternacional de Desastres - EM-DAT, do Centro para Pesquisa sobre Epidemiologia de Desastres - CRED da Organização Mundial de Saúde - OMS/ ONU e a simbologia correspondente. A Secretaria Nacional de Defesa Civil entende que adequar a classificação brasileira à classificação utilizada pela ONU representa o acompanhamen- to da evolução internacional na classificação de desastres e o nivelamento do país aos demais or- ganismos de gestão de desastres do mundo. Os desastres são classificados segundo os se- guintes critérios: origem, evolução, intensidade e periodicidade. Com a publicação da Instrução Normativa nº 02 de 20/12/2016, ocorreram mu- danças na Classificação Brasileira de Desastres, e a seguir, apresentamos a descrição de cada um dos critérios utilizados na referida norma. Quanto à origem, ou causa primária do agente causador, os desastres são classificados em: Desastres Naturais ORIGEM Desastre considerado acima da nor- malidade em relação à vulnerabilida- de da área atingida, que podem impli- car emperdas humanas, socioeconô- micas e ambientais Os grupos dos desastres naturais são: Geológicos, Hidrológicos, Mete- reológicos, Climatológicos e Biológi- cos. Desastre originado por condições tecnológicas decorrentes de falhas na infraestrutura ou nas atividades humanas específicas consideradas acima da normalidade, que podem implicar em perdas humanas, socioe- conômicas e ambientais. Desastres Tecnológicos ou Antrópicos 147 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Quanto à evolução, os desastres podem ser clas- sificados como: súbitos e gradual. Desastre Súbito EVOLUÇÃO São eventos adversos que ocorrem de forma inesperada e surpreenden- te, caracterizados pela velocidade da evolução e pela violência dos eventos causadores. Ex.: deslizamentos de terram as en- xurradas, os vendavais, os terremo- tos, as erupções vulcânicas, as chuvas de granizo, os acidentes in- dustriais, etc. São eventos adversos que ocorrem de forma lenta e se caracterizam por evoluírem em etapas de agravamento progressivo. No Brasil, há exemplos muito impor- tantes deste tipo de desastres, como a estiagem e a erosão do solo. Desastre Gradual A intensidade dos desastres é definida em ter- mos relativos, pois a classificação é precisa, útil e racional, levando em consideração a necessidade de recursos para o restabelecimento da situação de normalidade e a disponibilidade desses recur- sos na comunidade afetada e nos demais parcei- ros. A classificação quanto à intensidade obedece a critérios baseados na relação entre a necessida- de de recursos para o restabelecimento da situ- ação de normalidade e a disponibilidade desses recursos na área afetada pelo desastre e nos dife- rentes níveis do SINPDEC. Assim, no que se refere à intensidade, os desastres podem ser classifica- dos em três níveis: Desastres de pequena intensidade INTENSIDADE São aqueles em que há somente danos humanos e que a situação de normalidade pode ser restabe- lecida com os recursos mobiliza- dos em nível local ou complemen- tados com o aporte de recursos estaduais e federais. N ÍV EL I Decretação de situação de emergência N ÍV EL II Desastres de média intensidade Decretação de situação de emergência São aqueles que os danos e prejuí- zos são suportáveis e superáveis pelos governos locais e a situação de normalidade pode ser restabe- lecida com os recursos mobiliza- dos em nível local ou complemen- tados com o aporte de recursos estaduais e federais. São caracterizados pela ocorrên- cia de ao menos dois danos, sendo um deles obrigatoriamente danos humanos que importem no prejuí- zo econômico público ou no prejuí- zo econômico privado que afetem a capacidade do poder público local em responder e gerenciar a crise instalada. Desastres de grande intensidade N ÍV EL II I Estado de calamidade pública São aqueles em que os danos não são superáveis e suportáveis pelos governos locais e o restabeleci- mento da situação de normalidade depende da mobilização e da ação coordenada das três esferas de atuação do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e, em alguns casos, de ajuda inter- nacional São caracterizados pela concomi- tância na existência de óbitos, iso- lamento de população, interrupção de serviços essenciais, interdição ou destruição de unidades habita- cionais, danificação ou destruição de instalações públicas prestado- ras de serviços essenciais e obras de infraestrutura pública. Para simplificar tudo que vimos até o momento, segue um quadro com o resumo da Classificação dos Desastres. Origem CLASSIFICAÇÃO D ES A S T R ES Evolução Intensidade - Natural - Tecnológico ou Antrópico - Súbito - Gradual - Nível I: pequena intensidade - Nível II: média intensidade - Nível III: grande intensidade 148 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Independentemente da classificação do desastre ocorrido, os danos e prejuízos provocados são inevitáveis, bem como as perdas, envolvendo re- cursos para o retorno à normalidade. Por isso, para colaborar nas ações de Defesa Civil, a fim de reduzir a ocorrência e a magnitude dos eventos causadores de desastres, bem como dos efeitos negativos destes sobre a comunidade, é preciso conhecer os danos e prejuízos que eles podem provocar. Classificação dos danos e prejuí- zos Os danos causados por desastres podem ser clas- sificados em três categorias: humanos, materiais e ambientais. DANOS HUMANOS Dimensionados e ponderados em função do nível de pessoas afetadas pelos desastres, cabendo especificar o número de mortos, feridos graves, feridos leves, enfermos, desaparecidos, desalojados, desabrigados e deslocados. Como uma mesma pessoa pode sofrer mais de um tipo de dano, o número de pes- soas afetadas é sempre, menor ou igual à soma dos danos hu- manos. DANOS MATERIAIS Corresponde, predominantemente, aos bens imóveis e às insta- laçôes que foram danificadas ou destruídas em decorrência de um desastre. São contabilizadas as instalações públicas de saúde, de ensino ou prestadoras de outros serviços; as unidades habitacionais; as obras de infraestrutura e as instalações públicas de uso comuni- tário danificadas ou destruídas. DANOS AMBIENTAIS Por serem de reversibilidade mais difícil, contribuem de forma importante para o agravamento dos desastres e são medidos quantitativamente em função do número de pessoas afetadas em relação à população do município (percentual da popula- ção). São estimados em função do nível de: poluição e contaminação recuperável em médio e longo prazo do ar, da água, ou do solo; diminuição ou exaurimento a longo prazo da água; e destruição de Parques, Áreas de Proteção Ambiental e Áreas de Preserva- ção Permanente Nacionais, Estaduais ou Municipais. Os prejuízos podem ser classificados em preju- ízos econômicos públicos e prejuízos econômi- cos privados. PREJUÍZOS ECONÔMICOS PÚBLICOS Relacionam-se com o colapso de alguns serviços que visam o atendimento da coletividade, tais como: assistência médica, abastecimento de água potável, sistemas de esgoto, limpeza urbana, controle de pragas, geração e distribuição de energia elétrica, telecomunicações, transportes, distribuição de combus- tíveis, segurança pública e ensino. São avaliados em função da perda de atividade econômica exis- tente ou potencial, incluindo frustração ou redução de safras, perda de rebanhos, interrupção ou diminuição de atividades de prestação de serviço e paralisação de produção industrial. PREJUÍZOS ECONÔMICOS PRIVADOS Referem-se aos danos materiais e/ou ambientais relacionados aos bens, serviços ou instalações privadas e relacionam-se com a perda de atividade econômica na indústria, comércio ou agro- negócio, sem afetar diretamente a coletividade. Enquanto os danos representam a intensidade das perdas humanas, materiais ou ambientais ocorridas, os prejuízos são a medida de perda re- lacionada com o valor econômico, social e patri- monial de um determinado bem, em circunstân- cias de desastre ou acidente. Um exemplo fácil que diferencia dano e prejuízo são os acidentes de trânsito: as pessoas feridas e a lataria amassada dos veículos representam os danos, enquanto os valores do serviço médico, dos remédios e do conserto do carro representam o prejuízo. Em alguns desastres, é difícil afirmar quais os da- nos e prejuízos existentes, pois eles podem não estar evidentes ou mesmo porque são difíceis de ser mensurados. Um bom exemplo disto está na tentativa de medir os danos humanos: avaliar o impacto psicológico de um desastre em uma co- munidade pode ser bastante subjetivo. Transfor- mar este impacto em um valor financeiro torna-se ainda mais difícil. É preciso lembrar que a compreensão dos danos e prejuízos é fundamental para o estudo dos de- sastres. Afinal, não é a intensidade do evento que determina um desastre, mas sim suasconsequ- ências em termos de danos e prejuízos. 149 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 2. PRINCIPAIS DESASTRES NO ESTADO DE SANTA CATARINA: INUNDAÇÃO, ESTIAGEM, GRANIZO, VENDAVAL, DESLIZAMENTO O Estado de Santa Catarina, por suas caracterís- ticas geográficas intrínsecas, é um dos Estados com maior recorrência de desastres, mesmo sen- do apenas o 26º em extensão territorial. O Esta- do é frequentemente afetado por chuvas intensas que causam inundações, alagamentos e desliza- mentos e por tempestades severas que podem vir acompanhadas de ventos intensos, raios, granizo e até tornados. Além das perdas econômicas e materiais, as condições de tempo severo provo- cam perdas de vidas. Desse modo, é importante conhecer os eventos e saber como se proteger. Inundação Existem vários tipos: • Inundação gradual, popularmente tratada como enchente, é o aumento do nível dos rios ocorren- do o transbordamento de suas águas. Relacio- nam-se muito mais com períodos demorados de chuvas contínuas do que com chuvas intensas e concentradas. O fenômeno caracteriza-se por sua abrangência e grande extensão. • Inundação brusca ou enxurrada ocorre devido a chuvas intensas e concentradas. A elevação do nível dos rios é súbita e seu escoamento é violen- to. A elevação das águas ocorre repentinamente, causando mais mortes, apesar da área de impac- to ser bem menor do que as inundações graduais. • Alagamentos são frequentes nas cidades que crescem desordenadamente, sem obras de drena- gem. O fenômeno relaciona-se com a redução da infiltração natural nos solos urbanos, provocada principalmente pela impermeabilização do solo, pavimentação de ruas e adensamento de edifica- ções. Imagem 86 - Inundação O que fazer? ANTES DURANTE DEPOIS - Cobrar a fiscalização e denunciar ocupação; - Manter limpo os ralos e calhas; - Se estiver chovendo forte fique alerta; - Acionar os núcleos de defesa civil; - Verifique a existência de abrigos; - Se as águas começa- rem a invadir sua casa, não tente nadar; - Coloque documentos e objetos de valor em local protegido; - Desligue a energia elétrica e feche o regis- tro de entrada d´água (hidrômetro). - Fique atento às infor- mações fornecidas pelos órgãos compe- tentes; - Em casos mais sérios, peça ajuda a DEFESA CIVIL (telefone 199) e ao CORPO DE BOMBEIROS (telefone 193); - Nunca utilize carro em áreas inundadas; - Fique longe de postes e linhas de transmis- são caídas; - Evite contato com as águas da inundação; - Não coma alimentos que tiverem contato com as águas; - Utilizar colete salva- -vidas; - Caso tenha sido reti- rado de sua residência, não volta até as águas baixarem. - Lave e desinfete os objetos que tiverem contato com as águas das inundações; - Tenha cuidado com aranhas, cobras e ratos; - Retire todo o lixo e co- loque para ser recolhi- do; - Manter a casa aberta e ventilada; - Não use água de fontes e poços depois da inundação, pois es- tarão contaminadas; - Desinfetar a caixa d´água com hipoclorito (água sanitária); - Ferva a água para ali- mentação; - Limpe os dijuntores antes de ligar a energia elétrica. Fonte: Google 150 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Estiagem A estiagem refere-se a um período prolongado de baixa pluviosidade ou sua ausência, em que a per- da de umidade do solo é superior à sua reposição. A presença da cobertura vegetal também pode ser caracterizada como um dos condicionantes, pois reduz a perda de umidade do solo, devido princi- palmente ao bloqueio da radiação solar e ao siste- ma radicular (raízes) que favorece o processo de infiltração. Imagem 87 -Plantação Seca O que fazer? ANTES DURANTE DEPOIS - Priorizar culturas com maior resistência a pe- ríodos de déficit hídri- co; - Manter sempre que possível a cobertura vegetal entre os perío- dos de cultivo; - Proteger poços, córre- gos, açúdes e outras áreas de captação; - Construir reservató- rios com capacidade adequada a irrigação e a distribuição; - Construir reservató- rios para reutilização da água para funs de limpeza doméstica. - Não construir barra- mentos sem estudo prévio do local; - Evitar o princípio e a propagação de quei- madas; - Reutilizar a água para fins de limpeza de cal- çadas, fachadas e con- sumo animal; - Utilizar somente água potável, obtida em locais livres de conta- minação ou, em último caso, água fervida. - Realizar a limpeza de reservatórios antes do consumo doméstico; - Restabelecer o nível dos reservatórios pau- latinamente; - Identificar e mapear as áreas atingidas para controle futuro. Vendaval O vendaval pode ser definido como um desloca- mento intenso de ar na superfície terrestre. O re- levo também pode contribuir significativamente para a intensificação dos ventos. Os ventos cau- sam danos diretos, se comparados a outros tipos de fenômenos, como por exemplo, as inundações. Os locais onde ocorrem chuvas fortes não ne- cessariamente coincidem com as áreas em que ocorrem inundações. Enquanto que, as áreas que ocorrem ventos fortes, sempre estão associadas às áreas que apresentam os danos mais inten- sos. Imagem 88 -Vendaval O que fazer? Granizo O granizo é definido como precipitação de gelo, em forma esférica ou irregular, apresentando ge- ralmente um diâmetro de 5mm. As condições que propiciam a formação de granizo acontecem na parte superior de nuvens que possuem tempera- turas muito baixas. Em função da união de gotas congeladas, o granizo cresce rapidamente. Fonte: SDC Fonte: Google ANTES DURANTE DEPOIS - Se possível, corte as grandes árvores próxi- mas da sua residência; - As telhas de cerâmica são bem mais resisten- tes; - Residências sem ve- nezianas são mais vul- neráveis a força dos ventos (projéteis); - Verifique se existem materiais que podem se trasnformar em pro- jéteis; - Feche as portas e ja- nelas, evitando a entra- da de fortes correntes de ar; - Tenha um kit de emer- gência em casa; - Coloque objetos de valor em um lugar seguro; - Desligue o gás, água e eletricidade. - Proteja-se em cômo- dos com poucos ou ne- nhuma janelas e que possuam cobertura de laje de concreto; - Só saia quando o vento acabar; - Em lugares abertos mantenha-se junto ao solo, para não ser lan- çado pela força dos ventos ou atingido por projéteis; - Não ande de carro, pois você pode ser atingido por árvores, placas, projéteis e postes; - Pare o carro em local aberto, longe de rios, pois as fortes chuvas costumam ocorrer as- sociada aos vendavais. - Verifique se existem vítimas. Se sim, chame o Corpo de Bombeiros; - Evite deslocar-se em virtude os postes e linhas elétricas caídas. Além disso, muito cui- dado ao caminhar, por pode se ferir seriamen- te em função da grande quantidade de objetos pontiagudos no chão; - Tome muito cuidado durante o processo de reconstrução, princi- palmente quando for arrumar o telhado. É neste momento que ocorre a maior quanti- dade de acidentes as- sociados nos venda- vais. 151 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Deslizamentos Deslizamento ou escorregamento é o movimento de sedimentos caracterizado por alta velocidade que se desenvolve em encostas com declivida- de média a alta e segundo superfícies de ruptura planar (translacional), circular (rotacional) ou em cunha. É geralmente deflagrado por chuvas de alta intensidade e/ou acumuladas e condiciona- do por características dos terrenos onde ocorre. (CPRM, 2014). O que fazer? ANTES DURANTE DEPOIS - Conhecer os sinais de uma tempestade que pode gerar chuva de granizo; - Ensinar aos membros da família como e quando desligar o gás, energia elétrica e água; - Estar atento às previ- sões de tempo para a sua localidade; - Colocar objetos frá- geis embaixo de móveis sólidos;- Guarde seu carro em local seguro e feche todas as aberturas da sua casa; - Manter os animais em local aberto; - Aprender a como agir em ocorrências de ven- davais e inundações, pois podem acompa- nhar o granizo. - Permanecer em lugar com uma cobertura que suporte a precipi- tação de granizo; - Se não tiver uma edi- ficação, esconder-se dentro de um carro; - Evitar banheiros, pias, torneiras de água porque as tubulações de metal podem trans- mitir descargas elétri- cas; - Fechar janelas e portas; - Não manusear nenhum equipamento elétrico ou telefones devido aos raios e re- lâmpagos; - Ouvir um rádio ou te- levisao à bateria para as últimas informações sobre a tempestade. - Dirija somente se ne- cessário. As estradas podem estar com muitos destroços que torna a direção perigo- sa; - Verifique se há víti- mas com ferimentos para prestar os primei- ros socorros e chamar a emergência; - Estejam atentos para ajudar a sua vizinhança que pode requerer as- sistência especial, como crianças e idosos com dificulda- des. Imagem 90 - Deslizamento O que fazer? ANTES DURANTE DEPOIS - Evite construir em en- costas muito íngremes e próximo a cursos d´água; - Não realize cortes inadequados em en- costas; - Exija estudos, planos de controle e monitora- mento das áreas de risco; - Discuta e promova ações preventivas; - Nunca desmatar as encostas dos morros; - Não amontoe sujeira e lixo em lugares incli- nados; - Cheque a estrutura de sua casa, muros e ter- reno, verificando se não existem rachadu- ras; - Lembre-se: as chuvas intensas podem desen- cadear os escorrega- mentos. - Se você ouvir baru- lhos estranhos como árvores caindo e pare- des rachando, saia de casa rapidamente, avise seus vizinhos e contate os órgãos res- ponsáveis; - Nunca fique no trajeto de um escorregamen- to, mova-se rapidamen- te para um local seguro. Nesse momen- to, esta é sua maior proteção; - Caso atingido pelo fluxo de lama, tente co- locar o queijo entre os joelhos e proteja sua cabeça com as duas mãos. A forma de bola (esfera) lhe ajudará a proteger melhor o seu corpo. - Permaneça afastado da área onde ocorreu o escorregamento; - Verifique, à distância, se existem pessoas fe- ridas ou parcialmente soterradas e guie a equipe de socorro até o local afetado; - Ajude seus vizinhos a se deslocarem para áreas mais seguras; - Caso os equipamen- tos públicos essenciais (água, energia elétrica e telefone) sejam afe- tados, alerte os órgãos responsáveis; - Cheque a estrutura de sua casa. Lembre-se de chamar um técnico competente para ava- liar a real situação. Fonte: Google Imagem 89 - Granizo Fonte: Google 152 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 3. FASES DA GESTÃO DE DESASTRES E PRINCÍPIOS E o que é a gestão de desastres? A expressão “gestão de desastres” é, por vezes, também denominada como “gestão de emergên- cias” ou “gestão de crise”. A gestão de desastres foi recentemente conceituada pela Estratégia In- ternacional para a Redução de Desastres das Na- ções Unidas, UNISDR (2009, p.18) como: “A organi- zação e a gestão dos recursos e responsabilidades para abordar todos os aspectos das emergências, especialmente a preparação, a resposta e os pas- sos iniciais da reabilitação e reconstrução”. De acordo com o EIRD/ONU (2009), o gerencia- mento de desastres contempla a organização e gestão de recursos e responsabilidades para o manejo de emergências quando o desastre se concretiza. Essa etapa inclui planos, estruturas e acordos que permitem coordenar os esforços do governo, de entidades voluntárias e privadas para responder às necessidades associadas às emer- gências. Conforme a Instrução Normativa, nº 02, de 06 de março de 2019, a gestão de desastres compreen- de o planejamento, a coordenação e a execução das ações de resposta e de recuperação. A boa administração da resposta a desastres não é apenas a extensão de bons procedimentos de emergência no dia-a-dia. É mais do que simples- mente mobilizar recursos, instalações e pessoal adicionais, pois os desastres criam problemas pe- culiares, raramente enfrentados cotidianamente, e exigem uma gestão integrada entre os diferen- tes órgãos envolvidos na resposta. Princípios Quatro são os itens que compõe os princípios a serem seguidos para a gestão de uma Crise (de- sastre). 1 - Ferramenta de gestão de desastre, comparti- lhado num ambiente próprio, desenhado ou mes- mo improvisado, para comportar a administração de uma crise Uma ferramenta gerencial é importante para pla- nejar, organizar, dirigir e controlar as operações de resposta aos desastres, fornecendo um meio de articular os esforços de agências individuais quando elas atuam com o objetivo comum de estabilizar uma situação crítica e proteger vidas, propriedades e o meio ambiente. Uma das ferra- mentas gerenciais utilizadas pela Defesa Civil é o Sistema de Comando em Operações - SCO. 2- Ações e decisões são multidisciplinares e mul- tissetoriais No gerenciamento de uma situação crítica que envolva mais de uma instituição ou mais de uma jurisdição, é de primordial importância que as de- cisões sejam tomadas em conjunto, permitindo que instituições com responsabilidades legais, geográficas, e funcionais diferentes, coordenem, planejem, e interajam eficazmente. 3- O necessário e suficiente, para o máximo de pessoas, no mínimo espaço de tempo possível Administrar é o processo de tomar decisões e re- alizar ações que utilizam recursos para atingir ob- jetivos. Na administração de desastres o tempo é um fator fundamental, que pode reduzir perdas e salvar vidas. 4- As ações devem prever as necessidades téc- nicas, atendendo as expectativas sociais, com a participação do ente político envolvido na solu- ção da crise As decisões muito hierarquizadas significam que cada vez menos pessoas participam delas ou têm conhecimento do seu conteúdo ou significado, 153 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA gerando constrangimento e falta de motivação por parte daqueles que serão responsáveis pela implantação. É importante dizer que quanto mais restrita for a decisão mais próximos estamos de uma decisão equivocada, portanto, mais distante dos interesses da sociedade. Fases da Gestão de Desastres Imagem 91 - Gestão de Desastres GERENCIAMENTO DE DESASTRES DESASTRE RE SP OS TA RECUPERAÇ Ã O PROJETOS DE RECONSTRUÇÃO E RESTA U R A Ç Ã O AT IN GI DA S PO PU LA ÇÕ ES REA BILIT AÇÃO Envolve o planejamento, a coordenação e a exe- cução das ações de res- posta e de recuperação. S O C O R R O AS SI ST ÊN CI A Resposta aos Desastres Nem sempre é possível evitar a ocorrência de fe- nômenos adversos, mas em muitas situações, podemos e devemos minimizar suas consequên- cias, proporcionando mais segurança às pessoas e seus bens. A prestação de serviços de emergência e de as- sistência pública durante ou imediatamente após a ocorrência de um desastre, com o propósito de salvar vidas, reduzir impactos sobre a saúde, ga- rantir a segurança pública e satisfazer necessida- des básicas de subsistência da população afeta- da são ações de resposta. As ações devem estar estruturadas antes da ocorrência do desastre. O plano de contingência, os órgãos parceiros, os profissionais qualificados, enfim, toda a estrutura que no instante do evento entrará em ação, neces- sariamente, deve estar bem treinada e equipada para agir a qualquer momento. A resposta a um desastre concentra-se predomi- nantemente nas necessidades de curto prazo e, por vezes, é difícil definir um limiar entre a etapa de resposta e a fase seguinte de recuperação/re- construção. Por isso, algumas ações, tais como o suprimento de água potável, a provisão de alimen- tos, a oferta e instalação de abrigos temporários,podem perdurar durante longos períodos e acabar ampliando-se até a fase seguinte. As ações de resposta abrangem: 1 - Socorro - Compreende o imediato atendimento (emergencial) à população afetada, contemplan- do atividades como busca e salvamento, primei- ros socorros, atendimento pré-hospitalar e atendi- mento médico-cirúrgico emergencial. Conforme a Instrução Normativa Nº 02/2016, são ações que têm por finalidade preservar a vida das pessoas cuja integridade física esteja ameaçada em decorrência do desastre, incluindo a busca e o salvamento, os primeiros-socorros e o atendimen- to pré-hospitalar. Estas ações ensejam a interven- ção de equipes multissetoriais e atividades mul- tiprofissionais. Inicialmente, estas equipes têm a fundamental missão de mensurar as demandas e fazer desencadear adequadamente as medidas protetivas e recuperativas das comunidades afe- tadas. Para que as ações de socorro atendam às expec- tativas da população, é preciso que efetivamente todas tenham planejamento, organização, direção e controle. Faz-se necessária, portanto, a gestão de todas as ações que envolvem a resposta ao desastre, ou seja, a gestão de desastre ou a ges- tão da resposta ao desastre. EXEMPLOS DE AÇÕES DE SOCORRO: • Locação de veículos para busca de desapareci- dos, desabrigados e desalojados, tais como em- barcações, carros, caminhões, aeronaves, etc. • Aquisição ou locação de material de busca e salvamento, como lanternas, cordas, etc., sendo vedada a aquisição de materiais para equipar os Corpos de Bombeiros, Polícias e Forças Armadas. • Aquisição de sacos para transporte de primeiros socorros, atendimento pré-hospitalar, atendimen- to médico cirúrgico de urgência, etc.). Fonte: Adaptado de SEDEC/CEPED UFSC 154 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL • Primeiros socorros e resgate de feridos. • Aquisição, transporte e armazenagem de medi- camentos e material de primeiros socorros. • Locação de veículos ou viaturas para socorro às vítimas de desastre natural. • Resgate e remoção de feridos para hospitais especializados ou unidades de atendimento pré- -hospitalar. • Transporte de cadáveres. • Instalação e operação de hospitais de campa- nha. • Aquisição ou aluguel de mobiliário de socorro às vítimas no hospital de campanha, como macas, camas, suporte para soro, etc. • Aquisição de material de consumo, como gaze, algodão, ataduras, curativos, soro, etc. • Aquisição de equipamentos para atendimento emergencial, como estetoscópios, aparelhos de pressão, pinças, etc. • Locação de sistema refrigerado para armazena- gem e conservação de banco de sangue e de cor- pos. • Custeio de atendimento pré-hospitalar e médico- -cirúrgico de emergência na rede pública ou parti- cular. Mensurar o impacto dos desastres sobre as pes- soas é a tarefa mais urgente que se tem a fazer em uma situação crítica. A ação das equipes de socorro, deve atender a protocolos construídos previamente, nos períodos de normalidade, para que no momento da resposta, cada organização atue de acordo com suas competências, mas de maneira integrada às demais presentes no cená- rio. O grande desafio posto, é a promoção da in- tegração e construção e execução de protocolos conjuntos. Vale destacar, ainda, que uma crise ou emergên- cia é uma condição de perigo/ameaça que requer a tomada de ações urgentes. Uma ação eficaz de emergência pode evitar que um evento cresça até o ponto de converter-se em um desastre. A gestão de emergências inclui planos e arranjos institu- cionais para comprometer e guiar os esforços do governo, das organizações não governamentais, das entidades voluntárias e dos órgãos privados de forma coordenada e integral para responder a todas as necessidades relacionadas a uma emer- gência. 2 - Assistência às Vítimas - consiste no atendi- mento à população afetada pelo desastre, median- te aporte de recursos materiais e/ou financeiros, destinados ao provimento básico de subsistência/ sobrevivência, atividades logísticas, assistenciais e de promoção da saúde, até que se restabeleça a situação de normalidade. As ações de assistência às vítimas, conforme a Instrução Normativa Nº 02/2016, são ações que têm por finalidade manter a integridade física e restaurar as condições de vida das pessoas afe- tadas pelo desastre até o retorno da normalidade. Devido à urgência e à emergência, são ações ime- diatas destinadas a garantir condições de inco- lumidade e cidadania aos atingidos, incluindo o fornecimento de água potável, a provisão e meios de preparação de alimentos, o suprimento de ma- terial de abrigamento, de vestuário, de limpeza e de higiene pessoal, a instalação de lavanderias, banheiros, o apoio logístico às equipes empenha- das no desenvolvimento dessas ações, a atenção integral à saúde, ao manejo de mortos, entre ou- tras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional. EXEMPLOS DE AÇÕES DE ASSISTÊNCIA ÀS VÍ- TIMAS: • fornecimento provisório de água potável por meio de caminhão pipa, até que o provimento nas áreas anteriormente atendidas pela rede pública seja restabelecido; • fornecimento provisório de energia elétrica por geradores, até que o provimento nas áreas ante- riormente atendidas pela rede pública seja resta- 155 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA belecido; • operação de transporte coletivo essencial, até que o sistema anteriormente existente seja resta- belecido; • suporte à rede pública de saúde para manuten- ção do atendimento aos feridos no desastre; • aquisição ou locação de material de acampa- mento, como barracas, colchonetes e travessei- ros; • aquisição de artigos básicos de higiene pessoal; • instalação de lavanderias e banheiros coletivos; • limpeza, descontaminação e desinfecção dos habitat humanos; • provisão e meios de preparação de alimentos, podendo incluir o fornecimento de combustíveis de cozinha e material de copa/cozinha; • aquisição de gêneros alimentícios, inclusive ra- ções destinadas a seres humanos e animais (pe- cuária de subsistência); • aquisição de peças de vestuário (roupas e aga- salhos) não supridas pelas doações voluntárias; • manejo de mortos, sepultamento de pessoas e de animais, sendo vedado o custeio de serviços funerários e afins; • locação de veículos ou viaturas para assistência às vítimas de desastre natural; • locação de mão de obra (pessoa jurídica) para prestação de serviços em ações de assistência às vítimas de desastre natural; • aluguel social para desabrigados devidamente cadastrados; • apoio logístico às equipes empenhadas no de- senvolvimento dessas ações. 3 - Restabelecimento - contempla a execução de obras provisórias e urgentes, voltadas ao restabe- lecimento dos serviços essenciais. Visa estabili- zar, ainda que provisoriamente, a situação, para que se possa promover a reconstrução do cenário afetado pelo desastre. Visa restabelecer acessos alternativos de transporte e locomoção, forneci- mento de água e energia, remoção de escombros, etc. Pelo caráter efêmero que possuem, são nor- malmente obras de baixo custo e classificadas como despesas de custeio. As ações de Restabelecimento de Serviços Essen- ciais conforme a Instrução Normativa Nº 02/2016, são ações que têm por finalidade assegurar, até o retorno da normalidade, o funcionamento dos serviços que garantam os direitos sociais básicos aos desamparados em consequência do desas- tre. EXEMPLOS DE AÇÕES DE RESTABELECIMENTO: São consideradas ações de restabelecimento, a execução de obras provisórias e a prestação de serviços, tais como: 1. Distribuição e suprimento de energia elétrica; 2. Restabelecimento dos serviços de comunica- ção, transporte coletivo, esgotamento sanitário e limpeza urbana; 3. Desobstrução e remoção de escombros e entu- lhos; 4. Reabilitação das condições de trafegabilidade; 5. Restabelecimento da drenagem de águas plu- viais, entreoutras estabelecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, conforme Decreto nº 7.257/2010. As ações de reabilitação são realizadas por varia- das frentes de trabalho, a iniciar pela esfera local da ocorrência do desastre. Com isso, conforme o nível de resiliência da população atingida e, princi- palmente, em função da intensidade e gravidade dos danos, naturalmente desencadeiam-se ações de restabelecimento por parte da própria comuni- dade. Porém, algumas das ações a serem realizadas ne- cessitam de outros recursos que a própria popu- 156 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL lação atingida não detém, seja para a resolução de um problema, ou na conclusão de um serviço. Nesse sentido, caberá à municipalidade prover dos recursos necessários às ações pretendidas e, caso o município não possua estrutura suficien- te para responder aos danos, a esfera estadual é acionada. Sucessivamente, quando os danos e prejuízos ultrapassam a capacidade de resposta do próprio Estado, a solicitação dos recursos ne- cessários é repassada ao Governo Federal. Como toda a ação de resposta em desastre, a re- abilitação responde também à lógica de ações coordenadas. Cada serviço essencial é de res- ponsabilidade de um órgão ou instituição pública específica que deve ser acionada para trabalhar conjuntamente com a Defesa Civil Municipal ou com a Defesa Civil Estadual. Para coordenar es- tas ações no nível estadual, criou-se o Grupo de Ações Coordenadas - GRAC, que planeja e realiza as ações de forma integrada. O planejamento das ações necessárias ao resta- belecimento dos locais atingidos depende do en- volvimento intersetorial da administração pública, buscando sempre que possível a otimização dos esforços demandados. Visto que há diferença en- tre o processo de restabelecimento, com o pro- cesso de recuperação/reconstrução, sugere-se que os setores de interesse e envolvidos no plane- jamento sejam preparados para atuar de maneira adequada às ações pretendidas para cada fase, de modo que a definição de cada medida a ser adotada seja condizente com a fase a que com- pete. EXEMPLOS DE AÇÕES QUE NÃO SÃO SE EN- QUADRAM COMO RESTABELECIMENTO: • recuperação de infraestrutura motivada pelo desgaste decorre9nte do uso (atividades de ma- nutenção); • reconstrução (caráter definitivo) de infraestrutu- ra afetada por desastre. Destinação do resíduo sólido de desastre Após a ocorrência de um desastre, os resíduos sólidos gerados pelos danos devem ser removi- dos e receberem o tratamento adequado. Dentro da área afetada, todo tipo de resíduo tem que ser realocado e disposto em local seguro, afastado de residências e longe das linhas de fluxo de água e de acessos e, assim que finalizada a prioridade primária de salvamento das vítimas, a priorida- de seguinte será restabelecer o cenário atingido. Nesse sentido, buscando orientar sobre a correta destinação dos resíduos sólidos, sugere-se que o procedimento detalhado a seguir seja conside- rado a fim de ordenar o processo de restabeleci- mento, com a adequada remoção dos resíduos e seu destino final. Manejo e destinação de resíduos sólidos: 1. Identificação dos tipos de resíduos; 2. Identificação das fontes de resíduos dentro do desastre; 3. Determinar os riscos potenciais à saúde huma- na e ao meio ambiente; 4. Determinar (aproximadamente) o volume de re- síduos sólidos gerados; 5. Identificar métodos seguros de coleta; 6. Realizar um transporte adequado dos resíduos; 7. Dar destinação final aos resíduos (aterro sani- tário, ou, conforme normas técnicas específicas dependendo do tipo de resíduo). Em casos em que as ações de remoção de entu- lhos ocorrerem concomitantemente às ações de busca e salvamento, é muito importante precaver- -se contra os riscos inerentes à exposição de ca- dáveres, visto a possibilidade de disseminação de epidemias e epizootias, disseminação do odor da putrefação e atração de animais carniceiros, entre outros. Nesse sentido recomenda-se o isolamen- to de áreas que ofereçam o risco de contamina- 157 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA ção dessa natureza e, em relação aos corpos de animais, para evitar proliferação de agentes pato- gênicos dentro do ambiente afetado, a Vigilância Sanitária deve ser acionada para atuar no trata- mento adequado e destinação final, de acordo com as normas sanitárias local. Recuperação A reconstrução corresponde a uma das ações que compõe o processo de recuperação, em que o tra- balho depreendido é longo e indispensável para a superação do impacto negativo do desastre. Entende-se que esse processo deve ser realizado de forma planejada na perspectiva de “reconstruir melhor”, fazendo com que a estrutura a ser re- construída seja adequada e tenha maior resistên- cia diante as características locais que oferecem riscos. As ações de recuperação têm caráter definitivo e são destinadas a recuperar de forma satisfatória o cenário destruído pelo desastre, como a recons- trução de unidades habitacionais, infraestrutura pública, sistema de abastecimento de água, açu- des, pequenas barragens, estradas vicinais, pré- dios públicos e comunitários, cursos d’água, con- tenção de encostas, etc. Nessa fase, as ações estão diretamente ligadas às intervenções estruturais de engenharia. Nesse sentido, entende-se que os custos para execução de obras sejam variados conforme os danos sofri- dos localmente. Com base em eventos e desastres ocorridos em Santa Catarina e, diante da magnitude dos danos e prejuízos gerados, observou-se que os municípios comumente se encontram em situação limitada de responder na totalidade ao evento. Pois, ao considerar que parte do volume de danos é absor- vida pela esfera municipal durante a fase de res- tabelecimento/reabilitação (ações emergenciais), durante a fase de reconstrução, devido aos altos custos para execução de obras, essas demandas, via de regra, são transferidas à esfera estadual ou federal. Por apresentarem maior complexidade e terem o caráter definitivo - fundamentadas em estudos prévios e projetos (Norma ABNT – Projeto Bási- co), as obras de reconstrução devem ser planeja- das no sentido de otimizar o uso do recurso dis- ponível a partir da contratação de propostas que apresentem: 1) melhor solução técnica e; 2) capacidade (qualidade técnica) para executar a obra. Após um desastre, o processo de reconstrução e recuperação econômica é uma importante opor- tunidade para promover ações que aumentem a resiliência. EXEMPLOS DE AÇÕES E RECUPERAÇÃO/RE- CONSTRUÇÃO: • obras de arte especial (pontes, viadutos, etc.); • trechos de vias (estradas vicinais, rodovias, vias urbanas); • reconstrução de trechos de adutoras; • recuperação de sistemas de bombeamento; • construção de casas populares fora de área de risco para abrigo de desabrigados; • reconstrução / recuperação de equipamentos públicos essenciais (hospitais, postos de saúde, escolas, creches, delegacias, postos de polícia, etc.); • implantação de infraestrutura complementar (ou melhoria daquelas existentes) com propósito de reduzir o risco nas áreas afetadas pelo desastre em questão, sustentando as ações de reconstru- ção; • dentre outras que atendam à definição do con- ceito “recuperação”. NÃO SE ENQUADRAM COMO AÇÕES DE RE- CUPERAÇÃO: • construção de infraestrutura inexistente; • reformas, ampliações e melhorias de infraestru- 158 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL tura ou habitações não afetadas pelo desastre; • recuperação de infraestrutura motivada pelo desgaste decorrente do uso (atividades de manu- tenção). Ex. desassoreamentos, etc.; • ações de caráter preventivo, envolvendo a im- plantação de infraestrutura inexistente (ou melho- rias naquelas existentes) que não tenha nexo cla- ro com obras de reconstrução, ou mesmo visem beneficiar área não afetada pelo evento adverso em questão; •dentre outras que não atendam à definição de “reconstrução”. Grupo de Resposta de Ações Coor- denadas - GRAC Muito importante é acionar o GRAC - Grupo de Resposta de Ações Coordenadas, conforme pre- visto no Plano de Contingência. Trabalho e Habitação - SST; V – Secretaria Executiva de Políticas Sociais e Combate à Fome - SCF; VI – Departamento Estadual de Infraestrutura - DEINFRA; VII – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A - CELESC; VIII – Companhia Catarinense de Águas e Sanea- mento - CASAN; IX – Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catari- na - CBM SC; X – Polícia Militar de Santa Catarina - PMSC; XI – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU; XII – Polícia Civil - PC; XIII – Instituto Geral de Perícias - IGP; e XIV – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Exten- são Rural de Santa Catarina S/A - EPAGRI, por in- termédio do seu Centro de Informações de Recur- sos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina - CIRAM. De acordo com o parágrafo 1º poderão ser con- vidados a participar do GRAC órgãos, entidades, instituições e organizações, públicos ou privados, governamentais ou não governamentais de reco- nhecida atuação na área temática da Defesa Civil. Por isso, atualmente o GRAC Estadual conta com mais de 40 instituições. Cada órgão, entidade, ins- tituição ou organização designará (2) dois repre- sentantes, sendo 1 (um) titular e 1 (um) suplente. O GRAC se reunirá ordinariamente a cada semes- tre e, extraordinariamente, quando a situação o exigir, mediante convocação do Secretário de Es- tado da Defesa Civil. A convocação extraordinária do GRAC poderá demandar a totalidade ou parcela dos representantes que o compõem, dependendo das medidas a serem adotadas para o restabele- cimento da normalidade. Mas em que consiste o GRAC? O Grupo de Ações Coordenadas – GRAC está pre- visto no Decreto Estadual nº 1.879, de 29 de no- vembro de 2013 e integra o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil - SIEPDEC, como órgão de apoio. Tem por objetivo principal a atuação integrada na gestão de riscos e desastres e sua metodologia de trabalho é dada pelo Sistema de Comando em Operações - SCO por meio do Comando Unificado ou Comando Único. Segundo o art. 9º de mencionado decreto, o GRAC será coordenado pelo seu titular (Defesa Civil do Estado de Santa Catarina) e composto por repre- sentantes dos seguintes órgãos e entidades: I – Secretaria de Estado da Saúde - SES; II – Secretaria de Estado da Educação - SED; III – Secretaria de Estado de Comunicação - SEC; IV – Secretaria de Estado da Assistência Social, 159 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Sendo que as despesas decorrentes da atuação dos integrantes do SIEPDEC correrão à conta de cada órgão, entidade e instituição a que pertence- rem. A Sala de Situação também é um meio importan- te e complementar porque: A “Sala de Situação” é um instrumento de planeja- mento surgido no campo militar, com a finalidade de monitorar situações de perigo em que “o tem- po” é a variável fundamental. Neste ambiente, realiza-se um “diagnóstico situa- cional” com orientação ao passado, presente e fu- turo, e que favorece a tomada de decisão na bus- ca de uma nova realidade ou uma nova situação. Trata-se de um espaço físico e virtual onde uma equipe de trabalho analisa, sistematicamente, toda a informação relacionada com o evento adverso e seu impacto, para caracterizar e apresentar a si- tuação de uma população afetada, incluindo os antecedentes, os danos informados, os recursos disponíveis e os possíveis efeitos secundários. Outro instrumento de ação e de planejamento para o gerenciamento do evento adverso/desastre é o Sistema de Comando de Operações. Você sabe que o SCO serve e como é implemen- tado? 160 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL A partir de agora vamos abordar um tema que é de interesse de todos aqueles que atuam na res- posta a desastres e que implica sobretudo, numa ação de gerenciamento. Vamos em frente! A Defesa Civil Nacional adotou o Sistema de Co- mando em Operações - SCO como ferramenta pa- drão de resposta a desastres. Trata-se de uma ferramenta gerencial, com ca- racterísticas sistêmicas para comandar, controlar e coordenar as operações de resposta em situa- ções críticas, fornecendo um meio de articular os esforços de agências individuais quando elas atu- am com o objetivo comum de salvar vidas, estabi- lizar uma situação crítica e proteger propriedades e o meio ambiente. Pode ser conceituado ainda como um modelo ge- rencial ou uma metodologia de trabalho que serve para facilitar e melhorar o comando, o controle e a coordenação das ações de resposta em situa- ções emergenciais ou planejadas de qualquer na- tureza ou tamanho. Permite que seus usuários adotem uma estrutu- ra organizacional integrada para enfrentar as de- mandas e complexidades de uma situação crítica, sem prejuízo de suas competências e limites ju- risdicionais. O emprego do SCO ajuda a garantir: - Maior segurança para as equipes de resposta e para os demais envolvidos na emergência; - O alcance de objetivos e prioridades previamente estabeleci- das; - O uso eficiente e eficaz dos recursos disponíveis (humanos, materiais, financeiros, tecnológicos e de informação). FINALIDADE DO SCO Pode-se mencionar como benefícios do SCO: 1. Fornece um modelo de gerenciamento padroni- zado para situações críticas de qualquer natureza ou tamanho; 2. Permite que pessoas de diferentes organiza- ções se integrem rapidamente em uma estrutura de gerenciamento comum; 3. Facilita a integração das comunicações e os fluxos de informações, melhorando os trabalhos de inteligência e planejamento; 4. Fornece apoio logístico e administrativo para o pessoal operacional; 5. Melhora a articulação do comando com ele- mentos internos e externos à operação, facilitan- do relações; 6. Agrega valor à operação evitando a duplicação de esforços, ampliando a segurança dos envolvi- dos e o alcance dos objetivos comuns. O SCO utiliza uma estrutura organizacional padronizada porém flexível na sua implantação. Assim apenas as funções realmen- te necessárias para o alcance dos objetivos do comando são ativadas. A lógica é contingencial, ou seja, ao constatar-se que uma de- terminada função demandará uma atenção especial, ela é ativa- da e a estrutura se amplia para adaptar-se à situação. ESTRUTURA MODULAR E FLEXÍVEL Princípios do SCO A administração de desastres é, por natureza, complexa e dinâmica. Desde sua origem, o SCO representou a consolidação de modernos princí- pios administrativos, que continuam relevantes até nossos dias. De acordo com Gomes Jr. (2006, p.48), “o SCO deve basear seu emprego em 3 prin- cípios fundamentais: a concepção sistêmica, con- tingencial e para todos os riscos e situações”. 4. SISTEMA DE COMANDO DE OPERAÇÕES - SCO 161 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA C O N C EP Ç Ã O S IS TÊ M IC A C O N TI N G EN C IA L P A R A T O D O S O S R IS C O S E O P ER A Ç Õ ES Sistema de Comando em Operações A estrutura organizacional do SCO é apoiada em 03 princípios fundamentais e 15 características básicas Concepção Sistêmica – contrapondo o paradig- ma reducionista caracterizado pelo planejamen- to prévio e específico para diferentes cenários de risco, o SCO propõe o uso do pensamento sistê- mico ao abordar a complexidade das operações de resposta aos desastres (emergências e situa- ções críticas). Assim, o planejamento e as ações de resposta ao desastre tendem a ser realizados a partir de um entendimento integral da realidade por meio de fluxos sucessivos de ações (plane- jamento, organização, direção e controle) em vez de apenas por meio de ações lineares de causa e efeito. Essa abordagem sistêmica é, segundo Daft (2005, p.40), “uma extensão da perspectiva humanística que descreve as organizações como sistemasabertos caracterizados pela entropia, si- nergia e interdependência de subsistemas”. Concepção Contingencial – a estrutura organi- zacional de resposta aos desastres deve ser ca- paz de adaptar-se ao ambiente (se expandindo ou diminuindo) de acordo com cada situação. Essa abordagem contingencial é, segundo Daft (2005, p.41), “uma extensão da perspectiva humanística em que a resolução bem-sucedida dos problemas organizacionais depende da identificação das vari- áveis de cada situação”. Concepção para todos os riscos e operações – Esse princípio indica que o modelo tem caráter universal, ou seja, deve ser utilizável como ferra- menta gerencial para planejar, organizar, dirigir e controlar situações críticas de qualquer natureza, independentemente de sua causa, tamanho, con- figuração, localização ou complexidade. Características Básicas do SCO Quanto a padronização: 1. Emprego de terminologia comum; 2. Uso de formulários padronizados; O SCO recomenda o emprego de formulários pré-estabelecidos com vistas à padronização do registro de informações e recur- sos, a consolidação do plano de ação e a documentação de tudo que foi realizado durante a operação. O uso dos formulá- rios ajuda a consolidar a cadeia e unidade de comando. USO DE FORMULÁRIOS PADRONIZADOS Dentre os formulários estão: SCO 201 - Registro de informações SCO 202 – Plano de Ação; SCO 204 – Designação Operacional; SCO 205 – Plano de Comunicação; SCO 209 – Resumo da Situação; SCO 211 – Cadastramento de Recursos Op.; SCO 213 – Mensagem Geral; SCO 215 – Cadastramento Operacional; SCO 215A – Aval. de Segurança do P.Aç.; SCO 219 – Cartão “T”. Quanto ao comando das operações: 3. Estabelecimento e transferência formal de co- mando; 4. Cadeia e unidade de comando; 5. Comando único ou unificado; Imagem 92 - Princípios do SCO 162 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Comando Unificado o “comando unificado” representa uma abordagem mais cooperativa, que pre- vine jogos de poder e disputas institu- cionais, na qual representantes das or- ganizações de maior representação na operação, atuam em conjunto, a partir do estabelecimento de objetivos e prio- ridades comuns. Quanto a estrutura de planejamento e organiza- ção das operações: 6. Administração por objetivos; 7. Uso de planos de Ação; 8. Organização modular e flexível; 9. Adequado alcance de controle; No que se refere ao uso de planos de ação - PAç, o processo se constitui de 5 fases: FASE 1. Compreensão da situação (inicial); FASE 2. Estabelecimento de objetivos e priorida- des para controlar a situação; FASE 3. Desenvolvimento do plano; FASE 4. Preparação e disseminação do plano; FASE 5. Execução, avaliação e revisão do plano; O organograma padrão está assim constituído: COMANDO Segurança Informações ao Público Ligações Operações Planejamento Logística Administração O staff geral responsabiliza-se pelos serviços ope- racionais, planejamento, logística, administração e finanças junto ao comando do SCO. COMANDO UNIFICADO Operações Planejamento Logística AdministraçãoInvestigação Inteligência Normalmente, a seção de planejamento re- úne informações e produz inteligência. No entanto, algumas situações críticas podem necessitar da coleta de informações e ativi- dades investigativas especiais, nesses ca- sos, o Comando da Operação pode optar em reconfigurar o organograma ativando uma seção de investigação/ inteligência. O comando também conta com um staff geral (também chamado staff principal), a qual supre necessidades de operações, planejamento, logís- tica e administração e finanças. O comando é apoiado por uma estrutura de as- sessoria, chamada de “staff” de comando, a qual supre necessidades de segurança, ligações exter- nas e informações ao público. COMANDO Estabelece a estratégia, os objetivos e prio- ridades da operação; Assume a responsabi- lidade geral pelo comando da operação. OPERAÇÕES Determina o emprego tático e a necessida- de de recursos para o alcance dos objeti- vos; Lidera as ações de resposta. PLANEJAMENTO Coleta e analisa informações; Rastreia e controla recursos; Documenta a operação. LOGÍSTICA Proporciona os recursos e serviços neces- sários para a operação. ADMINISTRAÇÃO/ FINANÇAS Contabiliza os gastos, reclamações e ne- cessidade de compensações; Abastece os recursos necessários. Imagem 93 - Fases do processo de Planejamento Imagem 94 - Organograma Padrão do SCO Imagem 95 - Organograma Comando Unificado 163 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA O SCO recomenda que o número de pessoas ou recursos sob a responsabilidade de um superior, seja compatível com a sua capacidade gerencial, logo, não deve ser inferior a 3, nem superior a 7. Quanto aos recursos operacionais e logísticos e as instalações: 10. Gerenciamento integrado de recursos; 11. Uso de instalações e áreas de trabalho padro- nizadas; O SCO recomenda enfaticamente que entre os primeiros que chegam na cena da emergência alguém assuma formalmente o comando da operação. A partir daí, as demais funções vão sendo implementadas de acordo com a necessidade e a dispo- nibilidade de pessoal. ESTABELECIMENTO E TRANSFERÊNCIA DE COMANDO OPERAÇÕES Recurso Único Equipe de Intervenção Força Tarefa OPERAÇÕES Chefe da Seção de Operações Força Tarefa de Busca, Resgate e Salvamento Os recursos são organizados de acordo com as necessidades da resposta. ESTACIONAMENTO Encarregado da Área de Espera Equipe de Intervenção de Isolamento/Controle de Acessos Equipe de Intervenção de Avaliação de Danos Equipe de Intervenção de Abrigamento e Alimentação Os recursos podem ser divididos e agrupados por classes, categorias, tipo e situação. A classe diz respeito a função principal do recur- so único (por exemplo: bombeiro, polícia, trânsito, saúde, Defesa Civil, perícia, vigilância sanitária, vi- gilância epidemiológica, imprensa, etc.) A categoria diz respeito ao emprego do recurso na operação e pode ser operacional ou logístico. O tipo diz respeito ao emprego útil do recurso único e suas possibilidades de combinação (por exemplo: recurso único ou simples, equipe de in- tervenção ou força-tarefa). A situação diz respeito ao status do recurso na operação (por exemplo: mobilizado, disponível, designado, indisponível ou desmobilizado). OPERAÇÕES Chefe da Seção de Operações Os tipos de grupos são determinados pelas necessidades da situação crítica e atuam com especialistas ESTACIONAMENTO Encarregado da Área de Espera Equipe de Intervenção para Ações de Restabelecimento GRUPO 1 Suprimento e Distribuição de Energia Elétrica GRUPO 2 Suprimento e Distribuição de Água e Alimentos GRUPO 3 Limpeza Urbana e Esgotamento Sanitário GRUPO 4 Recuperação da Trafegabilidade GRUPO 5 Drenagem de Águas Pluviais GRUPO 6 Captação e Tratamento de Esgoto e Lixo As Seis Instalações Padronizadas De Sco São: - Posto de Comando (PC); - Base de Apoio (B); - Acampamento (A); - Centro de Informações ao Público (I); - Helibases (local de suporte das operações aéreas) e - Helipontos (no local da emergência). INSTALAÇÕES E ÁREAS PADRONIZADAS DO SCO Centro de Operação de Emergên- cia - COE Um Centro de Operação de Emergência - COE, reú- ne profissionais de várias agências parceiras para responder demandas de situações críticas ou cri- ses para fornecer suporte coordenado aos Siste- mas de Comando em Operações - SCO, instalada local ou regionalmente. O objetivo, autoridade e composição das equipes de um COE podem va- riar consideravelmente, mas, geralmente, as equi- pes consolidam e trocam informações, apoiam processos decisórios, coordenam recursos de forma integrada e se comunicam com equipes de emergência e autoridades locais e regionais. Diferentemente de um Posto de Comando - PC que se localiza próximo do local do incidente e atua num nível operacional com foco na resposta da situação crítica, o Centro de Operação de Emer- gênciatrabalha no nível estratégico, com foco numa visão mais ampliada do incidente. Assim, sua localização normalmente é distante do local do incidente e seu ponto focal é a direção, contro- le e coordenação das operações de emergência e o apoio de necessidades locais. Na estrutura de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, existe um COE junto ao Centro Integrado de Gerencia- mento de Riscos e desastres - Cigerd, que é cha- mado de Centro Integrado de Operações - CIOp. Imagem 96 - Organograma Operações - Recursos Imagem 97 - Organograma Operações - Equipes de Inter- venção 164 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL As funções básicas de um centro integrado de operações de emergência normalmente incluem: - Coletar, analisar e compartilhar informações; - Apoiar necessidades de apoio e solicitações de recursos por parte de municípios ou regiões; - Coordenar o planejamento e determinação de necessidades atuais e futuras; - Fornecer coordenação e diretrizes de ação inte- gradas. Os Centros de Operação de Emergência podem utilizar a estrutura organizacional padrão do SCO (já bem conhecida) ou alterar o modelo para uma estrutura apenas semelhante, adaptando certas funções e títulos para criar uma organização pa- recida, mas adaptada para suprir necessidades distintas. Resumindo: Trabalha no nível operacional com foto unicamente na res- posta da situação crítica POSTO DE COMANDO CENTRO DE OPERAÇÃO DE EMERGÊNCIA Trabalha no nível estratégico com foco numa visão mais am- pliada do incidente, com abor- dagem operacional, contudo dentro de um nível estratégico Localiza-se próximo do local do incidente Não localiza-se próximo ao local do incidente Responsável pelo comando, controle e coordenação das ati- vidades operacionais Ponto focal, responsável pela direção, controle e coordena- ção das operações de emer- gência Providencia a execução da ope- ração Providencia recursos e diretri- zes de ação Quanto ao gerenciamento das comunicações e uso integrado de informações e inteligência: 12. Integração das comunicações; 13. Uso integrado de informações e inteligência; Um plano de comunicações pode incluir: 1. REDE DE COMANDO (integra as comunicações entre o comando e seus estafes - geral e pessoal) 2. REDE TÁTICA (integra as comunicações entre as pessoas e equipes subordinadas ao chefe da seção de operações) 3. REDE ADMINISTRATIVA (integra as comunicações não operacio- nais) 4. REDE LOGÍSTICA (integra as comunicações de logística da operação) COMANDO Staff principal Staff de comando - Rede de comando: integra as comunicações entre o comando e seu staff de comando e o staff principal; - Rede tática: integra as comunicações entre as pessoas e equi- pes subordinadas ao coordenador de operações REDES DE COMUNICAÇÃO Quanto ao profissionalismo: 14. Controle de pessoal; 15. Controle da mobilização e da desmobilização de recursos. Controle da mobilização e desmo- bilização de recursos O gerenciamento dos recursos deve ser realizado de forma planejada e eficiente, evitando atrasos ou desperdícios. Em operações maiores uma unidade de mobili- zação e desmobilização pode ser necessária (tal unidade está ligada a seção de planejamento). Recurso Desmobilizado Recurso Indisponível Recurso Designado Recurso Disponível Recurso Mobilizado GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RECURSOS De acordo com seu emprego, os recursos operacionais podem ser catalogados a partir de diferentes status: entre mobilizado (solici- tado), disponível (no local), indisponível (sem condições de uso e desmobilizado (dispen- sado). 165 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Quando devemos empregar o SCO? Utiliza-se em situações críticas, as quais possuem características especiais que exigem das agên- cias envolvidas, além de uma intervenção imedia- ta de profissionais treinados com equipamentos adequados, uma postura organizacional não roti- neira para a coordenação e o gerenciamento inte- grados das ações de resposta. A boa administração de um desastre não é apenas a extensão de bons procedimentos de emergência no dia a dia. Ela é mais do que simplesmente mobilizar recursos, instala- ções e pessoal adicionais, pois os desastres criam problemas peculiares, raramente en- frentados nas emergências diárias. 166 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 5. ATUAÇÃO EM EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS Conforme vimos na Lição 02, o transporte de pro- dutos perigosos é objeto de extensa e complexa legislação, que às vezes é ignorada ou descon- siderada por grande parte do setor produtivo e de serviços, fato observado constantemente em ações de fiscalizações preventivas, agravando os danos às pessoas e ao meio ambiente, na ocor- rência de acidentes com produtos perigosos. Os “Produtos Químicos” constituem um elemento importante na estrutura econômica de qualquer país industrializado, pois se trata de uma atividade necessária à viabilidade de produção de diversos setores, pois não há atividade ou setor produtivo que não utilize, em seus processos ou produtos finais, algum insumo de origem química. Um acidente envolvendo Produtos Perigosos não pode ser encarado como um acidente comum, como por exemplo, um simples acidente de trân- sito, pois enquanto este atinge um número restrito de pessoas, aquele pode atingir uma quantidade maior que, com o transcorrer do tempo na emer- gência, poderá aumentar ainda mais sua propor- ção, podendo atingir comunidades inteiras. Quando em emergências envolvendo produtos pe- rigosos, todo cenário deve ser avaliado verifican- do o tipo de acidente, a classe de risco através do rótulo de risco, identificação do produto perigosos através do painel de segurança, existência de víti- mas, vazamento do produto, possíveis áreas de contaminação (curso d’água, mananciais, vegeta- ção) informações necessárias para acionamen- to de instituições de apoio para o atendimento a emergência. Produtos Perigosos – Conceitos e Definições Antes de continuar é importante que você conhe- ça as Principais Terminologias utilizadas na temá- tica de Produtos Perigosos, pois em uma ocorrên- cia essas terminologias irão aparecer. Acidente - Evento definido ou sequência de even- tos fortuitos e não planejados, que dão origem a uma consequência específica e indesejada, em termos de danos humanos, materiais e/ou am- bientais (ABNT NBR 7501/15 item 3.3). Acidente com Produto Perigoso - evento repenti- no e não desejado, onde a liberação de substân- cias perigosas em forma de incêndio, explosão, derrame ou vazamento, pode causar danos à pes- soas, propriedades e/ou ao meio ambiente. Contaminação - Introdução no meio ambiente de organismo patogênicos, substâncias tóxicas ou outros elementos, em concentrações que possam afetar a saúde humana ou o meio ambiente. Con- tato de contaminantes com organismos, com rou- pas ou equipamentos. Contenção - Método utilizado para restringir o es- palhamento do produto liberado no meio. Dique de contenção - barreira física construída para conter um produto químico líquido derrama- do no solo. Nas emergências químicas, geralmen- te, os diques de contenção são construídos com terra, areia, pedras, madeiras e outros materiais que estejam disponíveis no local. Emergência química - evento repentino, indesejá- vel e inesperado envolvendo produtos químicos, que pode causar danos às pessoas, ao meio am- biente e ao patrimônio. Este evento pode ser ca- racterizado por um ou mais dos seguintes fatos: a) vazamentos, como, por exemplo, através de válvulas, flanges, tubulações, acessórios, fissuras ou rupturas do vaso de transporte ou rupturas de embalagens ou proteção; 167 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA b) incêndio e princípios de incêndio; c) explosões; d) colisões, abalroamentos, capotagem, quedas que causem ou tornem iminentes as ocorrências das alíneas a), b) e/ou c);e) eventos que venham a provocar as ocorrências citadas acima ou causem, de qualquer modo, a perda de confinamento do(s) produto(s) transpor- tado(s). FISPQ - ficha técnica, elaborada no Brasil, pelos fa- bricantes e processadores de produtos químicos, com informações sobre a composição química, propriedades físicas e químicas, perigos à saúde a segurança, ações de resposta às emergências, disposições e destinação final adequada dos re- síduos do produto, conforme ABNT NBR 14725-4. Incidente com produtos perigosos - Evento repen- tino e não desejado, onde a liberação ou potencial liberação de substâncias químicas, biológicas ou radiológicas perigosas pode causar danos a pes- soas, a bens ou ao ambiente. Níveis de proteção química - classificação dos EPI de acordo com o grau de proteção química que eles oferecem. Há quatro categorias de pro- teção química: — Nível A: traje encapsulado com equipamento autônomo de respiração. Confere nível máximo de proteção respiratória e da pele; — Nível B: traje não encapsulado ou encapsulado, porém não hermético ou macacão de proteção química e equipamento autônomo de respiração. Confere nível máximo de proteção respiratória, porém menor proteção da pele; — Nível C: traje não encapsulado ou macacão de proteção química e máscara com filtro. Confere nível médio de proteção respiratória e da pele; — Nível D: nível mínimo de proteção, oferecido pelo uniforme de trabalho. Utilização de calçados de trabalho, capacete, óculos de segurança, jale- co etc. Vazamento - perda de contenção (intencional ou acidental) de produto químico líquido ou gasoso para o ambiente. Ações em Emergências com Pro- dutos Perigosos As Emergências com produtos perigosos reque- rem sempre cuidados e medidas específicas a se- rem desencadeadas para o controle das diferen- tes situações que podem ocorrer, razão pela qual a intervenção de pessoas devidamente capacita- das e equipadas é fundamental para o sucesso dessas operações. As ações de resposta devem ser organizadas em conjunto com diversas instituições, onde cada agência atua especificamente em sua área de competência. A Defesa Civil é responsável por integrar as insti- tuições que compõem a Comissão Estadual de Prevenção Preparação e Resposta Rápida a Emer- gências Ambientais com Produtos Perigosos - CE-P2R2, conforme previsto no Decreto Estadual nº 553 de 27 de setembro 2011, cujo objetivo é aperfeiçoar as condições do Transporte de Produ- tos Perigosos através de diversas medidas, entre elas: Prevenção, Fiscalização e Atendimento das Emergências com o Transporte de Produtos Peri- gosos. A CE-P2R2 atua nas ações de emergências com produtos perigosos, coordenando as ações, com acionamento das instituições, suporte necessário de equipamento, consulta a técnicos com conhe- cimento sobre produtos envolvidos, procedimen- tos para minimizar danos, avaliações em conjunta de interdições de vias, evacuação de residentes, isolamento de área afetada, emissão de boletins à população, entre outras ações atribuídas a CE- -P2R2 pelo decreto Estadual nº 553/11. Para se realizar a atividade é necessário que o profissional tenha conhecimento do tema, em es- pecial dos procedimentos a serem adotados em 168 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL ações de emergência, tendo conhecimento do produto envolvido, suas particularidades e utiliza- ção de Equipamentos de Proteção Individual - EPI. Em emergências envolvendo produtos perigosos a avaliação do produto deve ser realizada através da verificação da simbologia afixada na estrutu- ra do veículo, com auxílio de binóculo, a distância segura, (conforme orientações descritas no ma- nual de procedimento de segurança do manual Pró Química ABIQUIM), bem como entrevista ao motorista (se possível) e a documentação para o transporte, caracterizando a classe de risco do produto, identificação do produto através do nú- mero ONU e os perigos através do número de ris- co avaliando a natureza e intensidade do risco. Uma vez identificado o produto perigoso envolvido na emergência, consulte o manual de Emergência da ABIQUIM para realizar os procedimentos des- critos nas “Guias”, que trazem as ações a serem tomadas. O Manual de Emergências da ABIQUIM é uma fonte de informação inicial, eficiente para os pri- meiros 30 minutos do acidente. Utilize suas reco- mendações para orientar as primeiras medidas na cena de emergências, até a chegada de uma equipe especializada, evitando riscos e a tomada de decisões incorretas. Existem aplicativos (Apps) para dis- positivos móveis que podem ser utilizados como suporte a consulta relacionadas a temática. Conforme exemplos abaixo: O Manual da ABIQUIM possui SEÇÕES identifica- das por cores: SEÇÃO BRANCA SEÇÃO AMARELA SEÇÃO AZUL SEÇÃO LARANJA SEÇÃO VERDE A seguir, serão apresentados cada uma com seus detalhamentos: SEÇÃO BRANCA A Seção Branca no início e final do Manual para Atendimento de Emergências com Produtos Peri- gosos da ABIQUIM contém diversas informações e orientações importantes. As páginas iniciais contém informações gerais de apresentação do manual, índice, contato da Pró- Química, uma sequência dos passos do atendi- mento e precauções de segurança, distâncias de isolamento e evacuação, identificação do produ- to e das ações de emergência, uma planilha com dados para comunicação e solicitação de ajuda, dados sobre simbologia de risco e sistema de classificação, documentos de transporte, além da tabela de rótulos de risco e guias corresponden- tes para o uso no local do incidente. As páginas finais contêm informações sobre a tabela de isolamento inicial e de ação protetora, trajes de proteção inicial, controle de fogo e derra- mamentos, explicações de termos e expressões, grupo de compatibilidade de explosivos (Classe 1), características dos diferentes tipos de peróxi- dos orgânicos (Classe 5.2) e de substâncias auto reagentes (Classe 4.1), além de informações so- bre a ABIQUIM e do programa de atuação respon- sável. Imagem 98 - Manual da ABIQUIM Fonte: Manual da ABIQUIM 169 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA SEÇÃO AMARELA Relação numérica dos produtos perigosos O objetivo da relação numérica nas páginas de bordas amarelas é possibilitar que o guia de emer- gências seja identificado a partir do número da ONU do produto. A relação inclui, além do Nº ONU, também a classe de risco do produto, o número do guia de emergência e o nome do produto. Veja o exemplo: Tanto nos veículos, como nos vagões ferro- viários que transportam produtos perigosos, existem placas de cor laranja, chamadas Pai- néis de Segurança, onde estão pintados na parte inferior os números da ONU dos pro- dutos perigosos que estão sendo transporta- dos. Também podemos encontrar esses nú- meros na nota fiscal, na ficha de emergência ou no rótulo de embalagem. A relação numérica inclui os itens da Resolução ANTT 5232 de 2016 e Recomendações da ONU, 19ª edição revisada de 2017. Deve ser observado o seguinte: a) Os produtos com números ONU entre 0001 a 1000 não constam da relação. São números ONU utilizados para Explosivos da Classe 1. Para en- contrar o guia de emergência aplicável a esses produtos utilize os rótulos de risco localizados nas páginas brancas iniciais do Manual da ABI- QUIM; b) Existem algumas diferenças entre as relações de produtos da Resolução ANTT 5232 e Recomen- dações da ONU. Na lista do manual, estas diferen- ças estão assinaladas. c) Produtos que são tóxicos por inalação estão destacados com uma tarja verde nesta relação dos produtos. Sobre estes produtos há informa- ções adicionais nas páginas verdes. O objetivo da relação alfabética nas páginas de bordas azuis é possibilitar que o guia de emergên- cia seja identificado a partir do nome do produto. A relação inclui, além do nome do produto, tam- bém o Nº ONU,
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