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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO DE TRÂNSITO NAS ESCOLAS PÚBLICAS MACAPÁ

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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO NAS ESCOLAS PÚBLICAS 
RESUMO 
ABSTRACT 
INTRODUÇÃO
2. A EDUCAÇÃO NO CONTEXTO TRÂNSITO 
Quando da elaboração da Constituição Federal de 1988 (arts. 6º e 23, XII), os legisladores já demonstravam a preocupação e a importância da educação para o trânsito dentro do contexto social, dando atribuições à União, Estados, Municípios e o Distrito Federal, assim como, o CTB dedica um capítulo ao tema (capítulo VI, arts. 74 a 79), dando essa atribuição prioritária a todos os órgãos componentes do Sistema Nacional de Trânsito, fato esse ratificado no artigo 5º.
O CTB ainda no seu artigo 320, determina que a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito deverá ser aplicada, além de outras coisas, na educação para o trânsito.
Mais do que nunca, a escola deve participar ativamente da educação para o trânsito, pois as crianças de hoje serão os jovens e homens do futuro, serão eles os usuários e mantenedores do trânsito, capazes de transformarem essa realidade. Essa educação para o trânsito, além de ensinar regras, técnicas, métodos de prevenções de acidentes, deve ter a preocupação em tornar as pessoas cidadãs, pois vivemos em sociedade, e essa preocupação deve ser a curto, médio e longo prazo, porque a complexidade dos fatores que geram esses problemas não admitem uma só linha de pensamento e trabalho.
Educar para o trânsito é primordial para a sociedade atual, que vive um quadro brutal representado por variadas formas de agressões ao homem em seu cotidiano.
A escola necessita acompanhar as mudanças sociais preparando o educando para saber transitar no espaço público, além de refletir sobre a questão da ética, ou seja, repensar sobre as diversas faces de conduta do ser relacionadas ao ato de transitar. 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais P.C.N.‟s (2001), trabalhar com o tema ética diz respeito às relações humanas presentes no interior e exterior da escola, posto que esta não é uma ilha isolada, ela ocupa um lugar importante nas diversas comunidades envolvendo as famílias dos alunos. 
A escola precisa estabelecer uma relação entre ética e trânsito estimulando, dessa maneira, a reflexão do aluno sobre sua conduta e a dos outros, a partir de valores e princípios que norteiam o cotidiano, tais como: respeito, diálogo, solidariedade e justiça.
As Diretrizes Nacionais de Educação Para o Trânsito (2009) valorizam o desenvolvimento da temática no contexto transversal colaborando, dessa maneira, na formação integral do aluno. Para tanto, estabeleceram como referencial epistemológico os seguintes aspectos a serem trabalhados: convívio social, locomoção, comunicação e segurança do motorista, motociclista, pedestre, passageiro e ciclista. 
O convívio social é importante, pois no trânsito nenhuma atitude pode ser concebida sob o ponto de vista individual, visto que as pessoas se locomovem num espaço que pertence à coletividade. Vasconcelos (2001) afirma que no espaço público existe um relacionamento interpessoal onde podem ser criadas situações harmoniosas ou conflitantes, caracterizadas pela disputa de espaço ou interesse pessoal revelando, dessa maneira, a postura no ato de transitar. 
A escola deve trabalhar com os educandos princípios básicos de convivência, assim como valores primordiais nas relações interpessoais, tais como: tolerância, solicitude, fraternidade, compreensão, paciência, educação e respeito. O tema comunicação no trânsito é desenvolvido com base na análise e na compreensão das mensagens transmitidas através da linguagem visual, sonora e gestual. Compreender, neste caso, não significa repetir ou memorizar, mas descobrir verdadeiramente o sentido das mensagens e sua importância na segurança dos transeuntes nas ruas.
A Educação de Trânsito é concebida, muitas vezes, apenas como o ensino de regras e o treinamento de habilidades como únicas formas de atingir o objetivo de reduzir o envolvimento em acidentes. 
Da mesma forma que precisamos aprender a ler para entender e transformar o mundo, precisamos criar um processo de alfabetização no trânsito, para aprender a ler nossa cidade, nossas ruas e estradas, melhorando significativamente a qualidade de vida no país. A necessidade de uma conscientização ampla e urgente sobre a Educação para o Trânsito é visível aos olhos de todos, dada a complexidade dos problemas que surgem no dia-a-dia de todas as cidades.
Hoje toda a população está envolvida, sob diferentes aspectos, com os problemas relacionados ao trânsito. A situação “acende uma luz de alerta” em relação questões de cidadania, pois as relações no trânsito envolvem valores e princípios fundamentais para um convívio social saudável: respeito ao próximo, obediência às leis, a solidariedade, prudência.
O que se percebe em nossa sociedade é a fragilidade desses valores, revelando uma sociedade em crise, marcada pela agressividade, individualismo e desrespeito. A partir do exposto, e considerando que a escola constitui-se em espaço e momento significativo de Educação e de formação dos seres humanos torna-se relevante investigar e analisar como as escolas estão abordando a Educação para o Trânsito, pois a situação é um problema de educação que envolve não somente condutores de veículos e pedestres. As normas e condutas no trânsito devem ser compreendidas e assimiladas por todos. E a escola pode contribuir nesse processo.
Ademais, é na infância e na adolescência que se verifica a maior aceitação de ensinamentos e de condutas. Não existe um tempo determinado para as pessoas educarem-se. E disso decorre que a educação acompanha o processo do viver. É preciso conceber a educação ao longo da vida como uma construção contínua da pessoa humana, dos seus saberes, aptidões e da sua capacidade de discernir e agir. 
Portanto, educação engloba o ensinar e o aprender e constitui-se num processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano visando a sua melhor integração individual e social.
Ou seja, consiste em transmitir normas de comportamento técnico-científico instrução  e moral formação do caráter que podem ser compartilhadas por todos os membros da sociedade. A Educação é, antes de mais nada, um ato de amor e coragem, que está ligada ao diálogo, à discussão e ao debate. Os homens enquanto seres humanos vivem em constante aprendizado, pois a cada dia adquirem novos conhecimentos, novos saberes. 
A escola, portanto, é concebida como um lugar de aprendizagem e não como um espaço onde professor se limita a transmitir o saber ao aluno; deve tornar-se o local onde são elaborados os meios para desenvolver atitudes e valores e adquirir competências. Assim sendo, a escola desempenha um papel fundamental no processo de formação de cidadãos aptos para viverem em uma sociedade. E nesse contexto entendemos a educação para o trânsito.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (Lei nº 9.394), de 20 de maio de 1996, em seu Art. 2º estabelece que “a educação [...] tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania [...] e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996, p. 1). Em seu Art. 27º, inciso I, estabelece como diretrizes a serem observadas pela educação básica “a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática” (p. 11).
 Considerando-se o contexto social em que se insere o comportamento humano no trânsito, esse tema deve ser contemplado pelo sistema educacional, como ressaltam HOFFMANN e LUZ FILHO (2003, p. 9) quando defendem a necessidade urgente de sua inclusão no ensino fundamental, para que o sistema educacional não se limite a “[...] conhecimentos enciclopédicos e as questões de vida fiquem ao livre arbítrio de grupos ou interesses determinados”. 
ALGUNS CONCEITOS DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO. 
A educação enquanto processo de desenvolvimento humano e não ocorre num tempo determinado e a escola vem a ser um espaço formal na construção contínuada pessoa humana, de forma a despertar saberes, aptidões e também a sua capacidade de discernimento e ação (VASCONCELOS, 1992). 
Deste modo, a escola conglomera as ações de ensinar e de aprender se constituindo em etapas de ampliação da capacidade física, intelectual e moral dos atores abordados por ela e ainda busca a integração individual e social destes com elementos cotidianos. A escola além do posicionamento técnico-científico (instrução) e do posicionamento moral que é aquele que forma o caráter do aluno pode que pode ser compartilhado por todos os integrantes sociais (FILIPOUSKI, 2002). 
Desta 7 forma Brandão (1993, p.7) assevera que “ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela [...]". A educação é, antes de tudo, um ato libertador de forma a desertar o sendo crítico e preparar o sujeito ao diálogo ao debate. 
Os seres humanos estão sempre em constante aprendizado, pois a cada dia vão adquirindo novos conhecimentos e novos saberes a escola entra com seu papel ao cria situações dentro do ensino formal para reprodução de modelos, normas, ideias e parâmetros a serem atingidos dentro de uma sociedade mais cidadã (NISKIER, 2001). Recorremos ainda a Martins (2007, p.33) que diz que, "a educação se processa por meio de razões e motivos. Um motivo é o efeito da descoberta de um valor. Há, pois uma estreita relação entre motivos e valores e entre valores e educação”.
 A escola quando em estreita ligação com as políticas publicas se torna um espaço de aprendizagens descontextualizadas e não mero espaço onde o educador se limita a repassar ao aluno conteúdos descontextualizados que não oportuniza um aprendizado significativo ao estar no mundo e com o mundo. A ação pedagógica deve elaborar estratégias voltadas ao desenvolvimento de atitudes e valores num processo formativo de cidadãos e dentro desse contexto entenderemos também a Educação no Trânsito As mortes no trânsito uma das grandes problemáticas sociais se constituem na busca de soluções desafiadoras envolvendo paradigmas sociais e isso se torna ainda mais categórica à análise, pois o homem tem grande necessidade de se locomover e assim é imprescindível a utilização das vias públicas e o trânsito é um ponto importante de junção de vários grupos, segmentos e atores sociais alem de ser um grande catalisador econômico na produção e circulação de bens de consumo e outras mercadorias. (ROSSATO, 1996). 
Atualmente transitar significa conviver em um ambiente hostil e agressivo com motoristas cada vez mais apressados e pedestres desatentos e infringentes culminando num índice negativo onde os jovens ou pessoas em idade economicamente ativa representam cerca de 32,7% das vítimas fatais. (GARCIA: OLIVEIRA, 1998) E o papel da escola ainda quanto a isso pode ser fortalecido quando nos deparamos com números que mostram que nos últimos anos a maioria desses jovens passou pela escola, porem o debate em torno da segurança no trânsito é ínfimo ou inexistente no currículo escolar com noções de respeito e cuidado com a saúde e segurança própria e de terceiros não são passadas na mesma. 
A Educação no Trânsito sugere didáticas que foquem a preservação da vida, a prevenção de acidentes, exercício da cidadania, e trabalho com valores como respeito, cooperação, solidariedade e responsabilidade constituindo se estes conceitos como eixos decisivos na transformação do comportamento humano no trânsito. Além de que o comportamento no trânsito esta sujeito a um conjugado de legislações que antevêem comportamentos e ações corretas, além de infrações, multas, penalidades e também a responsabilização civil e criminal de atos ilegais, sobretudo quando se coloca em risco a segurança e a vida própria e de terceiros.
A escola assim perpassa pela questão da mudança de cultura. O que não é tarefa fácil, pois exige a conscientização da participação sendo, contudo necessário à presença dos educadores e da sociedade civil organizada dento dessa perspectiva para a mudança. Neste sentido Bergue (2010) cita que: Se a mudança é uma necessidade constante, podemos afirmar que equivalente nível de importância assume a compreensão dos fenômenos associados à comunicação e à cultura organizacional, especificamente em organizações do setor público. 
Não podemos também considerar a complexidade da cultura organizacional em termos de dinamismo e perspectivas como novidade. Cultura e mudança são fenômenos intensamente relacionados e interdependentes. (2010, p.09). Pelo entendimento bibliográfico a escola na implementação de projetos voltados para a Educação no Trânsito desde os anos iniciais criando situações de mobilização das crianças com a participação e mobilização da comunidade. 
Com relação à reeducação de pedestres e condutores por que não haver também a de entidades jurídicas para uma atuação cada vez mais positiva e também para as mudanças acontecerem tem que haver uma conivência, ou seja, uma opção para que elas ocorram. Os projetos que englobam a pluralidade de questões referentes ao trânsito envolvem situações como o crescimento populacional, a migração da população rural para os grandes centros urbanos, as mudanças sociais e individuais, questões como cidadania, ensino-aprendizagem, ética, comunicação, educação de crianças, jovens e adultos, entre outros, que demanda como dissemos anteriormente abordagens de forma interdisciplinar, onde as disciplinas contribuem com o conhecimento logo produzido e se incorpora às outras na produção de novos conhecimentos. 
Assim o trabalho na escola funciona como uma complementação pedagógica na propositura de soluções (MARTINS, 2007). Uma das formas de educar para a vivência cidadã e a efetivação de meios na conscientização de gerações presentes e futuras. Este processo se dá pela educação desde a base sendo necessário, contudo a participação da sociedade num trabalho coletivo
CONTEXTO DO TRANSITO NA CIDADE DE MACAPÁ 
De acordo com levantamento feito por consultores de gestão e economia da Falconi, que já desenvolveu projetos em 30 países, a tragédia dos mortos e acidentados do trânsito brasileiro provoca, além das perdas emocionais, um custo anual de R$ 19,3 bilhões, valor que supera em muito o PIB (Produto Interno Bruto) de 11 capitais, entre elas Macapá, Natal, Maceió e Florianópolis. O estudo, que foi divulgado nesta quinta-feira (02) pelo jornal Folha de São Paulo, mostra que as variações pelo Brasil são drásticas: há cidades com índices de mortes no trânsito comparáveis aos de países pobres africanos e outros equivalentes ao dos EUA.
Além do Amapá, Roraima, Mato Grosso, Piauí e Tocantins têm índices de mortalidade no trânsito comparáveis a Quênia, Uganda e Serra Leoa. Já o Amazonas tem a menor taxa do país, que é equivalente à de países como Estados Unidos e Portugal. Com maior número de habitantes entre as unidades da Federação, São Paulo apresenta a quarta menor taxa de morte no trânsito entre os estados.
Dos 103 registros de mortes no trânsito em todo o estado, a capital, registrou o maior número, com 70% das ocorrências, segundo dados do Observatório do Trânsito, organizado pela Superintendência em Vigilância em Saúde do Amapá (SVS) que, apesar dos números elevados, confirma uma redução dos casos registrados nos dois anos anteriores: 123 mortes em 2014 e 117 em 2013.  O estudo contratado pela Ambev lista a mistura de álcool ao volante entre os fatores que mais contribuem para os acidentes de trânsito, assim como excesso de velocidade, falta de capacetes, de cinto de segurança e de cadeirinhas automotivas infantis.
O levantamento aponta uma expansão preocupante de acidentes envolvendo motos, que, na última década, passou a liderar os veículos envolvidos em mortes no trânsito do país. Em 2004, as mortes envolvendo motociclistas ou passageiros de motos representavam 23% dos óbitos em acidentes no Brasil. Em 2015, esse índice saltou para 39%, com a Região Norte liderando os casos, com 79% do montante de motociclistas como vítima, enquanto que no Nordesteo percentual é de 63%.
 
PROJETO VIDA NO TRÂNSITO
O Projeto Vida no Trânsito teve origem com a escolha do Brasil para integrar uma ação global chamada Road Safety in 10 Countries (RS 10), coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Opas, e financiada pela Bloomberg Philanthropies. Os objetivos são estimular, nos países financiados, ações de prevenção a lesões e mortes no trânsito e aumentar a capacidade de avaliar os projetos.
Além do Brasil, outros nove países foram selecionados para implantar projetos de segurança no trânsito: Rússia, Turquia, China, Egito, Índia, Camboja, Quênia, México e Vietnã. Esses países foram escolhidos em função da alta taxa de mortalidade causada pelo trânsito, pois, juntos, respondem pela metade das mortes no trânsito em todo o mundo.
No Brasil, por meio do Ministério da Saúde, foi lançado em junho de 2010. As cidades escolhidas foram Teresina (PI), Palmas (TO), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). Para atuação nas cidades, foram eleitos dois fatores de risco prioritários, que devem nortear as medidas de prevenção: associação entre direção e bebida alcoólica e excesso de velocidade. Outros fatores podem ser agregados pelos municípios.
Em 11/05/2011, o Governo Federal, através dos Ministérios da Saúde e das Cidades, expandiu o Projeto Vida no Trânsito para todas as capitais. Atendendo assim as recomendações da OMS, a Resolução da ONU/2010, que instituiu a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011/2020; e como resposta do Setor Saúde ao Pacto Nacional pela Redução das Mortes no Trânsito.
O Projeto Vida no Trânsito é uma ação interministerial desenvolvida em parceira com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Bloomberg Philanthropies, fundação internacional de promoção de atividades na área social. O principal objetivo do Projeto é reduzir lesões e óbitos no trânsito através do fortalecimento de políticas de prevenção de lesões e mortes no trânsito subsidiado por meio da qualificação, planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações.
No Amapá, a capital Macapá, através da Secretaria Municipal de Saúde lançou oficialmente o Projeto Vida no Trânsito em 27/11/2012. A execução do projeto cabe prioritariamente ao município, elaborando o plano municipal de prevenção de acidentes de trânsito; ao Estado cabe apoiar a estruturação e participar da coordenação municipal; apoio as capacitações dos profissionais envolvidos, gestores e a comunidade; incentivar parcerias locais; definir indicadores para o monitoramento e avaliação; e identificar e integrar as fontes de informações para qualificar os dados.
Dentre as etapas está à qualificação dos dados sobre os acidentes de trânsito, e em resposta a essa etapa o Governo Estadual do Amapá, através do Decreto nº 5.643 de 20 de dezembro de 2012 instituiu o Observatório do Trânsito, com o objetivo de reunir, tratar e qualificar os dados para dimensionar com informações consistentes a realidade do trânsito, criando um banco de dados único; sendo uma ferramenta no processo decisório das Ações Integradas de Segurança Viária.
A coordenação do Observatório de Trânsito é da Secretaria Estadual de Saúde e do Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN.
Os órgãos que compõe o Observatório são: Departamento Estadual de Trânsito/ DETRAN, Coordenadoria de Vigilância em Saúde/SESA, Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública/SEJUSP, Centro Integrado de Operações de Defesa Social/CIODES, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amapá/CBM-AP, Delegacia Especializada de Trânsito/DEATRAN, Polícia Técnico Científica do Estado do Amapá/POLITEC, Hospital de Emergências, Polícia Rodoviária Federal/PRF, Batalhão de Trânsito da Polícia Militar/BPTRAN e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência/SAMU.
AS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
O termo políticas públicas, não raro, remete a uma concepção que beira, no senso comum, o sinônimo de tutela, favor ou benesse do estado em atendimento às necessidades da população por algum tipo de demanda. Assim, as políticas públicas passam a ser confundidas com políticas de governo, de políticos ou de partidos, quando, na verdade, políticas públicas são (ou deveriam ser) políticas de estado enquanto ente personalizado.
Na própria Constituição Federal de 1988 foram estabelecidas as formas, diretrizes e parâmetros de se fazer política pública valorizando a participação comunitária ativa e estabelecendo os conselhos, fóruns e outros instrumentos legítimos da sociedade civil para atuar em parceria com o poder público. Mas, enquanto o poder público e a sociedade civil organizada não se unirem em torno do genocídio sobre rodas, ficará cada vez mais difícil.
Políticas públicas voltadas para o trânsito envolvem todos os setores e representantes da sociedade civil organizada como parceiros ativos, cada vez mais depende de vínculos e de parcerias institucionais que direcionem essas ações e metas numa perspectiva interdisciplinar e interinstitucional. O foco é um só: evitar acidentes.
O grande desafio parece estar em reformar o pensamento, dar temporalidade às campanhas educativas de trânsito e estabelecer indicadores de avaliação para obter o feedback. Uma população que não recebe estímulos para a aprendizagem de comportamento seguros e defensivos, que não é envolvida e que não reconhece o seu papel de protagonista em ações e em políticas públicas se torna menos responsiva aos apelos.
Em épocas festivas dá-se tanta visibilidade ao compromisso dos estados e municípios à valorização e proteção da vida no trânsito, mas passando a Semana Nacional do Trânsito e o Maio Amarelo tudo parece voltar à anodinia de sempre. Não raro, estatísticas só servem para expor números, mas o que eles revelam e a necessidade de ações para modificar a realidade da mortandade e feridos no trânsito ficam no vácuo. Principalmente, em estados e municípios.
Não se pensa a gravidade e as consequências dos acidentes de trânsito como se deveria pensar: com um diagnóstico situacional mais próximo possível da realidade, com estudos de pontos críticos de acidentes, com parcerias entre sociedade civil e poder público e com intervenções proativas e pensadas estrategicamente. Não se faz política pública para a segurança das pessoas no trânsito no país, tampouco em nível de planejamento estratégico, com objetivos claros, táticos e operacionais bem definidos.
Não estamos conseguindo ser proativos para aplicarmos a essência da direção defensiva ou preventiva à essência da gestão preventiva da segurança no trânsito. Estamos sempre atrasados, correndo atrás das ocorrências para atendê-las e juntar os corpos encaminhando-os ou para o hospital ou para o cemitério.
Nosso país se torna signatário de acordos mundiais para reduzir acidentes, mas internamente, no âmbito dos municípios e dos estados, não temos políticas públicas para evitá-los. Não as abraçamos em nível de gestão, não trazemos a população como nossa parceira, a melhor informante sobre si mesma e que gera as ocorrências e tragédias no trânsito.
O fato é que sem políticas públicas sérias, executáveis e sustentáveis para a segurança no trânsito continuaremos contando mortos, feridos e nos levantando da cadeira para correr atrás de muito mais ocorrências que poderiam ser evitadas.
A Resolução n° 166 do CONTRAN, de 15 de setembro de 2004, instruiu a Política Nacional de Trânsito (PNT), a qual tem como objetivo reduzir o número de acidentes com vítimas fatais, criando para isso, condições de se praticar um trânsito bem integrado ao uso do solo, ao desenvolvimento urbano e regional. Para tanto, precisa articular as diferentes modalidades de transportes e suas interações com o meio ambiente e às condições de saúde. 
A PNT pretende melhorar a qualidade de fluidez e segurança para o trânsito de forma a reduzir os riscos . Com base nos fundamentos apresentados pelo CTB em seu artigo 6,° a PNT apresenta cinco objetivos principais, quais sejam: 
a) preservação da vida, da saúde e do meio ambiente, que para se realizar exige que o trânsito seja planejado, organizadoe dinâmico evitando acidentes graves com a redução da frequência destes; busca remover também a redução dos ruídos sonoros, poluição atmosférica promovendo mudanças no âmbito da saúde pública e do meio ambiente; b) Efetivação de educação contínua para o trânsito não somente em campanhas focais, mas em caráter permanente; c) Relacionar o trânsito com noções de cidadania e participação popular; d) Estimular a mobilidade e acessibilidade a todos os cidadãos, garantindo a todos o direito constitucional de ir e vir em segurança; e) Promover a qualificação da gestão dos órgãos e entidades de trânsito de forma contínua (BRASIL, 1998). 
Em síntese, a PNT se apresenta como um conjunto de ações que têm como premissa melhorar as condições de locomoção da população, a fim de que a sociedade possa ter acesso a todos os serviços de trânsito de forma eficiente e com qualidade.
A medida que a legislação passa a responsabilizar os municípios pelo cuidado com a questão do trânsito e, consequentemente, da mobilidade, qualquer incidente ou acidente que ocorra em espaço urbano, de responsabilidade municipal por falta de sinalização, pode ser encarado como negligência do Poder Executivo local, ficando sujeito às sanções legais previstas no art. 1°, § 3°, do CTB. Porém, o poder público municipal pode estabelecer parcerias com órgãos estaduais e/ou federais para garantir as boas condições de trafegabilidade, fluidez e segurança nas vias públicas, permanecendo ainda assim como o principal responsável: Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição: 
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de controle viário; IV – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas; V - estabelecer em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito; VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como, notificar e arrecadar as multas que aplicar; IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas; X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias; XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas; XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários dos condutores de uma para outra unidade da Federação; XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes; XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, ciclomotores, veículos de tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações; XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal; XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN; XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local, quando solicitado; XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos. § 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade executivos de trânsito. § 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste Código. (BRASIL, 1997, s.p).
EDUCAÇÃO COMO CAMINHO PARA MELHORAR O TRANSITO NAS CIDADES 
Do ensino fundamental à universidade, o tema precisa ser curricular, para a formação de um cidadão apto a respeitar as leis do trânsito, ter comportamento solidário e assim, diminuir as ocorrências de mortes, lesões e sequelas provocadas pelos acidentes de trânsito.
É o que prevê o artigo 76 do CTB:  A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
A importância da escola para estimular valores apontados nos quatro pilares da educação é fundamental para a construção de uma sociedade que possa trabalhar a tolerância, responsabilidade, solidariedade e respeito no trânsito ao longo do processo de ensino e aprendizagem do aluno.  São valores que, certamente, irão colaborar, para a diminuição de mortes por acidente de trânsito, valores que vão fazer com que o consumo de bebidas alcoólicas, excesso de velocidade, participação do motorista em rachas, sejam extintos ou insignificantes para as estatísticas.
Já o art. 78 do mesmo Código, determina que os Ministérios da Saúde, Educação e do Desporto , do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por meio do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), desenvolverão e implementarão programas destinados à prevenção de acidentes. 
O art. 79 por sua vez sugere que os órgãos e entidades executivas de trânsito poderão firmar convênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios com o objetivando o cumprimento das obrigações estabelecidas no respectivo capítulo VI. 
A Lei de Diretrizes e Bases Nacional n° 9394/96, em seu artigo 27, inciso I, coloca que os conteúdos curriculares da educação básica deverão observar "a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática". 
O Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Fundamental em documento do ano de 1998, propõe nesta direção, o desenvolvimento dos temas transversais: ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo, componentes dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Básica (MEC/SEF, 1998). Rodrigues (2000), destaca que o trânsito deve ser concebido de maneira ampla, como um sistema de comunicação que assegura uma rede de relações entre os espaços, entre as pessoas e o espaço e entre as pessoas.

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