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GRAMÁTICA DO ENSINO MÉDIO

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Variações 
Linguísticas do 
Português do 
Brasil
O ser humano é um ser social, ou seja, precisa 
se relacionar com o próximo. Dessa necessidade, 
nasceu a comunicação.
Ao longo do tempo, o homem inventou sinais 
que, decifrados por outro homem, possibilitaram 
a interação entre os seres humanos. Esses sinais, 
visuais, sonoros e gráficos caracterizam a formação 
de linguagens.
A primeira linguagem conhecida do homem foi a 
visual. Ao observar os fenômenos, o homem passou 
a compreendê-los, a interpretá-los e a usá-los como 
forma de relacionamento social.
Não se sabe quando o homem começou a se 
utilizar da linguagem falada, pois não há registros 
históricos que comprovem essa afirmação. Para a fala, 
o homem se utiliza de padrões sonoros e da associa-
ção desses padrões para ampliar as possibilidades 
de comunicação. A linguagem falada necessitou da 
criação de códigos que, quando emitidos combi-
nados, traduziriam uma informação ao receptor da 
mensagem.
Entretanto, apenas com a linguagem falada, 
todo o conhecimento que um homem desenvolvia 
só podia ser passado aos seus descendentes pela 
tradição oral. Séculos demoraram para que o homem 
pudesse fazer outra grande invenção: a linguagem 
escrita. Com ela, passou-se a deixar relatos, conhe-
cimentos e expressões individuais para as gerações 
futuras. O homem passou a registrar sua história.
Sabemos que várias civilizações se desenvolve-
ram em regiões diferentes do planeta. As linguagens 
de que se utilizaram sempre foram basicamente 
essas três: a visual, a falada e a escrita. Porém, es-
sas diferentes civilizações não necessariamente se 
utilizavam do mesmo conjunto de padrões sonoros 
e escritos na comunicação, o que nos remete à ideia 
de língua. A língua é um sistema sociocultural e 
apresenta uma estrutura própria que caracteriza 
uma coletividade.
Linguagem e língua... Essa abordagem nos leva 
a uma série de questionamentos que caracterizam o 
processo de comunicação: quem fala? a quem essa 
pessoa fala? o quê essa pessoa fala? de que língua 
ela se utiliza? com que objetivo, isto é, para que ela 
fala? com que autoridade, ou seja, o que ela sabe 
para poder falar? como ela fala?
Essas perguntas, de respostas aparentemente 
simples, nos levam ao estudo da língua. Precisamos 
estudá-la. Por quê? É isso que tentaremos explicar 
neste módulo. Mais especificamente, vamos falar 
sobre as variações linguísticas na fala e na escrita 
do português.
Objetivos deste módulo
Ao final do módulo, o aluno deverá compre-
ender:
– os diferentes contextos sociais em que o 
homem se insere e os consequentes contextos 
de expressão da língua – o conceito de variação 
linguística;
– sua habilidade inata para a comunicação e, 
consequentemente, para uso da língua;
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- os objetivos da Gramática: ferramenta auxi-
liar no uso da língua ou instrumento de dominação 
cultural?
- o conceito e os limites da Nomenclatura Gra-
matical Brasileira.
Contexto social e 
linguístico
Quando você convida um amigo para uma festa, 
está se comunicando e, para isso, utiliza a lingua-
gem. Se você faz isso pelo telefone, por exemplo, 
pode perfeitamente dizer:
– Alô! Paulo, tá a fim de ir numa festa lá na casa 
da Jurema?
Algumas pessoas mais puristas poderiam dizer 
que “o português está errado na frase”. Vamos ver 
se essa afirmação é verdadeira.
Usamos a língua como instrumento de lingua-
gem, de comunicação. Houve comunicação na frase, 
isto é, Paulo entendeu a mensagem? Se ele fala por-
tuguês, provavelmente sim, e provavelmente dará 
sua resposta naturalmente. Se houve comunicação, 
houve uso correto da linguagem, e foi a língua que 
possibilitou isso. E se o falante tivesse dito a frase 
de outra maneira:
– Alô! Paulo, gostaria de ir a uma festa que 
ocorrerá na casa da Jurema?
O nosso hipotético falante não soaria artificial 
ou pedante demais falando dessa maneira?
Para ilustrar melhor o que queremos dizer, 
ponhamo-nos em outras situações.
Um médico foi convidado por um amigo para 
participar de um congresso nacional de Medicina 
que debaterá os avanços tecnológicos no tratamen-
to do câncer. Esse médico chega ao congresso de 
sunga, senta-se numa cadeira e começa a tomar 
nota na mão – com uma caneta que ele pede em-
prestada a uma senhora ao lado dele – do discurso 
que está sendo apresentado.
Ou
Um médico foi convidado por um amigo para 
um fim de semana numa casa de praia. Esse médico 
chega à casa de jaleco branco, pasta e estetoscópio 
e assim permanece durante o almoço, ao entrar no 
mar e ao dormir.
Ninguém diria que usar sunga é errado ou que 
não se deve usar jaleco branco, pasta e estetoscópio. 
Mas é inadequado ir de biquíni ou sunga a um con-
gresso de médicos ou ir de jaleco branco ou terno e 
gravata para tomar sol numa praia.
Os falantes sabem que a língua também tem 
contextos de uso. Uma prova disso é que, ao se di-
rigirem a um padre, ao chefe no trabalho, ao diretor 
da escola, se expressam diferentemente de quando 
falam a alguém da família ou a um amigo.
Assim como em nossos contextos sociais, o 
conceito de errado não se aplica à língua a não ser 
que não ocorra comunicação.
1. Minha mãe tava na varanda batendo papo.
2. Conversando mãe estava minha na.
A diferença das duas frases acima é que a 
primeira é gramatical, isto é, compreensível por 
ser estruturada de acordo com regras que todos os 
falantes reconhecem; a segunda é agramatical, pois 
desrespeita as regras lógicas que o idioma tem.
Quer dizer, então, que todos nós, falantes do 
português, sabemos gramática? Claro que sim, e 
aprendemos isso bem antes de entrarmos no colégio. 
Nossa capacidade de comunicação pela linguagem é 
inata, ou seja, todo ser humano é capaz de compre-
ender e estruturar línguas.
Voltemos às sentenças que apresentamos ante-
riormente. A frase 1 é gramatical? Ela é prevista pela 
Gramática? O conceito de gramaticalidade não tem 
nada a ver com a Gramática dos livros. Ao dizermos 
que “Minha mãe tava na varanda batendo papo” é 
uma frase gramatical, estamos dizendo que ela é 
lógica, tanto por quem a emite quanto para quem 
a recebe.
“Mas ela está errada...” diria alguém.
Na comunicação dentro de uma sociedade 
específica, não podemos dizer que há erro. Talvez a 
frase 1 seja inadequada em determinado contexto, 
mas não quer dizer que é errada.
Como há diferentes contextos de comunicação, 
ocorrem variações linguísticas, isto é, variações no 
uso da língua aplicadas aos contextos sociais, tem-
porais, espaciais específicos. Variação linguística 
pode ser entendida como o resultado do produto 
língua x contexto.
As variações linguísticas são também cha-
madas níveis de linguagem, termo que evitaremos 
aqui.
Podemos então dizer que o contexto social afeta 
o contexto de linguagem.
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Variações linguísticas do 
português do Brasil
Variações diatópicas
O brasileiro fala português. Mas os brasileiros 
das diversas regiões do território nacional não falam 
da mesma maneira. A língua tem variações diatópi-
cas, isto é, cada topo (lugar) tem características lin-
guísticas próprias de sua cultura, o que comumente 
se denomina dialeto ou falar regional.
Exemplos: `
Que menina feliz!
variante gaúcha: Bah! Que guria tri faceira!
Que sujeito legal!
variante paraense: Égua! Que cabra pai-d’égua!
Existe algo de errado aí.
variante mineira: Uai! Tem um trem errado aí.
Que livro legal!
variante paulista: Que livro da hora!
A televisão e o cinema, embora exagerem mui-
tas vezes, costumam reproduzir o falar nordestino 
em várias produções (novelas, seriados, especiais, 
filmes). Normalmente, porém, priorizam a variante 
da região mais rica do Brasil: o Sudeste.
As variações diatópicas incluem fonemas, in-
terjeições, expressões, gírias, típicas da região em 
que ocorrem. Traduzem, portanto, mais um exemplo 
de que a língua é dinâmica e não estática.
Você já notou que no Brasil se privilegia um 
modelo ideal de fala, considerado mais “bonito”,mais “certo”? É frequente ouvirmos que a fala 
nordestina é “carregada”, “feia”... “bonito” é como 
falam o carioca e o paulista. Nada mais que precon-
ceitos. O Brasil é um país muito extenso, e a sonhada 
uniformidade linguística dificilmente pode ocorrer. 
Cada cultura tem seu valor próprio, e o respeito a 
cada uma que compõe nosso país é fundamental se 
nos consideramos cidadãos humanos e tolerantes 
uns com os outros.
O que você pensaria se fosse obrigado a falar 
e a escrever como os portugueses?
“Mas quem poderia impor isso?”, perguntaria 
alguém.
Desde a ascensão fascista em 1922, na Itália, o 
ditador Benito Mussolini tratou de proibir o uso dos 
dialetos regionais na Itália: apenas o italiano formal 
– romano – era permitido.
Às vezes, essa imposição aparece mascarada, e 
nem a notamos. Pense em “como falamos realmente”, 
pense em “como aprendemos que devemos falar”.
Variações diacrônicas
Há outro tipo de variação que depende da épo-
ca, do tempo em que é empregada: são as variações 
diacrônicas. Uma mesma sociedade, em épocas di-
ferentes, se vale de palavras e expressões restritas 
ao período em que ocorrem. Algumas delas que hoje 
nos soam bastante normais podem, em menos de um 
século, tornar-se verdadeiros arcaísmos, palavras 
em desuso.
Exemplos: `
O degas não admite isso.
Eu não admito isso.
Antigamente, usava-se a expressão “o degas” para se 
referir ao falante como terceira pessoa. Hoje, está em 
desuso. Se você disser a seus pais “O degas tirou nota 
baixa em Matemática”, provavelmente eles não enten-
derão que você foi mal nessa disciplina.
Você já percebeu que o modelo de língua que 
nos é imposto é baseado no modo como escreveram 
alguns dos autores de nossa literatura do século re-
trasado? Pode a língua ser congelada no tempo? O 
modelo ideal de linguagem no século XIX pode hoje 
ser imposto aos falantes do século XXI?
Você já viu o filme “Desmundo”? Pode ser 
uma boa oportunidade para notar como era o 
Português no Brasil do século XVII. O filme vem, 
inclusive, com legendas para que nós, brasileiros, 
possamos entender o que as personagens falam, 
tamanha a discrepância entre aquele modo de 
falar e o atual.
Cena do Filme Desmundo, de Alain Fresnot.
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Variações diafásicas
Relevando-se as situações em que variam tem-
po, espaço e classe social, a língua tem variações 
contextuais, adaptadas à situação em que o falante 
se encontra, às quais chamaremos variações diafá-
sicas.
Dessa maneira temos, pelo menos, duas varia-
ções diafásicas: a escrita e a falada, que também 
afetam uma à outra.
Diz-se comumente que a escrita é menos livre 
que a fala. Por quê? Quando falamos, há outras lin-
guagens de que dispomos para a expressão. Falamos, 
mas também gesticulamos, fazemos expressões, 
comunicamo-nos com os olhares, com um sorriso. 
Assim, o ouvinte tem não apenas o texto verbal que 
emitimos, mas também um contexto que colabora na 
interpretação da mensagem.
Você tem um gosto para roupas...
Essa mesma frase terá sentidos diferentes em 
função do contexto em que é falada. Pode querer 
dizer que o ouvinte tem um péssimo ou um ótimo 
senso estético. Entretanto, o falante não precisaria 
de nada mais que um contexto para aplicar sua frase 
e ser entendido.
A mesma fala reproduzida na escrita poderia 
não comunicar exatamente a intenção de quem a 
produziu.
Dispomos, portanto, de maior liberdade na 
linguagem falada porque outras linguagens nos au-
xiliam no processo comunicativo. Na escrita, então, 
não dispomos de liberdade? Claro que sim! Mas 
dependendo da situação, temos uma preocupação 
com a linguagem para que consigamos a exata re-
produção do que queremos expressar.
Variações linguísticas 
da escrita
Variações linguísticas 
da fala
Formal Formal
Informal Informal (coloquial)
Fala
Variação informal
As principais características do coloquialis-
mo são: frases curtas, de estruturação sintática 
simples; uso de gírias e de expressões populares; 
simplicidade vocabular – o repertório (“vocabulá-
rio”) utilizado é pequeno; redução e simplificação 
fonológica de vocábulos; presença rara de nexos 
subordinativos.
Variações diastráticas
Há também as variações diastráticas. Diferen-
te das de tempo e espaço, a diastrática refere-se à 
possibilidade de variação linguística em função da 
classe social em que o falante se insere. Numa mesma 
cidade, verificam-se modos distintos de falar, expres-
sões próprias de determinadas classes sociais. Essas 
variações não se anulam, ao contrário, somam-se. 
As classes sociais mais pobres se expressam dife-
rentemente das mais ricas porque são educadas em 
contextos sociais diferentes. Mas sempre ocorre de 
uma variação ser afetada por outra.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, 
termos próprios dos lugares mais pobres ganham 
cada vez mais espaço na mídia televisiva e, conse-
quentemente, nas classes mais abastadas em função 
do funk, do rap, do hip-hop, que trazem uma lingua-
gem contestatória à padrão.
1. Nóis semo pobre, mais nóis veve bem.
2. Nós somos pobres, mas vivemos bem.
Dentro do contexto social em que 1 é aplicada, não há 
problemas na comunicação, embora a norma padrão da 
língua preveja a construção 2.
VARIAÇÃO DIASTRÁTICA
Veja o filme “Domésticas”. Seus diálogos são 
bons porque o roteirista respeitou o modo de falar 
das personagens. Se ele se preocupasse em criar 
para as personagens uma linguagem mais “culta”, 
correria o risco de fazer de suas próprias persona-
gens seres artificiais e desprovidos de consciên-
cia própria. Além disso, seria interessante notar 
quanto nossa maneira de falar é influenciada por 
expressões legítimas da linguagem dita popular, 
este termo é também carregado de preconceito. 
Tornamo-nos menos cultos por isso?
Cartaz de “Domésti-
cas”, filme de Fernan-
do Meirelles.
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Exemplos: `
Exemplos extraídos de “O Quinze”, de Rachel de Quei-
roz.
– Mãezinha, cadê a janta?
– Cala a boca, menino! Já vem!
– Vem lá o quê!...
(...)
– Mãe, tou com fome de novo...
– Vai dormir, dianho! Parece que tá espritado! Soca 
um quarto de rapadura no bucho e ainda fala em fome! 
Vai dormir!
Perceba nesses trechos da obra: frases curtas; estrutura-
ção sintática simples; há também expressões populares e 
regionais; “estou” , “está” tornam-se “tou”e “tá”; seleção 
lexical simples (soca, bucho).
Exemplos: `
Exemplos extraídos de “Seara Vermelha”, de Jorge 
Amado.
– Isso é homem que não guenta o trabaio... Quer é 
vagabundar, ganhar dinheiro fácil...
(...)
– Só tratam ele de coronel... Foi ele que mandou 
dinheiro pra gente vim... Vamos trabaiá em terra 
dele... Dizque só pé de café tem tanto que nem 
se pode contar...
Nesse trecho de “Seara Vermelha”, Jorge Amado re-
produz a simplificação fonética feita por muitos falantes 
(variações diastráticas): “aguenta”, “trabalho” tornam-se 
“guenta”, “trabaio”.
Dos usos independentes de classe social temos: “para” 
torna-se “pra”; o autor também exemplifica o uso dos 
pronomes tônicos sem preposição “tratam ele”, que equi-
valeria, na norma padrão, a “tratam-no” ou “o tratam”.
O uso coloquial do infinitivo do verbo vir: “vim”.
Exemplos: `
Veja esta tira de Laerte, com os personagens Gato e 
Gata.
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Variação formal
As principais características da variação for-
mal oral são: frases mais extensas, de estrutura-
ção sintática mais complexa em comparação com 
o coloquial; pouco uso de gírias e de expressões 
populares; seleção vocabular mais apurada – o 
repertório utilizado é mais vasto que no discurso 
coloquial; também ocorre redução e simplificação 
fonológica de vocábulos.
No “Sermão da Sexagésima”, o Padre Antônio 
Vieira trata da arte de pregar. Vejamos um trecho:
Exemplos: `
Será por ventura o estilo que hoje se utiliza nos púl-
pitos? Um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, 
um estilo tão encontrado a toda arte e a toda natureza? 
Boa razão é também esta. O estilo há de ser muito fácil 
e tambémmuito natural. Por isso, Cristo comparou 
o pregar ao semear. Compara Cristo o pregar ao 
semear, porque o semear é uma arte que tem mais de 
natureza que de arte.
Encontramos nesse exemplo: construções sintáticas mais 
complexas; seleção de palavras (em negrito) mais rigo-
rosa; paralelismo gramatical (construções semelhantes 
justapostas – sublinhados); locuções com “haver” (há 
de ser).
Escrita
Variação informal
As principais características da variação infor-
mal escrita são: preocupação maior com a men-
sagem e menor com a norma padrão; construções 
sintáticas simples; seleção vocabular simplificada; 
pouco uso de nexos coesivos; permissão de uso de 
expressões coloquiais; pontuação aleatória, uso 
principalmente do ponto.
A música “Meu caro amigo”, de Chico Buar-
que, é estruturada como uma carta dele a um amigo 
brasileiro exilado. Perceba a linguagem usada, as 
expressões empregadas, a despreocupação com a 
norma padrão do idioma.
Meu caro amigo,me perdoe, por favor,
Se eu não lhe faço uma visita,
Mas como agora apareceu um portador,
Mando notícias nessa fita.
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a aleatoriedade de sua disposição, impede a comu-
nicação.
Isso o falante não aprende em nenhum livro. 
Essas noções ele extrai de sua relação com a língua, 
de sua observação dos fatos linguísticos.
Se não houvesse essas regras intuitivas, a comu-
nicação seria totalmente caótica, e a língua estaria 
fadada a desaparecer. Cada um construiria frases 
com palavras na ordem em que bem entendesse. Os 
falantes, então, constroem palavras e frases seguindo 
esse sistema, e adaptam esse esquema ao longo do 
processo evolutivo do idioma. Poderíamos dar a esse 
sistema adaptado pelos falantes o nome de gramá-
tica – esta todos nós sabemos.
Além dela, há um conjunto de regras específicas 
que visam impor determinado modelo de língua a 
ser seguido: à disciplina que estuda esses padrões 
mutáveis chamamos Gramática.
A gramática é natural; a Gramática é artificial.
À ciência que estuda os fatos da língua, que os 
expõe e os analisa em seu uso prático é a Linguística. 
O que ela nos diz é que a gramática é do conheci-
mento de qualquer usuário da língua. A Linguística 
é uma ciência nova que tem procurado combater os 
excessos e os abusos de poder da Gramática.
Por que a Gramática do português é tão temida 
pelos alunos que sabem intuitivamente a gramática 
do português? De que modo a Linguística surge como 
uma ciência nova e imprescindível para o estudo de 
qualquer língua nos dias de hoje?
Os desafios da Gramática
Quando estudamos um idioma novo, primei-
ramente somos apresentados a algumas palavras 
básicas e, em seguida, a um tipo de estrutura que nos 
permite formar frases, formular ideias nesse idioma. 
Assim, aprendemos pronomes pessoais, artigos, al-
guns substantivos e o verbo ser, por exemplo, somos 
capazes de formular várias sentenças.
Eu sou um estudante.
Isto é um livro.
Maria é uma bibliotecária.
e por aí vai...
Estruturamos frases porque é a partir delas que 
formulamos ideias e expomos nossos pensamentos.
O ser humano tem uma habilidade inata para 
a estruturação linguística. A criança, por exemplo, 
compreende frases que nunca ouviu antes. Isso 
significa que, em torno de ideias que ela já tem, 
constrói e assimila novas ideias. Quando inicia o es-
tudo no colégio, a criança começa a ter contato com 
Aqui na terra ‘tão jogando futebol,
Tem muito samba, muito choro e rock’n’ roll.
Uns dias chove, noutros dias bate sol,
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa 
[aqui tá preta.
Muita mutreta pra levar a situação,
Que a gente vai levando de teimoso e de 
[pirraça,
E a gente vai tomando, que também, sem a 
[cachaça,
Ninguém segura esse rojão.
Variação formal
As principais características da variação for-
mal escrita são: preocupação com a gramática 
normativa, embora se note também o desrespeito 
a ela; construções sintáticas mais rebuscadas que 
no informal; ampla seleção vocabular; preocupação 
com nexos coesivos; pouco uso de expressões colo-
quiais; pontuação a favor da compreensão do texto 
– uso do ponto, da vírgula, dos travessões etc.
Exemplos: `
O Brasil não é um país sem políticas sociais. Pelo con-
trário, nós as temos em abundância. O problema é que 
elas tendem a ajudar os que menos precisam. Sendo 
assim, devemos festejar um novo intento de aliviar as 
injustiças da nossa sociedade. O MEC pretende reservar 
50% das vagas de suas universidades para os alunos de 
escolas públicas, sabidamente mais pobres que os das 
particulares. Quando nada, evitamos os pesadelos de 
implementar cotas raciais.
CASTRO, Claudio de Moura. A maquiagem do monstro. 
São Paulo: In: VEJA, 26 maio 2004.
A gramática
O que é gramática? O que é Gramática?
Toda língua tem um sistema como fundamento 
para sua permanência e para sua evolução. O es-
quema linguístico se constitui de um conjunto de 
regras intuitivas que os falantes trazem consigo. Por 
exemplo, um usuário do português não faria uma 
construção como esta:
Carro o velha atropelou senhora uma.
Apesar de todas as palavras empregadas acima 
pertencerem ao português, sua ordem na frase, ou 
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o “Português”, aquela disciplina cheia de regras e 
cheia de exceções. A Gramática se torna, assim, um 
grande obstáculo para sua evolução comunicativa. 
Por quê?
Antigamente, predominava nos livros didáticos 
a Gramática Clássica, que se subdivide em Descriti-
va e Normativa. Assim, entendemos por Gramática 
Clássica o conjunto da descrição e da classificação 
dos fatos do idioma – Gramática Descritiva – e da 
disposição das regras em vigor para a uniformi-
dade da comunicação – Gramática Normativa. A 
Gramática Clássica, porém, sempre foi (bem) mais 
normativa do que descritiva. Daí a nossa ideia de 
que Gramática é regra + exceção.
Em vez de impor aos falantes uma forma de 
falar, o objetivo da Gramática deve ser registrar 
como os falantes se utilizam da língua. Mas não é 
bem isso que tem ocorrido. A Gramática condena 
como erradas várias construções que, no Brasil, já 
são aceitas até mesmo na linguagem literária de 
alta formalidade.
Me disseram que ele estava aqui. (construção 
condenada pela Gramática).
Disseram-me que ele estava aqui. (construção 
imposta pela Gramática).
A propósito, veja o que dizia Oswald de Andra-
de a esse respeito.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. 5. ed. São Paulo: 
Civilização Brasileira, 1971, p.125.)
A construção da frase existe, porém, não é 
aceita por alguns gramáticos. Não é aceita “porque 
é popular”, “porque não é a formal”, porque não é a 
imposta por uma elite intelectual que dita as regras 
da língua “culta”.
Por que a Gramática não a aceita, se ela existe, 
e, sobretudo, se estabelece a mesma comunicação 
que a frase “correta”?
Este é um desafio que a Gramática precisará 
encarar no novo milênio: entender a língua como 
ferramenta de comunicação e não como meio de 
imposição a seus usuários e instrumento de discri-
minação linguística.
A Linguística tem dado grandes passos na mu-
dança da visão clássica e tradicional da Gramática, e 
isso é muito importante para nós, que somos diretamen-
te afetados pela norma padrão que nos é imposta.
Poderíamos dizer, então, que a Gramática não 
serve para nada e que a gramática é que importa?
Não é tão simples assim. A Gramática amplia 
nosso domínio sobre o idioma. Vivemos em uma so-
ciedade que valoriza o “domínio da língua”, numa 
sociedade que escreve leis, livros, artigos de jornal, 
numa variação linguística à qual poucos têm aces-
so. Devemos democratizar o acesso à informação e, 
sobretudo, à comunicação.
Se você acha que isso é mera teoria da conspi-
ração, converse com pessoas que presenciaram, du-
rante as eleições de 1989, 1994 e 1998, o preconceito 
linguístico associado ao candidatoa Presidência da 
República, Luís Inácio Lula da Silva.
Tenha em mente que a Gramática deve propor 
modelos de construções para a escrita, mas não deve 
impô-los a nós.
Vamos aprender a norma padrão, sim, mas sem 
nos tornarmos seus escravos.
Nomenclatura 
Gramatical Brasileira
Descrever a língua é uma atividade muito mais 
complexa do que simplesmente usá-la.
Você poderia perguntar: para que descrever o 
idioma?
Somos racionais e, portanto, formulamos con-
ceitos e opiniões a respeito do mundo. Nossa ne-
cessidade de descrever nasce de outra necessidade 
que temos: a de entender. Agrupamos os animais, 
por exemplo, em categorias da zoologia, ou melhor, 
em filos. Esses filos se subdividem em classes que, 
por sua vez, se subdividem e assim se segue. O 
agrupamento em filos nos diz, por exemplo, que 
nós e os peixes – que pertencemos ao mesmo filo, 
o dos cordados – temos características comuns. O 
agrupamento em classes nos informa que nós e os 
tigres – pertencentes à classe dos mamíferos – temos 
características comuns mais específicas ainda, ou 
seja, os peixes não têm certas características que 
os homens e os tigres têm. Enfim, a descrição de 
fatos e as classificações nos ajudam a compreendê-
los melhor.
Pois bem, voltemos ao nosso raciocínio. Dizía-
mos que descrever um idioma é uma tarefa difícil e 
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complexa. E o é mais ainda se não dispusermos de 
um conjunto de termos uniformizados.
Suponhamos que você, na 5.ª série, tenha estu-
dado os substantivos com esse termo. Na 7.ª série, 
ao retomar o assunto, o professor tenha dado um 
outro nome a eles, por exemplo, massas; no 1.º ano 
surge o termo nomes para se referir a eles, e, ao ficar 
extremamente confuso e abrir um livro de Gramática 
para sanar sua dúvida, você encontra a terminologia 
filos. Seria um caos o ensino da língua, não é?
Pois saiba que isso acontecia muito frequen-
temente até 1958, não exatamente da forma como 
exemplificamos acima, mas de modo bem parecido.
Como não havia uma terminologia uniforme, os 
gramáticos davam aos objetos de descrição da língua 
o nome que bem entendiam. O que era chamado de 
pronome em um livro recebia o nome de adjetivo em 
outro. “Complemento terminativo”, “complemento 
relativo”, eram a mesma coisa, mas em livros diferen-
tes. Enfim, a vida de professores de português e a dos 
alunos era ainda mais complicada do que é hoje.
Em 1958, um grupo de gramáticos “notáveis” 
da época reuniram-se e formularam o conjunto de 
termos padronizados a ser usados pelos autores 
de gramáticas. Surgia a Nomenclatura Gramatical 
Brasileira (NGB).
A NGB resolveu muitos problemas na época e foi 
um grande avanço no ensino da Língua Portuguesa 
no Brasil. Mas se resolveu uns, criou outros. Se você 
abrir uma gramática, vai perceber que elas estão 
repletas de explicações do tipo:
“A NGB não reconhece a existência de orações 
modais.”
“A NGB não classifica as circunstâncias dos 
adjuntos adverbiais.”
Isso significa que a NGB tem problemas, mas 
desde 1958 não é revista. Isso é um obstáculo ao 
avanço do ensino do português no Brasil.
A Linguística só passou a ganhar espaço no Bra-
sil na década de 1970, mas a terminologia continua 
arcaica, retrógrada.
Por esse problema, usaremos a NGB, afinal é ela 
que ainda define os termos tais quais aparecem nos 
exames vestibulares, entretanto faremos uso de outros 
termos que nos parecem mais didáticos no processo 
de entendimento do idioma. O conceito de sintagma e 
de complemento circunstancial (que não constam da 
NGB) serão usados como termos-chave que, posterior-
mente, serão substituídos pelos termos da NGB.
Agora que você já sabe o que é Linguística, 
o que é Gramática, o que é NGB, vamos começar 
nosso estudo do português. Levaremos sempre em 
consideração o que nos motiva a estudar o idioma: 
a evolução do processo comunicativo.
Objetos de estudo da 
Gramática
O estudo da Gramática é tradicionalmente 
dividido em áreas específicas do conhecimento gra-
matical. As tradicionais são: Fonologia, Ortografia, 
Morfologia e Sintaxe.
A Fonologia estuda os sons da fala que possibi-
litam a formação e a compreensão dos vocábulos.
A Ortografia ocupa-se do estudo da grafia cor-
reta dos vocábulos em relação ao sistema vigente, 
isto é, em relação às regras válidas em determinado 
período.
A Morfologia ocupa-se da formação das pa-
lavras e de sua classificação em grupos que apre-
sentam características comuns, tais como o dos 
substantivos e o dos verbos.
A Sintaxe estuda a construção das frases a 
partir do agrupamento das palavras.
Não nos deteremos, porém, apenas a esses as-
suntos. Faremos, também, o estudo de alguns aspec-
tos de Semântica, ciência que estuda a significação, 
ou seja, o conjunto de ideias, de significados a que 
associamos sinais.
Você já notou que nas músicas também ocor-
rem variações linguísticas? Há aquelas em que se 
adota nível formal, há outras com tom coloquial. 
Tudo depende da intenção do autor.
Chico Buarque, no texto abaixo, quer dar à 
sua poesia um tom formal ao se dirigir a alguém 
ausente.
Adoniran Barbosa, no texto que segue o de 
Chico Buarque, procura uma aproximação entre 
a linguagem escrita e a falada.
Os dois são eficazes no que querem traduzir. 
Ambos são adequados aos contextos em que 
procuram envolver o leitor/o ouvinte. Ambos são 
corretos. Note, porém, que a norma padrão é ve-
rificada no texto 1, mas não no 2.
Pedaço de mim
Chico Buarque
Oh, pedaço de mim,
Oh, metade afastada de mim,
Leva o teu olhar,
Que a saudade é o pior tormento,
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A vez que isso num tem importância, num 
faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta,
Assinado em cruz porque não sei escrever, 
Arnesto”
Cais, cais, cais, cais, cais, cais, cais...
Adoniran Barbosa/1955 
Disponível em: <http://letras.terra.com.br/adoniran-barbosa>
É pior do que o esquecimento,
É pior do que se entrevar.
Oh, pedaço de mim,
Oh, metade exilada de mim,
Leva os teus sinais,
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar nos cais.
Oh, pedaço de mim,
Oh, metade arrancada de mim,
Leva o vulto teu,
Que a saudade é o revés de um parto;
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu.
Oh, pedaço de mim,
Oh, metade amputada de mim,
Leva o que há de ti,
Que a saudade dói latejada.
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi.
Oh, pedaço de mim,
Oh, metade adorada de mim,
Lava os olhos meus,
Que a saudade é o pior castigo,
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor.
Adeus!
Chico Buarque/1977-1978 
Para peça Ópera do Malandro 
Disponível em: <www.chicobuarque.com.br>
Samba do Arnesto
Adoniran Barbosa
O Arnesto nos convidô prum samba, ele 
mora no Brás.
Nóis fumo e não encontremo ninguém.
Nóis vortemo cuma baita duma reiva.
Da outra veiz nóis num vai mais.
Nóis não semo tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto,
Que pidiu descurpa, mais nóis não aceitemo.
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se 
importa,
Mais você devia ter ponhado um recado na porta,
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
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Num anúncio dos Correios, transcrito abaixo, explique 1. 
por que o anunciante optou pelo uso de outra variação 
linguística, ao invés da padrão.
NÓS CUNHECE O CAMINHO
DA ROÇA CUMO NINGUÉM
SEDEX. LÍDER ABSOLUTO NA
ENTREGA DE ENCOMENDAS
EM TODO O PAÍS.
Solução: `
O anunciante fez uso da variação linguística menos urba-
na, mais rural. Com isso, reforça a ideia de que atende não 
apenas às necessidades do meio urbano, mas também 
às do meio rural.
(Ibmec – modificada) Mais importante do que falar 2. 
correto, é saber escolher a variante linguística adequada 
a cada situação concreta de comunicação. Assinale a 
alternativa em que a variante linguística não é compatível 
com o gênero do texto indicado entre parênteses.
“Nada pior para uma boa causa do que maus a) 
defensores: é o que ocorre com a ecologia.” 
(Introdução a um texto dissertativo)
“Tu que tá acostumado a esculachá os outro e ga-b)nhá os cara na manha, te manca, que a tua hora vai 
chegá.” (Ameaça feita por um morador de periferia 
a um desafeto da mesma região e classe social)
“Onde tem teatro, nós estamos por trás. Nos últi-c) 
mos quatro anos, a Volkswagen investiu R$ 27 mi-
lhões em projetos culturais como: teatro, música, 
exposições de arte, cinema e literatura. Não é favor, 
é nossa obrigação.” (Anúncio publicitário veiculado 
em revista de artes)
“A história que começou há cinco séculos, nestas d) 
praias de Porto Seguro, deu origem a uma das 
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grandes nações do mundo. Um país que nos orgu-
lha pelo que já é, e nos inspira e desafia por tudo 
aquilo que pode vir a ser. Como toda criança, eu 
imagino, foi a geografia, antes da história, que pri-
meiro me deu o sentimento de grandeza do Brasil.” 
(Discurso de uma autoridade numa comunicação 
solene)
“Ontem, quando cheguei em casa, aborreci-me e) 
com a notícia de que não havia água. Como agra-
vante, esclareça-se que já faziam cinco dias que o 
líquido precioso nos faltara. Custou-me conciliar 
com o sono sem o conforto de um banho.” (Fala 
de um senhor de estrato social elevado, apegada à 
rigidez gramatical)
Solução: E `
Os apegados à rigidez gramatical dizem que com verbos 
de movimento para algum lugar (ir, chegar, dirigir-se...) 
devemos usar a preposição “a”. Assim, de acordo com a 
norma padrão, se diria:
Ontem, quando cheguei àcasa...
Além disso, em “faziam cinco dias”, a norma padrão prevê 
que o verbo fazer não tem sujeito e, portanto, deve ficar 
na terceira pessoa do singular.
... já fazia cinco dias...
No último período, há uma imprecisão na linguagem: 
conciliamos algo a outra coisa. De acordo com a norma 
padrão, teríamos:
Custou-me conciliar o sono ao desconforto de não ter 
tomado um banho.
O exemplo é interessante porque mostra que mesmo 
as pessoas mais instruídas no Brasil não respeitam total-
mente às prescrições da norma padrão. Isso porque ela 
é, muitas vezes, pouco natural. Causa-nos estranheza 
“chegar à casa” como o “correto” de “chegar em casa”. 
Desta forma, conclui-se que ninguém consegue seguir 
o que postula a gramática normativa.
Suponha que você se encontre numa situação 3. mais 
formal - por exemplo, presidindo uma reunião de dire-
tores de faculdades - e tenha que usar as frases abaixo. 
Traduza-as, adequando-as à situação.
Já que ele não a) entra no nosso time, tenho que 
despedi-lo.
O dia em que precisar, vou b) pendurar minha chu-
teira.
Vamos c) dar um chute no Azevedo: ele tem traba-
lhado mal.
O proprietário preferiu d) tirar o time de campo, pois a 
situação não lhe foi favorável.
Lamento, mas tive que e) entrar de sola.
Ele deve estar por f) dentro da jogada.
Realmente, não sei como g) driblar essa situação.
Solução: `
a) Já que ele não se adapta ao nosso esquema de 
trabalho,...
b) ... vou aposentar-me.
c) ... demitir o ...
d) ... preferiu retirar-se, pois...
e) ... tive que ser rigoroso.
f) ... estar ciente da situação.
g) ... como contornar...
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Associe os elementos da coluna da direita com os da 1. 
esquerda.
a) Língua ( ) Sistema sonoro e gráfico que define 
a comunicação social em determinada 
época.
b) Linguagem ( ) Alterações em um mesmo sistema de 
comunicação social.
c) Variação 
linguística
( ) Conjunto de códigos que objetivam a 
comunicação.
Associe os elementos da coluna da direita com os da 2. 
esquerda.
1. Variações diatópicas ( ) a) Variações linguísticas 
oriundas da diferenciação 
social.
2. Variações diacrônicas ( ) b) Variações linguísticas 
oriundas da diferenciação de 
contextos em que o falante 
se insere.
3. Variações diastráticas ( ) c) Variações linguísticas 
decorrentes da evolução 
temporal da língua.
4. Variações diafásicas ( ) d) Variações linguísticas 
decorrentes da diferenciação 
cultural de regiões geográ-
ficas.
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Associe as variações linguísticas da fala aos contextos 3. 
em que são mais bem aplicadas.
1. Variação formal ( ) a) Conversa num bar com os 
amigos.
2. Variação coloquial ( ) b) Entrevista de emprego 
para gerência de empresa.
( ) c) Discurso político em um 
comércio.
( ) d) Discurso sobre Doenças 
Sexualmente Transmissíveis 
(DSTs) em conferência médica.
( ) e) Discurso sobre DSTs em 
escola de Ensino Médio.
Associe as variações linguísticas da escrita aos contextos 4. 
em que podem ser aplicadas.
1. Variação formal ( ) a) Carta para a família.
2. Variação informal ( ) b) Notas pessoais com tópi-
cos para prova de Geografia.
( ) c) Comunicado público de 
uma empresa sobre problemas 
num produto.
( ) d) Bilhete para a namorada.
( ) e) Carta de apresentação 
para emprego.
Assinale as características predominantes num texto 5. 
escrito de maneira formal.
Escrita em desacordo com a variante linguística a) 
padrão.
Ausência de nexos entre frases e parágrafos.b) 
Uso de gírias e de expressões típicas da fala.c) 
Simplificação fonológica das palavras.d) 
Clareza e objetividade.e) 
Faça a correta associação entre os elementos da coluna 6. 
da esquerda com os da direita.
a) Fonologia ( ) Estudo do agrupamento de palavras 
em sentenças.
b) Ortografia ( ) Estudo da significação das pala-
vras.
c) Semântica ( ) Estudo da correta escrita dos vo-
cábulos.
d) Morfologia ( ) Estudo dos sons da fala capazes 
de fornecer a identificação de um vo-
cábulo.
e) Sintaxe ( ) Estudo dos elementos formadores 
das palavras e do agrupamento destas 
em classes.
Leia o seguinte texto, letra da música “Tiro ao Álvaro”, 
de Adoniram Barbosa. Servirá de base para as questões 
7, 8 e 9.
De tanto levar frechada do teu olhar,
Meu peito até parece sabe o quê?
Tauba de tiro ao álvaro,
Não tem mais onde furar.
Teu olhar mata mais do que bala de carabina,
que veneno estriquinina,
que peixeira de baiano.
Teu olhar mata mais do que atropelamento de 
automóvel,
Mata mais que bala de revórver.
Quanto ao texto, assinale a alternativa correta.7. 
O texto está errado do ponto de vista gramatical.a) 
O texto está escrito de acordo com a norma padrão b) 
do idioma.
Os “erros” presentes no texto justificam-se pela c) 
tentativa de se registrar na escrita uma maneira co-
loquial de expressão.
À exceção da grafia, o texto está de acordo com a d) 
variação linguística formal.
O texto está correto do ponto de vista gramatical.e) 
Caso o autor do texto substituísse os elementos “fre-8. 
chada”, “tauba”, “estriquinina”, “álvaro” e “revórver”, 
respectivamente, por “flechada”, “tábua”, “estricnina”, 
“alvo” e “revólver”,
o texto se adequaria ao padrão formal do idioma.a) 
o texto se tornaria incorreto do ponto de vista gra-b) 
matical.
melhoraria a expressão poética.c) 
haveria considerável perda de efeito expressivo no d) 
texto.
não haveria nenhuma mudança expressiva no e) 
texto.
O uso da variação linguística empregada no texto mostra 9. 
que:
a correção gramatical não existe em textos poéticos.a) 
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para cada contexto, há uma variação linguística a b) 
ser empregada.
é sempre adequado o desrespeito à norma padrão c) 
do idioma.
é sempre inadequado o desrespeito à norma pa-d) 
drão do idioma.
a Gramática não tem relevância na construção dos e) 
textos.
(UFES) A cada situação de fala está indicada uma frase 10. 
de uso. Assinale a correspondência adequada.
Situação 1: um candidato a cargo público fala à co-a) 
munidade de uma favela.
Frase: “Ensejo encerrar para sempre a falta de água 
neste logradouro.”
Situação 2: o Reitor de uma Universidade fala à co-b) 
munidade acadêmica.
Frase: “Os professores e os demais servidores hão 
de convir que a escolha dos dirigentes da universi-
dade deve ser feita com todo cuidado e sem aço-
damento.”
Situação 3: um microempresário fala aos funcioná-c) 
rios de limpeza de sua fábrica:
Frase: “Esta fábrica é uma das líderes em registro 
online, servindo a mais de 1000 clientes de um pool 
de empresas de economia mista.”
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(UNAMA-PA) Leia, com atenção, o textoabaixo para 1. 
responder à questão de número 1.
“A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada.”
(Evocação do Recife. Manuel Bandeira)
A leitura do texto permite afirmar que:
só a língua escrita deve ser considerada como cor-a) 
reta.
o povo fala errado o português do Brasil.b) 
devemos seguir as regras da sintaxe lusitana.c) 
os escritores brasileiros devem considerar a lingua-d) 
gem do povo.
(Ibmec) Leia o seguinte texto.2. 
“... A gramática deverá, primeiro, colocar em seu 
devido lugar as afirmações de cunho normativo: não 
necessariamente suprimindo-as, mas apresentando o 
dialeto padrão como uma das possíveis variações da 
língua, adequada em certas circunstâncias e inadequada 
em outras (é tão “incorreto” escrever um tratado de 
filosofia no dialeto coloquial quanto namorar usando o 
dialeto padrão). Depois, a gramática deverá pelo menos 
descrever as principais variantes (regionais, sociais e 
situacionais) do português brasileiro, abandonando a 
ficção, cara a alguns, de que o português no Brasil é uma 
entidade simples e homogênea. Finalmente, e acima de 
tudo, a gramática deverá ser sistemática, teoricamente 
consistente e livre de contradições.”
(PERINI, M. A. Para uma Nova Gramática do Português, 
7. ed. São Paulo, 1988: Ática)
As regras gramaticais não podem prescrever um I. 
só padrão linguístico para todas as situações, pois 
existem variantes linguísticas distintas.
A descrição linguística deve abandonar a literatura II. 
de ficção, cujo custo é inacessível para grande par-
te da população.
A descrição das principais variantes deve demons-III. 
trar a heterogeneidade e a complexidade do portu-
guês no Brasil.
Assinale a alternativa correta, relacionando o texto às 
afirmações.
Todas estão corretas.a) 
Apenas I e II estão corretas.b) 
Apenas I e III estão corretas.c) 
Apenas II e III estão corretas.d) 
Todas estão incorretas.e) 
Observe as seguintes frases.3. 
“Mandaram eu ligar pra ela.”I. 
“Ordenaram-me que telefonasse a ela.”II. 
Crie um contexto em que a frase I seja mais adequada e 
outro em que a frase II seja a mais recomendada.
As expressões abaixo são próprias do discurso coloquial. 4. 
Reescreva-as usando equivalentes do discurso formal.
Se a gente quer ter grana, tem que trabalhar pra a) 
chegar lá.
Aquele cara é dez: sempre tá a fim de ajudar a gen-b) 
te.
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Não quero tirar o corpo fora, mas isso vai dar c) 
pane.
A mina não caiu na conversa dele.d) 
Leia os textos abaixo para responder às questões de 
5 a 10.
O texto 1 foi escrito em 1997, assinado por Sérgio Limolli 
da revista Istoé. O texto 2 é do século XVIII, do filósofo 
e pensador Jean-Jacques Rousseau.
TEXTO 1 (final do século XX)
 Fala-se mal o português. Ou melhor, fala-se errado. 
Ninguém aguenta mais ouvir erros grosseiros do tipo 
“houveram acidentes” ou é “para mim fazer”. Para os 
mais letrados, essas agressões ao idioma têm ferido 
tanto os ouvidos que se decidiu partir para um contra-
-ataque. Pelo menos três rádios de São Paulo e uma 
emissora de televisão estão veiculando pequenos inserts 
de especialistas com dicas para não maltratar tanto 
a língua mãe. Longe de se parecerem com aquelas 
modorrentas aulas de gramática cheias de regras que 
ninguém sabe bem para que servem, essas intervenções 
são antes de mais nada bem-humoradas. Ensinam o que 
se pode chamar de gramática de resultados. Ou seja, 
dicas úteis e sem complicações das expressões mais 
usadas no dia-a-dia.
(LIMOLLI, Sérgio, IstoÉ, 20/8/97. In: BAGNO, Marcos. Dramática da 
Língua Portuguesa – Tradição gramatical, mídia & exclusão social. 
São Paulo: Loyola, 2000.)
TEXTO 2 (século XVIII)
 Que uma expressão seja ou não seja o que se chama 
de francesa ou de bom uso, não é disso que se trata; as 
pessoas só falam e escrevem para fazer-se entender; 
desde que sejamos inteligíveis, alcançamos nosso 
objetivo; mas quando se é claro, melhor ainda. Falai, pois, 
com clareza para quem quer que entenda o francês; essa 
a regra e estai certo de que, mesmo cometendo uma 
demasia de cento e cinquenta barbarismos, não tereis 
escrito menos bem. Vou ainda mais longe e sustento que 
é mister, às vezes, cometer erros de gramática para ser 
claro; é nisso e não em todas as pedantices do purismo 
que consiste a verdadeira arte de escrever.
(ROUSSEAU, Jean-Jaques, In: BAGNO, Marcos, op. cit.)
Glossário: `
modorrento: estúpido, sonolento, enfadonho.
pedantice: arrogância, presunção, pretensão.
O texto 1 defende a ideia de que:5. 
não existe Língua Portuguesa se não se faz uso da a) 
gramática normativa, isto é, da norma padrão.
a Língua Portuguesa deve ser ensinada nas escolas b) 
por meio de dicas de uso prático.
falar errado português significa não saber adequar c) 
a língua ao contexto.
todos os brasileiros falam mal o português.d) 
somos bons usuários da Língua Portuguesa.e) 
O texto 2 defende a ideia de que:6. 
a gramática está acima da clareza e da inteligibilida-a) 
de das declarações.
escrever bem significa cometer cento e cinquenta b) 
barbarismos.
erros de gramática são irrelevantes no processo c) 
comunicativo.
fala-se para respeitar os padrões prescritos pela d) 
gramática.
a verdadeira arte de escrever implica aceitar as pe-e) 
dantices do purismo.
Os textos 1 e 2 se opõem em suas ideias porque7. 
Rousseau é a favor da liberdade linguística; Limolli, a) 
por sua vez, acredita que essa liberdade nasce do 
conhecimento de regras da língua.
Limolli defende o uso irrestrito da língua, ao passo b) 
que Rousseau cede às pressões dos puristas.
Limolli analisa o português, ao passo que Rousseau c) 
fala do francês apenas, e o que vale para uma lín-
gua não necessariamente é válido para outra.
o português usado no Brasil não apresenta os pro-d) 
blemas que o francês tinha no século XVIII.
para Rousseau, as frases que Limolli julga incorre-e) 
tas são inteligíveis e, portanto, não estão erradas.
A matéria de Limolli, intitulada “O Português está no 8. 
ar”, vai além em sua análise da necessidade urgente de 
salvarmos a Língua Portuguesa. Em um trecho dessa 
matéria, percebemos a seguinte afirmação: “Só índio fala 
para mim fazer.” Analise as propostas abaixo e julgue os 
itens como verdadeiros ou falsos.
( ) A afirmação não procede: “para mim fazer” é a) 
estrutura já enraizada no modo de falar do brasilei-
ro; apenas não é a construção prevista pela norma 
padrão.
( ) Ocorre implícito preconceito contra os índios b) 
na afirmação.
( ) Existimos como falantes para servir à gramáti-c) 
ca e, portanto, devemos respeitá-la como respeita-
mos às leis.
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( ) A construção “para mim fazer” existe na Lín-d) 
gua Portuguesa do Brasil porque somos descen-
dentes de índios.
“9. Para os mais letrados, essas agressões ao idioma 
têm ferido tanto os ouvidos que se decidiu partir para 
um contra-ataque.” Nesse trecho do texto 1, o autor 
demonstra seu preconceito em relação ao modo como 
fala a maioria dos brasileiros. Por quê?
Para auxiliar sua resposta: `
A expressão destacada se refere a que parcela da po-
pulação brasileira?
“As pessoas só falam e escrevem para fazer-se entender.” 10. 
Nesse trecho do texto 2, Rousseau desmonta a teoria 
de que o estudo da norma padrão serve para salvar o 
idioma do caos. Por quê?
Para auxiliar sua resposta: `
Os defensores da norma padrão dizem que, se não hou-
vesse um modelo ideal de língua, o português tenderia 
a desaparecer.
(ITA modificada) O texto abaixo, de divulgação cientí-12. 
fica, apresenta termos coloquiais que, apesar de muito 
expressivos, não são comuns em textos científicos. Re-
escreva o texto, utilizando a linguagem no nível formal.
 A ciência vive atrás de truques para dar uma 
rasteira genética no câncer, mas desta vez parece que 
pesquisadores americanos deram de cara comum ovo 
de Colombo. Desligando um só gene, eles pararam 
o crescimento do tumor. Melhor ainda: quando a 
substância que suprimia o gene parava de agir, ele se 
atirava, outra vez - mas a favor do organismo, ordenando 
a morte do câncer.
(JOSÉ REINALDO LOPES. Gene “vira-casaca” derruba tumor. 
Folha de S. Paulo, 5/07/2002, A-16)
Leia o seguinte texto, extraído do livro “11. O Mundo 
Pós-Guerra Fria”, de Jayme Brener. Esse livro faz 
parte da série Ponto de Apoio.
 Entre 1989 e 1991, uma das duas superpotências 
militares, a União Soviética, que ocupava um território 
duas vezes maior que o do Brasil, sumiu do mapa. Em 
seu lugar surgiram 15 repúblicas independentes, das 
quais a Rússia é a mais importante. Em quase todas 
elas, minorias nacionais, religiosas ou até simples 
distritos também lutavam pela sua independência, 
em um carrossel que parecia não ter fim. A opinião 
pública internacional teve que se acostumar com 
termos como a “República Independente da 
Checheno-Ingushia” ou “República Autônoma de 
Nagorno-Karabakh”. É mole?
 (...)
 Mas o fato é que, hoje, quase nada restou 
dessa herança social do bloco soviético. E as forças 
socialistas que ainda sobreviveram em vários países 
buscam novos modelos, que nada tenham a ver com 
o monstro soviético. “Por quê, por quê, por quê?”, 
estará perguntando você, algo angustiado. Não se 
preocupe, vamos ver tudo isso, item por item (deixe 
eu manter o suspense, poxa).
(In: BRENER, Jayme. O Mundo Pós-Guerra Fria. São Paulo: 
Scipione,1994.)
Leia agora, o que se diz a respeito da série Ponto de 
Apoio, na contracapa do livro de Brener.
A Série PONTO DE APOIO foi especialmente criada 
para aprofundar aquele ponto do programa que está 
muito condensado, pouco explorado.
A diversidade dos temas, enfocados em linguagem 
acessível por autores especializados, faz da Série 
PONTO DE APOIO uma excelente opção para 
complementar o ensino de 1.º e de 2.º graus, 
estimulando uma participação mais efetiva do 
estudante.
(In: BRENER, Jayme. Op. cit.)
Item 1: `
Por que o livro de Brener – e os outros da série de que 
faz parte – não foram escritos apenas com a variação 
linguística padrão do português?
Item 2: `
Identifique, unindo seus conhecimentos de Geopolíti-
ca, História e Língua Portuguesa, o que o autor quer 
dizer ao afirmar que “a União Soviética (...) sumiu 
do mapa”.
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A linguagem oral é um complexo sistema de 
sinais que permitem a formação de estruturas maio-
res, os vocábulos, os quais, ao receberem significado, 
transformam-se em palavras. Estas, por sua vez, 
formarão sentenças.
Os sons que emitimos na comunicação repre-
sentam o primeiro passo que o homem deu para a 
estruturação da língua. A formação e a compreensão 
de sons são possíveis graças a um complexo sistema 
fonador (codificador) e a um também complexo sis-
tema auditivo (decodificador) dos quais o homem 
é dotado.
Com o surgimento da escrita, os sons da fala 
começaram a ser representados por meio de sím-
bolos gráficos. Mas as unidades sonoras lhes são 
anteriores.
Vamos estudar letras e fonemas de modo con-
junto, visando a estabelecer as diferenças básicas 
entre a escrita e a fala.
Objetivos deste módulo
Ao final do módulo, o aluno deverá ser capaz de:
– entender a diferença entre letra e fonema;
– reconhecer letras e fonemas em vocábulos;
– reconhecer e classificar os principais fenô-
menos fonológicos;
– entender o significado de sílaba e saber 
dividir os vocábulos em sílabas;
– reconhecer a diferença entre acento gráfico 
e acento tônico;
– classificar vocábulos quanto ao número de 
sílabas e quanto à posição do acento tônico.
O alfabeto latino
A palavra alfabeto vem do grego e é, na verdade, 
a composição dos nomes das primeiras letras (alfa e 
beta). Também é chamado abecedário (a-bê-cê).
O alfabeto de que o português se origina é o 
ocidental, desenvolvido desde a época dos fenícios, 
na Antiguidade. Com a expansão romana, difundiu-se 
na Europa o alfabeto latino que definiu os caracteres 
que empregamos hoje.
O alfabeto ocidental da atualidade é composto 
de 26 letras.
Portanto, o acordo ortográfico vigente nos diz 
que nosso alfabeto é composto de 26 letras, ou uni-
dades gráficas – grafemas –, sendo 21 consoantes 
e 5 vogais.
 a b c d e f
 g h i j k l 
 m n o p q r 
 s t u v w x 
 y z
As consoantes k, w e y são usadas apenas em 
alguns casos, a saber:
- Em nomes – e seus derivados – de origem 
estrangeira.
 Chomsky chomskyano
 Darwin darwinismo
- Em símbolos químicos, em unidades de 
grandezas e símbolos padronizados por sistemas 
internacionais.
Kr (criptônio – elemento químico)
Y (ítrio – elemento químico)
Wb (weber – unidade de fluxo magnético)
W (Oeste)
km (quilômetro)
Temos o alfabeto para compor graficamente os 
vocábulos, as palavras, as frases, os textos. Entretan-
to, aprendemos a nos comunicar não pela escrita, mas 
pela fala. Assim, essas letras, na verdade, nasceram 
da necessidade de se representarem graficamente os 
sons que reproduzimos na fala.
Aspectos básicos de 
Fonologia
A Fonética é a ciência que estuda a produção, a ar-
ticulação e a interpretação dos sons da fala, os fones.
Fonologia
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A Fonologia, Fonemática ou Fonêmica é uma 
parte da Gramática e se ocupa do estudo dos fo-
nemas. O fonema não é, portanto, apenas um som 
qualquer reproduzido na fala. Ele deve ser analisado 
dentro do vocábulo.
Conceito de fonema
Fonema é a mínima unidade sonora da fala ca-
paz de diferenciar a compreensão de um vocábulo.
Fonema não é qualquer som. O fonema é um 
som do idioma, da comunicação capaz de formar 
vocábulos e palavras.
Pronuncie o seguinte vocábulo: erro
Essa palavra pode ter duas pronúncias a de-
pender se é a conjugação do verbo errar, ou se é o 
substantivo. O que diferencia essas duas distintas 
palavras é a maneira como pronunciamos – aberto 
ou fechado – o som que está representado pela letra 
“e”. Assim dizemos que o que diferencia erro (érro) de 
erro (êrro) é um fonema. A mesma analogia podemos 
fazer com as palavras abaixo, lidas da esquerda para 
a direita, ou de cima para baixo.
nada nata lata
nado nato mato
A mudança de letras ocorre porque há mudança 
na pronúncia. Então para cada fonema existe uma 
letra? Para cada letra existe um fonema?
Responda você mesmo, observando os exemplos 
abaixo.
bria) sa coriza exercício
sb) aco casa
Em “a”, o mesmo fonema (“som de z”) é repre-
sentado por três letras diferentes (s, z e x).
Em “b”, a mesma letra (s) representa fonemas 
distintos.
Assim, para falarmos de fonemas não podemos 
nos concentrar em letras. Devemos encontrar uma 
maneira de representar os fonemas.
Essa maneira existe! Vamos estudá-la.
Fonemas da Língua Portuguesa
Para estudarmos os fonemas, vamos utilizar 
algumas convenções. Toda vez que representarmos 
um símbolo gráfico entre barras, / / , deveremos 
interpretá-lo como fonema e não como letra.
Assim “b” pronunciaremos “bê” porque é letra. 
Mas /b/ leremos “b” apenas, sem o “ê”. Não é uma 
regra, é uma convenção. Isso é útil para reconhecer-
mos os fonemas de um vocábulo.
Há três tipos básicos de fonemas: os vocálicos, 
os consonantais e os intermediários, semivocálicos.
Fonemas vocálicos
Válvula e filtro
Sistema vocal
Energia aérea
Conjunto do aparelho fonador e respiratório.
C
av
id
ad
es
 s
up
ra
g
ló
ti
ca
s
C
av
id
ad
es
in
fla
g
ló
ti
ca
s
Cavidade nasal
Cavidade bucal
Faringe
Laringe
Traqueia
Brônquios
Pulmões
Diafragma
Cavidade glótica
IE
SD
E
 B
ra
si
l S
. A
.
Nosso sistema fonador produz sons pela ex-
piração de uma corrente de ar que vibra ao sair do 
sistema. Se você abrir a boca e deixar simplesmente 
o ar sair, não produzirá fonemas. Para articulá-los 
você necessita vibrar esse ar em alguma parte do 
aparelho fonador.
Toda vez que ocorre a vibração das pregas – cor-
das – vocais e não há obstáculos para a passagem do 
som, teremos a produçãode som vocálico.
Fonema vocálico é aquele que se produz nas 
cordas vocais e que não encontra obstáculos para 
sua saída do aparelho fonador.
Fonema Exemplos de Ocorrência
/ a / pá, casa, amarelo, lutar
/ ã / santo, cantar, samba, pão
/ e / meu, cena, verão, seleção, três
/ ε / mel, sexo, pé, Édipo
/ ẽ / pente, sentir, sempre
/ i / vida, animal, pirita, íris
/ ĩ / cinto, limbo, vinte
/ õ / sonda, contar, pomba
/ o / soro, porquê, vôlei, todo
/ c/ hora, volta, cipó, dólar
/ u / Urubu, tudo, surdo
/ ũ / junta, untar, retumbante
Os fonemas vocálicos do português estão repre-
sentados na tabela a seguir. Utilizamos como simbo-
logia fonética a recomendada pelo alfabeto fonético 
internacional, levando em consideração, porém, as 
peculiaridades dos fonemas do português.
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3
Então temos 12 fonemas vocálicos? Mas só há 
5 vogais!
Isso ocorre porque o alfabeto português é 
limitado para representar letra por letra cada um 
dos fonemas que emitimos. Assim, usamos, muitas 
vezes, combinações de letras para formar um único 
fonema. Em “santo”, por exemplo, o fonema /ã/ é 
representado graficamente pela combinação da letra 
“a” com a letra “n”.
Fonemas consonantais
Fonema consonantal é aquele que se produz 
pelo encontro de um obstáculo para sua saída do 
aparelho fonador. Esse obstáculo pode ser a língua, 
os dentes, os lábios, o palato... enfim, qualquer parte 
do aparelho fonador.
Note, por exemplo, que não há como o fonema 
/f/ ser produzido sem que o lábio inferior esteja unido 
à arcada dentária superior, funcionando como obs-
táculo à saída do ar. Daí ela ser chamada consoante 
linguodental.
A tabela abaixo mostra os sons consonantais 
do português com respectivos exemplos de ocor-
rência.
FONEMA EXEMPLOS DE OCORRÊNCIA
/ b / bola, briga, abanar, bobo
/k/ casa, queijo, crime, ácaro, cocaína
/∫/ enxame, cheio, Chipre, caixa, mecha
/d/ dado, dentadura, dragão
/d / dia, arcadismo, radical
/f/ folha, faca, almofada, sifão
/g/ guerra, água, graça, pagar, glosa
/ / gente, jiló, nojo, berinjela, tigela
/l/ louco, livro, palavra, apoplexia
/ / trabalho, talhar, molho, carvalho
/m/ menino, mimo, camelo, bruma
/n/ nada, namoro, cana, clonagem
/η / apanhar, nhoque, carinho, canhão
/p/ papo, aparente, possibilidade
/r/ amarelo, carambola, peru, Brasil
/R/ rosa, carro, barrento, rua, réu
/s/ passeio, saudade, lição, máximo, cacique
/t/ teto, trazer, metralhadora, pato
/t∫/ tia, patife, contigo, latido
/v/ véu, vida, velho, ovo
/z/ paisagem, zelo, piso, exame, casal
O mesmo que ocorreu com as vogais (mais 
fonemas vocálicos do que vogais-letras) ocorre com 
as consoantes. Há 18 delas no alfabeto, mas há 21 
fonemas consonantais no português. E isso sem le-
varmos em consideração que o “h” não representa 
fonema algum em nossa língua.
Qualquer país apresenta variações fonéticas 
regionais (diatópicas). Entretanto, para não esten-
dermos demais nossa análise para cada região, 
adotou-se aqui o padrão médio de pronúncia dos 
fonemas no Brasil.
Se você quiser, construa uma tabela em seu 
caderno com os devidos padrões de pronúncia da 
sua região.
Uma pessoa do Recife, por exemplo, não con-
siderará o fonema /t∫/ como válido na pronúncia 
de “titio”.
Em algumas regiões do sul do país, não se faz 
diferença na pronúncia de “carro” e “caro”.
Não há “certo” e “errado” na pronúncia. Va-
mos fazer essa discussão após apresentarmos o 
conceito de alofone.
Alofone ou variação alofônica ocorre quando 
a compreensão da palavra se mantém, mesmo com 
diversidade sonora.
Não se preocupe com essas variações. Elas não 
determinam questões de nenhum vestibular, pois não 
há um padrão correto ou um incorreto de pronúncia. 
Deve-se preservar e respeitar a cultura de cada re-
gião. Antes da Gramática vem a Cultura.
Suponhamos que você queira pronunciar a 
palavra menino. Se a última letra for pronunciada 
como o fonema /o/ ou como o fonema /u/, não haverá 
alteração na compreensão do vocábulo. Ora, vimos 
que a alteração de um fonema pelo falante altera 
a compreensão que o ouvinte tem desse vocábulo. 
Portanto, nesse exemplo da palavra menino, ocorre 
variação alofônica do “o” para o “u” e vice-versa.
Vale ressaltar que a variação alofônica é uma 
característica do vocábulo. A variação que anali-
samos em menino não ocorre, por exemplo, no par 
bola e bula.
Fonemas semivocálicos
Fonema semivocálico é aquele que representa 
os fonemas / u / e / i / quando presos a outra vogal. 
Não são chamados de vogais exatamente porque 
são assilábicos, isto é, não formam sílabas sozinhos 
e precisam estar presos às vogais.
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Vamos ver exemplos. Observe o par de palavras 
abaixo:
rua quase
Em rua, o “u” se separa do “a” e, portanto, 
constitui um fonema vocálico. Em quase, a pronún-
cia do “u” é diferente: ele se prende ao “a” e não é 
pronunciado independentemente.
Compare esses outros exemplos:
país (nação) pais (pai e mãe)
Em qual deles o “i” é pronunciado independen-
temente da vogal? Em qual está preso?
Como não há semivogal no alfabeto, os fonemas 
semivocálicos vêm representados graficamente por 
vogais ou até mesmo por consoantes.
FONEMA EXEMPLOS DE OCORRÊNCIA
/ y / mãe, hífen, pai, ária, rei
/ w / mau, mal, quase, réu, mel, água
Os fonemas / y / e / w / têm nomes específicos 
já que não podem ser pronunciados isoladamente: 
iota e vau. Note que, nestes nomes, ocorrem os 
dois fonemas: iota e vau.
Não confunda letra com fonema. O “i” e o “u” 
são sempre vogais do alfabeto. Semivogais são / 
y / e / w /. Assim, em “mau”, não se diz que o “u” 
é uma semivogal. Ao contrário, é uma vogal do 
alfabeto usada para representar o fonema / w /. O 
mesmo acontece em “mal”: o “l” é uma consoante 
do alfabeto; nesta palavra é usada para represen-
tar graficamente a semivogal / w /.
Transcrição fonética
Para representarmos isoladamente os fonemas, 
fizemos uso da representação fonética, que é feita 
entre barras: / a /, / b /, / k / etc. Fazemos transcrição 
ou tradução fonética quando representamos um vocá-
bulo por sua pronúncia, fazendo uso dos fonemas.
A transcrição fonética é sempre representada 
entre colchetes [ ].
Vejamos um exemplo de transcrição:
guerra [ g R a ]
Essa transcrição ainda não está completa. Como 
saber se se pronuncia guerra ou guerra, isto é, como 
se sabe qual a sílaba mais forte? Para resolver esse 
problema, usa-se um símbolo ( ‘ ) que antecede a 
sílaba pronunciada com mais força.
guerra [ ‘ g R a ]
Observe, então, as seguintes transcrições:
secretária [ s e k r e ‘ t a r y a ]
secretaria [ s e k r e t a ‘ r i a ]
influência [ f l u ‘ s y a ]
influencia [ f l u ‘ s i a ]
dúvida [ ‘ d u v i d a ]
duvida [ d u ‘ v i d a ]
Relação letra – fonema
Agora que você já sabe como se faz uma trans-
crição fonética, observe os vocábulos abaixo.
tórax [ ‘ t r a k s ]
5 letras 6 fonemas
hora [ ‘ r a ]
4 letras 3 fonemas
malha [ ‘ m a λ a ]
5 letras 4 fonemas
menino [ m e ‘ n i n o ]
6 letras 6 fonemas
Concluímos que não há uma relação letra – fo-
nema fixa nos vocábulos. O número de letras pode 
ser maior que o de fonemas (hora, malha), ou vice- 
-versa (tórax). Podemos ainda ter coincidência nesse 
número (menino).
Fenômenos fonológicos
Ao analisarmos a pronúncia de uma palavra, 
observamos a ocorrência de alguns fenômenos que 
podem, inclusive, determinar condições ortográficas 
do vocábulo. Os principais fenômenos fonológicos 
são:
encontros vocálicos;a) 
encontros consonantais;b) 
dígrafos;c) 
dífonos.d) 
Encontros vocálicos
Dá-se o nome de encontros vocálicos à ocorrên-
cia sequente de sons vocálicos e/ou semivocálicos. 
Os encontros vocálicos são quatro: o ditongo, o tri-
tongo, o hiato e o glide.
Ditongo
Ditongo é o encontro de um som vocálico com 
um semivocálico em qualquer ordem
(V + SV ou SV + V).
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Exemplos: `
pai [ ’ p a y ] mãe [ ‘ m ã y ]
quase [ ‘ k w a z i ] quando [ ‘ k w ã d u ]
Os ditongos podem ser:
quanto à posição da vogal:- crescentes: semivogal seguida de vogal.
quase [ ‘ k w a z i ] quando [ ‘ k w ã d u ]
- decrescentes: vogal seguida de semivogal.
pai [ ‘ p a y ] mãe [ ‘ m ã y ]
quanto à oralidade ou nasalidade da vogal:
- orais: se a vogal for oral.
quase [ ‘ k w a z i ] pai [ ‘ p a y ]
- nasais: se a vogal for nasal.
quando [ ‘ k w ã d u ] mãe [ ‘ m ã y ]
Exemplos `
ditongos orais crescentes:
água [ ‘ a g w a ] aquoso [ a ‘ k w o z u ]
equestre [ e ‘ k w ε s t r i ] árduo [ ‘a r d w o ]
ditongos orais decrescentes:
rei [ ‘ r e y ] maisena [ m a y ‘ z e n a ]
trouxa [ ‘ t r o w a ] balsa [ ‘ b a w s a ]
ditongos nasais crescentes:
iguana [ i ‘ g w ã n a ] quanto [ ‘ k w ã t u ]
ditongos nasais decrescentes:
hífen [ ‘ i f ẽ y ]	 fizeram	[	f	i	‘	z	ε r ã w ]
irmão [ i r ‘ m ã w ] cãibra [ ‘ k ã y b r a ]
muito [ ‘ m ũ y t u ] põe [ ‘ p õ y ]
O Ditongo é um fenômeno fonológico e não 
gráfico
Por isso observamos ditongo em mal, balsa, 
hífen, fizeram. Devemos estar atentos à pronúncia 
dos vocábulos e não à grafia, já que esta é secun-
dária, é posterior.
Tritongo
Tritongo é o encontro de um som semivocálico 
com um vocálico e outro semivocálico, sempre nesta 
ordem (SV + V + SV).
Exemplos: `
saguão [ s a ‘ g w ã w ] saguões [ s a ‘ g w õ y s ]
igual [ i ‘ g w a w ] iguais [ i ‘ g w a y s ]
Os tritongos podem ser:
- orais: se a vogal for oral.
igual [ i ‘ g w a w ] iguais [ i ‘ g w a y s ]
- nasais: se a vogal for nasal.
saguão [ s a ‘ g w ã w ] saguões [ s a ‘ g w õ y s ]
Hiato
Hiato é o encontro de dois sons vocálicos (V + V).
Exemplos: `
piada [ p i ‘ a d a ] saída [ s a ‘ i d a ]
baú [ b a ‘ u ] diarista [ d i a ‘ r i s t a ]
carioca [ k a r i ‘ o k a ] paraibano [ p a r a i ‘ b ã n o ]
Glide
Glide é o encontro de uma semivogal entre dois 
sons vocálicos (V + SV + V).
Exemplos: `
feia [ ‘ f e y a ] joio [ ‘ o y o ]
arraia [ a ‘ R a y a ] ensaio [ ẽ ‘ s a y o ]
Na prática, o que ocorre no glide é a formação 
de um ditongo decrescente seguido de um crescen-
te. Assim: feia [ f e y y a ]
Encontros consonantais
Encontro consonantal é o encontro de duas ou 
mais consoantes em um mesmo vocábulo.
Exemplos: `
trabalho [ t r a ‘ b a λ o ] preço [ ‘ p r e s u ]
absurdo [ a b ‘ s u r d o ] livro [ ‘ l i v r u ]
clave [ ‘ k l a v i ] dragão [ d r a ‘ g ã w ]
história [ i s ‘ t ּפ r y a ] arte [ ‘ a r t i ]
digno [ ‘ d i g n u ] fraco [ ‘ f r a k u ]
Os encontros consonantais podem ser:
- perfeitos: se ocorrem na mesma sílaba.
trabalho [ t r a ‘ b a λ o ]
preço [ ‘ p r e s u ]
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- imperfeitos: se não ocorrem na mesma sílaba.
história [ i s ‘ t ּפ r y a ]
arte [ ‘ a r t i ]
Encontro consonantal não é encontro de con-
soantes, mas de sons consonantais. Note que não 
ocorre encontro consonantal em balde, chave, 
pássaro, carro, manhã, palco, por exemplo.
balde [ ‘ b a w d i ] chave [ ‘ ∫ a v i ]
pássaro [ ‘ p a s a r u ] carro [ ‘ k a R u ]
manhã [ m ã ‘ ã ] palco [ ‘ p a w k u ]
Alguns autores não reconhecem a ocorrência 
de encontros consonantais em palavras como ritmo, 
psicólogo, gnomo. Alegam, coerentemente, que na 
prática há uma vogal de apoio entre a primeira e a 
segunda consoantes.
[ ‘ R i t∫ i m u ] [ p i s i ‘ c ּפ l o g o ] [ g i ‘ n o m o ]
Dígrafos
Dígrafo é o fenômeno em que um fonema se for-
ma graficamente pela junção de duas letras. Dígrafo 
vocálico é aquele que representa um fonema vocá-
lico. Dígrafo consonantal é aquele que representa 
um fonema consonantal.
Exemplos: `
dígrafos consonantais:
chave [ ‘ ∫ a v i ] pássaro [ ‘ p a s a r u ]
carro [ ‘ k a R u ] manhã [ m ã ‘ η ã ]
queixo [ ‘ k e y u ] piscina [ p i ‘ s i n a ]
guerra [ ‘ g ε R a ] exceção [ e s e‘ s ã w ]
desça [ d e s a ] trabalho [ t r a ‘ b a o ]
dígrafos vocálicos:
samba [ ‘ s ã b a ] canto [ ‘ k ã t u ]
pomba [ ‘ p õ b a ] dentro [ ‘ d ẽ t r u ]
limbo [ ‘ l ĩ b u ] cinto [ ‘ s ĩ t u ]
Não há necessidade de se decorar os dígrafos. 
Nem sempre esses agrupamentos de letras são dí-
grafos, o que pode ocasionar erros se não se pensar 
em análise fonológica.
quando [ ‘ k w ã d u ] – qu não é dígrafo nesse 
caso.
aguar [ a ‘ g w a r ] – gu não é dígrafo nesse 
caso.
pesca [ ‘ p ε s k a ] – sc não é dígrafo nesse 
caso.
amnésia [ a m ‘ n ε z y a ] – mn não é dígrafo nesse 
caso.
Dífonos
Ao contrário do dígrafo, dífono é o fenômeno 
em que uma letra representa fonologicamente dois 
fonemas.
O dífono presente no português é o da letra “x” 
representando os fonemas / k s /.
táxi [ ‘ t a k s i ] axioma [ a ‘ k s i o m a ]
Exemplos: `
IE
SD
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 B
ra
si
l S
.A
.
cão 
estúpido 
esse chinelo 
não é meu!
nem 
essa poltro-
na é sua, nem o 
cachorro e nem 
essa casa!
Vejamos os fenômenos fonológicos presentes 
no primeiro quadrinho. Encontramos: três ditongos 
(cão, não e meu); dois dígrafos (esse e chinelo); um 
encontro consonantal (estúpido).
Acento tônico e acento gráfico
Acento tônico
Acento tônico é como se chama o conjunto de 
intensidade, tom, timbre e duração de determinado 
fonema. Na prática, ele recai sempre sobre uma 
vogal cuja pronúncia se destaca numa palavra. Na 
transcrição fonológica, o acento tônico é sempre 
representado pelo símbolo ( ‘ ).
piada [ p i ‘ a d a ] o acento tônico recai sobre o a
saída [ s a ‘ i d a ] o acento tônico recai sobre o i
baú [ b a ‘ u ] o acento tônico recai sobre o u
jornalista [ o r n a l ‘ i s t a ] o acento tônico recai sobre o i
carioca [ k a r i ‘ ּפ k a ] o acento tônico recai sobre o o
Você pode reconhecer a vogal que recebe o 
acento tônico de uma palavra tentando pronunciá-
la de maneiras distintas até a pronúncia se ajustar 
à normal.
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[ p ‘ i a d a ] rimaria com Ilíada
[ p i a d ‘ a ] rimaria com vatapá
[ p i ‘ a d a ] rima com fada
Acento gráfico
Acento gráfico é um sinal gráfico que se põe 
sobre algumas vogais que recebem acento tônico. 
Os acentos gráficos são: o agudo ( ´ ), o circunflexo 
( ^ ) e o grave ( ` ).
Note, nos exemplos do item anterior, que quase 
todas as palavras têm acento tônico, mas apenas 
algumas têm acento gráfico.
saída (acento agudo)
baú (acento agudo)
vôlei (acento circunflexo)
Sílaba
Sílaba é um agrupamento fônico pronunciado 
com o mesmo impulso. Toda sílaba tem um fonema 
vocálico e não mais que um.
se-cre-tá-ria [ se kre t‘a rya ]
se-cre-ta-ri-a [ se kre ta r‘i a ]
Observem em se-cre-tá-ria que não há dois sons 
vocálicos na mesma sílaba, porque isso não pode 
acontecer. Há duas vogais do alfabeto, sim, mas não 
dois sons vocálicos.
Separação silábica
É a separação dos vocábulos por seus agrupa-
mentos fônicos, sem se levar em consideração seus 
elementos mórficos constituintes. Usa-se o hífen para 
indicar a divisão.
Como fazer a divisão silábica
toda sílaba tem somente uma vogal: •
me-ni-no tra-ba-lho pe-ri-go
não se separam os encontros consonantais do •
tipo CONSOANTE+R ou CONSOANTE+L.
tri-go a-brir Á-fri-ca
ca-bri-to a-pla-car a-tlas
consoantes seguidas de vogal ficam na sí- •
laba que a precede.
ab-sur-do as-te-ca ar-tis-ta
ad-vo-ga-do abs-ter
Note que em ab-sur-do, o “b” e o “r” não estão 
associados. Em as-te-ca, o “s” não está associado. 
Em ar-tis-ta, o “r” e o “s” não estão associados. Em 
ad-vo-ga-do, não se associa o “d”. Em abster, o “b” 
e o “s” não se associam, note também o “r” final.
Há casos, nos grupos BL, BR, DL e DR, em 
que o “B” e o “D” não se articulam sonoramente 
com a consoante seguinte. Nesse caso, far-se-á a 
divisão de acordo com a pronúncia.
sublinhar – sub-li-nhar
abrogar – ab-ro-gar
abrupto – ab-rup-to
Você poderia perguntar: mas como vou saber 
a pronúncia “certa”? O problema está exatamente 
na ausência de uma padronização gráfica dessas 
palavras. Põe-se o hífen em ad-renal, porque se 
pronuncia [ a d i R e‘ n a w ], não se põe em adre-
nalina (palavra derivada de ad-renal) porque se 
pronuncia [ a d r e n a ‘ l i n a ].
se iniciar a sílaba, a consoante não seguida •
de vogal não se separa da primeira vogalque aparece.
gno-mo psi-co-lo-gi-a cni-dá-rio
não se separam os dígrafos, à exceção de •
S-S, R-R, S-C, S-Ç e X-C.
sam-ba bi-cho ni-nho
tra-ba-lho tun-dra pa-gue
Mas:
car-ro pás-sa-ro pis-ci-na
ex-ce-ção des-ça
letras repetidas se separam. •
oc-ci-pi-tal fac-ção me-ei-ro
zo-o xi-i-ta ve-em
separam-se os hiatos; não se separam di- •
tongos e tritongos (isso porque a semivogal 
nunca se separa da vogal).
di-á-rio pi-a-da I-ta-já-í
ru-a vê-em xi-i-ta
rei qua-se sa-guão
i-gual quan-do pe-rí-o-do
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Há casos em que ocorre hiatação do ditongo 
crescente no fim de palavras. Admitir-se-ão duas 
divisões possíveis nesse caso:
his-tó-ria ou his-tó-ri-a
sé-rie ou sé-ri-e
ár-duo ou ár-du-o
no glide, a semivogal fica com a vogal do •
ditongo decrescente.
fei-a coi-ote en-sai-o
Translineação
Translineação é a passagem de parte de uma 
palavra para a linha seguinte do texto que se escre-
ve. A translineação obedece às regras de separação 
silábica e ainda exige outras considerações.
Exemplos: `
Os programas adotados são importantes para a erradi-
cação da miséria em nosso país.
Regras para translineação
não se deixa vogal de uma palavra sozinha •
em linha. Assim, a translineação só será per-
mitida nos lugares marcados por hífen.
pa-da-ria ani-mal edi-fí-cio
Em “padaria”, só não se pode fazer a transline-
ação na última sílaba (-a); e em “animal”, na primeira 
(a-). Em “edifício” também não se faz translineação 
da primeira sílaba (e-).
Note que palavras como “dia”, “após”, “amor”, 
“rio” não podem ser translineadas.
evita-se a translineação quando numa das •
linhas resta(m) sílaba(s) de efeito cômico ou 
vulgar. Assim, a translineação só será permi-
tida nos lugares marcados por hífen.
va-gabun-da curi-o-so
evita-se a translineação de nomes próprios. •
quando a translineação coincide com uma •
partição própria da palavra (caso de palavras 
que têm hífen na composição ou de verbos 
que recebem pronomes átonos), pode-se re-
petir o hífen, por clareza, no fim da linha.
fizeram-
ou
fizeram-
-se se
Classificação das palavras quanto 
ao número de sílabas
Quanto ao número de sílabas, as palavras po-
dem ser:
monossílabas: formadas por uma só sílaba. 
um, dois, tu, eu, meu, só, de, dó, a, ás...
dissílabas : formadas por duas sílabas. 
di-a, ho-je, nos-so, mi-na, te-to, no-bre...
trissílabas : formadas por três sílabas. 
tra-ba-lho, va-di-o, se-nho-ra, me-ni-no, a-bri-
go...
polissílabas: formadas por mais de três sílabas. 
tra-ba-lha-dor, in-cons-ci-en-te, cons-ti-tu-ci-
o-nal...
Sílaba tônica e sílaba átona
Sílaba tônica é aquela sobre cuja vogal recai o 
acento tônico. Sílabas átonas são as outras sílabas 
da palavra, que não a tônica.
As sílabas destacadas são as tônicas. As de-
mais são átonas.
tra-ba-lha-dor no-bre te-to
in-cons-ci-en-te va-di-o mé-di-co
Há ainda a classificação das átonas em pretô-
nicas e postônicas. Pretônicas antecedem a sílaba 
tônica, postônicas se põem após a tônica.
Em in-cons-ci-en-te, por exemplo, in-, -cons- e 
-ci- são átonas pretônicas e –te é átona postônica.
Há também sílabas intermediárias entre as 
átonas e as tônicas, as chamadas sílabas semitô-
nicas ou subtônicas. Estas ocorrem quando houve 
deslocamento do acento tônico de uma palavra que 
deu origem à analisada. Veja os exemplos.
do-ce (sílaba tônica do-)
do-ci-nho (sílaba tônica -ci-, sílaba subtônica 
do-)
rá-pi-do (sílaba tônica rá-)
ra-pi-da-men-te (sílaba tônica -men-, sílaba 
subtônica ra-)
As sílabas subtônicas merecem atenção porque 
nunca recebem acento gráfico.
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Classificação das palavras quanto à 
posição do acento tônico
Quanto à posição do acento tônico, as palavras 
com mais de uma sílaba podem ser:
oxítonas • : acento tônico na última sílaba.
u-ru-bu car-na-val ci-da-dão
i-mor-tal ci-pó par-tir
paroxítonas • : acento tônico na penúltima 
sílaba.
sa-í-da só-tão ci-da-de
va-di-o in-cons-ci-en-te di-fí-cil
proparoxítonas • : acento tônico na antepenúl-
tima sílaba.
mé-di-co lâm-pa-da pé-ri-plo
Fí-si-ca ma-te-má-ti-co his-tó-ri-co
Monossílabos átonos e 
monossílabos tônicos
A classificação feita no item anterior não é váli-
da para os monossílabos, já que só têm uma sílaba. 
Os monossílabos podem ser átonos ou tônicos.
Monossílabo átono é aquele que não tem for-
ça tônica própria e, para ser pronunciado, precisa 
apoiar-se em outra palavra que tenha carga tônica.
Veja:
A morte do diretor
[ a m ‘ r t i ] [ d u d i r e t ‘ o r ]
comoveu-nos.
[ k o m o v ‘ e w n u s ]
Monossílabo tônico é aquele que tem força 
tônica própria e, para ser pronunciado, não precisa 
apoiar-se em outra palavra.
São monossílabos tônicos:
os substantivos: •
som, nó, pó, trem, dó...
os adjetivos:
bom, mau, má, vil...
os verbos: •
faz, ser, é, vai, ir, pôs...
os numerais: •
dois, cem, mil...
os pronomes não átonos: •
eu, ti, tu, mim, nós...
os advérbios: •
mal, bem, já, cá, lá...
as interjeições: •
ai!, ui!, bah!, hum!...
Não tente decorar monossílabos tônicos e mo-
nossílabos átonos. Em caso de dúvidas, consulte um 
dicionário ou as tabelas apresentadas acima.
São monossílabos átonos:
os artigos: •
o, a, os, as, um, uns.
as preposições: •
a, com, de, em, por, sem, sob.
as combinações das preposições com os •
artigos:
à, ao, do, num, dum...
as conjunções: •
se, que, e, nem, ou, mas.
os pronomes oblíquos átonos: •
me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Obs.: Também as combinações de prono-
mes são átonas: mo, to, lho...
o pronome relativo “que”. •
as formas de tratamento: •
dom, frei, são, seu (senhor).
Tolkien e a Fonética
Você já ouviu falar de J. R. R. Tolkien? Pro-
vavelmente, sim. Ele é o criador de uma trilogia 
cuja fama já dura 50 anos: “O Senhor dos Anéis”, 
recentemente adaptada para o cinema.
A obra de Tolkien não se resume apenas à 
famosa trilogia. Estudioso de Filologia – Ciência 
que estuda a língua e a literatura – o escritor 
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inglês usou de todo seu conhecimento para criar 
não apenas histórias fantásticas, mas também 
toda uma cultura e uma história para os povos que 
habitam essas histórias: Tolkien criou idiomas que 
são cultuados e estudados por milhares de pessoas 
no mundo. Esses idiomas têm sistemas de escrita, 
de pronúncia e de sintaxe próprios.
O élfico, língua dos elfos, é dividido em Quenya 
(pronuncia-se “quênia”) e Sindarin. E esse sistema 
de escrita é fonético, ou seja, escreve-se como se 
estivesse fazendo uma transcrição fonética, mas 
com o uso dos símbolos gráficos específicos – os 
Tengwar.
Leia o seguinte texto (fonte: www.duvendor.
com.br). Foi mantida a escrita original.
Cena do filme “O Senhor dos Anéis”.
D
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ul
g
aç
ão
 N
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lin
e 
C
in
em
a.
QUENYA TENGWAINEN Escrevendo portu-
guês com os Tengwar
O intuito deste estudo é tornar possível aos 
estudiosos de Tolkein e aos demais interessados, 
escrever português usando o sistema de escri-
ta por ele idealizado. Quem se interessa pelos 
Tengwar e já os estudou, ou pelos menos deu uma 
olhada mais demorada no assunto, provavelmente 
já se perguntou: como será que escrevo meu nome? 
Como posso escrever essa palavra?
É para isto que serve este estudo: para que 
os falantes da língua portuguesa possam usar 
corretamente os Tengwar. É preciso deixar claro 
que, com as regras descritas aqui, não é possível 
escrever em uma língua élfica, pois para isso já 
existem muitos textos e artigos e este não é o obje-
tivo. Tudo o que poderão observar aqui está focado 
única e exclusivamente no português, língua essa 
que possui suas características, muitas vezes bem 
diferentes das línguas élficas. É também importan-
te lembrar que esse estudo é uma adaptação das 
regras dos Tengwar para as regras do português. 
Este texto não deve ser encarado como a única for-
ma de se escrever português usando os Tengwar, 
ou seja, qualquer pessoa pode mudar as regras 
e adaptá-las ao Tengwar como bem entender, de 
acordo com outras interpretações

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