Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pessoa Jurídica →É uma entidade criada pela força da vontade humana e que foi integrada a nosso ordenamento em decorrência de algo que faz parte da natureza do homem, por uma necessidade humana de se unir e atingir um objetivo comum →Conceito de Pessoa Jurídica: é um conjunto de bens arrecadados ou pessoas, dotado de personalidade jurídica própria devido a uma ficção legal e constituído na forma da Lei →Personalidade é a aptidão pra personalizar direitos e deveres →A personalidade das pessoas jurídicas não se confunde com a personalidade das pessoas que a compõem →Natureza jurídica: 3 teorias a) ficção legal: por Savigny: a pessoa jurídica tem uma existência ideal, não real, o ordenamento jurídico através de uma ficção que ele mesmo fez, consegue atribuir capacidade a essas pessoas, tem uma existência no papel b) teoria da realidade orgânica: quebra o paradigma do Savigny, barra de forma completa essa. Ela traz que a pessoa jurídica é um organismo vivo dentro da sociedade. c) teoria da realidade técnica: a pessoa jurídica existe por causa do direito e sua legislação, limites jurídicos, ela é uma realidade, não é ficção. É a adotada pelo CC. são várias teorias, mas segundo um critério positivista, a pessoa jurídica é um atributo conferido pelo Estado a certas entidades, desde que estas observem os requisitos : Quando a nacionalidade (critério de qual é a ordem jurídica fundante) A) pessoa jurídica nacional B) pessoa jurídica estrangeira quanto à estrutura interna: a) corporações – pessoas (sociedades, associações, partidos políticos, entidades religiosas) b) fundações – bens (patrimônios arrecadados com finalidade social) quanto à capacidade: a) de direito público – visa entender interesses públicos b) de direito privado – atender interesses privados obs: situação da EIRELI (empresa individual de responsabilidade limitada) É a constituição regular da pessoa jurídica que irá lhe conferir a personalidade. É o mesmo que o nascer com vida da personalidade civil A constituição, por sua vez, é um ato por meio do qual há o reconhecimento expresso do Estado acerca da existência da pessoa jurídica e, em última instância, materializa a vontade humana de criar aquela entidade Esse ato pode ser formalizado por meio de um estatuo ou contrato social, a depender da sua espécie 1- Vontade humana (é aceito empresa individual e sociedade) 2- Ato Constitutivo – requisito formal que a lei exige para que seja possível a concessão de personalidade, via de regra, é o registro competente o marco para o único da constituição e vigência da personalidade 3- Objetivo licito Adendo importante: se tratando de pessoas de direito público, outros são os requisitos para sua constituição além desses →As pessoas jurídicas possuem direitos da personalidade, isso pode ser visto no art. 52, CC que esclarece que é aplicado às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção aos direitos de personalidade. Ademais, a súmula 227 do STJ, afirma que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral, deixando evidente anterior entendimento. Ainda, o art. 5° da Constituição Federal, não faz nenhuma distinção entre pessoa natural e pessoa jurídica quando expõe sobre as violações aos direitos de personalidade e suas consequências tanto em dano moral quanto em material. →Não menos importante, há também a questão de política legislativa, que vai definir o momento em que a pessoa jurídica adquire personalidade e quais são os direitos decorrentes da aquisição de personalidade. →Em conformidade com os pontos levantados, pode se afirmar que a pessoa jurídica é titular de direitos da personalidade, mesmo com discordância entre doutrinadores. →Por fim, tendo em vista que as pessoas jurídicas não possuem uma estrutura física e psicológica como as pessoas naturais, seus direitos não abarcam por exemplo, a integridade física, mas, segundo a doutrina e jurisprudência, seriam aplicáveis às pessoas jurídicas o direito ao nome, a imagem, a intimidade (relacionado ao sigilo empresarial), entre outros. Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2 o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Extinção: quando suas atividades são encerradas, ou quando vai a falência Desconsideração: suspensão temporária da personalidade jurídica da pessoa jurídica Requisitos para a desconsideração Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. *como se o patrimônio da pessoa jurídica não mais respondesse aos atos, eles são congelados, e ficam sem responsabilidade. A suspensão é apenas para esse processo. Depois de acabado a desconsideração também acaba Disposições Gerais: Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. *RESPONSABILIDADE OBJETIVA= INDEPENDENTEMENTE DE CULPA Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. § 1 o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. § 2 o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. § 3 o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. § 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice- versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. § 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. § 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. § 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. § 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. § 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. § 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Compartilhar