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A Arte da Contação de Histórias para Despertar o Gosto pela Leitura

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A ARTE DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO UMA FERRAMENTA PARA DESPERTAR NA CRIANÇA O GOSTO PELA LEITURA
Geisa Santana Viana[footnoteRef:1] [1: Estudante de Letras: Língua Portuguesa e Literaturas da UNEB/ Campus II. E-mail: geisa.santana.viana@hotmail.com.
] 
 
Orientador (a): Dr. Ana Regina Dias
RESUMO O ato de contar histórias, além de ser uma atividade lúdica, amplia a imaginação e ajuda a criança a organizar a sua fala através da coerência e da realidade. Contar histórias é uma experiência de interação e constitui um relacionamento cordial entre as pessoas que conta e as que ouvem. Dessa maneira, o exercício de narrar histórias possibilita e permite debater aspectos do dia a dia das crianças. Partindo de tais pressupostos, nesta pesquisa busca-se discutir a importância da contação de histórias para o desenvolvimento intelectual da criança, envolvendo-o no universo da leitura e, por conseguinte, promovendo sua aprendizagem. Para tanto, utilizamos como referências bibliográficas Frantz (2011) e Ribeiro (1999), que forneceram orientações necessárias para embasar a discussão acerca da contação de histórias no desenvolvimento imaginário e intelectual da criança. Dessa forma, temos como objetivo geral desse estudo, aprofundar os conhecimentos acerca da arte de contar histórias literárias infantis e sua formação como leitores e apartir dessa arte despertar e/ou ampliarem o gosto pela leitura; como objetivos específicos, propomos refletir sobre a importância da contação de histórias para o desenvolvimento intelectual da criança, trabalhar a criatividade, ludicidade e a imaginação deste sujeito em formação e discutir o conceito de leitura numa perspectiva crítica, evidenciando o gosto pelo ato de ler. Para tanto, busca-se evidenciar como a contação de histórias pode ser trabalhada na escola de maneira lúdica e prazerosa e como é possível a criança reconhecer diferentes costumes da sua cultura em tempos diversos do seu.
Palavras-chave: Contação de história. Ensino aprendizagem de Leitura. Literatura infantil.
1 Introdução
 É importante e também reconhecido que a leitura é um poderoso instrumento e funciona como base para uma boa educação. Entretanto, é sabido que nas escolas, muitas das vezes, os professores não a utiliza para melhor obter o progresso do estudante e desta forma, torna-se mais difícil obter bons resultados. 
 Como é defendido por muitos autores, dentre eles Frantz (2011) Ribeiro (1999) e Zilbermam (1991) a literatura serve como base para desenvolver o gosto pela leitura; e no caso das crianças, entram em cena os livros infantis e a contação de histórias. 
 Falar sobre a importância da leitura e sua influência é algo que sempre me inquietou como cidadã, pois a aquisição da leitura para mim não foi algo muito fácil, porque a minha maior influenciadora não era alfabetizada e, portanto, não tive uma participação familiar para desenvolver o hábito de ler. Mas o que foi aparentemente um empecilho tornou-se um incentivo, para buscar desenvolver em outros que estivessem ao meu alcance, o interesse pela leitura e sua extrema importância para cidadãos em formação.
 O interesse pelo tema surgiu por estar na condição de mãe, estudante e educadora da educação infantil. Durante essa prática, observei o interesse dos estudantes, quando era exercida a prática da contação de histórias na sala de aula. Daí surgiu o desejo de ampliar e aprofundar conhecimentos na área, com o intuito de repensar a prática docente, contribuindo assim para tornar a leitura mais prazerosa e agradável na sala de aula, envolvendo elementos importantes como o da linguagem oral, que é a contação de histórias e no benefício de tal estratégia. Dessa forma, a literatura infantil pode ser uma parte integrante na ação pedagógica, do docente para a formação integral da criança, pois a mesma favorece para retirar barreiras educacionais e pessoais que todo individuo em formação estão expostos; além disso, busca-se principalmente o desenvolvimento da linguagem, do exercício intelectual da criança.
 Diante das inquietações, foi necessário buscar uma formação acadêmica para melhor desenvolver as iniciativas para as práticas de leitura. Com o início da formação acadêmica, fui motivada com um componente curricular que passou a ser mais um incentivo para a jornada. Logo após, o início do curso comecei a lecionar em uma escola primária e pude ver de perto a realidade de uma sala de aula, e as dificuldades que os meninos de 6 e 7 anos de idade enfrentavam, para decodificar as palavras, porém surgiram as perguntas. Como desenvolver nas crianças o gosto pela leitura sem pressionar ou traumatizar? Sem parecer algo imposto ou sem sentido para elas? Como mencionado anteriormente o componente curricular “O estético e o lúdico na literatura infantil” foi de primordial importância para perceber e encontrar na literatura infantil uma ferramenta e um suporte para incentivar e mostrar para as crianças, que a leitura não é algo sem sentido e assustador. Quando percebi que esta ferramenta podia melhorar e contribuir para o desenvolvimento das crianças, a leitura de contos passaram a fazer parte das aulas de linguagem e com decorrer do tempo, foi notada uma significativa mudança naquelas crianças que apresentavam dificuldades como: comunicação, expressar sua opinião nos assuntos debatidos na sala e também começaram a apresentar uma melhora bem significativa na decodificação das palavras e não tinham mais medo quando eram solicitados para ler ou falar sobre suas aventuras cotidianas.
 Assim, segundo as leituras e reflexões que eram feitas na sala de aula mediada pela docente do componente, encontrei na contação de história um meio para desenvolver nos estudantes das séries iniciais o gosto pelo ato de ler, para que a leitura não fosse apenas uma mera atividade, mas que existisse uma interligação com o estudante que lê na escola e os fatos ocorridos em seu cotidiano.
 Portanto, o ato de contar histórias, além de ser uma atividade lúdica, amplia a imaginação e ajuda a criança a organizar sua fala através da coerência e da realidade. Contar histórias é uma experiência de interação e constitui um relacionamento cordial entre as pessoas que contam e que ouvem. Dessa maneira, o exercício de narrar histórias possibilita e permite debater aspectos do dia a dia das crianças e desta maneira, despertar nas mesmas, o gosto pela leitura e o contato com os livros. 
 Ponderando sobre a importância das narrativas para o desenvolvimento intelectual da criança, são inconcebíveis que nos dias atuais, tal prática venha receber um tratamento no qual se priorize mais decodificação dos sinais gráficos, sem se levar em consideração os sentidos que podem ser desvelados na interação entre autor e leitor. 
 Analisando que o interesse pelos livros e, por conseguinte, pela leitura ocorrem na infância, defendemos a idéia de que a escola deve estabelecer práticas pedagógicas para estimular o desejo e o anseio pela leitura. Além disso, a leitura deve ser incentivada e fundamentada em ambiente próprio. A aprendizagem da leitura precisa partir dos conceitos iniciais que a criança possui, nas situações de leitura construídas por elas mesmas fora da escola. Devemos dar à criança a oportunidade de pensar, descobrindo que a leitura lhe traz benefícios significativos e a contação de história pode ajudar a obter tais benefícios.
 Sendo assim, a leitura produz novas práticas e contribui para o desenvolvimento social dos estudantes quando são apresentadas realidades de maneira lúdica, trazendo um melhor entendimento da verdadeira função da leitura. Nesta perspectiva afirma Góes: (...) “o contato com o livro deve ser iniciado o mais cedo possível, não só pelo manuseio (livro ao alcance das crianças) como pela história contada, pela conversa (diálogo mãe-filho) ou jogos rítmico.” (GÓES, p. 27)
 Diante do que foi colocado, questiona-se qual a importância de se trabalhara literatura infantil nas séries inicias? Como a contação de histórias pode contribuir efetivamente para desenvolver desde cedo o gosto pelo ato de ler? 
 No trabalho, definimos como objetivo geral verificar a permanência da arte de contar histórias literárias infantis na escola, compreendendo a relevância social dessa arte para despertar e/ou ampliar o gosto pela leitura. Ademais, elegemos como objetivos específicos 1) refletir sobre a importância da contação de histórias para o desenvolvimento intelectual da criança, 2) discutir como a contação de histórias pode ser trabalhada na escola de maneira lúdica e prazerosa 3) abordar alguns mecanismos favoráveis a contação de histórias de maneira lúdica e interacional.
 Tomamos como hipótese que o contato da criança com a Literatura Infantil é um momento mágico e também transformador, por ser este um espaço criativo e um mundo fantástico no qual a criança pode estar desenvolvendo e ampliando o seu conhecimento social e intelectual.
 Considerando a revisão bibliográfica inicial, observamos que os estudiosos da literatura infantil ressaltam a relevância social da contação de histórias para o leitor, conforme evidenciado por Ribeiro (1999) e Frantz (2011). 
 Para desenvolver este trabalho, recorreremos a uma abordagem qualitativa e bibliográfica, para alcançar uma compreensão mais detalhada do tema abordado: A arte da contação de história como uma ferramenta para despertar na criança o gosto pela leitura.
2. Conceituando a leitura
 A leitura não deve ser vista apenas como uma forma de adquirir conhecimentos, mas que a mesma proporcione também um desenvolvimento crítico na formação do leitor, pois se percebe os diferentes momentos, quando o sujeito dela necessita e da mesma se utiliza. Porém, o principal fato é que todos precisam entender que tanto a leitura como a escrita fazem parte de uma sociedade letrada, na qual todos estão inseridos. Nesse sentido, afirma Martins (2003, p. 23): “(...) ler significa inteirar-se do mundo, sendo também uma forma de conquistar autonomia, de deixar de ler pelos olhos de outrem”. 
 Partindo da importância da leitura e de sua eficácia na vida do sujeito, buscar-se-á conceituar leitura, partindo de alguns teóricos. Para Maria Helena Martins (1994, p.22) “o conceito de leitura está geralmente restrito á decodificação da escrita, sua aprendizagem, no entanto, liga-se por tradição ao processo de formação global do indivíduo, á sua capacitação para o convívio e atuação social, política, econômica e cultural”. Dessa forma, diante deste conceito, pode perceber-se que, a leitura não é usada de maneira a fazer que, o leitor se inteire com o mundo exterior, mas apenas para decodificar signos, e não para, despertar um gosto pelo que lê. 
 Segundo, Larrosa, “a leitura como formação e a formação como leitura. Pensar a leitura como formação implica a pensá-la como uma atividade que tem a ver com a subjetividade do leitor: não só com o que o leitor sabe, mas também com aquilo que ele é”. (2007, p.129)
 Em vista disso, Larrosa procura apresentar que, a leitura é um muito importante para cada sujeito, não sendo um ato isolado ou descontextualizado, mas (...) “a leitura, portanto, não é só um passatempo, um mecanismo de evasão do mundo real e do eu real. E não se reduz, tampouco, a um meio de conseguir conhecimentos. (2007, p.130). Contudo, é necessário que o leitor, neste caso, crianças em formação sejam incentivadas e entusiasmadas a leitura que, deixa-as interessadas. 
 Frente ao exposto, Jorge Larrosa enfatiza, “a imaginação era a faculdade mediadora entre o sensível e o inteligível, entre a forma e o intelecto, entre o objetivo e o subjetivo, entre o corporal e o incorporal, entre o exterior e o interior”. (2007, p.131). Na visão de Larrosa a leitura passa apresentar um caminho que, alarga e amplia a percepção de mundo á nossa volta, ou seja, quando o indivíduo lê, ele permite a sim mesmo novas descobertas, aprendizado que, torna-o conhecedor de seu mundo e diferentes espaços.
 Neste sentido, Ezequiel Theodoro apresenta sua concepção sobre leitura, pontuando que, “a leitura se reduz apenas á ação de oralizar o texto por parte do leitor, em outros termos, ler é ler voz alta, obedecendo apenas às regras de entonação das frases e apresentando uma postura expressiva e formando unidades frasais.” 
 Ler, segundo Freire, “não é marchar sobre a escrita, mas explanar o mundo e poder disseminar sua palavra sobre ele, intervir no mundo pela ação. Ler é adotar uma consciência. A leitura é antes de tudo é uma explanação do mundo em que se vive. Mas não é só ler. É também representá-lo pela linguagem escrita. Falar sobre ele interpretá-lo, escrevê-lo. Ler e escrever, dentro desta perspectiva, é também libertar-se. Leitura e escrita como exercício de livre-arbítrio”.
 Por isso, além da decifração, a leitura é um ato de aquisição que implica e designa certo posicionamento no mundo. Na leitura - encontro privilegiado entre o eu e o tu - o sujeito jamais vem ao texto de mãos vazias e jamais sai ileso desta relação (GERALDI, 2009). A leitura é, logo, uma tarefa criativa de produção lingüística e modificação de si, feita por um indivíduo discursivo que põe em cena certa maneira de abranger a realidade, dando prosseguimento ao diálogo existente entre os homens.
 Portanto, evidencia-se que, o ato de ler não deve se resumir em uma pedagogia de sacrifício, ou seja, do aprender por aprender, colocando assim um empecilho para o aprendizado, mas uma leitura com significados e funcionalista na prática do ensino. Assim, a leitura passará a ser uma interação do mundo e uma busca pela autonomia do sujeito.
 Partindo deste princípio, segundo, Fátima Berenice a leitura não deve ser um ato isolado, portanto, enfatiza:
A leitura, evidentemente, não é um ato isolado do indivíduo ante ao escrito de outro indivíduo. Sua dinâmica pressupõe ante ao escrito a decodificação de sinais e propõe a imersão do leitor no contexto social da linguagem e da aprendizagem, através da compreensão do discurso de outrem. Em vista disso, o texto literário circula nesse contexto de leitura caracterizado por um determinado tipo de trabalho lingüístico que permite acoplar á sua função não só as condições de emergência e utilização, como também ás instâncias normativas que o habilita para a escolarização. (CRUZ, 2012)
 Sendo assim, é de primordial importância que, a leitura não seja apenas, valorizada pela decodificação de símbolos ou com funções pedagógicas, mas ser trabalhada com atividades que, leve o leitor a descobrir a sua eficácia e sua colaboração para seu aprendizado.
3 A Literatura Infantil
 
 A literatura Infantil é considerada uma grande colaboradora no processo educacional, possuindo assim uma infinidade de autores que tem procurado contribuir com está prática, para que, dessa maneira se formem leitores críticos e que, atuem na sociedade na qual estão inseridos. A Literatura Infantil é um dos meios pelos quais se facilita a aprendizagem e o desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança facilitando o processo de alfabetização deste sujeito em formação, além de desenvolver a imaginação e o prazer pela leitura.
 Portanto, a princípio sendo uma literatura destinada para os adultos, a criança não recebia uma educação diferenciada e era considerado um adulto em miniatura, mas com o passar do tempo foi percebendo as necessidades e carências das próprias crianças e com as modificações que, as obras foram sofrendo passou-se a direciona-se ao público infantil. Ela por sua vez passou a dá um suporte no desenvolvimento e aprendizagem durante os anos iniciais e com mais freqüência nos primeiros anos escolares.
 O contato da criança com os contos e historinhas infantis é um momento mágico e também transformador, por ser este um espaço criativo e um mundo fantástico, mas sem se separar da realidade na qual elas vivem, neste sentido afirma Aguiar quando escreveu: 
“a literaturamostra o mundo por dentro, pois a ela o que interessa não é apenas o fato sobre o qual se escreve, mas as formas de o homem pensar e sentir esse fato que o identifica com outros homens de tempos e lugares diversos. (AGUIAR, 19998, p. 14).
 As histórias precisam está adequadas a sua realidade, acentuar a sua curiosidade, provocar a ansiedade pelo novo, pelos mistérios e fantasias, portanto todo este mundo deve ser apresentado à criança de forma que ela venha entender e perceber que a leitura não é apenas a decodificação dos sinais gráficos, mas é uma atividade de interação entre leitores e autores.
 No entanto, a escola pode ser este local adequado e de grande democratização do saber, precisa se tornar o espaço pelo qual se incentive e promova este gosto pela leitura, pois a Literatura Infantil ao ser inserida pode tornar-se ser um instrumento e uma poderosa ferramenta no qual a criança relaciona o real e o imaginário sempre enriquecendo seu aprendizado, fazendo com que, a fantasia seja despertada, o lúdico e o simbólico, mas despertando na criança que tais práticas são para despertar que a leitura é algo prazeroso e importante na interação e relação com o universo literário, portanto a escola precisa refletir sobre as concepções que fundamentam e estabiliza essa prática para que venha ser desenvolvida e exercida de forma lúdica e diversificada.
 Unido a esse contexto, o educador não se deve limitar ou se deter apenas na decodificação de símbolos, ele precisa procurar uma forma simples, criativa, motivadora e prazerosa, portanto não obrigatório e funcional. Partindo deste pressuposto, o professor precisa ter uma visão mais ampliada e atenciosa diante das seleções dos livros que serão trabalhados com os estudantes, pois na contemporaneidade em que, “a informação” passa ser uma prioridade e em sua grande maioria apresenta mais exemplares de cunho didático e funcional, camuflando assim a intenção informativa para uma roupagem ficcional e não perdendo o foco, pois quando se há mais informação nos textos literários se fecha o seu próprio significado e se perde a compreensão e a unicidade.
 Nesse sentido, a leitura de histórias, poemas, contos e fábulas é uma atividade que ajuda e serve muito bem para desenvolver, na criança, a habilidade de ouvir e desenvolver a cognição. Tais histórias desempenham papéis importantes. Dessa maneira, a Literatura em especial a Literatura Infantil é um suporte valioso na ação pedagógica do educador para desenvolvimento integral da criança, pois auxilia na retirada de empecilhos educacionais e pessoais de que tanto se fala, dando uma oportunidade mais favorável para educação, principalmente no desenvolvimento da linguagem, e a prática do exercício intelectual e emocional da criança, pois “ao ouvir uma história vai elaborando internamente esse universo estruturado através da linguagem. O pensamento é desafiado a buscar significação para aquilo que é narrado. (FRANTZ, 2011, p. 69)
 No entanto para que, se formem leitores decisivos, é necessário que a sala de aula esteja preparada para a dinamização dessa cultura viva, e o professor desempenhe a função de facilitador e contador dessas histórias, colocando assim a criança em contato com diversos gêneros para que, tenha a oportunidade de ler e de também escolher a que melhor se identifique com sua própria realidade, pois desta forma desde cedo ela desenvolverá a sua capacidade critica e automaticamente irá ampliar a capacidade de desenvolver-se no seu contexto social.
 Nesta perspectiva os professores precisam estender e aumentar seus conhecimentos, compreender e refletir que, a Literatura Infantil não deve ser voltada apenas para fantasia, imaginação, mas, sobretudo é um suporte valioso na ação pedagógica do educador para o desenvolvimento integral da criança, pois auxilia na retirada de empecilhos educacionais e pessoais de que se fala, dando uma oportunidade mais favorável à educação, principalmente no desenvolvimento da linguagem, e do exercício intelectual da criança.
 Nessa conjuntura, pode-se asseverar que, para aperfeiçoar cidadãos críticos e leitores criativos que, possam intervir na sociedade, é preciso estimular desde cedo à prática de leitura, por meio de poemas, lendas e conto. Pois, a leitura desses textos será de grande importância para aumentar a construção do conhecimento e possibilitará o desenvolvimento intelectual, social, emocional, afetivo e cognitivo de cada sujeito, pois “nem outra forma de ler o mundo dos homens é tão rica quanto os textos literários que permitem a formação dos sujeitos de forma lúdica e com facilidade como é o caso das crianças”. Corroborando com este pensamento afirma Aguiar:
“considerando que por meio da fantasia, da imaginação, da emoção e do ludismo que a criança aprende a sua realidade, atribuindo-lhe um significado, veremos que o mundo da arte é o que mais se aproxima do universo infantil”. (p.42)
 Por fim pode-se firmar que a Literatura Infantil é uma ferramenta que serve para ligar letras, palavras, frases, textos e histórias, ao raciocinar, ao interrogar, perguntar e ao analisar sobres novas dimensões e compreensões formando assim sujeitos letrados, todavia cadê a ao professor ser um facilitador e instrumentalizar aos seus educando uma Literatura de qualidade e que esteja a serviço da sociedade.
 Esta pesquisa tem como propósito ressaltar a importância e a função da literatura infantil no estimulo do pensamento critico, trabalhando a leitura, escrita e a interpretação de textos analisados pelos dos estudantes e assim estimular a criatividade dos mesmos. Apontando que por meio desta ferramenta existe a possibilidade de relacionar as produções escritas e orais com seu contexto de vida e o contexto social no qual estão inseridos dinamizando assim o processo de ensino-aprendizagem.
 Compreendendo que, o primeiro contato da criança com o texto geralmente é através das histórias contadas oralmente, sejam por seus familiares ou educadores é importante que, a literatura infantil seja utilizada como mais um recurso para o ensino da leitura e para incentivo deste sujeito em formação, pois contar histórias une as pessoas e consegue trazer de maneira lúdica os desafios do cotidiano. Neste sentido, ABRAMOVICH (1989, p.17), comenta “é ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes como: a tristeza, a raiva, a irritação, o medo, a alegria, o pavor, a impotência, a insegurança e tantas outras mais, e viver profundamente isso tudo que as narrativas provocam e suscitam em que as ouve ou as lê, com toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas faz( ou não) brotar.” 
 A literatura tem um papel essencial na constituição do ser humano, na conscientização de valores e princípios. A sua seriedade no alargamento da criança torna fundamental ao ato de contar histórias, sendo, sobretudo, um ato de amabilidade por parte do adulto, que distingue que a criança pode aprender muito, de modo lúdico e prazeroso, a respeito do mundo que a espera. 
 Segundo, ANTONIETA (1968), “o objetivo da literatura infantil é desenvolver a sensibilidade e o senso crítico. Levar os alunos a julgar o que vêem, lêem e ouvem é um dos maiores benefícios que a professora pode fazer para suas crianças”.
 Partindo deste pressuposto, é importante que o professor procure caminhos propostos pela própria imaginação da criança, pois as crianças nessa fase são curiosas e com muita capacidade de aprendizado e com vontade de adquirir mais conhecimento e através da interação com mundo que as cercas desenvolver sua própria identidade.
 Por essa razão, percebo que o envolvimento com a literatura e permitir conhecer outros padrões, enxergar o mundo através de outros olhos e de pensamentos, os mais diversos. É apresentar estilos, e como se utilizar da língua escrita, de forma viva com muito movimento e harmonia. Permite ao leitor viagens no tempo-passado e futuro-envolvimento em idéias e acontecimentos de nossa própria escolha.4 A importância da contação de história
 A educação infantil é a fase que transita entre 0 e 6 anos de idade, conforme regulamento do Ministério da Educação e Cultura - MEC. Nessa etapa da educação formal, os alunos expressam suas emoções e se comunicam de diversas formas, sendo a oralidade a mais corriqueira, e uma das formas de expressão mais importante e freqüentemente utilizada para trabalhar com as crianças.
 É nesta primeira infância que as crianças são extremamente impressionáveis e esses primeiros anos de vida são como uma janela aberta cheia de oportunidades para entusiasmar, ensinar e propiciar questionamentos. Desse modo, o contato da criança com a Literatura Infantil desperta e acentua este espaço criativo.
 Portanto, o aluno precisa ser um leitor que não apenas constrói/compõe/copia ou reproduz o que o outro falou ou escreveu, mas que recebe o texto e entende o que lê que procura pistas sobre o texto e tem a liberdade de aceitar ou não as conclusões do autor, pois têm sua própria opinião ao que estar lendo.
 Para isso, os educadores precisam estar cônscios da necessidade de se trabalhar com obras literárias infantis e incentivar uma leitura interativa que desenvolva nos estudantes questionamentos e um diálogo com seu universo infantil e imaginário, de forma a despertar nos pequenos leitores o prazer, gosto e interesse ativo para leitura, pois segundo Machado (2011, p. 19):
Na leitura de literatura se estabelece um pacto inconsciente entre texto e o leitor, em que este é levado a suspender sua descrença e a embarcar num mundo de outro tipo, numa outra dimensão, que não é a sua realidade cotidiana, mas ajuda a iluminá-la.
 
 Portanto, partindo da importância da leitura no aprendizado da criança a Literatura Infantil desempenha um importante papel na formação do leitor, e é de primordial seriedade que as leituras utilizadas na sala de aula não sejam utilizadas de forma maçante e com apenas o intuito de alfabetizar, mas que a mesma provoque uma interpretação e leitura do mundo ao qual ela faz parte.
 Assim sendo, a literatura, ou seja, o texto literário escrito ou narrado permite a construção de personagens que ao serem apresentados permite a descrição adjetiva e a relação de seus conflitos com o seu cotidiano, atuando assim na construção ideológica de cada sujeito, pois a narração e a apresentação de histórias na literatura estão sempre aparecendo para que o leitor faça uma relação entre ficção e realidade dando também a oportunidade de criar outro final para cada história narrada, pois,” a criança, portanto, merece ter contato com a literatura - seja com as narrativas, seja com poesia. ”(MACHADO, 2011, p. 37), para que, a criança também tenha a oportunidade de ter acesso a este conhecimento.
 A linguagem oral é a mais antiga forma de comunicação entre os seres humanos, porém a história tem papel importante e respeitável no desenvolvimento da criança. Mais que, uma linguagem oral, prazerosa e educativa, a prática de contar história possibilita o resgate da memória cultural e afetiva.
 Para tanto, fazem-se necessários adequar as histórias e os gêneros trabalhados a cada fase da infância. É necessário que o impulso natural seja estimulado com gravuras, desenhos, objetos de ilustrações para estimular a imaginação, pois segundo, Frantz (2011, p. 20), “a criança e a literatura infantil compartilham da mesma natureza - ambas são lúdicas, mágicas e questionadoras - e essas afinidades fazem com que a literatura seja a mais poderosa aliada do professor e da criança e do ser humano”.
 O ato de contar histórias apresenta-se em todas as fases do desenvolvimento humano em especial durante a primeira infância, quando a criança encontra-se em formação. “O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros, certa experiência sua, que poderia ter significação para todos” (COELHO, 2000, p. 13). Sendo assim, a contação de histórias infantis pode ser utilizada como uma prática pedagógica, porque a mesma pode contribuir para o desenvolvimento da criança nas séries iniciais. Todavia no desenvolver das narrativas faz-se necessário que o contador/professor vivencie a história dramatizando-o, buscando sempre utilizar meios e métodos que, ao contar as histórias proporcione ao ouvinte, que é a criança um aprendizado significado, pois:
A didática de contar histórias é cativante e enriquecedora na educação infantil, mas com o cuidado de que a estrutura da narração deve ser de forma clara para criança, de fácil linguagem, com imagens explorando a história de maneira lúdica, dentro de seu processo de aprendizagem a contação possibilitará as crianças um melhor desenvolvimento e capacidade de produção e compreensão textual. (SOUZA, 1997, p.12) 
 
 Ao contar histórias “o professor e o contador podem ajudar os alunos a reconsiderar seus objetivos individuais e fazer com que estes aproximem mais de si mesmo” (RIBEIRO, 2006, p. 19). A contação de histórias, a narração oral de histórias, permite ao sujeito que conta e ao sujeito que ouve um contato com outras dimensões do ser e da realidade que o cerca (BUSATTO 2006, p.25), ou seja, quando a criança “ouve uma história ela vai elaborando internamente esse universo estruturado através da linguagem. O pensamento é desafiado a buscar significação para aquilo que é narrado” (FRANTZ, 2011, p. 69).
 É preciso considerar que a prática da contação de história é um recurso para desenvolver o conhecimento, desencadear a imaginação, a sensibilidade e a manipulação crítica e criativa da linguagem oral. É possível, em todas as fases do desenvolvimento do ser humano, como nos leva a refletir Nelly Novaes Coelho (1991, p. 13): 
 
[...] o poder de resistência da palavra prova de maneira irrefutável que a comunicação entre homens é essencial á sua própria natureza. O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar ao outros, certa experiência sua que poderia ter significação para todos. 
 	 Quando as histórias são contadas e recontadas, elas possibilitam expandir o universo sócio cultural da criança e a veemência pela leitura, estimulando a imaginação através da construção de imagens já vistas, pois, como afirma Aguiar “a literatura pode suscitar prazer, porque tem seu fim em si mesmo, isto é, funciona como um jogo em torno da linguagem, das idéias e das formas, sem estar subordinada a um objeto prático imediato” (AGUIAR, 1998, p.26). São através da linguagem que se podem promulgar nossos adágios, a qual funciona como estruturadora do mesmo que é conduzido por um processo diligente em que os termos se associam por critérios afetivos ou através de aspectos sensório-motor da linguagem. E para reforçar, Frantz (2011, p.16) afirma que “O texto literário é de fator imprescindível no processo de formação do leitor. É a porta de entrada para o mundo da leitura”, ou seja, pode ser um suporte indispensável para o progresso do pensamento e da criatividade da criança. Nesse sentido, é importante lembrar que “a literatura infantil é ludismo, é fantasia, é questionamento, e dessa forma consegue ajudar a criança encontrar respostas para inúmeras indagações do mundo infantil, enriquecendo no leitor a capacidade das coisas” (FRANTZ, 2011, p. 20). Compreendendo esta dinâmica na Literatura Infantil, o professor precisa está atento para que, estes momentos de leituras através da literatura sejam prazerosos, significativos, gratificantes para criança e que na sua mente infantil tenha um sentido e significado próprio. Ao contar e recontar histórias existe a possibilidade de ampliar o universo sócio cultural da criança e interesse pela leitura, estimulando a imaginação através da construção de imagens vistas. Contudo, é por meio da linguagem que se expressa os pensamentos, a qual funciona como estruturadora do mesmo que é regido por um processodinâmico em que os termos se associam por critérios afetivos ou através de aspectos sensório-motor da linguagem. E para reforçar, Wallon (1995, p.77) afirma que “A linguagem é um instrumento e o suporte indispensável aos progressos do pensamento. Existe entre eles uma relação de reciprocidade”.
 
Conclusão
 Por fim, podemos dizer que a leitura é a melhor atividade para mente, pois a mesma traz conhecimento do mundo, do homem, da natureza, do progresso da ciência e das técnicas. Os livros auxiliam na aprendizagem do mundo e formam os leitores, que a partir de suas leituras estarão construindo o seu aprendizado.
 Portanto de todo o exposto nesse artigo, pode-se concluir que a introdução da literatura infantil na sala de aula pode ser apresentada como uma arte e uma forma de representar o mundo real, seja através da descrição transformada em narrativas, seja pela criação de personagens animados criados pelos seus autores.
 Pois, pensando numa educação para as crianças desde seus primeiros contatos com os livros, a literatura infantil apresenta-se como uma ferramenta indispensável junto à necessidade de reformulação dos padrões ideológicos e a literatura pode ser compreendida e valorizada suas riquezas de abordagens e significados, tendo o cuidado para não reproduzir estereótipos e valores etnocêntricos.
 Neste sentido, a leitura de histórias, poemas, contos e fábulas é uma atividade que ajuda a desenvolver na criança a capacidade de ouvir e desenvolver a cognição. Tais histórias desempenham papéis importantes e que podem desenvolver o prazer e o gosto pelo ato de ler e escrever, pois de acordo com Frantz (2011, p.??) “o ato de contar histórias não visa substituir a leitura do livro, mas aproximar ouvinte/leitor e texto/autor”.
 Compreendemos, portanto, como é importante que os professores, valorizem a exercício de narrar histórias como uma prática de leitura que pode desenvolver na criança o gosto pelo hábito de ler, fundamental para formação de leitores. Contudo é imprescindível que essa importância não fique só no discurso que seja fundamentado e que se busquem soluções e invista-se para construir um futuro com igualdade de direitos e respeito às diferenças de cada sujeito. 
 
Referências
COELHO, Betty. Contar história: uma arte sem idade. São Paulo: Ática 1991.
 COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
 FRANTZ, Maria Helena Zancan. A literatura nas séries iniciais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
JONAS, Ribeiro. Ouvidos Dourados: a arte de contar histórias... Para depois contá-las.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três que se completam/ Paulo Freire: Autores Associados: Cortez, 1989
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil Gostosuras e Bobices- 5º edição. Editora: Spcipione-2002.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Como ensinar literatura infantil. São Paulo, Bernardo Alves, 1968.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura e realidade Brasileira. 5 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997.

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