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Estagio III

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DIVISÃO DE ENGENHARIA 
CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DE IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS PELOS DESMONTE DE 
ROCHAS MAFILIPA 
 
 
Estudante: Vida Sozinho Vida 
Supervisor: Msc. Arsénio Changanane 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TETE, 2021 
VIDA SOZINHO VIDA 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DE IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS PELOS DESMONTE DE 
ROCHAS NA PEDREIRA MAFILIPA 
 
 
 
Pesquisa elaborada para cadeira de 
Planificação Mineira III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TETE, 2021 
 
AGRADECIMENTOS 
 
É muito bom chegar a esse momento, onde podemos finalmente agradecer a tantas pessoas que 
de alguma forma mim ajudaram e apoiaram. É primeiro lugar agradecer aos meus pais pela 
oportunidade que me concederam para puder estar aqui e ao meu docente Msc. Arsénio 
Changanane pelos ensinamentos e pela atribuição deste projecto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
Neste trabalho foram levantados alguns problemas ambientais decorrentes do processo de 
desmonte de rochas com uso de explosivos. A ênfase recaiu sobre os impactos ambientais, 
resultantes do processo do desmonte de rocha a céu aberto, os quais têm sido pouco estudados. A 
área de estudo fica localizada arredores da cidade de Tete (Mafilipa). A pesquisa em pauta 
embasou-se em fundamentos teóricos, procedimentos metodológicos e dados primários obtidos 
junto à pedreira Mafilipa. A análise do desmonte de rochas e de seus impactos ambientais 
contemplou as actividades, que vão da lavra ao beneficiamento das rochas, apontando os 
principais impactos ambientais sob a óptica da matriz de interacção. Concluiu-se que os impactos 
ambientais mais significativos resultantes da exploração de rochas com uso de explosivos na 
pedreira Mafilipa., na província de Tete, estão vinculados à etapa de detonação e que podem 
estender-se também para fora do domínio da mineração. Dentre eles, destacam-se: o 
ultralançamento, a vibração, gases e poeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‘’A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.’’ 
(Aristóteles) 
 
Índice 
AGRADECIMENTOS……………………………………………………………………………………………………………………i 
Resumo…………………………………………………………………………………..ii 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 
1.2. Justificativa do trabalho ..................................................................................................... 2 
1.3. Descrição dos objectivos .................................................................................................... 2 
1.3.1. Objectivo geral ............................................................................................................ 2 
1.3.2. Objectivos específicos ................................................................................................. 2 
1.4. Localização Geográfica da área de estudo ......................................................................... 2 
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................. 4 
2.1. Operação de desmonte de rochas ....................................................................................... 4 
1.2. Definições .......................................................................................................................... 4 
2.2. Problemas ambientais causados pelo desmonte de rochas ................................................. 5 
3. METODOLOGIA ................................................................................................................... 10 
4. APRESENTAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ................................ 11 
4.1. Apresentação de dados ..................................................................................................... 11 
4.1.1. Material extraído ....................................................................................................... 11 
4.1.2. Actividades de Extracção .......................................................................................... 11 
4.2. Discussão de resultados .................................................................................................... 13 
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................................. 14 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 15 
 
 
1 
1. INTRODUÇÃO 
Nos tempos recentes, um dos maiores perigos na Vila de Moatize são os problemas 
ambientais que a maioria desses problemas é oriunda das operações das minas a céu 
aberto existentes na vila. As operações das minas é a origem dos problemas ambientais 
que geram a ocorrência de impactos negativos como vibrações, ruídos, emissão de gases 
e ultra lançamentos, a mineração e responsável pela maior parte dos problemas 
ambientais que a vila enfrenta. 
metade de todos os acidentes relacionados com o desmonte a explosivos em minas a céu 
aberto. 
Geralmente em Moçambique, especificamente na Província de Tete, as pedreiras 
utilizam as operações de perfuração e desmonte por explosivos para explorarem a rocha. 
Neste processo, pode-se notar várias irregularidades que levam a ineficiência do 
desmonte, a fraca produtividade, a insegurança dos operadores ou das infra-estruturas e 
da população circunvizinha da área explorada. O presente trabalho de pesquisa aborda a 
identificação de impactos ambientais gerados no processo de desmonte de rochas na 
província de Tete. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1.1. Problema de pesquisa 
A partir do estudo de caso na pedreira Mafilipa, como o o desmonte de rochas com 
recurso a explosivos como cria impactos negativos e como mitigar. 
1.2. Justificativa do trabalho 
No ramo de mineração a segurança dos trabalhadores e das comunidades circunvizinhas 
tem sido um factor de extrema importância no que diz respeito a execução óptima das 
operações, garantindo a maximização da produção e redução de custos de extracção. É 
nesta perspectiva que se julga a questão de minimizar a ocorrência de impactos 
ambientais, pois se não for realizado um estudo prévio para determinar os impactos 
resultantes da operação, não será possível determinação de locais seguros para a 
alocação dos trabalhadores e equipamentos durante a operação de desmonte. 
Para o caso da pedreira verifica-se que ela está localizada a menos de 1km de uma 
comunidade e desta forma pretende-se identificar os impactos causados por esta 
operação para a melhoria das condições de vida da comunidade. 
1.3. Descrição dos objectivos 
1.3.1. Objectivo geral 
Identificar os impactos ambientais gerados pela operação de desmonte de rochas com 
recurso a explosivos. 
 
1.3.2. Objectivos específicos 
 Avaliar o planeamento das operações na pedreira; 
 Avaliar o processo de elaboração do plano de fogo e os parâmetros de controlo 
utilizados; 
 Apresentar os impactos ambientais gerados pela operação 
1.4. Localização Geográfica da área de estudo 
A área de estudo, localiza-se a 15 km do centro da cidade de Tete, capital provincial da 
província com o mesmo nome, junto a EN7, no sentido Tete - Changara. Quanto a 
situação geográfica, o distrito de Tete está limitado a norte pelo distrito de Moatize, a 
sul pelo distrito de Changara, a este pelo distrito de Moatize e a oeste pelo distrito de 
Changara, MAE (2013). 
O distrito de Tete possui uma superfície de 287 km
2
, o que corresponde a 0.3% do 
 
3 
território da província, e possui uma população média de 190.815 habitantes, dados 
referentes ao ano 2013. 
De acordo com os estudos geológicos realizados na área deste distrito constata-se que os 
recursos minerais predominantes são a argila e arreia de construção. 
 
Ilustração1 
Figura1: Mapa de localização geográfica da área de estudo 
Fonte: 
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwim
pMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-
QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Ch
angara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516 acesso a 
1/08/2021 
 
 
 
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516
 
4 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
A mineração compreende os processos, actividades e indústrias desenvolvidas com o 
objectivo de extrair substâncias minerais a partir de depósitos existentes no solo, 
Hartman (2002). De acordo com Hustrulid (1999) minério é um agregado natural de um 
ou mais minerais que podem ser minerados, processados e vendidos a um lucro. Para 
Hartmanet al (2002) um empreendimento mineiro divide-se em cinco fases distintas: 
prospecção, exploração, desenvolvimento, explotação e recuperação ambiental. 
2.1. Operação de desmonte de rochas 
O uso de explosivos na mineração tem por objectivo primordial a recuperação de certos 
minerais existentes no maciço rochoso. Esta recuperação envolve a fragmentação da 
rocha em diversas escalas. Portanto, a fragmentação na mineração envolve desde a 
cuidadosa separação de grandes blocos de rochas ornamentais até a moagem para a 
obtenção de pó de minério. Objectivos do desmonte de rocha de acordo com Iramina 
(2015) são: 
 Fragmentação e distribuição granulométrica adequadas que permitem carregamento, 
transporte, manuseio e beneficiamento eficientes (forma adequada, sem excesso de 
finos ou blocos muito grandes); 
 Formação da pilha de material desmontado; 
 Danos pouco significativos ao maciço remanescente; 
 Minimização de impactos ambientais; 
 Otimizar os custos, inclusive os das operações subsequentes. 
O problema central do desmonte por explosivos é sua optimização, o que envolve 
aspectos da perfuração, da carga explosiva nos furos e da detonação em si. Segundo 
Costa et al (2009) os parâmetros de dimensionamento do plano de fogo são: 
Afastamento, Espaçamento, Tampão, Subfuração, Altura do furo, Volume de rochas por 
furo, Perfuração especifica, Altura da carga, Razão de linearidade, Carga total e Razão 
de carregamento. 
1.2. Definições 
a) Desmonte de rocha com uso de explosivos: operação de arrancamento, 
fragmentação, deslocamento e lançamento de rocha mediante aplicação de cargas 
explosivas; 
a) Velocidade de vibração de partícula inicial: máximo valor instantâneo da 
 
5 
velocidade de uma partícula em um ponto durante um determinado intervalo de 
tempo, considerando como sendo o maior valor dentre os valores de pico das 
componentes de velocidade de vibração da partícula para o mesmo intervalo de 
tempo; 
b) Velocidade de vibração de partícula resultante de pico: máximo valor obtido 
pela soma vectorial das três componentes ortogonais simultâneas de velocidade de 
vibração de partícula, considerado ao longo de um determinado intervalo de tempo; 
c) Pressão acústica: aquela provocada por uma onda de choque aérea com 
componentes na faixa audível (20 Hz a 20.000 Hz) e não audível, com uma duração 
menor do que 1 segundos; 
d) Área de operação: área compreendida pela união da área de licenciamento 
ambiental mais a área de propriedade da empresa de mineração. 
e) Ultralançamento: arremesso de fragmentos de rocha decorrente do desmonte com 
uso de explosivos, além da área de operação. 
2.2. Problemas ambientais causados pelo desmonte de rochas 
Os principais impactos ambientais decorrentes de desmontes de rochas com explosivos 
estão associados à dissipação da fracção de energia liberada pelo explosivo na 
detonação que não é transformada em trabalho útil. Tal fracção de energia dissipa-se, 
em sua maior parte, através do maciço circundante sob a forma de vibrações, e da 
atmosfera sob a forma de sobrepressão atmosférica. Gera, complementarmente, poeira, 
podendo ainda ocasionar danos ao maciço remanescente e ultralançamentos. Outro 
efeito indesejável na detonação é a geração de gases tóxicos. Silva et al (2000) cita 
ainda como efeitos deletérios relacionados aos desmontes de rocha a possibilidade de 
contaminação de águas subterrâneas pelo escoamento de produtos químicos contidos 
nos furos e incômodos visual e psicológico decorrentes da não familiaridade do cidadão 
comum com a atividade. A figura 2 mostra os principais problemas gerados pelos 
desmontes de rochas. 
 
6 
 
Figura 1: Perturbações originadas pelo desmonte de rochas 
Detonações realizadas próximas a locais muitas vezes geram conflitos devido a 
impactos ambientais. Um dos principais problemas de atrito da comunidade coma 
mineração é o desmonte de rochas por explosivo. Nestas situações, os responsáveis 
pelas detonações têm, muitas vezes, pouco o que fazer, pois tentam encontrar um plano 
de fogo para optimizar o desmonte de rocha sem realizar uma pesquisa, com o uso 
adequado de instrumentação, para determinara influência de diversos parâmetros nos 
problemas ambientais gerados pelas detonações com o uso de explosivos. 
Os problemas ambientais causados pelo desmonte são: 
a. Poeiras e gases tóxicos 
Poeira, ou material particulado em suspensão, é gerada em operações de desmonte de 
rochas durante a perfuração do maciço pela acção das ferramentas de corte, aliado à 
limpeza do furo com o uso de ar comprimido, e durante a detonação com a ejecção de 
material constituinte do tampão e de fragmentos gerados. Equipamentos de perfuração 
dotados de colectores de pó ou a realização de perfuração a húmido são medidas de 
contenção. Detonações em condições atmosféricas que facilitem a dispersão da poeira 
minimizam seus efeitos sobre a população. 
Em condições ideais os gases gerados na detonação de explosivos constituiriam-se de 
 
7 
vapor de água, gás carbónico e nitrogénio, conforme mostrado pela reacção de 
detonação de mistura de nitrato de amónio e óleo combustível - ANFO. 
 
Formulações inadequadas dessa mistura provocam a geração de gases sob a forma de 
NOx e CO, considerados tóxicos. Silva et al (2000) cita ainda a possibilidade de 
ocorrência de gases sob a forma de SOx decorrente da utilização de óleo combustível 
contendo enxofre em sua composição. A geração de fuligem está associada ao excesso 
de óleo combustível. 
b. Ultralançamento dos fragmentos rochosos 
O ultralançamento é o lançamento indesejável de fragmentos rochosos da área de 
desmonte, representando um grande perigo para as pessoas que vivem fora do limite da 
mina. 
Dele decorrem os maiores riscos pessoais e materiais passíveis de ocorrer em um 
desmonte de rochas com explosivos. Sua prevenção dá-se na elaboração de um bom 
plano de fogo, não sendo, entretanto, suficiente para evitá-los. 
Silva et al (2000) citam as seguintes causas de ultralançamentos: 
 Afastamento insuficiente ou excessivo 
 impróprio alinhamento dos furos 
 Iniciação instantânea de furos em filas consecutivas 
 Ocorrência de anomalias geológicas 
 Tampão inadequado 
 Ultraquebrasou fragilização da face livre, decorrentes de detonações anteriores 
 
8 
 
Figura 2: Causas de Ultralançamentos 
A continuação da figura 3 mostra que o ultralançamento pode ser causado pela 
inclinação incorrecta da perfuração e por condições que permitam a fuga de gases 
explosivo são longo da descontinuidade do maciço rochoso ou uma alta concentração de 
explosivo em virtude da presença de vazios (cavernas) na rocha. 
c. Vibração do terreno 
A fracção da energia liberada pela detonação de cargas explosivas, transmitida ao 
maciço e não absorvida na fragmentação e lançamento de sua parcela sujeita ao 
desmonte provoca perturbações que se manifestam pela movimentação de suas 
partículas constituintes em torno de sua posição de equilíbrio, que será tão acentuada 
quanto maior for a intensidade da perturbação, dentro dos limites elásticos do meio. 
Essa movimentação de partículas é transmitida àquelas situadas em seu entorno, e assim 
sucessivamente, causando a propagação da onda através do maciço. 
Manifesta-se inicialmente como ondas compressivas, às quais se seguem ondas 
secundárias ou cisalhantes; sua interacção em interfaces como o ar gera ondas de 
superfície denominadas genericamente ondas sísmicas. 
A propagação dessas ondas sísmicas é afectada, em sua intensidade, pela energia 
liberada na fonte, distância percorrida, características do meio, tipo de onda, frequência, 
ângulo de incidência com interfaces entre meios distintos e descontinuidades existentes 
 
9 
no meio. 
São, provavelmente, a principal causa de conflitos envolvendo empreendimentos que 
empregam em sua actividade produtiva o desmonte de rochas com a utilização de 
explosivos e sua vizinhança. 
 
Figura 3: Efeitos de vibrações 
 
d. Sobrepressão atmosférica e ruído 
Sempre que um explosivo é detonado ondas transistes de pressões são geradas. Como o 
ar é compressível, absorve parte da energia da onda depressão, à medida que essas 
ondas passam de um ponto a outro, a pressão do ar aumenta rapidamente a um valor 
acima da pressão atmosférica. 
Antes dessas ondas retornarem a um valor abaixo da pressão atmosférica as mesmas 
sofrem uma série de oscilações. A pressão máxima, isto é, acima do valor da pressão 
atmosférica, é conhecida como sobrepressão atmosférica ou sopro de ar. 
Essas pressões compreendem energia em diferentes faixas de frequências. A sobre 
pressão atmosférica que se transforma com a distância em relação à detonação, ao 
atingir a frequência acima de 20 Hz é perceptível pela audição humana na forma de 
ruído, já os valores abaixo de 20 Hz são imperceptíveis, entretanto, eles podem causar 
 
10 
uma concussão nas residências. A sobre pressão atmosférica e o ruído são medidos em 
decibéis (dB) ou pascal (Pa). 
A sobrepressão atmosférica contém uma considerável quantidade de energia de baixa 
frequência que pode chegar a produzir danos directamente sobre as estruturas, 
entretanto são mais comuns as vibrações de alfa frequência que se manifestam como 
ruído das janelas, portas etc. 
Os elementos flexíveis de uma residência (paredes, pisos, teto etc.) e os objectos fixados 
aos mesmos (quadros, lustres, persianas, móveis, louças etc.) são muito sensíveis as 
sobrepressões atmosféricas. Muitas vezes a intensidade da sobrepressão é percebida 
pelos residentes através de objectos situados nas mesas, armários, estante, quando estes 
começam a vibrar, ocorrendo assim uma vibração secundária, provocando a reacção 
imediata dos ocupantes das residências. 
As sobrepressões atmosféricas, decorrente das actividades dos desmontes de rocha por 
explosivo, são causadas pela movimentação da rocha, emissão dos tampões, emissão 
dos gases através dos tampões e fendas da rocha. 
3. METODOLOGIA 
Esta pesquisa basea-se no estudo da operação de desmonte de rochas por explosivos, 
abordando principalmente como identificar os impactos ambientais para a proteção da 
população circunvizinha da pedreira. 
Sendo um trabalho de campo, de modo a executar este projeto o pesquisador esta 
analisar ciclicamente os dados colhidos no baseando-se nos conceitos de uma pesquisa 
ação, pois se colecta os dados numa primeira fase, faz-se a reflexão, seguidamente a 
análise dos dados, a implementação e por fim a comparação dos resultados obtidos com 
os esperados, caso não se atinja a meta esperada, procede-se a redefinição do problema 
e realiza-se novamente o ciclo até encontrar uma solução ótima. 
A realização desta pesquisa, também será suportada, com a utilização de diversos 
procedimentos metodológicos, como a consulta bibliográfica de textos e artigos na 
biblioteca do Instituto Superior Politécnico de Tete, bibliotecas da internet, como 
também a consulta de apontamentos de aulas atendidas ao longo do curso que abordam 
este tema. 
 
 
11 
4. APRESENTAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 
4.1. Apresentação de dados 
A pedreira Mafilipa é uma mineração de pequena escala que faz a extracção de gnaisse 
migmatíticos para finalidade de construção civil. A pedreira se localiza a 15 Km na 
direcção sul do centro da cidade de Tete. A frente de desmonte da pedreira dista a 
menos de 1 km da estrada Nacional N° 7. 
4.1.1. Material extraído 
Desta forma, o tipo de brita produzido na pedreira Mafilipa é proveniente da extracção 
da rocha gnaisse migmatitica. Quanto a estrutura geológica, a frente de desmonte é 
composta por rocha muito fracturada. 
4.1.2. Actividades de Extracção 
O processo de extracção compreende as actividades de perfuração, desmonte, 
carregamento e transporte do material para a planta de processamento. 
4.1.2.1. Perfuração 
Na perfuração a empresa utiliza uma perfuratriz de marca Epiroc D45, perfuratriz de 
accionamento pneumático com locomoção própria especificada para a abertura de furos 
que variam de 64mm a 102mm. A figura 5 ilustra a o equipamento de perfuração na 
malha de perfuração. 
 
Figura 5: Máquina de perfuração utilizada 
4.1.2.2. Desmonte de rochas 
O processo de desmonte de rochas nesta pedreira é realizado em duas fases: desmonte 
 
12 
primário e desmonte secundário. O desmonte primário é com recurso a explosivos e o 
desmonte secundário com recurso a um martelo manual. 
4.1.2.3. Carregamento e transporte do material 
Após o desmonte do material, com recurso a uma retroescavadora faz-se a limpeza da 
praça, e de seguida devido a compatibilização dos equipamentos, empilha-se o material 
consoante os tamanhos. Após o término do processo de empilhamento do material, 
inicia-se a fase de carga do material para os equipamentos de transporte, responsáveis 
por escoar o material até a planta de processamento. O transporte do material para a 
planta nesta pedreira é realizado por camiões basculantes. 
 
Figura 6: Equipamento de carregamento organizando material na praça de carregamento 
4.1.2.4. Processamento 
A planta de processamento da pedreira é responsável pela redução do material em 
granulometrias desejadas pelo mercado. 
As granulometrias produzidas pela planta de processamento da pedreira na época de 
colecta de dados são: Brita 3: (19 mm – 50 mm);Brita 2: (9.5 mm – 31.5 mm);Brita 1: 
(4.75 mm – 25 mm);Brita ½: (9 mm – 13 mm);Brita 1: (2.36 mm – 12.5 mm);Pedrisco 
< 12.5 mm; e Pó de pedra < 6mm. 
O produto proveniente da planta, é estocado em função da granulometria, através de 
uma pá carregadora de balde frontal. 
 
13 
4.2. Discussão de resultados 
Com os dados apresentados, verifica-se que a pedreira de modo a extrair o material 
realiza o desmonte por explosivos. Na análise do processo seguido pela empresa para a 
realização desta operação o autor identificou os seguintes problemas: ocorrência de 
ultralançamentos, vibrações, ruídos, emissão de gases e fraca fragmentação do maciço 
desmontado. 
Tendo-se em conta a localização desta pedreira, verifica-se que o problema torna-se 
mais crítico, pois a uma distância médiade 200 m da pedreira tem uma localidade 
habitada e a uma distância a menos de 1 km da pedreira passa a EN7. 
 
 
 
 
14 
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 
Para os problemas identificados na Pedreira, que são ruídos excessivos, 
ultralançamentos, vibrações fortes e emissão de gases que afectam o ambiente 
circunvizinho conclui-se que o plano de desmonte de rochas com explosivos da pedreira 
não esta optimizado, proporcionado impactos negativos ao ambiente e colocando em 
perigo os habitantes. Em suma, conhecendo-se os problemas ambientais resultantes da 
actividade mineradora, que compõe o desmonte de rochas com uso de explosivos, é 
possível se adoptar medidas mitigadoras e de compensação que evitem ou atenuem os 
impactos negativos advindos da mineração, reduzindo assim os danos sócio - 
ambientais e, consequentemente, os custos envolvidos na sua remediação ou correcção. 
Chegando a este ponto o pesquisador recomenda o uso adequado do tampão, regulação 
do uso do explosivo para evitar ultra lançamentos e excesso de carga. E por fim 
recomenda a optimização do plano de fogo. 
 
 
15 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Hartman, H. L et al (2002). Introductory Mining Engineering, 2nd ed. Editora John 
Wileys& Sons. New Jersey. 
Hustrulid, William (1999). Blasting Principles for Open Pit Mining General Design 
Concepts, Holanda, Balkema. 
Iramina, Wilson (2015).Introdução à Engenharia Aplicada à Indústria Mineral. Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Minas e de 
Petróleo, Pp. 20 – 30. 
M.A.E. (2013). Perfil do Distrito de Tete Província de Tete. 1ª Edição. República de 
Moçambique. Pg 1 – 45. 
Silva, V. C.;Variáveis que interferem nos problemas ambientais gerados durante os 
desmontes de rocha. 1998. 135 p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade 
de São Paulo – USP, São Paulo, SP. 
Tete (2018), 
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahU
KEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-
QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FP
erfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=153181700991
9516 acesso a 1/08/2021 
 
 
 
 
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwimpMCnnaPcAhXB6CwKHRy9A-QQ5TV6BAgBEAs&url=http%3A%2F%2Fchangara.tete.gov.mz%2Finformacao%2FPerfil_Changara.pdf&psig=AOvVaw1yjlUVOIQk8hqpQLAFUcN7&ust=1531817009919516
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