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Mineração a Céu Aberto Docente: Eng. Gilberto Cassecussa Tel: 258 824035754 Email: Cassecussa@Hotmail.com Mineração a céu aberto é uma actividade que consiste na extração de minerais localizados em baixas profundidades ou para jazigos aflorantes. A lavra a céu aberto divide-se em: open pit mining, strip mining e pláceres mining. A seleção destes métodos varia de acordo com o tipo de minerio a ser explorado e a sua disposição na superfície, as condições do ambiente de formação, disposição do minério. A lavra a céu aberto divide-se em: Open pit mining, Strip mining e Pláceres mining. Open pit mining (Lavras por Bancadas) Em Encosta (A lavra em encosta esta acima do nivel do escoamento da drenagem, e se faz sem acumular água.) Em Cava (A lavra em cava esta abaixo da cota topografica original, tornando a mina um grande reservatório, necessitando se de bombeamento para o esgotamento de água.) Lavra por Bancadas em Encosta Lavra por Bancadas em Encosta Lavra por bancadas em cava Lavra por bancadas em cava Lavra por bancadas em cava Lavra por bancadas em cava Open pit mining (Lavras de Rochas Ornamentais) Por Bancadas Em Matacoes Altas Baixas Lavra de rochas ornamentais Lavra por tiras Pláceres mining (Metodos Hidraulicos) Bateamento Lavra por desmonte hidraulicos Calhas e Represas Lavras por dragagem Nesse processo de mineração céu aberto sâo geralmente expandidas até que o recurso mineral seja esgotado, ou até que a razão crescente entre o volume de terreno de cobertura e o volume de minerio torne a continuação da extração não economica. Quando tal acontece, as minas a céu aberto podem ser transformadas em aterros sanitarios. Porem e necessario que exista algum tipo de control de água para a mina não se transformar em lagoa. Vantagens em relação a lavra subterrânea Maior produtividade Menor custo operacional Lavra de teores mas baixos Maior certeza nas reservas Menor limitação de peso e tamanho dos equipamentos Operações auxiliaries mas simples Maior segurança e menor recuração da jazida. Operações Unitarias a Céu Aberto 1.Desmonte de Rochas 2.Carregamento 3.Transporte Nota: Essas operações ocorrem concomitantemente, com exepção de detonação, que exige a retirada do pessoal e maquinas da área a ser desmontada por razões de segurança. Desmonte de Rochas Introdução A perfuração da rocha para fins de Desmonte de Maciços é a primeira das operações a realizar. O objectivo consiste em abrir espaços, neste caso furos, com distribuição espacial adequada ao maciço, onde posteriormente se irá alojar o explosivo e os acessórios que facultaria a Detonação e a consequente fragmentação de rocha. Os Diferentes métodos de Perfuração a céu aberto classificam em: Perfuração a Percussão Perfuração Rotativa Perfuração Térmica A seleção de perfuratrizes se faz Segundo a perfurabilidade da rocha, que se mede pelo avanço em mm/mim ou min/m. Perfuração percurssiva é feita golpeando a rocha com uma broca, causando a sua fragmentação por esmagamento. Exemplo: Na Perfuração percussiva se utilizam 3 tipos principais de brocas: Brocas em cruz com 4 patilhas de carbureto de tungstêrio; Broca tipo cinzel com um pastilha de carbureto de tungstêrio, e Broca de percurssão tipo “botton” com cilindros de carbureto de tungstêrio. Para seleção de equipamentos de perfuração percussiva deve se considerer os seguintes factores: Tipo de rocha (dureza e abrasividade), Tamanho e profundidade dos furos, Forma do terreno, Volume de produção e custo de equipamento. Além disso o equipamento de perfuração esta directamente relacionado com o tamanho do britador e do equipamento de carregamento. Perfuração Rotativa a perfuração é realizada através de movimento de rotação de uma broca, comprimindo sua rocha e causando seu esmagamento. A perfuração rotativa é o método de perfuração mas universal. Pode ser utilizada em material muito brando, com a utilização de brocas cortantes, e em rochas de dureza média a até duras, com a utilização de brocas rotativas. As carretas de perfuração para rochas brandas podem perfurar de 250 a 360m por turno de 8h. Perfuração Térmica Entre os processos térmicos, com exceção de abertura de canais laterais em rochas ornamentais com a utilização de “flame jet”, o unico utilizado em mineração é o “jet piercing’’, desenvolvido pela linda Air Products Corp. O método consiste em obter o arificio por esquentamento rápido da rocha a alta de temperatura pelo efeito de uma chama de gás de alta velocidade. O aumento brusco e rápido da temperatura causa uma quebra continua da rocha por acção do tricamento, sendo disprezivel a fusão da rocha. O método só e econômico para furos de 6 a 10’’ em rochas onde as perfuratrizes convencionais não dão resultados eficientes. A eficiencia dessas perfuratrizes depende sobretudo da capacidade da rocha de trincar-se. resultados particularmente bons foram obtidos na perfuração de taconitos. 1 – erros de marcação e de alinhamento dos furos; 2 – erros direcional e de inclinação; 3 – erros de deflexão; 4 – erros de profundidade do furo e desvio; 5 – obstrução ou furos perdidos. a)um erro direcional ocorrido em granito, b)deflexão causada por flexão gravitacional devido ao diâmetro de perfuração em furos inclinados. c) deflexão com ou sem furo piloto. Dimensionamento e seleção das perfuratrizes Para selecionar e dimensionar as perfuratrizes deve-se seguir alguns parâmetros, como: Velocidade de perfuração dos equipamentos; Litologia dos maciços rochosos – tipo de rocha a perfurar; Condições estruturais dos maciços rochosos. LIMPEZA DO FURO Com o objectivo de diminuir a acumulação de detritos produzidos pela perfuração no fundo do furo é necessário evacuar as partículas trituradas. A não evacuação dos detritos durante o processo vai provocar desgaste no bit diminuir e o rendimento do equipamento no sentido da diminuição da velocidade de penetração. A limpeza das partículas é efectuada através de fluido (agua, óleos, espumas, etc.) ou ar. Este fluido/ar é injectado sobre pressão até ao fundo do furo através das varas, existindo no bit umas aberturas que permitem a expulsão do fluido/ar. A limpeza, no caso mais comum, é realizada de dentro para fora: o fluido/ar sai pelo bit e o material é expulso ao longo das paredes do furo. As partículas que são evacuadas do furo, no caso de mina a céu aberto, são captadas pelo equipamento e reencaminhadas para um separador. Este separador divide as partículas em duas gamas granulométricas e tem duas saídas de evacuação. TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE PERFURAÇÃO A CÉU ABERTO Os equipamentos sobre rastos (esteiras) são mais utilizados em condições em que os terrenos sobre os quais se movimentam apresentam irregularidades e dificuldades de locomoção para pneus. Os equipamentos deste tipo são de comum utilização na indústria mineira especialmente nas explorações a céu aberto e com o objectivo de perfurações de produção. Estes equipamentos apresentam algumas desvantagens no que diz respeito à sua mobilidade que é reduzida. As vantagens que apresentam são a sua utilização em condições extremas do terreno e maior estabilidade do equipamento no momento de perfuração, evitando assim erros de desvios dos furos. A última etapa de classificação é o tipo de martelo, que depende do diâmetro de perfuração. No caso dos equipamentos sobre rastos (esteiras) a classificação não está assente no tipo de braço, mas sim no tipo de martelo (ligeiro, médio ou pesado). Carregamento CARREGAMENTO Carregamento é um processo que consiste no enchimento da caçamba ou acúmulo diante da lâmina, de material desagregado resultante do desmonte mecânico ou por explosivos, e deposição desse material carregado no equipamento de transporte. Em mineração à céu aberto utilizam-seamplamente as escavadoras de uma caçamba (Balde) e de caçambas múltiplas. Dentro das escavadoras de caçamba única predominam as pás carregadeiras (“traxcavator”), “shovel” e “dragline”. Entre as escavadoras de caçambas múltiplas destacam-se a pá mecânica de roda frontal (“bucket whell excavator – BWE) e as dragas de caçambas em linha. As escavadoras de uma caçamba são utilizadas em diversas situações mineiras e com qualquer dureza de rocha. As rochas brandas são escavadas por “shovel”, pás carregadeiras ou “dragline” sem o emprego de explosivo. As rochas duras são obrigatoriamente fragmentadas com explosivos antes de seu carregamento. Equipamentos de carregamento Dragas escavadoras: Existem dois tipos principais de dragas escavadoras: draga escavadora de mandíbulas (“cleam shell”) e draga escavadora de caçamba (“dragline”). As “cleam shell” servem para material muito frouxo e as “dragline” para materiais um pouco mais duros. Para materiais mais resistentes e em zonas acidentadas a “shovel” é mais indicada. A “dragline” trabalha em cima do banco que está sendo desmontado e possui os seguintes movimentos fundamentais: 1. deslocamento horizontal, 2. rotação em ângulo maior que 90, 3. altura regulável também do braço transversal, 4. caçamba arrastada sobre o piso do nível inferior, e 5. simplesmente gira e descarrega (não abre a caçamba). O giro é feito por gravidade (economia de energia) Algumas características da “dragline”: capacidade de escavar bem acima e abaixo do grade, pode funcionar em condições operacionais menos rígidas que a “shovel”, tem eficiência menor que uma “shovel” do mesmo tamanho devido a movimentos menos precisos, pode ou não necessitar de equipamentos auxiliares para disposição de estéril, normalmente utilizada para materiais moles e inconsolidados, e unidades grandes podem manusear rocha fragmentada (detonada). Pás mecânicas Existem três tipos principais de pás mecânicas: Pá mecânica giratória (“shovel”), Roda frontal giratória (BWE) e Retroescavadeira. A pá mecânica giratória ou “shovel” pertence ao grupo das escavadoras cíclicas. As “shovel” se dividem em: pás para construção (caçamba de 0,25 a 2,0 m3), “mining shovel” (caçambas de 3 a 19 m3) e “stripping shovel” (caçambas de 4 a 126 m3). A “shovel” é colocada no piso da bancada que é explotada por cortes sucessivos cujas frentes se dispõem no extremo do corte em operação A “shovel” escava a rocha com o corte de baixo para cima e avança em direção a bancada a medida que avança o trabalho. Movimentos fundamentais da “shovel”: 1. deslocamento horizontal, 2. avanço e recuo, 3. giro de 90, 4. regulagem da lança (entre 35 e 45), determina a altura de despejo, 5. levantar e abaixar a caçamba com o braço, e 6. abertura do fundo da caçamba para descarregá-la. Algumas características da “shovel” são: alta produção, manuseia qualquer tipo de material, inclusive pequenos matacões, condições de trabalho bastante rígidas necessita de equipamento auxiliar para deposição de estéril, com exceção de algumas “stripping shovel”, e mobilidade limitada. A retroescavadeira é um equipamento utilizado para o carregamento e desmonte de material que está abaixo da sua posição. A caçamba ao subir move-se até o nível da máquina, recolhendo o material e após o braço da caçamba gira e o material é descarregado pelo fundo. As BWE foram desenvolvidas para a mineração de linhito na Europa e tem como característica principal operarem em ciclo contínuo. Algumas características da BWE são: deve ser operada sobre condições de engenharia muito rígidas, alto custo de investimento inicial, limitada a escavações de rochas muito brandas, capacidade de altas taxas de produção, e necessita de sistema auxiliar de deposição de estéril. Trator com carregador de caçamba frontal (“traxcavator”): Esse equipamento possui a capacidade de desmontar e colher o material na caçamba. Presta-se para o desmonte de uma camada de material ou minério mole e o carregamento fácil de um caminhão normal. Existem dois tipos de pás carregadeiras: sobre rodas e sobre esteiras. As principais características da pá carregadeira sobre rodas são: Alto grau de mobilidade, Custos relativamente baixos de manutenção, Alto custo de pneus em rochas abrasivas (basalto, taconito, etc) Pressão relativamente alta sobre o terreno de apoio, e Altas velocidades que permitem o transporte de material a maiores distâncias em relação à máquina de esteiras. As principais características da pá carregadeira sobre esteiras são: Boa habilidade de escavação, Velocidade relativamente baixa de marcha, Custo alto de manutenção sobre terreno abrasivo, Pressão relativamente baixa sobre o solo, Boa capacidade para operar em taludes inclinados, e Alto grau de manobrabilidada. Trator de lâmina frontal (“buldozer”): Estes tratores servem basicamente para: Deslocamento de material, Limpeza do terreno, Preparo do campo para passagem de máquinas maiores, Tracionamento de “scrappers”, e Limpeza da frente de trabalho. Escavadora-transportadora (“scrapper”) Normalmente são veículos rebocados por tratores. Nessas máquinas a caçamba possui uma lâmina que se desloca sobre o solo (ou minério) a escavar e vai cortando e acumulando o material dentro de sua caçamba. Tem um rendimento muito superior ao trator de lâmina frontal, mas só trabalha em terrenos incoerentes com fragmentos grosseiros ou finos, areias, rochas plásticas e semi-plásticas. “Scrappers”: Excelente mobilidade, Limitados a movimentar material mole e finamente fragmentado, Requer equipamento auxiliar (“pusher”) para carregamento, Normalmente opera sem equipamento auxiliar para disposição de rejeito quando a distância é menor que 2 km até o bota-fora. O seu rendimento pode ser muito pequeno dependendo das condições operacionais. Hoje, grandes máquinas desse tipo operam em minas à céu aberto sendo utilizadas como máquinas auxiliares na mineração, preparando o terreno para as grandes máquinas ou removendo a camada de terra vegetal para posterior revegetação da área minerada. Motoscrapers Motoscrapers Cuidados para otimizar o carregamento Dimensionamento correto da caçamba Condições das bancadas, incluindo a altura correta para o equipamento de carregamento Boa fragmentação: possibilidade de trabalhar com ciclos e cargas constantes Praça em boas condições de trabalho TRANSPORTE: Em que consiste as operações de transporte? A operação de transporte consiste em transportar o material extraído da jazida até diferentes pontos de descarga. Na mineração à céu aberto os meios de transporte pertencem quase que totalmente aos ramos convencionais: rodoviário, ferroviário e hidroviário. Podem também ser utilizados transportes não convencionais como oleodutos, gasodutos, minerodutos e correias transportadoras. A seleção do tipo de transporte é determinada por 3 fatores básicos: 1. Características do jazimento, 2. Tamanho da explotação, e 3. Intensidade de condução dos trabalhos. As caraterísticas do jazimento determinam o método de acesso e sistema de explotação, comprimento das vias de transporte, inclinações, etc. O tamanho da produção determina a capacidade necessária dos meios de transporte. Cuidados para otimizar o transporte Estradas Rampas Curvas Poeiras Estradas Devem ser adequadas ao tamanho dos caminhões e ao volume de tráfego Devem ter de 3 a 3,5 vezes a largura do veículo mais largo que irá transitar Devem ser bem compactadas, sem detritos e com boa drenagem Rampas Devem ter inclinação tal que minimize o número de mudanças de marchas durante o percurso A inclinação máxima é fornecida pelo fabricante Curvas Largas e com boa visibilidade Devem ter super-elevaçãopara minimizar os efeitos da transferência de peso. Este movimento causa esforço acentuado na parede lateral do pneu, com possibilidade de saída do veículo pela lateral da estrada A super-elevação das curvas deve combinar com a velocidade prevista para o percurso Poeiras Condições de poeira intensa na praça e nas estradas afeta a produção, manutenção e segurança da operação Deve ser usado o “caminhão pipa” como ferramenta de apoio das mais importantes no transporte, sem lançar água em excesso Os principais tipos de transporte à céu aberto são: Ferroviário, Rodoviário, e Correias transportadoras. Transportes Ferroviários Trens: As principais características desses métodos de transporte são: São unidades de transporte de alto volume, longa distância e baixo custo unitário, Alto custo de investimento inicial, Pode movimentar material graúdo e blocos. Não pode ultrapassar inclinações maiores que 3% adversas e pode manusear material graúdo e blocos. Transportes Rodoviário Destacam se três tipos de caminhões: Caminhões basculantes Comuns Caminhões Articulados Caminhões fora de Estrada “Off Roads” Caminhões Basculante Comuns Os caminhões basculante comuns tem uma capacidade de carga de 35 toneladas Caminhoes Articulados Os caminhões Articulados empregues na mineração com capacidade de carga de 43 toneladas Caminhões fora da Estrada “Off Roads” Os caminhões off roads empregados na Mineração com capacidade de carga de 200 toneladas. Caminhões fora-de-estrada Principais Caracteristicas Caminhões: São unidades de transporte de baixo volume, média distância e alto custo unitário, Necessita de boas estradas para reduzir o custo de pneus, Limitado a um raio de operação de aproximadamente 6 km, Possuem grande mobilidade e flexibilidade, Pode movimentar material graúdo e blocos. Correias Transportadoras Principais Caracteristicas São unidades de transporte de alto volume, longa distância e baixo custo unitário, São difíceis e caras para movimentação, Alto custo de investimento inicial, Necessita de material britado para melhorar a vida da cinta, Alto custo de manutenção. Aplicação Correias transportadoras tem aplicação especialmente se o material escavado tem tamanho apropriado para a cinta da correia transportadora. Isso é frequentemente obtido com o uso de britagem no “pit” (britadores móveis). Correias Transportadoras Correias Transportadoras Para que o transporte em explorações a céu aberto seja feito em segurança, devem ser observados os seguintes pontos: Devem ser balizados os limites exteriores das bancadas utilizadas como estradas; A largura mínima das vias de trânsito deve ser 2 vezes maior que a largura do maior veículo utilizado, no caso de um via única, e 3 vezes no caso de vias duplas; É proibido o tráfego de veículos quando a visibilidade for 2 vezes inferior à distância mínima de travagem do veículo, rodando à velocidade máxima permitida; Circulação perto do talude, devendo a demarcação ser visível de modo a evitar a queda do veículo; Deve existir um regulamento interno de circulação e as vias devem ter sinalização adequada; A circulação em via dupla nas cortas deve fazer-se de modo que os veículos carregados circulem na parte interior da bancada, isto, é no lado da frente do degrau. Sistema e Circuito de Transporte O sistema e circuito de transporte em minas a céu aberto depende de inúmeros factores, sendo de realçar os seguintes: Tipo de exploração; Condições de trabalho; Produção; Características do material desmontado. Os referidos factores, associados a muitos outros, vão determinar o modo como as operações de perfuração, carga e transporte se desenrolarão, o modo como estas se conjugam ao longo da vida da exploração, bem como o tipo de sistema adoptado. O sistema e circuito de transporte pode ser de dois tipos: Contínuo; Cíclico. Nas operações contínuas em que certas máquinas combinam ou realizam simultaneamente o arranque e a remoção, as operações de corte, perfuração e uso de explosivos são eliminados, sendo o arranque e a carga (extracção) realizados numa única ou simples função, a escavação. A adopção de um sistema contínuo, em exploração a céu aberto, está essencialmente dependente da inclinação dos taludes, ou seja, da profundidade da exploração e da coesão e granulometria do material . Nas operações mineiras de superfície ou a céu aberto, os equipamentos mais comuns em sistema contínuo são as correias (ou telas) transportadoras e os minerodutos. No caso das operações cíclicas, as máquinas normalmente realizam em simultâneo as operações de carga e transporte, denominando-se por vezes máquinas de remoção. Dependendo do tipo de sistema existente são empregues diferentes equipamentos para a realização do transporte. No caso dos sistemas cíclicos os equipamentos mais utilizados são os dumpers, as pás mecânicas, e as gruas, sendo esta última determinante quando os trabalhos se desenvolvem em profundidade. Abertura de Vias de Acesso Abertura de Vias de Acesso. As vias de acesso são desenvolvimentos básicos que permitem atingir a jazida em um ou vários horizontes, possibilitando o escoamento das substâncias desmontadas. A escolha do sistemas de acesso dependem fundamentalmente de: Topografia local, Tipo e tamanho da jazida, Condições de capeamento, Extração visada, Tipo e vulto dos equipamentos, Valor do material minerado, Disponibilidades financeiras. Em lavras a céu aberto, as vias de acesso são, comumente, simples estradas principais, convenientemente construídas para possibilitar a lavra dos diversos bancos, que verticalmente dividem a jazida. Tipos de vias em lavras Ceu Aberto Vias permanente (vida util longa); Vias Semi-permanente (vida util média); Vias temporarias (vida util curta); Parâmetros Técnicos para Construção de uma Estrada de Mina Gradiente Largura Disposição da pista Curvas superelevações Intersecções leiras Tipos de Acesso em lavra a Céu Aberto. i) Sistema Zig-Zag ou Serpentina A estrada de acesso se desenvolve por vários lances, com declividade compatível com o tipo de transporte. Os diversos lances são concordados por curvas de grande ou pequeno raio, praça ou plataformas horizontais (manobra de veiculos), plataforma de reversão de marcha (trens evitar curvas de grande raio). Apresentam a vantagem de imobilizarem pequena área horizontal, com a desvantagem de uma baixa velocidade de transporte. ii) Sistema de Via Helicoidal Contínua Usado para jazidas de grande área horizontal, em cavas profundas, este sistema se constitui em uma via contínua, em hélice, apresentando lances planos e outros em declividade. O acesso é executado à medida que vão sendo extraídas as fatias horizontais, compreendidas no núcleo da hélice. A figura exemplifica o sistema de vias na forma de helicoidal empregado na mineração a céu aberto. https://kwp7zg.blu.livefilestore.com/y1mfmqZyb6YksDAJ8oqeREMFmfd2U9iQ8EqfDSJ3mUm-39JijgVOUmhr6Leg01ZwuKKpnSm3evMCESAcm2xNSonWAdg830cIpCrfCOKhItQ95WOBrPUKSwF5HzeZ2JFiRVtHTidk1GWd0bZc9PC3Bnv3A/09 DESV SIST HELIC.jpg iii) Sistema de Planos Inclinados a Céu Aberto Sistema aplicável a jazidas de pequena área horizontal, em cavas profundas. São possíveis declividades até 70º ou 80º, permitindo atingir o fundo da cava em reduzida extensão. O minério dos bancos é descarregado em chutes que alimentam os skips e estes, por sua vez, basculam em chutes fora da cava, que alimentaram trens ou caminhões. A figura exemplifica o sistema de planos inclinados. https://kwp7zg.blu.livefilestore.com/y1mo6VAlSmeZaOJy-uN70DMIBHxQUIlgSKLJap2p3g2ZGWlTmTjUoyBfSyrUKFCWGvIEbrpXQ4wbZsJWoafXhdrX8sf77GgZiFvF8V1LP4IeIoP4EkDIKML4YQiSXvt_pZmRx1xXSjTSYC5y5o5tHXE9A/10 SISTE PLANOINCLINADO.jpg iv) Sistema de Suspensão por Cabos Aplicável a cavas profundas e de pequena área horizontal. O minério é carregado em caçambas içáveis e despejado em chutes superficiais, para posterior transporte. Os cabos de suspensão estendem-se sobre a cava, suspensos por uma ou várias torres especiais. A figura exemplifica o sistema de suspensão por cabos. https://kwp7zg.blu.livefilestore.com/y1m3qQgc1znBYdPVeINLQljqGOKeThylL5MDEmvl96bAdXccceP6699bHu6XYL0DgPy_oYIy2pFd6-v3bIJFG4S0X_3M2Bn4nDDS89zLLyNGX-3eEHJqD8G68BAOUaujGTH4kaOydpPTAypkLz5S2743w/11 SIST SUSPENSAO DE CABOS.jpg SISTEMAS COMBINADOS Os demais sistemas de extração do minério na cava em surface mining envolvem combinação com serviços de underground mining (lavra subterrânea) e, conseqüentemente, limitações de extração periódica essenciais a estes serviços. O acesso de pessoal e equipamentos às frentes de trabalho é obtido por rampas auxiliares, parciais, de declividades pronunciadas (não sujeitas às limitações impostas pelo tráfego ascendente de caminhões carregados). https://kwp7zg.blu.livefilestore.com/y1mH1q2zf7p3Oo_tvlnAeniUPdXZW_5-utamJP7lDH_JRflxpWVfyAaUX6I3jZG8mdukTXu3NIkRTyn4NTgCk_1bSvVUhVX3G27v456-unl_D-nR0Lyx4XO1C2np9E7HGG9Rguzt8mGLRk7_AuAI1GzxQ/12 SISTE PO%C3%87O VERTICAL.jpg vi) Sistema de Ádito Inferior Consiste de um ádito sob o minério, associado a uma caída de minério que se liga aos vários bancos por travessas. Do ádito o minério é transportado para chutes externos, por veículos compatíveis com as dimensões de sua seção. A figura exemplifica o sistema de ádito inferior. vii) Sistema de Funil. A lavra se procede por sucessivos níveis na cava, sem bancos. O minério desmontado no fundo da cava em cones é escoado por aberturas afuniladas no fundo, atingindo chutes na base dessas aberturas, segue por travessas subterrâneas e é guinchado até a superfície por “skips” através de plano inclinado ou poço vertical e descarregado em chutes superficiais. Observações 1. Alguns desses sistemas não fornecem acesso às frentes de extração para homens e equipamentos. Esse terá de ser provido por vias transitáveis, de mais fácil execução, possibilitando rampas mais fortes, curvas de menor raio, pisos mais irregulares, etc. 2. Além das vias iniciais para saída de minério e acesso de homens e equipamentos, freqüentemente deve-se prover um “bota fora” para estéril do capeamento ou intercalado no corpo de minério, com vias total ou parcialmente separadas. MÉTODOS DE DESCOBERTURA Objetivo: Remover o material de capeamento do corpo de minério ao menor custo possível e dentro do prazo previsto. Fatores importantes na seleção do método de descobertura: Tamanho do corpo de minério, distribuição de teores, forma do jazimento. Natureza da cobertura a ser removida (rocha dura, estratificada, friável, terra, areia, argila, etc). Características e influência das estruturas geológicas (fraturas, falhas, presença de água, zonas tensionadas, etc). Alteração da cobertura pelas condições climáticas e inoperância dos equipamentos em estações desfavoráveis. Duração da operação e taxas de produção. Operação é contínua ou intermitente. Capacidade e distância de transporte até à área de disposição dos rejeitos. Utilização futura do equipamento de descobertura. O mesmo será utilizado para minerar o minério também ou só realizará a descobertura? Custos de descobertura e mineração à céu-aberto: Devido ao aumento da produtividade dos equipamentos o custo da descobertura na mineração de “open pits” tende a permanecer constante. Em contraste o custo de mineração subterrânea tem subido constantemente. Os principais fatores que afetam o custo de mineração à céu aberto são: Tipo de material minerado, Tamanho da operação, Distância a ser transportado o material. Como uma regra geral, o custo/ton tende a diminuir com o aumento na produção, aumento do tamanho das máquinas, decréscimo na distância de transporte e facilidade de manusear o material. A variação no custo de perfuração, detonação e carregamento geralmente são muito menores que as variações no custo de transporte que, além de ser um item substancial no custo direto de mineração, também é um dos mais variáveis itens de custo. Os principais sistemas de transporte são trens, caminhões, correias e “scrappers”. “Skips” e “pipelines” são métodos adicionais mas limitados. Os custos variam com a distância mas não em proporção direta. Em geral: Trens são melhores para distâncias muito longas, Correias transportadoras para distâncias longas, Caminhões para distâncias pequenas, “Scrappers” para distâncias muito pequenas. Sistemas de Descobertura: Sistema “Truck – shovel”: É um sistema normalmente selecionado por uma das seguintes razões: 1.A cobertura é rocha que quebra em pedaços angulares e largos. 2.Existe um acesso limitado à frente de operação. 3.As estradas existentes são pequenas e com inclinações íngremes. 4.É necessária extrema mobilidade e flexibilidade nas operações. 5.O transporte é de média distância. Sistema “Shovel-Train Stripping”: O uso de trem como unidade de transporte para essa operação de descobertura deve ser considerado quando uma das seguintes condições existe: 1. A operação é longa o suficiente para amortizar o alto investimento inicial. 2. A distância é longa (maior que 7 km) 3. As inclinações devem ser mantidas num mínimo, menores que 4% a favor e 3% contra. 4. O rígido sistema de transporte não prejudica o progresso da descobertura. 5. O material a ser transportado é grande, duro e na forma de blocos. O transporte por trens é particularmente adequado para operações de longo prazo e altas tonelagens de material. Sistema de “Rippers e Scrappers “: O desenvolvimento de tratores e “scrappers” maiores e mais potentes bem como de aços especiais para os pontos de ripagem, tem feito da ripagem (escarificação) e o uso de “scrappers” um método competitivo de descobertura em condições favoráveis de material a ser removido. Materiais que não podem ser escarificados ”in situ” podem ser removidos economicamente pela combinação de detonação com escarificação. A vantagem de aplicar-se o método “ripper-scrapper” é sua versatilidade. “Scrappers” podem movimentar-se para uma área rapidamente, construir suas próprias estradas ou rampas, e tem sua própria fonte de energia. É uma combinação particularmente efetiva quando o trabalho é pequeno, onde o acesso é limitado e onde as fontes de energia são escassas. Indicado para materiais moles e inconsistentes ou para pequenas detonações para afrouxar o material, tipo arenitos, calcários, ardósia, etc. Não é possível operar com fragmentos grandes de rocha. Sistema “Bucket Whell Excavator – BWE”: Grandes BWE tem sido construídas numa tentativa de obter-se baixos custos pela aplicação dos princípios da mineração contínua na remoção de cobertura estéril. Uma consideração cuidadosa dos sistemas auxiliares de disposição de estéril é imperativo de modo que as altas taxas de produção das caçambas possam ser efetivamente utilizadas. Minerador contínuo de alta produção e baixo custo unitário. Hoje são produzidas pequenas unidades para produções menores. Material mole e inconsolidado. Sistema “Draglines”: As “draglines” são usadas primariamente na remoção de coberturas onde a vantagem pode ser sua profundidade de escavação e disposição em linha reta. Também podem escavar coberturas submersas e são usadas em conjunção com outras unidades de disposição onde é necessário manter o sistema de deposição de estéril fora da área de trabalho. É difícil de carregar um alvo específico com caminhões, trens e “dumps”. Elas são freqüentemente usadas para lançar a cobertura diretamente para a área de deposição de estéril sem a necessidade de equipamento de transporte auxiliar. Com o advento das grandes“draglines” (acima de 200 jd3), aumentou a sua capacidade para manusear rocha alterada e possibilitaram também sua utilização em rocha fragmentada. O grande investimento para aquisição dessas máquinas exige seu uso contínuo para manter os custos unitários baixos. Outros sistemas de descobertura: Pás carregadeiras que apresentam caçambas com capacidade de até 20 jd3 podem ser competitivas com as “shovel” pequenas sob certas condições de trabalho. A sua mobilidade extrema comparada com a “shovel” é um fator que não deve ser desprezado. O uso de dragas é muito comum em lagos e terras inundadas onde a água é abundante. A draga de sucção (hidráulica) é a mais usada pois possui uma capacidade maior do que a draga de caçambas e pode movimentar a cobertura para o lugar de disposição via “pipelines”. Quando certas condições de descobertura existem, a utilização de métodos hidráulicos (monitores) para remoção de cobertura tem sido extremamente exitosos. São métodos interessantes se o terreno e a cobertura são favoráveis, a água é abundante e a recuperação da área minerada não é necessária. Equipamentos auxiliares: correias transportadoras, “pipelines”(transporte hidráulico por tubulações) e “skips” inclinados.
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