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Livro - Língua Portuguesa

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Língua Portuguesa 
 
Língua Portuguesa 
Telma Ardoim 
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Língua Portuguesa 
 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Telma Ardoim 
Revisão Ortográfica: Tatiane Rodrigues de Souza 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
 
A6771m Ardoim, Telma. 
Língua Portuguesa / Telma Ardoim. 2.ed – Niterói, RJ: 
Universo. 2010. 
 
167 p. 
 
1. Língua Portuguesa – Estudo ensino. 2. Linguística. 3. 
Linguagem e línguas. Comunicação não-verbal. 5. 
Semântica. I. – Título. 
 
 
CDD 469 
 
Bibliotecária: Ana Marta Toledo Piza Viana CRB 7/2224 
 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Língua Portuguesa 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora
Língua Portuguesa 
 
Língua Portuguesa 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
1. Apresentação da disciplina ....................................................................................... 07 
2. Plano da disciplina ..................................................................................................... 09 
3. Unidade 1 – A Linguagem Verbal e a Linguagem não-verbal ............................ 13 
4. Unidade 2 – Os Signos Linguísticos ........................................................................ 25 
5. Unidade 3 – Os Elementos da Comunicação Humana ......................................... 35 
6. Unidade 4 – As Funções da Linguagem ................................................................. 49 
7. Unidade 5 – As Diversidades do uso da Língua: Os Níveis da Linguagem ......... 65 
8 Unidade 6 – Os Mecanismos de Combinação e Seleção: A Coerência 
 - A Articulação de Sentidos .................................................................................... 87 
9. Unidade 7 – A coesão textual – Os “nós” linguísticos do texto .......................... 105 
10 Unidade 8 - A Semântica: o sentido das palavras: conotação e denotação .... 119 
11 Unidade 9 - A construção do texto: os gêneros textuais .................................... 135 
12. Considerações finais .................................................................................................. 155 
13. Conhecendo a autora ............................................................................................... 157 
14. Referências .................................................................................................................. 159 
15. Anexos ......................................................................................................................... 161 
 
 
Língua Portuguesa 
6 
Língua Portuguesa 
7 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Encontramos em Bechara (1991:15-6)1, a seguinte explicação: “Cada falante é 
um poliglota na sua própria língua, à medida que dispõe da sua modalidade 
linguística e está à altura de decodificar algumas outras modalidades linguísticas 
com as quais entra em contato (....)”. 
Em termos estruturais, uma língua pode ser concebida como um sistema que, 
associando os dois planos – falado e escrito – transforma o seu usuário em um 
falante / ouvinte e/ou um leitor / escritor, capaz de integrar-se no meio em que 
vive, como um cidadão que, além de ter o domínio de seu idioma, consegue 
interagir com a língua, cujo código linguístico se insere em algo muito maior – A 
LINGUAGEM – sistema de signos que permite a comunicação. 
Para melhor entendermos essa noção, citamos o linguista dinamarquês Louis 
Hjelmslev2 ( In. Terra, 2002:12 ) que reitera; 
 
A linguagem é inseparável do homem, 
segue-o em todos os seus atos. A linguagem 
é o instrumento graças ao qual o homem 
modela seu pensamento, seus sentimentos, 
suas emoções, seus esforços, sua vontade, 
seus atos, o instrumento graças ao qual ele 
influencia e é influenciado, a base mais 
profunda da sociedade humana. 
 
Em função daquilo que foi dito acima, o nosso objetivo é levá-lo a 
compreender os mecanismos linguísticos que garantem a coesão e a coerência do 
texto oral e escrito, não nos desviando nunca de que o contato com a língua é um 
processo natural, isto é, deriva do que chamamos de processo internalizado, 
próprio da natureza humana. 
 
1 Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. 
2 Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997. 
Língua Portuguesa 
8 
 
Ao optar por fazer a disciplina Língua Portuguesa no método de Ensino a 
Distância, você terá uma grande flexibilidade em efetuar o seu trabalho. O tempo, 
por exemplo, será definido por você.Prevemos um prazo para que você termine as 
atividades propostas, portanto, não deixe para o último momento a realização 
delas. Siga sempre as instruções de como proceder. 
No mais... Bom trabalho. 
Esperamos que você tenha um ótimo desempenho e um excelente 
aproveitamento. 
 
 
Língua Portuguesa 
9 
Plano da Disciplina 
 
Dividimos a disciplina em nove unidades, sendo que algumas se subdividem, 
por sua vez, em alguns tópicos para melhor compreensão. 
 Todas as unidades têm como base objetivos claros, baseados nas 
competências e habilidades necessárias para o seu enriquecimento enquanto 
usuário da língua materna. São eles: 
— Aplicar correta e fluentemente a língua, tanto escrita como falada, 
produzindo textos claros e coerentes; 
— Construir meios de expressão oral e escrita através das várias 
modalidades do uso da língua materna atendendo, sempre que necessário, à 
norma culta da língua; 
— Inferir as diversas representações das palavras e das imagens no discurso 
do cotidiano; 
— Aplicar a língua em sua relação com o contexto real da fala, propiciando a 
inter-relação idiomática da sociedade; 
— Consolidar uma reflexão analítica e crítica sobre a linguagem como 
fenômeno psicológico, social, educacional, histórico, cultural, político e ideológico. 
 Faremos, então, um pequeno resumo acerca de cada unidade para que 
você possa ter uma visão global daquilo que irá estudar. 
UNIDADE 1 – A LINGUAGEM VERBAL E A LINGUAGEM NÃO-VERBAL 
 Sendo a linguagem um sistema de signos utilizados para a sua produção, 
podemos fazer uso da palavra (escrita ou falada) ou de outras formas de 
comunicação (sons, gestos, desenhos, cores, etc.). Quando utilizamos a palavra, 
estamos diante da LINGUAGEM VERBAL. No outro caso, temos a LINGUAGEM NÃO-
VERBAL. 
Língua Portuguesa 
10 
 
UNIDADE 2 – OS SIGNOS LINGUÍSTICOS 
 A Linguística – ciência que estuda as mútuas relações e princípios da 
língua – nos apresenta o signo linguístico como o código verbal necessário para a 
comunicação. É a língua a mais concreta manifestação de identidade de um povo. 
UNIDADE 3 – OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA 
 Para que, realmente, a comunicação aconteça se fazem necessários 
alguns elementos que estabeleçam vínculos fundamentais, visando o envio e a 
recepção da mensagem. 
UNIDADE 4 – AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Sempre que nos comunicamos, temos uma razão para fazê-lo. Assim, para 
cada tipo de mensagem que enviamos (ou recebemos) há uma função específica 
que está intrinsecamente ligada aos elementos da comunicação (conteúdo da 
Unidade III). 
UNIDADE 5 - AS DIVERSIDADES DO USO DA LÍNGUA – OS NÍVEIS DA 
LINGUAGEM 
 Do mesmo modo que temos funções diferentes para cada de tipo de 
comunicação, também temos o uso diversificado da língua em diferentes 
situações, ambientes, faixas etárias, culturas, etc. É sob esses aspectos que 
podemos caracterizar o dinamismo da língua. 
UNIDADE 6 - OS MECANISMOS DE COMBINAÇÃO E SELEÇÂO: A COERÊNCIA – A 
ARTICULAÇÂO DE SENTIDOS 
 A Coerência – a articulação de sentido. Todo texto – independente do seu 
tamanho – necessita de uma estruturação lógica que faz com que palavras e frases 
componham um todo significativo para seus interlocutores. Não só o texto em si 
deve ser coerente, mas também as ideias terão que estar articuladas entre si. 
Língua Portuguesa 
11 
 
UNIDADE 7 – ELEMENTOS COESIVOS – O CONTROLE DO ‘NÓS’ LINGUÍSTICOS 
ATRAVÉS DOS MECANISMOS COESIVOS 
 Se em um texto deve haver coerência de ideias; há de haver também uma 
conexão gramatical capaz de fazer as articulações entre as palavras, orações, 
períodos e parágrafos. 
 
UNIDADE 8 – A SEMÂNTICA: O SENTIDO DAS PALAVRAS 
 Parte da gramática que se dedica ao estudo dos aspectos relacionados 
aos sentidos de palavras e enunciados. A Semântica se detém ao contexto em que 
essas palavras estão empregadas. 
UNIDADE 9 – A CONSTRUÇÃO DO TEXTO – OS GÊNEROS TEXTUAIS – 
RECONHECIMENTO 
 Ao construirmos um texto, teremos que atentar para o tipo de texto que 
queremos redigir. Sendo assim, reconhecer os gêneros textuais e suas 
características específicas é fundamental para a sua elaboração. 
 
 
Língua Portuguesa 
12 
 
 
Língua Portuguesa 
13 
A Linguagem Verbal e a 
Linguagem não-verbal 
Linguagem e Sociedade. 
A Linguagem e o processo de comunicação. 
Conceitos de Linguagem, Língua, Fala e Discurso. 
1 
Língua Portuguesa 
 
14 
 
Caro aluno é importante que você atente para o fato de que, como ser social 
que é, “usa e abusa” da linguagem para se comunicar. Imagine-se num mundo sem 
as diversas formas de comunicação encontradas. Seria possível algo assim? Já dizia 
o comunicador Chacrinha: ‘quem não se comunica, se trumbica’. Portanto, vamos 
começar a nossa primeira comunicação, digo, a nossa primeira unidade. 
 
Objetivo(s) da Unidade: 
Fazer com que o aluno reconheça o caráter social da língua e o seu papel no 
processo comunicativo, permitindo a construção de enunciados portadores de 
sentido, quer utilizando a linguagem verbal, quer a não-verbal. 
 
Plano da Unidade: 
 Linguagem e Sociedade. 
 A Linguagem e o processo de comunicação. 
 Conceitos de Linguagem, Língua, Fala e Discurso. 
 
 
Bem-vindo à primeira Unidade de Estudo. 
Sucesso! 
 
Língua Portuguesa 
 
15 
 
A Linguagem Verbal e a Linguagem Não-Verbal. 
 
TEXTO 1: LÍNGUA E SOCIEDADE 
O caráter social de uma língua já parece ter sido fartamente demonstrado. 
Entendida como um sistema de signos convencionais que faculta aos membros de 
uma comunidade a possibilidade de comunicação acredita-se, hoje, que seu papel 
seja cada vez mais importante nas relações humanas, razão pela qual seu estudo já 
envolve modernos processos científicos de pesquisa, interligados às mais novas 
ciências e técnicas, como, por exemplo, a própria Cibernética. 
 Entre sociedade e língua, de fato, não há uma relação de mera casualidade. 
Desde que nascemos, um mundo de signos linguísticos nos cerca e suas inúmeras 
possibilidades comunicativas começam a tornar-se reais a partir do momento em 
que, pela imitação e associação , começamos a formular nossas mensagens . E toda 
a nossa vida em sociedade supõe um problema de intercâmbio e comunicação que 
se realiza fundamentalmente pela língua, o meio mais comum de que dispomos 
para tal. 
Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos, cercam a vida do homem 
moderno, compondo mensagens de toda ordem (Henri Lefèbre diria poeticamente 
que “ niágaras de mensagens caem sobre pessoas mais ou menos interessadas e 
contagiadas ”), transmitidas pelos mais diferentes canais , como a televisão, o 
cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o telégrafo, os cartazes de propaganda, os 
desenhos, a música e tantos outros. Em todos, a língua desempenha um papel 
preponderante, seja em sua forma oral, seja através de seu código substitutivo 
escrito. E, através dela, o contato com um mundo que nos cerca é 
permanentemente atualizado. 
Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que 
compromete não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como 
também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de 
comunicação de massa até a vida cultural, científica ou literária. 
PRETI, Dino. Sociolinguística: os níveis da fala. São Paulo, Editora Nacional, 1974. P. 7 
Língua Portuguesa 
 
16 
 
A Linguagem e o Processo de Comunicação 
 
Muitas vezes não damos a devida atenção ao que é tão normal para nós: a 
nossa volta, a linguagem está presente em todas as suas manifestações o tempo 
todo, fazendo partedo nosso cotidiano. Para isso, faz-se necessário conceituarmos 
o que é LINGUAGEM, LÍNGUA, FALA e DISCURSO – vocábulos que iremos usar 
com bastante constância em nosso conteúdo: 
 LINGUAGEM: 
É a representação do pensamento humano através de sinais que 
garantem a comunicação e a interação entre as pessoas. 
 LÍNGUA: 
É um código formado por palavras e combinações de leis por meio 
do qual as pessoas se comunicam entre si. 
 FALA: 
É a ação ou a faculdade de utilização da língua. A oposição língua X 
fala separa o social do individual. 
 DISCURSO: 
É a utilização individual da língua. Assim sendo, como a cada um é 
dado um modo próprio de se expressar, essa marca própria, recebe o 
nome de estilo. 
Inúmeras linguagens aparecem nos atos de comunicação. Entre elas fazemos 
uso da linguagem verbal (que utiliza a língua oral ou escrita) e a linguagem não-
verbal (faz uso de qualquer código que não seja a palavra – sinais, símbolos, cores, 
gestos, expressões fisionômicas, sons, etc.). 
Podemos citar como exemplo do uso da linguagem verbal uma carta, um out-
door anunciando grandes promoções de uma loja, um pedido de socorro, um 
grupo de alunos cantando o Hino Nacional. 
Língua Portuguesa 
 
17 
 
Já o semáforo, o apito de um guarda, o som da sirena de uma ambulância 
pedindo passagem e um cartaz com a foto de uma mulher vestida de enfermeira 
pedindo silêncio apenas com gesto, ao colocar o dedo indicador sobre a boca, são 
exemplos da linguagem não-verbal. 
Comece a perceber o ambiente que o cerca e a “ouvir” os múltiplos sons que 
existem a sua volta e você terá numerosos exemplos dessa fantástica “máquina” de 
sinais convencionais que se chama LINGUAGEM. 
Tentamos mostrar-lhe o quanto a comunicação em sociedade é necessária e 
como acontece esse mecanismo. Continuaremos falando nisso nas próximas 
unidades. 
 
Leitura Complementar 
Aprofunde seus conhecimentos lendo: 
TERRA, Ernani. Linguagem, Língua e Fala. São Paulo: Scipione, 1997. 
FERRARA, Lucrécia D’Aléssio. Leitura sem palavras. 4 ed. São Paulo: Ática, 2000 
 
 
É HORA DE SE AVALIAR 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
Língua Portuguesa 
 
18 
 
 
Exercício da Unidade 1 
 
1 – Considerando uma partida de futebol, podemos dizer que só não é linguagem 
não-verbal: 
a) os cartões amarelos e vermelhos do juiz. 
b) as listras pretas das camisas dos bandeirinhas. 
c) as cores quadriculadas das bandeiras dos times. 
d) o som do apito do juiz. 
e) os gritos de gol da torcida. 
 
2 – Assinale a opção que melhor corresponde à frase atribuída a Aristóteles: 
Somente o homem é um animal político, isto é, social e cívico, porque 
somente ele é dotado de linguagem. 
a) O homem tem consciência da importância da política. 
b) A linguagem torna o homem um ser social e, portanto, político. 
c) Somente o homem é capaz de fazer política. 
d) É impossível viver em uma sociedade sem fazer política. 
e) A política é o único objetivo da linguagem. 
 
3 – São exemplos de linguagem não-verbal: 
a) sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores. 
b) cores das bandeiras e dos semáforos. 
c) cantigas infantis. 
d) discursos políticos. 
e) apitos e discursos políticos. 
Língua Portuguesa 
 
19 
 
4 – Observe as indicações abaixo e assinale a alternativa correta: 
1 – números estampados nas camisas dos jogadores de futebol. 
2 – gesto de “Pare” da mão estendida do Guarda de Trânsito. 
3 – conversa animada numa roda de amigos. 
 
a) Linguagem Não-verbal – Linguagem Não-verbal – Linguagem Verbal. 
b) Linguagem Não-Verbal – Linguagem Verbal – Linguagem Verbal. 
c) Linguagem Verbal – Linguagem Não-Verbal – Linguagem Verbal. 
d) Linguagem Não-Verbal – Linguagem Não-verbal – Linguagem Não-verbal. 
e) Linguagem Verbal – Linguagem Verbal – Linguagem Não-verbal. 
 
5 – Aponte a alternativa que completa corretamente a lacuna da frase seguinte: 
Todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de 
comunicação denomina-se ___________. 
 
a) Língua. 
b) Linguagem. 
c) Fala. 
d) Linguagem Verbal. 
e) Discurso. 
 
Língua Portuguesa 
 
20 
 
6 – Leia o texto para responder à questão seguinte: 
Língua e fala 
Na linguagem, pois, distinguem-se dois fatores – a língua e a fala. Foi Saussure 
o primeiro a separar e conceituar estes dois aspectos. Compara ele a língua a um 
dicionário cujos exemplares idênticos são distribuídos entre os indivíduos. Cada 
falante escolhe na língua os meios de expressão de que necessita para comunicar-
se, confere-lhe natureza material, produzindo-se assim a fala. 
A fala, de aplicação momentânea, é fruto da necessidade psicológica de 
comunicação e expressão. Porque é a realização individual da língua, torna-se 
flutuante e varia, pois muda de indivíduo para indivíduo, de situação para situação. 
Altera-se facilmente pela influência de fatores diversos – estados psíquicos, 
ascensão social, migração, mudança de atividade etc. Não é, porém, um fator de 
criação e sim de modificação. O indivíduo, pelo ato da fala, não cria a língua, pois 
recebe e usa aquilo que a sociedade lhe ministrou e, de certa forma, lhe impôs. 
A língua tem sempre a possibilidade de fixação e sistematização em 
dicionários e gramáticas. É um patrimônio extenso e ninguém a possui na sua 
totalidade. Cada falante retém uma parte (embora grande) do sistema, que não 
existe perfeito em nenhum indivíduo. 
(Francisco da Silva Borba. Introdução aos estudos linguísticos) 
 
Indique as afirmações corretas, tendo por base o texto apresentado. 
1. Língua e fala são fenômenos exatamente idênticos. 
2. A língua é comparada a um dicionário, pois é impessoal, porém 
comum a todos os integrantes de uma comunidade. 
3. A fala é pessoal, cada falante a produz conforme a sua vontade. 
4. A fala é invariável, mantendo-se independente da situação. 
5. Uma mudança de atividade implica uma alteração da fala. 
6. A gramática sistematiza a língua; o dicionário a fixa. 
7. Há indivíduos que conhecem e usam uma língua em sua totalidade. 
Língua Portuguesa 
 
21 
a) 2 – 3 – 5 – 6 
b) 1 – 2 – 3 – 4 
c) 3 – 4 – 5 – 6 
d) 2 – 3 – 4 – 5 
e) 4 – 5 – 6 – 7 
 
7 – Baseado na leitura do trecho, assinale a alternativa correta quanto à sua 
principal temática: 
Na era da informação tudo é texto. Um slogan político ou publicitário, um 
anúncio visual sem nenhuma palavra, uma canção, um filme, um gráfico, um 
discurso oral que nunca foi escrito, enfim, os mais variados arranjos organizados 
para informar, comunicar, veicular sentidos são texto. O texto não é, pois, 
exclusividade da palavra. Para a consagrada bailarina e coreógrafa Martha Graham, 
a dança é uma forma de comunicação, logo, é texto – ainda que o código do 
emissor e do receptor-expectador não sejam os mesmos. 
(MACHADO, Irene A. Texto & Gêneros: fronteiras, publicado em Espaços 
da Linguagem na Educação). 
a) Variações Linguísticas. 
b) Coesão e Coerência. 
c) Linguagem Verbal e Linguagem Não-Verbal. 
d) Acentuação. 
e) Pontuação. 
 
8 – Das opções abaixo, marque aquela que representa exemplos de linguagem 
não-verbal: 
a) cornetas e uma conversa informal entre amigos. 
b) céu estrelado e danças folclóricas. 
c) canções folclóricas do boi-da-cara-preta. 
d) pregações religiosas. 
e) semáforos e discursos políticos. 
Língua Portuguesa 
 
22 
 
Leia os textos para responder às questões 9 e 10: 
Texto 1: 
O caráter público da línguaDizemos que são considerados bens públicos aqueles de uso comum do povo. 
Nesse sentido, não há como deixar de considerar a língua como um bem público, já 
que ela é de uso comum dos que dela se utilizam para atos de comunicação. 
A língua é exterior aos indivíduos e, por isso, estes não podem criá-la ou 
modificá-la individualmente. Ela só existe em decorrência de uma espécie de 
contrato coletivo que se estabeleceu entre as pessoas e ao qual todos aderiram. A 
língua portuguesa, por exemplo, pertence a todos aqueles que dela se utilizam. 
No caso de línguas como o português, o inglês e o espanhol, só para citar 
alguns exemplos, esse bem público é veículo de comunicação de pessoas de vários 
países; são, portanto, línguas multinacionais. 
A língua portuguesa é utilizada não somente por brasileiros. ( ... ) 
O português hoje é falado por cerca de 200 milhões de pessoas, ocupando o 
quinto lugar entre as línguas mais faladas do mundo. 
(TERRA, Ernani. Linguagem, Língua e Fala. São Paulo: Editiora Scipione, 1997) 
 
Texto 2: 
O caráter privado da fala 
A língua, como vimos, é um bem público, ou seja, pertence a toda a 
comunidade de falantes, que podem utilizá-la como meio de comunicação. A 
utilização que cada indivíduo faz da língua, a fala, por outro lado, possui um caráter 
privado, ou seja, pertence exclusivamente a cada indivíduo que a utiliza. É o 
aspecto individual da linguagem humana. 
Língua Portuguesa 
 
23 
 
Cada um dos quase duzentos milhões de falantes da língua portuguesa 
apropria-se da língua que fala com animus domini, isto é, com o ânimo de quem se 
sente dono dela, utilizando-a com todas as prerrogativas que lhe confere o 
domínio sobre esse bem, dentro de alguns princípios preestabelecidos pela 
comunidade de falantes. 
A dicotomia entre língua e fala permite verificar que a linguagem humana, ao 
contrário dos demais bens (que são públicos ou privados), possui, ao mesmo 
tempo, as características de bem público e privado, de individual e coletivo. 
A língua é o lado público e coletivo da linguagem humana, ao passo que a fala 
é o seu lado privado e individual. 
Encarada como um bem público, a língua é uma instituição social de caráter 
abstrato. É instituição porque é uma estrutura decorrente da necessidade de 
comunicação, com um conjunto de convenções necessárias para permitir o 
exercício da faculdade da linguagem aos indivíduos. É social porque, sendo 
exterior aos falantes, pertence à comunidade linguística como um todo. É abstrata 
porque só se realiza através da fala. 
(TERRA, Ernani. Linguagem, Língua e Fala. São Paulo: Editora Scipione, 1997) 
 
9 – Disserte sobre o caráter social e abstrato da língua. 
 ___________________________________________________________________ 
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 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
Língua Portuguesa 
 
24 
 
10 – Trace um paralelo, de acordo com o conteúdo da Unidade, utilizando-se de 
três diferenças entre língua e fala. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
 
Língua Portuguesa 
 
25 
2 Os Signos Linguísticos 
Conceito de signo. 
O significante e o significado - conceituação. 
A relação significante x significado. 
Língua Portuguesa 
 
26 
 
Como vimos na unidade anterior, a comunicação se dá pela linguagem verbal 
e pela linguagem não-verbal. 
Agora, vamos tratar da linguagem verbal e de todos os mecanismos que a 
envolvem. Você terá contato com o signo linguístico, isto é, com todo o processo 
que envolve a língua. 
Vamos lá, então? 
 
Objetivo(s) da Unidade: 
Reconhecer, dentro da linguagem verbal, a estrutura do signo linguístico, bem 
como os procedimentos básicos a que essa estrutura está relacionada: o papel do 
significante e do significado. 
 
Plano da Unidade: 
 Conceito de signo. 
 O significante e o significado - conceituação. 
 A relação significante x significado. 
 
 
Bons estudos! 
Sucesso! 
Língua Portuguesa 
 
27 
 
Os Signos Linguísticos 
 
Ao introduzirmos essa unidade com a definição de signo, queremos ressaltar 
que signo é, antes de mais nada, sinal, símbolo e, portanto, refere-se a alguma 
coisa. 
Sempre que tentamos representar a realidade por meio da palavra, estamos 
falando de signo linguístico. 
 
Veja o verbete tirado do dicionário eletrônico Michaelis – UOL, 2002 
sig.no s. m. 1. Astr. Cada uma das doze partes em que se divide o zodíaco e 
cada uma das constelações respectivas. 2. Linguíst. Tudo aquilo que, sob certos 
aspectos e em alguma medida, substitui alguma coisa, representando-a para 
alguém. — S. linguístico: o que designa a combinação de conceito com a 
imagem acústica, ou seja, a combinação de um significado com um 
significante. Em bola, por exemplo, a sequência de sons b-o-l-a é o 
significante, e a ideia do objeto é o significado. S.-de-salomão: emblema 
místico, símbolo da união do corpo e da alma, que consiste em dois triângulos 
entrelaçados formando uma estrela de seis pontas; signo salomão. Era usado, 
outrora, como amuleto contra a febre e outras doenças. S.-salomão: signo-de-
salomão. 
 
Conceituamos signo linguístico como a menor unidade dotada de sentido. 
Compõe-se de um elemento material, de caráter linear, denominado significante e 
de conceito, de uma ideia, da imagem psíquica que temos, que é o significado. 
A relação significante X significado é convencional, ou seja, há um acordo 
implícito e explícito entre os usuários da língua. 
Língua Portuguesa 
 
28 
 
Convencionou-se chamar de gato o animal mamífero, doméstico, da classe 
dos felídeos, por exemplo.. essa relação presente no signo linguístico é também 
arbitrária, visto que não há qualquer propósito entre a representação gráfica “ g – a 
– t – o ” e a ideia que temos representada em nossas mentes desse animal. 
Também temos o significante “g – a – t – o” com outros significados, como: 
Ladrão, gatuno, larápio ou em expressões do tipo gato-pingado: cada um dos 
poucos assistentes de uma reunião ou espetáculo, ou de algum agrupamento e 
ainda gato e sapato: coisa desprezível.Sendo assim, signo é a associação de um significante (sons da fala, imagens 
gráficas, desenhos, etc.) e um significado (conceito, ideia ou imagem mental). 
 
O signo LIVRO se compõe, portanto de: 
 
Devemos ressaltar, ainda, que quando falamos em signo linguístico, referimo-
nos a uma representação da realidade através da palavra. Acentuamos que palavra 
é criação humana, usada para representar algo que temos em mente. A palavra 
maçã não é a maçã (você não come a palavra maçã); mas ao dizermos ou lermos 
essa palavra, é claro que nos vem à mente a ideia da maçã (fruto da macieira). 
Mesmo que o objeto mencionado não esteja na nossa frente, ao evocá-lo, usamos 
a palavra que o nomeia, a sua imagem surge em nossa mente de maneira 
instantânea. 
Língua Portuguesa 
 
29 
 
LEITURA COMPLEMENTAR: 
Aprofunde seus conhecimentos lendo: 
TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997. 
______, Ernani. Cavallete, Floriana Toscano & NICOLA, José. Português para o 
Ensino Médio: Língua, Literatura e Produção de Textos. volume único. São Paulo, 
Scipione, 2002. 
 
 
É HORA DE SE AVALIAR 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Língua Portuguesa 
 
30 
 
Exercício da unidade 2 
 
1 – Com relação ao conceito de signo linguístico, NÃO é correto afirmar que: 
a) É um conceito binário já que se compõe de dois elementos: o significante e o 
significado. 
b) A imagem acústica é o significado da palavra. 
c) A imagem psíquica corresponde ao significado da palavra. 
d) /m/e/z/a/ corresponde ao significante fônico da palavra mesa. 
e) A palavra “mesa” corresponde ao significado da palavra. 
 
2 – Com relação ao conceito de signo linguístico, é correto afirmar que: 
a) A imagem acústica corresponde ao significado da palavra. 
b) A forma gráfica corresponde ao significado da palavra. 
c) O conceito de signo se constitui de uma relação arbitrária ou convencionalizada 
entre significante e significado. 
d) A imagem psíquica corresponde ao significante da palavra. 
e) O elemento material corresponde ao significado da palavra. 
 
3 – Escreva V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as afirmativas abaixo. Depois, marque a 
alternativa correta: 
I – ( ) O significado é o conceito, a ideia, a imagem psíquica que temos dos 
elementos verbalizados. 
II – ( ) O signo linguístico é a fusão do elemento material e da imagem psíquica. 
III – ( ) O signo linguístico tem duas faces: o significante e o significado. 
Língua Portuguesa 
 
31 
a) F – V – F 
b) V – V – F 
c) F – F – V 
d) V – F – F 
e) V – V – V 
 
4 – O elemento composto pelos sons da fala e pelas representações gráficas desses 
sons é: 
a) o signo linguístico. 
b) o significado. 
c) a fala. 
d) o significante. 
e) a arbitrariedade. 
 
5 – Com relação ao conceito de signo linguístico, identifique a sequência correta: 
I – O signo linguístico corresponde a uma relação simbólica e arbitrária entre dois 
elementos: o significante e o significado. 
II – O significante corresponde à representação material da palavra, seja por 
recursos gráficos ou sonoros. 
III – O significante corresponde à representação conceitual da palavra. 
IV – O signo linguístico se constitui em uma relação binária entre elementos de 
natureza concreta e abstrata, respectivamente. 
 
a) V – V – F – F 
b) F – V – F – V 
c) V – F – V – F 
d) F – F – V – V 
e) V – V – F – V 
Língua Portuguesa 
 
32 
6 – Complete os espaços abaixo. 
Um _____________ compõe-se de um elemento material de caráter linear, 
denominado __________ e do conceito, da ideia, a imagem psíquica que temos, ou 
seja: ___________. 
 
A alternativa que preenche adequadamente o enunciado é: 
a) signo – significante – significado. 
b) signo – significado – significante. 
c) signo – significante – signo. 
d) significante – signo – significado. 
e) significado – significante – signo. 
 
7 – Um signo linguístico é a combinação de um elemento concreto com um 
elemento inteligível. Qual a denominação dada, respectivamente, a cada um 
desses elementos? 
a) Língua e Linguagem. 
b) Linguagem e Língua. 
c) Significante e Significado. 
d) Fala e Discurso. 
e) Língua e Fala. 
 
8 – Signo = representação material (Significante) + conceito mental (Significado). É 
claro que um mesmo significante pode nos remeter a vários significados. Esse fato 
linguístico chama-se: 
a) sinônimo. 
b) antônimo. 
c) semântica. 
d) denotação. 
e) polissemia. 
Língua Portuguesa 
 
33 
 
TEXTO PARA A QUESTÃO 9: 
Marina, linda e loira, tinha quatro aninhos, as melenas já estavam nos ombros, 
quando a mãe resolveu dar um trato na cabeça da criança. Pegou uma tesoura 
grande e disse: 
– Mamãe só vai cortar dois dedinhos. 
Marina aos prantos, mostrando a mão para a mãezinha, pergunta: 
– Qual deles, mamãe? 
(ILARI, Rodolfo. Introdução à Semântica – brincando com a gramática) 
 
O humor desta piada surge da confusão entre os signos e significados de 
algumas palavras. Qual a palavra que gera confusão no texto lido? Quais os 
significados que esta palavra pode ter? 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
10 – Observe o anúncio publicitário e explique as relações de significado 
exploradas pelo contexto no que diz respeito às palavras destacadas: 
SE SEU AMIGO USA DROGAS 
E VOCÊ NÃO FALA NADA, 
QUE DROGA DE AMIGO É VOCÊ? 
 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
Língua Portuguesa 
 
34 
 
Língua Portuguesa 
 
35 
3 Os Elementos da Comunicação Humana 
Esquematizando o processo comunicativo 
Conceituando emissor, receptor, mensagem, canal, código e referente. 
O referente situacional e o referente textual. 
A comunicação unilateral e a comunicação bilateral. 
O ruído 
A intencionalidade discursiva 
Língua Portuguesa 
 
36 
 
Agora, ainda falaremos dos processos da comunicação humana, mas desta vez 
vamos tratar dos componentes que formam todo esse processo. São o que 
chamamos de ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO. 
Falaremos, também, da intencionalidade discursiva, ou seja, dos mecanismos 
utilizados por quem fala / escreve. Mãos à obra! 
 
Objetivo(S) da Unidade: 
Compreender as relações estabelecidas entre os componentes que formam o 
processo de comunicação humana, bem como os mecanismos de quem 
fala/escreve, isto é, a intencionalidade do discurso. 
 
Plano da Unidade: 
 Esquematizando o processo comunicativo 
 Conceituando emissor, receptor, mensagem, canal, código e 
referente. 
 O referente situacional e o referente textual. 
 A comunicação unilateral e a comunicação bilateral. 
 O ruído 
 A intencionalidade discursiva 
 
 
Bons estudos! 
Língua Portuguesa 
 
37 
 
Os elementos da comunicação humana 
 
Para Francis Vanoye¹ “toda comunicação tem por objetivo a transmissão de 
uma mensagem”. 
Assim, para que a comunicação aconteça, temos de ter alguém construindo 
um texto (verbal ou não-verbal) e enviando-o a alguém. Esse material enviado se 
utilizará de um sistema de sinais e de um meio ou contato para fazer chegar àquilo 
que se pretenda comunicar.O ato comunicativo, portanto, sendo um ato social, concretiza várias 
manifestações, tanto do ponto de vista cultural como no nosso cotidiano. Vale 
dizer: sempre estamos nos comunicando com alguém através de uma mensagem. 
Assim, podemos esquematizar esse processo comunicativo do seguinte modo: 
 
 
 
 
 
1VANOYE , Francis. Usos da Linguagem – problemas e técnicas na produção oral e escrita. 11 ed. São 
Paulo: Martins Fontes, 1998. 
Língua Portuguesa 
 
38 
 
1) O emissor – ou destinador ou ainda remetente – é o que emite (envia) a 
mensagem. Essa mensagem pode ser transmitida de forma individual ou 
em grupo. 
2) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem. 
3) A mensagem é o que se denomina, ainda segundo Vanoye, “objeto da 
comunicação”. Constitui-se no conteúdo daquilo que é transmitido. 
 
4) O canal comunicativo é definido como os meios utilizados pelo emissor a 
fim de enviar a mensagem ao receptor. 
Uma mensagem, por exemplo, que é transmitida por um órgão de controle de 
tráfego – uma placa do tipo “PERMITIDO ESTACIONAR” – se dá através dos meios 
visuais de que o receptor é portador. O som do apito de um guarda, sinalizando 
algo, acontece através do meio sonoro (ondas sonoras, ouvido...). 
É através do canal de comunicação que utilizamos que podemos empreender 
a classificação das mensagens. Assim, teremos: 
a) As mensagens visuais: as imagens (desenhos, fotos) e os símbolos (a 
escrita ortográfica). 
b) As mensagens tácteis: um aperto de mão, uma carícia... 
c) As mensagens sonoras: os diversos sons significativos, as palavras 
faladas, as músicas etc. 
d) As mensagens gustativas: uma comida, por exemplo, apimentada 
ou salgada demais... 
e) As mensagens olfativas: um perfume, um escapamento de gás de 
cozinha etc. 
Língua Portuguesa 
 
39 
 
5) O código é um conjunto de signos 
combinados entre si, do qual o emissor se 
utiliza para elaborar a mensagem. Ao montá-
la, o remetente estará operando a 
codificação; ao recebê-la, o destinatário – 
identificando o código utilizado – estará 
procedendo à decodificação. 
 
Os processos de codificação / decodificação se realizam de algumas maneiras, 
tais como: 
a) O emissor envia uma mensagem. O destinatário a recebe, mas não a 
compreende, porque não possuem signos em comum. 
 
 
Como exemplo, poderíamos apontar uma tentativa de diálogo entre uma 
pessoa que só sabe falar português e uma que só sabe falar inglês. 
b) O emissor “tenta” manter um diálogo com um receptor que domina pouco 
o código utilizado. Neste caso, a comunicação é restrita, pois são poucos os signos 
em comum. 
Um americano, recém-chegado ao Brasil, tentando se comunicar com um 
estudante que estuda inglês há apenas um ano. 
Língua Portuguesa 
 
40 
 
 
c) A comunicação é mais abrangente; embora ainda não total – quando, por 
exemplo, um professor explica um determinado conteúdo, mas alguns alunos não 
dominaram ainda o anterior, que, por sua vez, seria pré-requisito do atual. 
 
d) Finalmente, temos a comunicação total. Todos os signos emitidos pelo 
emissor são do conhecimento do receptor e a figura assim representará esse caso: 
 
Língua Portuguesa 
 
41 
6) O referente é constituído pelo conteúdo ao qual a mensagem nos 
remete. Temos o referente situacional e o referente textual. O 1º diz 
respeito aos elementos da situação e das circunstâncias da transmissão 
da mensagem. Assim, quando uma professora pede aos alunos que 
abram o livro na página 80, supõe-se que ela esteja dentro de uma sala de 
aula e os alunos, além de possuírem o referido livro, saibam sobre o que 
ela está falando. 
Já, o referente textual é constituído pelos elementos do contexto linguístico. 
Num conto ou em um romance, por exemplo, todos os referentes são textuais, ou 
seja, têm como base o texto. 
 
 
 
Temos, ainda, dois tipos de comunicação: a comunicação unilateral e a 
comunicação bilateral. Quando se estabelece de um emissor para o receptor, sem 
qualquer reciprocidade, chama-se comunicação unilateral. Uma palestra, um 
anúncio em outdoor ou uma placa de sinalização de trânsito transmitem 
mensagens sem precisar receber resposta, são bons exemplos. 
 Já em uma conversa, em um debate em sala de aula, temos a comunicação 
bilateral, pois o emissor e o receptor “trocam” de papéis. 
Muitas vezes, a transmissão da mensagem é prejudicada por algo que 
denominamos ruído. Não podemos entendê-lo apenas como um problema de 
ordem sonora. Na verdade, para o processo de comunicação, ruído é tudo aquilo 
que pode atrapalhar o receptor em receber a mensagem enviada pelo emissor. 
Podemos estabelecer, por exemplo, que ruído pode ser, entre outros: uma voz 
Língua Portuguesa 
 
42 
muito baixa; o barulho de uma britadeira funcionando perto de um “orelhão”; um 
defeito no sistema eletrônico de uma televisão; uma linha cruzada durante uma 
ligação telefônica; uma notícia cujo jornal apresenta uma das pontas rasgadas, não 
permitindo a leitura em seu todo; uma mancha borrada no papel de uma carta etc. 
Como vimos, a comunicação humana está muito além de um simples ato 
mecânico de estímulo e resposta. Não haverá comunicação de fato se não houver 
interação entre emissor e receptor; isto é, sempre estamos nos relacionando com o 
outro ou outros, através da linguagem (verbal ou não-verbal), num processo 
contínuo. 
 
A intencionalidade discursiva 
 
A piadinha que se segue constitui uma situação comunicativa entre duas 
pessoas: 
Um amigo encontra o outro na rua: 
 - Onde você está morando, rapaz? 
 - Em Copacabana. 
 - Em que altura? 
 - No 7º andar. 
 
Nesse caso, a comunicação entre o emissor e o receptor não tem muito 
sucesso e é aí que o humor se faz presente; exatamente pelo fato de que os 
interlocutores não atendem a um princípio básico da comunicação: a 
intencionalidade discursiva – intenções (explícitas ou implícitas) existentes na 
linguagem dos membros que participam de uma determinada situação 
comunicativa. 
Ao interagir com outra pessoa através da linguagem, temos a “intenção” de 
modificar o pensamento ou o comportamento de nosso(s) interlocutor(es). O 
sucesso da comunicação está, portanto, em saber lidar com a intencionalidade. É 
Língua Portuguesa 
 
43 
através dela que o emissor impressiona, persuade, informa, pede, solicita etc. (a)o 
receptor. 
Como vimos nessa unidade, sem comunicação e sem os seus elementos 
constitutivos, não há como uma pessoa se comunicar com outra. Na unidade IV, 
veremos como as mensagens funcionam, tendo como foco cada um desses 
elementos. 
 
Leitura complementar 
Aprofunde seus conhecimentos lendo: 
 - TERRA, Ernani. Linguagem Língua e Fala. São Paulo: Scipione, 1997. 
- VANOYE, Francis. Usos da Linguagem - problemas e técnicas na produção 
oral e escrita. 11 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
 
É HORA DE SE AVALIAR 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
Língua Portuguesa 
 
44 
 
Exercício da unidade 3 
 
1 – O texto publicitário está centrado no (a): 
a) emissor. 
b) receptor. 
c) canal. 
d) código. 
e) mensagem. 
 
2 – Escreva V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as afirmativas abaixo. Depois, marque a 
alternativa correta: 
I – ( ) A Mensagem é o meio físico que interliga Emissor e Receptor. 
II – ( ) O Código representa o assunto de uma interlocução. 
III – ( ) Para se obter uma comunicação efetiva nenhum dos seis elementos pode 
falhar.a) V – V – F 
b) F – V – F 
c) V – V – V 
d) V – F – V 
e) F – F – V 
Língua Portuguesa 
 
45 
 
3 – A opção que melhor define a ideia de MENSAGEM é: 
a) O ato daquele que envia a mensagem. 
b) O conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizados para 
elaborar a mensagem. 
c) O conteúdo das informações transmitidas. 
d) O meio pelo qual a mensagem é transmitida. 
e) O ato daquele que recebe a mensagem. 
 
4 – Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que está de acordo com o 
conceito de Comunicação. 
a) Processo de troca de significados entre indivíduos por meio de códigos diversos. 
b) Processo que envolve parcialmente a troca de significados entre indivíduos por 
meio de um código comum. 
c) Processo de troca de significados entre indivíduos por meio de um código 
comum. 
d) Processo em que não há necessidade de troca de significados entre indivíduos. 
e) Processo que envolve signos, sinais, símbolos, linguagem falada ou escrita e 
onde não há necessidade de troca de significados entre indivíduos. 
 
5 – Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente 
como se fala. 
Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti 
iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu 
a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só 
prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum 
nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a 
minha língua é u purtuguêis. Quem soube falá sabi iscrevê. 
(Jô Soares) 
Língua Portuguesa 
 
46 
 
No texto acima, podemos observar que o humorista tentou uma aproximação 
entre: 
a) os elementos da comunicação e a variação linguística. 
b) a língua falada e a escrita. 
c) os níveis da fala. 
d) os elementos da comunicação e a ortografia. 
e) os elementos da comunicação e as funções da linguagem. 
 
6 – Se o receptor não conseguir entender a mensagem do emissor, podemos 
afirmar que: 
a) o emissor não tinha interesse em ser compreendido pelo receptor. 
b) o receptor mostrou-se desinteressado do assunto em questão. 
c) o emissor subvalorizou a capacidade do receptor. 
d) o receptor decodificou a fala do emissor. 
e) o emissor usou um código diferente do código do receptor. 
 
7 – Os seis fatores que integram o ato de comunicação verbal são: 
a) Linguagem verbal – Linguagem não-verbal – Contexto – Canal – Código – Signo. 
b) Signo – Contexto – Canal – Significante – Significado – Código. 
c) Contexto – Canal – Emissor – Mensagem – Linguagem verbal – Signo 
d) Emissor – Receptor – Mensagem – Canal – Signo – Código. 
e) Contexto – Canal de comunicação – Emissor – Mensagem – Receptor – Código. 
Língua Portuguesa 
 
47 
 
8 – Leia atentamente a mensagem e indique que elemento da comunicação 
humana prevalece no texto abaixo. 
Eu nunca sonhei com você 
Nunca fui ao cinema 
Não gosto de samba 
Não vou a Ipanema 
Não gosto de chuva 
Nem gosto de sol. 
(Tom Jobim) 
a) Mensagem. 
b) Emissor. 
c) Código. 
d) Contexto. 
e) Canal. 
 
9 – Quando emitimos a frase “– Está quente aqui!” podemos pensar em três 
situações diferentes. Comente de que maneira cada uma dessas situações pode ser 
entendida. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
Língua Portuguesa 
 
48 
 
10 – Leia a piada extraída do livro “Introdução à Semântica – brincando com a 
gramática“ de Rodolfo Ilari, p. 81 – e explique de onde se extrai o humor na 
situação comunicativa (emissor → receptor). 
Certa mulher aguardava com seu marido o diagnóstico da doença deste. O 
médico se aproxima dos dois com expressão austera e diz: 
– Não estou gostando nada da cara dele. 
– Eu também não, mas ele é muito bom para as crianças. 
 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
 
Língua Portuguesa 
 
49 
 
4As Funções da Linguagem 
A função referencial. 
A função expressiva ou emotiva. 
A função conativa ou apelativa: a intenção do emissor e a organização 
da mensagem. 
A função poética. 
A função fática. 
A função metalinguística. 
Língua Portuguesa 
 
50 
 
Vamos falar agora sobre a finalidade predominante que toda mensagem tem: 
quer seja transmitir uma informação, uma emoção, quer seja um pedido. Você 
perceberá, no decorrer da leitura, que nenhuma mensagem existe sem que haja 
uma intenção do emissor. A nossa, nesse momento, é lhe ensinar mais um 
conteúdo necessário para a sua formação acadêmica. Bom estudo! 
 
Objetivo(s) da Unidade: 
Compreender os princípios que regem as relações estabelecidas entre os 
elementos da comunicação e a finalidade ou função que predomina em cada 
mensagem intencionalmente criada. 
 
Plano da Unidade: 
 A função referencial. 
 A função expressiva ou emotiva. 
 A função conativa ou apelativa: a intenção do emissor e a 
organização da mensagem. 
 A função poética. 
 A função fática. 
 A função metalinguística. 
 
Bons estudos! 
 
Língua Portuguesa 
 
51 
 
Quando realizamos um ato de comunicação verbal, devemos selecionar as 
palavras e depois de organizá-las e combiná-las entre si, temos que adequá-las de 
acordo com a intenção, com o sentido que queremos dar à mensagem que 
enviaremos ao receptor. 
Por ser o ato de falar algo bastante automático, raramente percebemos que 
essa organização e adequação das palavras usadas estão ligadas a uma ou mais 
funções. Sendo assim, ao darmos ênfase a um dos elementos de comunicação, já 
estudados anteriormente, estaremos priorizando uma das seis funções que a 
linguagem possui.. 
Foi o linguista russo Roman Jakobson quem elaborou, em 1969, estudos 
acerca das funções da linguagem. Para cada um dos elementos da comunicação 
humana, existe uma função estritamente ligada a cada elemento, como veremos a 
seguir: 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
52 
 
Função Referencial 
 
Também chamada de função informativa é centrada no referente, isto é, 
naquilo que se fala. Cabe ao emissor a intenção de transmitir ao seu interlocutor, 
de modo direto e objetivo, dados estruturados, geralmente, na ordem direta. Essa 
função está presente em grande parte dos textos dissertativos, técnicos, 
jornalísticos, em receitas médicas, bulas de remédio, manuais de instrução, avisos 
institucionais, mapas, gráficos etc. A função referencial é tratada por alguns autores 
como função denotativa, visto que no texto não há ambiguidades ou duplo 
sentido. 
Alimentação balanceada é aquela que contém nutrientes em quantidade e 
qualidade adequadas às necessidades de cada um. Estas demandas variam, não 
apenas de acordo com a idade,mas também em relação ao estilo de vida. Assim 
como as exigências nutricionais dos filhos pequenos são distintas daquelas de seus 
pais e avós, uma boa dieta para quem tem hábito de caminhar um pouco, todos os 
dias, está longe de ser adequada para um jogador de futebol ou um corredor de 
maratona. Ainda assim, existe um princípio válido para todos: quando se trata de 
fazer uma refeição balanceada é indispensável a ingestão de quantidade suficiente 
de alimentos construtores, energéticos e reguladores. 
Suplemento “Nestlé faz bem” - parte integrante da revista Galileu nº 156/julho-04 
 
Função expressiva ou emotiva 
 
Centrada no emissor da mensagem, exprime a sua atitude em relação ao 
conteúdo da mensagem e da situação. Nesse caso, o emissor expressa seus 
sentimentos e emoções, resultando num texto subjetivo (diferente da objetividade 
da função referencial). 
A mensagem é estruturada com algumas marcas gramaticais que merecem 
registro: verbos e pronomes em 1ª pessoa, interjeições, adjetivos de valores, sinais 
de pontuação como as reticências, ponto de exclamação. 
Língua Portuguesa 
 
53 
 
O exemplo que daremos é o famoso “Soneto da Fidelidade”, escrito por 
Vinícius de Moraes. Repare como o uso da 1ª pessoa é uma marca significativa para 
acentuar a subjetividade do eu-poético. 
 
SONETO DA FIDELIDADE 
De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 
 
Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento. 
 
E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de que vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 
 
Eu possa me dizer do amor ( que tive ): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure. 
 
MORAES, Vinicius de. Obra Completa e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1998. 
Língua Portuguesa 
 
54 
 
Função Conativa ou Apelativa 
 
O destaque está no receptor que, por sua vez, é estimulado pela mensagem. 
Os textos em que essa função predomina são marcados por verbos no imperativo, 
por vocativos, por pronomes de tratamento. Outro recurso utilizado pela imprensa 
para prender o receptor e que caracteriza muito bem a função CONATIVA é a 
argumentação, em que o emissor procura a adesão do receptor ao seu ponto de 
vista. Podemos traçar um paralelo entre a intenção do emissor da mensagem e a 
organização da mesma na função conativa. 
Perceba: 
INTENÇÃO DO EMISSOR → influenciar, envolver, persuadir. 
 
ORGANIZAÇÃO DA MENSAGEM→ apelo, súplica, ordem, chamamento, 
argumento. 
 
Numa mensagem publicitária, por exemplo, de um produto para limpeza, o 
texto parece falar com a mulher – dona-de-casa – a quem interessa vender o 
produto. 
 
Já, quando o objetivo é influenciar um jovem a comprar uma mochila, por 
exemplo, a intenção discursiva é outra e, consequentemente, o texto vai privilegiar 
palavras do universo dos adolescentes, usando gírias do momento, termos 
centrados em seu linguajar. 
Língua Portuguesa 
 
55 
 
Assim, a função conativa ou apelativa da linguagem é predominantemente 
encontrada nos anúncios publicitários, nos discursos políticos, nos horóscopos, nos 
livros de autoajuda, nas preces religiosas etc. 
 
Função Poética 
 
Acontece quando a comunicação dá ênfase à própria mensagem. 
Uma das características dessa função é o uso de recursos literários na 
construção da linguagem. Ao selecionar as palavras para compor um texto, o poeta 
escolhe as que realçam o sentido que ele quer dar ao seu texto e também a sua 
sonoridade e o ritmo; privilegiar as figuras de linguagem, os recursos fonológicos, a 
falta ou o excesso de sinais de pontuação. 
Nos textos em que predomina a função poética da linguagem, podemos 
encontrar, com muita frequência, o sentido conotativo das palavras. 
Tem tudo a ver 
A poesia 
tem tudo a ver 
com o sorriso da criança, 
o diálogo dos namorados, 
as lágrimas diante da morte, 
os olhos pedindo pão. 
 
A poesia 
– é só abrir os olhos e ver – 
tem tudo a ver 
com tudo. 
Elias José. Segredinhos de amor. São Paulo, Moderna, 1991. 
Língua Portuguesa 
 
56 
 
Função Fática 
 
Esta função se manifesta quando se percebe a 
preocupação do emissor em manter contato com o 
receptor, sem deixar com que a comunicação se 
perca. Centrada no canal, ou contato, como alguns 
autores preferem, a função fática acontece tanto na 
comunicação oral, através de sons do tipo “Hum... 
Hum...”, “Hein?”, “Tá... Tá...”, “Sim... Sei...”; de frases 
como “Está me ouvindo?”, “Estão me entendendo?” 
e de marcas sonoras como o famoso “Plim! Plim!” da Rede Globo que chama o 
telespectador “distraído” para a retomada de comunicação. 
Como na comunicação escrita, encontramos a função fática da linguagem ao 
empregarmos marcadores linguísticos que se repetem. 
 
Função Metalinguística 
 
Acontece quando a ênfase está no código, isto é, quando o código é o tema da 
mensagem ou é usado para explicar o próprio código. Sabemos que, na linguagem 
verbal, o código é a língua; portanto, quando utilizamos a língua para explicar a 
própria língua, temos a metalinguagem ou seja, a função metalinguística. 
Um exemplo bem claro são os dicionários e as gramáticas, pois utilizam 
palavras para explicar as próprias palavras. 
fren.te 
s. f. 1. Parte superior do rosto, desde os cabelos até as sobrancelhas. 
2. Parte anterior de qualquer coisa. 
3. Fachada de edifício. 
4. Mil. Vanguarda. 
5. Meteor. Superfície que marca o contato de duas massas de ar convergentes e 
de temperaturas diferentes. 
Língua Portuguesa 
 
57 
 
Como vimos, para cada um dos elementos do processo de comunicação 
humana temos uma função da linguagem predominante. Podemos ter essas 
funções em qualquer tipo de manifestação comunicativa. Por exemplo, em uma 
obra de arte, em um filme...Mais tarde voltaremos a falar sobre elas.. Na próxima 
unidade discutiremos sobre as diversidades do uso da língua. Vamos lá? 
 
Leitura complementar: 
Aprofunde seus conhecimentos lendo: 
CHALHUB, Samira. Funções da Linguagem. Coleção Princípios. São Paulo: 
Ática, 2000. 
VALENTE, André Crim. A linguagem nossa de cada dia. Petrópolis: Vozes, 1997. 
 
 
É HORA DE SE AVALIAR 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
Língua Portuguesa 
 
58 
 
Exercício da unidade 4 
 
1 – Identifique no texto a seguir qual é a função da linguagem predominante. 
Olá, como vai? 
Eu vou indo e você, tudo bem? 
Tudo bem, eu vou indo, correndo 
Pegar meu lugar no futuro, e você? 
(Sinal Fechado – Paulinho da Viola) 
 
a) Função Metalinguística. 
b) Função Emotiva ou Expressiva. 
c) Função Conativa ou Apelativa. 
d) Função Fática. 
e) Função Referencial ou Informativa. 
 
2 – Assinale a alternativa em que a correspondência entre as funções da linguagem 
e os elementos da comunicação está errada: 
a) a função metalinguística está centrada no canal. 
b) a função emotiva está centrada no emissor. 
c) a função conativa está centrada no receptor. 
d) a função poética está centrada na mensagem. 
e) a função referencial está centrada no referente. 
Língua Portuguesa 
 
59 
 
Leia o poema para as questões 3 e 4 
 
Você 
Precisa saber da piscina, 
Da margarina, 
Da Carolina, 
Da gasolina, 
Você precisa saber de mimBaby, Baby 
Eu sei que é assim... 
Você precisa tomar um sorvete 
Na lanchonete 
Andar com a gente 
Me ver de perto 
Ouvir aquela canção do Roberto 
Baby, Baby 
Ah, quanto tempo... 
Você precisa aprender inglês 
Precisa aprender o que eu sei 
E o que eu não sei mais 
E o que eu não sei mais 
Eu sei, comigo vai tudo azul 
Contigo vai tudo em paz 
Vivemos na melhor cidade 
Da América do Sul 
Da América do Sul 
Você precisa... 
Não sei... 
Leia na minha camisa: 
BABY, I LOVE YOU... 
(Caetano Velloso) 
Língua Portuguesa 
 
60 
 
3 – Após a leitura do poema, considerando o que aprendeu sobre Funções da 
Linguagem, marque a única alternativa incorreta: 
a) Num mesmo texto é possível encontrar mais de uma função da linguagem. 
b) Nos versos “Você precisa aprender inglês / Precisa aprender o que eu sei” temos o 
predomínio da função conativa. 
c) Podemos dizer que a repetição de palavras e expressões é um recurso da função 
poética. 
d) Nos versos “Da margarina, / Da Carolina, / Da gasolina,” observamos que a 
função predominante é a poética. 
e) Podemos dizer que o texto é predominantemente fático. 
 
4 – Retirado do poema anterior, o verso “Leia na minha camisa:” tem como função 
da linguagem predominante a: 
a) emotiva. 
b) fática. 
c) conativa. 
d) metalinguística. 
e) poética. 
 
Leia os textos das questões 5 e 6 e diga que função da linguagem cada um deles 
apresenta. 
 
5 – “Comunicação – Uma das principais funções da linguagem humana pela qual 
os homens entram em contato entre si para mútua compreensão. Há vários 
códigos de comunicação, pois tudo a que se pode atribuir significações (cores, 
desenhos, gestos, etc.) pode ser usado para comunicação. A linguagem é apenas 
um desses códigos.” (Francisco da Silva Borba) 
Língua Portuguesa 
 
61 
a) função emotiva. 
b) função conativa. 
c) função metalinguística. 
d) função fática. 
e) função poética. 
 
6 – “Algumas pesquisas de sociólogos americanos, realizadas desde a década de 50 
do século XX, confirmam que, mesmo nos Estados Unidos, o filho do operário 
estuda para ser o operário que acaba sendo, e o filho do médico para ser médico 
ou engenheiro.” (Revista Veja, 2004) 
a) função metalinguística. 
b) função fática. 
c) função apelativa. 
d) função poética. 
e) função referencial. 
 
7 – Leia o texto: 
 
POÉTICA 
(Cassiano Ricardo) 
1 
Que é a poesia? 
Uma ilha 
Cercada 
De palavras 
Por todos 
Os lados 
Língua Portuguesa 
 
62 
 
2 
Que é o poeta? 
Um homem 
Que trabalha o poema 
Com o suor do seu 
Rosto. 
Que tem fome 
Como qualquer outro 
Homem. 
 
A alternativa que indica as duas funções da linguagem predominantes no 
texto é: 
a) fática e metalinguística. 
b) metalinguística e poética. 
c) referencial e informativa. 
d) poética e referencial. 
e) conativa e apelativa. 
 
8 – Preencha os parênteses com a letra conveniente, conforme abaixo, e assinale a 
alternativa correta: 
A – Função Emotiva 
B – Função Conativa 
C – Função Referencial 
D – Função Fática 
E – Função Metalinguística 
F – Função Poética 
Língua Portuguesa 
 
63 
 
( ) 
– Olá, como vai? 
– Bem, obrigado, e você? 
( ) As funções da linguagem são objeto de estudo da unidade quatro. 
( ) Acabe de ler as últimas unidades de estudo de LP I. 
 
a) A – C – F 
b) D – C – E 
c) B – A – D 
d) C – F – B 
e) D – C – B 
 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 9 e 10: 
 
LIGANDO E DESLIGANDO O TELEFONE 
 
LIGANDO – pressione a tecla power até acender a luz verde. Se o telefone 
estiver desligado, pressione a tecla power durante, aproximadamente 3 segundos. 
Se o telefone estiver ligado, pressione a tecla power durante 1 segundo. Espere 
cerca de 3 segundos até que a luz verde comece a piscar. 
 
DESLIGANDO – pressione a tecla power durante cerca de 3 segundos, até que 
a luz verde comece a piscar. Solte a tecla. Espere cerca de 3 segundos até que o 
telefone desligue. 
(adaptado de um Guia do usuário de telefone celular) 
Língua Portuguesa 
 
64 
 
9 – Veja o texto que instrui o uso de um celular. A linguagem se organiza em torno 
de uma informação. Sendo assim, qual a função da linguagem predominante? 
 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
10 – Sabendo, ainda, que o texto fala de um objeto a um destinatário, como 
comprovam os verbos no imperativo – “pressione, espere, solte etc.” – podemos 
dizer que há uma outra função da linguagem presente. Que função é essa? 
 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Língua Portuguesa 
 
65 
5 As Diversidades do uso da Língua: Os Níveis da Linguagem 
A modalidade escrita e falada 
As variantes socioculturais - a norma culta e a norma coloquial; a 
gíria; a linguagem da Internet 
As variantes regionais 
As variantes de época 
As variantes de estilo 
Língua Portuguesa 
 
66 
 
Nesta unidade, trataremos dos níveis da linguagem, ou seja, da diversidade 
linguística, fato que ocorre, muitas vezes com bastante evidência; em outras, de 
forma pouco perceptível. Mas, de qualquer maneira, o estudo dessas variedades de 
uma língua implica em fatores de vital importância para o bom uso dela. Bom 
estudo! 
 
Objetivo(s) da unidade: 
Compreender a diversidade linguística e os níveis da linguagem, 
diferenciando-os e reconhecendo as características da modalidade culta da língua, 
assim como a condição de apropriar-se dessas normas para a construção de textos. 
 
Plano da Unidade: 
 A modalidade escrita e falada 
 As variantes socioculturais - a norma culta e a norma coloquial; a 
gíria; a linguagem da Internet 
 As variantes regionais 
 As variantes de época 
 As variantes de estilo 
 
 
Bons estudos! 
Língua Portuguesa 
 
67 
 
As Diversidades do uso da Língua - Os Níveis da Linguagem 
 
TEXTO 1: 
“Uma das características mais evidentes das línguas é sua variedade. Entende-se 
por isso, fundamentalmente, que as línguas apresentam formas variáveis em 
determinada época, o que significa que não são faladas uniformemente por todos os 
falantes de uma sociedade. (....) Esta característica não é exclusiva das língua 
modernas. O latim e o grego antigo também tinham formas variáveis. O português, 
por exemplo, descende do chamado latim vulgar (popular), diferente em vários 
aspectos do latim dos escritores que chegou até nós. (...). 
Uma outra característica das línguas é que as diferenças que apresentam 
decorrem do fato de que os falantes de uma comunidade linguística não são 
considerados iguais pela própria sociedade. As diferenças de linguagem são uma 
espécie de distintivo ou emblema dos grupos, e, nesse sentido, colaboram para 
construir sua identidade. (...) As variedades (ou os dialetos) correspondem em grande 
parte a grupos sociais relativamente definidos: os que residem numa região ou em 
outra; os que pertencem a uma classe social ou a outra; os que são mais jovens ou mais 
velhos; os que são homens ou são mulheres; os que têm uma profissão ou outra etc.“ 
ABAURRE, M. B. M. e POSSENTI,S. Vestibular Unicamp: Língua Portuguesa. 
 
Apenas prestando atenção, percebemos intuitivamente que uma língua não é 
falada do mesmo modo por todos os seus falantes. Em particular, veremos o caso 
da língua portuguesa, falada em Portugal, no Brasil, em Angola, Moçambique, 
Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe; em regiões asiáticas como Macau, 
Goa, Damão e Dio e em Timor Leste, na Oceania. 
Além do fator geográfico, temos também a variação de ordem social do 
falante, a situação em que ele deve falar ou escrever, etc. 
Língua Portuguesa 
 
68 
 
Sendo assim, podemos dizer que uma língua sofre variações de acordo com 
cinco eixos, criados pelo linguista romeno Eugenio Coseriu, que são: 
1º EIXO: a modalidade escrita e falada 
2º EIXO: as variantes socioculturais – a norma culta e a norma coloquial 
3º EIXO: as variantes regionais. 
4º EIXO: as variantes de época. 
5º EIXO: as variantes de estilo. 
 
Não podemos esquecer de que, enquanto a linguagem em si mesma é um 
fenômeno universalmente igual para todos, a língua se manifesta de maneira 
diferente entre os falantes de uma mesma comunidade linguística, quer por fatores 
de ordem interna como externa. 
 
As línguas, portanto, manifestam a mesma capacidade humana de expressão, 
mas há, por exemplo, maneiras típicas de falar relacionadas às regiões de um país – 
principalmente o nosso, com essa dimensão continental –, às faixas etárias, aos 
grupos e classes sociais, às situações em que nos encontramos, ao estilo individual 
e até mesmo ao sexo, visto que, em algumas situações, há palavras que 
contemplam mais o sexo masculino que o feminino. 
Para tanto, existem as normas linguísticas. Algumas são mais livres e 
espontâneas; outras mais rígidas, com “sanções” formais àqueles que infringem a 
norma culta ou formal. 
O gramático Adriano da Gama Kury (In: Novas lições de análise sintática. 2ª ed. 
São Paulo: Ática, 1985.) tem uma frase que sintetiza todas essas variações de uma 
língua dinâmica e potencialmente rica: “O bom falante é um poliglota em sua própria 
língua”. 
Língua Portuguesa 
 
69 
 
Vamos, então, analisar um a um os cinco eixos dessas variantes linguísticas: 
 
1º Eixo: a modalidade escrita e falada 
As diferenças entre o código escrito e o falado não podem ser ignoradas, visto 
que, ao contrário da modalidade escrita, a falada tem uma característica marcante 
que se fundamenta na profunda vinculação às situações em que é usada. 
Normalmente, o contato entre os interlocutores é direto e, ao conversarem sobre 
um determinado assunto, esses interlocutores elaboram mensagens marcadas por 
fatos da língua falada. O vocabulário utilizado é fortemente alusivo, pois usamos 
pronomes como eu, você, isso e advérbios como aqui, agora, cá, lá etc. 
O código oral também conta com elementos expressivos que o código escrito 
não contempla. Nesse caso, aparece a entonação, capaz de modificar totalmente o 
significado de certas frases. 
Sabemos que nem todas as sociedades do mundo têm domínio sobre a 
modalidade escrita, mas todas as sociedades humanas fazem uso da modalidade 
oral. A essas sociedades – como muitas das comunidades indígenas do Brasil – 
damos o nome de sociedades ágrafas. 
Já nas sociedades ditas letradas, podemos classificar a linguagem em três 
categorias, que veremos mais adiante: temos a linguagem coloquial, a norma 
culta ou padrão e a linguagem literária. 
Mas, antes da classificação citada, vamos analisar, no quadro que se segue – 
tirado de MESQUITA, Melo Roberto. Gramática da língua portuguesa. 8ª ed. rev. 
atual. São Paulo: Saraiva, 1999 – as diferenças entre a língua falada e a língua 
escrita: 
Língua Portuguesa 
 
70 
 
 
1 BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos Estudos Linguísticos. São Paulo: Companhia Editora 
Nacional, 1975.p.262. 
 
2º Eixo: as variantes socioculturais – a norma culta e a 
norma coloquial 
Quanto à variação da linguagem (quer falada, quer escrita), deparamo-nos 
com alguns registros que merecem a nossa atenção: 
 
1-LINGUAGEM COLOQUIAL OU NORMA POPULAR: 
É a linguagem que empregamos em nosso cotidiano, em determinadas 
situações que não exigem formalidade, com interlocutores que consideramos 
“iguais” a nós no que diz respeito ao domínio da língua. Nesse tipo de linguagem, 
não temos preocupação em falar “certo” ou “errado”, já que não somos obrigados a 
Língua Portuguesa 
 
71 
usar regras e o nosso objetivo é a transmissão da informação, dando prioridade à 
expressividade. 
 
2. NORMA CULTA OU NORMA PADRÃO: 
Leia o que nos fala Magda Soares, em Linguagem e escola: uma perspectiva 
social. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1986. 
“Dialeto padrão: também chamado norma padrão culta, ou simplesmente norma 
culta, é o dialeto a que se atribui, em determinado contexto social, maior prestígio; é 
considerado o modelo – daí a designação de padrão, de norma – segundo o qual se 
avaliam os demais dialetos. É o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas, 
particularmente em situações de maior formalidade, usado nos meios de comunicação 
de massa (jornais, revistas, noticiários de televisão etc.), ensinado na escola, e 
codificado nas gramáticas escolares (por isso, é corrente a falsa ideia de que só o 
dialeto padrão pode ter uma gramática, quando qualquer variedade linguística pode 
ter a sua). É ainda, fundamentalmente, o dialeto usado quando se escreve (há, 
naturalmente, diferenças formais que decorrem das condições específicas de produção 
da língua escrita, por exemplo, de sua descontextualização). Efetuadas diferenças de 
pronúncia e pequenas diferenças de vocabulário, o dialeto padrão sobrepõe-se aos 
dialetos regionais, e é o mesmo, em toda a extensão do país”. 
Língua Portuguesa 
 
72 
 
3- A GÍRIA: 
Segundo William Cereja (In: Gramática reflexiva: texto, semântica e interação. 
São Paulo: Atual, 1999. p. 11), “a gíria é um dos dialetos de uma língua. Quase 
sempre criada por um grupo social, como o dos fãs de ‘rap’, de ‘heavy metal’, o dos 
que praticam certas lutas, como capoeira, jiu-jitsu etc. 
Quando ligada a profissões, a gíria é chamada de jargão. 
É o caso do jargão dos jornalistas, dos médicos, dos 
dentistas e de outras profissões”. 
Temos a gíria como uma contribuição da definição 
da identidade de um grupo que a utiliza, às vezes, com 
caráter contestador, como a dos jovens de uma 
determinada geração funcionando como uma espécie 
de meio de exclusão dos indivíduos externos ao grupo. 
Algumas funcionam como transgressoras dos padrões 
sociais vigentes e, por consequência da própria língua. Para ilustrar, leia o texto que 
se segue: 
 
TRUS MOSTRAM VITALIDADE DA GÍRIA EM SP 
Termo derivado de truta (amigo, companheiro), é usual nas rodinhas de 
estudantes. 
Ficar na porta de uma escola paulistana na hora da saída de aula pode ser uma 
experiência única. Para quem não faz parte da turma, compreender o que se diz é 
tarefa pra lá de difícil. Meninos e meninas, com idade entre 13 e 17 anos, não 
economizam em gírias das mais variadas e engraçadas, num código indecifrável: 
E aí, tru?! Belê? 
Sussu 
-Vô na minha goma. Ta na fita? 
- Se pá eu vou lá 
- Cola lá. Falou? 
Língua Portuguesa 
 
73 
 
Trata-se do diálogo entre amigos. Um convida o outro para ir à sua casa. O que 
foi convidado diz que talvez vá, mas não tem certeza. O outro reafirma o convite e 
despede-se. 
As gírias paulistanas, que nem sempre pegam ou viram mania nacional como 
as do Rio, onde recentemente nasceram sangue bom, sarado e o ah! Eu tô maluco! , 
originam-se, segundo os jovens da capital, nos bailes funk e escolas e entre 
praticantes

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