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Sociedade Brasileira

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DEFINIÇÃO
A sociedade brasileira e as bases de sua formação no processo de desenvolvimento
socioeconômico, heranças genotípicas, fenotípicas e culturais, a língua, costumes e
industrialização.
PROPÓSITO
Apresentar os aspectos históricos, étnico-culturais, sociais e econômicos da sociedade
brasileira, promovendo uma reflexão sobre a complexidade deste assunto em face da
desigualdade social.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os conceitos, aspectos históricos da formação da sociedade brasileira e a sua
complexidade
MÓDULO 2
Definir os aspectos étnicos e culturais, com destaque para a cultura afro e indígena
MÓDULO 3
Definir os aspectos sociais e econômicos
MÓDULO 4
Reconhecer o desafio da desigualdade
INTRODUÇÃO
A sociedade brasileira é essencialmente formada por estrangeiros que, há cerca de cinco
séculos, começaram a chegar às terras de Pindorama nas caravelas portuguesas, iniciando o
processo de miscigenação com os povos nativos, ou seja, brasileiros natos. Desde então,
novas cores, novos sabores, novos saberes, novas crenças e costumes foram se somando, e
mais do que isso, foram se formando, até resultar na sociedade colorida, multiétnica e
multicultural que conhecemos hoje.
Desafios abissais existem em termos de desigualdade, a qual é fruto do modo de construção e
desenvolvimento da economia nacional que evoluiu do extrativismo predatório para os ciclos
das monoculturas com base em uma mão de obra ora escravizada ora subjugada. Construir
pontes sobre esses abismos é missão não só de políticas públicas em todos os aspectos da
vida em sociedade, mas também de cada cidadão dessa mesma sociedade para que todos
possam desfrutar de uma vida plena e digna, com equidade e justiça social.
MÓDULO 1
 Identificar os conceitos, aspectos históricos da formação da sociedade brasileira e a sua
complexidade
CONTRIBUIÇÕES PORTUGUESA E DE
OUTRAS NAÇÕES EUROPEIAS
 
Michael Rosskothen/Shutterstock
A chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808, trazendo boa parte da corte portuguesa, marca
uma mudança na condição do Brasil Colônia, uma vez que com o príncipe regente vieram os
nobres, os funcionários públicos e domésticos e a sua imensa biblioteca. Um sinal da riqueza e
prosperidade econômica esperada é a fundação do Banco do Brasil nesse mesmo ano.
 
Poring Studio/Shutterstock
A vinda de imigrantes portugueses mais abastados, entre 1808 e 1817, especialmente para
Pernambuco e Bahia, inicia o ciclo de riqueza da cana-de-açúcar que se estendeu entre os
séculos XVI e XVII.
 
TB studio/Shutterstock
São formadas as grandes fazendas e construídos os grandes engenhos. Esses imigrantes de
melhor nível social, cultural e econômico incluíam ainda os grandes comerciantes que seriam
responsáveis pela venda do açúcar para a Europa, garantindo o retorno financeiro do trabalho
nos engenhos. O litoral vai sendo ocupado com o desenvolvimento do comércio
essencialmente marítimo.
 
Stevebidmead /Pixabay
No início do século XVIII, outra onda migratória traz imigrantes portugueses de condição
socioeconômica mais modesta por consequência de dois importantes acontecimentos: a
revolução agrícola na região do Minho (que elevou a densidade demográfica na região), e a
descoberta de ouro no interior da Colônia, riqueza que para sua exploração inicial necessitava
de pouco investimento, o que representou um forte estímulo à imigração.
IMIGRAÇÃO ALEMÃ
A imigração alemã é marcada por três fases distintas, a primeira fase iniciada em 1818. As
primeiras colônias alemãs foram instaladas no sul da Bahia entre 1818 e 1822, e na serra
fluminense, em 1819. Não tiveram sucesso.
A primeira colônia alemã de sucesso foi fundada no Rio Grande do Sul, nas margens do rio dos
Sinos e daí se expandiu para os atuais estados de Santa Catarina e Paraná. Os colonos
alemães vieram em grupos diversificados que incluíam agricultores, artesãos, e
empreendedores, muitos encorajados pelo próprio governo alemão para abertura de novos
mercados. A perda de relações com a terra natal fez com que os colonos se radicassem no
Brasil sem abrir mão de seus valores culturais.
Diferente do que aconteceu no ciclo da cana-de-açúcar e no ciclo do ouro, a imigração alemã
teve objetivo de conquista e defesa de território, sendo os colonos instalados na Região Sul
pelo governo, em assentamentos com administração própria. São agregados novos costumes
como a religião protestante e o consumo de trigo e da carne de porco.
 
Fonte: ANGELICA FLORES CEZAR/Shutterstock
Inicialmente, essas colônias não agregaram benefício econômico e tinham por objetivo
branquear a população brasileira e elevar seu padrão social. A ideia do branqueamento social
teve como base o movimento darwinismo social e a ideia de eugenia, que na virada do século
XIX para o século XX ganhara destaque no pensamento mundial. Benefícios econômicos são
observados a partir do ciclo do café com o surgimento do mercado consumidor criado pela
riqueza do café.
A segunda fase da imigração alemã se inicia por volta de 1845 na região serrana de Petrópolis
e a terceira fase inicia com a Primeira Guerra Mundial, sendo o maior fluxo migratório na
década de 1920. A população de colonos alemães tinha grande mobilidade territorial pela ação
de companhias de colonização.
Apesar de representar um fluxo migratório pequeno em relação a outras nações europeias, a
imigração alemã contribuiu de forma contundente para a formação da sociedade brasileira,
especialmente no sul do país.
IMIGRAÇÃO ESPANHOLA
No Brasil Colônia, a imigração espanhola teve como destino principal a cultura do café,
substituindo a mão de obra escrava. Caracterizou um fluxo migratório intenso representando o
terceiro maior contingente de imigrantes superados apenas pelos portugueses e italianos. O
final do século XIX representa o maior fluxo migratório, um fluxo essencialmente familiar.
 
Fonte: https://www.saopaulo.sp.gov.br/ conhecasp/nossa-gente/espanhois/
 Partida de navio com imigrantes espanhóis | Fonte: Acervo Digital do Memorial do Imigrante
No início do século XX, os espanhóis já representam grande parte do operariado brasileiro.
Incentivos do governo brasileiro como o financiamento da viagem de navio criaram um fluxo
migratório intenso, associado à pobreza na terra natal e a duração do período da União
Ibérica.
UNIÃO IBÉRICA
Unificação das coroas de Portugal e Espanha.
SANTOS E RIO DE JANEIRO
As cidades de Santos, do Rio de Janeiro e de Salvador foram os principais centros de
recepção dos braceros no Brasil. Uma característica desse grupo migratório era o alto índice
de analfabetismo e a pobreza.
SALVADOR
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Em Salvador, porém, a forma de entrada no país seria diferenciada. Os espanhóis que se
dirigiram para a capital baiana não participavam dos programas de imigração. Chegavam
com emprego garantido, chamados por compatriotas e parentes já estabelecidos,
proprietários de pequenos estabelecimentos comerciais, bares e hotéis.
BRACEROS
Trabalhadores braçais
Os imigrantes vindos da Galícia, por causa de suas afinidades étnicas e culturais com os
portugueses, foram os que mais se enraizaram no Rio de Janeiro. Tanto assim, que a
expressão galego era utilizada para identificar os imigrantes ibéricos de um modo geral. No Rio
de Janeiro, concentraram-se nos centros urbanos em atividades do comércio, muitos em bares
e na hotelaria.
IMIGRAÇÃO ITALIANA
Um dos maiores movimentos migratórios para o Brasil é a imigração italiana que teve seu fluxo
máximo entre 1880 e 1930. Dados de 2013, da embaixada italiana, dão conta de 30 milhões de
descendentes desses imigrantes, cerca de 15% da população brasileira, na época.
Uma explicação para esse intenso fluxo migratório foi o movimento de oposição à imigração
alemã, já que nos estados do sul os alemães criavam comunidades bastante fechadas, em que
a língua portuguesa e os hábitos culturais brasileiros não faziam parte do dia a dia das famílias.
Parte do sucesso da imigraçãoitaliana pode estar no fato de que os imigrantes vinham em
família e as famílias aqui constituídas apresentavam alta taxa de natalidade. A proximidade de
hábitos e costumes, como a religiosidade, tornavam o imigrante italiano mais facilmente aceito
em nossa comunidade do que os alemães ou japoneses, além de atender à ideia de
branqueamento da população, busca constante da elite brasileira.
Inicialmente, os imigrantes italianos seguiram para o sul do país para assentamentos no Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A partir de 1895, o principal destino da imigração
italiana subvencionada pelo governo se torna as fazendas de café de São Paulo, como tão
bem descrito por obras do cinema e da televisão.
Parte dos imigrantes italianos instalou-se em cidades, como São Paulo, que recebeu o maior
contingente desses imigrantes, e Rio de Janeiro, capital do país e um dos principais portos
para a entrada de imigrantes.
 
Alex Rodrigo Brondani/ Shutterstock
Os italianos ocuparam grande parte das vagas da indústria emergente no país chegando a
representar 90% dos trabalhadores ocupados nas fábricas paulistas, em 1901 (IBGE, 2000).
Atuavam em atividades de prestação de serviço como garçons, artesãos e pequenos
comerciantes: jornaleiros, mascates, vendedores ambulantes ou nos mercados. Entre os
imigrantes italianos bem-sucedidos que começaram de baixo está o Conde de Matarazzo.
 
https://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S010147142018000100415
 Cortiço localizado na Rua Conselheiro Ramalho. | Fonte: Acervo do Centro de Memória da
Saúde Pública, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Autoria
desconhecida, s/d
IMIGRAÇÃO JUDAICA, ÁRABE E
JAPONESA
IMIGRAÇÃO JUDAICA
Assim como já havia acontecido com os imigrantes alemães e viria acontecer com os
imigrantes japoneses, a imigração judaica sofreu alguns entraves, especialmente no período do
Estado Novo.
 
https://brasil500anos.ibge.gov.br/ territorio-brasileiro-e-povoamento/judeus/ a-politica-
imigratoria-do-estado-novo.html
 Fonte: Grupo judaico em frente ao prédio do Porto – Década de 20. Coleção Malamud |
Fonte: Arquivo geral da cidade do Rio de Janeiro.
Veja os detalhes da imigração judaica na linha do tempo a seguir.
Os primeiros registros da imigração judaica para o Brasil datam de 1540 (Brasil, 2000) como
consequência da expulsão daqueles judeus que se recusavam à conversão ao cristianismo
pelo decreto de Isabel de Castela e Fernão Aragão, reis de Espanha em 1492, e que buscaram
refúgio em Portugal, onde também acabaram perseguidos.
A primeira comunidade judaica no continente americano foi instalada no Brasil, e a primeira
sinagoga das Américas foi fundada em Recife. A presença do povo judaico no Nordeste está
fortemente associada à presença dos holandeses, e essa presença quase desaparece com a
expulsão dos holandeses das terras brasileiras.
Reiniciado o fluxo migratório judaico, é fundada uma comunidade judaica em Belém e a
sinagoga ali existente é hoje a mais antiga em funcionamento no Brasil. Com a instalação da
República e a garantia na Constituição de liberdade religiosa se instala novo fluxo migratório e
uma próspera comunidade judaica se estabelece em São Paulo.
Inicia-se uma discussão sobre a imigração judaica, uma vez que o movimento nacionalista
defendia a imigração apenas daqueles que trouxessem para o país vantagens como a mão de
obra para agricultura ou capital para investimento, o que não era o caso desses imigrantes.
Com o advento do Estado Novo (1937-1945), a legislação federal trouxe restrição às atividades
de estrangeiros no Brasil, especialmente relacionadas às atividades político-partidárias, o que
afetou em parte o movimento sionista no Brasil, e muitos vistos foram negados a imigrantes de
origem judaica nesse período. Aponta-se que o desejo de construção de uma identidade
nacional e a ascensão do partido nazista na Alemanha tenham tornado esse grupo de
imigrantes indesejado pelo Estado.
Um marco inicial da imigração judaica é a intensa atividade política e cultural desenvolvida com
o compromisso de fortalecer a comunidade judaica brasileira, através da fundação de
associações, escolas e bibliotecas e uma imprensa própria, além de fornecer ajuda aos recém-
chegados.
Na segunda metade do século XX, a população judaica já representava parte ativa da classe
média brasileira discutindo e atuando junto às comunidades em questões nacionais, com
participação ativa no processo político do país. Assimilando costumes da sociedade brasileira,
casamentos entre judeus e não judeus tornaram-se evento comum na sociedade brasileira.
IMIGRAÇÃO ÁRABE
Os imigrantes árabes tiveram origens diversas. Muitos vieram do Líbano, outros vieram da Síria
e da Palestina. Ainda tem destaque a presença de imigrantes da Jordânia e da Turquia. Assim,
constituíam povos diferentes compartilhando aspectos fundamentais: o idioma ou os dialetos
derivados do árabe, a cultura e, em alguns casos, a religião. Os primeiros imigrantes sírios e
libaneses eram árabes cristãos. A partir da segunda metade do século XX, inicia o fluxo
migratório dos árabes mulçumanos.
 
Fonte: Consulado Geral do Líbano
 Família de imigrantes libaneses no Brasil em 1920.
 VOCÊ SABIA
O fluxo migratório árabe se torna mais intenso no início do século XX, mas há registro da
entrada de migrantes do mundo árabe desde os tempos imperiais, pelo fascínio do imperador
D. Pedro II pela cultura e pelo povo árabe.
Esses imigrantes não tiveram como destino inicial a lavoura, mas, sim, as atividades de
comércio como mascates, tornando-se industriais, atacadistas ou varejistas, concentrados na
Região Sudeste do Brasil, embora comunidades tenham se estabelecido na Região Centro-
Oeste que, por pelo menos duas décadas (1920 a 1930), foi abastecida pelos caixeiros-
viajantes, os quais, além dos produtos, levavam notícias para os rincões do país.
A contribuição cultural dos povos árabes é marcante, mas é mais facilmente lembrada pela
culinária. O hábito da negociação de descontos, o desconto por compra em quantidade são
traços culturais apreendidos desses imigrantes.
O aumento do comércio de comida rápida aproximou a população brasileira do quibe, da
esfiha, do tabule e da coalhada seca, antes limitados aos restaurantes típicos. A popularidade
desses pratos fez com que fossem incorporados ao cardápio de outros estabelecimentos,
como as pastelarias chinesas, e os bares e lanchonetes brasileiros.
Dois traços culturais são marcantes nos imigrantes árabes: a convivência próxima de toda a
família, quase como um clã, e a busca pela ascensão e reconhecimento social, especialmente
pela via da educação. Nomes de destaque no meio acadêmico têm origem sírio-libanesa, como
Adib Jatene e Antônio Houaiss.
IMIGRAÇÃO JAPONESA
Em junho de 1908, aconteceu o primeiro desembarque de imigrantes japoneses no porto de
Santos, trazidos pelo navio Kasato Maru. Esse movimento migratório atendia a política de
emigração do governo japonês para aliviar tensões sociais e atendia a interesses do governo
brasileiro que buscava mão de obra para substituir o trabalho escravo, embora incentivos do
governo a esses migrantes tenham sido oficializados em tempo tardio.
 
Fonte: Everett Collection/ Shutterstock
Forte discussão sobre a capacidade de assimilação da cultura nacional por parte dos
imigrantes asiáticos, e o ainda vigente desejo de branqueamento da população explica a
restrição à vinda desses imigrantes, e mesmo no século XX, já no Estado Novo, tensões e
desconfiança em relação à comunidade nipônica eram observadas.
Com a assinatura de acordos comerciais, como parte da política de emigração do governo
japonês, parte da mão de obra japonesa se estabeleceu nas cidades em atividades do
comércio. Outra parte desses trabalhadores se instalou em propriedades administradas por
companhias de imigração para cultivar produtos de interesse da economia japonesa, como o
algodão, fundamental para a indústriatêxtil japonesa. Muitos foram trabalhar em fazendas de
cultura do café.
Ao longo do tempo, essa produção foi diversificada, garantindo a subsistência das famílias e o
abastecimento das comunidades com o cultivo de hortaliças, arroz, frutas e chá no sul do país.
Na Amazônia, o principal produto agrícola se tornaria a pimenta-do-reino. Um importante
produto para a indústria têxtil, especialmente, é o cultivo do casulo do bicho-da-seda.
A CONTRIBUIÇÃO DE ESCRAVOS E
INDÍGENAS
A CONTRIBUIÇÃO DE ESCRAVOS
O tráfico negreiro marca de forma indiscutível e permanente a construção da identidade social
e cultural brasileira. Não só pela própria diversidade de povos escravizados, com traços sociais
e culturais distintos, mas pela forma diferenciada com que esses traços foram incorporados nas
diferentes regiões onde o trabalho escravo representou a principal força motriz da economia e
do desenvolvimento.
O tráfico de escravos foi atividade exercida especialmente pelos portugueses e espanhóis para
alimentar com mão de obra uma das atividades mais lucrativas do ocidente no século XVI, o
cultivo da cana-de-açúcar e o comércio açucareiro. A mão de obra escrava foi empregada,
inicialmente, em atividades como preparação do açúcar, uso e conserto de utensílios e
equipamento.
Gradativamente, o trabalho escravo foi também se estendendo ao cultivo da cana, pela
resistência e dificuldade de adaptação do indígena ao trabalho na lavoura, ao trabalho
doméstico nos engenhos e nas cidades, no transporte e distribuição de alimentos e objetos, e
até mesmo de pessoas. Os negros se tornam parte da cena das cidades, especialmente no
Nordeste e no Sudeste.
Entre as razões para substituição do trabalho indígena pelo trabalho escravo está o fato de a
mão de obra escrava ser mais bem qualificada para as tarefas do que a mão de obra indígena,
além de o lucro obtido pelos comerciantes de escravos.
 
Fonte: Scielo
 A obra de Jean-Baptiste Debret como fonte histórica para os estudos dos trajes usados no
Brasil no início do século XIX.
O tráfico de escravos trouxe para o Brasil negros africanos vindos de diversas regiões da
África.
ANGOLA
A maioria dos escravos da América portuguesa veio da região de Angola.
MOÇAMBIQUE
No século XVIII, o comércio escravagista do Rio de Janeiro, Recife e São Paulo era suprido por
escravos da região de Moçambique.
NIGÉRIA
No comércio baiano os escravos eram trazidos da região da Nigéria.
A trajetória dos escravos é triste e sofrida. O trabalho e o tratamento abusivo, os castigos
físicos como forma de punição serviram muitas vezes como combustível para fugas e revoltas.
Destas fugas e revoltas surgem os quilombos . Os quilombos foram criados em todos as
regiões do país em que houve trabalho escravo tanto na área rural como na área urbana.
QUILOMBOS
Pequenos povoados de refúgio e subsistência de escravos fugitivos, negros libertos e
alguns indígenas.
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Fonte: Arquivo Nacional.
 Víveres levados à cadeia oferecidos pela irmandade do Santíssimo Sacramento, em
litografia incluída no álbum Brasil pitoresco, de Jean-Baptiste Debret, publicado em 1839.
Dados da Fundação Palmares (2019) informam a existência de 3 mil quilombos no Brasil,
resistindo a dificuldades diversas como a especulação imobiliária e a manutenção do direito
sobre as terras onde estão instalados. Mesmo o programa federal Brasil Quilombola, criado em
2004, para assegurar direitos de cidadania, não tem sido suficiente para garantir a
sobrevivência dessas comunidades.
 A participação do negro escravizado no dia a dia da vida rural e urbana da sociedade brasileira
resultou em profunda mudança e assimilação de costumes de ambos os lados.
 A mistura entre negros, brancos e índios criou tipos como:
CABOCLO
Branco e índio.
MULATO
Branco e negro.
CAFUZO
Negro e índio.
Essa mistura tornou colorida a sociedade brasileira, apesar de todo o esforço colonialista de
branqueamento.
A CONTRIBUIÇÃO INDÍGENA
Consultando o documento Brasil: 500 anos de povoamento (IBGE, 2000) encontra-se uma
estimativa de que a população indígena no século XVI era de cerca de 2,4 milhões de
indivíduos, distribuídos pelas diferentes etnias, muitas delas hoje já extintas, como os carijós,
caetés, aimorés, guaranis e tamoios, entre outras muitas.
 
Fonte: Wikipedia
 Índios respectivamente das tribos: Assurinis do Xingu, tapirapés, caiapós, tapirapés,
ricbactas e bororos.
A relação entre as diferentes etnias e os colonizadores portugueses tem momentos bastante
diferenciados como:
A construção de alianças com os colonizadores;
A construção de alianças com invasores (holandeses);
Atos de violência como o canibalismo praticado por algumas etnias como os casos
notórios da História do Brasil: o do primeiro bispo do Brasil, Bispo Sardinha (caetés) e do
jesuíta Pero Correa (carijós).
 
A política indigenista do Brasil Colônia tinha como base a condição dessa ou aquela nação
indígena em relação aos interesses da Coroa portuguesa. Ou eram amigos e aliados ou
selvagens e inimigos. A conversão ao catolicismo e a adesão ao trabalho nas missões
caracterizavam as etnias amigas, ainda que não recebessem qualquer benefício em termos de
reconhecimento de sua unidade cultural ou de garantia de liberdade.
A partir do contato com os colonizadores, a cultura dos povos indígenas sofre modificações
socioculturais profundas, muitas vezes com o enfraquecimento gradativo do seu sistema de
crenças, base de seu modo de vida tradicional. Parte dessas modificações é consequência da
violência do processo de colonização em que a legislação de proteção aos povos nativos se
modificava de acordo com os interesses locais e da Coroa portuguesa.
As missões jesuítas eram povoados construídos e administrados pelos padres jesuítas para a
conversão dos indígenas à fé católica, e nesses locais os indígenas eram livres, aprendendo o
cultivo da terra e a língua portuguesa. Representam parte importante da política indigenista do
Brasil Colônia.
O contato com os colonizadores também teve consequências trágicas em termos de saúde
coletiva para essa população, que tomou contato com doenças antes não existentes.
O nome do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon precisa ser lembrado sempre que a
política indigenista for assunto de debate. Engenheiro militar, responsável pela integração das
Regiões Centro-Oeste e Amazônica ao restante do país através de linhas telegráficas, foi por
toda a vida defensor das populações indígenas, e seu trabalho humanista foi continuado pelos
irmãos Villas-Bôas.
 
Fonte: Wikipedia
 Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon
Embora algumas etnias estejam efetivamente extintas, outras muitas perduram vivendo com
base nos valores herdados de seus ancestrais, expressando-se de acordo com rituais e
crenças resgatados para ocupar seu lugar como parcela significativa de uma sociedade que
caminha para o futuro. Constroem projetos de preservação de seus territórios, de sua
diversidade cultural e de seus valores.
Veja como a população indígena conquistou seu espaço com o passar do tempo.

1952
Um importante momento da vida nacional em relação às populações indígenas é a criação do
Parque Nacional do Xingu como área de proteção indígena.
1988
A Constituição Cidadã de 1988 volta seu olhar não somente para a população indígena, mas
para todos os grupos sociais marginalizados. Esta visão reconhece os indígenas como
cidadãos, garantindo-lhes direitos específicos, resultando em uma cidadania plural. A eles é
garantido o direito de terra coletiva suficiente para a sua expressão cultural e espiritual, e
educação escolar diferenciada com base em processos próprios de ensino-aprendizagem e
produção de conhecimentos.


2000
É feita uma pesquisa realizada pelo IBOPE a pedido do Instituto Socioambiental (ISA), por
ocasião das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, e confirma uma
tendência percebida na prática cotidiana dos povos indígenas, o aumentoprogressivo da
consciência de que os povos indígenas constituem, sim, um dos pilares da sociedade brasileira
sendo parte importante da identidade nacional, assim como o negro, sem os quais o Brasil
deixaria de ser ele mesmo.
Mas tendo conseguido grandes avanços, ainda existem alguns problemas muito sérios que
eles precisam enfrentar como:
 
Daniel Favaro Jacobina/Shutterstock
A necessidade de demarcação de reservas;
 
Joa Souza/Shutterstock
A invasão de áreas;
 
Celio messias silva/Shutterstock
A falta de respeito à cultura indígena;
 
Photocarioca/Shutterstock
A falta de uma política eficiente de saúde indígena para controle das doenças adquiridas
através do contato com o homem branco;
 
Nowaczyk/Shutterstock
Política de educação indígena que mescle o conhecimento tradicional das nações indígenas
com o ensino formal regular.
O resgate da história e da origem da identidade brasileira parece ser o caminho para seu
desenvolvimento pleno, justo e igualitário diante da diversidade étnica e cultural de seu povo.
Veja mais sobre os povos indígenas no vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - NO SÉCULO XVIII, OCORREU, TAMBÉM, A IMIGRAÇÃO DE
PORTUGUESES ORIUNDOS DE CAMADAS SOCIAIS MAIS BAIXAS. DOIS
ACONTECIMENTOS PROPICIARAM A VINDA DESSES GRUPOS PARA O
BRASIL: 
 
I. A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA NA REGIÃO DO MINHO. 
II. A DESCOBERTA DO OURO NO BRASIL, CUJA EXPLORAÇÃO INICIAL
EXIGIA UM INVESTIMENTO MÍNIMO. 
III. A DESCOBERTA DO OURO NO BRASIL, CUJA EXPLORAÇÃO EXIGIA
UM GRANDE INVESTIMENTO. 
IV. O SURGIMENTO DA INDÚSTRIA AÇUCAREIRA NO BRASIL. 
 
É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) ) I e II estão corretas.
B) ) I e III estão corretas.
C) I e IV estão corretas.
D) II e IV estão corretas.
2- NA OPINIÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA EM GERAL, OS PRINCIPAIS
PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS POVOS INDÍGENAS SÃO: 
 
I. INVASÃO DAS TERRAS INDÍGENAS. 
II. APARECIMENTO DE NOVAS ETNIAS. 
III. DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO CONTATO COM OS BRANCOS. 
IV. FORTALECIMENTO DE SEU SISTEMA DE CRENÇAS. 
 
 
É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) I e II estão corretas.
B) I e III estão corretas.
C) II e III estão corretas.
D) II e IV estão corretas.
GABARITO
1 - No século XVIII, ocorreu, também, a imigração de portugueses oriundos de camadas
sociais mais baixas. Dois acontecimentos propiciaram a vinda desses grupos para o
Brasil: 
 
I. A revolução agrícola na região do Minho. 
II. A descoberta do ouro no Brasil, cuja exploração inicial exigia um investimento
mínimo. 
III. A descoberta do ouro no Brasil, cuja exploração exigia um grande investimento. 
IV. O surgimento da indústria açucareira no Brasil. 
 
É correto afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
 
A vinda de imigrantes portugueses de poder econômico mais baixo se deveu ao pouco
investimento inicialmente necessário para a exploração do ouro, bastando a coragem de
penetrar nos sertões das Minas Gerais e a bateia para peneirar o cascalho. A indústria
açucareira no Brasil se desenvolveu não com base no trabalho de imigrantes, mas, sim, da
mão de obra escrava, inicialmente, dos indígenas e mais tarde dos negros africanos.
2- Na opinião da população brasileira em geral, os principais problemas enfrentados
pelos povos indígenas são: 
 
I. Invasão das terras indígenas. 
II. Aparecimento de novas etnias. 
III. Doenças transmitidas pelo contato com os brancos. 
IV. Fortalecimento de seu sistema de crenças. 
 
 
É correto afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
 
À medida que os povos indígenas tiveram contato com os colonizadores brancos seu sistema
de crença e sua cultura foram enfraquecidos conforme assimilavam novos costumes. A
extinção de algumas etnias foi consequência, entre outros fatos, da perda de seu território e
destruição de seu modo de vida e conflitos violentos com os colonizadores.
MÓDULO 2
 Definir os aspectos étnicos e culturais, com destaque para a cultura afro e indígena
HERANÇA INDÍGENA
O processo de formação da população brasileira se inicia com a miscigenação entre os
colonizadores portugueses e as mulheres indígenas, consequência imediata da chegada das
caravelas e o desembarque dos colonizadores nas terras de Pindorama.
Hábitos e costumes indígenas fazem parte do dia a dia do brasileiro em todas as regiões do
país, sem que sejam percebidos como tal. Depois de comer uma boa feijoada (herança
africana) poucas coisas dão mais conforto do que se deitar em uma rede para deixar a
digestão acontecer (herança indígena). Qual peixe assado dispensa um bom pirão?
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O uso de ervas medicinais, especialmente da floresta, tem sido cada vez mais valorizado e
ganha valor e chancela científicos.
Poucos brasileiros lembram dos povos nativos quando:
MISCIGENAÇÃO
Processo ou resultado de misturar raças, pelo casamento ou coabitação de um homem e
uma mulher de etnias diferentes.
 
gabriele gabi /Pixabay
Vão a Ipanema (origem tupi: água ruim para beber e pescar);
 
leoakiyama /Pixabay
Vão ao Guarujá (origem tupi: viveiro de guarus);
 
fabianogebert / Pixabay
Passeiam por Guaratiba (local de muitas aves);
 
LubosHouska / Pixabay
Usam produtos de cestaria ou admiram cerâmicas como as de origem marajoara;
 
rocharibeiro/Shutterstock
Comem Catupiry® (origem tupi, excelente);
 
RHJPhtotoandilustration /Shutterstock
Ficam com catapora (origem tupi, fogo que brota);
 
ASSY /Pixabay
Chamam quem nasceu no RJ de carioca (origem tupi, casa do homem branco);
 
blende12/Shutterstock
Veem uma perereca (origem tupi, andar aos saltos);
 
Nataliia Melnychuk / Shutterstock
Veem uma animal escondido em uma tocaia (origem tupi, pequeno abrigo para esconderijo
para esperar a caça ou o inimigo).
HERANÇA AFRICANA
Outro ingrediente para essa mistura é a chegada do negro escravo vindo de diferentes regiões
do continente africano, trazendo em cada grupo, uma variedade de heranças não só de
constituição física, mas de hábitos e costumes, traduzidos nas crenças, na culinária, nas
tradições regionais e na história dos ancestrais.
Raros são os aspectos da identidade e da cultura nacional que não apresentam traços da
herança africana. Boa parcela dos brasileiros não dispensa uma feijoada, não importa sua
própria herança cultural. É inegável o apreço pelo perfume e uso das pimentas e do óleo
dendê, pela farofa, pela doçura das cocadas.
Veja quais foram as maiores contribuições dos africanos.
 
Erica Catarina Pontes/ Shutterstock
Uma das maiores contribuições, senão a maior contribuição, dessa miscigenação é a criação
da única religião de origem brasileira, a umbanda. A palavra umbanda significa arte de curar e
tem origem no vocabulário quimbundo, de Angola. Assim como a população brasileira, a
umbanda é fruto da mistura de elementos de crenças do candomblé, do catolicismo e do
espiritismo cristão.
 
zixia/Shutterstock
A capoeira, que hoje é um esporte nacional e de reconhecimento internacional, foi proibida no
Brasil até a década de 1930. Antes dessa data era considerada uma prática ilegal desde os
tempos do Brasil Colônia.
Surgiu da associação e adaptação de passos e ritmos de danças e movimentos de luta
praticados ao som de música. Representava uma forma de defesa dos negros fugitivos e um
modo de preservar as tradições culturais e aliviar tensões, sendo um símbolo de resistência
dos escravos.
 
Erica Catarina Pontes/Shutterstock
O maracatu é talvez um dos mais perfeitos resultados da miscigenação entre os indígenas
nativos, os brancos colonizadores e os negros escravizados. Representa uma tradição cultural
e religiosa afro-brasileira por excelência.
 É um produto genuinamente brasileiro em que se mesclam aspectos da religiosidade africana
com danças que se assemelham às do candomblé e trajes rebuscados como os encontrados
nas congadas, que remetem à nobreza negra. O maracatu é típico do estado de Pernambuco.
 
MonicaVolpin/Pixabay
Não é possível falar em herança cultural miscigenada sem fazer referência ao samba. O samba
se criou a partir dosbatuques dos escravos que associavam os sons da percussão com
movimentos do corpo. Com a elevação da cidade do Rio de Janeiro à condição de capital,
houve um encontro desses batuques com elementos das danças dos brancos e de negros
vindos de outras regiões do país.
A região central da cidade do Rio de Janeiro é considerada o palco das primeiras rodas de
samba, especialmente a região da Praça Onze, local onde se reuniam os negros ao redor de
pais e mães de santo iorubas.
O samba passa a ser sinônimo de alegria, de festa. São identificados diferentes modos de
tocá-lo e cantá-lo, como o samba de roda e o samba de partido alto.
Com o surgimento das escolas de samba, surge um novo formato para o samba, o samba-
enredo. Os enredos dessas agremiações abordam fatos da História do Brasil, elementos do
folclore ou da diversidade cultural e religiosa do país.
 VOCÊ SABIA
Em 2014, a UNESCO reconheceu a capoeira como patrimônio imaterial da humanidade porque
representa a luta e a resistência dos negros contra a escravidão no Brasil.
Por fim, um aspecto indiscutível da herança africana é a variedade na constituição física do
brasileiro, criando um padrão de beleza fruto dessa miscigenação reconhecido e valorizado nas
belas-artes e na indústria da moda.
 
Fonte: pixelrain/ Shutterstock
Veja como a miscigenação foi retratada nas obras de Di Cavalcanti assistindo ao vídeo a
seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA. ENCONTRAMOS
CONTRIBUIÇÕES DA CULTURA AFRICANA NO COTIDIANO POR TODO O
BRASIL. ENTRE ESSAS CONTRIBUIÇÕES ESTÃO:
A) O pirão de peixe.
B) O trabalho de cestaria.
C) A capoeira.
D) A polca.
2 - MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA. UM TRAÇO DA RELIGIOSIDADE
DA CULTURA AFRICANA É A PRESENÇA DE MÚSICA, MUITAS VEZES
COM INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO. UM EXEMPLO DESSA
CARACTERÍSTICA É ENCONTRADO NOS ITENS ABAIXO, EXCETO:
A) Samba
B) Congada
C) Maracatu
D) Corso
GABARITO
1 - Marque a alternativa correta. Encontramos contribuições da cultura africana no
cotidiano por todo o Brasil. Entre essas contribuições estão:
A alternativa "C " está correta.
 
O pirão de peixe e o trabalho de cestaria são heranças da cultura indígena e a polca
representa um estilo de dança europeu.
2 - Marque a alternativa correta. Um traço da religiosidade da cultura africana é a
presença de música, muitas vezes com instrumentos de percussão. Um exemplo dessa
característica é encontrado nos itens abaixo, exceto:
A alternativa "D " está correta.
 
Todas as opções estão relacionadas ao carnaval, porém, o corso, essencialmente, era uma
brincadeira da elite que desfilava em carros abertos fazendo batalha de confete com ocupantes
de outros carros.
MÓDULO 3
 Definir os aspectos sociais e econômicos
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DA
SOCIEDADE BRASILEIRA
Num país de dimensões continentais com variedade de biomas, de heranças culturais e com
características regionais marcantes, é difícil discutir aspectos específicos da população sem
uma trilha segura de orientação.
Assim, para a investigação sobre as condições socioeconômicas que vamos iniciar agora,
teremos como fio condutor os resultados do Censo 2010 (IBGE, 2011), especialmente os
dados relativos aos indicadores sociais municipais e o estudo conduzido por regiões.
 SAIBA MAIS
Socioeconômico: Qualidade das práticas que interferem na ordem social ou na economia de
um país ou localidade. Essas práticas consideram um conjunto de valores ou parâmetros que
classificam o indivíduo em uma hierarquia em que cada degrau representa um nível
socioeconômico.
[...] “A CRESCENTE IMPORTÂNCIA QUE AS UNIDADES
DA FEDERAÇÃO E MUNICÍPIOS BRASILEIROS VÊM
ASSUMINDO NA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS E NA ALOCAÇÃO DE RECURSOS EM
FAVOR DOS SEGMENTOS POPULACIONAIS
CONSIDERADOS PRIORITÁRIOS, REQUER, CADA VEZ
MAIS, A DISPONIBILIDADE DE INDICADORES
DESAGREGADOS QUE PERMITAM CAPTAR A
EXTREMA VARIEDADE DE SITUAÇÕES QUE O PAÍS
APRESENTA, CONTRIBUINDO, ASSIM, PARA A
ANÁLISE DA REALIDADE SOCIAL E DE SEUS
PROCESSOS DE MUDANÇA, PERMITINDO O
ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS E PRIORIDADES
SOCIAIS” .
(IBGE, 2011)
 SAIBA MAIS
Desenvolvimento socioeconômico: É a mudança positiva e mensurável em indicadores ou
parâmetros econômicos e sociais que refletem uma tendência ao equilíbrio no sentido da
qualidade de vida.
 
boreala/AnyaPL/ Shutterstock
O crescimento e o desenvolvimento econômico no Brasil começaram pelo litoral. Indiscutível.
Pelo litoral da Bahia, onde aportaram as caravelas de Pedro Álvares Cabral e onde
desembarcaram os primeiros colonizadores.
Do extrativismo devastador e predatório do pau-brasil, passando pelos engenhos de açúcar,
as atividades econômicas ocuparam a faixa litorânea por décadas. Os desafios da geografia
local tendo a Serra do Mar como emblemática muralha certamente não facilitou a conquista do
restante de nosso país-continente.
 
boreala/AnyaPL/ Shutterstock
O movimento de Entradas e Bandeiras com objetivo de captura de mão de obra indígena e a
descoberta de riquezas minerais gradativamente vai levando a colonização para o interior do
país-continente fazendo surgir vilas, povoados e cidades.
 As diferenças regionais em termos de recursos naturais certamente facilitaram ou dificultaram
o desenvolvimento econômico. Solo fértil, disponibilidade de água, clima favorável são
condições básicas para o estabelecimento de centros agrícolas, do mesmo modo que a
disponibilidade de matéria-prima para as diferentes atividades industriais favorece a instalação
dessa ou aquela indústria em determinada localidade.
O surgimento e crescimento das cidades e o processo de industrialização vão transformando
as demandas sobre a qualificação da mão de obra, tornando a educação formal e qualificação
profissional um entrave ou estímulo para a condição socioeconômica de um indivíduo ou de um
grupo social, sendo um fator de decisão para o acesso ao emprego formal e à renda. Garantia
de renda é garantia de acesso ao consumo de bens e serviços.
Dessa forma, desenvolvimento social, por consenso, torna-se prioridade, impondo a criação de
estratégias para sua promoção que incluam indicadores como:
 
Thomas Breher/Pixabay
A renda;
 
FotografieLink /Pixabay
O emprego (ocupação);
 
Mariamichelle / Pixabay
A escolaridade;
 
Alterfines/ Pixabay
O acesso aos serviços públicos básicos como saúde e saneamento básico.
O desenvolvimento social está atrelado ao desenvolvimento econômico, e um não pode ser
planejado sem a consideração do outro.
A melhoria da qualidade de vida da população pela melhoria das condições socioeconômicas
deve ser o fator de orientação de políticas públicas em todos os níveis de governo,
contemplando todos os tipos de desigualdades.
DADOS SOCIOECONÔMICOS
ALFABETIZAÇÃO
Ainda consiste em um grande desafio a ser vencido e pode ser considerado um dos fatores
mais determinantes para a exclusão social.
Veja como a taxa de analfabetismo é diferente dependendo da região do país.
NACIONAL
De acordo com o Censo 2010, a taxa nacional de analfabetismo é de 9,6% da população.
REGIÃO NORDESTE
Em municípios com cerca 20 mil habitantes na Região Nordeste, o analfabetismo chega a 28%
para faixa de idade maior de 15 anos.
REGIÃO SUL
Municípios de mesmo tamanho na Região Sul têm taxa de 7,9%.
SANEAMENTO BÁSICO, COLETA DE LIXO,
OFERTA DE ÁGUA POTÁVEL
A importância do saneamento básico para a saúde, bem como a oferta de água potável tem
levado à melhoria nas condições sanitárias nos domicílios brasileiros, embora em ritmo mais
lento do que o desejado e necessário. As condições de saneamento impactam também o meio
ambiente.
É preciso reconhecer que a oferta de condições sanitárias adequadas não só quanto à coleta
do esgoto, mas também ao lixo domiciliar e à construção de rede de abastecimento de água
demanda grande investimento, basicamente, do setor público, seja nas metrópoles, seja nos
pequenos municípios.
Veja como as condições de saneamento são diferentes dependendo da regiãodo país.
NACIONAL
O Censo 2010 (IBGE, 2011) aponta evolução nesse requisito com aumento de 45,3% para
61,8% de domicílios com saneamento adequado no país.
REGIÃO NORTE
Nessa região, 22,4% dos domicílios apresentam saneamento.
REGIÃO SUDESTE
Nessa região, 82,3% dos domicílios apresentam saneamento.
Essa diferença tem impacto significativo sobre a saúde e o meio ambiente, e mostra a
necessidade local de investimentos. Em todas as regiões do país, o tamanho da população do
município tem relação direta com a qualidade do saneamento adequado nos domicílios.
RENDA PER CAPITA
Os valores de renda per capita em termos de distribuição de renda no Brasil confirmam a
tendência de redução da desigualdade de renda, embora essa desigualdade ainda seja
bastante evidente nas grandes cidades.
De acordo com os dados do Censo 2010, para a população geral, o rendimento médio per
capita de R$188 correspondia a 25% da população e o valor de R$375 correspondia a 50% da
população, para um salário-mínimo de R$510.
MUNICÍPIOS DE ATÉ 50 MIL HABITANTES
75% da população apresentava renda per capita de 1 salário-mínimo com o valor médio de
R$429.
MUNICÍPIOS ACIMA DE 500 MIL HABITANTES
O valor dobra e a média chega a R$991.
O indicador pobreza ainda carece de melhor definição e, em geral, representa uma renda
domiciliar per capita abaixo de um limite estabelecido pelos diferentes programas sociais. Outra
perspectiva a considerar é a situação de pobreza relativa, sendo pobre aquele que não atinge o
padrão médio de vida de uma localidade ou região geográfica.
Dados do Censo 2010 mostram que a incidência da pobreza é maior em municípios entre 10 e
50 mil habitantes, considerando a população que vive com renda per capita de R$70. Para a
população nacional, o percentual corresponde a 6,3%.
URBANO
O rendimento urbano médio corresponde a R$415.
RURAL
O rendimento rural é de R$170.
A diferença da renda per capita entre a população rural e a população urbana é ainda mais
discrepante.
MUNICÍPIOS DE 10 A 20 MIL HABITANTES
O percentual chega a 13,7% com 50% da população com renda per capita de meio salário-
mínimo ou R$256.

MUNICÍPIOS COM 500 MIL HABITANTES
O percentual da população com renda per capita de R$70 é de 1,8% e 25% com renda per
capita de meio salário-mínimo ou R$256.
 SAIBA MAIS
Para conhecer melhor a população brasileira em todas as suas dimensões, consulte o
resultado do Censo 2010 em Indicadores Sociais Municipais – Uma análise dos resultados do
Universo do Censo Demográfico 2010. IBGE.
 
Censo Demográfico 2010 | Fonte: IBGE
As políticas de combate à pobreza precisam considerar o contexto em que ela ocorre. Nas
grandes cidades, o aspecto pobreza ganha maior destaque porque a desigualdade de renda
tem proporções abissais.
O crescimento das cidades e da população urbana, muitas vezes resultado de movimentos
migratórios, traz um tipo de pobreza que se instala pela dificuldade da população em se
adequar aos novos padrões sociais. O resultado é o crescimento da população nas áreas
periféricas dos grandes centros urbanos de modo desordenado e produzindo uma situação que
muitas vezes chega a ser dramática.
POLÍTICAS SOCIOECONÔMICAS
A criação de políticas de melhoria das condições socioeconômicas da população e, em
consequência, de sua qualidade de vida, necessariamente, precisa atrelar o desenvolvimento
econômico ao desenvolvimento social, para promoção especialmente do acesso ao emprego
como garantidor de renda e de condições dignas de vida com acesso aos serviços públicos
básicos assegurados pela Carta Magna.
Para a criação de políticas, projetos e ações que levem à equidade social, é preciso considerar
o indivíduo ou grupo alvo como sujeito nas ações propostas, e delas deve participar desde sua
concepção como um componente ativo. Para tanto, a coleta sistemática, a análise e a
divulgação de dados socioeconômicos sobre a realidade brasileira têm papel fundamental. São
alicerces para o exercício da cidadania e para a equidade social.
 
Fonte: DenisProduction.com/ Shutterstock
A construção da cidadania implica incorporação da dimensão política no conceito de
desenvolvimento social, sem que haja hierarquia entre a questão social e a questão
econômica.
O cidadão como componente ativo dos projetos de desenvolvimento socioeconômico permite a
descentralização das tomadas de decisão e das agendas de governo, criando demandas que,
para mais do que compensar a pobreza, permitam acesso à riqueza para além do atendimento
das necessidades e direitos básicos, mas com objetivo de realização das aspirações sociais.
Entenda melhor no vídeo a seguir como o cidadão sendo um componente ativo na tomada de
decisões pode influenciar na melhora da sociedade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA. CONSIDERANDO AS POLÍTICAS
PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA ATRAVÉS DE PROGRAMAS SOCIAIS, É
CERTO DIZER QUE POBREZA É:
A) Um conceito bem definido.
B) Um conceito ultrapassado.
C) Um conceito em construção.
D) Um conceito variável.
2 - CONSIDERANDO AS POLÍTICAS SOCIOECONÔMICAS COMO MEIO DE
REALIZAÇÃO DAS ASPIRAÇÕES SOCIAIS DA POPULAÇÃO, É CERTO
AFIRMAR QUE:
A) A descentralização é um evento desejável.
B) O cidadão deve aceitar o que é oferecido.
C) O fator econômico tem prioridade sobre o social.
D) O fator social precisa estar acima do fator econômico.
GABARITO
1 - Marque a alternativa correta. Considerando as políticas públicas de assistência
através de programas sociais, é certo dizer que pobreza é:
A alternativa "D " está correta.
 
O conceito de pobreza ainda precisa de uma definição, sendo hoje um ponto de corte no
quesito renda, caracterizando como pobre aquele que está abaixo desse limite, tornando o
indivíduo pobre ou não, dependendo do ponto de corte.
2 - Considerando as políticas socioeconômicas como meio de realização das aspirações
sociais da população, é certo afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
 
A construção da cidadania e o atendimento das aspirações de uma população certamente
passam pela participação ativa de cada grupo a ser atendido por essa ou aquela política
pública ou por um progama social. A descentralização das tomadas de decisão permite melhor
aproveitamento do investimento público e mais efetivo atendimento das demandas daquela
população.
MÓDULO 4
 Reconhecer o desafio da desigualdade
IGUALDADE: ATRIBUTO DA AUSÊNCIA DE
DIFERENÇA DE QUALIDADE OU VALOR;
UNIFORMIDADE.
 
ENTENDENDO A DESIGUALDADE
A desigualdade social no Brasil pode ser considerada de caráter endêmico. Entendemos
endemia como a doença que afeta habitualmente uma mesma população ou uma mesma
região.
 SAIBA MAIS
A desigualdade social pode ser entendida como a diferença de condição entre pessoas de uma
mesma sociedade, em que uns têm vantagens sobre outros. Essas vantagens ou
desvantagens afetam o padrão e a qualidade de vida nessa sociedade.
A desigualdade social acompanha o surgimento da nação brasileira desde o início da
colonização e pode ser entendida como consequência de diferentes condições de acesso aos
meios de sobrevivência, como o acesso ao trabalho e à distribuição desse trabalho e sua
remuneração.
Nesse contexto, a escravidão teve consequências devastadoras não só para os escravizados,
mas para grande parte de sua descendência.
O acesso ao trabalho e à renda depende diretamente de habilidades e qualificação. Do mesmo
modo, o acesso à propriedade e aos bens de consumo também é um aspecto significativo.
Todos esses fatores apontam diferenças no padrão de vida dos habitantes de uma mesma
localidade considerando a renda, a escolaridade, o nível de ocupação, o nível de consumo e o
acesso a serviços públicos de qualidade.
 
Fonte: Caio Pederneiras/Shutterstock
CAUSAS DE DESIGUALDADE SOCIAL
Sem dúvida, dois fatores contribuíram para a desigualdade social ao longo da construção de
nossa sociedade: o acesso à renda e o acesso à educação.
A qualificação da mão de obra está diretamente relacionadaàs melhores oportunidades do
mercado de trabalho. Esta é uma dívida histórica com relação à escravidão no Brasil.
Podemos listar entre as causas de desigualdade social:
 
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Má distribuição de renda.
 
Photos SS/Shutterstock
Má administração de recursos públicos.
 
Rawpixel.com / Shutterstock
Falta de oportunidades para o trabalho.
 
Free-phtos /pixabay
Falta de educação pública de qualidade.
 
robinsonk26 /pixabay
Políticas públicas equivocadas ou ineficientes.
 
stevepb /pixabay
Corrupção.
Para calcular o tamanho da desigualdade, dispomos de indicadores que funcionam como
ferramentas para avaliação da condição da população em relação ao contexto econômico e o
contexto social.
INDICADORES ECONÔMICOS
Representam informações sobre determinados aspectos da economia que em conjunto servem
de base para avaliação da situação financeira do país. Empresários, investidores e órgãos de
governo utilizam esses indicadores para identificar novos mercados, fazer previsão de cenários
econômicos e embasar tomadas de decisão.
Vamos conhecer alguns desses indicadores antes de iniciarmos nossa discussão.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens
e serviços produzidos em um país, um estado ou uma cidade em um período determinado
(mês, trimestre ou ano).
O PIB per capita representa a relação PIB/número de habitantes do país ou de uma localidade.
RENDA PER CAPITA
A renda per capita ou rendimento per capita é um indicador que ajuda a medir o grau de
desenvolvimento econômico de um país ou região. A renda per capita é obtida mediante a
divisão da Renda Nacional pelo número de habitantes do país.
IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para avaliar
a qualidade de vida de uma população.
O IDH utiliza como critérios indicadores da educação como a média de anos de estudo, a
expectativa de vida e a renda calculada com base no PIB per capita. Seus valores variam de
0 a 1 (sem unidade de medida), sendo que os valores próximos de zero indicam piores
resultados. Não há registro de país com IDH zero nem país com IDH 1.
ÍNDICE GINI
Coeficiente de Gini ou índice Gini é um indicador para medir a distribuição de renda, de fácil
interpretação e comparação.
MÉDIA DE ANOS DE ESTUDO
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Taxa de escolarização ou tempo de permanência no sistema de ensino.
EXPECTATIVA DE VIDA
Anos esperados de duração da vida.
O Coeficiente de Gini consiste em um valor entre 0 e 1:
0
Corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, por exemplo, toda a população
recebe o mesmo salário).
1
Corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as
demais nada recebem).
Os valores 0 e 1 não são identificados em nenhum lugar do mundo. 
Apesar de ser um indicador bastante eficiente para avaliar a distribuição de renda, como tem
base estatística, não permite inferir que a melhor distribuição seja suficiente para garantir
justiça social, pois a melhor distribuição de renda não é sinônimo de maior poder de consumo
(poder de compra).
DESAFIOS DA DESIGUALDADE SOCIAL
São muitos os desafios impostos à população pela desigualdade social. A pobreza, o
desemprego ou a baixa remuneração, e consequente favelização, marginalização e violência.
O Brasil, apesar de estar entre os dez maiores PIBs no mundo, ocupa a constrangedora
posição de estar entre os dez países mais desiguais do ponto de vista socioeconômico.
Para vencer esses problemas, é preciso garantir acesso a bens e serviços de qualidade,
incluindo aqui aqueles garantidos pela Constituição Federal, a saber, educação, habitação,
saneamento, saúde e transporte.
 Além desses, é preciso estimular e garantir a participação da sociedade como um todo nos
processos de tomada de decisão, no planejamento de programas e políticas públicas para
atendimento não só de necessidades, mas também de direitos de cada grupo social em
conjunto com ações de combate a todo tipo de discriminação.
 Esses aspectos aqui identificados também são encontrados na Agenda 2030 da Organização
das Nações Unidas (ONU), que tem por objetivo o desenvolvimento sustentável. Aprenda mais
sobre a agenda 2030 no vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - A DESIGUALDADE SOCIAL REPRESENTA HOJE UMA VERDADEIRA
CHAGA PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA. PARA VENCER ESSE
DESAFIO ESTÃO OS ITENS ABAIXO, EXCETO:
A) Acesso a serviços públicos de qualidade.
B) Participação da sociedade na tomada de decisões.
C) Aumentar a vulnerabilidade.
D) Combate à corrução.
2 - DIVERSOS INDICADORES SOCIAIS E ECONÔMICOS PODEM SER
UTILIZADOS PARA AVALIAR AS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO.
ENTRE AQUELES CONSIDERADOS MAIS ADEQUADOS ESTÃO:
A) IDH e Gini.
B) IDH e PIB.
C) Gini e renda per capita.
D) PIB e renda per capita.
GABARITO
1 - A desigualdade social representa hoje uma verdadeira chaga para a sociedade
brasileira. Para vencer esse desafio estão os itens abaixo, exceto:
A alternativa "C " está correta.
 
O combate à desigualdade social certamente perpassa pelo acesso a serviços públicos de
qualidade, como educação, saúde e transporte, especialmente por redução da vulnerabilidade
melhorando o acesso ao consumo e combate à corrupção.
2 - Diversos indicadores sociais e econômicos podem ser utilizados para avaliar as
condições de vida da população. Entre aqueles considerados mais adequados estão:
A alternativa "A " está correta.
 
Os índices IDH e Gini são considerados os mais adequados. O IDH permite mensurar a
qualidade de vida da população com base no nível de educação e de renda. O índice de Gini é
bastante utilizado por ser de fácil interpretação. Avalia diretamente a distribuição de renda.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O modo como se formou a sociedade brasileira, miscigenando diferentes povos, desde os
nativos indígenas e colonizadores portugueses, somando-se aos negros africanos até os
diferentes fluxos imigratórios, tão distintos como alemães, japoneses e árabes, permite-nos
compreender a expressão caldeirão de raças. 
As diferentes formas de inserção desses componentes humanos em nossa história social e
econômica foram determinantes para a condição socioeconômica de seus descendentes, em
linhas gerais, sendo fundamental que distorções e injustiças sejam corrigidas para que o
produto final do caldeirão seja mais homogêneo e equilibrado.
REFERÊNCIAS
ABREU, M. Festas e cultura popular na formação do povo brasileiro. São Paulo: Projeto
História, 1998.
Brasil 500 anos – Território brasileiro e povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.
CORRÊA, L. F. C.; LIMA, J. P. R. de; CAMPOS, L. H. R. As condições socioeconômicas no
Brasil
Metropolitano: A Persistência das Desigualdades. Pernambuco: III Encontro Pernambucano
de Economia – ENPECON, 2014.
CYTRYNOWICZ, R. ALÉM DO ESTADO E DA
IDEOLOGIA: IMIGRAÇÃO JUDAICA, ESTADO NOVO E
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. REV. BRAS. HIST. V.
22, N. 44. SÃO PAULO, 2002.
DEDECCA, C. S. A redução da desigualdade e seus desafios. Rio de Janeiro: IPEA, 1990.
FERNANDES, C. Origem do samba. In: História do mundo. Consultado por meio eletrônico
em: 28 jun. 2020.
LAMPREIA, L. F. Relatório brasileiro sobre desenvolvimento social. Estudos avançados.
Ministério das Relações Exteriores do Brasil: 1995, v. 9, n. 24.
LUCIANO, G. S. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no
Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, LACED/Museu Nacional, 2006.
OLIVEIRA, J. P. de; FREIRE, C. A. R. A Presença Indígena na Formação do Brasil. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade,
LACED/Museu Nacional, 2006.
ONU. Agenda 2030: Transformando nosso mundo para o Desenvolvimento Sustentável. In:
Nações Unidas Brasil. Consultado em meio eletrônico em: 28 jun. 2020.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema,leia sobre a biopirataria:
Extrativismo, Biodiversidade e Biopirataria na Amazônia. In: Embrapa, 2008. O valor de
plantas e ervas nativas da floresta e do cerrado é reconhecido não só para uso medicinal, mas
na indústria de alimentos, cosméticos, entre outros.
CONTEUDISTA
Raimundo Alves de Rezende
 CURRÍCULO LATTES
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