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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
PRÁTICAS DE GESTÃO EM 
SERVIÇOS SOCIAIS 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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2 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE SERVIÇO SOCIAL: DEFINIÇÃO, OBJETO, OBJETIVOS, 
LOAS, PNAS, SUAS E CRAS .................................................................................................................7 
UNIDADE 2 - A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA CONTEMPORANEIDADE: A CONSTRUÇÃO DO 
PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DA CATEGORIA, O MERCADO E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
 ............................................................................................................................................................... 22 
UNIDADE 3 - A METODOLOGIA E A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ........................................ 30 
UNIDADE 4 - A GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL: HABILIDADES E COMPETÊNCIAS .................. 37 
UNIDADE 5 - CAMPOS DE ATUAÇÃO NO SERVIÇO SOCIAL ........................................................ 45 
UNIDADE 6 - O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL ....................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação como 
especialização do trabalho. Podemos dizer que questão social é o conjunto das 
expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura que tem uma raiz 
comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais 
amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, 
monopolizada por uma parte da sociedade. 
Nesse ponto, há que se concordar com Iamamoto (2008) quando diz que a 
globalização da produção e dos mercados não deixa dúvidas sobre esse aspecto: 
hoje é possível ter acesso a produtos de várias partes do mundo, cujos 
componentes são fabricados em países distintos, o que patenteia ser a produção 
fruto de um trabalho cada vez mais coletivo, contrastando com a desigual 
distribuição da riqueza entre grupos e classes sociais nos vários países, o que sofre 
a decisiva interferência da ação do Estado e dos governos. 
Esse é o nosso conceito para introduzir a apostila de Práticas de Gestão em 
Serviço Social, ou seja, para garantir uma sintonia do Serviço Social com os tempos 
atuais, é necessário romper com uma visão endógena1, alargar os horizontes, olhar 
mais para longe, para o movimento das classes sociais e do Estado em suas 
relações com a sociedade, com um objetivo essencial: levar o Assistente Social a 
desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de 
trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas 
emergentes no cotidiano. Nas palavras de Iamamoto (2004) “ser um profissional 
propositivo e não só executivo”, isto porque o mercado demanda, hoje, além de um 
trabalho na esfera da execução, a formulação de políticas públicas e a gestão de 
políticas públicas. 
 
1
 Originária do interior, que vem de fatores internos. 
 
 
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4 
 
Alguns dados interessantes sobre a profissão: 
 
Dados do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2008) apresentam, no 
Brasil, aproximadamente 80.000 profissionais que atuam predominantemente na 
formulação, planejamento e execução de políticas públicas como educação, saúde, 
previdência, assistência social, habitação, transporte, entre outras, movidos pela 
perspectiva de defesa e ampliação dos direitos da população brasileira. Trabalham 
também na esfera privada, principalmente, no âmbito do repasse de serviços, 
benefícios e na organização de atividades vinculadas à produção material, e atuam 
em processos de organização e formação política de segmentos da classe 
trabalhadora. 
Em recente pesquisa (2005) sobre os “Assistentes Sociais no Brasil”, 
realizada pelo CFESS, traçou-se o seguinte perfil desta categoria: a profissão é 
composta majoritariamente por mulheres, com idade entre 35 a 44 anos, católica 
praticante, que se autodeclara branca, heterossexual e casada e, 
predominantemente, sem filhos ou com uma prole de dois. A pesquisa confirma a 
tendência histórica de inserção do Serviço Social em instituições de natureza pública 
estatal. Com relação ao trabalho, prevalece a carga horária de 40 horas semanais, 
seguida pela de 30 horas. Quanto à remuneração, há uma grande variação, na 
seguinte ordem de prevalência: 4 a 6 salários mínimos (SM), 7 a 9 SM, mais de 9 
SM e até 3 SM. Cabe ressaltar que, apesar da importância da pesquisa, a 
metodologia utilizada focou as entrevistas em assistentes sociais participantes do 
evento comemorativo ao dia do assistente social, em maio de 2004, o que já 
proporciona uma seleção em relação ao público entrevistado, mas aponta-se a 
necessidade de uma pesquisa em nível nacional, o que traçará um perfil mais 
fidedigno da profissão (PEREIRA, 2008). 
O tempo presente é marcado pela reestruturação produtiva precária das 
condições de trabalho, por contrarreformas que empreendem a redução dos direitos 
sociais, por uma política econômica de juros altos que favorece o capital financeiro 
em detrimento do capital produtivo (há quem diga o contrário, mas os juros 
continuam altos comparando-se a muitos países). A lógica destrutiva do capital 
 
 
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aprofunda a concentração de renda, acirra as desigualdades, intensifica a pobreza e 
o desemprego, deixando em situação precária as condições de vida e de trabalho. 
As políticas sociais se reconfiguram com tendências focalizadoras, compensatórias e 
regressivas. Institucionalizam-se a precariedade da formação profissional e das 
relações de trabalho, sendo frequentes os ataques aos direitos da pessoa idosa, da 
infância, da adolescência e da juventude, das pessoas com deficiência, dos 
trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, além da reprodução cotidiana 
da violência contra a mulher, lésbicas, gays, travestis e transexuais (CFESS, 2009). 
É também devido a essa conjuntura que a apostila seguirá por um caminho 
em busca da reflexão e pretende mostrar os limites e possibilidades do trabalho da 
Assistência Social em prol da diversidade, dos menos favorecidos, em defesa dos 
direitos sociais de cidadania. 
Trataremos aqui do objeto e objetivo do Serviço Social, da formação do 
profissional na contemporaneidade, seus desafios, os dilemas, as conquistas, o 
mercado e as condições de trabalho. Evidentemente que as habilidades e 
competências necessárias ao Assistente Social não ficaram de fora, nem a 
importância da pesquisa no Serviço Social, pois todos esses detalhes compõem o 
profissional para que efetivamente seja um gestor. 
Os objetivos que pretendemos atingir são exatamente estes: 
 Definir Serviço Social e Assistência Social; 
 Apresentar o objeto de estudo, os objetivos do Serviço Social, a 
importância da LOAS – Lei Orgânica da AssistênciaSocial, do SUAS – Sistema 
Único de Assistência Social e os CRAS – Centros de Referência de Assistência 
Social; 
 Identificar a formação do profissional na contemporaneidade: seus 
desafios, conquistas, dilemas e as condições de trabalho, as habilidades e 
competências necessárias ao desempenho da profissão; 
 Discorrer sobre a metodologia, a pesquisa e os campos de atuação em 
Serviço Social. 
 
 
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Ressaltamos que não se trata de uma obra inédita, mas sim uma compilação 
do que se apresenta mais importante em termos de Serviço Social e salientamos 
que ao final, as referências bibliográficas disponibilizadas serão úteis para preencher 
lacunas que por ventura surjam ao longo da apostila. 
 
 
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UNIDADE 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE SERVIÇO SOCIAL: 
Definição, Objeto, Objetivos, LOAS, PNAS, SUAS E CRAS 
 
O Serviço Social é uma profissão de nível superior e pode ser exercida 
somente por profissionais diplomados em instituições de ensino reconhecidas pelo 
Ministério da Educação (MEC) e devidamente registrados no Conselho Regional de 
Serviço Social (CRESS). A pessoa que se forma no curso de Serviço Social é 
denominada Assistente social. 
O Serviço Social surgiu a partir de 1930, quando se iniciou o processo de 
industrialização e urbanização no país. A emergência da profissão encontra-se 
relacionada à articulação dos poderes dominantes (burguesia industrial, oligarquias 
cafeeiras, Igreja Católica e Estado Varguista) à época, com o objetivo de controlar as 
insatisfações populares e frear qualquer possibilidade de avanço do comunismo no 
país. O ensino de Serviço Social foi reconhecido em 1953 e a profissão foi 
regulamentada em 1957 com a lei nº 3.252. 
A profissão manteve um viés conservador, de controle da classe trabalhadora, 
desde seu surgimento até a década de 1970. Com as lutas contra a ditadura e pelo 
acesso a melhores condições de vida da classe trabalhadora, no final dos anos 1970 
e ao longo dos anos de 1980, o Serviço Social também experimentou novas 
influências. A partir de então, a profissão vem negando seu histórico de 
conservadorismo e afirma um projeto profissional comprometido com a democracia e 
com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos (Iamamoto e Carvalho, 
1995; Netto, 1992; Pereira, 2008 e outros). 
Por sua vez, Assistência Social é uma política pública regulamentada pela Lei 
Orgânica da Assistência Social – LOAS, assim definida na forma da lei: 
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de 
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através 
de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir 
o atendimento às necessidades básicas. 
Dessa maneira, temos: 
 
 
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 Serviço Social – é uma profissão regulamentada pela Lei Federal nº 
8.662/93, que exige a graduação em Serviço Social em Unidade de Ensino Superior 
reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC); 
 Assistente Social – é o profissional formado em Serviço Social, trabalha 
no campo da Assistência Social prestando serviços sociais e participa no combate 
ao assistencialismo, através do fortalecimento dos direitos sociais na sociedade 
brasileira; 
 Serviços Sociais – são serviços de atenção direta à população, 
públicos ou privados, com a finalidade de satisfazer necessidades sociais nas áreas 
de saúde, educação, reabilitação, assistência social, habilitação e saneamento, 
atenção especial à crianças e adolescentes, aos idosos, às pessoas portadoras de 
deficiências, entre outras. 
 Assistencialismo – é o oposto da política pública de Assistência Social. 
A política de Assistência Social é um DIREITO, isto é, todos que um dia dela 
necessitarem, poderão dela usufruir. Já as ações assistencialistas configuram-se 
como “doações”, que, não raro, exigem algo em troca, um exemplo são as famosas 
“doações” de cestas básicas, ligaduras em mulheres, os conhecidos “centros 
sociais” de parlamentares ou candidatos em troca de favores eleitorais. 
Não há como tratar do objeto, objetivos, enfim, da gestão do Serviço social 
sem refletir um pouco sobre sua história, a qual está ligada aos fatos históricos, 
ideologias, desejos, entre outros. 
Segundo Silva (1995, p. 35), a história do Serviço Social “(...) não deve ser 
entendida como uma cronologia de fatos, mas na sua ligação com o contexto geral 
da sociedade (...), isto é, a história dos processos econômicos, das classes e das 
próprias ciências sociais”. 
Inicialmente, o Serviço Social se apresenta envolvido com os interesses da 
classe dominante, mas, antagonicamente, também está sujeito à classe subalterna, 
sendo o mediador entre ambas as classes. A contradição é uma característica 
presente em países industrializados, assim como os altos índices de pauperismo na 
zona urbana. 
 
 
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Por volta da década de 1930, começa haver no Brasil uma urbanização 
crescente e as contradições da industrialização fazem surgir as lutas reivindicativas, 
a classe trabalhadora passa a se organizar resultando na hostilidade do outro grupo. 
Nasce, neste momento, através do papel pacificador por parte do Estado, a 
institucionalização do Serviço Social que, movido pelas profundas alterações sociais 
através do processo de transição do modelo agrário-comercial para o modelo 
industrial, atua frente à “questão social” que é apresentada diante de todos, e, 
segundo Iamamoto (2004, p. 18) “o debate sobre a 'questão social' atravessa toda a 
sociedade e obriga o Estado, as frações dominantes e a Igreja a se posicionarem 
diante dela”. 
A Igreja Católica torna-se fundamental na abertura das duas primeiras 
escolas de Serviço Social: a Escola de Serviço Social de São Paulo, em 1936 e a 
Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro, em 1937, sendo essas duas escolas as 
pioneiras do Serviço Social no Brasil. 
Silva (1995) afirma que desde o ano da criação das primeiras escolas de 
Serviço Social até 1945 são definidos três eixos para a formação profissional do 
assistente social: 
1. Formação científica, na qual era necessário o conhecimento das disciplinas 
como Sociologia, Psicologia, Biologia, Filosofia, favorecendo ao educando 
uma visão holística do homem, ajudando-o a criar o hábito da objetividade; 
2. Formação técnica, cujo objetivo era preparar o educando quanto sua ação no 
combate aos males sociais; e a 
3. Formação moral e doutrinária, fazendo com que os princípios inerentes à 
profissão sejam absorvidos pelos alunos. 
A expansão da economia norte-americana na América Latina resultou na 
adoção do Brasil pelo desenvolvimentismo que monopolizava a economia e a 
política, havendo influência norte-americana também no Serviço Social. 
Foi no âmbito da influência norte-americana que importamos, 
progressivamente, os métodos de Serviço Social de Caso, Serviço Social de Grupo, 
 
 
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Organização de Comunidade e, posteriormente, Desenvolvimento de Comunidade 
(SILVA, 1995, p. 41) 
No decorrer das décadas de 1950 e 1960, o assistente social foi preparado 
como mão-de-obra capaz de colocar em prática os programas sociais, com grande 
importância na realização do modelo desenvolvimentista assumido pelo país. Em 
meados da década de 60, na América Latina, nota-se a ineficácia da proposta 
desenvolvimentista e nasce a proposta de transformação da sociedade, onde são 
questionados a metodologia, os objetivos e os conteúdos necessários para a 
formação profissional, como resultado, muitas escolas entraram em crise ideológica. 
Surge assim, o movimento de reconceituação, cujo objetivo da ação profissional do 
Serviço Social seriam os problemas estruturais da sociedade, não apenas 
relacionados aos problemas individuais, grupais e comunitários. (COLMÁN, 1994) 
O objeto do Serviço Social é a questão social e como diz Machado (1999), 
sem dúvida alguma “um desafio”! 
Historicamente e em termos de Brasil, quando o Serviço Social aqui teve seu 
início, seu objeto era o homem, aquele morador das favelas, pobre, analfabeto, 
desempregado. Como ele era incapaz, por sua própria natureza, de ascender 
socialmente, o Serviço Social tinha por objetivo moldá-lo, integrá-lo aos valores 
moral e costumes defendidos pela filosofia neotomista2. 
Machado nos mostra que posteriormente, por volta de 1965, o Serviço Social 
ultrapassou a ideia do homem como objeto profissional. Passou-se a compreender 
que a situação deste homem era fruto, não só de uma incapacidade individual, mas, 
também, de um conjunto de situações que mereciam a intervenção profissional. O 
objeto do Serviço Social se coloca, então, como a situação social problema: 
 
2 É a corrente filosófica que resgata o Tomismo, a filosofia de São Tomás de Aquino (enquanto 
pensador) com o objetivo de resolver problemas contemporâneos. Para o Neotomismo, toda a 
filosofia moderna, a partir de Descartes constituir-se-ia em erros e equívocos, responsáveis pela crise 
do mundo moderno. Assim, na visão neotomista, é inaceitável privilegiar interesses de ideologias 
como o neoliberalismo ou comunismo, por exemplo, ou instituições como empresas e o governo, em 
detrimento do direito do ser humano a uma vida digna e tudo que ela acarreta: a liberdade, a saúde, o 
emprego e a habitação. 
 
 
 
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[...] o Serviço Social atua na base das inter-relações do binômio indivíduo-
sociedade. [...] Como prática institucionalizada, o Serviço Social se 
caracteriza pela atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares 
e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas 
sociais inadequadas (DOCUMENTO DE ARAXÁ, 1965, p.11 apud 
MACHADO, 1999). 
 
Na década de 1970, com a mobilização popular contra a ditadura militar, o 
Serviço Social revê seu objeto e o define como a transformação social. Apesar do 
objeto equivocado, afinal, a transformação social não se constitui em tarefa de 
nenhum profissional – é uma função de partidos políticos; o que esse objeto 
efetivamente representou foi a busca pelas assistentes sociais de um vínculo 
orgânico com as classes subalternizadas e exploradas pelo capital. 
Falamos que o objeto do Serviço Social é a questão social. Mas qual é a sua 
definição? 
Essa questão representa uma perspectiva de análise da sociedade. Isto 
porque não há consenso de pensamento no fundamento básico que constitui a 
questão social. Em outros termos, nem todos analisam que existe uma contradição 
entre capital e trabalho. Ao utilizarmos, na análise da sociedade, a categoria questão 
social, estamos realizando uma análise na perspectiva da situação em que se 
encontra a maioria da população – aquela que só tem na venda de sua força de 
trabalho os meios para garantir sua sobrevivência. Assim, é ressaltar as diferenças 
entre trabalhadores e capitalistas no acesso a direitos, nas condições de vida; é 
analisar as desigualdades e buscar uma forma de superá-las; é entender as causas 
das desigualdades e o que essas desigualdades produzem na sociedade e na 
subjetividade dos homens (MACHADO, 1999). 
Para Iamamoto (2008, p. 27) “é o conjunto das expressões das desigualdades 
da sociedade capitalista madura”. 
Segundo Faleiros, (2008, p. 37): 
[...] a expressão questão social é tomada de forma muito genérica, embora 
seja usada para definir uma particularidade profissional. Se for entendida 
como sendo as contradições do processo de acumulação capitalista, seria, 
por sua vez, contraditório colocá-la como objeto particular de uma profissão 
determinada, já que se refere a relações impossíveis de serem tratadas 
profissionalmente, através de estratégias institucionais/relacionais próprias 
do próprio desenvolvimento das práticas do Serviço Social. Se for as 
 
 
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manifestações dessas contradições o objeto profissional, é preciso também 
qualificá-las para não colocar em pauta toda a heterogeneidade de 
situações que, segundo Netto, caracteriza, justamente, o Serviço Social. 
 
Portanto, definir como objeto profissional a questão social, não estabelece a 
especificidade profissional. Podemos entender, na sugestão de Faleiros, que 
qualificar a questão social significa apreender o que compete ao Serviço Social no 
âmbito da questão social. Se falarmos, por exemplo, nas expressões sociais da 
questão social, estaremos, minimamente, definindo um espaço de atuação 
profissional. Discutiremos mais adiante essas questões sobre atuação. 
Em um trabalho publicado por Herrera, em 1976, o qual analisava o serviço 
social em unidades de saúde, ela relembra que o Serviço social era uma disciplina 
profissional e que deveria fazer parte da equipe multiprofissional. 
 
Uma Unidade Sanitária, desenvolvendo atividades de saúde pública que 
permitam elevar o nível de saúde da população, através da assistência 
médico-sanitária de caráter preventivo, promocional e curativo, visa um 
conhecimento da população, acompanhando a evolução e dirigindo sua 
atenção para o controle dos fenômenos biológicos, mentais e sociais que 
nela ocorram. Nesta perspectiva, os programas de saúde pública implicam, 
conseqüentemente, em se adotar um trabalho em equipe multiprofissional, 
pelo qual os elementos profissionais, atuando em grupo, realizaram tarefas 
específicas com um objetivo comum (HERRERA, 1976, p. 1). 
 
 Assim, os objetivos do Serviço Social nessa perspectiva eram: 
 
- identificar e tratar problemas ou distorções residuais que impedem 
indivíduos, famílias, grupos, comunidades e populações de alcançarem 
padrões econômico-sociais, compatíveis com a dignidade humana e 
estimular a contínua elevação desses padrões; 
– criar condições para tornar efetiva a participação consciente de indivíduos, 
grupos, comunidades e populações, seja promovendo sua integração nas 
condições decorrentes de mudança, seja provocando as mudanças 
necessárias; 
– intervir em nível preventivo, antepondo-se às conseqüências de um 
determinado fenômeno, evitando assim as causas de desajuste em 
indivíduos, grupos, comunidades e populações (HERRERA, 1976, p. 1). 
 
 
 
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Enfim,o Serviço Social ocupa-se das implicações sociais, emocionais, 
culturais e econômicas que influenciam diretamente na situação saúde ou que 
possam desencadear, agravar ou estagnar a enfermidade. Lidando com os 
fenômenos referentes ao ser humano em seu processo de interação com sua 
realidade social, objetiva a mobilização e desenvolvimento das potencialidades 
humanas e sociais, através de métodos e técnicas que lhe são específicas. 
Os profissionais que atuam no Serviço Social têm, entre outros objetivos, 
produzir conhecimentos sobre a realidade social, formular, implementar, gerir e 
avaliar políticas sociais (o que envolve planos, programas e projetos) que podem ser 
desenvolvidos não somente pela administração pública, mas também por entidades 
particulares ou do terceiro setor. Essas políticas buscam sempre o resgate ou a 
manutenção da cidadania. 
Se pensarmos no profissional que vai atuar na academia, ou seja, num centro 
produtor de conhecimentos, ou ainda, de maneira mais simples, em universidades, 
teríamos como objetivos do Serviço Social, implementar linhas de pesquisa que 
possibilitem acompanhar uma realidade regional que subsidiem ações normativas e 
corretivas para aquela realidade e, ainda, assessorar programas e treinamentos que 
propiciem o crescimento e fortalecimento de ações voluntárias que focalizam as 
garantias dos direitos civis, políticos e sociais das comunidades envolvidas. 
No último tópico veremos diversos campos de atuação do profissional que 
atua no Serviço Social. 
Falar de serviço social e de assistência social requer necessariamente falar 
na participação do Estado. Evidentemente, a rede pública que envolve a assistência 
social é muito mais complexa do que apresentaremos aqui, mas por questão de 
foco, elencaremos os quatro, digamos, instrumentos públicos que tratam da 
assistência social: A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), A Política Nacional 
de Assistência Social (PNAS), O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e os 
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e sua história que está bem 
sintetizada em trabalho realizado por Constantino, Santos e Queiroz (2007), como 
veremos adiante. 
 
 
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Desde 1988, a Constituição Federal colocou a assistência social, ao lado da 
saúde e da previdência social, como política integrante do sistema brasileiro de 
seguridade social. Em 1993, com a promulgação da LOAS, a assistência social foi 
ordenada política pública garantidora de direitos da cidadania (RUSSO, 2006). 
Do tripé da seguridade social (saúde, previdência e assistência social), a 
assistência foi a última política a ser regulamentada, sendo aprovada somente cinco 
anos depois da promulgação da Constituição de 1988. Isso pode ser explicado a 
partir de dois vetores. O primeiro está relacionado com o desenvolvimento histórico 
da assistência, como campo de práticas compensatórias e residuais, acarretando na 
falta de uma articulação política e teórica em torno da mesma. O segundo vetor tem 
a ver com o avanço do neoliberalismo no Brasil e, consequentemente, a redução do 
Estado no campo social (BOSCHETI, 2006 apud CONSTANTINO, SANTOS, 
QUEIROZ, 2007). 
A primeira Lei Orgânica da Assistência Social foi inteiramente vetada por 
Collor, em 1990, e há que se lembrar que nesse momento não existiu nenhuma 
grande mobilização contra o ato do então presidente da República (BOSCHETI, 
2006 apud CONSTANTINO, SANTOS, QUEIROZ, 2007). 
Entretanto, esse cenário mudou a partir do posicionamento assumido pelo 
Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, que juntamente com os Conselhos 
Regionais de Serviço Social – CRESS fomentaram o debate para a elaboração de 
um novo projeto de lei. 
O processo de elaboração do novo projeto de lei contou com a participação 
dos trabalhadores representados pela Central Única dos Trabalhadores – CUT, além 
dos funcionários da Legião Brasileira de Assistência Social – LBA. 
Com o impeachment do presidente Collor, houve uma abertura política que 
possibilitou o diálogo entre sociedade civil e governo, foi nesse contexto e devido à 
pressão dos sujeitos políticos já citados que a LOAS foi aprovada em 1993. 
A LOAS significou uma evolução para o campo assistencial, com a divisão de 
responsabilidade entre as três esferas federativas, com a definição de programas, 
projetos e serviços que tem a proposta de romper com ações pulverizadas e 
fragmentadas. 
 
 
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Esses avanços tiveram continuidade com a Política Nacional de Assistência 
Social – PNAS/2004, aprovada na IV Conferência Nacional de Assistência Social, 
realizada em dezembro de 2003, em Brasília, que teve como deliberação a 
construção e implementação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS 
(CONSTANTINO, SANTOS, QUEIROZ, 2007). 
 
A LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS 
 
A Lei nº 8.742 de 07 de dezembro de 1993, mais conhecida como Lei 
Orgânica da Assistência Social, dispõe sobre a organização da assistência social no 
Brasil. 
A IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em 
dezembro/2003, em Brasília/DF, apontou como principal deliberação a construção e 
implementação do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, requisito essencial 
da LOAS para dar efetividade à assistência social como política pública. 
A LOAS e o CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social) foram 
aprovados após longos debates com a participação de representantes do governo, 
igreja, empresariados e representantes de movimentos sociais. Atualmente, o 
Conselho conta com 18 membros, sendo que 9 representam a sociedade civil. Uma 
das medidas do Conselho foi submeter todas as organizações a um novo registro, 
sob critérios mais rigorosos. 
Segundo Okabayashi (1994), com a promulgação da LOAS, em 07/12/1993, a 
assistência adquire uma nova visibilidade, saindo das esferas acadêmicas e 
ganhando espaço nas esferas federais, estaduais e municipais, bem como, junto aos 
segmentos da sociedade civil interessados na descentralização e implementação da 
política de assistência social no país. 
A descentralização da assistência e a participação da população na 
formulação das políticas sociais são diretrizes privilegiadas na LOAS, assim como a 
universalização dos direitos sociais e a igualdade no acesso aos serviços, figurando-
os como questões basilares. A descentralização é aqui entendida não apenas no 
 
 
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sentido de remanejamento de competências decisórias e executivas, mas também 
de recursos financeiros e, introduzindo em contrapartida, a participação da 
sociedade civil. Nesse enfoque, a LOAS estabelece como diretriz a descentralização 
político-administrativa, transferindo para os Estados, Municípios e Distrito Federal, o 
comando das ações de assistência social (cap. II, seção II). 
Da mesma forma, a universalização dos direitos sociais da população está 
presente enquanto princípio da LOAS (cap. II, seção I), e em todos os seus 
desdobramentos, porém ela mascara várias contradições contidas na própria. A lei 
prevê a garantia dos benefícios de prestação continuada (BPC), no valor de um 
salário mínimo, pago à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com setenta anos 
ou mais, que comprovem não ter condições de prover a sua manutenção e nem de 
tê-laprovida pela família. Inclui ainda enquanto benefícios eventuais, o auxílio por 
natalidade ou morte, pago às famílias com renda mensal per capta inferior a um 
quarto do salário mínimo. Prevê também, cobertura prioritária à criança, à família, à 
gestante, à nutriz, em situações de riscos e nos casos de calamidade pública. 
Todavia, na mesma definição onde a assistência é “um direito do cidadão”, a lei 
expressa um caráter altamente seletivo, ao classificar enquanto seus beneficiários, 
uma população que mais se aproxima da miserabilidade. (OKABAYASHI, 1994). 
Ao selecionar a população pobre, na verdade, a exclui. E ao excluir, deixa de 
assegurar os direitos à assistência social de forma ampla e irrestrita. Não basta ser 
um idoso ou deficiente, é preciso que se comprove a sua condição de 
miserabilidade, sendo esta, objeto de avaliações iniciais (renda, idade, capacidade 
para o trabalho) e periódicas (de dois em dois anos). Mesmo quando o próprio 
Estado não afere os instrumentos necessários para constatar a inclusão ou exclusão 
do beneficiário, a lei mantém o critério da seletividade, como é o caso de quando o 
município não dispõe da equipe multiprofissional para avaliar se o portador de 
deficiência é realmente considerado incapaz para a vida independente e para o 
trabalho. Nesse caso, o mesmo é encaminhado ao município mais próximo que 
conte com aquela estrutura. Assim, a legislação expressa mecanismos altamente 
seletivos, critérios e normas que, na prática, inviabilizam o reconhecimento dos 
direitos de cidadania (OKABAYASHI, 1994). 
 
 
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Um dos primeiros passos para a estruturação política e organizacional de 
implementação da LOAS consiste em contratar assistentes sociais nas prefeituras e 
criar os setores específicos que acabam por exercer as mais diversas funções, 
dentre elas: 
 Mobilizar entidades e realizar conferências; 
 Implementar ações de atendimento assistencial direto à população que 
demanda este tipo de serviço; 
 Decodificar ao gestor municipal, o arcabouço político-jurídico existente no 
campo da assistência social. 
 
A POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS 
 
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada em 2004, por 
resolução do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), possibilita a 
transição entre a tradição de favores políticos e caridade, que historicamente marcou 
essa área, para um novo estágio em que as ações de assistência estejam 
sintonizadas com o direito social. Entre outras prioridades, a política estimula a 
articulação entre distribuição de renda, trabalho social e projetos de geração de 
renda protagonizados pelas famílias. 
A Política Nacional de Assistência Social, na perspectiva do Sistema Único de 
Assistência Social, ressalta o campo da informação, monitoramento e avaliação, 
salientando que as novas tecnologias da informação e a ampliação das 
possibilidades de comunicação contemporânea têm um significado, um sentido 
técnico e político, podendo e devendo ser consideradas como meios estratégicos 
para uma melhor atuação no tocante às políticas sociais e a nova concepção do uso 
da informação, do monitoramento e da avaliação no campo da política de 
assistência social. 
 
 
 
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O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS 
 
O Sistema Único de Assistência Social – SUAS – implantado a partir de 2005, 
em todo o território nacional, efetiva na prática a assistência social como política 
pública de Estado, fazendo a necessária ruptura com o clientelismo e as políticas de 
favor e de ocasião. O SUAS altera radicalmente o modelo de gestão e a forma de 
financiamento da assistência social. Estabelece um novo pacto federativo entre 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, garantindo autonomias legais em 
regime de mútua colaboração institucional (RUSSO, 2006). 
Segundo Constantino, Santos e Queiroz (2007), o SUAS consiste na 
organização em todo território nacional das ações socioassistenciais, e a 
hierarquização dos serviços por níveis de complexidade e porte dos municípios. Tem 
como eixos estruturantes: a matricialidade sociofamiliar; descentralização político-
administrativa e territorialização; novas bases para a relação entre Estado e 
sociedade civil; financiamento; controle social; o desafio da participação popular; a 
política de recursos humanos; a informação; o monitoramento e a avaliação. 
Essa nova sistemática espalha-se pelo território brasileiro – de norte a sul, de 
leste a oeste – traduzindo a nova política de assistência social numa só linguagem 
social em todo o País. Um tipo de integração que olha as necessidades humanas de 
uma forma ao mesmo tempo global e particular – uma maneira singular, radical, 
profissional e generosa – de atender integralmente as pessoas dentro do seu 
contexto familiar e comunitário, sem coletivizá-las ou fragmentá-las, sem estatizá-las 
ou privatizá-las, respeitando-as na sua integralidade (RUSSO, 2006). 
Por isso, o SUAS estabelece dois níveis de proteção social: básica (de caráter 
preventivo) e especial (quando ocorre violação de direitos). Essa subdivisão é 
meramente formal, já que há interação permanente entre elas. Enquanto a proteção 
especial exige atenção em serviços ou centros especializados, a proteção básica 
tem no Centro de Referência da Assistência Social – o CRAS, também conhecido 
como Casa das Famílias, equipamento social público capaz de garantir a atenção 
integral às famílias em determinado território (RUSSO, 2006). 
 
 
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O CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS 
 
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública 
da política de assistência social, de base municipal, integrante do SUAS, localizado 
em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à 
prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica às 
famílias e indivíduos e à articulação desses serviços no seu território de 
abrangência, e uma atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a proteção 
social (CONSTANTINO, SANTOS E QUEIROZ, 2007). 
Segundo Russo (2006), a implantação do CRAS teve início em 2003, 
atingindo, em 2006, 1600 municípios brasileiros, e os recursos para sua manutenção 
são aplicados a partir da adoção de critérios técnicos e republicanos, como 
indicadores de pobreza, capacidade e grau de investimento em assistência social e 
recursos federais transferidos aos municípios. A metodologia foi pactuada 
democraticamente entre os entes da Federação e os organismos da sociedade civil, 
representados na Comissão Intergestores Tripartite e no Conselho Nacional de 
Assistência Social. Aos municípios da Região Nordeste, a mais pobre do País e com 
menor capacidade de investimento, foram destinados mais de 50% dos recursos 
para expansão das respectivas metas em 2005 e 2006. 
Nos Centros de Referência da Assistência Social, o principal capital é o 
humano, sejam assistentes sociais, psicólogos, educadores e outros profissionais, 
sendo necessário capacitá-los continuamente e mantê-los integrados numa rede 
nacional de proteção social, mas para tanto, Russo afirma ser preciso que o co-
financiamento dos serviços se efetive, conforme pactuado entre os entes da 
Federação.Ampliar os CRAS é fundamental, mas, para isso, é preciso que cada um 
faça a sua parte. Só assim teremos uma nova assistência social verdadeiramente 
pública e de qualidade (RUSSO, 2006). 
Algumas ações da proteção social básica devem ser desenvolvidas 
necessariamente nos CRAS, como o Programa de Atenção Integral as Famílias 
 
 
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(PAIF) e outras, mesmo ocorrendo na área de abrangência desses centros, podem 
ser desenvolvidas fora de seu espaço físico, desde que a ele referenciadas. 
O CRAS também deve ser organizado para a vigilância da exclusão social de 
sua área de abrangência, em conexão com outros territórios. 
O Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) expressa um conjunto de 
ações relativas à acolhida, informação e orientação, inserção em serviços da 
assistência social, tais como socioeducativos e de convivência, encaminhamentos a 
outras políticas, promoção de acesso à renda e, especialmente, acompanhamento 
sociofamiliar. 
Dentre os objetivos do PAIF, temos: 
 Contribuir para a prevenção e o enfrentamento de situações de 
vulnerabilidade e risco social; 
 Fortalecer os vínculos familiares e comunitários; 
 Promover aquisições sociais e materiais às famílias, com o objetivo de 
fortalecer o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades. 
 
O público do PAIF e CRAS se constitui em uma população com situação de 
vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação ou ausência de renda, 
acesso precário ou nulo aos serviços públicos, com vínculos familiares, comunitários 
e de pertencimento fragilizados e que vivenciam situações de discriminação etária, 
étnica, de gênero ou por deficiências, entre outros. 
A implantação do CRAS significa um avanço para a política de Assistência 
Social e o seu reconhecimento enquanto um direito, contudo, esse processo é 
contraditório. Primeiramente porque o CRAS é um órgão público, assim como existe 
a escola e o posto de saúde, e esses equipamentos sociais são reconhecidos pelos 
usuários como um direito. Compreendemos que um espaço público onde são 
ofertados serviços assistenciais pode contribuir na construção da identidade da 
Assistência Social como um direito. Ainda sobre esse aspecto, o CRAS, como um 
espaço estatal, tem a potencialidade de romper com a vinculação da Assistência 
Social como prática filantrópica. 
 
 
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Outro fato que merece destaque é que o CRAS deve ser um serviço contínuo, 
ele não é um programa ou um projeto que tem prazo determinado para acabar, com 
isso o CRAS torna-se uma referência para a população residente na sua área de 
abrangência. 
O terceiro elemento que consideramos importante para a efetivação da 
política de Assistência Social é a definição dos profissionais que devem compor a 
equipe do CRAS. A afirmação da Assistência Social como uma política pública exige 
o estabelecimento de padrões e critérios de atendimento e execução das ações. 
Nesse sentido, a definição de uma política de Recursos Humanos, como um dos 
eixos norteadores da PNAS/2004, reflete a mudança conceitual que vem passando a 
Assistência Social nesses últimos vinte anos. 
Outro dado não menos relevante na discussão sobre o CRAS é que o 
processo de implantação desse equipamento se pauta no princípio da 
descentralização previsto na LOAS, sendo esse fato imprescindível para a 
organização e planejamento das ações, procurando assim, romper com os 
programas feitos de cima para baixo, que na maioria das vezes não atende a 
necessidade dos usuários (CONSTANTINO, SANTOS E QUEIROZ, 2007). 
Há que se ressaltar que essa rede de instrumentos ou equipamentos precisa 
ser muito bem conhecida pelos profissionais que pretendem atuar como gestores no 
Serviço social, principalmente quando se tratar de órgãos e programas públicos, pois 
é através desses mecanismos que o profissional irá formular e implementar seus 
projetos voltados para o social. 
 
 
 
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UNIDADE 2 - A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA 
CONTEMPORANEIDADE: A Construção Do Projeto Ético-
Político Da Categoria, O Mercado E As Condições De 
Trabalho 
 
Vamos começar nossas reflexões acerca da formação profissional falando da 
construção do projeto ético-político que vem suscitando debates há tempos. 
Embora o Serviço Social tenha uma história não tão recente, iniciada na 
transição da década de 1970 para 1980, as discussões sobre o projeto ético-político 
é algo muito recente – datando da segunda metade dos anos noventa do século XX. 
Este período marca um momento importante no desenvolvimento do Serviço Social 
no Brasil, vincado especialmente pelo enfrentamento e pela denúncia do 
conservadorismo profissional. É nesse processo de recusa e crítica do 
conservadorismo que se encontram as raízes de um projeto profissional novo, 
precisamente as bases do que se está denominando projeto ético-político (NETTO, 
2003). 
Trata-se de um projeto que também é um processo, em contínuo 
desdobramento. Um exemplo do seu caráter aberto, com a manutenção dos seus 
eixos fundamentais, pode ser encontrado nas discussões acerca da formação 
profissional, produzidas com as modificações advindas da vigência da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDBEN (Lei nº 9394, de 20 de dezembro 
de 1996): as orientações propostas por representantes do corpo profissional 
ratificam a direção da formação nos termos do projeto ético-político. 
Esquematicamente, esse projeto tem em seu núcleo o reconhecimento da 
liberdade como valor central – a liberdade concebida historicamente, como 
possibilidade de escolha entre alternativas concretas; daí um compromisso com a 
autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. 
Consequentemente, esse projeto profissional se vincula a um projeto societário que 
propõe a construção de uma nova ordem social, sem exploração/dominação de 
classe, etnia e gênero. A partir dessas opções que o fundamentam, tal projeto afirma 
 
 
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a defesa intransigente dos direitos humanos e o repúdio do arbítrio e dos 
preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo, tanto na sociedade como no 
exercício profissional (NETTO, 2003). 
A dimensão política do projeto é claramente enunciada: ele se posiciona a 
favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização do acesso a 
bens e a serviços relativos às políticas e programas sociais; a ampliação e a 
consolidação da cidadania são explicitamente postas como garantia dos direitos 
civis, políticos e sociais das classes trabalhadoras. Correspondentemente, o projeto 
se declara radicalmente democrático – considerada a democratização como 
socialização da participação política e socialização da riqueza socialmente produzida 
(NETTO, 2003). 
Do ponto de vista estritamente profissional, o projeto implica o compromisso 
com a competência, que só pode ter como base o aperfeiçoamento intelectual do 
assistente social. Daí a ênfase numa formação acadêmica qualificada, fundada em 
concepções teórico-metodológicas críticas e sólidas, capazes de viabilizar uma 
análiseconcreta da realidade social – formação que deve abrir a via à preocupação 
com a (auto)formação permanente e estimular uma constante preocupação 
investigativa por parte do profissional (NETTO, 2003). 
Em especial, o projeto prioriza uma nova relação com os usuários dos 
serviços oferecidos pelos assistentes sociais: é seu componente elementar o 
compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população, aí incluída a 
publicidade dos recursos institucionais, instrumento indispensável para a sua 
democratização e universalização e, sobretudo, para abrir as decisões institucionais 
à participação dos usuários (NETTO, 2003). 
Enfim, o projeto assinala claramente que o desempenho ético-político dos 
assistentes sociais só se potencializará se o corpo profissional articular-se com os 
segmentos de outras categorias profissionais que compartilham de propostas 
 
 
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similares e, notadamente, com os movimentos que se solidarizam com a luta geral 
dos trabalhadores3 (NETTO, 2003). 
Ainda refletindo sobre o projeto, é preciso ter clareza da noção de projeto 
coletivo na medida em que o referido projeto ético-político existe como tal. Os 
projetos coletivos se relacionam com as diversas particularidades que envolvem os 
vários interesses sociais presentes numa determinada sociedade. Remetem-se ao 
gênero humano uma vez que, como projeções sócio-históricas particulares, 
vinculam-se aos interesses universais presentes no movimento da sociedade. Em 
outras palavras, os interesses particulares de determinados grupos sociais, como o 
dos assistentes sociais, não existem independentemente dos interesses mais gerais 
que movem a sociedade. Questões culturais, políticas e, fundamentalmente 
econômicas, articulam e constituem os projetos coletivos. Eles são impensáveis sem 
estes pressupostos, são infundados se não os remetemos aos projetos coletivos de 
maior abrangência: os projetos societários (ou projetos de sociedade), ou seja, os 
projetos societários estão presentes na dinâmica de qualquer projeto coletivo, 
inclusive no projeto ético-político do Serviço Social (REIS, 2004). 
Lembremos que os projetos societários podem ser, em linhas gerais, 
transformadores ou conservadores. Entre os transformadores há várias posições 
que têm a ver com as formas (as táticas e as estratégias) de transformação social. 
 
O mercado de trabalho 
 
O assistente social tem um mercado de trabalho bastante diversificado, 
atuando em órgãos públicos, hospitais, centros de saúde, varas da infância e da 
 
3
 Sugerimos como leitura complementar para melhor entendimento das origens do Serviço Social e 
sua postura nesse início de século XXI, o texto intitulado: REFLEXÕES SOBRE OS FUNDAMENTOS 
DO SERVIÇO SOCIAL: TRABALHO, SER SOCIAL, RELAÇÕES DE (RE)PRODUÇÃO E DESAFIOS 
CONTEMPORÂNEOS de Maria Angelina Baía de Carvalho - Assistente Social Graduada pela 
Universidade da Amazônia (UNAMA). Mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo (PUC/SP), artigo disponível no site: 
http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/viewArticle/97. 
http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/viewArticle/97
 
 
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juventude, sindicatos, entidades filantrópicas, organizações não-governamentais, 
abrigos, creches, associação de moradores, empresas, consultorias. 
O assistente social tem sido solicitado para trabalhar em equipes 
multiprofissionais em diferentes contextos na medida em que o olhar desse 
profissional aprofunda o conhecimento do social em outras áreas. 
 
A categoria 
 
O profissional de Serviço Social pode atuar em instituições públicas federais, 
estaduais e municipais. Geralmente, a contratação ocorre de acordo com preceitos 
constitucionais, através de concurso público. Contudo, nos anos de 1990, com as 
inúmeras terceirizações no serviço público – como forma de precarizar o trabalho e 
reduzir custos – assistimos a formas diversas de contratação dos profissionais, 
através de cooperativas, “bolsas”, entre outras. 
Outro espaço ocupacional é o setor privado em empresas e Organizações Não-
Governamentais (ONG’s). Nesses, a contratação ocorre através de seleções. 
O maior campo de atuação do Serviço Social é a Saúde. Outros campos 
também são bastante expressivos, como o campo Sócio-Jurídico e a Assistência 
Social. Temos ainda o campo da Educação, Habitação e Empresarial. O Meio 
Ambiente ainda é um campo pouco explorado na área. 
O assistente social deve orientar-se pela lei que regulamenta a profissão de 
Serviço Social (Lei nº 8.662, de 7 de Junho de 1993, que dispõe sobre a profissão e 
dá outras providências) e pelo Código de Ética Profissional. 
É imprescindível ainda o conhecimento da legislação social em vigor, de 
acordo com o campo de atuação do profissional (Saúde, Assistência Social, 
Previdência, Habitação, Educação, etc). Contudo, o estudo dos direitos sociais 
afirmados pela Constituição Federal de 1988 é um requisito básico, bem como as 
leis orgânicas que regulamentam a Carta Constitucional. 
 
 
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26 
 
O Portal do Serviço Social disponibiliza os links para a legislação social 
largamente utilizada pelos profissionais de Serviço Social, podendo ser acessado 
pelo site www.assistentesocial.com.br/perguntas. 
O Serviço Social já teve diversos Códigos de Ética (1947, 1965, 1975 e 1993) 
que expressam os diferentes momentos vivenciados pela profissão. O Código de 
Ética atual afirma os princípios fundamentais da profissão e dispõe sobre direitos e 
deveres do profissional, bem como dos parâmetros éticos nas relações com 
usuários, outros profissionais, com a Justiça, com Empregadores, dentre outros. O 
Código de Ética deve ser conhecido e respeitado por todo profissional em exercício, 
bem como pelos estudantes de Serviço Social. A fiscalização quanto ao 
cumprimento dos deveres profissionais cabe aos CRESS. 
A categoria dos assistentes sociais conta com três entidades representativas: 
a) Conjunto formado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e pelos 
Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) – regulamentado pela Lei nº 
8.662/93 e objetiva disciplinar e defender o exercício da profissão de assistente 
social em todo o território nacional. Os CRESS são responsáveis pela fiscalização 
quanto ao cumprimento dos deveres dos profissionais registrados e obedecem à 
Política Nacional de Fiscalização do conjunto. 
Anualmente há uma reunião do conjunto para a tomada de diversas deliberações 
relativas a ações da categoria profissional. As decisões podem ser acessadas nos 
relatórios dos Encontros Nacionais. Para saber mais sobre o histórico do conjunto 
CFESS/CRESS, acesse: http://www.cfess.org.br/cfess_historico.php 
b) Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) – criada 
em 1946, denominada então de Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social 
(ABESS) e formada por três unidades de ensino preocupadas com a formação 
profissional em Serviço Social, que ainda engatinhava. Em 1998 passou a 
denominar-se ABEPSS, incorporando a dimensão de pesquisa (e não somente de 
ensino) em suas preocupações. 
A ABEPSS é uma entidade civil de âmbito nacional sem fins lucrativos, com foro 
jurídicoem Brasília, mas sua sede é itinerante, a cada dois anos, conforme mudança 
da Diretoria. É constituída pelas Unidades de Ensino de Serviço Social, por sócios 
http://www.cfess.org.br/cfess_historico.php
 
 
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27 
 
institucionais colaboradores e por sócios individuais. Cabe ressaltar que nem todas 
as Unidades de Ensino de Serviço Social são filiadas à ABEPSS, portanto, a filiação 
depende de uma opção acadêmico-política, isto é, de identificação com as 
finalidades da ABEPSS. 
O seu principal objetivo tem sido o de assegurar a direção político-pedagógica 
impressa nas Diretrizes Curriculares de 1996, essencial para possibilitar a formação 
de profissionais críticos e competentes. 
A ABEPSS realiza, a cada dois anos, o Encontro Nacional de Pesquisadores em 
Serviço Social (ENPESS). O último ocorreu em dezembro de 2008, em São Luis do 
Maranhão, e o próximo está previsto para 2010. 
c) Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (ENESSO) – É a instância 
representativa dos estudantes de Serviço Social em âmbito nacional e concentra-se 
em questões como a qualidade da formação profissional, os rumos da universidade 
brasileira, dentre outras. A ENESSO, além dos representantes nacionais, possui 
coordenações regionais. Realiza, anualmente, o Encontro Nacional dos Estudantes 
de Serviço Social, quando elege sua Diretoria (nacional e regional) e estabelece as 
diretrizes de trabalho para o ano seguinte. 
O Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) é organizado pelas três 
entidades e ocorre a cada três anos. O último CBAS – o XII – foi realizado em 2007, 
em Foz do Iguaçu (PR) e o próximo está previsto para 2010. 
Suas atividades principais seriam: 
 Promoção da prevenção, integração social e ampliação da cidadania; 
 Atenção, em especial, às camadas pauperizadas da população, garantindo a 
realização de direitos sociais e os acessos aos serviços básicos de Saúde; 
Educação, Previdência Social, Habitação; 
 Elaboração e execução de projetos sociais nas áreas públicas e privadas; 
 Consultoria em trabalhos e ações sociais; 
 Atendimento à população em ações de assistência social não-paternalista. 
 
 
 
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Relembrando alguns pontos importantes... 
Em linhas gerais temos que o profissional do Serviço Social atua no 
atendimento individual ou coletivo, buscando nos próprios participantes a solução ou 
minimização da problemática social, a fim de promover a capacidade de gerar 
habilidades e atitudes. 
Ele atua: 
Elaborando e implementando programas e projetos; 
 Atendendo através de palestras, terapias, oficinas, treinamentos; 
Participando de campanhas preventivas e educativas; 
 Apoiando projetos sociais da comunidade. 
 
Dentre os desafios que enfrenta: 
 Redescobrir alternativas e possibilidades para o trabalho no cenário 
atual; 
 Traçar horizontes para a formulação de propostas que façam frente à 
questão social; 
 Visualizar o usuário como sujeito e não como vítima; 
 Apontar perspectivas decifrando o movimento societário; 
 Aproximar-se dos usuários e de suas condições de vida; 
 Romper com a relação tutelar, captando os reais interesses e 
necessidades; 
 Materializar os princípios éticos no cotidiano do trabalho; 
 Efetivar o projeto ético-político da profissão que é colocar os direitos 
sociais como foco do trabalho profissional, defendê-los tanto na sua 
normatividade legal, quanto traduzi-los praticamente, viabilizando a sua 
efetivação. 
 
 
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E um ponto que é preciso deixar de fora do grupo acima, mas de extrema 
importância: esse profissional é um assalariado e esta condição o coloca em 
situação delicada, constituindo-se em um grande desafio a ser enfrentado, 
principalmente se pensarmos no objetivo do Estado Neoliberal, que leva o Brasil a 
reduzir tamanho e gastos para se inserir no circuito internacional. Isto quer dizer 
“levar os trabalhadores, entre eles os assistentes sociais, gerirem seus próprios 
destinos, ainda que em condições totalmente adversas e desiguais”. 
 
 
 
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UNIDADE 3 - A METODOLOGIA E A PESQUISA EM 
SERVIÇO SOCIAL 
 
Método é um caminho pelo qual se atinge um objetivo ou ainda, um programa 
que regula previamente uma série de operações que se devem realizar, apontando 
erros evitáveis, em vista de um resultado determinado (FERREIRA, 2004). 
Metodologia filosoficamente falando, é o estudo dos métodos, especialmente, 
dos métodos das ciências e/ou um conjunto de técnicas e processos utilizados para 
ultrapassar a subjetividade do professor e atingir o objetivo da aula. 
Sendo um caminho para se atingir um objetivo, obviamente podem existir 
inúmeros caminhos à nossa disposição, sua escolha dependerá da característica do 
professor, do aluno, dos objetivos da aula ou dos conteúdos da disciplina. 
De toda maneira, o método tende a proporcionar certa segurança e confiança 
a quem o está aplicando, quando se percebe que ele funciona pela observação, 
discussão, pesquisa, interpretação, resolução de problemas, operações que 
envolvem análise e síntese ou outros aspectos fundamentais do processo de 
investigação. 
O exercício da pesquisa é uma qualidade eminentemente humana, 
desenvolvida na cultura e na história humanas. Através dela o ser humano criou 
instrumentos práticos e teóricos que lhe permitem agir e pensar de certa forma sobre 
a natureza e obter as respostas desejadas. Com o exercício da pesquisa mudaram 
as relações dos homens com a natureza, mudou o homem e mudaram as relações 
entre os homens. Porém, como prática cultural e histórica, a pesquisa não é uma 
herança biológica, assim como não são os conceitos científicos e toda a prática 
científica e tecnológica. Elas devem ser construídas e reconstruídas junto a cada 
indivíduo nos processos educacionais. Ao compreendermos isso, muda a nossa 
concepção de pesquisa, de ciência, de tecnologia e, como consequência, renova-se 
a nossa prática pedagógica (MALDANER, 1999). 
 
 
 
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Segundo Faleiros (2008), o tema da metodologia no Serviço Social é bastante 
complexo, objeto de um amplo debate que envolve uma série de pressupostos de 
diferentes abordagens. 
Em Serviço Social, como vimos, o objeto de estudo são as questões sociais, 
assim, o profissional qualificado, privilegiando uma intervenção investigativa, através 
da pesquisa e análise da realidade social, atua na formulação, execução e avaliação 
de serviços, programas e políticas sociais que visam a preservação, defesa e 
ampliação dos direitos humanos e a justiça social. 
Portanto, em Serviço Social, “a questão da metodologia está imbricada na 
discussão teórica da articulação ente o fazer e o poder fazer, entre o poder e o fazer 
poder no processo de estruturação das relações sociais” (FALEIROS, 2008). Ou 
seja, não é simplesmente repetiruma série de recomendações, ao contrário, é 
preciso analisar as condições, as forças presentes para empreender uma ação, 
tendo em mente as possíveis consequência previsíveis teórica e praticamente, em 
decorrência da disposição estratégica e tática dos meios e recursos para produzir 
efeitos. 
Retrospectivamente, tratando-se de América Latina, nos anos de 1960 e 
1970, tentou-se abordar a questão da pesquisa em Serviço Social recusando a 
divisão tripla (caso, grupo e comunidade) buscando um procedimento geral e comum 
da intervenção que desembocou em dois esquemas gerais: um que considera as 
etapas de estudo, diagnóstico e tratamento, e outro que retoma os passos do 
planejamento, ou seja, estudo, diagnóstico, plano, programa, execução e avaliação. 
O primeiro modelo é clínico, ou seja, corrige problemas ou desvios 
diagnosticados por um profissional que aplica a medida que julgar conveniente, de 
acordo com seus valores, seus recursos, seu saber, seu poder. Há, então, um 
julgamento de alguém que está de fora da situação. O segundo caso supõe-se uma 
racionalidade tecnocrata formal, sem conteúdo e sujeito, confundindo-se a tarefa de 
coordenação de atividades e disposição de recursos e ações no tempo com 
metodologia, com um processo de relações sociais que é diferente de ordenamento 
de operações na busca de aplicar determinados recursos para determinados 
problemas. 
 
 
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Pensando em nível mais local, micro, ou seja, dentro do país, Rigo (2008) 
pondera que o Serviço Social organizou sua metodologia atuando por meio de três 
técnicas: 
1) O Serviço Social de Caso – Utiliza-se a abordagem individual, tendo como 
unidade a família, com o objetivo de atuar nos fatores causais ou problemas em 
potencial interligados à situação saúde, no contexto sócio-econômico-cultural e 
emocional. Utiliza a abordagem individual como instrumento de identificação de 
situações sociais problemas comuns à população para planejamento posterior de 
atividades grupais e programas específicos; 
2) O Serviço Social de Grupo – Utiliza-se da abordagem grupal nas situações 
sociais problemas identificados em um número significativo de clientes. Participa e 
organiza grupos para a participação no processo social; 
3) O Serviço Social de Comunidade – Mantém o entrosamento das 
instituições da área, visando o conhecimento das necessidades comunitárias e 
estabelecendo-se atividades conjuntas para o aproveitamento total e dinâmico dos 
recursos existentes. 
Iamamoto (2008) diz que para compreender a metodologia do Serviço Social 
não se deve percebê-la de modo separada da sociedade, pois ela diz respeito ao 
modo de ler, de interpretar, de se relacionar com a realidade Social. Isso explica a 
atenção que o Serviço Social deu ao fazer e a formação profissional para atuar nas 
instituições remodeladas do regime militar. 
A preocupação em entender a realidade social está presente na Educação e 
nas diversas maneiras de adquirir conhecimento. Então, a formação profissional do 
Serviço Social tem como referência básica o homem como ser histórico de uma 
realidade. Daí a necessidade de conhecer o contexto social, a dinâmica das 
instituições vinculadas à sociedade civil ou à sociedade política e suas articulações, 
bem como os conhecimentos e as relações das distintas camadas da sociedade. 
Pressupõe-se que a formação acadêmica adquirida no curso de Serviço Social é um 
conhecimento básico que dá ênfase a ciência do homem e da sociedade e também 
um conhecimento profissional dos fundamentos teóricos do Serviço Social e suas 
relações com esses sistemas. A Assistência Social é uma profissão de caráter 
 
 
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interventivo, que se utiliza do instrumental científico multidisciplinar das Ciências 
Humanas e Sociais para análise e intervenção em situações da realidade social em 
que estão presentes os reflexos das questões sociais. 
Rigo (2008) cita dois pontos que levam a perceber a influência européia e 
norte-americana no Serviço Social brasileiro: 
1. Um deles se refere ao curso de formação social (1932) ministrado por Mlle. 
Adèle Loneaux, ao trabalho do padre belga Valère Fallon, fundador do GAS e 
da religiosa francesa Mlle. Germaine Marsaud (que dirigiu a primeira escola 
do Rio de Janeiro). 
2. O outro diz respeito à própria postura dos assistentes sociais pioneiros. Para 
Iamamoto e Carvalho (1995, p. 215), o autoritarismo, o paternalismo, o 
doutrinarismo e a ausência de uma base técnica, assumidos pelo Serviço 
Social pioneiro, eram de influência européia. 
A origem social das pioneiras também induziu à posição autoritária e 
paternalista do Serviço Social Brasileiro de 1930 a 1945 ou 1930 a 1941. O 
intercâmbio do Serviço Social norte-americano com o Serviço Social brasileiro teve 
início a partir do Congresso de Atlantic City (1941) com as bolsas de estudo para 
aperfeiçoamento e especialização em escolas norte-americanas (RIGO, 2008). 
Sobre pesquisas, temos como exemplo um estudo do tipo exploratório, 
realizado em 2004 por Jesus, Rosa e Prazeres em relação ao atendimento às 
famílias realizado por assistentes sociais no município de Florianópolis (SC), é 
importante saber: 
Sobre a finalidade dos serviços, a assistência configura-se como o eixo 
norteador da maioria dos serviços, seguida da educação e da pesquisa. Nessa 
direção, a prática dos assistentes sociais está pautada sob duas perspectivas: a 
prestação de serviços (concessões de benefícios e auxílios) e as ações 
socioeducativas (orientação, prevenção, fortalecimento do grupo familiar). A 
pesquisa nos serviços é interpretada de diferentes formas pelos profissionais, para 
alguns, a pesquisa é entendida como levantamento de dados, em que esses 
buscam informações sobre as necessidades e as expectativas das famílias 
atendidas, ou como conhecimento da realidade na qual elas se inserem. Para 
 
 
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outros, a prática investigativa é vista como uma necessidade para o aprofundamento 
dos estudos na área em que esses profissionais atuam. Os profissionais defendem o 
desenvolvimento e a articulação das ações nas áreas da assistência, pesquisa e 
educação a fim de apresentar respostas mais efetivas aos usuários Em relação ao 
referencial teórico adotado pelos profissionais, as linhas apresentadas evidenciaram 
que a prática era orientada por uma perspectiva crítica e outra funcionalista. 
Perceberam ainda que, apesar dessas correntes teóricas terem sido citadas, na 
prática, alguns profissionais não tinham clareza sobre o referencial que guia seu 
trabalho. 
As autoras verificaram também certo ecletismo por parte dos profissionais na 
condução de suas ações. Elas evidenciaram que muitas vezes os profissionais têm 
dificuldade em explicitar o referencial que guia suas ações, o que indica um desafio 
para o Serviço Social na medida em que o conhecimento, elemento constitutivo do 
trabalho profissional, é necessário para que o assistente social decifre a realidade e 
indique as possibilidades nela contidas. Elas entendem que o assistente social 
precisa estar munido de um referencial teórico-metodológico cuja direção aponte 
para o compromisso de transformação da atual ordem societária, da luta por direitos, 
pela qualidade dos serviços prestados e para o fortalecimentodas famílias. 
No que concerne ao instrumental técnico-operativo, observaram que o 
assistente social lança mão de diferentes instrumentos e técnicas que o auxiliam no 
trabalho com famílias e nas situações que exigem a sua intervenção. Alguns 
instrumentos não são específicos da profissão, como a entrevista, a reunião de 
grupo, o prontuário, entre outros, porém, são adaptados dentro dos objetivos do 
Serviço Social. Já o parecer social e o estudo social constituem o instrumental 
próprio do assistente social e enfatizam que este parecer deve ser elaborado com 
base num referencial teórico e não nos juízos de valores do profissional. 
No que se refere às formas de atuação no processo interventivo do assistente 
social, identificaram que alguns profissionais trabalham com um enfoque 
multidisciplinar, em que a troca limita-se às informações sobre a família, 
prejudicando assim a construção de saberes com as outras áreas do conhecimento 
envolvidas e proporcionando um atendimento fragmentado. No entanto, a postura 
 
 
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interdisciplinar é vista por aqueles profissionais que atuam, disciplinar ou 
multidisciplinarmente, como um desafio e um objetivo a ser alcançado e que precisa 
ser muito trabalhada entre as equipes que atendem às famílias. 
Quanto à metodologia adotada pelos serviços, verificaram quatro etapas no 
atendimento às famílias: entrada, identificação, acompanhamento e desligamento do 
grupo familiar. Nesse contexto, os assistentes sociais têm uma importante atuação e 
fazem uso de vários instrumentos os quais são empregados de acordo com o 
propósito de cada fase do atendimento. Entenderam a relevância de aprofundar os 
estudos sobre essas e outras etapas que envolvem o atendimento às famílias, assim 
como o referencial teórico-metodológico que guia o profissional nesse processo. 
Observaram ainda que, apesar das dificuldades citadas – principalmente as 
de ordem institucional (burocracia, falta de recursos) e das famílias envolvidas (não-
adesão ao acompanhamento, falta de clareza do papel dos serviços) – os 
assistentes sociais visualizam o alcance de vários resultados como: a valorização 
pessoal e a busca de garantia de direitos pela família; a satisfação dos profissionais 
envolvidos; e o reconhecimento do Serviço Social pelos serviços. 
Em suma, as autoras constataram que os assistentes sociais possuem uma 
compreensão sobre a importância de se trabalhar as famílias em sua totalidade, 
tanto no contexto interno como no meio social no qual estão inseridas. Entretanto, foi 
possível verificar que, nos processos de análise e de intervenção dos profissionais, a 
família tem sido tomada ora como auxiliar no diagnóstico e na resolução de 
problemas individuais, ora como problema e objeto terapêutico (MIOTO, 2001 apud 
JESUS, ROSA E PRAZERES, 2004). 
Para finalizar, concordamos com Mioto (2001) quando infere que os serviços 
também desenvolvem suas ações sob a lógica da incapacidade e da falência das 
famílias em seus papéis sociais, atendendo às situações limites e às solicitações 
mais emergentes trazidas pelas mesmas, ao invés de atuar no sentido de prevenir 
os conflitos e as crises. Essa forma de atendimento é fruto do contexto político-
econômico vigente, no qual as políticas públicas sociais são pontuais e visam, 
prioritariamente, à resolução do problema aparente e não das questões que o 
motivaram. 
 
 
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Parece que o resultado do trabalho dessas três autoras não se relaciona com 
a questão da pesquisa e metodologia proposta a ser discutida neste capítulo, mas o 
que queríamos mostrar é que o modo como se encaminha uma situação pode ser 
determinante para atingir seus objetivos ou fugir completamente da meta inicial e 
que o modo como empregam os instrumentos que possuem podem influenciar 
sobremaneira nos resultados e no que se espera da pesquisa. 
 
 
 
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UNIDADE 4 - A GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL: 
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS 
 
Para ser um especialista em Gestão de Serviço Social, não basta apenas ter 
graduado em Serviço Social, cursar uma pós-graduação com este título e achar que 
está pronto. É preciso muito mais! 
Primeiro porque podem participar desta especialização, profissionais 
graduados em muitas outras áreas além do Serviço Social como, por exemplo, 
Psicólogo, Administrador, Economista, Advogado, Enfermeiro ou Pedagogo. 
Segundo porque é preciso desenvolver, além das competências inerentes ao 
Assistente Social que envolvem habilidades técnicas de análise, planejamento, 
operacionalização, monitoramento, avaliação e controle de políticas, programas e 
serviços sociais, muitas outras habilidades e competências. 
Vamos discorrer um pouco sobre “Gestão”? 
Poderíamos dizer que gestão é arte e ciência ao mesmo tempo. Arte porque 
levar as pessoas a serem mais eficazes não é fácil e ciência porque exige um 
conhecimento pessoal ou prática sistemática. 
Existem quatro pilares básicos para quem vai assumir um cargo de gestor: 
saber planejar, saber organizar, saber dirigir e saber controlar. É preciso ter 
conhecimento da área que vai gerenciar e é muito importante saber lidar com 
pessoas, transmitir a elas conhecimentos de forma eficaz, além, é claro, de valorizá-
las, pois este é um dos caminhos para mantê-las satisfeitas, trabalhando em 
consonância com os objetivos da empresa ou da organização, seja ela privada ou 
pública, pois, independente da organização, ela é feita de pessoas e para pessoas. 
Portanto, é preciso sempre ter a pessoa como foco e o seu bem mais valioso. 
Ser um gestor requer conhecimento de inúmeras ferramentas que levam ao 
sucesso do seu negócio. No terceiro setor, por exemplo, aplicar uma ferramenta 
chamada Balanced Scorecard (BSC) proporciona diferencial considerável, pois até 
alguns anos atrás, as organizações pertencentes a este setor limitavam a gerir suas 
operações no dia-a-dia, centradas em cumprir sua nobre missão: solidariedade e 
 
 
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intervenção social. Em tempos de globalização, é preciso ter estratégias definidas 
para que a gestão tenha sucesso e alcance seus objetivos. É preciso ter estratégias, 
saber comunicá-las, alinhar as operações da organização com essas estratégias e, 
nesse contexto, o BSC tem sido utilizado. 
Explicando sucintamente, o BSC nada mais é do que conhecer os pontos 
fortes e fracos, as oportunidades e ameaças, respectivamente, dos ambientes 
internos e externos para formular as estratégias e atuar. Para tanto, o gestor precisa 
de uma equipe sintonizada. 
Poderíamos dizer que o Assistente Social sai na frente, não porque sua 
formação generalista seja baseada no tripé: ensino, pesquisa e extensão (esse tripé 
faz parte das instituições de ensino de qualidade), nem porque ele faz conexões 
entre teoria e prática ao longo de sua formação acadêmica, mas porque seu contato 
com as ciências gerais (antropologia, sociologia, filosofia) e as ciências sociais, 
acredita-se que seja aprofundado na formação inicial e, como vimos até o momento, 
as questões sociais se mesclam com a

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