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MATERIAL DIDÁTICO PRÁTICAS DE GESTÃO EM SERVIÇOS SOCIAIS U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE SERVIÇO SOCIAL: DEFINIÇÃO, OBJETO, OBJETIVOS, LOAS, PNAS, SUAS E CRAS .................................................................................................................7 UNIDADE 2 - A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA CONTEMPORANEIDADE: A CONSTRUÇÃO DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DA CATEGORIA, O MERCADO E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO ............................................................................................................................................................... 22 UNIDADE 3 - A METODOLOGIA E A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ........................................ 30 UNIDADE 4 - A GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL: HABILIDADES E COMPETÊNCIAS .................. 37 UNIDADE 5 - CAMPOS DE ATUAÇÃO NO SERVIÇO SOCIAL ........................................................ 45 UNIDADE 6 - O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL ....................................................... 52 Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 3 INTRODUÇÃO O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação como especialização do trabalho. Podemos dizer que questão social é o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade. Nesse ponto, há que se concordar com Iamamoto (2008) quando diz que a globalização da produção e dos mercados não deixa dúvidas sobre esse aspecto: hoje é possível ter acesso a produtos de várias partes do mundo, cujos componentes são fabricados em países distintos, o que patenteia ser a produção fruto de um trabalho cada vez mais coletivo, contrastando com a desigual distribuição da riqueza entre grupos e classes sociais nos vários países, o que sofre a decisiva interferência da ação do Estado e dos governos. Esse é o nosso conceito para introduzir a apostila de Práticas de Gestão em Serviço Social, ou seja, para garantir uma sintonia do Serviço Social com os tempos atuais, é necessário romper com uma visão endógena1, alargar os horizontes, olhar mais para longe, para o movimento das classes sociais e do Estado em suas relações com a sociedade, com um objetivo essencial: levar o Assistente Social a desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Nas palavras de Iamamoto (2004) “ser um profissional propositivo e não só executivo”, isto porque o mercado demanda, hoje, além de um trabalho na esfera da execução, a formulação de políticas públicas e a gestão de políticas públicas. 1 Originária do interior, que vem de fatores internos. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 4 Alguns dados interessantes sobre a profissão: Dados do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2008) apresentam, no Brasil, aproximadamente 80.000 profissionais que atuam predominantemente na formulação, planejamento e execução de políticas públicas como educação, saúde, previdência, assistência social, habitação, transporte, entre outras, movidos pela perspectiva de defesa e ampliação dos direitos da população brasileira. Trabalham também na esfera privada, principalmente, no âmbito do repasse de serviços, benefícios e na organização de atividades vinculadas à produção material, e atuam em processos de organização e formação política de segmentos da classe trabalhadora. Em recente pesquisa (2005) sobre os “Assistentes Sociais no Brasil”, realizada pelo CFESS, traçou-se o seguinte perfil desta categoria: a profissão é composta majoritariamente por mulheres, com idade entre 35 a 44 anos, católica praticante, que se autodeclara branca, heterossexual e casada e, predominantemente, sem filhos ou com uma prole de dois. A pesquisa confirma a tendência histórica de inserção do Serviço Social em instituições de natureza pública estatal. Com relação ao trabalho, prevalece a carga horária de 40 horas semanais, seguida pela de 30 horas. Quanto à remuneração, há uma grande variação, na seguinte ordem de prevalência: 4 a 6 salários mínimos (SM), 7 a 9 SM, mais de 9 SM e até 3 SM. Cabe ressaltar que, apesar da importância da pesquisa, a metodologia utilizada focou as entrevistas em assistentes sociais participantes do evento comemorativo ao dia do assistente social, em maio de 2004, o que já proporciona uma seleção em relação ao público entrevistado, mas aponta-se a necessidade de uma pesquisa em nível nacional, o que traçará um perfil mais fidedigno da profissão (PEREIRA, 2008). O tempo presente é marcado pela reestruturação produtiva precária das condições de trabalho, por contrarreformas que empreendem a redução dos direitos sociais, por uma política econômica de juros altos que favorece o capital financeiro em detrimento do capital produtivo (há quem diga o contrário, mas os juros continuam altos comparando-se a muitos países). A lógica destrutiva do capital Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 5 aprofunda a concentração de renda, acirra as desigualdades, intensifica a pobreza e o desemprego, deixando em situação precária as condições de vida e de trabalho. As políticas sociais se reconfiguram com tendências focalizadoras, compensatórias e regressivas. Institucionalizam-se a precariedade da formação profissional e das relações de trabalho, sendo frequentes os ataques aos direitos da pessoa idosa, da infância, da adolescência e da juventude, das pessoas com deficiência, dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, além da reprodução cotidiana da violência contra a mulher, lésbicas, gays, travestis e transexuais (CFESS, 2009). É também devido a essa conjuntura que a apostila seguirá por um caminho em busca da reflexão e pretende mostrar os limites e possibilidades do trabalho da Assistência Social em prol da diversidade, dos menos favorecidos, em defesa dos direitos sociais de cidadania. Trataremos aqui do objeto e objetivo do Serviço Social, da formação do profissional na contemporaneidade, seus desafios, os dilemas, as conquistas, o mercado e as condições de trabalho. Evidentemente que as habilidades e competências necessárias ao Assistente Social não ficaram de fora, nem a importância da pesquisa no Serviço Social, pois todos esses detalhes compõem o profissional para que efetivamente seja um gestor. Os objetivos que pretendemos atingir são exatamente estes: Definir Serviço Social e Assistência Social; Apresentar o objeto de estudo, os objetivos do Serviço Social, a importância da LOAS – Lei Orgânica da AssistênciaSocial, do SUAS – Sistema Único de Assistência Social e os CRAS – Centros de Referência de Assistência Social; Identificar a formação do profissional na contemporaneidade: seus desafios, conquistas, dilemas e as condições de trabalho, as habilidades e competências necessárias ao desempenho da profissão; Discorrer sobre a metodologia, a pesquisa e os campos de atuação em Serviço Social. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 6 Ressaltamos que não se trata de uma obra inédita, mas sim uma compilação do que se apresenta mais importante em termos de Serviço Social e salientamos que ao final, as referências bibliográficas disponibilizadas serão úteis para preencher lacunas que por ventura surjam ao longo da apostila. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 7 UNIDADE 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE SERVIÇO SOCIAL: Definição, Objeto, Objetivos, LOAS, PNAS, SUAS E CRAS O Serviço Social é uma profissão de nível superior e pode ser exercida somente por profissionais diplomados em instituições de ensino reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e devidamente registrados no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS). A pessoa que se forma no curso de Serviço Social é denominada Assistente social. O Serviço Social surgiu a partir de 1930, quando se iniciou o processo de industrialização e urbanização no país. A emergência da profissão encontra-se relacionada à articulação dos poderes dominantes (burguesia industrial, oligarquias cafeeiras, Igreja Católica e Estado Varguista) à época, com o objetivo de controlar as insatisfações populares e frear qualquer possibilidade de avanço do comunismo no país. O ensino de Serviço Social foi reconhecido em 1953 e a profissão foi regulamentada em 1957 com a lei nº 3.252. A profissão manteve um viés conservador, de controle da classe trabalhadora, desde seu surgimento até a década de 1970. Com as lutas contra a ditadura e pelo acesso a melhores condições de vida da classe trabalhadora, no final dos anos 1970 e ao longo dos anos de 1980, o Serviço Social também experimentou novas influências. A partir de então, a profissão vem negando seu histórico de conservadorismo e afirma um projeto profissional comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos (Iamamoto e Carvalho, 1995; Netto, 1992; Pereira, 2008 e outros). Por sua vez, Assistência Social é uma política pública regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, assim definida na forma da lei: Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento às necessidades básicas. Dessa maneira, temos: Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 8 Serviço Social – é uma profissão regulamentada pela Lei Federal nº 8.662/93, que exige a graduação em Serviço Social em Unidade de Ensino Superior reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC); Assistente Social – é o profissional formado em Serviço Social, trabalha no campo da Assistência Social prestando serviços sociais e participa no combate ao assistencialismo, através do fortalecimento dos direitos sociais na sociedade brasileira; Serviços Sociais – são serviços de atenção direta à população, públicos ou privados, com a finalidade de satisfazer necessidades sociais nas áreas de saúde, educação, reabilitação, assistência social, habilitação e saneamento, atenção especial à crianças e adolescentes, aos idosos, às pessoas portadoras de deficiências, entre outras. Assistencialismo – é o oposto da política pública de Assistência Social. A política de Assistência Social é um DIREITO, isto é, todos que um dia dela necessitarem, poderão dela usufruir. Já as ações assistencialistas configuram-se como “doações”, que, não raro, exigem algo em troca, um exemplo são as famosas “doações” de cestas básicas, ligaduras em mulheres, os conhecidos “centros sociais” de parlamentares ou candidatos em troca de favores eleitorais. Não há como tratar do objeto, objetivos, enfim, da gestão do Serviço social sem refletir um pouco sobre sua história, a qual está ligada aos fatos históricos, ideologias, desejos, entre outros. Segundo Silva (1995, p. 35), a história do Serviço Social “(...) não deve ser entendida como uma cronologia de fatos, mas na sua ligação com o contexto geral da sociedade (...), isto é, a história dos processos econômicos, das classes e das próprias ciências sociais”. Inicialmente, o Serviço Social se apresenta envolvido com os interesses da classe dominante, mas, antagonicamente, também está sujeito à classe subalterna, sendo o mediador entre ambas as classes. A contradição é uma característica presente em países industrializados, assim como os altos índices de pauperismo na zona urbana. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 9 Por volta da década de 1930, começa haver no Brasil uma urbanização crescente e as contradições da industrialização fazem surgir as lutas reivindicativas, a classe trabalhadora passa a se organizar resultando na hostilidade do outro grupo. Nasce, neste momento, através do papel pacificador por parte do Estado, a institucionalização do Serviço Social que, movido pelas profundas alterações sociais através do processo de transição do modelo agrário-comercial para o modelo industrial, atua frente à “questão social” que é apresentada diante de todos, e, segundo Iamamoto (2004, p. 18) “o debate sobre a 'questão social' atravessa toda a sociedade e obriga o Estado, as frações dominantes e a Igreja a se posicionarem diante dela”. A Igreja Católica torna-se fundamental na abertura das duas primeiras escolas de Serviço Social: a Escola de Serviço Social de São Paulo, em 1936 e a Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro, em 1937, sendo essas duas escolas as pioneiras do Serviço Social no Brasil. Silva (1995) afirma que desde o ano da criação das primeiras escolas de Serviço Social até 1945 são definidos três eixos para a formação profissional do assistente social: 1. Formação científica, na qual era necessário o conhecimento das disciplinas como Sociologia, Psicologia, Biologia, Filosofia, favorecendo ao educando uma visão holística do homem, ajudando-o a criar o hábito da objetividade; 2. Formação técnica, cujo objetivo era preparar o educando quanto sua ação no combate aos males sociais; e a 3. Formação moral e doutrinária, fazendo com que os princípios inerentes à profissão sejam absorvidos pelos alunos. A expansão da economia norte-americana na América Latina resultou na adoção do Brasil pelo desenvolvimentismo que monopolizava a economia e a política, havendo influência norte-americana também no Serviço Social. Foi no âmbito da influência norte-americana que importamos, progressivamente, os métodos de Serviço Social de Caso, Serviço Social de Grupo, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 10 Organização de Comunidade e, posteriormente, Desenvolvimento de Comunidade (SILVA, 1995, p. 41) No decorrer das décadas de 1950 e 1960, o assistente social foi preparado como mão-de-obra capaz de colocar em prática os programas sociais, com grande importância na realização do modelo desenvolvimentista assumido pelo país. Em meados da década de 60, na América Latina, nota-se a ineficácia da proposta desenvolvimentista e nasce a proposta de transformação da sociedade, onde são questionados a metodologia, os objetivos e os conteúdos necessários para a formação profissional, como resultado, muitas escolas entraram em crise ideológica. Surge assim, o movimento de reconceituação, cujo objetivo da ação profissional do Serviço Social seriam os problemas estruturais da sociedade, não apenas relacionados aos problemas individuais, grupais e comunitários. (COLMÁN, 1994) O objeto do Serviço Social é a questão social e como diz Machado (1999), sem dúvida alguma “um desafio”! Historicamente e em termos de Brasil, quando o Serviço Social aqui teve seu início, seu objeto era o homem, aquele morador das favelas, pobre, analfabeto, desempregado. Como ele era incapaz, por sua própria natureza, de ascender socialmente, o Serviço Social tinha por objetivo moldá-lo, integrá-lo aos valores moral e costumes defendidos pela filosofia neotomista2. Machado nos mostra que posteriormente, por volta de 1965, o Serviço Social ultrapassou a ideia do homem como objeto profissional. Passou-se a compreender que a situação deste homem era fruto, não só de uma incapacidade individual, mas, também, de um conjunto de situações que mereciam a intervenção profissional. O objeto do Serviço Social se coloca, então, como a situação social problema: 2 É a corrente filosófica que resgata o Tomismo, a filosofia de São Tomás de Aquino (enquanto pensador) com o objetivo de resolver problemas contemporâneos. Para o Neotomismo, toda a filosofia moderna, a partir de Descartes constituir-se-ia em erros e equívocos, responsáveis pela crise do mundo moderno. Assim, na visão neotomista, é inaceitável privilegiar interesses de ideologias como o neoliberalismo ou comunismo, por exemplo, ou instituições como empresas e o governo, em detrimento do direito do ser humano a uma vida digna e tudo que ela acarreta: a liberdade, a saúde, o emprego e a habitação. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 11 [...] o Serviço Social atua na base das inter-relações do binômio indivíduo- sociedade. [...] Como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas (DOCUMENTO DE ARAXÁ, 1965, p.11 apud MACHADO, 1999). Na década de 1970, com a mobilização popular contra a ditadura militar, o Serviço Social revê seu objeto e o define como a transformação social. Apesar do objeto equivocado, afinal, a transformação social não se constitui em tarefa de nenhum profissional – é uma função de partidos políticos; o que esse objeto efetivamente representou foi a busca pelas assistentes sociais de um vínculo orgânico com as classes subalternizadas e exploradas pelo capital. Falamos que o objeto do Serviço Social é a questão social. Mas qual é a sua definição? Essa questão representa uma perspectiva de análise da sociedade. Isto porque não há consenso de pensamento no fundamento básico que constitui a questão social. Em outros termos, nem todos analisam que existe uma contradição entre capital e trabalho. Ao utilizarmos, na análise da sociedade, a categoria questão social, estamos realizando uma análise na perspectiva da situação em que se encontra a maioria da população – aquela que só tem na venda de sua força de trabalho os meios para garantir sua sobrevivência. Assim, é ressaltar as diferenças entre trabalhadores e capitalistas no acesso a direitos, nas condições de vida; é analisar as desigualdades e buscar uma forma de superá-las; é entender as causas das desigualdades e o que essas desigualdades produzem na sociedade e na subjetividade dos homens (MACHADO, 1999). Para Iamamoto (2008, p. 27) “é o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura”. Segundo Faleiros, (2008, p. 37): [...] a expressão questão social é tomada de forma muito genérica, embora seja usada para definir uma particularidade profissional. Se for entendida como sendo as contradições do processo de acumulação capitalista, seria, por sua vez, contraditório colocá-la como objeto particular de uma profissão determinada, já que se refere a relações impossíveis de serem tratadas profissionalmente, através de estratégias institucionais/relacionais próprias do próprio desenvolvimento das práticas do Serviço Social. Se for as Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 12 manifestações dessas contradições o objeto profissional, é preciso também qualificá-las para não colocar em pauta toda a heterogeneidade de situações que, segundo Netto, caracteriza, justamente, o Serviço Social. Portanto, definir como objeto profissional a questão social, não estabelece a especificidade profissional. Podemos entender, na sugestão de Faleiros, que qualificar a questão social significa apreender o que compete ao Serviço Social no âmbito da questão social. Se falarmos, por exemplo, nas expressões sociais da questão social, estaremos, minimamente, definindo um espaço de atuação profissional. Discutiremos mais adiante essas questões sobre atuação. Em um trabalho publicado por Herrera, em 1976, o qual analisava o serviço social em unidades de saúde, ela relembra que o Serviço social era uma disciplina profissional e que deveria fazer parte da equipe multiprofissional. Uma Unidade Sanitária, desenvolvendo atividades de saúde pública que permitam elevar o nível de saúde da população, através da assistência médico-sanitária de caráter preventivo, promocional e curativo, visa um conhecimento da população, acompanhando a evolução e dirigindo sua atenção para o controle dos fenômenos biológicos, mentais e sociais que nela ocorram. Nesta perspectiva, os programas de saúde pública implicam, conseqüentemente, em se adotar um trabalho em equipe multiprofissional, pelo qual os elementos profissionais, atuando em grupo, realizaram tarefas específicas com um objetivo comum (HERRERA, 1976, p. 1). Assim, os objetivos do Serviço Social nessa perspectiva eram: - identificar e tratar problemas ou distorções residuais que impedem indivíduos, famílias, grupos, comunidades e populações de alcançarem padrões econômico-sociais, compatíveis com a dignidade humana e estimular a contínua elevação desses padrões; – criar condições para tornar efetiva a participação consciente de indivíduos, grupos, comunidades e populações, seja promovendo sua integração nas condições decorrentes de mudança, seja provocando as mudanças necessárias; – intervir em nível preventivo, antepondo-se às conseqüências de um determinado fenômeno, evitando assim as causas de desajuste em indivíduos, grupos, comunidades e populações (HERRERA, 1976, p. 1). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 13 Enfim,o Serviço Social ocupa-se das implicações sociais, emocionais, culturais e econômicas que influenciam diretamente na situação saúde ou que possam desencadear, agravar ou estagnar a enfermidade. Lidando com os fenômenos referentes ao ser humano em seu processo de interação com sua realidade social, objetiva a mobilização e desenvolvimento das potencialidades humanas e sociais, através de métodos e técnicas que lhe são específicas. Os profissionais que atuam no Serviço Social têm, entre outros objetivos, produzir conhecimentos sobre a realidade social, formular, implementar, gerir e avaliar políticas sociais (o que envolve planos, programas e projetos) que podem ser desenvolvidos não somente pela administração pública, mas também por entidades particulares ou do terceiro setor. Essas políticas buscam sempre o resgate ou a manutenção da cidadania. Se pensarmos no profissional que vai atuar na academia, ou seja, num centro produtor de conhecimentos, ou ainda, de maneira mais simples, em universidades, teríamos como objetivos do Serviço Social, implementar linhas de pesquisa que possibilitem acompanhar uma realidade regional que subsidiem ações normativas e corretivas para aquela realidade e, ainda, assessorar programas e treinamentos que propiciem o crescimento e fortalecimento de ações voluntárias que focalizam as garantias dos direitos civis, políticos e sociais das comunidades envolvidas. No último tópico veremos diversos campos de atuação do profissional que atua no Serviço Social. Falar de serviço social e de assistência social requer necessariamente falar na participação do Estado. Evidentemente, a rede pública que envolve a assistência social é muito mais complexa do que apresentaremos aqui, mas por questão de foco, elencaremos os quatro, digamos, instrumentos públicos que tratam da assistência social: A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e sua história que está bem sintetizada em trabalho realizado por Constantino, Santos e Queiroz (2007), como veremos adiante. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 14 Desde 1988, a Constituição Federal colocou a assistência social, ao lado da saúde e da previdência social, como política integrante do sistema brasileiro de seguridade social. Em 1993, com a promulgação da LOAS, a assistência social foi ordenada política pública garantidora de direitos da cidadania (RUSSO, 2006). Do tripé da seguridade social (saúde, previdência e assistência social), a assistência foi a última política a ser regulamentada, sendo aprovada somente cinco anos depois da promulgação da Constituição de 1988. Isso pode ser explicado a partir de dois vetores. O primeiro está relacionado com o desenvolvimento histórico da assistência, como campo de práticas compensatórias e residuais, acarretando na falta de uma articulação política e teórica em torno da mesma. O segundo vetor tem a ver com o avanço do neoliberalismo no Brasil e, consequentemente, a redução do Estado no campo social (BOSCHETI, 2006 apud CONSTANTINO, SANTOS, QUEIROZ, 2007). A primeira Lei Orgânica da Assistência Social foi inteiramente vetada por Collor, em 1990, e há que se lembrar que nesse momento não existiu nenhuma grande mobilização contra o ato do então presidente da República (BOSCHETI, 2006 apud CONSTANTINO, SANTOS, QUEIROZ, 2007). Entretanto, esse cenário mudou a partir do posicionamento assumido pelo Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, que juntamente com os Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS fomentaram o debate para a elaboração de um novo projeto de lei. O processo de elaboração do novo projeto de lei contou com a participação dos trabalhadores representados pela Central Única dos Trabalhadores – CUT, além dos funcionários da Legião Brasileira de Assistência Social – LBA. Com o impeachment do presidente Collor, houve uma abertura política que possibilitou o diálogo entre sociedade civil e governo, foi nesse contexto e devido à pressão dos sujeitos políticos já citados que a LOAS foi aprovada em 1993. A LOAS significou uma evolução para o campo assistencial, com a divisão de responsabilidade entre as três esferas federativas, com a definição de programas, projetos e serviços que tem a proposta de romper com ações pulverizadas e fragmentadas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 15 Esses avanços tiveram continuidade com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, aprovada na IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em dezembro de 2003, em Brasília, que teve como deliberação a construção e implementação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS (CONSTANTINO, SANTOS, QUEIROZ, 2007). A LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS A Lei nº 8.742 de 07 de dezembro de 1993, mais conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social, dispõe sobre a organização da assistência social no Brasil. A IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em dezembro/2003, em Brasília/DF, apontou como principal deliberação a construção e implementação do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, requisito essencial da LOAS para dar efetividade à assistência social como política pública. A LOAS e o CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social) foram aprovados após longos debates com a participação de representantes do governo, igreja, empresariados e representantes de movimentos sociais. Atualmente, o Conselho conta com 18 membros, sendo que 9 representam a sociedade civil. Uma das medidas do Conselho foi submeter todas as organizações a um novo registro, sob critérios mais rigorosos. Segundo Okabayashi (1994), com a promulgação da LOAS, em 07/12/1993, a assistência adquire uma nova visibilidade, saindo das esferas acadêmicas e ganhando espaço nas esferas federais, estaduais e municipais, bem como, junto aos segmentos da sociedade civil interessados na descentralização e implementação da política de assistência social no país. A descentralização da assistência e a participação da população na formulação das políticas sociais são diretrizes privilegiadas na LOAS, assim como a universalização dos direitos sociais e a igualdade no acesso aos serviços, figurando- os como questões basilares. A descentralização é aqui entendida não apenas no Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 16 sentido de remanejamento de competências decisórias e executivas, mas também de recursos financeiros e, introduzindo em contrapartida, a participação da sociedade civil. Nesse enfoque, a LOAS estabelece como diretriz a descentralização político-administrativa, transferindo para os Estados, Municípios e Distrito Federal, o comando das ações de assistência social (cap. II, seção II). Da mesma forma, a universalização dos direitos sociais da população está presente enquanto princípio da LOAS (cap. II, seção I), e em todos os seus desdobramentos, porém ela mascara várias contradições contidas na própria. A lei prevê a garantia dos benefícios de prestação continuada (BPC), no valor de um salário mínimo, pago à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com setenta anos ou mais, que comprovem não ter condições de prover a sua manutenção e nem de tê-laprovida pela família. Inclui ainda enquanto benefícios eventuais, o auxílio por natalidade ou morte, pago às famílias com renda mensal per capta inferior a um quarto do salário mínimo. Prevê também, cobertura prioritária à criança, à família, à gestante, à nutriz, em situações de riscos e nos casos de calamidade pública. Todavia, na mesma definição onde a assistência é “um direito do cidadão”, a lei expressa um caráter altamente seletivo, ao classificar enquanto seus beneficiários, uma população que mais se aproxima da miserabilidade. (OKABAYASHI, 1994). Ao selecionar a população pobre, na verdade, a exclui. E ao excluir, deixa de assegurar os direitos à assistência social de forma ampla e irrestrita. Não basta ser um idoso ou deficiente, é preciso que se comprove a sua condição de miserabilidade, sendo esta, objeto de avaliações iniciais (renda, idade, capacidade para o trabalho) e periódicas (de dois em dois anos). Mesmo quando o próprio Estado não afere os instrumentos necessários para constatar a inclusão ou exclusão do beneficiário, a lei mantém o critério da seletividade, como é o caso de quando o município não dispõe da equipe multiprofissional para avaliar se o portador de deficiência é realmente considerado incapaz para a vida independente e para o trabalho. Nesse caso, o mesmo é encaminhado ao município mais próximo que conte com aquela estrutura. Assim, a legislação expressa mecanismos altamente seletivos, critérios e normas que, na prática, inviabilizam o reconhecimento dos direitos de cidadania (OKABAYASHI, 1994). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 17 Um dos primeiros passos para a estruturação política e organizacional de implementação da LOAS consiste em contratar assistentes sociais nas prefeituras e criar os setores específicos que acabam por exercer as mais diversas funções, dentre elas: Mobilizar entidades e realizar conferências; Implementar ações de atendimento assistencial direto à população que demanda este tipo de serviço; Decodificar ao gestor municipal, o arcabouço político-jurídico existente no campo da assistência social. A POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada em 2004, por resolução do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), possibilita a transição entre a tradição de favores políticos e caridade, que historicamente marcou essa área, para um novo estágio em que as ações de assistência estejam sintonizadas com o direito social. Entre outras prioridades, a política estimula a articulação entre distribuição de renda, trabalho social e projetos de geração de renda protagonizados pelas famílias. A Política Nacional de Assistência Social, na perspectiva do Sistema Único de Assistência Social, ressalta o campo da informação, monitoramento e avaliação, salientando que as novas tecnologias da informação e a ampliação das possibilidades de comunicação contemporânea têm um significado, um sentido técnico e político, podendo e devendo ser consideradas como meios estratégicos para uma melhor atuação no tocante às políticas sociais e a nova concepção do uso da informação, do monitoramento e da avaliação no campo da política de assistência social. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 18 O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS O Sistema Único de Assistência Social – SUAS – implantado a partir de 2005, em todo o território nacional, efetiva na prática a assistência social como política pública de Estado, fazendo a necessária ruptura com o clientelismo e as políticas de favor e de ocasião. O SUAS altera radicalmente o modelo de gestão e a forma de financiamento da assistência social. Estabelece um novo pacto federativo entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, garantindo autonomias legais em regime de mútua colaboração institucional (RUSSO, 2006). Segundo Constantino, Santos e Queiroz (2007), o SUAS consiste na organização em todo território nacional das ações socioassistenciais, e a hierarquização dos serviços por níveis de complexidade e porte dos municípios. Tem como eixos estruturantes: a matricialidade sociofamiliar; descentralização político- administrativa e territorialização; novas bases para a relação entre Estado e sociedade civil; financiamento; controle social; o desafio da participação popular; a política de recursos humanos; a informação; o monitoramento e a avaliação. Essa nova sistemática espalha-se pelo território brasileiro – de norte a sul, de leste a oeste – traduzindo a nova política de assistência social numa só linguagem social em todo o País. Um tipo de integração que olha as necessidades humanas de uma forma ao mesmo tempo global e particular – uma maneira singular, radical, profissional e generosa – de atender integralmente as pessoas dentro do seu contexto familiar e comunitário, sem coletivizá-las ou fragmentá-las, sem estatizá-las ou privatizá-las, respeitando-as na sua integralidade (RUSSO, 2006). Por isso, o SUAS estabelece dois níveis de proteção social: básica (de caráter preventivo) e especial (quando ocorre violação de direitos). Essa subdivisão é meramente formal, já que há interação permanente entre elas. Enquanto a proteção especial exige atenção em serviços ou centros especializados, a proteção básica tem no Centro de Referência da Assistência Social – o CRAS, também conhecido como Casa das Famílias, equipamento social público capaz de garantir a atenção integral às famílias em determinado território (RUSSO, 2006). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 19 O CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública da política de assistência social, de base municipal, integrante do SUAS, localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica às famílias e indivíduos e à articulação desses serviços no seu território de abrangência, e uma atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a proteção social (CONSTANTINO, SANTOS E QUEIROZ, 2007). Segundo Russo (2006), a implantação do CRAS teve início em 2003, atingindo, em 2006, 1600 municípios brasileiros, e os recursos para sua manutenção são aplicados a partir da adoção de critérios técnicos e republicanos, como indicadores de pobreza, capacidade e grau de investimento em assistência social e recursos federais transferidos aos municípios. A metodologia foi pactuada democraticamente entre os entes da Federação e os organismos da sociedade civil, representados na Comissão Intergestores Tripartite e no Conselho Nacional de Assistência Social. Aos municípios da Região Nordeste, a mais pobre do País e com menor capacidade de investimento, foram destinados mais de 50% dos recursos para expansão das respectivas metas em 2005 e 2006. Nos Centros de Referência da Assistência Social, o principal capital é o humano, sejam assistentes sociais, psicólogos, educadores e outros profissionais, sendo necessário capacitá-los continuamente e mantê-los integrados numa rede nacional de proteção social, mas para tanto, Russo afirma ser preciso que o co- financiamento dos serviços se efetive, conforme pactuado entre os entes da Federação.Ampliar os CRAS é fundamental, mas, para isso, é preciso que cada um faça a sua parte. Só assim teremos uma nova assistência social verdadeiramente pública e de qualidade (RUSSO, 2006). Algumas ações da proteção social básica devem ser desenvolvidas necessariamente nos CRAS, como o Programa de Atenção Integral as Famílias Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 20 (PAIF) e outras, mesmo ocorrendo na área de abrangência desses centros, podem ser desenvolvidas fora de seu espaço físico, desde que a ele referenciadas. O CRAS também deve ser organizado para a vigilância da exclusão social de sua área de abrangência, em conexão com outros territórios. O Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) expressa um conjunto de ações relativas à acolhida, informação e orientação, inserção em serviços da assistência social, tais como socioeducativos e de convivência, encaminhamentos a outras políticas, promoção de acesso à renda e, especialmente, acompanhamento sociofamiliar. Dentre os objetivos do PAIF, temos: Contribuir para a prevenção e o enfrentamento de situações de vulnerabilidade e risco social; Fortalecer os vínculos familiares e comunitários; Promover aquisições sociais e materiais às famílias, com o objetivo de fortalecer o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades. O público do PAIF e CRAS se constitui em uma população com situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação ou ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos, com vínculos familiares, comunitários e de pertencimento fragilizados e que vivenciam situações de discriminação etária, étnica, de gênero ou por deficiências, entre outros. A implantação do CRAS significa um avanço para a política de Assistência Social e o seu reconhecimento enquanto um direito, contudo, esse processo é contraditório. Primeiramente porque o CRAS é um órgão público, assim como existe a escola e o posto de saúde, e esses equipamentos sociais são reconhecidos pelos usuários como um direito. Compreendemos que um espaço público onde são ofertados serviços assistenciais pode contribuir na construção da identidade da Assistência Social como um direito. Ainda sobre esse aspecto, o CRAS, como um espaço estatal, tem a potencialidade de romper com a vinculação da Assistência Social como prática filantrópica. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 21 Outro fato que merece destaque é que o CRAS deve ser um serviço contínuo, ele não é um programa ou um projeto que tem prazo determinado para acabar, com isso o CRAS torna-se uma referência para a população residente na sua área de abrangência. O terceiro elemento que consideramos importante para a efetivação da política de Assistência Social é a definição dos profissionais que devem compor a equipe do CRAS. A afirmação da Assistência Social como uma política pública exige o estabelecimento de padrões e critérios de atendimento e execução das ações. Nesse sentido, a definição de uma política de Recursos Humanos, como um dos eixos norteadores da PNAS/2004, reflete a mudança conceitual que vem passando a Assistência Social nesses últimos vinte anos. Outro dado não menos relevante na discussão sobre o CRAS é que o processo de implantação desse equipamento se pauta no princípio da descentralização previsto na LOAS, sendo esse fato imprescindível para a organização e planejamento das ações, procurando assim, romper com os programas feitos de cima para baixo, que na maioria das vezes não atende a necessidade dos usuários (CONSTANTINO, SANTOS E QUEIROZ, 2007). Há que se ressaltar que essa rede de instrumentos ou equipamentos precisa ser muito bem conhecida pelos profissionais que pretendem atuar como gestores no Serviço social, principalmente quando se tratar de órgãos e programas públicos, pois é através desses mecanismos que o profissional irá formular e implementar seus projetos voltados para o social. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 22 UNIDADE 2 - A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA CONTEMPORANEIDADE: A Construção Do Projeto Ético- Político Da Categoria, O Mercado E As Condições De Trabalho Vamos começar nossas reflexões acerca da formação profissional falando da construção do projeto ético-político que vem suscitando debates há tempos. Embora o Serviço Social tenha uma história não tão recente, iniciada na transição da década de 1970 para 1980, as discussões sobre o projeto ético-político é algo muito recente – datando da segunda metade dos anos noventa do século XX. Este período marca um momento importante no desenvolvimento do Serviço Social no Brasil, vincado especialmente pelo enfrentamento e pela denúncia do conservadorismo profissional. É nesse processo de recusa e crítica do conservadorismo que se encontram as raízes de um projeto profissional novo, precisamente as bases do que se está denominando projeto ético-político (NETTO, 2003). Trata-se de um projeto que também é um processo, em contínuo desdobramento. Um exemplo do seu caráter aberto, com a manutenção dos seus eixos fundamentais, pode ser encontrado nas discussões acerca da formação profissional, produzidas com as modificações advindas da vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDBEN (Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996): as orientações propostas por representantes do corpo profissional ratificam a direção da formação nos termos do projeto ético-político. Esquematicamente, esse projeto tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor central – a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de escolha entre alternativas concretas; daí um compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. Consequentemente, esse projeto profissional se vincula a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem exploração/dominação de classe, etnia e gênero. A partir dessas opções que o fundamentam, tal projeto afirma Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 23 a defesa intransigente dos direitos humanos e o repúdio do arbítrio e dos preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo, tanto na sociedade como no exercício profissional (NETTO, 2003). A dimensão política do projeto é claramente enunciada: ele se posiciona a favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização do acesso a bens e a serviços relativos às políticas e programas sociais; a ampliação e a consolidação da cidadania são explicitamente postas como garantia dos direitos civis, políticos e sociais das classes trabalhadoras. Correspondentemente, o projeto se declara radicalmente democrático – considerada a democratização como socialização da participação política e socialização da riqueza socialmente produzida (NETTO, 2003). Do ponto de vista estritamente profissional, o projeto implica o compromisso com a competência, que só pode ter como base o aperfeiçoamento intelectual do assistente social. Daí a ênfase numa formação acadêmica qualificada, fundada em concepções teórico-metodológicas críticas e sólidas, capazes de viabilizar uma análiseconcreta da realidade social – formação que deve abrir a via à preocupação com a (auto)formação permanente e estimular uma constante preocupação investigativa por parte do profissional (NETTO, 2003). Em especial, o projeto prioriza uma nova relação com os usuários dos serviços oferecidos pelos assistentes sociais: é seu componente elementar o compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população, aí incluída a publicidade dos recursos institucionais, instrumento indispensável para a sua democratização e universalização e, sobretudo, para abrir as decisões institucionais à participação dos usuários (NETTO, 2003). Enfim, o projeto assinala claramente que o desempenho ético-político dos assistentes sociais só se potencializará se o corpo profissional articular-se com os segmentos de outras categorias profissionais que compartilham de propostas Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 24 similares e, notadamente, com os movimentos que se solidarizam com a luta geral dos trabalhadores3 (NETTO, 2003). Ainda refletindo sobre o projeto, é preciso ter clareza da noção de projeto coletivo na medida em que o referido projeto ético-político existe como tal. Os projetos coletivos se relacionam com as diversas particularidades que envolvem os vários interesses sociais presentes numa determinada sociedade. Remetem-se ao gênero humano uma vez que, como projeções sócio-históricas particulares, vinculam-se aos interesses universais presentes no movimento da sociedade. Em outras palavras, os interesses particulares de determinados grupos sociais, como o dos assistentes sociais, não existem independentemente dos interesses mais gerais que movem a sociedade. Questões culturais, políticas e, fundamentalmente econômicas, articulam e constituem os projetos coletivos. Eles são impensáveis sem estes pressupostos, são infundados se não os remetemos aos projetos coletivos de maior abrangência: os projetos societários (ou projetos de sociedade), ou seja, os projetos societários estão presentes na dinâmica de qualquer projeto coletivo, inclusive no projeto ético-político do Serviço Social (REIS, 2004). Lembremos que os projetos societários podem ser, em linhas gerais, transformadores ou conservadores. Entre os transformadores há várias posições que têm a ver com as formas (as táticas e as estratégias) de transformação social. O mercado de trabalho O assistente social tem um mercado de trabalho bastante diversificado, atuando em órgãos públicos, hospitais, centros de saúde, varas da infância e da 3 Sugerimos como leitura complementar para melhor entendimento das origens do Serviço Social e sua postura nesse início de século XXI, o texto intitulado: REFLEXÕES SOBRE OS FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL: TRABALHO, SER SOCIAL, RELAÇÕES DE (RE)PRODUÇÃO E DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS de Maria Angelina Baía de Carvalho - Assistente Social Graduada pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), artigo disponível no site: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/viewArticle/97. http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/viewArticle/97 Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 25 juventude, sindicatos, entidades filantrópicas, organizações não-governamentais, abrigos, creches, associação de moradores, empresas, consultorias. O assistente social tem sido solicitado para trabalhar em equipes multiprofissionais em diferentes contextos na medida em que o olhar desse profissional aprofunda o conhecimento do social em outras áreas. A categoria O profissional de Serviço Social pode atuar em instituições públicas federais, estaduais e municipais. Geralmente, a contratação ocorre de acordo com preceitos constitucionais, através de concurso público. Contudo, nos anos de 1990, com as inúmeras terceirizações no serviço público – como forma de precarizar o trabalho e reduzir custos – assistimos a formas diversas de contratação dos profissionais, através de cooperativas, “bolsas”, entre outras. Outro espaço ocupacional é o setor privado em empresas e Organizações Não- Governamentais (ONG’s). Nesses, a contratação ocorre através de seleções. O maior campo de atuação do Serviço Social é a Saúde. Outros campos também são bastante expressivos, como o campo Sócio-Jurídico e a Assistência Social. Temos ainda o campo da Educação, Habitação e Empresarial. O Meio Ambiente ainda é um campo pouco explorado na área. O assistente social deve orientar-se pela lei que regulamenta a profissão de Serviço Social (Lei nº 8.662, de 7 de Junho de 1993, que dispõe sobre a profissão e dá outras providências) e pelo Código de Ética Profissional. É imprescindível ainda o conhecimento da legislação social em vigor, de acordo com o campo de atuação do profissional (Saúde, Assistência Social, Previdência, Habitação, Educação, etc). Contudo, o estudo dos direitos sociais afirmados pela Constituição Federal de 1988 é um requisito básico, bem como as leis orgânicas que regulamentam a Carta Constitucional. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 26 O Portal do Serviço Social disponibiliza os links para a legislação social largamente utilizada pelos profissionais de Serviço Social, podendo ser acessado pelo site www.assistentesocial.com.br/perguntas. O Serviço Social já teve diversos Códigos de Ética (1947, 1965, 1975 e 1993) que expressam os diferentes momentos vivenciados pela profissão. O Código de Ética atual afirma os princípios fundamentais da profissão e dispõe sobre direitos e deveres do profissional, bem como dos parâmetros éticos nas relações com usuários, outros profissionais, com a Justiça, com Empregadores, dentre outros. O Código de Ética deve ser conhecido e respeitado por todo profissional em exercício, bem como pelos estudantes de Serviço Social. A fiscalização quanto ao cumprimento dos deveres profissionais cabe aos CRESS. A categoria dos assistentes sociais conta com três entidades representativas: a) Conjunto formado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e pelos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) – regulamentado pela Lei nº 8.662/93 e objetiva disciplinar e defender o exercício da profissão de assistente social em todo o território nacional. Os CRESS são responsáveis pela fiscalização quanto ao cumprimento dos deveres dos profissionais registrados e obedecem à Política Nacional de Fiscalização do conjunto. Anualmente há uma reunião do conjunto para a tomada de diversas deliberações relativas a ações da categoria profissional. As decisões podem ser acessadas nos relatórios dos Encontros Nacionais. Para saber mais sobre o histórico do conjunto CFESS/CRESS, acesse: http://www.cfess.org.br/cfess_historico.php b) Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) – criada em 1946, denominada então de Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS) e formada por três unidades de ensino preocupadas com a formação profissional em Serviço Social, que ainda engatinhava. Em 1998 passou a denominar-se ABEPSS, incorporando a dimensão de pesquisa (e não somente de ensino) em suas preocupações. A ABEPSS é uma entidade civil de âmbito nacional sem fins lucrativos, com foro jurídicoem Brasília, mas sua sede é itinerante, a cada dois anos, conforme mudança da Diretoria. É constituída pelas Unidades de Ensino de Serviço Social, por sócios http://www.cfess.org.br/cfess_historico.php Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 27 institucionais colaboradores e por sócios individuais. Cabe ressaltar que nem todas as Unidades de Ensino de Serviço Social são filiadas à ABEPSS, portanto, a filiação depende de uma opção acadêmico-política, isto é, de identificação com as finalidades da ABEPSS. O seu principal objetivo tem sido o de assegurar a direção político-pedagógica impressa nas Diretrizes Curriculares de 1996, essencial para possibilitar a formação de profissionais críticos e competentes. A ABEPSS realiza, a cada dois anos, o Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS). O último ocorreu em dezembro de 2008, em São Luis do Maranhão, e o próximo está previsto para 2010. c) Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (ENESSO) – É a instância representativa dos estudantes de Serviço Social em âmbito nacional e concentra-se em questões como a qualidade da formação profissional, os rumos da universidade brasileira, dentre outras. A ENESSO, além dos representantes nacionais, possui coordenações regionais. Realiza, anualmente, o Encontro Nacional dos Estudantes de Serviço Social, quando elege sua Diretoria (nacional e regional) e estabelece as diretrizes de trabalho para o ano seguinte. O Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) é organizado pelas três entidades e ocorre a cada três anos. O último CBAS – o XII – foi realizado em 2007, em Foz do Iguaçu (PR) e o próximo está previsto para 2010. Suas atividades principais seriam: Promoção da prevenção, integração social e ampliação da cidadania; Atenção, em especial, às camadas pauperizadas da população, garantindo a realização de direitos sociais e os acessos aos serviços básicos de Saúde; Educação, Previdência Social, Habitação; Elaboração e execução de projetos sociais nas áreas públicas e privadas; Consultoria em trabalhos e ações sociais; Atendimento à população em ações de assistência social não-paternalista. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 28 Relembrando alguns pontos importantes... Em linhas gerais temos que o profissional do Serviço Social atua no atendimento individual ou coletivo, buscando nos próprios participantes a solução ou minimização da problemática social, a fim de promover a capacidade de gerar habilidades e atitudes. Ele atua: Elaborando e implementando programas e projetos; Atendendo através de palestras, terapias, oficinas, treinamentos; Participando de campanhas preventivas e educativas; Apoiando projetos sociais da comunidade. Dentre os desafios que enfrenta: Redescobrir alternativas e possibilidades para o trabalho no cenário atual; Traçar horizontes para a formulação de propostas que façam frente à questão social; Visualizar o usuário como sujeito e não como vítima; Apontar perspectivas decifrando o movimento societário; Aproximar-se dos usuários e de suas condições de vida; Romper com a relação tutelar, captando os reais interesses e necessidades; Materializar os princípios éticos no cotidiano do trabalho; Efetivar o projeto ético-político da profissão que é colocar os direitos sociais como foco do trabalho profissional, defendê-los tanto na sua normatividade legal, quanto traduzi-los praticamente, viabilizando a sua efetivação. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 29 E um ponto que é preciso deixar de fora do grupo acima, mas de extrema importância: esse profissional é um assalariado e esta condição o coloca em situação delicada, constituindo-se em um grande desafio a ser enfrentado, principalmente se pensarmos no objetivo do Estado Neoliberal, que leva o Brasil a reduzir tamanho e gastos para se inserir no circuito internacional. Isto quer dizer “levar os trabalhadores, entre eles os assistentes sociais, gerirem seus próprios destinos, ainda que em condições totalmente adversas e desiguais”. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 30 UNIDADE 3 - A METODOLOGIA E A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL Método é um caminho pelo qual se atinge um objetivo ou ainda, um programa que regula previamente uma série de operações que se devem realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado (FERREIRA, 2004). Metodologia filosoficamente falando, é o estudo dos métodos, especialmente, dos métodos das ciências e/ou um conjunto de técnicas e processos utilizados para ultrapassar a subjetividade do professor e atingir o objetivo da aula. Sendo um caminho para se atingir um objetivo, obviamente podem existir inúmeros caminhos à nossa disposição, sua escolha dependerá da característica do professor, do aluno, dos objetivos da aula ou dos conteúdos da disciplina. De toda maneira, o método tende a proporcionar certa segurança e confiança a quem o está aplicando, quando se percebe que ele funciona pela observação, discussão, pesquisa, interpretação, resolução de problemas, operações que envolvem análise e síntese ou outros aspectos fundamentais do processo de investigação. O exercício da pesquisa é uma qualidade eminentemente humana, desenvolvida na cultura e na história humanas. Através dela o ser humano criou instrumentos práticos e teóricos que lhe permitem agir e pensar de certa forma sobre a natureza e obter as respostas desejadas. Com o exercício da pesquisa mudaram as relações dos homens com a natureza, mudou o homem e mudaram as relações entre os homens. Porém, como prática cultural e histórica, a pesquisa não é uma herança biológica, assim como não são os conceitos científicos e toda a prática científica e tecnológica. Elas devem ser construídas e reconstruídas junto a cada indivíduo nos processos educacionais. Ao compreendermos isso, muda a nossa concepção de pesquisa, de ciência, de tecnologia e, como consequência, renova-se a nossa prática pedagógica (MALDANER, 1999). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 31 Segundo Faleiros (2008), o tema da metodologia no Serviço Social é bastante complexo, objeto de um amplo debate que envolve uma série de pressupostos de diferentes abordagens. Em Serviço Social, como vimos, o objeto de estudo são as questões sociais, assim, o profissional qualificado, privilegiando uma intervenção investigativa, através da pesquisa e análise da realidade social, atua na formulação, execução e avaliação de serviços, programas e políticas sociais que visam a preservação, defesa e ampliação dos direitos humanos e a justiça social. Portanto, em Serviço Social, “a questão da metodologia está imbricada na discussão teórica da articulação ente o fazer e o poder fazer, entre o poder e o fazer poder no processo de estruturação das relações sociais” (FALEIROS, 2008). Ou seja, não é simplesmente repetiruma série de recomendações, ao contrário, é preciso analisar as condições, as forças presentes para empreender uma ação, tendo em mente as possíveis consequência previsíveis teórica e praticamente, em decorrência da disposição estratégica e tática dos meios e recursos para produzir efeitos. Retrospectivamente, tratando-se de América Latina, nos anos de 1960 e 1970, tentou-se abordar a questão da pesquisa em Serviço Social recusando a divisão tripla (caso, grupo e comunidade) buscando um procedimento geral e comum da intervenção que desembocou em dois esquemas gerais: um que considera as etapas de estudo, diagnóstico e tratamento, e outro que retoma os passos do planejamento, ou seja, estudo, diagnóstico, plano, programa, execução e avaliação. O primeiro modelo é clínico, ou seja, corrige problemas ou desvios diagnosticados por um profissional que aplica a medida que julgar conveniente, de acordo com seus valores, seus recursos, seu saber, seu poder. Há, então, um julgamento de alguém que está de fora da situação. O segundo caso supõe-se uma racionalidade tecnocrata formal, sem conteúdo e sujeito, confundindo-se a tarefa de coordenação de atividades e disposição de recursos e ações no tempo com metodologia, com um processo de relações sociais que é diferente de ordenamento de operações na busca de aplicar determinados recursos para determinados problemas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 32 Pensando em nível mais local, micro, ou seja, dentro do país, Rigo (2008) pondera que o Serviço Social organizou sua metodologia atuando por meio de três técnicas: 1) O Serviço Social de Caso – Utiliza-se a abordagem individual, tendo como unidade a família, com o objetivo de atuar nos fatores causais ou problemas em potencial interligados à situação saúde, no contexto sócio-econômico-cultural e emocional. Utiliza a abordagem individual como instrumento de identificação de situações sociais problemas comuns à população para planejamento posterior de atividades grupais e programas específicos; 2) O Serviço Social de Grupo – Utiliza-se da abordagem grupal nas situações sociais problemas identificados em um número significativo de clientes. Participa e organiza grupos para a participação no processo social; 3) O Serviço Social de Comunidade – Mantém o entrosamento das instituições da área, visando o conhecimento das necessidades comunitárias e estabelecendo-se atividades conjuntas para o aproveitamento total e dinâmico dos recursos existentes. Iamamoto (2008) diz que para compreender a metodologia do Serviço Social não se deve percebê-la de modo separada da sociedade, pois ela diz respeito ao modo de ler, de interpretar, de se relacionar com a realidade Social. Isso explica a atenção que o Serviço Social deu ao fazer e a formação profissional para atuar nas instituições remodeladas do regime militar. A preocupação em entender a realidade social está presente na Educação e nas diversas maneiras de adquirir conhecimento. Então, a formação profissional do Serviço Social tem como referência básica o homem como ser histórico de uma realidade. Daí a necessidade de conhecer o contexto social, a dinâmica das instituições vinculadas à sociedade civil ou à sociedade política e suas articulações, bem como os conhecimentos e as relações das distintas camadas da sociedade. Pressupõe-se que a formação acadêmica adquirida no curso de Serviço Social é um conhecimento básico que dá ênfase a ciência do homem e da sociedade e também um conhecimento profissional dos fundamentos teóricos do Serviço Social e suas relações com esses sistemas. A Assistência Social é uma profissão de caráter Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 33 interventivo, que se utiliza do instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção em situações da realidade social em que estão presentes os reflexos das questões sociais. Rigo (2008) cita dois pontos que levam a perceber a influência européia e norte-americana no Serviço Social brasileiro: 1. Um deles se refere ao curso de formação social (1932) ministrado por Mlle. Adèle Loneaux, ao trabalho do padre belga Valère Fallon, fundador do GAS e da religiosa francesa Mlle. Germaine Marsaud (que dirigiu a primeira escola do Rio de Janeiro). 2. O outro diz respeito à própria postura dos assistentes sociais pioneiros. Para Iamamoto e Carvalho (1995, p. 215), o autoritarismo, o paternalismo, o doutrinarismo e a ausência de uma base técnica, assumidos pelo Serviço Social pioneiro, eram de influência européia. A origem social das pioneiras também induziu à posição autoritária e paternalista do Serviço Social Brasileiro de 1930 a 1945 ou 1930 a 1941. O intercâmbio do Serviço Social norte-americano com o Serviço Social brasileiro teve início a partir do Congresso de Atlantic City (1941) com as bolsas de estudo para aperfeiçoamento e especialização em escolas norte-americanas (RIGO, 2008). Sobre pesquisas, temos como exemplo um estudo do tipo exploratório, realizado em 2004 por Jesus, Rosa e Prazeres em relação ao atendimento às famílias realizado por assistentes sociais no município de Florianópolis (SC), é importante saber: Sobre a finalidade dos serviços, a assistência configura-se como o eixo norteador da maioria dos serviços, seguida da educação e da pesquisa. Nessa direção, a prática dos assistentes sociais está pautada sob duas perspectivas: a prestação de serviços (concessões de benefícios e auxílios) e as ações socioeducativas (orientação, prevenção, fortalecimento do grupo familiar). A pesquisa nos serviços é interpretada de diferentes formas pelos profissionais, para alguns, a pesquisa é entendida como levantamento de dados, em que esses buscam informações sobre as necessidades e as expectativas das famílias atendidas, ou como conhecimento da realidade na qual elas se inserem. Para Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 34 outros, a prática investigativa é vista como uma necessidade para o aprofundamento dos estudos na área em que esses profissionais atuam. Os profissionais defendem o desenvolvimento e a articulação das ações nas áreas da assistência, pesquisa e educação a fim de apresentar respostas mais efetivas aos usuários Em relação ao referencial teórico adotado pelos profissionais, as linhas apresentadas evidenciaram que a prática era orientada por uma perspectiva crítica e outra funcionalista. Perceberam ainda que, apesar dessas correntes teóricas terem sido citadas, na prática, alguns profissionais não tinham clareza sobre o referencial que guia seu trabalho. As autoras verificaram também certo ecletismo por parte dos profissionais na condução de suas ações. Elas evidenciaram que muitas vezes os profissionais têm dificuldade em explicitar o referencial que guia suas ações, o que indica um desafio para o Serviço Social na medida em que o conhecimento, elemento constitutivo do trabalho profissional, é necessário para que o assistente social decifre a realidade e indique as possibilidades nela contidas. Elas entendem que o assistente social precisa estar munido de um referencial teórico-metodológico cuja direção aponte para o compromisso de transformação da atual ordem societária, da luta por direitos, pela qualidade dos serviços prestados e para o fortalecimentodas famílias. No que concerne ao instrumental técnico-operativo, observaram que o assistente social lança mão de diferentes instrumentos e técnicas que o auxiliam no trabalho com famílias e nas situações que exigem a sua intervenção. Alguns instrumentos não são específicos da profissão, como a entrevista, a reunião de grupo, o prontuário, entre outros, porém, são adaptados dentro dos objetivos do Serviço Social. Já o parecer social e o estudo social constituem o instrumental próprio do assistente social e enfatizam que este parecer deve ser elaborado com base num referencial teórico e não nos juízos de valores do profissional. No que se refere às formas de atuação no processo interventivo do assistente social, identificaram que alguns profissionais trabalham com um enfoque multidisciplinar, em que a troca limita-se às informações sobre a família, prejudicando assim a construção de saberes com as outras áreas do conhecimento envolvidas e proporcionando um atendimento fragmentado. No entanto, a postura Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 35 interdisciplinar é vista por aqueles profissionais que atuam, disciplinar ou multidisciplinarmente, como um desafio e um objetivo a ser alcançado e que precisa ser muito trabalhada entre as equipes que atendem às famílias. Quanto à metodologia adotada pelos serviços, verificaram quatro etapas no atendimento às famílias: entrada, identificação, acompanhamento e desligamento do grupo familiar. Nesse contexto, os assistentes sociais têm uma importante atuação e fazem uso de vários instrumentos os quais são empregados de acordo com o propósito de cada fase do atendimento. Entenderam a relevância de aprofundar os estudos sobre essas e outras etapas que envolvem o atendimento às famílias, assim como o referencial teórico-metodológico que guia o profissional nesse processo. Observaram ainda que, apesar das dificuldades citadas – principalmente as de ordem institucional (burocracia, falta de recursos) e das famílias envolvidas (não- adesão ao acompanhamento, falta de clareza do papel dos serviços) – os assistentes sociais visualizam o alcance de vários resultados como: a valorização pessoal e a busca de garantia de direitos pela família; a satisfação dos profissionais envolvidos; e o reconhecimento do Serviço Social pelos serviços. Em suma, as autoras constataram que os assistentes sociais possuem uma compreensão sobre a importância de se trabalhar as famílias em sua totalidade, tanto no contexto interno como no meio social no qual estão inseridas. Entretanto, foi possível verificar que, nos processos de análise e de intervenção dos profissionais, a família tem sido tomada ora como auxiliar no diagnóstico e na resolução de problemas individuais, ora como problema e objeto terapêutico (MIOTO, 2001 apud JESUS, ROSA E PRAZERES, 2004). Para finalizar, concordamos com Mioto (2001) quando infere que os serviços também desenvolvem suas ações sob a lógica da incapacidade e da falência das famílias em seus papéis sociais, atendendo às situações limites e às solicitações mais emergentes trazidas pelas mesmas, ao invés de atuar no sentido de prevenir os conflitos e as crises. Essa forma de atendimento é fruto do contexto político- econômico vigente, no qual as políticas públicas sociais são pontuais e visam, prioritariamente, à resolução do problema aparente e não das questões que o motivaram. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 36 Parece que o resultado do trabalho dessas três autoras não se relaciona com a questão da pesquisa e metodologia proposta a ser discutida neste capítulo, mas o que queríamos mostrar é que o modo como se encaminha uma situação pode ser determinante para atingir seus objetivos ou fugir completamente da meta inicial e que o modo como empregam os instrumentos que possuem podem influenciar sobremaneira nos resultados e no que se espera da pesquisa. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 37 UNIDADE 4 - A GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL: HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Para ser um especialista em Gestão de Serviço Social, não basta apenas ter graduado em Serviço Social, cursar uma pós-graduação com este título e achar que está pronto. É preciso muito mais! Primeiro porque podem participar desta especialização, profissionais graduados em muitas outras áreas além do Serviço Social como, por exemplo, Psicólogo, Administrador, Economista, Advogado, Enfermeiro ou Pedagogo. Segundo porque é preciso desenvolver, além das competências inerentes ao Assistente Social que envolvem habilidades técnicas de análise, planejamento, operacionalização, monitoramento, avaliação e controle de políticas, programas e serviços sociais, muitas outras habilidades e competências. Vamos discorrer um pouco sobre “Gestão”? Poderíamos dizer que gestão é arte e ciência ao mesmo tempo. Arte porque levar as pessoas a serem mais eficazes não é fácil e ciência porque exige um conhecimento pessoal ou prática sistemática. Existem quatro pilares básicos para quem vai assumir um cargo de gestor: saber planejar, saber organizar, saber dirigir e saber controlar. É preciso ter conhecimento da área que vai gerenciar e é muito importante saber lidar com pessoas, transmitir a elas conhecimentos de forma eficaz, além, é claro, de valorizá- las, pois este é um dos caminhos para mantê-las satisfeitas, trabalhando em consonância com os objetivos da empresa ou da organização, seja ela privada ou pública, pois, independente da organização, ela é feita de pessoas e para pessoas. Portanto, é preciso sempre ter a pessoa como foco e o seu bem mais valioso. Ser um gestor requer conhecimento de inúmeras ferramentas que levam ao sucesso do seu negócio. No terceiro setor, por exemplo, aplicar uma ferramenta chamada Balanced Scorecard (BSC) proporciona diferencial considerável, pois até alguns anos atrás, as organizações pertencentes a este setor limitavam a gerir suas operações no dia-a-dia, centradas em cumprir sua nobre missão: solidariedade e Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 38 intervenção social. Em tempos de globalização, é preciso ter estratégias definidas para que a gestão tenha sucesso e alcance seus objetivos. É preciso ter estratégias, saber comunicá-las, alinhar as operações da organização com essas estratégias e, nesse contexto, o BSC tem sido utilizado. Explicando sucintamente, o BSC nada mais é do que conhecer os pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças, respectivamente, dos ambientes internos e externos para formular as estratégias e atuar. Para tanto, o gestor precisa de uma equipe sintonizada. Poderíamos dizer que o Assistente Social sai na frente, não porque sua formação generalista seja baseada no tripé: ensino, pesquisa e extensão (esse tripé faz parte das instituições de ensino de qualidade), nem porque ele faz conexões entre teoria e prática ao longo de sua formação acadêmica, mas porque seu contato com as ciências gerais (antropologia, sociologia, filosofia) e as ciências sociais, acredita-se que seja aprofundado na formação inicial e, como vimos até o momento, as questões sociais se mesclam com a
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