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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

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4
 
 UNOPAR
___________________________________ ____________________________________________
SISTEMA DE ENSINO SEMI-PRESENCIAL CONECTADO
CURSO: SERVIÇO SOCIAL
DANIEL FERREIRA DE SOUSA
TRABALHO ADAPTADO COVID
ESTÁGIO III
___________________________________________________________________
TAUÁ-CE
2021
DANIEL FERREIRA DE SOUSA
TRABALHO ADAPTADO COVID
ESTÁGIO III
Trabalho apresentado ao Curso SERVIÇO SOCIAL da Universidade UNOPAR, para a disciplina de Estágio Obrigatório III.
Professor da disciplina: Vania Machado 
TAUÁ/CEARÁ
2021
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	INSTITUIÇÃO DE ESTÁGIO I E II	5
2.1 Relevância, Serviços e Trabalho do Assistente Social	5
2.2 Atuação do Assistente Social no CRAS	8
3. Relatório Final de Estágio	10
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA	17
INTRODUÇÃO
Diante da situação em que estava o nosso país não foi fácil realizar os estágios I e II presencialmente, mas mesmo em situações adversas os requisitos curriculares referentes ao estágio foram cumpridos e pude me aproximar cada vez mais não só do cotidiano profissional do assistente social no CRAS bezerra e Sousa, mas também da realidade social e dos objetivos da profissão como um todo.
No decorrer do estágio pude acompanhar minha supervisora de campo se utilizar do instrumento visita domiciliar para realizar várias intervenções que exigiam uma visita as moradias dos usuários ou de eventuais denúncias que ocorreram nesse período, como denúncias de violência contra idoso e alienação parental. 
Pude presenciar a elaboração de alguns relatórios sociais que remetem a uma atribuição privativa do Assistente Social, analisando a sua elaboração, apuração dos fatos da realidade social, envio ao ministério público e todo processo envolvendo o nosso trabalho profissional. Cabe ressaltar que o nosso trabalho estava delimitado as obrigações da instituição do CRAS, e a situação de calamidade pública o que impediu muito a realização de diversos outros acompanhamentos, observações, reflexões que eram necessárias serem realizadas durante o período de aprendizagem prática.
 Sabendo que a pratica exige empenho do assistente social em conhecer leis, códigos, projetos, politicas, instrumentos entre outros, ou seja exige um profissional capacitado e preparado, típico da sociedade capitalista. Por isso é importantíssimo que o estudante de serviço social tenha o contato com a pratica o mais breve possível. 
No entanto, várias situações e o cotidiano do estágio me fizeram crescer em vários aspectos, principalmente no que se refere a conhecimento sobre entrevista, visitas, material técnico sigiloso, ações privativas do serviço social etc. Mesmo diante dos grandes desafios profissionais que vivenciei dentro da instituição, pude apreender várias coisas pois foi justamente por falta de conhecimento de temas da profissão por parte dos outros profissionais de serviço social, que mais me fez refletir sobre a dimensão técnica operativa como também a dimensão teórico metodológica.
INSTITUIÇÃO DE ESTÁGIO I E II
2.1 Relevância, Serviços e Trabalho do Assistente Social
O Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Bezerra e Sousa – Unidade I fica localizado na Rua Júlio Gonçalves da Silva N° 956, no bairro Bezerra e Sousa no município de Tauá/CE, onde foi implantado em setembro de 2005 com uma área de 120m2, esta unidade pública, funciona de segunda-feira à sexta-feira, por oito horas diárias, totalizando 40 horas semanais, juntamente com uma equipe multidisciplinar de referência. 
Sabe-se que o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS é uma unidade de proteção básica integrada ao Sistema Único de Assistência social (SUAS) e que fica localizado em áreas e/ou territórios de vulnerabilidades e riscos sociais, prestando serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica às famílias. 
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social, responsável pela organização e oferta de serviços da proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e DF. Dada sua capilaridade nos territórios, se caracteriza como a principal porta de entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que possibilita o acesso de um grande número de famílias à rede de proteção social de assistência social (BRASIL, 2009, p.09).
 Nesse sentido o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Bezerra e Sousa – Unidade I, ou seja, esta unidade pública está apta a desenvolver todos os serviços socioassistenciais de proteção básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, em sua territorialização.
Territorialização – é uma dimensão política que supõe o reconhecimento da heterogeneidade dos espaços em que a população se assenta e vive bem como o respeito cultural aos seus valores, referência e hábito. Tem como perspectiva a inserção do cidadão e a manutenção da expressão do indivíduo. Também por entendimento e identificação das efetivas condições de vida do território onde ele vive com sua família. Certamente, o nível de qualidade de um território pode ser fator de proteção e/ou desproteção (SPOSATI, 2009, p. 45).
Assim, a oferta dos serviços no CRAS Bezerra e Sousa – Unidade I esta articulada de acordo com sua territorialização e das famílias que nela vivem (prioritariamente para famílias beneficiárias de transferência de renda), sendo necessário o conhecimento de suas necessidades e potencialidades, pois nessa área encontra-se várias vulnerabilidades sociais, desemprego, pobreza, evasão escolar, gravidez na adolescência, que é percebido através do reconhecimento das ocorrências e das situações de riscos e vulnerabilidades sociais, além do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania.
O CRAS possui como eixo principal o trabalho com as famílias e o desenvolvimento dos usuários, fortalecendo a convivência familiar e comunitária, atuando na redução da pobreza e das desigualdades, promovendo o acesso aos benefícios, programas de transferência de renda, assim como pela oferta de outros serviços como: Serviço de Convivência Familiar e fortalecimento de Vínculos (SCFV) e o Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF)
Este último, conforme afirma BRASIL (2009): 
O PAIF é o principal serviço de Proteção Social Básica, ao qual todos os outros serviços desse nível de proteção devem articular-se, pois confere a primazia da ação do poder público na garantia do direito à convivência familiar e assegura a matricialidade sóciofamiliar no atendimento socioassistencial, um dos eixos estruturantes do SUAS (BRASIL, 2009, p. 31).
Já no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) são serviços que juntamente com o Serviço de Proteção Social Básica, busca-se conhecer a realidade do núcleo familiar para a integração na rede socioassistencial, através da garantia de direitos, mostrando como é a realidade dos usuários, para que os mesmo alcancem a autonomia e a emancipação.
Assim, todos esses programas e serviços são executados pelo CRAS Bezerra e Sousa – Unidade I com o objetivo de fortalecer o âmbito familiar e comunitário através da Política de Assistência Social e nesse sentido o SUAS se estrutura a partir do apoio das funções de proteção, socialização, aprendizagem e crescimento das capacidades humanas, tendo como propósito fundamental que os usuários destes programas e serviços não podem serem desvinculados do seu contexto familiar e social.
O profissional de serviço social desenvolve o principal serviço de proteção Social Básica no CRAS, conhecido como PAIF, atuando diretamente com as famílias em risco de vulnerabilidade social, orientando-as quanto a garantia dos seus direitos enquanto cidadãos. Para exercer a suaprática profissional, o assistente social se utiliza de vários instrumentos e instrumentais, para que ele possa realizar a sua articulação com a rede socioassistencial e realizar a sua intervenção no cotidiano da instituição. Assim o assistente social se utiliza de visitas domiciliares, relatórios, estudos sociais, pareceres sociais, visitas institucionais, reuniões, grupos, etc. visando sempre o cumprimento do projeto ético político.
Durante o período dos estágios realizados pude perceber que os profissionais de serviço social se apropriavam e se utilizavam de instrumentos que eram privativos do serviço social, ou seja, nem um outro profissional que não seja assistente social poderia usar esses instrumentos. Além disso, pude identificar que muitas vezes os outros profissionais da instituição na qual foi realizada o estágio queriam ler, folhear, observar os matérias técnicos sigilosos do assistente social, fato que eticamente não é correto podendo levar as devidas punições para aqueles que desrespeitarem essas restrições.
 Considerando isso, pode-se perceber que uma das principais ações privativas do assistente Social na instituição é realização de relatórios sociais, cujo o mesmo procurava o máximo manter o sigilo material e profissional, tanto das informações dos usuários quanto da curiosidade dos profissionais ali presentes. Mantendo assim ética profissional e a luta para cumprir o projeto profissional.
 
, 
2.2 Atuação do Assistente Social no CRAS
O assistente social atua no âmbito das relações sociais, junto a indivíduos, grupos, famílias, comunidade e movimentos sociais, desenvolvendo ações que fortaleçam sua autonomia, participação e exercício de cidadania, com vistas à mudança nas suas condições de vida, garantindo sempre as condições mínimas de sobrevivência dos indivíduos e a sua integração familiar.
A atuação do assistente social faz-se desenvolvendo ou propondo políticas públicas que possam responder pelo acesso dos segmentos de populações aos serviços e benefícios construídos e conquistados socialmente, principalmente, aquelas da área da Seguridade Social.
O seu trabalho tem como principal objetivo responder às demandas dos usuários dos serviços prestados, garantindo o acesso aos direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 e na legislação complementar. Para isso, o assistente social se utiliza vários instrumentos de trabalho, como entrevistas, análises sociais, relatórios, levantamento de recursos, encaminhamentos, visitas domiciliares, dinâmicas de grupo, pareceres sociais, contatos institucionais, entre outros.
De acordo com o CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) o Assistente Social analisa, elabora, coordena e executa planos, programas e projetos para viabilizar os direitos da população e seu acesso às políticas sociais, como a saúde, a educação, a previdência social, a habitação, a assistência social e a cultura.
 O assistente social é responsável por fazer uma análise da realidade social e institucional, e intervir para melhorar as condições de vida do usuário. A adequada utilização desses instrumentos requer uma contínua capacitação profissional que busque aprimorar seus conhecimentos e habilidades nas suas diversas áreas de atuação.
O trabalho do assistente Social no CRAS tem por finalidade acompanhar as famílias que são referenciadas por ele, realizar as articulações com a rede socioassistencial presente no seu território de abrangência, bem como realizar os encaminhamentos necessários a esta rede, deve atuar junto a outros profissionais, compondo uma equipe multidisciplinar.
Nessa linha, tive a oportunidade de participar junto com minha supervisora de campo, no atendimento aos usuários na instituição, visitas domiciliares, elaboração de relatórios sociais, estudos sociais e pequenas reuniões. Uma das primeiras percepções que notei, é que a demanda de vulnerabilidade social no território era muito grande, o que sobrecarregava os três assistentes Sociais que faziam parte da equipe multidisciplinar. No entanto, mesmo sobrecarregados de demandas, o serviço realizado pelos profissionais cumpriu com grande parte do objetivo, mesmo algumas coisas ficando pendentes, a avaliação em síntese é satisfatória. 
Além de disputa interna pelo o reconhecimento do/a coordenador do CRAS, o que causava certos conflitos entre todos os profissionais. Ademais, existiam alguns profissionais que tentaram se apropriar de instrumentos técnicos sigilosos do assistente social em questão, o que resultou em outros conflitos declarados e até mudanças de horários e rodízios. Foi observado também durante o estágio realizado a falta de um ponto de cadastro único dentro do CRAS para facilitar a acesso aos usuários principalmente no tempo em que vivíamos, problema que foi resolvido no mesmo ano em que tal norma exigia. 
Diante disso pôde se perceber que um dos maiores desafios do assistente social nessa instituição deste território é dar conta de todas as demandas a ele direcionadas, garantir com que as políticas sociais que já existem sejam definitivamente realizadas e abrangentes. Nesse sentido o assistente social utiliza o máximo da autonomia profissional, como também lida com antigos problemas que dizem respeito rixas e disputas profissionais, que se origina pela má interpretação do trabalho do assistente social e dos seus objetivos e instrumentos de trabalho. 
Tudo isso resulta em problemas e desafios que o profissional precisa enfrentar, para além da consolidação do projeto ético político no seu cotidiano profissional, além do seu desafio maior, que é fazer com que o projeto ético político seja cumprido de forma universal em busca de uma nova sociedade baseada na igualdade de direitos e deveres.
Comparando esses desafios profissionais com a palestra de Yolanda Guerra percebemos que altas demandas de vulnerabilidade social, dizem respeito a uma crise de um capitalismo que cresce pela força dos trabalhadores que são explorados, mas contraditoriamente são necessários para a sobrevivência da própria sociedade capitalista.
 Também existem a diluição de funções dentro das instituições onde os assistentes sociais trabalham e as vezes são obrigados a exercer funções que não remetem a suas atribuições profissionais. Ou seja, existe um processo de subjetivação do trabalho, onde o verdadeiro sentindo do trabalho do profissional é destruído, tudo isso gera grandes desafios profissionais, aos quais o assistente social enfrenta no seu cotidiano de trabalho.
 Relatório Final de Estágio
Dentro do Centro de Referência de Assistência Social perspectiva, o principal serviço de proteção social básica é conhecido como serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF), segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009, p. 06), “consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva, prevenir a ruptura de seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida”.
 O trabalho social com famílias, realizado por meio do PAIF, de acordo com o Guia de Orientações Técnicas sobre o PAIF se materializa por meio das seguintes ações que podem ser realizados de forma individual e/ou coletiva: acolhida (é o contato inicial da família com o SUAS, onde a equipe realiza escuta qualificada das demandas trazidas pela família); oficinas com famílias (encontros previamente organizados, com o intuito de debater temáticas que possuem relação direta com as demandas vivenciadas pelas famílias); ações comunitárias (exprimem as temáticas abordas nas oficinas, porém englobam um número maior de participantes, pois estão voltados a todas as famílias do território); ações particularizadas (é o atendimento que a equipe do CRAS realiza a famílias e ao indivíduo); e, encaminhamentos (orientações e direcionamento da família e/ou do indivíduo a atendimentos da própria rede socioassistencial e/ou a outras políticas setoriais)
Além destes aspectos, contextualizar sobreo PAIF consiste também na necessidade de ações articuladas em rede, pois para se cumprir os objetivos do PAIF, conforme aponta o Guia de Orientações do PAIF (2012), é necessário a superação da fragmentação das políticas públicas, que deve suscitar a possibilidade de visão integrada dos problemas sociais. Em outras palavras requer os esforços comuns entre as políticas públicas através da intersetorialidade e da articulação entre os saberes através da interdisciplinaridade.
Podemos entender que a intersetorialidade é significa à inter-relação entre as diversas políticas públicas. Para melhor ilustrar, tomamos como exemplo, o Programa Bolsa Família, instituído pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, que além de possibilitar a transferência de renda para as famílias em situação de pobreza e/ou de extrema pobreza, reforça o acesso a direitos básicos através das condicionalidades, diretos estes que estão vinculados as Políticas de Saúde e de Educação.
a intersetorialidade, compõe os diferentes setores que constroem, de forma conjunta e pactuada, um projeto integrado destinado a alcançar objetivos mais amplos. Esse planejamento inclui a identificação de determinantes, envolvimento dos sujeitos implicados no processo e a formulação de intervenções estratégicas que transcendam as ações setoriais e impactem diferentes dimensões do problema em um processo técnico e político. (Burlandy 2004 apud GARAJAU, 2013, p. 4)
Ou seja, evidenciamos que a intersetorialidade transcende a articulação entre os setores, neste caso entre as diferentes políticas públicas, pois exige uma operacionalização que é realizada pelos diferentes saberes, ou seja, pela interdisciplinaridade. Sobre o termo, entende-se:
como o trabalho de diversos profissionais em uma equipe, ou seja, deve ser considerada como a constituição da prática de uma ação coletiva, a dissecação de um objeto a partir de diferentes visões, promovendo a interação entre as disciplinas constituintes da equipe. (Prause 2014, p. 29)
É essencial destacar que estas características que se correlacionam e se unem entre si são fundamentais para o alcance dos objetivos da Política Nacional de Assistência Social, sendo assim em particular aos objetivos descritos pelo PAIF, já que seu público alvo é constituído por famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, ou seja, que demandam de necessidades que ultrapassam o escopo da própria política.
 portanto, que para que se consiga alcançar os índices de eficácia, eficiência e efetividade dos serviços se faz necessário a realização do trabalho em rede, não somente da rede socioassistencial, mas de todas as políticas e saberes de maneira integral, a fim de superar a fragmentação dos atendimentos bem como de dar resposta as vulnerabilidades e riscos vivenciadas pelas famílias em seus territórios. Neste sentido, a compreensão das demandas familiares e comunitárias indica e evidencia de modo efetivo, a exigência de interlocução entre as políticas e os diferentes saberes profissionais.
Pensando na elaboração do projeto de intervenção que foi realizado no estagio II, foram realizadas as etapas que foram possíveis de execução, diante da situação de calamidade pública. No que remete a gastos com a execução do projeto, a avaliação do projeto quanto das ações realizadas se mostraram ser de bastante eficiência já que o mesmo por sua simplicidade e sua importância tiveram um gasto bem baixo do esperado para sua execução. Sendo realizados pequenos gastos com folhas e folhetos de convite.
Pensando na eficácia entendemos que o mesmo projeto teve os resultados esperados, pois tantos convidados, como os profissionais ficaram satisfeitos com a metodologia realizadas com algumas alterações. Algumas dúvidas que foram sanadas ao final serviram de ensinamento e também de reflexão diante da situação do caos diante do sistema de saúde 
Os impactos gerados com a realização do projeto e dos serviços do CRAS poderão ser vistos no atendimento ao público e no cotidiano dos profissionais. Tanto os usuários como profissionais poderão sentir a efetividade dos resultados dos programas e serviços referenciados ao CRAS.
Se voltarmos desde da gênese da profissão, o trabalho exercido pelos assistentes sociais sempre foi direcionado principalmente à população que vive em condição de vulnerabilidade social e em condição de pobreza. Excluída do processo produtivo, do acesso da produção de bens e serviços, e essa população procura no assistente social o profissional que poderá ampará-la, orientá-la para que possa usufruir do bem-estar social. 
O assistente social atua em duas mãos: mesmo entendendo que as expressões da questão social são o seu objeto de intervenção e matéria–prima do seu exercício profissional, predominam, nesse período inicial, ações dirigidas às questões que se voltam ao modo como os “clientes” vivem em seu meio social. Ao trabalhar nessa perspectiva, o profissional reforça a realização de atividades cujo rumo demarca a mudança de comportamento dos indivíduos e sua adequação para melhor inserção na ordem social.
O trabalho do assistente social não é somente individual, apesar de realizado por indivíduos profissionais, é também coletivo. A identidade e a subjetividade da profissão são constituídas pelo conjunto de profissionais que dão vida a essa profissão. Para que o assistente social consiga executar o seu exercício profissional, é imprescindível que ele analise também os meios de trabalho, os elementos que o trabalhador põe entre ele e o objeto, ou seja, a matéria-prima do trabalho, o que utiliza para guiar este trabalho. 
Nesse caminho de análise, é necessário reconhecer ainda mais, como os assistentes sociais trabalham, quais os meios de trabalho que utilizam para colocar em movimento seu exercício profissional. Um dos primeiros elementos ou meios que são identificados refere-se a uma aproximação com as bases teórico-metodológicas, uma vez que, associados à questão da instrumentalidade e do conhecimento da realidade social podem contribuir para determinar os rumos do exercício e a construção das respostas profissionais.
[...] a objetivação do trabalho do assistente social, neste campo da prestação dos serviços, é composta por uma grande diversidade e volume de tarefas que evidenciam a capacidade desse profissional para lidar com uma gama heterogênea de demandas, derivadas da natureza e do modo de organização do trabalho. (COSTA, 2000, p. 62)
Podemos entender também que existe um reconhecimento social da profissão onde existe a capacidade do profissional em modificar algumas variáveis do contexto social dos usuários, buscando alterá-lo, ainda que momentaneamente. 
Aqui, a prática profissional é o resultado da junção entre a organização de informações prescritas nas leis e outros dispositivos jurídico-formais que regulamentam as políticas sociais, identificados, equivocadamente, como “teorias”, e da sua efetivação, através da execução de atividades vinculadas a planos, programas e projetos, identificadas como prática profissional, cujos resultados paliativos somente adiam e deslocam a contradição geradora da chamada questão social, permitindo a manutenção e reprodução das suas expressões
“o assistente social é solicitado não tanto pelo caráter propriamente técnico especializado de suas ações, senão, antes e basicamente, por suas funções de cunho educativo, moralizadora e disciplinador (...) o assistente social aparece como profissional da coerção e do consenso, cuja ação recai em um campo político." (Yamamoto, 1997, p. 145)
No entanto, a estas determinações que constrói a dimensão política da profissão, na qual o Serviço Social se constitui como uma das ciências sociais, não se pode subestimar o papel do indivíduo como sujeito de suas ações. Toda intervenção profissional é uma ação teleológica que implica numa escolha racional das alternativas objetivamente dadas e a elaboração de um projeto no qual o profissional se debruça sobre os objetivos visados e busca os meios que, a seu juízo, são os mais adequados paraalcançá-los. 
Toda ação profissional encontra-se embutida de um conjunto de valores e princípios que permitem ao assistente social escolher. No cotidiano profissional, o assistente social se depara com demandas e interesses contraditórios e com um leque de possibilidades, o que lhe permite exercitar a sua autonomia, que sempre será relativa. 
Ao fazer suas escolhas, no que se refere às finalidades estabelecidas e aos meios (condições, instrumentos e técnicas) para alcançá-las, que resposta dar e em que direção, o assistente social exerce sua dimensão ético-política, a qual preocupa-se com os valores (de que valem as respostas dadas) e com a direção social das mesmas (que conjunto de forças está sendo contemplado nas respostas). Mas não o faz sem conflitos éticos que são próprios dos homens e mulheres fazem parte dessa experiência contraditória de viver na sociedade capitalista ou mundo burguês.
A dimensão formativa referenciada nas Diretrizes Básicas da Formação Profissional dos Assistentes Sociais brasileiros tem, dentre seus princípios organizativos, a articulação orgânica entre a dimensão interventiva e a dimensão investigativa. Para tanto, um conjunto de conhecimentos, competências, saberes práticos e interventivos, habilidades e valores se colocam, no sentido de serem desenvolvidos do ponto de vista prático-profissional, visando a inserção do assistente social no mercado de trabalho. Dentre estas habilidades estão: a compreensão do significado social e histórico da profissão no contexto das transformações societárias, apreendendo como na particularidade sócio-profissional incidem tais transformações; o desenvolvimento sócio-histórico da profissão tendo em vista os contextos e conjunturas nacionais e internacionais; a identificação das demandas e requisições sócio-profissionais e políticas, as distinguindo entre demandas institucionais, do usuário e da profissão, a formulação de respostas profissionais de conteúdo critico que sejam capaz de problematizar as propostas integradoras, reformista, modernizadoras e restauradoras, dentre elas o anti-capitalismo romântico; a capacidade de propor, formular, executar e avaliar programas, projetos e políticas sociais na área social, identificando seus limites e possibilidades concretas; a capacidade de contribuir para a organização e mobilização dos usuários; a realização de pesquisas que subsidiem a formulação de indicadores, de políticas sociais bem como que qualifiquem a intervenção profissional; a competência para desenvolver atividades de supervisão, assessoria e consultoria a instituições pública, privadas e juntos aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais e à garantia dos direitos civis, políticos e sociai s da coletividade; dentre outras (Cf. Diretrizes Básicas para a formação profissional e Lei de Regulamentação da Profissão, ABESS, 1997)
O modelo adotado pela a sociedade capitalista vem condicionando um exercício profissional que se restringe muito à aplicação de normas vinculadas a administrar a concessão de benefícios, rotinas, baseado em critérios seletivos, quantitativos e condicionalidades, em uma racionalidade da calculabilidade, em procedimentos formais, manipulatórios.
 Tais ações, absorvem o exercício profissional convertendo-o e o reduzindo a um conjunto de ações instrumentais, visando fins imediatos. Muitas vezes, a riqueza do exercício profissional se reduz à realização de visitas domiciliares, preenchimento de cadastro, realização de entrevistas, concessão de benefícios, dentre outras atividades, ou seja, não existe uma reflexão da realidade e dos instrumentos utilizados para realizar determinada ação.
O assistente social é um profissional que está capacitado para inovar e recriar seu arsenal de estratégias e respostas profissionais, a partir da apreensão teórica, metodológica, ética-política, a diversidade dos fenômenos sociais presentes no cotidiano da prática profissional. Além disso é capaz também de explicitar esta apreensão no agir profissional por meio de atividades realizadas, da metodologia construída e dos resultados concretos alcançados. Esta construção materializa-se na relação entre os sujeitos envolvidos no exercício profissional, além de demarcar sua posição no mundo do trabalho. 
o trabalho do assistente social pode produzir resultados concretos nas condições materiais, sociais e culturais da vida de seus usuários, em seu acesso e usufruto de políticas sociais, programas, serviços, recursos e bens, em seus comportamentos, valores, seu modo de viver e de pensar, suas formas de luta e organização, suas práticas de resistência. (YASBEK, 2002, p. 180)
podemos entender também que o assistente social age sobre três grandes dimensões: dimensão ética, dimensão interventiva e dimensão investigativa, sendo assim, quando pensamos na Dimensão ética do agir profissional do assistente social, estamos dizendo que este esclarece os pressupostos estabelecidos no Código de Ética de 1993 e no projeto ético‐político, acentuando, principalmente, a forma como os assistentes sociais se apropriam deste conhecimento. 
Tais dimensões, são complementares e favorecem a visibilidade do exercício profissional. São justamente essas dimensões que fundamentam a coerência, a consistência teórica e argumentativa, e além disso, são as formas concretas do agir profissional. Acrescenta‐se que o exercício profissional realizado sob essas dimensões amplia a discussão sobre a intervenção profissional, enfatizando a questão do compromisso e da competência, além de salientar a preocupação com o desenvolvimento teórico do Serviço Social.
A Dimensão Interventiva, se explicita não somente a construção mas a efetivação das ações desenvolvidas pelo assistente social. Entende-se por intervenção propriamente dita, o conhecimento das tendências teórico‐metodológicas, a instrumentalidade, os instrumentos técnico‐operativos e os do campo das habilidades, os componentes éticos e os componentes políticos, o conhecimento das condições objetivas de vida do usuário e o reconhecimento da realidade social. Esta explicita o fazer profissional; dela emerge a existência, a materialidade e a concreticidade da profissão.
Na Dimensão Investigativa, existe a produção do conhecimento, a elaboração de pesquisas e os aspectos analíticos que dão suporte, qualificam e garantem a concretização da ação interventiva. 
Ou seja, [...] é um suposto para a sistematização teórica e prática do exercício profissional, assim como para a definição de estratégias e o instrumental técnico que potencializam as formas de enfrentamento da desigualdade social (ABEPSS, 2007, p.67). 
A dimensão investigativa não está circunscrita aos trabalhos acadêmicos, mas é expressão da qualificação do exercício profissional do assistente social. Sendo assim o profissional estará orientado, capacitado e preparado para os desafios profissionais que já existem e porventura aos que surgirem no decorrer da sua atuação cotidiana, baseada não no senso comum mas na critica a realidade social vigente, na chamada ordem social, agindo de acordo com os princípios do código de ética da profissão de serviço social.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Caderno de Orientações: Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
CRESS – CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL. A profissão de serviço social. Disponível em: <http://www.cress-sc.org.br/servicosocial/ profissao.php>. Acesso em: out. 2015.
______. Código de Ética do assistente social e Lei n. 8.662/93. 10. ed. rev. e atual. Brasília: CFESS, 2012a. Disponível em: Acesso em: 5 maio 2015.
CFESS-Conselho Federal de Assistentes Sociais. Código de Ética. Disponível em: Acesso em: 3 maio 2012
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R de. Relações sociais e Serviço Social no Brasil. Esboço de uma interpretação histórico metodológica. São Paulo: Cortez, 1982.
KARL, MARX. O capital (críticada economia política). São Paulo: Civilização Brasileira, 1968. Livro 1, v. 1.
NETTO, J. P. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64. São Paulo: Cortez, 1991.
______. Orientações técnicas: centro de referência de assistência social. 1. ed. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009.
______. O assistente social como trabalhador assalariado. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 107, jul./set. 2011
______. Projeto profissional, espaços ocupacionais e trabalho do(a) assistente social na atualidade. In: CFESS. Atribuições privativas do/a assistente social em questão. 1. ed. ampl. Brasília: CFESS, 2012. Disponível em: Acesso em: 5 maio 2015.
______. Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009. Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Brasília, 2009.
YAZBEK, M. C. Os fundamentos do Serviço Social na contemporaneidade. In: CFESS-ABEPSS. Capacitação em Serviço Social e política social, módulo 4. Brasília: UNB/CEAD, 2000.

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