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Fichamento do capítulo 4 do Livro “Fundamentos de metodologia científica” de Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. Como introduziram as autoras Lakatos e Marconi, os métodos científicos são alguns componentes definidores da ciência, embora não sejam exclusividade da mesma, pertencendo, também, a outros saberes. Assim, as autoras mencionam nove definições para esses métodos, referenciando alguns teóricos, que tendem a compreensões diversas, mas que mantem uma essência comum. De acordo com as autoras, o interesse em descobrir e explicar a natureza vem desde os primórdios da humanidade, de modo que o conhecimento mitológico foi explorado primeiro, personificando divindades, forças e potências aos fenômenos supra-humanos. Logo em seguida, o domínio religioso também se interessou em explicar a natureza, porém, por meio de uma forma dogmática para expressar suas concepções. Já o conhecimento filosófico seguiu o conhecimento racional e essencial do real, buscando criar leis que explicassem a natureza. O senso-comum ainda orientou as indagações do homem sobre o universo. Então, somente no século XVI que surge uma forma sistemática e confiável de buscar conhecimento embasado em maiores garantias, focado no que é real. O texto aborda como classificar as pesquisas com base em seus objetivos, onde as autoras apresentam três grupos, sendo eles as pesquisas exploratórias, descritivas e explicativas. As pesquisas exploratórias proporcionam maior familiaridade com o problema, com vistas a torna- lo mais explícito ou a construir hipóteses, tomando como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. As pesquisas descritivas descrevem as características de determinada população ou fenômeno ou, ainda, as relações ou associações entre variáveis. Enquanto que as pesquisas explicativas identificam os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, explicando o porquê das coisas, permitindo o aprofundamento do conhecimento da realidade, embora o risco de cometer erros aumenta consideravelmente, sendo, portanto, o tipo mais complexo e delicado. É discutido também como classificar as pesquisas com base nos procedimentos técnicos utilizados. E para analisar os fatos do ponto de vista empírico, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa. Dito isso, as autoras explicam o significado do termo “delineamento”, que se refere ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a diagramação quanto a previsão de análise e interpretação da coleta de dados, considerando o ambiente em que são coletados os dados e as formas de controle das variáveis envolvidas. A partir desse ponto do texto, as autoras começam a explicar quais são as etapas das pesquisas e o que se deve fazer em cada uma delas, iniciando pela pesquisa bibliográfica. Começando pela pesquisa bibliográfica, que deve ser desenvolvida com base em material já existente, priorizando livros e artigos científicos, e sua maior vantagem é permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS DEPART. DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO – CAU DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DISCENTE: CECÍLIA DE AMORIM PEREIRA diretamente. Com uma contrapartida de que as fontes secundárias apresentam dados coletados ou processados de forma equivocada. A pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem um tratamento analítico ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Nesta pesquisa, as fontes são mais diversificadas e diversas. Esse tipo de pesquisa apresenta algumas vantagens, como considerar que os documentos constituem fonte rica e estável de dados. Outra vantagem é o custo significativamente baixo e não exige contato com os sujeitos da pesquisa. A pesquisa Experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Esse tipo de pesquisa apresenta o delineamento mais prestigiado nos meios científicos e não precisa ser realizada em laboratório necessariamente. Referenciando Campbell e Stanley, as autoras escrevem que nem sempre há o controle pleno da aplicação dos estímulos experimentais ou a distribuição aleatória dos elementos que compõem os grupos. Quando se fala da pesquisa Ex-Post Facto, explica-se que a tradução da expressão significa “a partir do fato passado”, significando que nesse tipo de pesquisa o estudo foi realizado depois da ocorrência de variações na variável dependente no curso natural dos acontecimentos, ou seja, o pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que constitui o fator presumível do fenômeno, pois já ocorreu. O que os pesquisadores fazem nessa modalidade é identificar as situações que se desenvolveram naturalmente e trabalhar sobre elas como se estivessem submetidas a controles. Lakatos e Marconi explicam que o estudo de Coorte é quando um grupo de pessoas com a mesma característica, constituem uma amostra para ser acompanhada por um período de tempo e ver o que acontece com esse grupo. Esses estudos apresentam diversas limitações, como a não- utilização do critério de aleatoriedade na formação dos grupos de participantes, além da exigência de uma amostra muito grande, tornando a pesquisa muito onerosa. Quanto ao levantamento, consiste em solicitar informações a um grupo de pessoas a respeito do problema estudado, para que, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. O levantamento social é um dos muitos tipos de pesquisa social que, como todos os outros, apresenta vantagens e, limitações e considerando as apresentadas pelas autoras, pode-se dizer que os levantamentos são mais adequados para estudos descritivos. De modo geral, um estudo de campo procura o aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis. O planejamento para o estudo de campo apresenta muito mais flexibilidade e nele estuda-se um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ou seja, ressaltando a interação entre seus componentes. Nesse estudo, o pesquisador é quem realiza a maior parte do trabalho pessoalmente para que tenha uma experiência direta com a situação na qual está estudando. É um estudo desenvolvido no próprio local em que ocorrem os fenômenos e os resultados costumam ser mais fidedignos. Pode ser considerado mais econômico, pois não exige equipamentos para a coleta de dados. Acredita-se também que, por ter maior participação do pesquisador, os sujeitos entrevistados forneçam respostas mais confiáveis. O estudo de caso, segundo Lakatos e Marconi, é um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Os resultados são apresentados em aberto, ou seja, na condição de hipóteses e não de conclusões. De acordo com o que diz Yin, é encarado como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real. Não são definidos procedimentos metodológicos rígidos, logo, o pesquisador precisa redobrar seus cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados para mitigar vieses que possam comprometer a qualidade de seus resultados. As autoras preferiram definir a pesquisa-ação como Thiollent fez em 1985 "...um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma açãoou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo." A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. A pesquisa participante, por sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência dominante. Ela envolve posições valorativas, derivadas sobretudo do humanismo cristão e de certas concepções marxistas, além disso, mostra-se bastante comprometida com a minimização da relação entre dirigentes e dirigidos.
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