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DIREITO FALIMENTAR

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DIREITO FALIMENTAR
I – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
1. CASOS ESPECÍFICOS
S/A
- Independentemente do objeto, as sociedades por ações são consideradas, por lei, SOCIEDADES EMPRESÁRIAS.
- Art. 982 § único, CC e art. 2° §1°, Lei 6404, 76.
* Obs: Sociedade por ações é GÊNERO
	 As ESPÉCIES são S/A e sociedade comandita por ações
 Portanto: A SOCIEDADE POR AÇÕES que tenha por objeto propriedade intelectual pode ter a falência decretada.
1.2. COOPERATIVAS
- Independentemente do objeto, as cooperativas serão SEMPRE consideradas SOCIEDADES SIMPLES e, portanto, NÃO SUJEITAS A FALÊNCIA.
- Art. 982 § único, CC e art. 4°, Lei 5.764/71.
- Ex: Unimed		x	Golden Cross
 É cooperativa		 Em tese, estaria sujeita a falência porque é sociedade
				 empresária mas, por ser sociedade operadora de pla-
				 no de saúde, não se sujeita a falência (art. 2° traz os
				 excluídos da lei).	
1.3. EMPRESÁRIO IRREGULAR OU SOCIEDADE EM COMUM
- São os que NÃO TÊM SEUS ATOS CONSTITUTIVOS REGISTRADOS 
 O art. 986 e ss do Código Civil trata das sociedades em comum (= sociedades que já estão em funcionamento mas que não efetuaram o registro)
- Não poderão requerer RECUPERAÇÃO JUDICIAL, porém PODERÃO TER A FALÊNCIA DECRETADA
* Obs: 
Empresa = é o OBJETO
 Quem são os SUJEITOS?
 Empresário (se exerce a atividade empresária individualmente)
 Sociedade (se exerce a atividade empresária em conjunto)
2) Qual é o único profissional que será considerado EMPRESÁRIO por conta do registro?
R:	O RURAL. Ele só será considerado empresário se fizer o registro. Para ele, o registro é CONSTITUTIVO e FACULTATIVO; os demais serão considerados empresários independentemente de ter sido feito o registro (será DECLARATÓRIO, mera formalidade). O art. 967, CC dispõe acerca da obrigatoriedade do registro para que o empresário seja considerado regular.
 * Portanto: Se é empresário rural e não tem registro, NÃO PODE TER A FALÊNCIA DECRETADA.
 
3) Não há sanção para o empresário irregular, este só terá dificuldades operacionais (dificuldade para obter crédito, para concorrer em licitação, etc)
4) Quem estiver irregular, seja empresário seja sociedade, não pode requerer recuperação judicial pois são requisitos exigidos para esta o registro do contrato e o mínimo de 2 anos de atividade regular.
Se não existe registro, não existe personalidade jurídica e não existe capacidade, por isso é que não pode requerer RECUPERAÇÃO JUDICIAL. Mas o fato de não ter personalidade jurídica não o impede de figurar no pólo passivo (é o que tb ocorre com o espólio, por exemplo).
5) Art. 105, IV, Lei 11.101/05: Trata da possibilidade de se requerer AUTO-FALÊNCIA. Mesmo sem ter personalidade jurídica, o irregular pode requerer auto-falência (não tem personalidade jurídica mas tem personalidade judiciária). É uma exceção. 
	 
1.4. INCAPAZ
- Os MENORES EMANCIPADOS (art. 5° § único, CC) poderão exercer atividade empresarial e estarão sujeitos aos efeitos da falência, assim como os INCAPAZES, desde que (1) devidamente assistidos ou representados e, (2) por decisão judicial, dêem CONTINUIDADE à empresa que (a) exerciam enquanto capazes ou que (b) era exercida por seus pais (art. 974, CC e §1°).
1.5. SÓCIO DE RESPONSABILIDADE ILIMITADA
- O art. 81, Lei 11.101/2005 determina que a falência da atividade acarreta para os SÓCIOS DE RESPONSABILIDADE ILIMITADA os mesmo efeitos. 
- A lei nada dispõe acerca do assunto mas o prof° entende que a RESPONSABILIDADE dos sócios é SUBSIDIÁRIA, isto é, existe um BENEFÍCIO DE ORDEM, de forma que ataca-se primeiramente os bens da sociedade. Esgotados estes, se ainda houve saldo devedor, atacam-se os bens dos sócios no limite das respectivas participações.
- Os 2 principais EFEITOS DA FALÊNCIA para os sócios de responsabilidade ilimitada são:
a) Perda da disposição dos bens: perde-se a administração dos bens pessoais
b) Impedimento ao exercício da atividade empresarial (art. 102 c/c art. 158, Lei 11.101)
 Por quanto tempo perdura tal impedimento? Depende:
- Se o falido paga todos os seus credores, pode exercer desde logo
- Se não paga e não incorreu em crime falimentar: 5 anos
- Se não paga e incorreu em crime falimentar: 10 anos
* Obs: 
1) A sociedade sempre tem responsabilidade ILIMITADA; a responsabilidade dos sócios varia conforme o tipo societário.
2) A responsabilidade dos sócios de responsabilidade ilimitada deve respeitar os seguintes LIMITES	 - Limite da MEAÇÃO
		 	 - BENS IMPENHORÁVEIS
 QUAIS SÃO OS SÓCIOS DE RESPONSABILIDADE ILIMITADA?
 Vejamos cada tipo societário:
a) SOCIEDADE EM COMUM (sociedade irregular ou de fato) 
- É a sociedade que exerce as atividade sem ter registrados seus atos constitutivos. 
- Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente (art. 990, CC).
b) SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (art. 991 caput e § único)
- Doutrina e jurisprudência entendem, de forma unânime, que o sócio ostensivo tem responsabilidade ilimitada e, como tal, sofre os efeitos da falência 
- O sócio participante tem responsabilidade limitada, responde somente perante o sócio ostensivo.
c) SOCIEDADE SIMPLES (art. 1023, CC)
- Pela doutrina unânime, os sócios da sociedade simples têm responsabilidade ILIMITADA mas, na verdade, NÃO INTERESSA SE A RESPONSABILIDADE É ILIMITADA OU NÃO PORQUE A SOCIEDADE NÃO É EMPRESÁRIA E, PORTANTO, NÃO PODE TER A FALÊNCIA DECRETADA. A sociedade simples não pode falir!!! Condição sine qua non para ter a falência decretada é ser SOCIEDADE EMPRESÁRIA (do contrário, não terá legitimidade processual).
d) SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (art. 1039, CC)
- Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente. 
e) SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (art. 1045, CC)
- Os sócios COMANDITADOS têm responsabilidade ILIMITADA; os sócios comanditários têm responsabilidade limitada.
f) SOCIEDADE LIMITADA (art. 1052, CC)
- Os SÓCIOS NÃO SOFREM OS EFEITOS DA FALÊNCIA porque TODOS têm responsabilidade LIMITADA. 
- Há alguns casos que estudaremos adiante em que o sócio pode ter responsabilidade ilimitada mas isso ocorre em casos restritos, como no da despersonalização da pessoa jurídica.
g) SOCIEDADE ANÔNIMA (art. 1088, CC)
h) SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES (art. 1091)
- Somente o ACIONISTA DIRETOR tem RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA E ILIMITADA e sofre os efeitos da falência
i) COOPERATIVA (art. 1095, CC)
- Pouco importa se o estatuto social determine que os sócios terão responsabilidade limitada ou ilimitada pois COOPERATIVA É SOCIEDADE SIMPLES E, PORTANTO, NÃO SUJEITA A FALÊNCIA.
1.6. ESPÓLIO (= reunião de bens do devedor)
- A lei de falência permite que seja REQUERIDA A FALÊNCIA DO ESPÓLIO DO DEVEDOR até 1 ano da morte do devedor (art. 96 §1°, Lei 11.101/05)
1.7. CESSAÇÃO DE ATIVIDADES
- A FALÊNCIA do devedor pode ser REQUERIDA ATÉ 2 ANOS DO ENCERRAMENTO LEGAL DA SOCIEDADE (registro do distrato na Junta Comercial), SALVO NO CASO DE S/A, que permite o pedido até a partilha do seu ativo (art. 96, VIII e §1°, Lei 11.101).
 Se não encerrou formalmente, o prazo para requere falência é prescricional de cada obrigação
1.8. LEGALMENTE IMPEDIDOS (ex.: funcionário público, militar, etc)
- O art. 973, CC determina que os legalmente impedidos responderão pelas obrigações contraídas caso exerçam atividade empresarial. Responderão limitada ou ilimitadamente? O prof° entende que dependerá da sociedade. Se, por exemplo, a sociedade era limitada, os sócios responderão limitadamente.
- Art. 972, CC
2. EXCLUÍDOS DA LEI (art. 2°)
- Trata-se de uma forma de INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO em áreas consideradas de relevantes interesse ou estratégicas para o Estado, que reserva para si a autorização de funcionamento e estabelece tratamento específico para situações de inadimplência.
- Aqui enquadram-se as INSTITUIÇÕES QUE NÃO SE SUJEITAM À FALÊNCIA. São sociedades empresárias mas que SOFREM FORMA ESPECÍFICA DE LIQUIDAÇÃO pelo Estado
- Ex: Lei 6.024/74 (Lei que trata das instituições financeiras) O próprio Banco Central autoriza a criação, fiscaliza e também intervém e liquida
- O art.2° fala em “cooperativa de crédito” mas não precisava falar pois todas as COOPERATIVAS, por serem SOCIEDADES SIMPLES, NÃO se sujeitam à falência
3. FORO DE COMPETÊNCIA (art. 3°)
- O pedido de falência deve ser interposto perante a JUSTIÇA COMUM na figura do juiz singular das VARAS EMPRESARIAIS, cuja competência será o LOCAL DO PRINCPAL ESTABELECIMENTO DO DEVEDOR.
 “Principal” não se define pela sede mencionada no contrato social mas, sim, (1) aquela em que o devedor concentrar MAIOR VOLUME DE ATIVIDADES ou em que (2) estiver SEDIADA A CHEFIA (critério de quem pede a falência; o juiz reconhecerá ou não a competência).
- Art. 75, IV, CC: O prof° diz que esse artigo tem uma falha: nem sempre a sede mencionada no contrato social é, na prática, a efetiva sede.
4. MINISTÉRIO PÚBLICO 
- O representante do MP pode intervir no processo ora como FISCAL DA LEI, ora como PARTE PROCESSUAL (casos em que ele oferece a denúncia de crimes falimentares), ora como AUXILIAR DO JUIZ (na administração dos bens).
- No MP existe um órgão que trata exclusivamente da falência (curadoria de massas falidas). 
- O MP não é obrigado a intervir no processo (o art. 4° da Lei 11.101 foi vetado) mas, na prática, ele é sempre chamado pelo juiz
II - CONCEITOS BÁSICOS
1. RECUPERAÇÃO JUDICIAL
- É a AÇÃO JUDICIAL PROPOSTA PELO DEVEDOR em crise econômico-financeira mediante o CUMPRIMENTO DE REQUISITOS determinados em lei, bem como a APRESENTAÇÃO DE DIVERSOS DOCUMENTOS, com o objetivo de que se PROCESSE JUDICIALMENTE A RECUPERAÇÃO DO DEVEDOR (arts. 48 e 51, Lei de Falências).
- Atendidos os pressupostos legais, principalmente quanto ao exercício regular de atividade empresárias há + de 2 anos e apresentados os documentos exigidos em lei, deverá o juiz deferir o processamento do plano de recuperação judicial. O devedor, então, deverá apresentar um PLANO, o qual será avaliado pelos credores:
 Caso estes concordem com o plano apresentado, ele será homologado e deverá ser cumprido pelo devedor; 
 Em caso de rejeição ao plano, a falência do devedor será decretada.
Após o DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO DO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL, terá o devedor-requerente o prazo improrrogável de 60 dias para apresentar seu PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL, que em síntese, deverá discriminar de forma pormenorizada os MEIOS pelos quais a pretendida recuperação se dará. Deverá ser apresentada ainda pelo devedor no mesmo plano a demonstração de viabilidade econômico-financeira da empresa, além de outros documentos igualmente indispensáveis.
Após a apresentação do plano de recuperação judicial, este será SUBMETIDO, EM ASSEMBLÉIA, ao comitê dos credores do devedor para aprovação, modificação ou rejeição. Havendo a rejeição do plano de recuperação por parte do comitê de credores a falência do devedor será declarada.
Estando em termos a documentação ofertada pelo empresário, ou, pela sociedade empresária, 
Com o DEFERIMENTO do PEDIDO DE PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
- O juiz NOMEARÁ O ADMINISTRADOR JUDICIAL de reconhecida idoneidade, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada nos termos do que determina o artigo 21 da Lei Federal mencionada.
- Todas as AÇÕES OU EXECUÇÕES contra o devedor em trâmite que tenham como objeto quantia LÍQUIDA serão SUSPENSAS até que cumprido ou não o plano de recuperação judicial.
O “plano de recuperação judicial” a ser ofertado pelo devedor não poderá prever prazo superior a um ano para pagamento de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial.
- Vantagem da recuperação judicial: Aparato judiciário (juiz, MP, administrador judicial) para auxiliar o devedor
- Processamento: Âmbito judicial
- Petição inicial: Normal, nos termos do art. 282, CPC
- Legitimidade ativa: Empresário individual 			 É o que o juiz
 Sociedades empresárias		 analisa
- Art. 48: Requisitos a serem cumpridos pelo devedor (*) 
- Art. 51: Documentos a serem juntados com a inicial 
						 Se estiver tudo certo, o juiz despacha:
 “Defiro o processamento do plano 
 de recuperação judicial”
									
Apresentado o plano, todos os 		 	 Deferido, há um prazo para o devedor 
credores são chamados para se	 	 apresentar o plano de recuperação 
manifestar sobre ele				 judicial em juízo. 
									
Credores discutem entre si o 		 A lei fala em prazo improrrogável 
plano apresentado				 de 60 dias.	
Se os credores concordam com o 		Se os credores rejeitarem o plano, decreta-
plano, este é homologado			se a falência do devedor
		
Se o devedor não cumpre o plano,
é decretada a falência
(*) O mais importante requisito é o exercício regular de atividade empresária há + de 2 anos, lembrando que o empresário irregular e a sociedade em comum não podem, por esse motivo, requerer recuperação judicial.
2. RECUPERAÇÃO EXTRA-JUDICIAL
- Consiste na CONVOCAÇÃO DOS CREDORES pelo devedor para APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA, a qual vai OPERAR FORA DO ÂMBITO DO JUDICIÁRIO. Uma vez aceita pelos credores, ela deverá ser HOMOLOGADA PELO JUDICIÁRIO e esta decisão constituirá TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. 
- Ex.: Devedor pede prazo, abatimento, etc na negociação com credores Todos os credores concordam e assinam Esse documento é levado a juízo para homologação Se o devedor descumpre, o credor terá um documento que constituirá um título executivo judicial. Daí ele OPTA se ele (1) quer executar ou (2) pedir a falência do devedor.
3. FALÊNCIA
- O procedimento de falência será instaurado em face do DEVEDOR INVIÁVEL FINANCEIRAMENTE ou que PRATIQUE ATOS TIPIFICADOS EM LEI COMO PASSÍVEIS DE DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA (art. 94). 
- Em caso do pedido de falência com base na FALTA DE PAGAMENTO, o credor deverá apresentar TÍTULO EXECUTIVO VENCIDO E DEVIDAMENTE PROTESTADO, cujo valor seja superior a 40 salários mínimos (pode ser só um título ou vários títulos que totalizem esse valor).
 A lei estipulou esse piso porque receber por falência é + fácil do que receber por qq outro tipo de ação (provoca maior poder de coerção). Assim, em respeito ao Princípio da Preservação da Empresa, visou-se evitar um grande número de ações de pequeno valor. Professor ainda acha que esse valor é baixo, dependendo do porte da empresa.
 “Ato tipificado em lei como ato de falência” – Ex.: Fechar as portas do estabelecimento e desaparecer
4. DISPOSIÇÕES COMUNS
 Art. 5°: Traz as obrigações que não podem ser cobradas do devedor
 Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
        I – as obrigações a título gratuito Ex.: Doação, comodato
        II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor Assim, os credores podem pedir ressarcimento das custas judiciais
 Art. 6°: A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial SUSPENDE O CURSO DA PRESCRIÇÃO e DE TODAS AS AÇÕES E EXECUÇÕES EM FACE DO DEVEDOR, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
- PRESCRIÇÃO DAS OBRIGAÇÕES do:
- FALIDO: Suspende-se com a decretação da quebra; 
- DEVEDOR EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Quando do deferimento do processamento desta. 
			 	
Elas voltam a fluir com o trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência ou da recuperação judicial.
- SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES INDIVIDUAIS NA FALÊNCIA: Cuida-se de conseqüência da edição da sentença declaratória da falência. Fundamento: Irracionalidade da concomitância de 2 medidas judiciais satisfativas (a individual e a concursal) voltadas ao mesmo objetivo
- SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES NA RJ: O fundamento da suspensão é permitir que o devedor tenha o fôlego necessário para atingir o objetivo pretendido da reorganização da empresa. Por isso, a lei fixa um prazo para a suspensão das execuções individuais operada pelo despacho de processamento da RJ:180 dias.
§ 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida 
 AÇÕES CONTRA O DEVEDOR: As ações de conhecimento contra o devedor falido ou em RJ não se suspendem pela sobrevinda da falência ou do processo visando o benefício porque NÃO SÃO EXECUÇÕES (são ações de conhecimento).
 É exceção ao caput. Portanto, a dívida deve ser LIQUIDA. A liquidez se aufere no contrato, título ou pela contabilidade.
 	 QUANTIA ILÍQUIDA: Juros e correção (se não previstos no contrato), danos morais, lucros cessantes (é ilíquido porque depende de perícia).
     § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença É outra EXCEÇÃO
 Exemplo: Supondo que tenha início um processo de falência / recuperação judicial na Vara Empresarial Decretada a falência ou deferido o processamento da recuperação judicial, todas as ações em face da empresa devedora que estiverem correndo nas Varas Cíveis e Trabalhistas e que contiverem QUANTIA LÍQUIDA serão suspensas e todos os credores dessas ações se habilitarão no processo que corre na Vara Empresarial. As ações que contiverem QUANTIA ILÍQUIDA continuarão normalmente, até que se determine a liquidez. Quando isso ocorrer, passarão para o processo que corre na Vara Empresarial.
	E se no momento em que for determinada a liquidez dessas ações, tenha fim o processo de falência / recuperação judicial? Ficariam os autores dessas ações sem nada a receber?
	Não. O §3° do art. 6° fala em “RESERVA DE VALORES” POR ESTIMATIVA. Assim, os autores das ações que contenham quantia ilíquida, podem pedir para o juiz OFICIAR A RESERVA DOS VALORES DE SEUS CRÉDITOS, e esse valor não poderá ser tocado. Caso as ações cíveis / trabalhistas desses autores não prosperem, bastará liberar esse valor reservado (vai para os credores que ainda não receberam ou devolve para o devedor).
 § 3° O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1° e 2° deste artigo poderá determinar a RESERVA DA IMPORTÂNCIA QUE ESTIMAR DEVIDA na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria.
 § 4° Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
 Trata-se de uma FACULDADE dos credores retomarem os respectivos processos nas Varas Cíveis e Trabalhistas quando no término dos 180 dias 
 Atenção! Só vale para a RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
 No caso do processo da Varig, vários advogados requereram o prosseguimento do pleito nas Varas Cíveis e Trabalhistas quando venceu o prazo de 180 dias mas todos os juízes determinaram: “Habilite-se na Recuperação Judicial”. Foi contra o que está na lei mas o que se quis foi prestigiar o PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE / PRESERVAÇÃO / FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA. Se a Varig não tivesse dinheiro, poderia não ter condições de cumprir o plano de recuperação judicial.
 Este § está em discussão pois a retomada das ações que correm nas Varas Cíveis / Trabalhistas pode vir a prejudicar o andamento do processo da Recuperação Judicial
 § 7° As EXECUÇÕES DE NATUREZA FISCAL NÃO SÃO SUSPENSAS pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica.
 É outra EXCEÇÃO ao caput e refere-se apenas à RECUPERAÇÃO JUDICIAL. Na falência suspende e recebe no momento certo.
 § 8° A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.
 Por exemplo, se há 4 ações de falência correndo, correm todas no mesmo juízo.	
III - ÓRGÃOS COMPETENTES
1. ADMINISTRADOR JUDICIAL
- Juridicamente, é aquele que tem, a seu cargo, a ADMINISTRAÇÃO e a REPRESENTAÇÃO DOS INTERESSES DA MASSA FALIDA. Age em seu próprio nome no cumprimento dos deveres que a lei lhe impõe para atingir as finalidades de um processo de recuperação judicial ou falência. PODERÁ SER PESSOA NATURAL OU JURÍDICA, cujo nome deverá constar na decisão que deferir o processamento da recuperação judicial ou na decretação da falência e, logo que nomeado, deverá assinar termo de compromisso mas poderá, por motivo de foro íntimo, declinar da escolha.
- A função de administrador judicial é INDELEGÁVEL, porém, este poderá contratar profissionais para auxiliá-lo (art. 22, I, h) mediante prévia aprovação do juiz no que diz respeito à remuneração.
- O administrador também terá direito à REMUNERAÇÃO por percentual sobre o valor do ativo (falência) ou do passivo (recuperação judicial) (art. 24 §1°).
- As principais atribuições são definidas pelo art. 22. 
- O administrador poderá ser substituído ou destituído nos casos previstos em lei.
- A nomeação do administrador se processa de forma semelhante à do perito. QQ um que se achar apto para o cargo vai ao Cartório, se apresenta e fornece seus dados. De posse da lista de administradores, o juiz escolhe um. O profissional não é obrigado a aceitar o cargo de administrador mas, se aceitar, tem que fazer tudo conforme determina a lei.
- Artigos que dispõem acerca das decisões do juiz que NOMEIAM o administrador judicial:
a) Art. 52, I: Decisão que defere o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato, nomeia o administrador
b) Art. 99, IX: Decisão que decreta a falência e nomeia o administrador
- Arts. 21 ao 25: Sobre administrador judicial
- Arts. 26 a 29: Sobre Comitê de Credores
- Arts. 30 a 34: Disposições comuns sobre administrador judicial e Comitê de Credores
 Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
 Pode ser contratado profissional de outra área. A citação foi meramente exemplificativa (não exaustiva), por isso foi usada a expressão “preferencialmente”.
 Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
 Esse profissional responsabilizar-se-á pelas obrigações civis e penais
 Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe:
        I – na recuperação judicial e na falência:
       h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;
 Por ex: Contratar um contador, contratar um depósito para onde serão levadas as mercadorias do falido.
        II – na recuperação judicial:
fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;
 Na recuperação judicial, os administradores da sociedade continuam com a atividade da empresa, o administrador só fiscaliza se o plano de recuperação judicial está sendo cumprido
 Já na falência, as atividades empresariam são encerradas e o administrador vende tudo para pagar os credores
        III – na falência:
        e) apresentar, no prazo de 40 dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;
 É o relatórioinicial. O administrador analisa toda a situação da sociedade e verifica se há indícios de cometimento de crime falimentar. Se achar que sim, o MP analisa e, se for o caso, oferece a denúncia.
        i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;
 “Realização do ativo”: Significa transformar em dinheiro
Patrimônio, dinheiro em conta, 	 Dinheiro
 contas a receber, etc
 § 1o As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
 Quem fixa o valor da remuneração daqueles que são contratados pelo administrador é o JUIZ. Se acharem o valor muito baixo, podem manifestar isso para o juiz ou, se quiserem, podem declinar do cargo.
 Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 dias, sob pena de desobediência.
 Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor.
É o caso de destituição do administrador judicial. 
Substituição: por exemplo, morte, interdição do administrador, etc.
 Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
  § 1° Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.
 “valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial”: Valor do Passivo (recuperação judicial)
 “valor de venda dos bens na falência”: Valor do Ativo (falência)
 Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo.
 Quem paga o administrador		 Na recuperação: é o devedor
						 Na falência: é a massa falida
* Obs.: 
1) Massa falida = Reunião de bens do devedor
2) Quem tem a iniciativa de propor o plano de recuperação judicial é o DEVEDOR
3) A decretação de falência, no caso de não cumprimento do plano de recuperação judicial e no caso de não aceitação do plano pelos credores, não é feita imediatamente. No primeiro caso, antes de decretar o plano, o juiz manda o devedor se manifestar e explicar o motivo do não cumprimento do mesmo. No segundo caso, há espaço para negociação com os credores para modificar o plano, de forma a atender os interesses das duas partes.
     
2. COMITÊ DE CREDORES
- Órgão formado por credores e que tem a representatividade dos interesses destes
- É constituído pela Assembléia-Geral de Credores e seus membros detêm competência para examinar as contas do administrador judicial e de fiscalizar se todas as etapas processuais estão sendo corretamente cumpridas.
- Função precípua: Fiscalizar o administrador judicial e o devedor, no interesse dos credores (de forma análoga, a função do MP é fiscalizar no interesse de todos)
- Só existirá se acontecer assembléia geral dos credores. 
- Não é obrigatório, e será encontrado apenas em falências de grande porte. 
- É formado por um representante de cada tipo de crédito, ou seja, um representante dos créditos trabalhistas, um dos credores com garantias reais e um último representante dos credores quirografários, sendo que para cada representante indicado deverá ser nomeado mais dois suplentes, para facilitar uma eventual substituição.
 Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembléia-geral e terá a seguinte composição:
        I – 1 representante indicado pela classe de CREDORES TRABALHISTAS, com 2 suplentes;
        II – 1 representante indicado pela classe de CREDORES COM DIREITOS REAIS DE GARANTIA OU PRIVILÉGIOS ESPECIAIS, com 2 suplentes;
        III – 1 representante indicado pela classe de CREDORES QUIROGRAFÁRIOS E COM PRIVILÉGIOS GERAIS, com 2 suplentes.
 Somente essas classes de credores é que colocam representantes no Comitê. Isso não quer dizer, no entanto, que qq credor não possa entrar no processo e apresentar, por exemplo, uma petição para se manifestar.
 Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições.
 A constituição do Comitê é FACULTATIVA
 A Assembléia-Geral só é constituída para determinados atos, após os quais se dissolve, por isso não pode substituir o Comitê
 Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa.
Os membros do Comitê não são remunerados pelo devedor / massa falida porque já receberão como credores
Isso significa que se não receberem como credores, não receberão nada
 Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
 São os impedimentos para o exercício do cargo de administrador judicial e membro do Comitê
 § 1° Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
 Caso concreto: Profissional que se ofereceu como administrador judicial era ex-marido da sócia da empresa que estava em processo de recuperação judicial. Ele relatou que já fora sócio dessa empresa e achava-se em condições de recuperar a sociedade. A princípio não poderia, em razão do disposto em lei (é amigo da devedora), mas os credores autorizaram. 
 Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
 Atentar para DOLO ou CULPA 
 “dissidente”: Aquele que não concorda com a decisão da maioria
3. ASSEMBLÉIA GERAL DOS CREDORES (art. 35 e ss.)
- A DEMOCRATIZAÇÃO DO CRÉDITO decorre da ampla, geral e irrestrita participação de todos os credores, os quais devem assumir uma posição social na condução dos negócios coletivos, sem visar de forma egoísta o seu restrito interesse.
- Trata-se de uma MANIFESTAÇÃO PÚBLICA acerca do plano de RJ apresentado pelo devedor, realizada por quem tem interesse direto na reconstrução da atividade empresarial, pois caso o plano fracasse, o credor também sofrerá as conseqüências. No processo de falência, a Assembléia-Geral deverá ser constituída para propor realização de ativo, de maneira diferente da definida em lei.
- Será formada pela seguinte classe de credores (art. 41):
titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou recorrentes de acidente de trabalho (créditos trabalhistas)
titulares de créditos com garantia real (penhor, arrendamento, compra e venda, geralmente são bancos os titulares de tais créditos)
titulares de créditos quirografários (os créditos comuns, cheques, notas promissórias, etc.)
- Convocação: Pelo juiz (art. 36 caput) ou pelos credores que representem 25% do valor total dos créditos de uma determinada classe (art. 36 §2°)
 Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:I – na recuperação judicial:
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52 desta Lei;
 Uma vez aprovado o plano de RJ, o devedor não poderá descumpri-lo, salvo por autorização da Assembléia-Geral
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
II – na falência:
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
 O art. 145 traz as formas possíveis de transformação do ativo em dinheiro
 Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2o do art. 45 desta Lei.
 Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativo nos termos do art. 145 desta Lei.
- Regra geral: A deliberação será aprovada desde que obtenha a metade, mais um, dos votos dos CRÉDITOS presentes (ou seja, por maioria simples).
- Exceções:
1) Art. 45: 
2) Art. 44: Composição do Comitê de Credores
3) Art. 46: Forma alternativa de realização de ativo A lei determina formas determinadas de realização do ativo; se houver outra forma, deverá ser levada para deliberação na Assembléia-Geral.
IV - RECUPERAÇÃO JUDICIAL
1. DISPOSIÇÕES GERAIS (art. 47)
- Em meados dos anos 60, surgiu na doutrina e na jurisprudência, o PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA, em que todos os esforços passaram a ser realizados com vistas à sua preservação como fonte geradora de empregos e tributos, avanço tecnológico e definição de concorrências mercadológicas. A nova lei de falências inseriu definitivamente tal princípio em nosso ordenamento jurídico e deverá ser utilizado com função norteadora na aplicação dos dispositivos legais.
 C/C Princípio Constitucional da Livre Iniciativa
- Função Social da empresa:
- Gera empregos Movimenta a economia
- Gera tributos Estado recebe e devolve em bens e serviços
- Beneficiários indiretos
- Avanço tecnológico
- Concorrência no mercado
 Art. 48. “Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente...”
 Devedor: Art. 1° = Empresário ou sociedade empresária
 “exerça regularmente suas atividades”: devidamente registrado na JC há + de 2 anos
 Produtor rural que exerce suas atividades há + de 2 anos mas só se registrou há 1 ano: Poderia pedir para o juiz levar em consideração o princípio da função social da empresa
 Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
- Quem pede recuperação judicial é sempre o DEVEDOR (nunca o credor). Na falta do devedor, podem requerer as pessoas citadas neste dispositivo
- Na falência, quem pede são os credores mas o devedor também pode pedir
 Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.
 Alberga a GRANDE DIFERENÇA ENTRE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL E A CONCORDATA. A concordata era o instituto de recuperação judicial da lei anterior mas que, na verdade, não auxiliava a recuperação, porque englobava apenas uma classe de credores (os créditos trabalhistas, bancários e fiscais ficavam de fora).
 Créditos: - líquidos = art. 49
	 - ilíquidos = art. 6° §§1° e 2°	
2. DO PEDIDO E DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
- Na recuperação judicial, a petição inicial deve ser elaborada nos moldes do art. 282, CPC. O devedor deverá expor as causas concretas de sua situação patrimonial e as razões da crise econômico-financeira, o que envolverá conceitos mais econômicos do que jurídicos. 
- O juiz, ao receber a petição, deverá verificar o CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS pelo devedor, bem como a APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA e, caso a petição esteja bem instruída, o juiz deverá deferir o processamento do plano de RJ (art. 52).
 Art. 51: Determina os documentos que deverão ser juntados à petição inicial
 Art. 52: Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato:
 Requer uma leitura mais ampla porque não basta a apresentação dos documentos do art. 51, devem ser observados também os requisitos do art. 48 (critérios objetivos) 
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei;
 AJ: função meramente fiscalizatória
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei;
 Por que a dispensa? Porque os tributos são a 1ª coisa que o devedor deixa de pagar, então não precisa apresentar a princípio.
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6° desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1°, 2° e 7° do art. 6° desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3° e 4° do art. 49 desta Lei;
 Art. 6°: Quantias ilíquidas (§1°), créditos trabalhistas ilíquidos (§2°) e créditos fiscais (§7°)
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores;
V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento.
 O MP tem que participar
- O juiz verifica:
1) Se o devedor é empresário ou sociedade empresária (art. 1°)
2) Se o foro é competente (art. 3°)
3) Se o devedor cumpre os requisitos do art. 48
4) Se o devedor juntou toda a documentação do art. 51
Presentes os 4 elementos, o juiz defere o plano de RJ (o plano ainda não está pronto)
3. MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL (art. 50)
- São os meios pelos quais o devedor irá se recuperar
- Trata-se de uma LISTA EXEMPLIFICATIVA
- Ver sempre a legislação pertinente. Ex.: O inciso II trata de “cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade...” Como se faz isso? Está na lei da S.A.
- Os meios mais usados são:
1) Inciso II: “cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações”
2) Mistura dos incisos X, XIV e XVI:
X – constituição de sociedade de credores;
         XIV – administração compartilhada
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
 Art. 53: “O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência...”
 Pedido (arts. 1°, 3°, 48, 51) ≠ Plano (art. 50)
- Trata-se de PEDIDO PARA DEFERIMENTO PARA PROCESSAMENTO DO PLANO de RJ Feito o pedido, o devedor tem o PRAZO DE 60 DIAS PARA APRESENTAR O PLANO 
- O prof° sugere que o devedor estude o plano a ser apresentado, tentando adequar à sua realidade, sempre respeitando o prazo. 
4. DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
 Art. 55: Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 dias contado da publicação da relação de credores de que trata o § 2° do art. 7° desta Lei.
 Uma das funções do administrador judicial é fechar o quadro-geral de credores. Quando ele fecha e publica, qq credor poderá se manifestar ao juiz a sua objeção (obviamente, objeção muito bem fundamentada).Então, até a publicação do plano, nenhum credor se manifesta. 
 Art. 56: Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação.
 Assembléia: art. 35, I, a
 § 2° - A assembléia-geral que aprovar o plano de recuperação judicial poderá indicar os membros do Comitê de Credores, na forma do art. 26 desta Lei, se já não estiver constituído.
 “PODERÁ”: Facultativo
 § 3° - O plano de recuperação judicial poderá sofrer alterações na assembléia-geral, desde que haja expressa concordância do devedor e em termos que não impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos credores ausentes.
 O devedor deve JUSTIFICAR a discordância
 E se o devedor não aceitar?
 Em tese, o juiz decreta a falência mas é possível uma negociação e a apresentação de um novo plano pelo devedor.
 O prof entende que seria o caso de chamar o MP e ouvir a opinião das 2 partes, tentando conciliar seus interesses. Se nenhuma das partes abre a mão, caberia ao juiz dar razão a uma delas, levando em consideração as respectivas justificativas de recusa.
 Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembléia-geral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta Lei sem objeção de credores, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 - CTN.
- C/C art. 52, II  
- É possível a apresentação de CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS NEGATIVOS nos termos do art. 206, CTN. 
- Certidão negativa é o documento emitido pela Receita (municipal, estadual, federal) que dispõe que a pessoa não é devedora de tributos
- Uma das hipóteses de SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO é o PEDIDO DE PARCELAMENTO. Nesse caso, será emitida certidão POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA (certidão positiva com observação de que o crédito está suspenso).
- A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em uma ação de conhecimento e a LIMINAR OBTIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA também suspendem a exigibilidade.
- Art. 205, CTN: Trata da certidão negativa
- Art. 206: Trata da certidão positiva com efeitos negativos
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
 Art. 59 § 1º - A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL [nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil – REVOGADO!!!] 
 Agora é art. 475 N, CPC 
 § 2o Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público.
- Por que AGRAVO e não APELAÇÃO?
 Porque essa decisão tem natureza de decisão interlocutória porque o processo continua. Se a decisão fosse para encerrar o plano e decretar falência, seria o caso de APELAÇÃO.
 Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.
 - Realização de ativo = transformação em dinheiro
 Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, observado o disposto no § 1° do art. 141 desta Lei.
- Junto ao disposto no § único do art. 60 foi editada a Lei Complementar n° 118/2005, que acabou com a figura do SUCESSOR TRIBUTÁRIO nos casos de ARREMATAÇÃO DE BENS em recuperação judicial.
- Antigamente, quem arrematava, levava as dívidas (o que abaixava o preço real do imóvel) mas, agora, quem compra, paga o valor real do imóvel sem as dívidas. 
 RELEMBRANDO:
FASES DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
1ª FASE
- O juiz verifica se foram cumpridos os requisitos dos arts. 1°, 3°, 48 e 51.
- Esta fase começa com o pedido e vai até o despacho que defere o processamento do plano
- O devedor tem 60 dias para apresentar o plano
2ª FASE 
- Nesta fase temos a objeção dos credores ao plano, a Assembléia-Geral de credores e a apresentação da certidão positiva (ou negativa com efeitos de positiva)
- Esta fase termina na sentença homologatória do plano (= decisão interlocutória)
3ª FASE
- É a fase na qual se dá o cumprimento do plano pelo devedor
- Termina com a sentença de encerramento
 |--------- 1ª FASE ---------|---------------- 2ª FASE --------------------|-------- 3ª FASE ---------|
					 Assembléia		 Cumprimento 
		60 dias		 Objeção Geral Certidão do plano
 |_______|_____________|_______|_________|_________|______|____________________|
Pedido Despacho	 				 			 
		 Apresentação do			 Sentença Sentença 
			Plano				 homologatória de encerramento	
* Obs.: Contra decisão que decreta falência, cabe AGRAVO
 Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 anos depois da concessão da recuperação judicial.
 § 1° Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei.
 Portanto:
		 - Não apresentou o plano	 	 A princípio, decreta-se a
Se o devedor 	 - Teve o plano rejeitado na Assembléia FALÊNCIA mas, lógico,
		 - Descumpriu o plano			 cabe discussão em razão
								 do Princípio da Preservação
								 da empresa (art. 47).
 Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei.
- Este artigo traz a possibilidade de o plano ser cumprido em prazo maior de 2 anos 
- Portanto: A decretação de falência em razão de descumprimento do plano só vale para as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 anos depois da concessão da recuperação judicial (art. 61) Passou dos 2 anos: aplica-se o art. 62.
 Art. 64. “Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial...”
 Refere-se a ADMINISTRADOR DA SOCIEDADE (não confundir com administrador judicial)
 O juiz verifica se restou configurada uma das hipóteses citadas no art. 64:
- Se não: Mantém o administrador da sociedade
- Se sim: Destitui o administrador da sociedade e substitui (§ único do art. 64) na forma do disposto no contrato social ou no plano de recuperação judicial. Se não existir previsão nem no contrato e nem no plano ou, se existir, porém a aplicação seja inviável no caso concreto, aplica-se o art. 65.
 Art. 65. Quando do afastamento do devedor, nas hipóteses previstas no art. 64 desta Lei, o juiz convocará a assembléia-geral de credores para deliberar sobre o nome do gestor judicial que assumirá a administração das atividades do devedor, aplicando-se-lhe, no que couber, todas as normas sobre deveres, impedimentos e remuneração do administrador judicial.
 GESTOR JUDICIAL: C/C art. 35, I, e. Tem a incumbência de administrador da sociedade, sob a fiscalização da Assembléia, do administrador judicial, do MP e do juiz.
5. PLANO ESPECIAL (Plano de Recuperação Judicial para ME e EPP)
- O art. 170, IX, CF determina tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte e, por tal razão, a Lei de Falências acompanha tal mandamento ao possibilitar a OPÇÃO DE ESCOLHA a essas entidades de um PLANO ESPECIAL de recuperação judicial. A Lei Complementar n° 123/2006,em seu art. 3°, determina os conceitos de ME e EPP.
 Obs.: Sociedade simples também pode ser considerada ME, porém, nunca poderá pedir plano especial por força do art. 1°, Lei 11.101/05.
 Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1° desta Lei e que se incluam nos conceitos de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da legislação vigente, sujeitam-se às normas deste Capítulo.
 Existe entendimento no sentido de que seja obrigatório que as ME e EPP se submetam ao plano especial de recuperação judicial. 
 O prof° entende que é FACULTATIVO. Isso porque o §1° do art. 70 usa a expressão “PODERÃO APRESENTAR PLANO ESPECIAL” através de manifestação na petição inicial de que desejam o deferimento do processamento do plano especial de recuperação judicial.
 Tal entendimento é corroborado pelo art. 72, que estatui: “Caso o devedor... OPTE pelo plano especial...”. 
 Art. 71. “O plano especial de recuperação judicial será apresentado no prazo previsto no art. 53 desta Lei e limitar-se á às seguintes condições...”
 “Prazo do art. 53” = 60 dias
 I – abrangerá exclusivamente os créditos quirografários, excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais e os previstos nos §§ 3° e 4° do art. 49 desta Lei
 Créditos quirografários = Geralmente, são os créditos de fornecedores
 Como já visto, a 1ª coisa que as grandes empresas em crise econômico-financeira deixam de pagar são os tributos. No caso das ME e EPP são os créditos quirografários, já que a tributação delas é diferenciada.
 O prof° sugere:
- Se a ME ou EPP está devendo apenas fornecedores, é melhor pedir plano especial de recuperação judicial
- Se a ME ou EPP está devendo tudo (fornecedores, empregados, tributos, bancos), o recomendável é pedir o plano comum, e não o especial pois este só engloba os créditos quirografários e renegociar apenas com os fornecedores não solucionará a crise do devedor. 
 Parágrafo único. O pedido de recuperação judicial com base em plano especial não acarreta a suspensão do curso da prescrição nem das ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano.
 Créditos não abrangidos pelo plano: Não suspende
 Créditos abrangidos pelo plano: Suspende
 Art. 72. Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei opte pelo pedido de recuperação judicial com base no plano especial disciplinado nesta Seção, não será convocada assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano, e o juiz concederá a recuperação judicial se atendidas as demais exigências desta Lei.
 Não existe Assembléia-Geral, o que existe é FAVOR JUDICIAL (ou seja, os credores não são ouvidos). Assim, o juiz verifica se todos os requisitos estão presentes e, se estiverem, defere INDEPENDENTEMENTE da manifestação dos credores. Depois que o juiz defere, claro, se for o caso, o credor pode se manifestar para, por exemplo, manifestar-se no sentido de que o crédito referido no plano está errado.
6. DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA
 Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial:
        I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei 
        II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei (60 dias)
        III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4° do art. 56 desta Lei (Assembléia-Geral)
        IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1° do art. 61 desta Lei.
 O art. 73 faz uma remissão a todos os artigos que tratam da convolação da recuperação judicial em falência
 A decretação em falência nunca pôde ser feita de ofício (apenas com o requerimento dos credores). Contudo, este artigo dá margem para o juiz decretar de ofício (no máximo, ouvindo o MP e o administrador).
V - RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
- O devedor chama seus credores para negociar suas dívidas.
 Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
- Para pedir recuperação extra-judicial, o devedor tem que cumprir os requisitos do art. 1°, 48 e 161 §3°.
 § 1° Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3°, e 86, inciso II do caput, desta Lei.
 Créditos que não são incluídos na REJ
 § 4° O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.
 Na REJ não suspende nada
 § 6° A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial constituirá título executivo judicial, nos termos do CPC.
 Art. 584, III foi revogado. Agora é art. 475 N.
 Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram.
 Fala “PODERÁ”, isto é, a homologação do plano em juízo é FACULTATIVA mas é claro que o credor só assinará se houver a homologação. Uma vez feita a homologação, o plano constituirá TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL, permitindo ao credor, no caso de não cumprimento do plano pelo devedor, requerer a falência deste ou executá-lo.
 Se não for feita a homologação, a renegociação das dívidas constituirá tão-somente uma NOVAÇÃO.
 Uma vez renegociada a dívida e assinado o plano de recuperação, o devedor elabora a petição inicial requerendo que seja homologado o plano (pede no foro do principal estabelecimento, nos termos do art. 3°).
 Art. 167. O disposto neste Capítulo não implica impossibilidade de realização de outras modalidades de acordo privado entre o devedor e seus credores.
 Significa que pode ser feita novação

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