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Intencionalidade Educacional:
Conhecer e compreender as Redes de atenção à Saúde, identificando as redes, funcionamento e desafios.
Rede de Atenção à Saúde (RAS):
Objetivos de aprendizagem:
1. Entender a crise no SUS;
2. Entender a transição demográfica, a transição epidemiológica e a tripla carga na RAS;
3. Diferenciar o modelo hegemônico (biomédico) x modelo da RAS (continuidade na atenção);
4. Conhecer o modelo de atenção (1. Território; 2. Serviços; 3. Logística; 4. Regulação);
5. Conhecer a Rede de Atenção à Saúde (RAS) e os dispositivos legais (legislação) que regulam; (linhas de cuidado);
6. Conhecer os componentes da RAS;
7. Entender os níveis de atenção em saúde; 
8. Conhecer o COAP (Contrato Organizativo de Ação Pública em saúde) e os desafios enfrentados em seu funcionamento;
9. Conhecer qual a principal atuação das RAS no enfrentamento de doenças crônicas e agudas;
10. Conceituar e diferenciar complexidade x densidade tecnológica.
Respostas:
1- Entender a crise no SUS
O País conseguiu superar momentos críticos, ainda que de maneira limitada, por meio do atendimento em serviço público. O SUS, assim, evidencia ser imprescindível em especial aos mais vulneráveis socialmente.
Há no horizonte a curto prazo, porém, a ameaça de colapso. Para 2021, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê redução de R$ 40 bilhões de investimentos à saúde em relação ao início de 2020. Justo quando a população, ainda profundamente abalada pelas perdas e depauperada pela crise econômica, recorre ao SUS para retomar o acompanhamento de outras doenças.
Os recursos orçados não atendem as necessidades nem do serviço prestado em situação regular – da qual estamos bem distantes. A volta dos pacientes que evitaram os centros médicos por conta da pandemia somado à chegada de outras que não conseguem mais bancar as mensalidades dos planos de saúde favorecem a instalação de grave crise.
É insustentável que o SUS receba, ainda sob ameaça da Covid-19, menos recursos do que necessitaria em períodos de normalidade. O papel da saúde pública papel é essencial no controle à pandemia, no acompanhamento e recuperação dos pacientes e na adaptação para atender com urgência um número absurdo de brasileiros.
2- Entender a transição demográfica, a transição epidemiológica e a tripla carga na RAS;
As redes são formas de organização que articulam serviços e sistemas de saúde, com equipes multidisciplinares, unindo cada ponto da rede. Dessa forma o sistema é capaz de responder às necessidades da população, encaminhando aos serviços especializados quando houver necessidade.
Para que fique mais claro, a rede de atenção à saúde se organiza para a continuidade da atenção (primária, secundária e terciária), compreendendo as condições crônicas e agudas (de forma integral- promoção da saúde, cura, cuidado...) da população; o cuidado multiprofissional faz com que o serviço seja voltado para o paciente através dos agentes de saúde, focando no acompanhamento completo da atenção à condição ou doença.
A Portaria nº 4.279 de 30 de dezembro de 2010 estabelece diretrizes para a organização da RAS no âmbito do SUS. Foi um acordo da Tripartite com participação do Ministério da Saúde, do Conass e Conasems
Do ponto de vista demográfico, o Brasil vive uma transição demográfica acelerada. A população brasileira, apesar de baixas taxas de fecundidade, vai continuar crescendo nas próximas décadas, como resultado dos padrões de fecundidade anteriores. O percentual de pessoas idosas maiores de 65 anos, que era de 2,7% em 1960, passou para 5,4% em 2000 e alcançará 19% em 2050, superando o número de jovens.
Uma população em processo rápido de envelhecimento significa um crescente incremento relativo das condições crônicas por que essas condições de saúde afetam mais os segmentos de maior idade. Os dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE de 2008 mostram que 79,1% dos brasileiros de mais de 65 anos de idade relataram ser portadores de, pelo menos, uma das doze doenças crônicas selecionadas.
Por outro lado, na perspectiva epidemiológica, o país vivencia uma forma de transição singular, diferente da transição clássica dos países desenvolvidos. Para a análise epidemiológica, vai se considerar o conceito de condições de saúde, agudas e crônicas, que difere da tipologia mais usual que é doenças transmissíveis e doenças e agravos não transmissíveis. Essa tipologia convencional tem sido muito útil nos estudos epidemiológicos, mas observa-se que ela não se presta para referenciar a estruturação dos sistemas de atenção à saúde. Para organizar os sistemas de atenção à saúde, o mais conveniente é separar as condições agudas, em geral de curso curto e que podem ser respondidas por um sistema reativo e com respostas episódicas, das condições crônicas, que têm curso mais ou menos longo e que exigem um sistema que responda a elas de forma proativa, contínua e integrada. Por isso, as condições crônicas envolvem todas as doenças crônicas, mais as doenças transmissíveis de curso longo (tuberculose, hanseníase, HIV/aids e outras), as condições maternas e infantis, os acompanhamentos por ciclos de vida (puericultura, herbicultura e seguimento das pessoas idosas), as deficiências físicas e estruturais contínuas (amputações, cegueiras e deficiências motoras persistentes) e os distúrbios mentais de longo prazo.
A transição epidemiológica: que se fez no mundo desenvolvido e quem vem se fazendo, de forma muito acelerada, nos países em desenvolvimento indica um crescimento relativo forte das condições crônicas, especialmente das doenças crônicas. Outra forma de analisar a situação epidemiológica é pela tripa carga de doenças. A transição demográfica e epidemiológica resultante do envelhecimento e do aumento da expectativa de vida significa crescente incremento relativo das condições crônicas. A crise contemporânea dos sistemas de saúde caracteriza-se pela organização da atenção em sistemas fragmentados voltados para a atenção às condições agudas, apesar da prevalência de condições crônicas, e pela estrutura hierárquica e sem com unicação fluida entre os diferentes níveis de atenção. O perfil da situação de saúde do Brasil é de tripla carga de doenças, ela presença concomitante das doenças infecciosas e carências das causas externas e das doenças crônicas. A solução para o SU S consiste em restabelecer a coerência entre a situação de saúde de tripla carga de doenças e o sistema de atenção à saúde em prática, ela implantação de redes de atenção à saúde. Adota-se com o princípio que cada nível de atenção deva operar de forma cooperativa e interdependente. Os elementos constitutivos das redes são: a população, a estrutura operacional e o modelo de atenção à saúde. Conclui-se que há evidências na literatura internacional sobre as redes de atenção à saúde de que essas redes podem melhorar a qualidade clínica, os resultados sanitários e a satisfação dos usuários e reduzir os custos dos sistemas de atenção à saúde.
A solução do problema fundamental do SUS consiste em restabelecer a coerência entre a situação de saúde de tripla carga de doenças com predominância de condições crônicas e o sistema de atenção à saúde. Isso vai exigir mudanças profundas que permitam superar o sistema fragmentado vigente a partir da implantação de redes de atenção à saúde.
Os sistemas de saúde: Os sistemas de saúde constituem respostas sócias, deliberadamente organizadas, para responder as necessidades, as demandas e as preferencias das sociedades em que se instituem. Nesse sentido, eles devem ser articulados pelas necessidades de saúde da população que se expressam, em boa parte, em situações demográficas, nutricionais, tecnológicas e epidemiológicas singulares. (CONASS,2014).
As condições de saúde são subdivididas em condições agudas e condições crônicas.
Muitas condições agudas podem evoluir para condições crônicas.
Ex: Certos traumas que deixam sequelas de longa duração, determinando algum tipo de incapacidade.
Conceito de condição de saúde:
As condições de saúde podem ser definidas como circunstanciaisna saúde das pessoas que se apresentam de formas mais ou menos persistentes e que exigem respostas sociais reativas ou proativas, eventuais ou continua e fragmentadas ou integradas dos sistemas de saúde.
3- Diferenciar o modelo hegemônico (biomédico) x modelo da RAS (continuidade na atenção);
Modelo biomédico
O discurso da medicina, via de regra, apoia suas observações e formulações, exclusivamente, a partir da perspectiva do modelo biomédico. Este modelo, refletindo o referencial técnico-instrumental das biociências, exclui o contexto psicossocial dos significados, dos quais uma compreensão plena e adequada dos pacientes e suas doenças depende. Uma efetividade mais abrangente da prática depende desta compreensão.
A formação do médico
A formação do médico está, preponderantemente, ancorada no modelo biomédico. Esta situação favorece a construção de uma postura de desconsideração aos aspectos psicossociais tanto dele próprio quanto dos pacientes.
O modelo biopsicossocial
A perspectiva que tem como referência o modelo biopsicossocial tem-se afirmado progressivamente. Ela proporciona uma visão integral do ser e do adoecer que compreende as dimensões física, psicológica e social. Quando incorporada ao modelo de formação do médico coloca a necessidade de que o profissional, além do aprendizado e evolução das habilidades técnico-instrumentais, evolua também as capacidades relacionais que permitem o estabelecimento de um vínculo adequado e uma comunicação efetiva. A partir da perspectiva biopsicossocial é evidente a importância de uma comunicação efetiva, no sentido de criar um vínculo adequado, assegurando que os problemas e preocupações dos pacientes são entendidos por aqueles que oferecem cuidados, e que, informação relevante, recomendações e tratamento são entendidos, lembrados e efetivados pelos pacientes. 
Boa comunicação é um processo de duas vias: requer tanto fala quanto escuta efetiva. Pacientes têm suas próprias crenças sobre seus corpos, saúde e doenças. Comunicação efetiva requer que os médicos percebam a perspectiva a partir da qual o paciente está se expressando e, quando necessário, tentem corrigir concepções distorcidas. Informações e recomendações devem ser fornecidas dentro do campo de conhecimento e compreensão dos pacientes.
4- Conhecer os componentes da RAS
A operacionalização das RAS se dá pela interação dos seus três elementos constitutivos:
população/região de saúde definidas, estrutura operacional e por um sistema lógico de funcionamento determinado pelo modelo de atenção à saúde.
População e Região de Saúde
Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comunidade, as RAS devem ser capazes de identificar claramente a população e a área geográfica sob sua responsabilidade. A região de saúde deve ser bem definida, baseada em parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar que as estruturas estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/resposta necessário ao atendimento, melhor proporção de estrutura/população/território e viabilidade operacional sustentável.
Estrutura Operacional 
A estrutura operacional das RAS é constituída pelos diferentes pontos de atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam serviços de saúde e pelas ligações que os comunicam. Os componentes que estruturam as RAS incluem: Atenção Básica à Saúde centro de comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança. 
Modelo de Atenção à Saúde 
O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográficas e epidemiológicas e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. Para a implantação das RAS, é necessária uma mudança no atual modelo de atenção hegemônico no SUS, ou seja, exige uma intervenção concomitante sobre as condições agudas e crônicas.
Redes de atenção à saúde:
São articulações multidisciplinares que tem o objetivo de promover a saúde dos usuários.
Objetivos
Promover uma atenção à saúde de forma contínua, integral, humanizada, de qualidade e responsável como visa os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Qual a diferença entre o Sistema Piramidal de Saúde Tradicional e das Redes de Atenção à Saúde?
O sistema piramidal classifica os serviços de acordo com a complexidade, ou seja, não há uma continuidade precisa na atenção a saúde. As redes de atenção à saúde ofertam serviços contínuos nos diferentes níveis de atenção a saúde, desde a atenção básica até um centro de especialidades, nas redes, ambos são igualmente importantes.
 AS RAS (Redes de Atenção à Saúde) visam o cuidado contínuo e de vários profissionais com diferentes especialidades para a solução dos problemas de saúde dos usuários. A informatização do sistema também é de extrema importância nas redes de atenção, tendo em vista que agiliza o atendimento do usuário com eficiência. As redes interligam os diferentes níveis de complexidades, fazendo valer na atenção básica com o trabalho da equipe de saúde da família e tendo continuidade nos demais níveis de complexidade, como centro de especialidades e hospitais.                                                           
5- Conhecer o modelo de atenção (1. Território; 2. Serviços; 3. Logística; 4. Regulação);
Um dos objetivos fundamentais do sistema de atenção à saúde e das RAS é a qualidade na prestação de serviços de saúde. 
· A qualidade na atenção em saúde pode ser melhor compreendida com o conceito de graus de excelência do cuidado que pressupõe avanços e retrocessos nas seis dimensões, a saber: segurança (reconhecer e evitar situações que podem gerar danos enquanto se tenta prevenir, diagnosticar e tratar); efetividade (utilizar-se do conhecimento para implementar ações que fazem a diferença, que produzem benefícios claros aos usuários); centralidade na pessoa (usuários devem ser respeitados nos seus valores e expectativas, e serem envolvidos e proativos no cuidado à saúde); pontualidade (cuidado no tempo certo, buscando evitar atrasos potencialmente danosos); eficiência (evitar desperdício ou ações desnecessárias e não efetivas), e equidade (características pessoais, como local de residência, escolaridade, poder aquisitivo, dentre outras, não devem resultar em desigualdades no cuidado a saúde).
· Suficiência - significa o conjunto de ações e serviços disponíveis em quantidade e qualidade para atender as necessidades de saúde da população e inclui cuidados primários, secundários, terciários, reabilitação, preventivos e paliativos, realizados com qualidade.
· Acesso - ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais, socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado. Deverão ser estabelecidas alternativas específicas na relação entre acesso, escala, escopo, qualidade e custo, para garantir o acesso, nas situações de populações dispersas de baixa densidade populacional, com baixíssima oferta de serviços. O acesso pode se analisado através da disponibilidade, comodidade e aceitabilidade do serviço pelos usuários: 
· A disponibilidade diz respeito à obtenção da atenção necessária ao usuário e sua família, tanto nas situações de urgência/emergência quanto de eletividade.
· A comodidade está relacionada ao tempo de espera para o atendimento, a conveniência de horários, a forma de agendamento, a facilidade de contato com os profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento, entre outros. 
· A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos usuários quanto a localização e a aparência do serviço, a aceitação dos usuários quanto ao tipo de atendimento prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto aos profissionais responsáveis pelo atendimento. 
· Disponibilidadede Recursos – é outro fator importante para o desenvolvimento das RAS. Recursos escassos sejam humanos, ou, físicos devem ser concentrados, ao contrário dos menos escassos, que devem ser desconcentrados.
6- Entender os níveis de atenção em saúde
 
 
Níveis de atenção à saúde
São três os níveis de atenção à saúde pública no Brasil: primário, secundário e terciário. Eles foram adotados para organizar os tratamentos oferecidos pelo SUS a partir de parâmetros determinados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua finalidade é proteger, restaurar e manter a saúde dos cidadãos. Cada um destes níveis apresenta características e demandas específicas
Primário
Porta de entrada para o SUS, o nível primário é constituído principalmente pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). As ações de que dá conta são voltadas à redução do risco de doenças e à proteção da saúde. Isso quer dizer que apresenta também um caráter preventivo. Nas UBSs, deve ser possível que os pacientes realizem exames e consultas rotineiros, contando com profissionais de medicina geral e familiar. Estes têm que garantir uma atenção integral à saúde e considerar o paciente inserido em sua família e comunidade. Precisam valorizar, portanto, a pessoa atendida como um ser único e diferente de qualquer outro. Neste nível, os profissionais se articulam para atuar não apenas nas unidades de saúde, como também em espaços públicos da comunidade. Realizam ainda visitas domiciliares às famílias. A ideia é, mais do que prover assistência médica, estar perto das pessoas e promover a saúde e a qualidade de vida localmente. Tal tipo de trabalho, de prevenção e conscientização, é importante até mesmo para otimizar a alocação de recursos utilizados em internações e tratamentos de doenças que poderiam ter sido evitadas.
Secundário
A atenção secundária é composta pelos serviços especializados encontrados em hospitais e ambulatórios. Este nível envolve atendimento direcionado para áreas como pediatria, cardiologia, neurologia, ortopedia, psiquiatria, ginecologia e outras especialidades médicas. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) se encaixam aqui. É geralmente o acolhimento na atenção primária que encaminha os pacientes para o nível secundário, quando necessário. São encontrados nos hospitais e centros de atendimento desta categoria equipamentos para exames mais avançados, como ecocardiogramas e endoscopias. Além disso, os profissionais de saúde que atuam na atenção secundária são preparados para realizar tratamentos de complexidade média, como é o caso dos que envolvem doenças crônicas ou agudas.
Terciário
Por fim, o nível terciário de atenção à saúde fornece atendimento de alta complexidade, sendo formado por hospitais de grande porte. Também envolve procedimentos que demandam tecnologia de ponta e custos maiores, como os oncológicos, transplantes e partos de alto risco. Os especialistas da categoria estão aptos para tratarem casos que não puderam ser atendidos na atenção secundária por serem mais singulares ou complexos. Há ainda assistência a cirurgias reparadoras, processos de reprodução assistida, distúrbios genéticos e hereditários, entre outros tipos de cuidados para processos menos corriqueiros.
As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são utilizadas para a atenção primária; as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), para a secundária; e os hospitais, para o acolhimento no nível terciário.
Nas UBSs, são realizados processos rotineiros, como consultas com clínico geral, vacinação, cuidados relacionados ao pré-natal e atendimento odontológico. Dependendo de seu porte e localização, estas unidades podem apresentar de uma equipe de saúde da família a quatro grupos de atenção básica.
Já as UPAs realizam medidas de emergência, funcionando 24 horas por dia. Os casos tratados incluem traumas, fraturas, infartos, derrames etc. Podem acolher de 150 a 450 pacientes por dia, conforme a quantidade de leitos apresentada.
Por sua vez, os hospitais providenciam assistência médica de média e alta complexidade e têm diferentes perfis. Há, por exemplo, hospitais gerais, especializados, de urgência, universitários, clínicas básicas e unidades de ensino e pesquisa. Os estabelecimentos de pequeno porte possuem até 50 leitos, enquanto os maiores podem apresentar até 500.
7- Conhecer a Rede de Atenção à Saúde (RAS) e os dispositivos legais (legislação) que regulam; (linhas de cuidado);
8- Conhecer o COAP (Contrato Organizativo de Ação Pública em saúde) e os desafios enfrentados em seu funcionamento;
Em junho de 2011 foi publicado o Decreto Presidencial nº 7.508 para regulamentar a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), no que se refere à organização do Sistema Único de Saúde (SUS), ao Planejamento da Saúde, à Assistência à Saúde e à Articulação Interfederativa. O Decreto instituiu ainda o Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP). 
O que é o COAP? 
O COAP é um acordo de colaboração firmado entre os entes federativos, no âmbito de uma Região de Saúde, com o objetivo de organizar e integrar as ações e os serviços de saúde na Região, para garantir a integralidade da assistência à saúde da população.
O COAP é um instrumento de natureza contratual instituído com o objetivo de promover uma ordem legal federativa que permita ampliar a segurança jurídica dos entes federados, criando um estímulo especial para o aprofundamento da articulação entre a União, os estados e os municípios. Dispositivos dessa natureza são importantes considerando a natureza especial dos desafios da regionalização em contextos federativos que impõem um grau de complexidade adicional, como é o caso do Brasil.
A descentralização do SUS, realizada ao longo das décadas de 1980 e 1990, transferiu para os entes subnacionais grande parte das funções de gestão e de implementação de políticas e programas. Na medida em que esse processo foi se desenvolvendo, o sucesso das estratégias nacionais de organização de redes de atenção, voltadas para reduzir a fragmentação das ações e serviços de saúde e promover a regionalização no SUS, passou a depender expressivamente dos contextos político-institucionais de cada unidade da federação.
Marcados por diferenças expressivas de capacidade de oferta, recursos financeiros, níveis de conflito político, capacidade institucional e de gestão, esses contextos podem influenciar a direção e o ritmo do processo estadual de tomada de decisões, podendo produzir respostas muito diversificadas às políticas propostas pela esfera federal para a organização de redes de atenção à saúde.
O impacto dessa diversidade de contextos tem sido um fator fundamental no processo de implementação do Contrato Organizativo de Ação Pública – COAP, dispositivo jurídico-executivo introduzido no arcabouço normativo do SUS pelo Decreto 7.508/11 com o objetivo de delimitar com clareza as responsabilidades de cada ente da federação na integração de ações e serviços de saúde nas regiões de saúde.
Em âmbito nacional, os debates relacionados à regulamentação e à implementação do COAP impulsionaram uma renovação da agenda política setorial em torno de temas importantes como regionalização, relações intergovernamentais, organização de redes de atenção à saúde, integralidade, financiamento, entre outros. Essa agenda envolveu intensos debates e pactuações na Comissão Inter gestores Tripartite – CIT entre o Ministério da Saúde – MS, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde – CONASS e o Conselho Nacional de Secretárias Municipais de Saúde – CONASEMS, entre outros atores, que resultaram em importantes decisões de regulamentação sobre questões como os patamares mínimos de aplicação de recursos das três esferas da federação (Lei ١٤١/١٢) e as definições dos padrões de integralidade da pauta de ações e serviços (RENASES) e de medicamentos (RENAMES) do SUS, entre outros.
9- Conhecer qual a principal atuação das RAS no enfrentamento de doenças crônicas e agudas;
As doenças crônicas compõem o conjunto de condições crônicas. Em geral, estão relacionadas a causas múltiplas, são caracterizadas por iníciogradual, de prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração. Apresentam curso clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização, podendo gerar incapacidades. Requerem intervenções com o uso de tecnologias leves, leve-duras e duras, associadas a mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que nem sempre leva à cura. As doenças crônicas constituem problema de saúde de grande magnitude, correspondendo a 72% das causas de mortes. Hoje, são responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de doenças no mundo. No ano 2020, serão responsáveis por 80% da carga de doença dos países em desenvolvimento. Atualmente, nesses países, a aderência aos tratamentos chega a ser apenas de 20% (OMS, 2003). Figura 1 – Mortalidade no Brasil em 2009.
A organização da atenção e da gestão do SUS ainda hoje se caracteriza por intensa fragmentação de serviços, de programas, de ações e de práticas clínicas, existindo incoerência entre a oferta de serviços e as necessidades de atenção. O modelo de atenção não tem acompanhado a mudança no perfil epidemiológico da população, na qual há ascensão das doenças crônicas, mostrando-se inadequado para enfrentar os desafios postos por essa situação de saúde (MENDES, 2011; BRASIL, 2010a). O cuidado de usuários com doenças crônicas deve se dar de forma integral. O modelo vigente, que utiliza propostas de cuidado formatadas a priori, não tem obtido sucesso em suas condutas por não conseguir chegar ao singular de cada indivíduo e por impor olhares e fazeres que nada têm a ver com o usuário real, que está necessitando de atenção e de cuidado (MALTA; MERHY, 2010). Essa atenção integral só é possível se o cuidado for organizado em rede. Cada serviço deve ser repensado como um componente fundamental da integralidade do cuidado, como uma estação no circuito que cada indivíduo percorre para obter a integralidade de que necessita (MALTA; MERHY, 2010). A formação de redes integradas e regionalizadas de atenção à saúde tem se mostrado como forma de organização de sistemas de saúde eficaz para responder a alguns desses desafios estruturais e epidemiológicos, trazendo melhores resultados para os indicadores de saúde (OPAS; OMS, 2008; MENDES, 2008). Nesse modelo de atenção, assume-se o desafio de efetivar uma modelagem organizacional que revigora os compromissos de uma gestão democrática, participativa e ético-politicamente comprometida, sem deixar correr em paralelo todo o processo de produção do cuidado que define a qualidade e o modelo de atenção ao usuário (PINTO, 2009). Avançar na qualificação da atenção e da gestão em saúde requer forte decisão dos gestores do SUS, enquanto protagonistas do processo instituidor e organizador do sistema de saúde. Uma das principais iniciativas que direcionaram as ações do Ministério da Saúde nesse sentido foi a publicação da Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para a estruturação da Rede de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para superar a fragmentação da atenção e da gestão nas regiões de saúde e aperfeiçoar o funcionamento políticoinstitucional do SUS, com vistas a assegurar ao usuário o conjunto de  ações  e serviços que necessita com efetividade e eficiência.
ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS 
Diante do exposto, a organização da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas tem por objetivos gerais: 1. Fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado às pessoas com doenças crônicas. 2. Garantir o cuidado integral às pessoas com doenças crônicas. 3. Impactar positivamente nos indicadores relacionados às doenças crônicas. 4. Contribuir para a promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações. A partir do quadro epidemiológico apresentado, neste momento, serão priorizados na organização da rede os seguintes eixos temáticos, dentro dos quais serão desenvolvidas as linhas de cuidado para as doenças/fatores de risco mais prevalentes:
 • Doenças renocardiovasculares; 
• Diabetes; 
• Obesidade; 
• Doenças respiratórias crônicas; 
• Câncer (de mama e colo de útero)
Condições agudas
As condições agudas, em geral, apresentam um curso curto, inferior a três meses de duração, e tendem a se autolimitar; ao contrário, as condições crônicas têm um período de duração mais ou menos longo e nos casos de algumas doenças crônicas, tendem a apresentar-se de forma definitiva e permanente (VON KORFF et al., 1997; SINGH, 2008). As condições agudas, em geral, são manifestações de doenças transmissíveis de curso curto, como dengue e gripe, ou de doenças infecciosas, também de curso curto, como apendicite ou amigdalites, ou de causas externas, como os traumas. As doenças infecciosas de curso longo são consideradas condições crônicas. Os ciclos de evolução das condições agudas e crônicas são muito diferentes. As condições agudas, em geral, iniciam-se repentinamente; apresentam uma causa simples e facilmente diagnosticada; são de curta duração; e respondem bem a tratamentos específicos, como os tratamentos medicamentosos ou as cirurgias. Existe, tanto para os médicos quanto para as pessoas usuárias, uma incerteza relativamente pequena. O ciclo típico de uma condição aguda é sentir-se mal por algum tempo, ser tratado e ficar melhor. A atenção às condições agudas depende dos conhecimentos e experiências profissionais, fundamentalmente dos médicos, para diagnosticar e prescrever o tratamento correto. Tome-se, como exemplo de condição aguda, uma apendicite. Ela começa rapidamente, com queixas de náusea e dor no abdômen. O diagnóstico, feito no exame médico, leva a uma cirurgia para remoção do apêndice. Segue-se um período de convalescença e, depois, a pessoa volta à vida normal com a saúde restabelecida. As condições crônicas, especialmente as doenças crônicas, são diferentes. Elas se iniciam e evoluem lentamente. Usualmente, apresentam múltiplas causas que variam no tempo, incluindo hereditariedade, estilos de vida, exposição a fatores ambientais e a fatores fisiológicos. Em geral, faltam padrões regulares ou previsíveis para as condições crônicas. Ao contrário das condições agudas que, em geral, pode-se esperar uma recuperação adequada, as condições crônicas levam a mais sintomas e à perda de capacidade funcional. Cada sintoma pode levar a outros, num ciclo vicioso dos sintomas: condição crônica leva a tensão muscular que leva a dor que leva a estresse e ansiedade que leva a problemas emocionais que leva a depressão que leva a fadiga que leva a condição crônica (LORIG et al., 2006). Muitas condições agudas podem evoluir para condições crônicas. É o caso de certos traumas que deixam sequelas de longa duração, determinando algum tipo de incapacidade que exigirá cuidados, mais ou menos permanentes, do sistema de atenção à saúde. De outra forma, as condições crônicas podem apresentar períodos de agudização e, nesses momentos tópicos de transformação em eventos agudos, devem ser enfrentadas pelo sistema de atenção à saúde, na mesma lógica episódica e reativa das condições agudas.
10- Conceituar e diferenciar complexidade x densidade tecnológica
O fato de a Atenção Primária ser também a porta de entrada do sistema que ela ajuda a reorganizar faz com que, muitas vezes, ela seja vista como um nível de menor complexidade. “Confunde-se frequentemente complexidade com densidade tecnológica. Muitos acreditam que, quanto maior o aparato tecnológico aplicado a um determinado nível de atenção, mais complexo ele é. Na realidade, em saúde, essa fórmula não se aplica. “Para solucionar cerca de 80% dos problemas de saúde da população — muitos deles determinados pelas condições sociais dos indivíduos — e enfrentar os problemas sociais e ambientais das comunidades assistidas, não se dispõe de sofisticados exames ou aparelhos, mas sim de profissionais altamente qualificados, além da garantia do acesso a medicamentos e exames complementares”.
Referências:
Redes de atenção a saúde (saude.gov.br)
Https://aps.saude.gov.br/smp/smpraselementos2-Relat--rio-Implementa----o-do-COAP---linha-de-base-normativa.pdf (saude.gov.br)
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Comissão Intergestores Tripartite. Resolução Nº 3, de 30 de janeiro de 2012. Dispõe sobre normas gerais e fluxos do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). MINISTÉRIO DA SAÚDE. Comissão Intergestores Tripartite. Resolução Nº 5, de 19 de junho de 2013. Dispõe sobre as regras do processo de pactuação de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores para os anos de 2013 - 2015, com vistas ao fortalecimento do planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a implementação do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP).
SciELO - Saúde Pública - O COAP e a Regionalização do SUS: os diversos padrões de implementação nos estados brasileiros O COAP e a Regionalização do SUS: os diversos padrões de implementação nos estados brasileiros (scielosp.org)
redes_de_atencao_saude.pdf
Diretrizes para Organização das Redes de Atenção à Saúde do SUS (saude.gov.br)
AULA 3- SMS Natal ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SUS, NORMAS OPERACIONAIS E O PACTO PELA SAÚDE – Política Nacional de Saúde pós CF e LOS, NOB/NOAS. Pacto. - ppt carregar (slideplayer.com.br)

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