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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2° VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANOPOLIS - /SC. Distribuição por dependência aos autos da execução nº PEDRO DE CASTRO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade/RG nº..., e do CPF/MF nº..., residente e domiciliado na Rua... nº ..., Bairro..., Florianópolis – SC, com endereço eletrônico..., vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com procuração em anexo onde é qualificado, com fundamento no artigo 914 e seguintes do Código de Processo Civil e demais dispositivos aplicáveis a espécie, apresentar os presentes: AÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO Em face do BANCO QUERO SEU DINHEIRO S.A., sociedade empresária, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ/MF nº..., com endereço na rua..., n°..., bairro..., sede no Rio de Janeiro – RJ, CEP n°..., nos termos do artigo 914 do Código de Processo Civil, com pedido de efeito suspensivo do artigo 919, parágrafo 1° do Código de Processo Civil, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas. I - DOS FATOS PEDRO DE CASTRO, em agosto de 2015, assinou nota promissória assumindo o encargo de avalista do empréstimo de mútuo financeiro contraído por Laura junto ao Banco Quero Seu Dinheiro S.A., com sede no Rio de Janeiro, RJ, no valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais) a serem pagos em 30 parcelas mensais e sucessivas. Em março de 2016, foi informado pelo Banco que Laura havia deixado de cumprir sua obrigação, a partir da quarta parcela, vencida em dezembro de 2015. Preocupado e objetivando evitar maiores transtornos, Pedro quitou a dívida em 03/04/2016 sem, contudo, ter solicitado que lhe fosse entregue a nota promissória que havia assinado, porém descobriu que o Banco havia ajuizado Ação de Execução fundada em título executivo extrajudicial em face de PEDRO e de LAURA. II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS Ademais, uma vez que a avaliação ocorreu sem o consentimento do embargante, resta claro que pode ser considerada de má-fé e indevida. Pois para que uma pessoa se comprometa como avaliador está tem de estar ciente do ato praticado. E no caso em tela isto não aconteceu. O embargante não autorizou e nem foi comunicado sobre a utilização do documento para celebrar novo negócio, sendo assim não pode ter penhorado seus bens, pois em nenhum momento se comprometeu a assegurar a garantia do segundo negócio celebrado. Destaque-se ainda que o referido título é cobrado indevidamente pois foi feito sem consentimento e sendo assim não pode uma pessoa ser cobrada sem ter contraído tal dívida. Desta forma tem assegurado seu direito como no dispositivo abaixo citado. Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I - Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; II - Penhora incorreta ou avaliação errônea; III - Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; Portanto, resta claro que não houve nenhum vínculo obrigatório, oque torna o título ineficaz para a presente execução. II.1 – DA ILEGITIMIDADE DO EMBARGANTE O embargante já havia quitado a dívida em 03/04/2016, mas, apesar da nota promissória assinada por Pedro estar vinculada ao contrato quitado em abril/2015, o Banco a utilizou para embasar a Execução, tendo, ainda o incluído no polo passivo. O Banco requereu a penhora do consultório de Pedro, mediante outro empréstimo contraído por Laura, o qual nem ao menos estava vinculado à nota promissória assinada por Pedro, pois esta foi quitada em abril de 2015. Contudo, o Banco a atualizou para embasar a Execução. Conforme está disposto no artigo 337, inciso XI do Código de Processo Civil há ausência de legitimidade ou de interesse processual, pois o embargante de forma alguma deu causa para que fosse executado, não devendo assim, ser figura do polo passivo da mesma, de acordo com o artigo 917, inciso VI do Código de Processo Civil. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. O artigo 919, em seus parágrafos 1° e 2° do Código de Processo Civil, diz que a requerimento do embargante o juiz poderá atribuir efeito suspensivo aos embargos à execução quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficiente. Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. § 2º Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. Cessando as circunstâncias que motivaram o efeito suspensivo, a decisão relativa a este poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. Corrobora com este entendimento a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, neste sentido, segue jurisprudência: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICAL. CONFISSÃO DE DÍVIDA. SENTENÇA QUE RECONHECEU A ILEGITIMIDADE PASSIVA DA PARTE E EXTINGUIU O FEITO. ALEGAÇÃO DE LEGITIMIDADE DA AVALISTA PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA. POSSIBLIDADE DE SENTENÇA CASSADA. RETORNO DOS AUTOS À PRIMEIRA INSTÂNCIA PARA REGULAR PROCESSAMENTO DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA. (TJRJ-13ª C. Cível- AC- 1701255-4- Região Metropolitana de Maringá - Foro Central de Maringá - Rel.: Juiz Humberto Gonçalves Brito- Unânime- J.25.10.2017). Neste caso, caberá efeito suspensivo, uma vez que o embargante está sendo cobrado por uma dívida que não contraiu e ainda foi penhorada para pagamento da mesma a sala comercial onde fica seu consultório. II.2 – DO EFEITO SUSPENSIVO Cabe, no caso em questão, o efeito suspensivo, uma vez que a sala comercial onde fica o consultório do embargante está sendo objeto de penhora por execução de uma dívida que o ele não contraiu. Salienta-se que só é possível a atribuição do efeito suspensivo aos embargos quando for verificado o cumprimento dos requisitos para a concessão da tutela provisória e, no caso em questão, o embargante está em iminência de perder o seu bem, não é legítimo na passividade da presente porque não foi garantidor do empréstimo realizado por Laura e a continuidade da penhora seria irreversível para ele. Conforme expressa a legitimidade da lei em seu artigo 919, parágrafo 1° do Código de Processo Civil. Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. III - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: I – Que seja atribuído efeito suspensivo aos embargos à execução com a suspensão da execução ensejada contra o embargante, conforme expressa o artigo 919, parágrafo 1° do Código de Processo Civil; II – Que seja ouvido o embargo no prazo de 15dias. III - A citação do réu, para, querendo oferecer a impugnação. IV – Que seja desconstituída a penhora V - Seja a execução julgada improcedente, desconstituindo assim o título executivo de acordo com o art.918 II Código de Processo Civil. VI - Consequente à condenação da empresa embargada, por litigância de má-fé e que seja a mesma condenada ao pagamentodas custas processual e honorário advocatício conforme artigos 79 e 84 do Código de Processo Civil. VII - Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidas conforme artigo 319I, inciso V do Código de Processo Civil. IV – DAS PROVAS Requer a produção de provas, especialmente documental incluindo os já juntados pelo autor e as demais previstas em lei. V – DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$... (valor do bem penhorado). Nestes termos em que, pede e espera deferimento. Florianópolis/Data Advogado OAB - UF n°...
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