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1 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 Rinossinusite Rinossinusite (RS) é um processo inflamatório da mucosa de revestimento das cavidades nasais e seios nasais. CLASSIFICAÇÃO Ela é classificada baseada no tempo: ➔ AGUDA : duração < 12 semanas. ➔ CRÔNICA: > 12 semanas. ➔ AGUDAS RECORRENTES : 4 ou mais episódios de rinossinusite aguda POR ANO. Também classificada na gravidade dos sintomas. Mostramos uma escala visual de intensidade de sintomas: ➔ LEVE : 0 a 3 cm. ➔ MODERADA: 3 a 7 cm (a partir de 5, consideramos que a rinossinusite tem grande repercussão na qualidade de vida do paciente). ➔ GRAVE : 7 a 10 cm. FISIOPATOLOGIA Primeiro lembrando anatomia. Existem os seios paranasais (frontais, etmoidais, esfenoidais e maxilares), os quais são cavidades areadas dentro do osso da cabeça, as quais produzem muco naturalmente. Os seios são drenados fisiologicamente para a cavidade nasal. ➔ Os seios maxilares, etmoidais anteriores e frontais drenam para a cavidade média. Obs: os seios nasais mais acometidos por sinusite bacteriana aguda são os Esfenoidais e etmoidais posteriores. ➔ Dentro da cavidade dos seios, existem os cílios que permitem a movimentação do muco e impurezas. A fisiologia nasossinusal normal mantém um equilíbrio entre a produção e o clearance de muco nas cavidades nasais. O que provoca o ponto de partida da sinusite é a obstrução do ostiomeatal. Este pode ocorrer por edema (IVAS, rinite, trauma), corpo estranho, desvio de septo, alterações anatômicas, tumor ou pólipo nasal. Por conta dessa obstrução, há diminuição do aporte de oxigênio nas células, de forma que leva a disfunção ciliar + vasodilatação + disfunção das glândulas. Assim, há aumento da produção de muco e este fica em estase, predispondo o local a crescimento bacteriano + inflamação na região. PRINCIPAIS ETIOLOGIAS: ➔ Infecções virais: IVAS. Adultos ficam resfriados por volta de 2 a 5 x/ano e crianças 7 a 10 x/ano. ➔ De 0,5 a 2% vão evoluir para rinossinusite bacteriana. Principais agentes: Strepto pneumoniae, H. influenza e Morazella catarrhalis. 2 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 COMPLICAÇÕES: ➔ Otities; ➔ Sinusites crônicas; ➔ Celulite periorbitária; ➔ Abscessos cerebal, orbitário, epidural; ➔ Meningite; ➔ Trombose de seio cavernoso e sagital superior. ➔ Empiema subdural. DIAGNÓSTICO ➔ CLÍNICO! Utilizamos um score de sintomas para fechar o diagnóstico. Temos sinusite se: há 2 ou mais dos sintomas seguintes, sendo que um deles precisa ser o primeiro ou o segundo: o Bloqueio / obstrução / congestão nasal. o Descarga nasal (rinorreia anterior/posterior). o Pressão e/ou dor na face. o Redução ou perda do olfato → isso muda para crianças. Aqui trocamos para TOSSE. ➔ Alterações endoscópicas (RINOSCOPIA ANTERIOR) são possíveis visualizar a RS, mas não é essencial para diagnostico, serve como um reforço. Quando disponível, permite que o especialista analise casos refratários ao tratamento empírico e pacientes com sintomas graves, além de realizar a coleta de material para microbiologia. o Pólipos e/ou rinorreia mucopurulenta, principalmente em meato médio. e/ou o edema/obstrução de musoca, também no meato médio. ➔ TC dos seios da face: vemos alterações do complexo ostiomeatal e/ou seios da face. Não pedimos no dia a dia, ele será usado se desconfiamos de alguma complicação ou falha terapêutica. ➔ RX: não é recomendado!!! SINUSITE VIRAL X BACTERIANA: ➔ BACTERIANA: o Duração dos sintomas >10 dias ou; o Início com sintomas graves ou sinais de febre alta e secreção nasal purulenta ou dor facial com duração de pelo menos 3-4 dias consecutivos no inicio da doença ou; o Recaída (dupla piora) – febre, cefaleia ou aumento da secreção nasal → paciente melhora e rapidamente “adoece” de novo. ➔ Resumindo: a RS aguda viral costuma se apresentar com sintomas ate 10 dias. Quando há piora a partir do 5° dia ou quando o quadro persiste por >10 dias, classificamos elas como RS pós-viral e precisamos ficar atentos pois pode evoluir para quadro bacteriano. TRATAMENTO ➔ Lavagem nasal – solução salina = PARA TODOS OS PACIENTES. ➔ Descongestionantes; ➔ Anti-histamínicos; ➔ Analgésicos e aines; ➔ Fitoterápicos; Obs: esses sintomáticos são os recomendados para os primeiros 5 dias de doença. 3 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 ➔ Corticóides: o Tópicos nasais: podem ser usados em pacientes com RS pós-viral ou bacteriana não complicada (sintomas leves, sem febre, sem dor facial). INDICADO TAMBÉM PARA PACIENTES ATÓPICOS E COM SINUSITE CRÔNICA. o Orais: recomendado para adultos com RS bacteriana com muita dor facial. Utilizar por 3 a 5 dias, durante quadro agudo. ➔ Antibióticos: MUITO CUIDADO! A maior parte das RSA são virais e o uso de ABT não ajuda em nada. Por isso só indicamos ATB quando: o RS com duração >10 dias; o Sintomatologia piora a partir do 5° dia. o Geralmente é associado com um corticoide. o Amoxicilina! A primeira escolhida. o Macrolídeos se paciente tiver alergia a amoxicilina → azitromicina o Indica-se a amoxicilina + clavulanato para crianças < 2 anos, aquelas que frequentam creche, para aquelas que usaram antibiótico prévio nos últimos três meses ou ainda, sempre que se suspeite de pneumococo com resistência intermediária. o O tratamento geralmente dura de 7 a 14 dias, mas se não houver melhora em 48horas ou houver suspeita de complicações, deve-se internar o paciente para colher culturas, realizar TC e iniciar ATB venosa. Obs prática: Se paciente chega par gente no 2/3° dia de sintomas, não temos como saber se é viral ou bacteriana Só iniciaremos antibiótico nesse caso, se sintomas graves. Se não for o caso, tratamos como sinusite viral e pedimos para o paciente voltar CASO ele não melhore em +/- 3 dias. Caso o paciente não tenha como voltar, comum em atendimento SUS, é permitido fazer prescrição adiada: prescrever um antibiótico e orientar o paciente para tomar APENAS SE NÃO MELHORAS EM 3 a 4 DIAS.
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