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metodo montessori na construçãoda autonomia na educação infantil

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50
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR SANTA FÉ 
COORDENAÇÃO DE PEDAGOGIA
CURSO DE PEDAGOGIA
 KHÊMORY JÉSSYCA MAGALHÃES GOMES
MÉTODO MONTESSORI E A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DA CRIANÇA
São Luís
2021
KHÊMORY JÉSSYCA MAGALHÃES GOMES
MÉTODO MONTESSORI E A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DA CRIANÇA
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior Santa Fé, para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia.
Orientador: Prof.ª Ana Carla Vale Lago
São Luís
2021
Gomes, Khêmory Jessyca Magalhães
Método Montessori e a construção da autonomia da criança. / Khêmory Jessyca Magalhães Gomes. – São Luís, 2021.
47f.:il.
Monografia (Graduação) – Curso de Pedagogia. Faculdade Santa Fé, 2021.
1. Método Montessori. 2. Criança - autonomia. I. Lago, Ana Carla Vale (Orientadora). II. Título.
CDU 371.4MONTESSORI
 KHÊMORY JÉSSYCA MAGALHÃES GOMES
MÉTODO MONTESSORI E A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DA CRIANÇA
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior Santa Fé, para obtenção do grau de Licenciado em pedagogia.
	
Aprovado em / / 
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof.ª Mrs. Ana Carla Vale Lago (Orientadora)
Centro de Ensino Superior Santa Fé
_____________________________________________
______________________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me capacitado durante esta jornada e a toda a minha família que sempre me ajudou na luta deste sonho agradeço também a todo o corpo docente do CENTRO DE ENSINO SANTA FÉ por ter passado para mim, que tiveram paciência e se dedicaram para que eu compreendesse não somente o conteúdo planejado, mas também, deixaram sua marca no sentido da amizade e respeito. Obrigada pela contribuição valiosa durante o trajeto, todo conhecimento que obtive foi através do esforço de cada profissional.
Dedico a toda família Magalhães, em especial mamãe Silvana, meu irmão Erivaldo, meu pai Antônio e aos meus padrinhos de batismo Regina Maria e Manoel da Graças, eles foram essenciais em busca dos meus objetivos e sempre estiveram dispostos a me incentivar a cada dia.
Agradeço a minha orientadora em especial, Ana Carla Vale Lago que me ajudou no que foi preciso. A banca de monografia e a todos que direta ou indiretamente colaboraram para a elaboração deste trabalho e a realização deste sonho. Os meus mais sinceros agradecimentos.
RESUMO
O presente estudo aborda a proposta pedagógica de Maria Montessori, que sugere a construção de autonomia para criança, uma vez que é a inato a criança a capacidade da autoeducação, quando ofertadas condições para seu desenvolvimento. Neste sentido este trabalho, objetiva-se mostrar a partir de uma revisão bibliográfica como o método Montessoriano auxilia no processo de ensino aprendizagem, bem como, debater acerca da aplicação do método no que tange a construção da autonomia nas crianças. A pesquisa tratou-se de uma pesquisa bibliográfica. Como resultados foi possível visualizar a aplicabilidade do método Montessori como propulsor de desenvolvimento e autonomia dentro de um ambiente minuciosamente preparado, visando fomentar a independência das crianças por meio de materiais didáticos e a exploração. Mediante ao exposto coube destacar o quão pertinente tem sido o papel da pedagogia Montessoriana frente ao desenvolvimento das crianças, principalmente nas séries iniciais. Apontou-se ainda a necessidade de maior atenção ao assunto abordado, principalmente no que diz respeito a novas pesquisas que busquem agregar no meio pedagógico, tendo em vista sua importância para a sociedade.
Palavras-Chave: Autonomia. Criança. Montessori.
ABSTRACT
The present study addresses Maria Montessori's pedagogical proposal, which suggests the construction of autonomy for children, since the child is the innate capacity for self-education, when conditions for its development are offered. In this sense, this work aims to show, from a bibliographic review, how the Montessorian method helps in the teaching-learning process, as well as, debate about the application of the method regarding the construction of autonomy in children. The research was a bibliographic research. As a result, it was possible to visualize the applicability of the Montessori method as a driver of development and autonomy within a meticulously prepared environment, aiming to foster children's independence through teaching materials and exploration. Based on the above, it was important to highlight how pertinent the role of Montessori pedagogy has been in relation to the development of children, especially in the early grades. It was also pointed out the need for greater attention to the subject addressed, especially with regard to new research that seeks to aggregate in the pedagogical environment, in view of its importance for society.
Keywords: Autonomy. Kid. Montessori.
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO............................................................................................
	11
	2
	O QUE É O MÉTODO MONTESSORI? ....................................................
	13
	2.1
	Vida e Método Montessoriano.................................................................
	13
	2.2
	Montessori e a Escola Nova....................................................................
	18
	2.3
	Repercussão da pedagogia Montessoriana no Brasil ..........................
	21
	3
	CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DA CRIANÇA ....................................
	23
	3.1
	Importância do desenvolvimento da autonomia infantil.......................
	23
	3.2
	Montessori e a construção da autonomia infantil..................................
	26
	4
	PEDAGOGIA MONTESSSORIANA NO CONTEXTO EDUCACIONAL INFANTIL....................................................................................................
	
29
	4.1
	Pedagogia Montessoriana no contexto educacional infantil ......................................................................................................................
	
29
	4.2
	O “Professor Montessoriano” como facilitador .....................................
	33
	4.3
	O ambiente Montessoriano e os princípios de seus materiais ............
	38
	4.4
	Principais benefícios da aplicação do método Montessori nos anos iniciais.........................................................................................................
	
43
	5
	CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 
	45
	
	REFERÊNCIAS...........................................................................................
	47
1 INTRODUÇÃO	
Os meios de aprendizagem ocorrem por meio de práticas pedagógicas, é importante que esta sejam eficazes e objetivas de serem trabalhadas no ambiente de sala de aula. Os métodos são tidos como caminhos elaborados pelo educador, para que a criança consiga alcançar objetivos, e se desenvolva de maneira independente (LILLARD, 2017).
O método Montessori afirma que a criança é capaz de tomar suas próprias decisões, e isto faz com que mediante ao estimulo, sua autonomia e a construção de valores sólidos sejam exarcebados. É importante resgatar esses princípios para nossas vidas e de nossos alunos. A Educação Infantil é um espaço estimulador e facilitador desse processo, estimula a criança ao conhecimento de seu “eu” e do “outro”, desenvolvendo suas habilidades, respeitando valores, regras, limites, sendo conhecedora de seu mundo e da realidade vivenciada à sua volta (VILELA, 2014).
O método Montessori trabalha o desenvolvimento da criança, onde se acredita que a mesma tem a capacidade de desenvolver com experiências espontâneas, dependendo do ambiente e situação em que ela vive. Para que tenha-se um bom resultado dos métodos aplicados pelo professor em sala de aula, é necessário que o ambiente esteja preparado para que o aluno manifeste interesse naturalmente, deixar que o aluno tenha liberdade para tomar aatitude manifestada pelo ambiente. O papel do facilitador é observar e auxiliar crianças, respeitando sempre o seu tempo e sua individualidade (VIDAL, 2013).
Mediante ao exposto este trabalho se justifica a partir do entendimento que a criança, principalmente quando em séries iniciais necessitam do uso de métodos pedagógicos que sejam capazes de desenvolve-las e oportunizar experimentações trabalhado a independência, sem que haja algo ou alguém para inferir (SASSÁ, 2010).
No que converge na relevância do tema, há de se ressaltar que os primeiros anos da criança é a fase em que começam as primeiras evoluções, como a fala, o andar e o reconhecimento daquilo que de tudo que está ao seu redor e de todos com quem ela convive. É neste momento em que começa a formação de sua personalidade. Neste sentido este trabalho, objetiva-se mostrar a partir de uma revisão bibliográfica como o método Montessoriano auxilia no processo de ensino aprendizagem, bem como, debater acerca da aplicação do método no que tange a construção da autonomia nas crianças. Como objetivos específicos: Compreender o método Montessori; Analisar a importância da construção autônoma na infância; Verificar os benefícios que o método Montessori traz para crianças nos anos iniciais.
A escolha do tema deste estudo teve sua raiz em uma afetividade vivida durante a graduação em pedagogia, após um estágio extracurricular em uma escola que trabalha baseada no método Montessori. A admiração pelo método aplicado com os alunos e os resultados adquiridos, no decorrer do processo de sondagem das aulas ministradas pelos professores capacitados por grandes profissionais que o Colégio Santa Fé tem no seu corpo docente.
A pesquisa tratou-se de uma pesquisa bibliográfica, teve seu levantamento bibliográfico no período de outubro a dezembro de 2020. Com buscas nas seguintes bases de dados Scielo, Google Acadêmico, com os descritores: Autonomia; Construção; Montessori. 
 A estruturação deste estudo encontra-se em três capítulos. No primeiro apresentando os aspectos históricos, contextualizando a bibliografia e o método de Montessori. O segundo capítulo apresenta os pormenores do que tange a atenção, importância da autonomia da criança, abordando os mecanismos que o favorecem. O terceiro capítulo traz uma reflexão acerca da relação entre a pedagogia Montessoriana e a educação infantil, caracterização do professor Montessoriano, princípios dos materiais e os benefícios da aplicação de tal método nas escolas e por fim, encerra com as considerações finais. 
	
2 O QUE É O MÉTODO MONTESSORI?
2.1 Vida e método Montessori
Neste capítulo trataremos acerca da vida e obra de Montessori e de seu método pedagógico a partir do levantamento histórico por meio do olhar de alguns autores que tem seus estudos voltados para este cenário. Com base neste apanhado buscaremos sistematizar o processo de construção do método em questão e seus reflexos na pedagogia, como viabilizador de autonomia na vida das crianças em séries iniciais. 
Maria Montessori nasceu no dia 31 de agosto de 1870, ano da Unificação da Itália. Viveu na época em que ocorreram as duas grandes guerras mundiais. Seus pais eram Alessandro Montessori, militar e político bem sucedido com temperamento conservador, e Renilde Stoppani, dona de casa. A família Montessori morava em uma cidade onde a maior parcela da população analfabeta, foi então que mudaram-se para Roma, visando cuidar da filha em um local de boas ofertas e oportunidades para a formação da sua filha única, Maria, uma vez que a mesma desde muito cedo já mostrava interesse pelos estudos (SASSÁ, 2010).
 Maria Montessori tem sua origem da classe média “encontrou na família lastro cultural e financeiro para investir em sua formação e tornar-se uma árdua defensora de seus princípios, posicionamentos e direitos como ser humano e mulher” (OLIVEIRA, 2012 p. 99). 
 Ainda bem jovem teve seu interesse destinado ao curso de engenharia, o que não agradou em nada seus pais, no qual apesar de disponíveis aos estudos da filha tinham o curso como masculino, e não deram tanto apoio na escolha de Maria. Pouco tempo depois Maria percebeu não querer mais o curso e buscou outro no qual tivesse mais afinidade, o escolhido foi o curso de Medicina e Cirurgia na Universidade de Roma (STEPHENSON, 2016).
De acordo com Pinto (2015, p.51) “Montessori, foi uma médica, pedagoga, filosofa, pesquisadora, educadora que se destacou ao propor uma mudança na pedagogia”. Maria Montessori foi a primeira mulher a se formar em Medicina na Itália, teve seu interesse despertado por mecanismos de desenvolvimento voltado para o aprendizado infantil.
Montessori era uma mulher além da sua época, audaciosa e revolucionária. Sua vida foi “marcada por sofridas conquistas, definidas por uma ousadia transgressora de seu tempo sociocultural, político e científico. (SASSÁ, 2010, p. 99).
Após formada, conseguiu trabalho como médica assistente em uma clínica psiquiátrica da Universidade de Roma, com foco em crianças com deficiência mental. Maria ao ingressar neste trabalho se deparou com a precariedade do local onde as crianças se encontravam, o local não favorecia as mesmas no seus desenvolvimentos. Era perceptível a exclusão de tais crianças do mundo social, que não havia qualquer expectativa quanto a elas. Depois de realizar muitas pesquisas, a médica italiana a partir dessa vivencia buscou pesquisar a sala de aula em uma atividade de observação e pesquisa científica (SASSÁ, 2010).
O despertar de Maria desdobrou-se na escola Ortofrênica que trabalhava com crianças com necessidades especiais e seus tratamentos. Nessa instituição, o principal trabalho estava relacionado ao treinamento de professores, e ao acolhimento educacional de alunos retirados de orfanatos por Montessori, tais alunos ajudavam ainda Montessori em seus projetos de pesquisa uma vez que permitiam que ela observasse seus interesses pelos materiais e objetos sensoriais (RÖHRS, 2010).
Montessori alcançou o cargo de administradora da então recente inaugurada Escola Magistral Ortofrênica, ela aproveitou para utilizar a mesma como um campo prático de aplicação de teorias. Seu trabalho com as crianças com deficiência mental levou a atenção de Montessori para a pedagogia. Durante o período de atuação de Montessori à escola, tais crianças tiveram bons desenvolvimentos, algumas destas apresentaram tamanhas habilidades e autonomia, que, conseguiram aprovação em escolas regulares junto a alunos que não apresentavam deficiências (PINTO, 2015)
Em 1913, teve a realização do Primeiro Curso Internacional a respeito do método Montessori, em Roma. Mais tarde, surgiu o Comitê Nacional Montessori (1929), que serviu como difusor do método. Mas o fascismo, que não aceitava qualquer tipo de inovação pela relação de autoritarismo, empenhou em expulsar Maria Montessori do país. Mas, já era tarde, uma vez que sua pedagogia já havia difundido-se bem na Itália e em outros países, que ocuparam-se em traduzir suas obras (SAVANNI, 2011).
Somente no ano de 1947, Montessori foi convidada a retornar a Itália, após a guerra mediante pedido do então governador. Montessori trabalhou junto a UNESCO contra o analfabetismo, mantinha firme seus ideais de educação a todos. Todo seu trajeto fez com que ela fosse indicada duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz (1948 e 1949). Maria faleceu na Holanda, em 06 de maio de 1952, aos oitenta e dois anos, a partir de um mal súbito (MARAFON, 2012).
O Sistema Montessoriano consiste em atender as exigências para ajudar o desabrochamento da vida da criança, uma vez que a criança é um ser em desenvolvimento, cheia de possibilidades e potencialidades. Trata-se de um método de ensino centrado na criança e devidamente preparado com as condições capazes de favorecer seu crescimento com qualidade e autonomia, no qual o professor estar enquanto mediador o método é, hoje, utilizado com sucesso em várias partes do mundo (FONTENELE e SILVA, 2012).
Segundo Ferrari (2019, p.2) “o método Montessori parte do concreto ao abstrato. Baseia-se naobservação de crianças que aprendem melhor pela experiência, pela procura e descoberta”. 
A partir desta linha de pensamento a educadora italiana visando tornar o processo de aprendizagem melhor e mais rico buscou desenvolver uma didática diferenciada por meio de materiais, estes constituem um dos aspectos mais importante de seu trabalho e método. Em sua didática, os materiais utilizados eram simples, mas faziam seu papel de despertar interesse, estes se tornavam atraentes, e projetados para estimular o raciocínio. Há materiais desenvolvidos para auxiliar todo tipo de aprendizado, do sistema decimal à estrutura da linguagem (FONTENELE; SILVA, 2012).
Montessori buscou no decorrer do seu trabalho pedagógico, entender o desconhecido que existe na criança, como Pinto (2015) afirma, a mesma a partir de materiais e na sala de aula conseguia revelar o desconhecido, pois utilizava de uma abordagem livre.
 
Contudo, a autora, parte de um ideal abstrato de criança e de desenvolvimento infantil, centrando os processos educativos no desenvolvimento individual de cada educando, atrelando-os a esse processo a sociedade, a historicidade humana, as questões econômicas (...) para Montessori, o homem passa a ser fruto do que seu interior produz em contato com o ambiente no qual estava inserido, tendo como mediadores os cinco sentidos humanos. Sentido estes fundamentais no método Montessori, que se encontra pautado em uma educação sensorial por meio de brinquedos autoeducativos (PINTO, 2015, p.52).
 
O Método Montessori tem como pressuposto que as crianças de maneira geral independentemente de qualquer deficiência tem total capacidade para se desenvolver através de experiências que tenham seu processo espontâneo, é através de tamanha liberdade que a criança mostra seu ritmo, personalidade, interesses. Esse olhar de Maria coloca a criança como elemento essencial para seu desenvolvimento além de tronar a educação liberal renovadora, tendo em vista que ajuda a independência, fazendo com que ela tenha o prazer espontâneo de aprender, conhecer e viver o mundo (GAUTHIER; TARDIF, 2014).
Assim, traz um novo conceito de ensino, o método veio ressignificar os processos necessários para educação e apresenta um novo olhar. Montessori fala do professor na sala de aula como alguém que deve apenas observar e mediar as descobertas da criança, descobrir seus interesses, entendê-la, permitir que interaja e explore o meio onde vive. É a partir desta nova perspectiva do papel do professor, que leva o aluno a aprender sozinho, isto porque os materiais presentes nas salas Montessorianas guiam as crianças ao exercício de autonomia. E com tais materiais, que são preparados para fornecer estimulo e variáveis educacionais, o processo de ensino e aprendizagem acontece de maneira leve, sem cobranças ficando por conta da própria criança (RÖHRS, 2010).
Logo o método de Montessori prima pela aprendizagem autônoma da criança. O professor é visto como um facilitador do desenvolvimento individual e coletivo dos alunos, por meio de observações e registros. Cabe ao educador fazer intervenções caso necessário mediante a um pedido ou sinalização de ajuda por parte da criança, além de ser peça fundamental na disponibilidade e organização dos corretos materiais para cada idade, preparação do ambiente e atividades (LILLARD, 2017).
A professora deve trazer não só a capacidade, mas o desejo de observar os fenômenos naturais. Em nosso sistema, ela deve se tornar uma influência passiva, muito mais do que ativa, e sua passividade deve ser composta por curiosidade cientifica ansiosa e respeito absoluto pelo fenômeno que deseja observar. A professora deve entender e sentir sua posição de observadora: a atividade deve se situar no fenômeno (LILLARD, 2017, p.72).
 
Mediante as suas observações Montessori desenvolveu uma nova filosofia no que tange a educação, essa filosofia veio enfatizar o potencial presente mas desconhecido da criança. Na proposta pedagógica de Montessori o conceito fundamental esbarra na necessidade de um ambiente apropriado e equilibrado para o despertar do interesse da criança, um local de vivencia e aprendizado. Na sala de aula Montessoriana o aluno tem a liberdade, o ambiente é minuciosamente pensado e elaborado para favorecer oportunidades aos menores no que diz respeito às suas próprias ações (RÖHRS, 2010).
Destarte, o ambiente educador passa a ser pensado como um campo exploratório preparado para a criança, que estimule a ponto de promover ganhos no processo de ensino e aprendizagem, de forma que o processo se torne satisfatório e prazeroso para a criança, no intuito de que ela estabeleça suas relações interpessoais e afim de desenvolver relações pertinentes entre o cotidiano escolar e o mundo (GAUTHIER; TARDIF, 2014).
Mediante a isto é possível ter o entendimento que tal método ainda nos dias atuais apresenta-se como útil no campo do ensino em sala de aula, principalmente quando consideramos a dinâmica por ele ofertada, fazendo as aulas cada vez mais dinâmicas e práticas, mais agradáveis e relevantes, favorecendo o ambiente adequado para que o estudante possa desenvolver suas potencialidades (RÖHRS, 2010).
Estudos, pesquisas e materiais que reflitam sobre o método montessoriano favorece na correta acolhida de crianças nos dias de hoje, pois mantem em seus princípios a organização e uso de espaços adequados para tais, com música, movimento, dinamismo e ludicidade. Entender que as crianças necessitam do seu espaço compreende mais que simplesmente destinar uma sala para elas, mas deixar aquele espaço pronto para ser explorado, tocado, desorganizado perante a visão adulta do ambiente, pois a partir da desconstrução os menores constroem ARANHA, 2016).
Montessori utilizou em suas bases metodológicas princípios científicos da psicologia, e com esses conhecimentos conseguiu desenvolver uma nova didática detalhadamente organizada e novos instrumentos de trabalho, que junto ao professor se tornam peças preciosas no desenvolvimento da autonomia infantil, assim como na busca do entendimento das peculiaridades e individualidades de cada criança, assim é possível compreender que a pedagogia Montessoriana estimula o desenvolvimento normal do indivíduo, e não incumbisse apenas em transmitir conhecimento (BRANCO, 2010).
2.2 Montessori e a Escola Nova
Montessori foi uma mulher à frente do seu tempo, pensamnetos modernos e revolucionários, sem preconceitos, que buscava mudança via estudo. Ao desenvolver seu método de ensino e aprendizagem foi e ainda mais inovadora e atual, ainda hoje tal feito é admirado e utilizado. Em seu método, Montessori deixa evidente que faz-se pertinente que a criança aprenda porde si mesma e utilize do autoconhecimento sempre que possível (ANTUNES, 2017).
A pedagogia de Montessori está inserida no movimento escolanovista e teve significativa importância e destaque para as séries iniciais, pois trata de uma vertente oposta aos métodos tradicionais que pouco valorizam as necessidades e os mecanismos próprios de evolução das crianças, mesmo sabendo o quão importantes são nessa faixa etária (BRANCO, 2010).
Assim o movimento escolanovista é uma corrente pedagógica com início marcado na metade do século XX, considerado um movimento renovador e mesmo polemico, uma vez que questionava o modelo pedagógico tradicional centrado na tradição, na cultura intelectual e abstrata, na autoridade, no esforço e na comparação. Para os reformistas, a educação deveria assumir-se como fator constituinte de um mundo moderno e democrático, em torno do progresso, da liberdade, da iniciativa, da autodisciplina, do interesse e da cooperação. As reformas nas instituições escolares visavam à retomada da unidade entre aprendizagem e educação, rompida a partir do início da era moderna, pela própria escolarização, e buscavam religar a educação à vida (ARANHA, 2016).
A perspectiva da escolanovista tinha sua crença na força que a escola detinha enquanto instituição capaz de resolver distorções expressas na sociedade. Porém a escola não vinha desempenhando seupapel com empenho e o problema residia no tipo tradicional proposto até então. Logo de maneira que o pensamento escolanovista foi construído sob à crítica feita a escola tradicional (SAVIANI, 2011).
[...] a Escola Nova, particularmente no Brasil, assumiu um significado muito distante do que adquiriu em todos os demais países em que emergiu. Aglutinou não apenas uma bandeira educacional, mas um investimento político: a renovação do sistema público. Aqui é preciso destacar que o Brasil foi o único país do mundo ocidental em que a Escola Nova tornou-se um investimento de Estado. Em todas as demais nações, os princípios da Escola Nova eram abraçados por grupos de educadores que criavam instituições específicas. Na Argentina, por exemplo, as irmãs Cossettini criaram a Escola Serena. No Brasil, entretanto, a Escola Nova constituiu-se em elemento aglutinador de reformas do aparelho escolar municipal ou estadual nas várias regiões, reformas estas implementadas pelas Diretorias de Instrução Pública (antecessoras das Secretarias de Educação) (VIDAL, 2013, p. 582).
O movimento escolanovista desejava assim reaver a vocação da escola na sociedade industrializada e democrática mas para tanto necessitava reformular o ensino. Tal reformulação da escola foi associada à valorização da atividade ou experiência em sua prática cotidiana, traz o despertar de uma educação para vida, pautada em vislumbrar novos horizontes (RÖHRS, 2010).
Para os escolanovistas é necessário valorizar o processo de educação autônoma, exercícios que despertem a interação, motricidade, percepção, além das relações interpessoais dos alunos com a comunidade escolar. A Escola Nova se constitui então pela transcendência do modelo tradicional para o modelo mais didático que em nada remete ao anterior (BRANCO, 2010).
Assim é possível entender a diferença entre o ensino tradicional e o movimento da Escola Nova que visava ir ao encontro as necessidades de expansão mediante ao processo de industrialização, à urbanização e ao entendimento das novas necessidades sociais. A Escola Nova no Brasil surgiu fortemente vinculada à necessidade de expandir o ensino elementar, de superar a escola tradicional frente ao mundo moderno (SANTOS, 2010).
Um grupo relativamente extenso de intelectuais se intitularam renovadores e mediante a suas posturas passaram a delinear um novo olhar sobre a função da escola, criança e inserção perante a sociedade, pois era entendido que a educação oferecida não poderia e nem deveria estar leiga as problemáticas no tocante social. Diante disto era contrariada a escola tradicional, com isso foi proposto o modelo da Escola Nova, com foco na renovação no qual fomentava maior carga de liberdade, com uma metodologia pautada na chamada educação comum e acessível, vislumbrava que a educação alcançasse a massa independente da ordem social ou cultural (MARAFON, 2012).
A Escola Nova organizou-se como escolas experimentais ou mesmo em núcleos destinados a pequenos grupos de classe alta. Entretanto, esse modelo de escola nova difundido pelos educadores acabou gerando certas consequências para as redes escolares que por sua vez tinham sua organização ainda na forma tradicional. Tais consequências foram em grande parte negativas, o que provocou, afrouxamento da disciplina e a despreocupação com a forma de transmitir conhecimentos, rebaixou o nível do ensino destinado às camadas populares. Mesmo com o explicitado, a Escola Nova não se deteve em aprimorar a qualidade do ensino destinado para as elites (ARANHA, 2016).
Logo este movimento foi tido como um acontecimento de renovação da pedagogia, correntes biológicas, sociológicas e psicológicas, provocando uma série de mudanças no país e alguns estados teve destaque pelo engajamento e aceitação, que foi posteriormente sendo aos poucos traduzido em políticas públicas e em novas práticas pedagógicas. No entanto, esse tipo de escola proposta não conseguiu alterar de maneira significativa o panorama organizacional de sistemas escolares, entre outros fatores, estava relacionado aos altos custos para seu desenvolvimento quando comparados a escola tradicional (FONTENELE; SILVA, 2012).
A pedagogia Montessoriana tem seu embasamento nos princípios escolanovistas com o intuito de harmonizar a interação de forças físicas e espirituais, corpo, inteligência e vontade por meio de uma educação no víeis da vontade e da atenção, partindo do pressuposto que a criança é totalmente livre para escolher o material que deseja utilizar no ambiente de aprendizado, considerando que este irá proporcionar a autonomia e a fluidez do aprendizado. Para isto ocorra, existem alguns princípios fundamentais como a atividade, liberdade e individualidade com ênfase, para Montessori, seria função da educação estimular desenvolvimento, com uso de estímulos externos. Conforme Aranha (2016, p. 264): 
A pedagogia Montessoriana dá destaque ao ambiente, adequando-o ao tamanho das crianças (mesas, estantes, quadros, banheiros etc.). O rico e abundante material didático acha-se voltado para a estimulação sensório motora: cores, formas, sons, qualidade táteis, dimensões, experiências térmicas, sensações musculares, movimentos, ginástica rítmica com a clara intenção de alcançar maior domínio do corpo e percepção das coisas. 
Montessori acreditava que o meio influenciava diretamente no quesito aprendizado da criança. Ao colocar sua teoria em prática, realizou o que sempre desejou transforma a sala de aula em um “laboratório”, onde as experimentações sensoriais eram muito bem vindas”. Este ambiente preparado e muito pensado, foi chamado de Casa dei Bambini ou Casa das Crianças, traduzindo para a língua portuguesa. Na Casa dei Bambini fornecia total estimulo por meio de materiais científicos especialmente desenvolvidos para exploração do potencial e aprendizado infantil, lá o sonho de Montessori era cada vez mais real ao verificar o quão livres e exploradoras as crianças se mostravam com o uso de seu método (SASSÁ, 2010).
Para Montessori, a atenção da consciência é instigada com o uso das mãos, pois a criança, tende a utilizar as mãos em todas suas iniciativas de descobrir o que há ao seu redor, mesmo que de maneira inconsciente porém as tentativas de palpar o entorno passam a ganhar consciência a partir de movimentos mais e mais firmes no intuito de desenvolver suas habilidades, que tendem a progredir ao longo do percurso, no qual trabalha na mão e mente (BARROS, 2020).
2.3 Repercussão da pedagogia Montessoriana no Brasil
No que diz respeito a repercussão da pedagogia desenvolvida por Maria Montessori no Brasil, não existem muitos materiais que tratam da chegada e concretização de fato dos princípios montessorianos no país. Mas, a partir do panorama escolar é possível perceber seus princípios no Brasil em meio ao movimento da Escola Nova (SASSÁ, 2010).
 O Movimento Montessoriano está inserido no movimento Escola Nova. A escola nova foi considerada um movimento realizado com o objetivo de sanar problemas ligados ao modelo de escola tradicional. Ao longo da história é possível observar que não existem dados exatos do período em que o método foi implementado no Brasil pela primeira vez, sabe-se que o mesmo passou a ser inserido paulatinamente, mediante a difusão de suas ideias no Brasil (FONTENELE; SILVA, 2012).
O livro pedagogia científica, uma das principais obras de Maria Montessori foi publicado no Brasil em 1924, sendo uma das fontes clássicas de difusão das ideias montessorianas. A primeira escola com princípios montessorianos no Brasil foi a Escola Regional de Meriti, fundada da década de 1920.Na década de 1970 surgiram muitas Escolas Montessorianas em diferentes Estados do Brasil. A Associação Brasileira de Educação Montessori (ABEM), do Rio de janeiro e a Associação Montessori do Brasil (AMB), de São Paulo, fomentaram inúmeros congressos e cursos sobre o assunto, que fez expandir o método significativamente (BARROS, 2020).
O ano de 2001 consagrou o sucesso da Organização Montessori do Brasil com a realização da I Conferência Latino-Americana,que contou com a presença de inúmeros palestrantes internacionais (FONTENELE; SILVA, 2012).
Em 2005 teve iniciou-se o Curso de Formação Montessoriana, promovido pela OMB em parceria com o Seton Montessori Institute, com a participação de educadores brasileiros. É perceptível um aspecto diferente na divulgação do método Montessoriano no Brasil em comparação com a experiência na Itália. A educação proposta por Montessori destinava-se, inicialmente, a atender as crianças de classes sociais mais baixas (COSTA, 2011).
O Método Montessoriano necessita de material específico e de formação de professores para serem aplicados e espaços apropriados para desenvolver as atividades propostas. Com essas condições, ao contrário da Itália, sendo destinadas as classes mais baixas, inseriu-se no Brasil quase que somente nas escolas privadas destinadas as classes mais favorecidas (KRAMER, 2011).
Hoje, no Brasil, o Movimento Montessori encontra-se mais acessível e de mais fácil aplicabilidade, além do fácil acesso a informações por meio de Grupos Montessori, páginas escolares e centros de formação e preparação profissional. As escolas Montessorianas existentes no Brasil, são de iniciativa privada e contam com todo o aparato proposto pelo método (BARROS, 2020).
3 CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DA CRIANÇA
3.1 Importância do desenvolvimento da autonomia infantil
O presente capítulo tem por objetivo apresentar os pormenores do que tange a atenção, importância da autonomia da criança, abordando os mecanismos que o favorecem.
Parece difícil pensar o desenvolvimento da autonomia na educação infantil, mas estudos nas últimas décadas tem considerado que desde muito cedo, ainda na infância, as crianças são direcionadas a um sistema de educação oprimida apenas fixada no repasse de conteúdo, portanto considera-se fundamental iniciar o processo de autonomia ainda na infância (KRAMER, 2011).
Ao considerar a autonomia como um dos principais objetivos da educação, cabe entender que a concepção dos educadores ganha importância central, uma vez que interfere diretamente na aplicação de sua prática pedagógica. Ainda existem profissionais da educação, licenciados que possuem um conhecimento restrito sobre autonomia infantil e sua relevância e significado para o meio educacional infantil. Contudo, a educação infantil tende ainda a valorizar dentro do ambiente escolar algumas ações autônomas mas dificilmente faz da autonomia um pilar único para o desenvolvimento da criança. O significado de autonomia faz cada vez mais importante ser apreendido de forma correta e mais que isso aplicado, afim de minimizar o uso de de práticas pedagógicas equivocadas (FREITAS, 2012).
A autonomia, quando observado do ponto de vista de estudiosos da área é capaz de libertar as crianças de padrões tradicionais e ultrapassados impostas por conservadores. A valorização da autonomia é um movimento que foi sendo construído no decorrer do tempo e tem ligação direta a fase inicial de amadurecimento, pela qual a criança, passa a descobrir caminhos e soluções para determinadas ações do seu dia-a-dia, por exemplo: fazer sua higiene, calçar sapatos, alimentar-se sozinho, etc. orientar os pequenos desperta incentivo em ações simples para os adultos mas complexas para as crianças, a ajuda é bem aceita, mas deve-se manter um distanciamento quando necessário e propiciar a prática individual do menor (KRAMER, 2011).
Na Educação Infantil, todavia, a especificidade da criança bem pequena, que necessita do professor até adquirir autonomia para cuidar de si, expõe de forma mais evidente a relação indissociável do educar e cuidar nesse contexto (BRASIL, DCNEI, 2011, p. 89).
A criança é um indivíduo que precisa ser respeitado de maneira integral, ao desenvolver suas atividades, a criança se abre para desenvolver sua personalidade, conhecimentos, afetividade, cultura, de forma integrada. Nessa perspectiva, “a escola, deve entender que a criança deve ser centro do planejamento curricular...” (BRASIL, DCNEI, 2011, p. 86).
Na criança pode ser estimula de diversas maneiras, seja a partir de atividades que venham possibilitar experienciais, tomada de iniciativa e decisões, colocar a criança no centro do processo de aprendizagem e favorecer mecanismos e situações que o faça perceber a realidade do entorno, explorar a infinidade de instrumentos no ambiente que está inserido, enfim, tudo isto pode favorecer o ganho de autonomia a ela entender a sua realidade por meio das experiências. As crianças precisam se descobrir ativas na construção da sua história, mostrando-se capazes de agir, decidir, transformar, criar e recriar (FREIRE, 2014).
Maneiras autoritárias de lidar com o aluno, podem inibir a autonomia da criança, privar seu direito à liberdade de raciocinar frente a problemas e agir no mundo de maneira única, privações e coações não devem ser reforçadas pelo professor, sua preocupação deve estar voltada para a liberdade do educando (LARROSA, 2012).
O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que “ele se ponha em seu lugar” ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites a liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência. É neste sentido que o professor autoritário que, por isso mesmo, afoga a liberdade do educando, amesquinhando o seu direito de estar sendo curioso e inquieto, tanto quanto o professor licencioso, rompe com a radicalidade do ser humano – a de sua inconclusão assumida em que se enraíza a eticidade (FREIRE, 2015, p. 58-59).
Diante do exposto, pode-se perceber a importância dos sentidos pessoais e a maneira na qual a criança consegue mostrar sua autonomia perante o professor, a construção da autonomia, constitui um viés capaz de despertar desde muito cedo a visão de mundo assim como a perspicácia no individuo de forma democrática. Deve-se ter em mente que a criança necessita de um facilitador de tais descobertas, cabe que o processo ocorra a partir dos conhecimentos do educando e do melhor método capaz de despertar tal ganho de autonomia no aluno (LANCILLOTE, 2011).
É de extrema necessidade a intervenção e compreensão do adulto como agente potencializador do processo autônomo adquirido pela criança, este por sua vez deve propiciar um ambiente agradável, sem excessos, cobranças, onde ela possa desenvolver suas potencialidades a cada dia naturalmente no seu tempo, embora recebam estímulos (FERRARI, 2019).
A educação infantil diante de tal contexto tem o papel de formar uma criança com foco em diversos aspectos cognitivo, emocional, social, físico e ainda moral. Mas para que isto ocorra, existe a necessidade que as crianças sejam formadas de maneira integral, a Educação Infantil deve se caracterizar por ser “um ambiente propiciador de segurança física e psicológica de tais, que lhes assegurem oportunidades de exploração e de construção de sentidos pessoais que as deixem livres para perceber o mundo sob sua ótica como sujeito” (MARAFON, 2012, p. 132). 
Para que a autonomia da criança seja construída é de extrema necessidade que suas experiências sejam respeitadas e atreladas aos conteúdos, pois educar para autonomia exige respeito à realidade e necessidade dos alunos, se faz preciso estabelecer relação dessa realidade com conteúdos a serem abordados (FREIRE, 2014).
A Educação Infantil como fomentadora de autonomia “fundamenta-se na compreensão da necessidade da criança apropriar-se e construir uma visão sobre o mundo, sobre si mesma, desenvolvendo suas potencialidades para compreender e interferir na realidade” (MARAFON, 2012, p. 129).
De acordo com Paulo Freire (2015), a autonomia na se adquire de um dia para o outro e, ninguém se torna autônomo sozinho, mas, porintermédio de educadores que ofertam experiências e estímulos de fazer escolhas e tomar decisões.
Nessa perspectiva, deve ser levado em conta que favorecer situações que propiciem liberdade e autonomia sobre suas descobertas favorece que a criança entenda a si mesma e a sua realidade e constituindo-se sujeito ativo, cabendo ao professor o papel de mediador nesse processo (PINTO, 2015).
Portanto, cabe entender que cada criança é um ser único e tem assim a necessidade de ser entendida de forma particular, sem comparações ou mesmo imposições por parte do educando, todas as atividades a serem realizadas devem ser tidas respeitando a vontade em executar ou realizar a mesma, o tempo, sem coação, para que se expressem da forma que acharem melhor para elas e possibilitando diferentes visões e formas de execução da tarefa (SAVIANI, 2011).
Quando se trata de crianças em construção de autonomia é necessário vislumbrar que a mesma desenvolve melhor por mecanismos de interações, considerando que é a partir dessas que as crianças compreendem melhor o mundo e são capazes de construir conhecimentos pertinentes a sua realidade e do entorno. Pois, “a aprendizagem é um processo que vai do social para o individual, ou seja, a criança internaliza a relação com as pessoas, com os objetos, enfim, com todo o seu entorno” (MARAFON, 2012, p. 136).
A autonomia é considerada parte do cotidiano e portanto as crianças necessitam dela para desenvolver como sujeito das relações, ganhando responsabilidades, ações da criança se tornam responsáveis, criticas, maduras. Ainda, proporciona a consciência corporal e social a cada criança de modo particular (LARROSA, 2012).
O processo de autonomia logo deve acontecer de maneira integrada, mas para tanto se faz necessário que exista afinco do professor no desenvolvimento de metodologias e processos que direcionem a autonomia, assim como um ambiente escolar pensado para as crianças e suas descobertas. É de extrema importância que elas se sintam capazes de realizar tarefas da vida diária, dentro de suas possibilidades. A escola e o professor, devem respeitar o aluno, considerar cada um com suas particularidades e seu tempo de aprendizado (LANCILLOTE, 2011).
3.2 Montessori e a autonomia infantil
A pedagogia Montessoriana vê na criança de hoje o adulto de amanhã e nessa perspectiva o método pedagógico é voltado para a humanização, autonomia em atividades, de forma que haja o desenvolvimento e aprendizagem saudável. De acordo com Wajskop (2011), Maria Montessori a partir da observação de crianças se empenhou no desenvolvimento de seu método, assim ela elaborou uma pedagogia científica que apontava para a ludicidade, uso de materiais simples e brincadeiras, e tais faziam parte do processo de aprendizado no espaço educacional (GODOY, 2013).
Com base nos entendimentos filosóficos e metodológicos que estabelecem e orientam o Sistema Montessori de Educação, a criança é levada à para conhecer o passado, mas este será sempre confrontado com o presente para que ela por si só se encontre no tempo e entenda o espaço, compreendendo sua cultura e criando meios de encarar um futuro até certo ponto previsível. Ambos, método Montessori e ensino de história propõem que os alunos, gradativamente, poderão ampliar a compreensão de sua realidade, especialmente confrontando-a e relacionando-a com outras realidades históricas, podendo assim fazer suas escolhas e estabelecer critérios para orientar suas ações (LARROSA, 2012).
A criança não é um ser incapaz, frágil e dependente absoluto da atenção do adulto para dirigir sua atividade. Ao contrário, a criança que surge da observação e da teoria que a vê como um ser histórico-cultural é, desde muito pequena, capaz de explorar os espaços e os objetos que encontra ao seu redor, de estabelecer relações com as pessoas, de elaborar explicações sobre os fatos e fenômenos que vivencia (WAJSKOP, 2011, p. 66)
Os primeiros anos da criança consiste em uma fase de descobertas, uma etapa de descobertas, as primeiras evoluções, fala, marcha e o reconhecimento do que está ao seu redor, assim como daquelas pessoas de sua convivência. É neste momento que passa a se desenvolver a formação de sua personalidade (ALBURQUERQUE, 2016).
Montessori (1949) diz que:
“A criança deve ter uma função especial que não consiste apenas em passar de seu pequeno porte para o de adulto. Ela não possui “de nascença” todos os atributos do adulto, que teriam apenas que se desenvolver e fortificar para atingir a maturidade. De fato se ela já possuísse no nascimento características fixas, como no caso das demais espécies, o homem não poderia adaptar-se a viver em climas tão variados, nem adotar comportamentos tão diferentes, nem fazer evoluir as formas de sua vida social, nem realizar trabalhos tão diversos” (MONTESSORI, 1949, p. 70). 
Maria Montessori afirmava que as crianças aprendem de maneira efetiva, quando são constituídas autoras de suas descobertas. As suas descobertas fazem mais sentido quando por suas mãos, por meio de interações e vivencias com outras crianças e objetos pensados para elas assimilando e despertando sua autonomia. Para que a autonomia seja alcançada existe a necessidade de tornar as crianças protagonistas de suas vidas, desde muito cedo já imputando responsabilidades (BRANDÃO, 2014).
Quando falamos em autonomia, Montessori deixa claro que o ensino tradicional, de repasse de conteúdo não é tão eficiente frente a criança, pois não trabalha com o despertar de interesse na criança e isso pode impedir que a mesma se desenvolva de forma independente e se retraia frente as situações, o que deve acontecer é prezar pelo individual e então partir para o grupo e assim propor fontes de conhecimentos que possam despertar o interesse que há em cada um, de acordo com sua personalidade. O que for transmitido ao aluno no que tange a conteúdo deve despertar nos alunos o interesse em aprender, não deve ser uma mera obrigação imposta, deve prender a atenção e fomentar estímulos (STEPHENSON, 2016).
Como ressaltado anteriormente a criança, desde a primeira infância, necessita de incentivos que a estimule crescer e desenvolver seu potencial. A metodologia Montessoriana dissemina uma pedagogia, onde tem o educador como peça fundamental para o desenvolvimento infantil porém este não deve interferir diretamente no aprendizado. As pré-escolas, tem adotado uma gama de materiais onde permitem que as crianças desenvolvam de forma didática suas habilidades cognitivas, motoras e intelectuais, tornando-as produtoras de suas atitudes, desfrutando de um espaço produtivo e com grande potencial (BRANDÃO, 2014).
Esse tipo de dinâmica metodológica permite à criança inúmeras evoluções. Quando o período da infância é fortemente estimulado, interfere positivamente na vida adulta, e ainda na infância se o trabalho e uso do método for inserido de forma correta irá suscitar em resultados eficientes. Mas ainda é possível observar que escolas, creches ainda sentem certas dificuldades na aplicação do método, ainda é custoso sair do modelo conteudista e partir para um modelo tão livre e autônomo (MARAFON, 2012).
4 PEDAGOGIA MONTESSSORIANA 
4.1 Pedagogia Montessoriana no contexto educacional infantil
Abordaremos neste capítulo uma reflexão acerca da relação entre a pedagogia montessoriana e a educação infantil, aqui serão abordados autores e conceitos que auxilio no entendimento deste processo. Serão traçados delineamentos sobre a influência do método frente ao desenvolvimento autônomo das crianças, assim como faremos uma reflexão acerca do ambiente e facilitadores sobre no que tange ao ensino-aprendizagem.
A proposta educacional desenvolvida por Montessori a nível Infantil foi pautada na educação através dos sentidos, Maria Montessori considerou que “a educação dos sentidos tinha enorme importância pedagógica, base tida como necessária para o pleno desenvolvimento do indivíduo, onde se edificaria sua adaptação social” (LANCILLOTI, 2011, p. 167).
O método Montessori constitui-se como sendo uma outra linha da educaçãoque tem como peça-chave fundamental a criança enquanto aluno, nesse sentido existe a necessidade da correta abordagem e desenvolvimento de um projeto político pedagógico que atenda o panorama proposto por ela. Assim como a autopreparação do professor, que exercerá o papel de mediador para tanto deve, organizar o ambiente, atividades e materiais, que serão trabalhados durante um determinado período estipulado pelo interesse da criança (BRANDÃO, 2014).
O projeto político pedagógico (PPP) serve como sustentação para a abordagem e delineador do caminho a ser percorrido metodologicamente, a criança como centro, o ambiente e os materiais se caracterizam como suporte de conhecimento para a professora. No PPP é necessário abordar os interesses, aquilo que atrai e suscita instintos na criança, descobrindo o que a move em direção a descobertas. Deste modo, compreende-se que a pedagogia Montessoriana tem como um de seus objetivos, auxiliar o desenvolvimento normal da criança, e não somente a transmissão técnica de conhecimento como ocorre no ensino tradicional (PINTO, 2015).
Contudo, para chegar a esse objetivo, Lancilloti (2011) afirma que a adaptação do ambiente às necessidades e à personalidade dos alunos é de extrema relevância para a obtenção de uma aprendizagem de qualidade, sendo que no ambiente devem ter móveis e objetos simples, práticos e atraentes, que sejam direcionados plenamente à atividade infantil onde os ensinamentos do adulto sejam reduzidos ao mínimo. 
Essa é a nova educação que Maria Montessori propõe, uma educação de descoberta da criança havendo uma libertação. Isso necessita acontecer devido ao problema do auxílio que se deve proporcionar a criança, por isso, é preciso incentivar a criança a ser independente.
Um dos pilares da pedagogia Montessoriana é a autoeducação: a criança é livre para escolher as suas atividades conforme suas necessidades (de desenvolvimento) e, assim, educar-se a si mesma na prática das atividades. O que não quer dizer que seja um processo anárquico e desordenado, já que o educador continuará presente, mas será ele o ser passivo frente à atividade desenvolta de seu aluno (ROSSI, 2015. p. 03). 
 
Nesse sentindo, podemos compreender que o objetivo da educação de Montessori, é despertar uma educação para a vida, focando na autonomia como um mecanismo primordial para o desenvolvimento humano, onde a criança tem total capacidade de aprender por si só, desde que existam condições necessárias (FERRARI, 2019).
A partir de experiência com crianças com problema de saúde mental Montessori ganhou destaque e seu método foi também aplicado a outras crianças, com a utilização de jogos, um dos meios mais eficazes para aquisição de aprendizagem (ALBURQUERQUE, 2016).
 
[...] o trabalho com jogos em sala de aula também oferece aos alunos desafios genuínos, que vão além do âmbito cognitivo, relacionado diretamente ao dito “conteúdo escolar”, gerando interesse e prazer. As crianças, ao depararem com as regras do jogo percebem uma dinâmica grupal, solidária e com finalidades direcionadas (GODOY, 2013 p. 5).
 
Godoy (2013) afirma que no sistema Montessori, a criança ganha muitas oportunidades de experiências e descobertas únicas por seus méritos. E através dele a criança encontra prazer em suas pesquisas e tarefas, uma vez que o método ativa as energias vitais da criança, de maneira que ela expresse suas habilidades, por materiais usados de maneira diversificada.
Nesse sentido, o aprender se torna mais prazeroso, não existido uma linha tênue entre horário de aula e hora do recreio, porque não se faz distinção entre o lazer e a atividade didática. As aula não se sustentam em um livro, ela tem o movimento da criança partir do concreto, do que ela domina para a partir de então construir o seu conhecimento diante do mundo que a cerca, o aprendizado começa da hora que a criança entra na escola até a hora de ir embora (FERRARI, 2019).
Maria Montessori, não gostava em nada das salas de aula tradicionais, pois verificava que as crianças eram podadas, tinham suas características naturais limitadas, não desabrochavam como deveriam. Na sala de aula Montessoriana consegue rapidamente verificar um ambiente livre, crianças espalhadas, sozinhas ou em pequenos grupos, concentradas nos exercícios (VILELA, 2014).
Neste contexto percebe-se como principal foco da educação, o estudante e não mais o professor como a Pedagogia Tradicional priorizava. “.. Ao posicionar-se pela atividade da criança, Maria Montessori comunga do ideal da Escola Nova que critica a passividade do aluno da Escola Tradicional e pugna por métodos ativo de aprendizagem” (GODOY, 2013 p. 5).
 O professor deve estar apto para explorar e buscar meios para constante atualização, que propiciem o enriquecimento e renovação dos conhecimentos já adquiridos, mobilizando diversos saberes e uma forma reflexiva de desenvolver a prática docente. É muito marcante o que o professor faz do que o que ele diz sendo necessário haver coerência de discurso e de ação da equipe de professores na escola. “Em referência a pedagogia Montessoriana, faz-se necessário uma formação específica de professores para atuarem metodologicamente ao que a pesquisadora italiana propõe” (ROSSI, 2015. p. 03). 
Diante do contexto apresentado, “ao propor um método educativo em destituir o papel principal do professor e designar o estudante como foco principal da educação, tornou o conceito de aprender de Montessori inovador à sua época” (VILELA, 2014. p. 04).
O conjunto de teorias, práticas e materiais compõem o método Montessori apresentando em sua vertente a possibilidade de viabilizar a criança sua verdadeira natureza enquanto indivíduo, para que dessa forma seja devidamente observada, compreendida, e para que o processo educação se desenvolva tendo por base na evolução da criança, e não o contrário. O que é paradoxal, por exemplo, ao método tradicional, que o material didático vem imposto, as metodologias utilizadas pelos professores, desenrolam-se numa codificação de conteúdo, deixando o aluno travado no seu processo de desenvolvimento e sem saber identificar qual o seu potencial construtivo, partindo de pressupostos muito abstratos (ROSSI, 2015).
É importante aqui destacar que Montessori lutou incesantemente contra a ideia de que criança na primeira infância vive em um mundo desorganizado, paralelo ao real, que necessitaria de auxílio para todas as funções, como na grande maioria das vezes acontece nos ensinos tradicionais se, Montessori concebe que a criança precisa ganhar independência frente as desordens e então organizar-se. Para ela, as crianças, ama a rotina, ordem por estar relacionada a natureza das leis organizativas, e essa subjetividade tem que ser respeitada, para não gerar na criança um conflito interno, este por sua vez seria responsável pela desordem, preguiça, violência, dentre outros (VILELA, 2014).
Podemos falar que há dez princípios pedagógicos básicos de Montessori como:
1. Colaboração entre os pares: é interessante que a criança trabalhe em dupla, pois isto favorece a troca de experiências e auxilio para tarefas, um aprende com o outro.
2. Crianças movidas por interesse próprios e inclinações individuais: a criança fica livre para escolher a atividade e material que mais despertar o interesse dela.
3. Confiança no caráter social de interesse humano e ativo: é necessário confiar no papel da criança no mundo. 
4. Aprendizagem através dos sentidos: todos os sentidos são válidos e trabalhados na aprendizagem da criança. 
5. Atividade estimulante, adequada para a capacidade da criança: a atividade deve ser prazerosa e estar dentro da capacidade da criança, mediante sua faixa etária.
6. Ausência de prêmios e castigos: o interesse pelos materiais deve ocorrer naturalmente sem chantagens de qualquer tipo.
7. Liberdade de escolha e liberdade de exercício: a criança deve ter sua concentração livre para ser melhor e rapidamente desenvolvida.
8. “Ajuda-me a fazer isso sozinho”: respeitar a independência do pequeno, mas manter-se por perto como mediador.9. Ambiente rico em materiais e adequado para as crianças: os materiais precisam ser atrativos, diferentes.
10. Concentração individual: cada criança se concentra no que lhe interessa.
Esses princípios pedagógicos de Montessori resumem características importantes sobre o seu método. Nesse sentido, Ferrari (2019, p.09) acrescenta dizendo que Montessori ao defender o respeito e as necessidades de cada criança, de acordo com o desenvolvimento a partir da sua faixa etária, não contraria a natureza humana e, por isso, é mais eficiente do que os tradicionais. Os pequenos conduzem o próprio aprendizado e ao adulto cabe acompanhar o processo e detectar o modo particular de cada um manifestar seu potencial.
4.2 O “Professor Montessoriano” como facilitador da autonomia 
Na perspectiva educacional do método tradicional o olhar principal é na resolução de exercícios e na memorização de fórmulas e conceitos. A relação entre professor e aluno é marcada pelo autoritarismo, e somente o professor possui o conhecimento para ensinar, a função do aluno é receber o conhecimento transmitido pelo professor. É uma educação voltada para resultados quantitativos, sendo o professor o centro do processo de aprendizagem. A criança nesse método não é reconhecida em sua individualidade de rimo de aprendizagem (POLLARD, 2012).
Na pedagogia Montessoriana invertem-se, pois, os papeis entre o adulto e a criança na sociedade e na escola tradicional, a ponto de ser acusada de utópica ou no mínimo de exagerada quando pretende “o mestre sem cátedra, sem autoridade e quase sem ensino e a criança transformada em centro de atividade, aprendendo sozinha, escolhendo livremente as suas ocupações e os seus movimentos” (GODOY, 2013 p. 12).
A atribuição dada ao educador no Método Montessoriano pode ser considerada complexa e apresenta um certo nível de exigência e rigor. O professor precisa conhecer-se e conhecer a criança em sua formação, pois nessa metodologia a criança é o foco do processo de aprendizagem sendo assim o educador dedica-se em manter uma relação próxima de colaboração com o aluno, tornando um facilitador para o processo evolutivo individual e coletivo da criança (ALBURQUERQUE, 2016).
O primeiro passo a ser dado pelo professor Montessoriano é a autopreparação, mantendo viva sua imaginação acreditando que a criança se revelará através do trabalho que a atraia. A finalidade do professor Montessoriano é guiar a criança para o caminho da disciplina. A disciplina ocorre quando a criança concentra sua atenção no objeto que a atrai e permite não só exercícios, mas também, a verificação do erro (ROSSI, 2015).
Oliveira e Bortoloti (2012) enfatizam a expressão “Professor Montessoriano” definido este como um observador nato que faz seu papel de educar, mas que também estuda, indaga, respeita, educa pelo exemplo, é sereno, capaz de controlar situações e a seus impulsos em interferir no processo de descoberta das crianças, a partir disso o aluno sentindo-se livre fica confortável para descobrir de forma independente o mundo, assim a real capacidade no que diz respeito ao desenvolvimento é favorecido pela independência; gerando respeito a si e aos demais, desenvolvendo a sua visão, desenvolvendo o gosto pela ordem, organização. Desta maneira, o professor é caracterizado como um mediador que atua no desenvolvimento educacional, social e cultural. 
Deixar a criança livre no seu processo de construção faz do professor um mediador, mais que isso, faz dele um personagem importante para o desdobramento do aprendizado. Depois, que a criança está pressa com sua concentração em um objeto a professora deve preparar a sala de aula transformando-a em um ambiente que satisfaça as necessidades da criança, ultrapassando obstáculos, que possam criar impedimento no caminho da criança. A professora não deve interromper a criança no seu esforço, pois é através dele que a criança se sentirá segura e não a procurará mais, ou não com tanta insistência a aprovação da autoridade (POLLARD, 2012).
“O feliz dever da professora é mostrar o caminho para a perfeição, fornecendo os meios e removendo os obstáculos começando por aquele que ela mesma pode opor: porque a professora pode se transformar num obstáculo imenso” (MONTESSORI, 1949, p. 284).
Assim sendo o professor precisa compreender que o material a ser utilizado e adotado de acordo o método Montessoriano dever servir como instrumento para a educação, sendo apenas um elemento de ligação entre a criança e o currículo. 
O objetivo não está no material nem no currículo, mas sim na criança como pessoa, desenvolvendo as suas potencialidades, a sua linguagem. No cotidiano, o adulto costuma facilitar as coisas para as crianças - quando não faz as coisas por ela. Para o Método Montessori o material é um elemento que carrega uma proposta: a reflexão. Acriança tem que pensar para usá-lo, para conquistá-lo. (ALMEIDA, 2013, p. 11) 
No ensino tradicional o papel da escola é o de promover uma formação moral e intelectual, lapidando o aluno para a convivência social, tendo como objetivo a conservação da sociedade em seu estado atual (status quo). O conteúdo de ensino é aquele que foi ao longo do tempo acumulado e que são passados como verdades absolutas, sem chance de questionamentos ou levantamentos de dúvidas em relação a sua veracidade. Nessa concepção não está presente a consideração sobre os conhecimentos prévios do aluno, apenas o que está no currículo, sem interferências ou ‘perdas de tempo’. A Metodologia de ensino é a exposição verbal por parte do professor e a preparação do aluno, o foco principal é na resolução de exercícios e na memorização de fórmulas e conceitos (ROSSI, 2015).
 A relação professor-aluno é marcada pelo autoritarismo do professor diante do aluno. Somente o professor possui conhecimento para ensinar, o papel do aluno é o de receber o conhecimento transmitido pelo professor. Os Pressupostos da aprendizagem são fundamentados na receptividade dos conteúdos e na mecanização de sua recepção. A avaliação também é mecânica e ocorrem por meio de resolução de tarefas enviadas para casa, provas arguitivas e escritas (POLLARD, 2012).
Os educadores das escolas tradicionais se referem à liberdade oferecida no Sistema Montessori, como uma reação negativa, causando desordem, quebra de autoridade. Mas para Montessori a liberdade dependia de um desenvolvimento prévio da independência e disciplina (ALBURQUERQUE, 2016).
O professor desempenha o papel de auxiliador para os alunos, ajudando-os e estimulando-os, fazendo com que sozinhos desenvolvam seus próprios pensamentos, conclusões e competências. Além de desenvolver o papel de observador, o professor trabalha como preparador e comunicador do ambiente para criança, planejando o ambiente com o cuidado que ele requer. É dever do professor estar atento ao ambiente fazendo sua influência indireta, sendo responsável pela atmosfera da sala de aula, arrumando os materiais e programando as atividades (POLLARD, 2012).
 Segundo Montessori:
 Liberdade e disciplina se equilibravam, e o princípio fundamental era que não podia ser conquistada sem a outra. Considerada sob este ângulo, a disciplina era imposta do exterior, era antes um desafio a ultrapassar para se tornar digno da liberdade. Montessori escrevia a respeito disso: “Nós chamamos de disciplinado o indivíduo que é senhor de si mesmo ou seguir uma regra de vida (RÖHRS, 2010, p.19).
O método Montessori tem seu destaque na atuação do professor e de sua mínima intervenção para ajudar o aluno a extenuar suas habilidades, pois esse é um dos meios mais eficazes para perceber a capacidade do aluno, o desenvolvimento da aprendizagem e assim, garantir uma qualidade de ensino que abrange as diversas áreas da aprendizagem. A pedagogia Montessoriana defini o papel do professor, a partir da observação às crianças, como o organizador do ambiente, aquele que facilita as atividades (ROSSI, 2015).
A função atribuída ao professor no Método Montessoriano é bastante complexa e apresenta um nível de exigência e rigor específicos.O professor precisa em sua formação conhecer-se e conhecer a criança. Além antes de qualquer formação especifica requer algumas características metodológicas, ter prazer pela investigação, ser curioso pela descoberta e estar em contínuo aperfeiçoamento, desta maneira incentivara a curiosidade e o processo de auto-educação da criança, respeitando o desenvolvimento de cada uma (LARROSA, 2012).
Para conceituar-se como professor Montessoriano, o mesmo deve pautar sua prática por princípios de autoeducação, educação cósmica, educação como ciência, do ambiente e do adulto preparado. O autoconhecimento como desenvolvimento pessoal do educador, significa tornar-se mais consciente de si mesmo, de suas reações, crenças e de seus pensamentos e sentimentos. O desenvolvimento da criança também depende do desenvolvimento pessoal do educador. Um professor não preparado pode tanto impedir como não conduzir, uma criança para o desenvolvimento de seus objetivos, causando nela dispersões e equívocos (ALBURQUERQUE, 2016).
Associando a isso a organização e apresentação do material, de maneira objetiva, auxiliando a criança de modo natural, respeitando suas preferências e escolhas, sem impor direcionamento. O professor comporta-se com a postura de um cientista, apresentando os princípios e deixando a criança interagir com material e com o ambiente de acordo com as suas percepções e interferindo o mínimo possível. É também incumbência do professor Montessoriano apresentar a criança à sala de aula e seus recursos. Cabe ao educador Montessoriano a elaboração e preparo do ambiente, a apresentação dos materiais e o dever de guiar o aluno, para que não aconteça desperdício de tempo e energia nas as atividades tornando o supérfluo a sua formação. Visto que nas salas de aula Montessoriana as crianças são de diferentes idades, o educador estimula critérios de cooperação e cuidado coletivo com o ambiente (LARROSA, 2012).
 Desta forma, a conduta do educador consiste em permitir a presença maior e de intensa atividade em um ambiente educador. São de total responsabilidade da professora a preparação e organização do ambiente, porém, esse procedimento deverá ser de descrição, atuando por meio de uma educação indireta (LARROSA, 2012).
A função da professora Montessoriana deve estar em se reprimir para que a criança tenha liberdade de se expressar e se expandir para construção da sua independência. Montessori exemplifica aspectos de comportamento para uma professora Montessoriana como: 
1. Guardiã e curadora do ambiente: concentra-se no ambiente porque é dele que vem a cura e a atração que polarizará a vontade das crianças. É primordial que haja no ambiente limpeza e ordem. 
2. Comportamento com relação à criança: a professora deve ser sedutora para atrair a criança. Essa sedução está ligada ao encantamento, ela encanta a criança a partir do seu encantamento. A professora precisa ser ativa, vivificar e convidar, ser pró-ativa e não se acomodar, estar sempre disposta a um novo desafio. 
3. Momento de interesse das crianças: entrada dos exercícios de vida prática, não interferir de forma alguma; “a verdadeira espiritualidade é se dar conta que a ajuda também pode ser presunção” (MONTESSORI, 1949, p. 302).
Contudo, é necessário compreender o estabelecimento de limites. O respeito à criança aos seus processos de aprendizagem e desenvolvimento não significa que o educador ficará apenas observando o mau uso dos recursos disponibilizados, ou desrespeita os colegas. Longe disso, é tarefa do educador agir nesses casos, deixando claro quais são os limites aceitos no ambiente escolar (GODOY, 2013).
4.3 O ambiente Montessoriano e os princípios de seus materiais
A escola para Montessori é um espaço que deve ser explorado tendo como objetivo principal atividades que desenvolvam aspectos motores da criança, desvendando estímulos sensoriais, partindo do individual para a socialização, num movimento do concreto para o abstrato, baseando-se no “fato de que as crianças aprendem melhor pela experiência direta de procura e descoberta do que pela imposição do conhecimento” (FERRARI, 2015, p.06).
O aspecto educacional instituído por Maria Montessori tem como destaque o ambiente como elemento notável no processo de desenvolvimento da criança. As escolas que seguem essa pedagogia residem em proporcionar as manifestações espontâneas da personalidade de permitir o aflorar do livre desenvolvimento da atividade no ser humano em sua infância, pois para Montessori a criança depende de um relacionamento integral com o ambiente, tanto com os objetos quanto com os móveis e com as pessoas que neles estão, pois é por meio dessa interação que a constrói sua personalidade (ARIES, 2010).
 De acordo com Maria Montessori: 
O princípio básico que sustenta a educação e cultura da pessoa humana baseia se no estimulo de um ambiente adequado e motivador, que possa educar os sentidos, despertar a vida intelectual da criança e prepara- lá para as atividades de vida pratica, de vida cotidiana, oferecendo-lhe condições de bastar-se sem viver o isolamento (OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2012, p.106).
O aspecto educacional instituído por Maria Montessori tem como destaque o ambiente como elemento notável no processo de desenvolvimento da criança, pois é durante a infância que se absorve tudo o que estiver no ambiente. O objetivo é manter um ambiente convidativo, organizado, atraente apto e a fazer com que os alunos sintam-se confortáveis e seguros para construir, buscar, descobrir, aprender e enfrentar desafios (OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2012).
Devido ao crescimento social acontecer quando as crianças interagem com o ambiente as classes em escolas Montessorianas são preparadas de acordo com a proposta pedagógica e são identificadas pela convivência entre crianças de diferentes idades, para que os mais velhos possam ajudar os mais novos com os materiais. Possibilitando também a o trabalho individual. Entretanto, as crianças não são todas iguais, suas aptidões e possibilidades de aprender variam para distintas.
 Por considerar a criança um ser livre, o método propõe que a criança seja livre, podendo ter a liberdade e autonomia para poder se locomover no ambiente e escolher qual atividade realizar. Para a utilização do material Montessoriano é necessário observar qual a funcionalidade dele e os objetivos a serem alcançados com a sua utilização. O brinquedo é oferecido, após uma breve apresentação da maneira de utilização, cabendo à criança escolher ou não manuseá-lo (LILLARD, 2017)
A escola deve ser um lugar onde a instrução seja facilitada e o ensino deve ser uma ajuda para orientar-se. A escola que se proponha a atingir essa proposta educativa necessita estar devidamente preparada, e com o ambiente direcionado às condições de autonomia e independência, com matérias interessantes e motivadores. A escola vem a ser um ambiente no qual o estudo é positivo e suas atividades têm como base a realização do potencial da criança (BENJAMIN, 2013).
No trabalho Montessoriano, é necessário ver a criança como um todo, suas potencialidades e necessidades. É preciso ajudar a criança em sua caminhada. A família que escolhe uma escola Montessoriana para ser parceira da educação de seu filho apresenta valores semelhantes aos pressupostos filosóficos Montessorianos. Quando a família não compartilha dos mesmos valores a criança acaba saindo da escola. A família precisa estar inserida neste trabalho, caminhando junto a escola. Se isso não acontece a criança acaba tendo várias linguagens e ficando sem referencial. A todo o momento me deparo com as oportunidades que as crianças têm em um ambiente Montessoriano, esperar a criança fazer sozinha, sem ajuda e a mesma perceber que conseguiu sem ajuda a realizar uma tarefa ou atividade é maravilhoso, pois ela percebe que é capaz (ARIES, 2010).
Para Montessori, a criança se desenvolve melhor e integralmente em um ambiente propício. Assim como os adultos, as crianças preferem um lugar tranquilo e organizado para obter concentração suficiente e promover as tarefas desejadas.O ambiente proposto por Montessori foi totalmente pensado para as crianças pequenas, com mobílias pequenas e objetos de fácil alcance, para facilitar o manuseio e a organização feita por elas mesmas, atribuindo-lhes a autonomia. Nesse ambiente são fundamentais o respeito mútuo, as regras claras e o equilíbrio entre liberdade individual e necessidades do grupo (BENJAMIN, 2013).
Esse ambiente estimula a autonomia e a liberdade de escolha entre materiais que estão disponíveis para a aprendizagem e possibilita o bom convívio com as crianças de diferentes idades e o trabalho individualizado. As crianças mais velhas auxiliam os amigos mais novos, sentindo-se mais capazes e responsáveis e os mais novos se sentem mais próximos, contribuindo para um ambiente mais harmônico. A alternância dos papéis sociais e a troca vivenciada através de atividades num ambiente preparado proporciona a construção do desenvolvimento da criança por sua própria ação.
Os móveis deveriam ser baixos, leves e simples. Uma pia bem baixa acessível às crianças de três e quatro anos, com espaço para guardar sabonete, as escovas e a toalha. Pequenos armários, fechados por cortina ou por pequenas portas, cada um com sua chave própria, ao alcance das mãos das crianças, que poderão abrir ou fechar esses móveis e acomodar seus pertences dentro deles. Em cima da cômoda sobre uma toalha, um aquário com peixinhos vermelhos (ALBUQUERQUE, 2016, p.25-26).
A metodologia Montessoriana conta ainda com materiais especialmente desenvolvidos, sensoriais em sua maioria, que favorecem a criança o conhecimento através do concreto. Cada material tem sua real função pedagógica e cabe ao educador apresentar às crianças o material e deixar que o despertar do interesse parta das próprias crianças, descobrindo, errando e aprendendo (PROJETO, 2019).
Ainda quanto esta importância do brinquedo e das brincadeiras na aprendizagem infantil e o desenvolvimento da linguagem, refere-se Cunha (2010, p. 23): “O brinquedo e as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a linguagem da criança. O contato com diferentes situações estimula também a linguagem interna e o aumento do vocabulário”.
 O entusiasmo da brincadeira faz com que a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos. A participação de um adulto, ou criança mais velha, pode enriquecer o processo; a criança faz experiências descobrindo as leis da natureza, o adulto introduz novos conceitos por ela vivenciados, complementando assim a sua integração. Ainda quanto esta importância do brinquedo e das brincadeiras na aprendizagem infantil e o desenvolvimento da linguagem (FREITAS, 2012).
 O brinquedo e as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a linguagem da criança. O contato com diferentes situações estimula também a linguagem interna e o aumento do vocabulário. O entusiasmo da brincadeira faz com que a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos. A participação de um adulto, ou criança mais velha, pode enriquecer o processo; a criança faz experiências descobrindo as leis da natureza, o adulto introduz novos conceitos por ela vivenciados, complementando assim, a sua integração (CUNHA, 2010, p. 35).
 A criança utiliza como primeiro brinquedo de sua vida, o próprio corpo. Ela explora no decorrer dos primeiros meses de vida, passando em seguida explorar objetos que despertam sua atenção visual ou auditiva. Daí em diante, o brinquedo estará presente em sua vida até a fase adulta. Para ser considerado um material adequado para utilização no método é necessário ser respeitado alguns princípios, como, não apresentar mais de um problema a ser resolvido, partindo do mais simples para o mais complexo, do concreto gradativamente para o abstrato, ao preparar uma futura aprendizagem, a criança deve ter cuidado com o material, ela deve utilizá-lo e após devolvê-lo ao lugar onde estava deixando-o pronto para que outra criança o pegue (LILLARD, 2017).
De acordo com a área e a idade do aluno, as atividades são, sequencialmente, planejadas a fim de desenvolver habilidades de “autonomia, independência, confiança e segurança de ação ao sujeito, diante dos fatos e situações da vida como um todo” (PROJETO, 2019, p.9).
Com a função de ajudar a criança livremente, os materiais didáticos utilizados no Sistema Montessoriano, tem como propósito servir as necessidades das crianças, os materiais são planejados de maneira a prepará-las para futuras aprendizagens. A manipulação e a relação com os materiais e objetos elaborados, levam em consideração os aspectos multissensoriais que é fator essencial para o desenvolvimento da linguagem e aprendizado nas áreas de matemática, ciências e prática de vida (BENJAMIN, 2013).
 
A fim de servir ao propósito de formação interna, os materiais devem corresponder às necessidades internas da criança. Isso significa que qualquer material individual deve ser apresentado à criança no momento certo de seu desenvolvimento. Montessori sugeriu a idade ideal para apresentar cada um de seus materiais às crianças; porém, o momento sensível para apresentação qualquer criança deve ser determinado por observação e experimentação (LILLARD, 2017 p.72).
Na escola ela tem a possibilidade de desenvolver-se por completo, tem um ambiente onde pode explorar, é respeitada como um ser humano pleno. Maria Montessori sentia que os pais, embora agissem com as melhores das intenções, muitas vezes escolhiam posições que podiam atrapalhar e frustrar o processo de desenvolvimento global, comprometendo-lhes o equilíbrio (BENJAMIN, 2013).
As propostas de Montessori foram de grande importância para o aprimoramento da utilização dos materiais sensoriais. Tamanha importância se dá até os dias de hoje, onde a psicomotricidade da criança é totalmente explorada e desenvolvida nas Instituições de Educação Infantil. O estímulo das crianças com a utilização dos materiais específicos é constante na rotina escolar. Materiais sensoriais como jogos de encaixe, quebra-cabeça, bola, cordas, circuitos, tapetes e garrafas táteis, livros sensoriais, utilização de objetos que possibilitem de alguma maneira o desenvolvimento da criança, tiveram seus fundamentos nos materiais desenvolvidos por Montessori. Com o passar dos anos, grandes modificações foram feitas, mas, seus princípios continuam (FREITAS, 2012).
Há atualmente no mercado, muitos materiais pedagógicos baseados na linha Montessoriana, contribuindo com o conhecimento e aprendizado das crianças na Educação Infantil. Além dessa vasta linha comercial, temos a opção da fabricação própria deles, confeccionados a partir de materiais que fazem parte de nosso cotidiano (ARIES, 2010).
Podemos facilmente encontrar nas creches e pré-escolas materiais confeccionados pelas próprias educadoras, com reaproveitamento de garrafas, cd’s, caixas, papéis, tintas e tantos outros objetos que utilizamos no dia-a-dia. Através da confecção destes materiais e do uso constante dos mesmos em sala de aula, a criança tem a possibilidade de adquirir conhecimentos, socializar, obter segurança em seus atos e movimentos, se faz autônoma e produtora responsável de suas atitudes (FREITAS, 2012).
4.4 Principais benefícios da aplicação do método Montessori nos anos iniciais
Esta importância sempre foi percebida, principalmente quando se apresenta como fator essencial na construção da personalidade integral da criança. Quando a criança brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está à sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a desenvolver sentimentos de liberdade e satisfação pelo que faz (ARIES, 2010).
Os pequenos gestos de cordialidade e autonomia estabelecidos na Educação Infantil refletem também nas atividades de vida prática idealizados por

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