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GESTÃO-DA-DEMANDA-E-DO-ESTOQUE

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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 
1 A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ........................................................ 5 
1.1 Logística empresarial ........................................................................... 5 
1.2 Administração de materiais .................................................................. 5 
1.3 Gerenciamento de suprimentos ........................................................... 5 
1.4 OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA ............................................................ 5 
2 A organização da administração de materiais ............................................ 6 
2.1 Ciclo da administração de materiais ..................................................... 6 
2.2 Índices de desempenho ....................................................................... 7 
3 DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES ........................... 10 
3.1 Funções e objetivos............................................................................ 10 
3.2 Gestão de estoque ............................................................................. 11 
4 POLÍTICAS DE ESTOQUES .................................................................... 15 
5 PREVISÃO PARA OS ESTOQUES .......................................................... 16 
5.1 Tipos de estoques .............................................................................. 16 
5.2 Informações básicas para previsão .................................................... 16 
5.3 Técnicas de previsão.......................................................................... 17 
5.4 Formas de evolução de consumo ...................................................... 17 
5.5 Métodos de previsão de demanda ..................................................... 18 
6 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS ........................................................... 22 
6.1 Tipos de códigos ................................................................................ 23 
6.2 Tipos de classificação ........................................................................ 25 
7 CLASSIFICAÇÃO ABC ............................................................................. 26 
7.1 Planejamento ..................................................................................... 27 
8 NÍVEIS DE ESTOQUE .............................................................................. 27 
 
3 
8.1 Curva Dente de Serra......................................................................... 27 
8.2 Tempo de ressuprimento e ponto de ressuprimento .......................... 28 
8.3 Estoque de segurança........................................................................ 31 
8.4 Modelos de cálculo para o estoque de segurança ............................. 31 
9 LOTE ECONÔMICO ................................................................................. 34 
9.1 Custos de estoques ............................................................................ 34 
9.2 Custos básicos: custo da demanda (CD) ........................................... 34 
9.3 Cálculo do lote econômico (LEC) ....................................................... 36 
10 SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES ....................................... 38 
10.1 Modelo de reposição contínua ........................................................ 38 
10.2 Modelo da reposição periódica ....................................................... 39 
11 ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS ........................................................ 42 
11.1 Organização da área de compras ................................................... 43 
11.2 COMPRAS ...................................................................................... 43 
11.3 Artigos para revisão ........................................................................ 45 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 48 
 
 
 
 
4 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
 
A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da 
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, 
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse 
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. 
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão 
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo 
hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
5 
1 A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 
1.1 Logística empresarial 
Trata-se de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que 
facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o 
ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informações que colocam os 
produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços aos 
clientes a um custo razoável. (BALLOU, Ronald H. - Logística Empresarial) 
1.2 Administração de materiais 
Função administrativa que envolve compras, recebimento e estocagem e 
movimentação de materiais, interligadas pela atividade de planejamento e controle. 
1.3 Gerenciamento de suprimentos 
Possui conceito mais amplo englobando serviços e energia. 
1.4 OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA 
Objetivos: 
 Suprir os diversos setores da empresa com os materiais de que necessitam 
na quantidade correta, com a qualidade requerida, no momento certo e no 
local apropriado, no menor custo possível. 
 Minimizar os investimentos em estoques 
 
Importância: 
 A Administração de Materiais tem impacto direto na lucratividade da empresa 
e na qualidade dos produtos. 
 
6 
2 A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 
2.1 Ciclo da administração de materiais 
Necessidades dos Clientes 
 Levantamento de Informações (Consumo / Demanda) 
 Análise das Necessidades 
 
Planejamento de Materiais (PCP) 
 Análise de atendimento aos clientes internos e externos a partir dos estoques 
existentes. 
 Análise da necessidade de Reposição (comprar ou fabricar) 
 
Reposição de Materiais 
 Compras 
 Seleção de Fornecedores 
 Emissão de Pedido (acompanhamento - follow-up) 
 
Recebimento de Materiais 
 Deve verificar: 
 Dados Fiscais e Contábeis 
 Quantidade 
 Qualidade 
 Outros registros 
 
Armazenamento 
 Adequado 
 Facilidade de manuseio 
 Manutenção dos níveis de qualidade 
 Controle dos Estoques 
 
 
 
7 
EXPEDIÇÃO 
 
A organização da administração de materiais geralmente envolve os 
Departamentos conforme ilustra a figura: 
 
 
ADMINISTRAÇÃO 
DE MATERIAIS 
 
 
 
 COMPRAS RECEBIMENTO ALMOXARIFADO P.C.P 
 
 
2.2 Índices de desempenho 
a) Grau de Atendimento 
 
GA = No. de itens atendidos x 100 
No. total de itens solicitados 
 
 
Ex. Nº. de itens atendidos = 570 
 Nº. de itens solicitados = 600 
 GA = 570 x 100 / 600 = 95% 
 
 NA PRODUÇÃO O “GA” PODE SER AVALIADO PELO ÍNDICE DE 
PARADAS DE MÁQUINAS POR FALTA DE MATERIAL. (IPM = Índice de 
Parada de Máquinas) 
 
IPM = Horas Máquina Parada x 100 
Total Horas Trabalhadas 
 
Ex. 
 
8 
Horas Máquina Parada por falta de material no mês = 4.400 hs 
Total de Horas Trabalhadas no mês = 88.000 horas 
 
IPM = 4.400 x 100 / 88000= 5 % 
 
GA = 100 - IPM 
GA = 100 - 5 Portanto GA = 95% 
 
b) RETORNO DE CAPITAL 
 
RC = Lucro / Capital 
 
RC = Lucro x Vendas 
Vendas Capital 
 
Rentabilidade de Vendas (RV) = Lucro / Vendas 
 
Giro de Capital (GC) = Vendas / Capital 
 
Portanto: RC = RV x GC 
 
Capital = realizável + permanente + circulante 
Estoques fazem parte do Capital Circulante 
 
Lucro = Vendas - Despesas 
 
c) Giro de Estoque (GE) 
 
 GE = vendas anuais ($ ou unidades) 
 Estoque médio ($ ou unidades) 
 
 Vendas anuais corresponde ao valor ou quantidade vendida durante um 
ano 
 
9 
 Estoque Médio corresponde ao valor ou quantidade média mantida em 
estoque 
 
Exemplo: 
Capital = $ 30.000,00 Vendas = $ 10.000,00 
 
Despesas = 7.000,00 
 
Capital investido em estoques = $ 10.000,00 
 
Lucro = 10.000,00 - 7.000,00 = 3.000,00 
 
Retorno de Capital = 3.000,00 (x 100) = 10% 
 30.000,00 
 
Rentabilidade de Vendas = 3.000,00 x100 = 30% 
 10.000,00 
 
Giro de Capital = 10.000,00 = 0,3333 vezes ao ano 
 30.000,00 
 
Conferindo: RC = 30% x 0,3333 = 10% 
 
Giro de Estoque = 10.000,00 = 1,0 vez ao ano 
 10.000,00 
 
 Supondo uma redução de Capital de 20% em estoques: 
 
Redução do Capital investido em estoques = 20% de $ 10.000,00 = $ 
2.000,00 
 
Capital = 30.000,00 - 2.000,00 = 28.000,00 
 
 
10 
Retorno de Capital = 3.000,00 x 100 = 10,71 % 
 28.000,00 
 
Rentabilidade de Vendas = 3.000 / 10.000,00 = 30% 
 
Giro de Capital = 10.000,00 / 28.000,00 = 0,35714 vezes ao ano 
 
Conferindo: RC = 30% x 0,35714 = 10,71 % RC passou de 10% para 
10,71% 
 
 
Giro de Estoque = 10.000,00 = 1,25 vezes ao ano 
 8.000,00 
3 DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES 
3.1 Funções e objetivos 
OBJETIVO: maximizar o lucro sobre capital investido 
 
FUNÇÕES: 
a) A função principal do Dimensionamento e Controle de Estoques é a de 
atender os clientes internos e externos quantos aos materiais e produtos de que 
necessitam, ao mínimo custo. 
 
ATIVIDADES PRINCIPAIS 
 Determinar “o quê” deve permanecer em estoque; 
 Determinar “quando” reabastecer os estoques; 
 Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período determinado; 
 Acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoques 
 Receber e armazenar os estoques adquiridos; 
 Controlar os estoques em termos de quantidade e valor; 
 Fornecer informações sobre posição do estoque; 
 
11 
 Manter inventários periódicos para avaliar quantidade e estado dos materiais; 
 Identificar e retirar dos estoques os itens obsoletos e danificados 
 
b) Conciliar da melhor maneira os objetivos dos departamentos envolvidos, 
sem prejudicar a operacionalidade da empresa. 
Conflitos interdepartamentais quanto a estoques 
 
 
 COMPRAS FINANCEIRO 
Matéria Prima -Desconto sobre as quanti- -Capital investido 
(Alto estoque) dades a serem compradas -Perda financeira 
------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 PRODUÇÃO FINANCEIRO 
Material em Processo -Nenhum risco de falta -Aumento do custo 
(Alto estoque) de material. de armazenagem 
 -Grandes lotes de fabricação. -Maior risco de perda 
 e obsolescência. 
--------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 VENDAS FINANCEIRO 
Produto Acabado -Entregas rápidas -Capital investido 
(alto estoque) -Boa imagem, melhores vendas -Maior custo de 
 armazenagem 
 
(DIAS, 1999) 
 
 
3.2 Gestão de estoque 
A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos 
possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades 
futuras de material, numa organização. Os investimentos não são dirigidos por uma 
organização somente para aplicações diretas que produzam lucros, tais como os 
 
12 
investimentos em máquinas e em equipamentos destinados ao aumento da 
produção e, consequentemente, das vendas. 
Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre 
estes estão as inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco em 
circunstâncias imprevisíveis e de solução imediata. É o caso dos investimentos em 
estoque, que evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente. 
Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de 
vendas, a paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços 
etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, 
em importância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos 
investimentos ditos diretos. 
Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais 
rentáveis uma organização industrial ou comercial. Numa organização pública, a 
privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de utilidade pública. A 
gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos 
ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível 
econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido mantendo estoques mínimos, 
sem correr o risco de não os ter em quantidades suficientes e necessárias para 
manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo. 
 
Por que Gestão de Estoques? 
 
Os estoques, em geral, são uma das maiores preocupações, não só dos 
gestores de operações, mas também dos: 
 Gestores financeiros, que se preocupam com a quantidade de recursos 
financeiros que os estoques “empatam” e seus correspondentes custos; 
 Gestores comerciais que se preocupam com o prejuízo no atendimento aos 
clientes que uma possível indisponibilidade de produtos acabados pode 
acarretar; 
 Gestores fabris, que se preocupam com a onerosa ociosidade de sua 
fábrica, que uma possível falta de matéria-prima pode acarretar. 
 
13 
Operações com altos níveis de estoque nem sempre asseguram altos níveis 
de atendimento aos seus clientes. É possível que isso ocorra se os itens corretos 
não estiverem sendo mantidos em estoques nas quantidades corretas. 
 
Por que existem estoque? 
 
Estoques são, para efeito das discussões deste curso, acúmulos de 
recursos materiais entre fases específicas de processos de transformação. 
Esses acúmulos têm uma propriedade fundamental que é uma ARMA – no sentido 
de que pode ser usada par o “o bem” e para “o mal” Não importa o que está sendo 
armazenado como estoque, ou onde ele está posicionado na operação; ele existirá 
porque existe uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e 
demanda. Se o fornecimento de qualquer item ocorresse exatamente quando fosse 
demandado, o item nunca seria estocado. Uma analogia comum é a do tanque de 
água mostrado na Figura abaixo. Se, no tempo, a taxa de fornecimento de água ao 
tanque difere da taxa de demanda, um tanque de água (estoque) será necessário, 
se é pretendido que o fornecimento seja mantido. Quando a taxa de fornecimento 
excede a taxa de demanda, o estoque aumenta; quando a taxa de demanda excede 
a taxa de fornecimento o estoque diminui. O ponto óbvio a ressaltar é que se uma 
operação pode fazer esforços para casar as taxas de fornecimento e de demanda, 
acontecerá uma redução em seus níveis de estoque. 
 
Função dos estoques 
 
Os estoques servem parar 
 Proporcionar independência às fases dos processos de transformação 
entre as quais se encontram – quanto maiores os estoques entre duas 
fases de um processo de transformação, mais independentes entre si essas 
fases são, pois, interrupções em uma não acarretam interrupção na outra. 
 
Classificação Dos Estoques14 
Em um sistema de operações produtivas, podemos pensar em vários tipos de 
estoques: 
 
Estoques de matérias-primas (MPs) - Os estoques de MPs constituem os 
insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo da empresa. São 
os itens iniciais para a produção dos produtos/serviços da empresa. 
Tem a finalidade de regular diferentes taxas de suprimento – pelo fornecedor 
– e demanda – pelo processo de transformação. 
Essas taxas diferentes ocorrem por vários motivos: 
 O fornecedor pode ser pouco confiável e não entregar os produtos no prazo 
ou nas quantidades desejadas; 
 O fornecedor pode entregar quantidades maiores que as necessárias – 
crescimento dos estoques; 
 A taxa de consumo pelo processo produtivo pode sofrer uma variação 
temporária. Ex.: um crescimento por ter estragado um material necessitando 
de mais material; um decréscimo pela quebra de um equipamento. 
 
Estoques de material semiacabado ou em processamento - Os estoques 
de materiais em processamento - também denominados materiais em vias – são 
constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas 
seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no 
almoxarifado- por não serem mais MPs iniciais - nem no depósito - por ainda não 
serem Pas. Mais adiante serão transformadas em Pas. 
Servem para regular diferentes taxas de produção entre dois equipamentos 
subsequentes (porque os equipamentos têm velocidades diferentes ou porque um 
deles pode ter sofrido uma quebra). 
 
Estoques de Materiais Semiacabados - Os estoques de materiais 
semiacabados referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo 
processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e que se 
encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo 
produtivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais 
avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas 
 
15 
etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados ou em 
PAs. 
 
Estoques de Materiais Acabados ou Componentes 
Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes – 
referem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem 
anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando 
juntadas, constituirão o PA. 
 
Estoques de produtos acabados (PÁS) - Os Estoques de Pas se referem 
aos produtos já prontos e acabados, cujo processamento foi completado 
inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e já passaram por 
todas as fases, como MP, materiais em processamento, materiais semiacabados, 
materiais acabados e Pás. 
Servem para regular diferenças entre as taxas de produção do processo 
produtivo (suprimento) e de demanda de mercado. Essas diferenças podem ocorrer 
por causa das incertezas do processo ou da demanda. 
4 POLÍTICAS DE ESTOQUES 
Políticas são diretrizes que servem de guia aos programadores e 
controladores. De maneira geral são: 
 Metas de empresas quanto ao prazo de entrega de produtos aos clientes. 
 Definição do número de depósitos e da lista de materiais a serem estocados 
neles. 
 Até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das 
vendas (alteração de consumo). 
 Até que ponto será permitida a especulação com estoque (compra antecipada 
com desconto). 
 Definição da rotatividade de estoques. 
 
16 
5 PREVISÃO PARA OS ESTOQUES 
5.1 Tipos de estoques 
Matérias Primas 
 Materiais e Componentes 
 
Materiais para Manutenção 
 
Produtos em Processo 
 Estágio de Fabricação 
 Inclui espera para Análise de Qualidade 
 
Produto Semiacabado 
 Aguardando operações adicionais 
 Customização (Personalização) 
 
Produtos Acabados 
 Todas as operações já realizadas 
 
Estoque de Distribuição 
 
Estoque em Consignação 
5.2 Informações básicas para previsão 
a) Quantitativas 
 Evolução de vendas no passado 
 Variáveis ligadas diretamente a vendas - ex. Pedido em carteira 
 Variáveis como: população, renda, etc. 
 Influência de propaganda 
 
b) Qualitativas 
 
17 
 Opiniões de gerentes, vendedores, compradores, pesquisa de mercado. 
5.3 Técnicas de previsão 
a) Projeção (base histórica) 
b) Explicação (explica vendas relacionadas a variáveis cuja evolução é 
conhecida) 
c) Predileção (baseada na experiência de funcionários conhecedores do 
mercado) 
5.4 Formas de evolução de consumo 
a) Evolução Horizontal 
b) Evolução de Consumo sujeito a tendência 
c) Evolução Sazonal 
 
 
 
Influências que podem alterar o consumo: 
 
 Políticas 
 Conjunturais 
 Sazonais 
 Alteração no comportamento dos clientes 
 Inovações técnicas 
 Novos produtos 
 
18 
 Produtos retirados do mercado 
5.5 Métodos de previsão de demanda 
a) Método do Último Período 
Consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor ocorrido 
no período anterior. 
Ex. CJan = 20 CpJan = 
 
b) Método da Média Móvel 
Consiste no cálculo da média dos valores de consumo nos “n” períodos 
anteriores. 
 
 
 C1 + C2 + C3 + Cn 
 Cp = ------------------------------------ 
 N 
 
Cp = Consumo previsto 
C = Consumo nos períodos anteriores 
N = Número de períodos 
 
Exemplo: 
Consumo (mês): Jan =20; Fev = 18, Mar = 22; Abr = 20; Mai = 24; Jun = 26. 
 
 20 + 18 + 22 + 20 + 24 + 26 
 Cp Jul = ------------------------------------ = 22 
 6 
 
c) Método da Média Móvel Ponderada 
Este método permite a atribuição de pesos aos valores correspondentes aos 
períodos. O Valor de Cp (Consumo previsto) será dado por: 
 
 
19 
 
∑ Ci . Pi 
Cp = -------------- 
∑ Pi 
 
Onde: Ci = Consumo no i-ésimo período 
 Pi = peso dado ao i-ésimo período 
 
Exemplo: (atribuição de pesos maiores para os últimos períodos) 
 
Período 
Mês 
Consumo 
( Ci ) 
Peso 
( Pi ) 
Ci . Pi 
Jan 40 5 200 
Fev 50 10 500 
Mar 60 15 900 
Abr 55 20 1100 
Mai 70 30 2100 
Jun 75 40 3000 
∑ 120 7800 
 
Cp Jul = 7800 / 120 → Cp Jul = 65 
 
d) Método da Média com Ponderação Exponencial 
Neste método são necessários três fatores para gerar a previsão do próximo 
período: 
 O consumo ocorrido no último período 
 A previsão do último período, e 
 Uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais 
recentes. 
 
A previsão para o próximo período será dada por: 
 
CPn +1 = α . Cn + (1- α ) . CPn 
 
20 
Onde: 
 
CPn+1 = previsão para o período 
CPn = previsão do período n 
Cn = consumo do período n 
α = constante 
 
Exemplo: 
CPn+1 = previsão para o período - CP Fev 
CPn = previsão do período n - CP Jan = 90 
Cn = consumo do período n - Cn Jan = 102 
α = constante - α = 0,2 
Cp Fev = 0,2 . 102 + ( 0,8 ) . 90 = 20,4 + 72 = 92,4 
 
CP Fev = 93 
 
e) Método dos Mínimos Quadrados 
Este método é utilizado para determinar a melhor linha de ajuste que passa 
mais perto de todos os dados coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que 
minimiza as distâncias entre cada ponto de consumo levantado. 
A linha reta é definida pela equação: 
 
γ = a + bx 
 
Onde: 
 
Y = Consumo previsto para o período (Cp) 
Os valores de “a” e “b” são obtidos pelas equações: 
 
∑γ = N.a + ∑x . b 
 
onde: N = Número de períodos 
 
 
21 
∑x γ = ∑x . a + ∑x2 . b 
 
Cp = a + bx 
 
Exemplo: 
 
Período 
Ano 
Consumo 
Y 
 
X 
 
X2 
 
X.Y 
2001 108 0 0 0 
2002 119 1 1 119 
2003 110 2 4 220 
2004 122 3 9 366 
2005 130 4 16 520 
∑ 589 10 30 1225∑γ = N.a + ∑x . b ∑ x γ = ∑x . a + ∑x2 . b 
 
 589 = 5 a + 10 b 1225 = 10 a + 30 b 
 
(.-2) -1178 = -10a – 20 b - 1178 =-10 a - 20 b 
 ____________________________ 
 47 = 10 b b = 4,7 
 
Substituindo “b” 
 
589 = 5 a + 10 . 4,7 
 
5 a = 589 – 47 a = 108,4 
 
Cp = a + bx [ “x” do ano-base à previsão (2006 – 2001) x = 5] 
 
Cp 2006 = 108,4 + 4,7 . 5 108,4 + 23,5 = 131,9 132 
 
 
22 
Cp 2006 = 132 
6 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS 
Conceito de item: 
 O termo “item” de material é aplicável a um conjunto de objetos (materiais) 
que possuem as mesmas características. 
 O termo “SKU” (Stock Keeping Unit) é utilizado para designar um item de 
estoque. 
 
Exemplos: 
 Uma lata de cerveja de 350 ml. (unidade = 1 lata) 
 Uma caixa com 24 latas de cerveja. (Unidade = 24 latas) 
 Álcool em embalagem de 1 litro 
 Álcool a granel (Posto de Combustíveis) 
 Conjunto de peças iguais ( 1 caixa de borrachas) 
 Conjunto de peças diferentes ( 1 “Kit” de ferramentas) 
 
Formas de Identificação 
 Código de barras 
 Código impresso em etiquetas 
 “EPC” (Electronic Product Code) - Código eletrônico de produto 
(etiqueta com um circuito eletrônico). O EPC é composto por um 
número de parte e um número de série. 
 
Conceito de número de parte e número de série: 
 
 Número de Parte (Part Number) 
São códigos para identificação de itens de materiais. Também são 
conhecidos como “Código do Produto”, “Número de Parte” ou “Número de Peça”. 
 
 Número de Série (Serial Number) 
 
23 
É utilizado quando há a necessidade de identificar cada produto. (Ex. 
Televisores, Chassi). 
 
Identificação de lotes 
 Um lote pode ser identificado pela “faixa do número de série” e normalmente 
contém a “data de fabricação” 
 Permite a “rastreabilidade” por necessidade legal e por interesse do controle 
de qualidade. 
 
Identificação pelos atributos 
 A descrição de um item pode ser feita através de suas características 
(atributos, propriedades) conhecida por nome, nomenclatura, descrição, 
designação, especificação. 
 Nomenclatura Estrutura. É composta por: 
 Nome Básico - Ex. Arruela 
 Nome Modificador - Arruela lisa de cobre, espessura 0,5 mm, 
diâmetro interno 6 mm, diâmetro externo 14 mm. 
6.1 Tipos de códigos 
 Códigos sequenciais 
Composto por um código inicial e uma regra de sequência. 
É interessante definir previamente o número máximo de caracteres 
Exemplo: Código inicial = 1001 
Regra de sequência = “Soma 1” 
 
 Código em grupos 
O código é dividido em grupos e a cada grupo se associa um significado. 
 Exemplo: 
 01 – 05– 1010 
 Código de identificação (Lisa, Cobre) 
 Classe (Arruelas) 
 Grupo (Matéria Prima) 
 
24 
Exemplos de Grupos: 
01 – Matéria Prima 
02 – Materiais de Limpeza 
03 – Óleos, Combustíveis e Lubrificantes 
04 – Materiais de Escritório 
 
 Código em faixas 
Quando, numa codificação sequencial, cada faixa de códigos possui um 
significado. 
Exemplo: 
101 a 299 = matérias primas 
301 a 599 = produtos semiacabados 
601 a 999 = produtos acabados 
 
 Códigos mneumônicos 
Quando possui caracteres (alfanuméricos) associados com o elemento a ser 
codificado 
MP = Matéria Prima 
SA = Semiacabado 
PA = Produto Acabado 
 
Exemplo: 
 
MP - 05 (Matéria Prima - Chapas de Aço) 
 
 
EQUIVALÊNCIA 
 
Entre o código da empresa e o código do fornecedor 
Nosso Código Fornecedor Código do Fornecedor 
4896 233 23 – 45 - 002 
 
 
 
25 
6.2 Tipos de classificação 
A classificação tem a finalidade de separar um conjunto de itens em 
classes. 
 
• Natureza: características físico-químicas 
Produtos de aço, petróleo, madeira, químicos, etc. 
 
• Função: o que o material faz 
Combustível, limpeza, fixação, solventes, etc. 
 
• Aplicação por Equipamento 
Peças para Tornos CNC, Peças para Caldeira, etc. 
 
• Aplicação por Setor 
Materiais para Escritório, Materiais para Laboratório, etc. 
 
• Aplicação por Projeto 
Materiais para Projeto de Prevenção de Incêndios 
 
• Criticidade: Grau de imprescindibilidade 
Grau 1 – paralisa setores importantes, acarreta risco de vida, não há materiais 
alternativos. 
Grau 2 - paralisa setores importantes, acarreta risco de vida, há materiais 
alternativos. 
Grau 3 – etc. (continua de acordo com a necessidade) 
 
• Origem: onde é obtido 
Produzido no mercado nacional, importado, etc. 
 
• Fiscal: para fins de tributação 
Produto acabado, em processo, embalagem, etc. 
 
 
26 
• Dificuldade de aquisição 
Sazonalidade de mercado, regulamentados, importados, etc. 
 
• Frequência de demanda 
Regular, irregular, eventual 
 
• Dificuldade de armazenagem 
Inflamáveis, muito pesado, volumoso, úmido, tóxico, etc. 
 
• Periculosidade 
Norma NBR 7502 da ABNT, Portaria 3214 da CLT. 
 
• Recuperação 
Reparáveis, reprocessamento, reutilização, irrecuperáveis. 
 
• Perecimento 
Tempo de estocagem, contaminação, corrosão, etc. 
7 CLASSIFICAÇÃO ABC 
Conceituação: 
É um método que permite identificar os itens de estoques mais importantes no 
sentido de valor financeiro (capital investido em estoques). 
“Após a ordenação dos itens as classes da curva ABC podem ser definidas 
das seguintes maneiras: 
Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma 
atenção especial pela administração. 
Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C. 
Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção 
por parte da administração.(DIAS, 1999) 
 
27 
7.1 Planejamento 
O Planejamento consiste na utilização de diferentes esquemas ou modelos 
para a construção da Curva ABC, em geral são considerados os seguintes aspectos: 
 
1: Necessidade da Curva ABC, discussão preliminar e definição dos objetivos. 
2. Verificação das técnicas para análise, tratamento dos dados e cálculos. 
3. Obtenção da classificação ABC, tabelas explicativas e gráfico 
4. Análise e conclusões 
5. Providências e decisões. 
8 NÍVEIS DE ESTOQUE 
Os níveis de estoque em função do tempo de um determinado item de 
estoque podem ser representados no gráfico a seguir; 
 
8.1 Curva Dente de Serra 
 
É comum representar os níveis de estoque utilizando-se uma linha reta que 
representa a média da demanda. Está representação é conhecida como dente de 
serra. 
 
 
28 
 
8.2 Tempo de ressuprimento e ponto de ressuprimento 
Tempo de Ressuprimento (TR) 
É o tempo compreendido desde a verificação de que o estoque precisa ser 
reposto até o momento em que um novo lote é recebido e passa a fazer parte do 
estoque. Este tempo envolve a emissão do pedido, o tempo necessário para que o 
fornecedor execute a preparação do pedido e o transporte do material do fornecedor 
até a empresa. 
 
Ponto de Ressuprimento (PR) 
É a saldo de material disponível (quantidade) onde se constata que um 
determinado item de estoque necessita ser reposto. 
 
 
L = Lote 
D = Demanda 
PR = Ponto de Ressuprimento Exemplo do cálculo do PR 
TR = Tempo de Ressuprimento D = 2 peças por dia 
ES = Estoque de Segurança TR = 10 dias 
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Q
u
a
n
ti
d
a
d
e
DIAS
Série1
 
29 
 ES = 5 peças 
PR = D x TR + ES PR = 2 x 10 + 5 
 PR = 25 peças 
 
 
ALGUMAS DEFINIÇÕES 
 
Considerando o gráfico ilustrativo: 
 
 
Temos que: 
 
Demanda Média Dm = D1 + D2 + D3 + D4 + Dn / n 
 
 
Estoque Médio Em = ES + L / 2 
 
 
EstoqueMáximo Emáx = ES + L 
Rotatividade (R) ou Giro de Estoque (GE) 
 
 Indica o número de vezes que o 
estoque girou durante o ano 
 
 
R = Dm (anual) / Em 
 
30 
Exemplo: 
Demanda anual = 800 unidades 
Estoque médio = 100 unidades 
 
R = 800 / 100 R = 8 vezes/ano 
 
 
Taxa de Cobertura ou Antigiro 
 
Indica o tempo de cobertura do estoque médio de um determinado item em 
relação ao consumo médio. 
 
Taxa de Cobertura = Estoque Médio 
 Consumo Médio 
 
Exemplo: 
Estoque médio = 3.000 unidades 
Consumo médio mensal = 2.000 unidades 
 
Taxa de Cobertura = 3.000 / 2.000 Taxa de Cobertura = 1,5 meses 
 
 
Ruptura de Estoque 
Ocorre quando o estoque é zero e não é possível atender a necessidade de 
consumo. 
 
Intervalo de Ressuprimento 
É o tempo compreendido entre dois Pontos de Ressuprimentos consecutivos 
 
31 
8.3 Estoque de segurança 
É a quantidade mínima que deve existir em estoque, que se destina a cobrir: 
oscilações de consumo, atrasos de suprimento, rejeição de um lote por parte do 
Controle de Qualidade, diferenças de inventário entre outros fatores. 
 
 
(BERTAGLIA, 2006) 
 
A determinação do Estoque de Segurança depende do: 
 
 Grau de exatidão da previsão de consumo 
 Tempo de Ressuprimento (TR); e 
 Grau de Atendimento (GA) 
8.4 Modelos de cálculo para o estoque de segurança 
a) Fórmula simples 
ES = C x k 
Onde: 
 
32 
ES = Estoque de Segurança 
C = Consumo médio 
K = Fator de Segurança 
 
O fator “k” reflete a qualidade de serviço que pretende-se prestar, é 
proporcional ao “GA” (Grau de Atendimento). 
 
Exemplo: 
C = 60 unidades/mês 
K = 0,9 (GA = 90%) 
 
ES = 60 x 0,9 ES = 54 unidades 
 
 
b) MÉTODO DA PORCENTAGEM 
 
Aplica-se uma porcentagem que geralmente varia de 25 a 45% sobre o 
consumo médio durante o tempo de ressuprimento (TR). 
 
ES = Cm x TR x % 
 
Exemplo: 
 
Cm = Consumo médio = 180 unidades/mês 
TR = 15 dias (0,5 mês) 
% = 30% 
 
ES = 180 X 0,5 X 0,30 ES = 27 unidades 
 
c) MÉTODO DA PORCENTAGEM DA ESTATÍSTICA DE CONSUMO 
Objetiva dar cobertura para variações de demanda esperada durante o tempo 
de ressuprimento. 
 
 
33 
Exemplo: 
 
Consumo diário: 90; 80; 70; 65; 60; 50; 40; 30 e 20 
No. de dias em que ocorreu o consumo: 4, 8; 12; 28; 49; 80; 110; 44 e 30. 
TR = 10 dias 
 
(1) 
Consumo 
Diário 
 
(2) 
No. de dias em 
que ocorreu o 
consumo 
(3) 
 
(1) x (2) 
(4) 
Acumulado 
(5) 
% do 
Acumulado 
90 4 360 360 2,12 
80 8 640 1000 5,91 
70 12 840 1840 10,87 
65 28 1820 3660 21,63 
60 49 2940 6600 39,00 
50 80 4000 10600 62,64 
40 110 4400 15000 88,85 
30 44 1320 16320 96,45 
20 30 600 16920 100 
 ∑ 365 16920 
 
ES = ( Cmáx - Cm ) x TR 
 
Cmáx = Consumo máximo 
 
Cobrir 100% dos casos é oneroso, pode ser conveniente correr riscos 
calculados. Exemplo: Vamos considerar como Cmáx. = 70 (consumo acima de 70 
ocorre em 10,87% dos casos, ou seja, “GA” de aproximadamente 90%). 
 
Cm = Consumo médio Cm = 16920 / 365 Cm = 46 
 
 
ES = ( 70 – 46 ) x 10 ES = 240 unidades 
 
34 
9 LOTE ECONÔMICO 
9.1 Custos de estoques 
Todo armazenamento de material gera custos que podem ser agrupados em: 
 
 Custos de capital (juros, depreciação, etc.) 
 Custos de pessoal (salários, encargos sociais, etc.) 
 Custos com edificações (aluguel, impostos, energia, etc) 
 Custos de manutenção de estoques (deterioração, absolescência, etc.) 
9.2 Custos básicos: custo da demanda (CD) 
Corresponde ao custo de aquisição do material. Baseia-se na demanda 
prevista (D) e no preço unitário (P) para o período. 
 
CD = D x P 
 
Custo de compra (CC) 
 
É o custo relativo às atividades de compras. Para cálculo deste custo são 
consideradas as despesas como: 
 
 Mão de Obra (salários e encargos sociais do Setor de Compras); 
 Equipamentos e materiais (computadores, materiais de escritório, etc.); 
 Outras (telefone, energia, custo da área ocupada, correio, reprodução, etc.). 
 
C = CC / N 
 
Onde: 
 
C = Custo de Compra (ou Custo de Pedido) 
CC = Custo de Compras por ano 
 
35 
N = Número de Compras realizadas no ano. 
 
Custos de estocagem (CE) 
 
O cálculo do Custo de Armazenagem para um determinado período (Ex. mês) 
pode ser expresso por: 
 
CE = (ES + L/2) x P x E 
 
Onde: 
 
(ES + L/2) = Estoque médio de material no tempo considerado. 
P = Preço unitário do material 
E = Taxa de armazenamento (expressa geralmente em termos percentuais 
associada ao preço unitário) 
 
Hipóteses consideradas 
O Custo de Armazenagem é proporcional ao estoque médio 
O Preço unitário é considerado constante (ou o valor médio) 
A Taxa de armazenamento considera a somatória das parcelas: 
 Taxa de retorno de capital 
 Taxa de armazenagem física 
 Taxa de seguro 
 Taxa de transporte 
 Taxa de obsolescência 
 Outras despesas com estocagem. 
 
Custo de falta 
 
O Custo de Falta corresponde aos custos gerados pela falta de estoque tendo 
como consequência o não atendimento das necessidades dos clientes internos e 
externos. 
 
 
36 
Para cálculo do Custo de Falta podem ser considerados: 
 Perda de lucro por cancelamento de pedidos; 
 Custos adicionais por fornecimento em substituição por terceiros; 
 Custos por multas, prejuízos por não cumprimento de “prazos estabelecidos”; 
 Custo de “Quebra de Imagem” beneficiando concorrentes; 
 Custos relacionados às paradas da produção (máquinas paradas, mão de obra 
parada e desdobramentos) 
 Custo de Juros de Capital (de materiais, de lucro de vendas, etc.) 
9.3 Cálculo do lote econômico (LEC) 
A soma dos custos de demanda, de estocagem e de compra nos fornece o 
Custo Total (CT). 
 
CT = (D x P) + (n x C) + (ES + L/2) x P x E 
Substituindo-se “n” por D / L e tirando os parênteses, temos: 
CT = D x P + D / L x C + ES x P x E + L / 2 x P x E 
Derivando-se CT em relação a L, temos que: 
 
 
LEC = √ 2.D.C 
P. E 
 
GRÁFICO DE CUSTOS COM PREÇO UNITÁRIO CONSTANTE 
 
Representando graficamente as equações correspondentes aos custos de 
demanda, de compra e de estocagem, temos o Lote Econômico de Compra no 
ponto onde o custo total apresenta o valor mínimo. 
 
Denominamos CET = Custo de Estocagem de Trabalho; e 
 CES = Custo de Estocagem do Estoque de Segurança 
 
 
37 
 
(REBELLO, 2005) 
 
O custo de demanda e o custo de estocagem do estoque de segurança são 
representados por linhas paralelas ao eixo “x” pois são valores constantes, não 
influindo na determinação do “LEC”, portanto é comum representar o gráfico como 
abaixo, considerando os custos de compras e de estocagem do estoque de trabalho. 
 
CT = CC + CET 
CT = D/L x C + L/2 x P x E 
 
38 
 
(REBELLO, 2005) 
 
Exemplo: 
 
D = Demanda = 1.000 peças/mês 
C = Custo de Compra = R$ 80,00 por pedido 
E = Taxa de Armazenagem = 10 % ao ano 
P = Preço do material = R$ 20,00 por caixa - (caixa com 10 peças) 
10 SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES 
10.1 Modelo de reposição contínua 
Também chamado de Ponto de Pedido ou Ponto de Ressuprimento. Consiste 
na emissão da solicitação de compra, geralmente na quantidade determinada no 
“LEC”, sempre que a quantidade em estoque atinge o Ponto de Ressuprimento (PR). 
(Como calculado no exercício 4) 
 
39 
10.2 Modelo da reposição periódica 
Consiste em realizar a reposição de material em ciclos de tempos iguais. 
Durante a revisão a quantidade solicitada deve ser em função: 
 Da previsão de demanda; 
 Do estoque físico existente; Do consumo do período anterior; 
 Do saldo de pedidos com o fornecedor; 
 
 
(BERTAGLIA, 2006) 
 
Os lotes serão iguais à diferença entre o estoque máximo e o estoque físico 
existente (L = Emáx – Ef). O estoque máximo pode ser definido pelo “LEC” mais o 
estoque de segurança (Emáx = LEC + ES). O Intervalo entre pedidos (IP) pode ser 
calculado como: IP = 1/N; onde N = No de pedidos, como N = D/LEC; teremos que IP 
= LEC / D. 
O Estoque de segurança é calculado considerando a possibilidade de 
variações de demanda e inclusive possíveis variações no tempo de atendimento 
N
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 E
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 (
U
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)
MÉTODO DA REVISÃO PERIÓDICA
Pedido 
Recebido
Tempo
Estoque de Segurança
Período de Revisão Período de Revisão Período de Revisão
Tempo de Espera
Falta de Estoque ou
Ruptura de Estoque
Tempo de Espera
Abastecimento
 
40 
(TA). Caso a demanda seja muito maior do que o previsto corre-se o risco de o 
estoque se esgotar antes do recebimento do pedido (Ruptura de Estoque). 
 
Exemplo: 
 
D = 7.200 unidades/ano 
C = R$ 40,00 por pedido 
E = 20 % ao ano 
P = R$ 10,00 
ES = 150 unidades 
 
Determinar: LEC; Emáx; IP, e L considerando o estoque físico no dia da 
revisão = 250 unidades. 
 
LEC = RAIZ [(2 X 7200 X 4O) / 10 X 0,2) LEC = 537 unidades 
 
Emáx = LEC + ES = 537 + 150 Emáx = 687 unidades 
IP = LEC / D = 537/7200 = 0,0746 ano x 12 IP = 0,9 mês ou 27 
dias 
 
L = Emáx – Ef = 687 – 250 L = 437 unidades. 
 
 
SISTEMA DE DUAS GAVETAS 
O sistema considera o controle de estoques com a quantidade de material de 
um determinado item sendo distribuídas em duas gavetas: 
 
1. A Gaveta “A” contém a quantidade suficiente para atender a demanda 
durante o tempo de ressuprimento mais o estoque de segurança. 
2. A Gaveta “B” contém a quantidade para atender o consumo. 
3. A Gaveta “B” atende as requisições que chegam no Almoxarifado. Quando 
o estoque chega a zero é feito o Pedido de Ressuprimento. 
 
41 
4. A Gaveta “A” passa a atender as requisições até o recebimento do novo 
lote. 
5. No recebimento do novo lote é reposto as quantidades nas duas gavetas. 
6. A Gaveta “B” passa a atender a demanda reiniciando o processo. 
 
Exemplo: 
D = 300 unidades / mês 
TR = 15 dias 
ES = 120 unidades 
L = 300 unidades 
Gaveta “A” 
(D x TR) + ES 
(300 x 0,5) + 120 = 270 unidades 
270 unidades é o Ponto de Ressuprimento (PR) 
 
Gaveta “B 
Emáx – “A” 
 
 
Emáx = L + ES = 300 + 120 = 420 unidades 
Gaveta “B” = 420 – 270 = 150 unidades. 
150 unidades (Deve atender o consumo médio por 15 dias) 
 
42 
 Repor 150 unidades na Gaveta “A” e 150 unidades na Gaveta “B” 
11 ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS 
Comprar significa: procurar, adquirir e providenciar a entrega e recebimento 
de materiais, para a manutenção, a expansão e o funcionamento de uma Empresa. 
 
Objetivos: A identificação dos objetivos, dependerá do nível de abrangência 
perante a própria Empresa. 
 
É inerente como atividade de linha ⇒ espera ser acionada pelas várias 
Unidades da Empresa. 
 
Filosofia de Atuação ⇒ deve atuar como um órgão Prestador de Serviços. 
 
Adquirir bens e/ou serviços: 
 Na qualidade desejada; 
 No momento preciso; 
 Pelo menor preço possível; 
 Na quantidade desejada. 
420
270
120
420
270
120
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Q
u
a
n
ti
d
a
d
e
s
DIAS
SISTEMA DE DUAS GAVETAS
Demanda
 
43 
11.1 Organização da área de compras 
Centralização / Vantagens 
 
 maior poder de pressão do comprador, junto ao fornecedor, em razão de forte 
economia de escala, na fabricação e venda dos produtos; 
 uniformização dos preços entre todas as unidades da Empresa; 
 melhor gestão de estoque; 
 homogeneidade dos procedimentos gerais de compras. 
 
Descentralização / Vantagens 
 
 maior afinidade do comprador, com os problemas locais de fornecimento; 
 maior agilidade no atendimento das necessidades de sua própria unidade; 
 maior autoridade e responsabilidade para a administração local; 
 
11.2 COMPRAS 
Relações Internas x Externas 
 forte relacionamento tanto interno como externo; 
 emite e recebe informações de todas as partes; 
 é um órgão assessor para todas as unidades da Empresa; 
 tem total independência nas suas decisões, porém deve trabalhar coeso na 
ação com os demais órgãos da Empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPRAS 
Finanças 
Transporte
s 
Materiais 
Mercado 
Governo 
Marketing 
Produção 
Fornecedores 
 
44 
Compras no Contexto do Planejamento 
 
Tomada de Decisões: — Exigem técnicas mais apuradas 
— Não podem ser tomadas isoladamente 
— Tem que fazer parte do contexto organizacional 
— Deve refletir o que a Empresa deseja do Depto. 
de Compras 
 
Posição Estratégica na — Alta fonte geradora de lucros 
Empresa: — Deve ser informada sobre tudo o que se passa 
na Empresa; 
— Tem que participar da formulação do 
planejamento global da Empresa. 
 
COMPRAS 
 
Organograma (Modelo simplificado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gerente de 
Compras 
Comprador Pleno Comprador Pleno 
Auxiliar de Compras Auxiliar de Compras 
 
45 
“NÃO PERMITIR QUE ELEMENTOS EXECUTEM AS MESMAS 
ATIVIDADES, INDEPENDEMENTE DO CARGO QUE OCUPAM”. 
 
Síntese das Funções 
 
— Auxiliar de Compras: Datilografia de Pedidos 
 Cobrança de Propostas 
 Auxílio ao “Follow-Up” 
 Atendimento Superficial a Fornecedores 
 Arquivo em Geral 
 Protocolos 
 Elaboração de Pedidos Simples 
 
— Comprador: Negociação com Fornecedores 
 “Follow-Up” 
 Comparação de Propostas 
 
— Comprador Senior: Negociação dos Itens de Valores Significativos 
 Análise Financeira de Propostas mais complexas 
 Desenvolvimento de Produtos / Fornecedores 
 Visitas Técnicas 
 Elaboração de Pedidos Complexos 
 
— Gerente de Compras: Planejamento / Organização / Gestão de Pessoal 
 Orientação Permanente / Controle 
Negociação Itens Especiais / Relacionam. Interno e 
Externo 
11.3 Artigos para revisão 
GESTÃO DE ESTOQUES PARA CONTROLE DA DEMANDA 
Por: Amarildo Nogueira 
 
http://amarildonogueira.com.br/site/gestao-de-estoques-para-controle-da-demanda/
 
46 
A decisão de estocar ou não um determinado produto dependerá muito de 
sua particularidade quanto a sua complexidade ou facilidade de aquisição. O 
dimensionamento de um estoque de forma adequada e o conhecimento das 
particularidades dos produtos, por parte da equipe responsável pelo ressuprimento, 
é um fator de grande importância para qualidade no nível de serviço no atendimento 
ao cliente, seja ele interno ou externo. 
Algumas empresas possuem a visão tradicional de que se faz necessário que 
produtos devem ser mantidos em estoque, seja para acomodar variação nas 
demandas, seja para produzir lotes econômicos em volumes superiores ao 
necessário, seja para não perder vendas. 
No entanto, esta visão ocasiona para as empresas: 
• Custos mais altos de manutenção de estoques; 
• Falta de tempo na resposta ao mercado; 
• Risco do material tornar-se obsoleto. 
 
O controle de estoque exerce influência de grande importância nos custos de 
rentabilidade da empresa, seja um no comércio ou na indústria. Os estoques 
absorvem capital que poderia ser investido de outras maneiras, desviam fundos de 
outros usos potenciais e tem o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de 
investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque libera ativo e 
economiza o custo de manutenção do inventário. Assim se faz necessário ter uma 
política de estoque adequada, de tal forma que não se tenha material em excesso e 
nem em falta. Na figura a seguir veremos as principais atividades para o bom 
gerenciamento da gestão de estoques. 
 
 
As empresas que possuemprocesso produtivo em sua cadeia de suprimentos 
se destacam quando o assunto é estoque, pois os materiais utilizados por estas 
 
47 
empresas não podem faltar. Falta de matérias primas podem parar linhas de 
produção ou alterar programações da produção, o que por sua vez, aumentam os 
custos e a possibilidade do produto acabado. Quanto aos comércios a exigência 
maior é ter o produto de prateleira sempre a mão para que os clientes sempre 
encontrem o que precisam. 
Uma boa política de estoque, acompanhamento da movimentação, boa 
seleção dos fornecedores e determinação do custo máximo de estoque, são fatores 
que fazem a diferença entre uma empresa e outra na conquista de novos clientes e 
manutenção do crescimento no seu mercado de atuação. 
 
 
48 
REFERÊNCIAS 
ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. Atlas,1999. 
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. Atlas,1993. 
CHIAVENATO, Adalberto. Iniciação a Administração de Materiais. Makron 
Books,1991. 
CHINJ, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada – SUPLAY 
CHAIN – Atlas,1999. 
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimento: 
estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 
1997. 
CHOPRA, MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimento: estratégia, 
planejamento e operações. Pearson, 2004. 
CORRÊA, Henrique L. e GIANESI, Irineu G. N. Just In Time, MRP II e OPT. Um 
enfoque estratégico. Atlas,1996. 
CORRÊA, Joary. K na Gerência de Matérias. Fundação Getúlio Vargas, 1978. 
DAVID, A.Taylor. Logística na Cadeia de Suprimentos. Uma perspectiva gerencial. 
Pearson, 2004. 
DIAS, Mario Aosélio P. Administração de Materiais. Edição completa. Atlas,1997. 
HOBBS, John A. Controle de Estoques e Produção. Mc Grawill do Brasil, 1976. 
JÚNIOR, Professor Maurício Keehne. Fae Business School. Curitiba 2002. 
(*)-MARTINS, Petrônio Garcia e CAMPOS, P. Administração de Materiais e 
Recursos Patrimoniais. Saraiva,2000. 
NOGUEIRA, Elisberto e ANTUNES, Izildo. Administração de Materiais e de 
Produção. Érica,1998. 
NOVAES, Antônio Galvão N. e ALVARENGA, Antônio Carlos. Logística Aplicada. 
Suprimento e Distribuição Física. Pioneira, 1994. 
 
49 
PORTER, M.E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho 
superior. São Paulo: Atlas, 1989 
RUSSOMANO, Victor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. Pioneira, 
1995. 
SHINGO, Shigeo. Sistema de Produção com Estoque Zero. Bookman Editora, 1996 
STOCKTON, R. Stansbury. Sistemas Básicos de Controle de Estoques. Atlas, 1974. 
SUNIL, Chopra, MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimento. 
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