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MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Dor É uma experiência sensorial ou emocional desagradável que ocorre em diferentes graus de intensidade – do desconforto leve à agonia total; No Brasil, estima-se que anualmente são realizados, aproximadamente, 250-300 milhões de anestesias odontológicas, com raros relatos de algum tipo de reação adversa grave. Dor nociceptiva Lesão tecidual. Liberação de mediadores químicos. Sensibilização periférica. Transmissão central. Dor neuropática Possui origem de uma lesão ou irritação do nervo. Expressas como ardentes, penetrantes e lancinantes. Ex: nevralgia do trigêmeo. Dor psicogênica Ocorre quando nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado e há sintomas psicológicos suficientes para estabelecer critérios de distúrbio doloroso. Propagação do impulso nervoso O impulso elétrico promove a entrada de íons positivos (Na+) para dentro do neurônio “despolarização”. Após a despolarização, abertura dos canais de K+, promovendo a “repolarização” (voltar ao repouso). Há, então, a inversão dos íons através da bomba de Na+/K+. Envolve gasto de energia (ATP). O que é anestesia local? É a perda da sensação de uma área causada pela depressão da excitação nas terminações nervosas. Perda de sensibilidade sem a perda da consciência. Características desejáveis em um anestésico local (AL) Não ser irritante. Não causar alterações permanentes no nervo. Toxicidade baixa. Eficaz independente do tecido infiltrado. Baixo tempo para início da ação. Longo suficiente para terminar o procedimento. Não causar alergias. Potência suficiente antes da dose máxima. Ser estéril. Características gerais dos AL Base fraca. Pouco solúveis em água. Instáveis quando expostos ao ar. É adicionado ácido clorídrico (pH ácido). Efeitos farmacológicos dos AL Uso principal → depressão da condução nervosa periférica. Interferência na transmissão dos impulsos em qualquer tecido excitável. Sistema cardiovascular Sistema nervoso central Como agem os AL Anestésico não ionizado atravessa a membrana. Ligam-se nos canais de sódio. Bloqueio da condução nervosa. Mecanismo de ação A sequência a seguir é um mecanismo proposto de ação dos anestésicos locais: 1. Deslocamento de íons de cálcio do sítio receptor dos canais de sódio, o que permite... 2. A ligação da molécula de anestésico local a esse sítio receptor, o que então produz... 3. O bloqueio do canal de sódio, e uma... 4. Diminuição na condutância de sódio, que leva à... 5. Depressão da taxa de despolarização elétrica, e a... 6. Falha em obter o nível do potencial de limiar, juntamente com uma... 7. Falta de desenvolvimento dos potenciais de ação propagados, o que é chamado... 8. Bloqueio de condução. Anestésicos locais Fármacos que bloqueiam reversivelmente a condução nervosa com perda de sensações em área circunscrita do organismo, sem alteração do nível de consciência. Diferença entre os tipos de AL Ester Instáveis em solução. Maior potencial alergênico. Rápida hidrólise (enzimas no plasma). Amida Estáveis em solução. Baixo potencial alergênico. Lenta biotransformação hepática. Composição dos anestésicos locais Sais anestésicos – lidocaína, mepivacaína, bupivacaína, articaína e prilocaína. Vasoconstritor – adrenalina, noradrenalina, fenilefrina e felipressina. Estabilizante de vasoconstritor (ação antioxidante) – bissulfito de sódio. **Conservante da solução (ação bactericida) – metilparabeno. Cloreto de sódio. Água. Em casos de alergia, a alergia é do estabilizante de vasoconstrição. Aminas simpatomiméticas: adrenalina, noradrenalina e fenilefrina. Reações alérgicas Metilparabeno FDA (1984): retirou das soluções de AL com finalidade odontológica devido a não reutilização. Pode desencadear reação alérgica imediata ou tardia nos pacientes. É um antibacteriano encontrado em alguns tubetes plásticos. Bissulfito de sódio Reduz a oxidação do vasoconstritor do tipo amina simpatomimética. É usado como conservante de alimentos industrializados. Sempre perguntar para o paciente se ele tem alergia a alimentos enlatados, pois o bissulfito de sódio está presente neles. Cuidado e manuseio Os cartuchos odontológicos de vidro e de plástico não devem ser submetidos à autoclave. Devem ser armazenados em seu recipiente original e em temperatura ambiente. Não devem ficar expostos a luz solar direta, porque alguns de seus componentes podem vir a apresentar deterioração acelerada. Não é necessário aquecer os cartuchos, pois causa desconforto para o paciente durante a injeção e acelera a degradação do vasopressor. Não deve ser imergido em nada. O diafragma semipermeável permite a difusão das soluções para o interior do cartucho odontológico, contaminando-o. Recomenda- se que os cartuchos sejam mantidos em seu recipiente original até que sejam utilizados.