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Anatol Rosenfeld - O fenômeno teatral 1 Anatol Rosenfeld - O fenômeno teatral Aula - Teorias e Ensino do Teatro - Reflexões sobre o texto Exemplificação com Casa de Bonecas de Ibsen e Rei Édipo de Sófocles Considerar a personagem na sua importância geral; Nós não esquecemos os autores, mas nos apegamos muito em suas personagens; O dramaturgo, pouco vai aplicar um espetáculo que será encenado; ele contará sempre com mediadores - cenógrafo, figurinistas, atores, etc. As personagens do teatro têm a liberdade de assumirem o espetáculo com a sua voz e com o seu corpo; As peças são construídas a partir de seus autores para ela ter ainda mais sua autonomia; Todos os mediadores do teatro, manipulam a função narrativa → paralelo com a prosa, ou seja, com o narrador; Metamorfose - flutua diante todo esse ensaio do Anatol; a matéria da ficção é algo da vida transformada, metamorfoseada; Identidades ficcionais - representação de um universo que faz com que o espectador de identifique com as personagens; As personagens vivem em narrativas diversas, assim como nós, vivemos impasses diversos também; A metamorfose se mostra para nós como algo que está para acontecer - não é nenhuma coisa nem outra → impasse; A ideia de metamorfose como metáfora da ficção; A personagem é a responsável pela representação metamórfica da arte daquilo que é vital, daquilo que é da vida; A metamorfose é fundadora, tanto na prosa como no drama; Podemos pensar a metamorfose refletida no quadro o grito de Edvard Munch; Anatol Rosenfeld - O fenômeno teatral 2 Essa pintura e "Casa de Bonecas" possui um campo semântico na mesma metáfora da metamorfose; Caso da Nora, da sra. Linde → personagens que se metamorfosearam, tiveram acertos e erros e a vida segue; A figura da pintura do Munch busca sem dúvida um ponto de desespero através da metamorfose e transfigura o grito; é uma figura fragmentada e retorcida e se mostra na metáfora da metamorfose de braços dados com a hipérbole; representação pintada do impasse que suscita uma metamorfose em curso; O drama de "Casa de Bonecas" possui muitas falhas, as identidades se modificam → a ação do drama está diante desse choque entre os personagens e as suas formas de comportamento; drama de seus comportamentos opostos - contradições que movimentam um ato teatral, a teatralidade; A metamorfose desencadeia revelações, epifanias (epifanias de emancipação, de libertação - Nora, por exemplo); Sobre a direção do ver, observar, do sentir, do perceber → vemos e percebendo essas metamorfoses se movimentarem diante de nós; A metáfora da metamorfose é a figura central do ensaio "Fenômeno Teatral": Esfinge - figura metamórfica (Rei Édipo); Essas figuras nos chamam atenção e ilustram esses impasses; 2 metamorfoses (ator em personagem teatral e metáfora da metamorfose na ficção); A personagem de ficção do teatro é encarnada de maneira viva pelo ator; Édipo - transformação de soberbo para humilde; ele foi um e passou a ser outro diante de todos os erros que cometeu; não há mais como ele ser o mesmo → conhecer-se a si mesmo, ter a noção de identidade; Mais reflexões → O texto ficcional metamorfoseia o vivido pela condição humana; → O conceito de metamorfose toma toda a extensão de seu ensaio; → O teatro para Rosenfeld é tanto um espetáculo como uma literatura gramática, pois ele não despreza o valor de um bom texto, de um texto que dê uma boa sustentação para esse espetáculo; → O ator é, no caso, um artista na função da personagem; o diretor do espetáculo, "mero" intérprete do texto, mas que promove a encenação de uma peça para o Anatol Rosenfeld - O fenômeno teatral 3 público tendo o texto teatral como base; - olhar de um crítico teatral; → O fenômeno teatral, por excelência, é a metamorfose do ator em personagem, em que o artista afasta-se da sua pessoa afim de incorporar uma personagem que é fonte de uma palavra; → A palavra se metamorfoseia como fundadora do espetáculo; → A metamorfose do ator em personagem não passa de uma representação; → O teatro é exigente; → O ator dá voz, representa nossas alteridades;
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