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1 estrutura do sistema financeiro nacional Essa estrutura está prevista na Constituição Federal, em seu art. 192. Art. 192. O Sistema Financeiro Nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. Pode ser perguntado, em prova, a forma como o Sistema Financeiro Nacional é regulado. Perceba que é por lei complementar. Quando a Constituição entrou em vigor, em 1988, já havia sido editada a Lei n. 4.595/1964, que continua em vigência e dispõe sobre o SFN. Durante muito tempo não foi editada nenhuma lei sobre o tema. Mas, em fevereiro de 2021, surgiu a Lei Complementar 179, que alterou algumas informações da Lei n. 4.595/1964. A principal mudança foi conceder autonomia ao Banco Central do Brasil. definições É importante entender o significado das palavras. Estrutura: modo como as diferentes partes de um todo estão dispostas. Há diferentes partes no SFN, e elas precisam se organizar. Financeiro: tem a ver com finanças, que vem a ser a ciência e a profissão do manejo do dinheiro. Nacional: pertencente ou relativo a uma nação. Sistema: conjunto de partes, componentes, que interagem entre si, de forma ordenada, a fim de atingir um objetivo comum. Veremos como um sistema funciona na prática, em diferentes exemplos. Assim, podemos fazer as seguintes associações: 2 Analisando o Sistema Financeiro Nacional, temos como sistema: O SFN promove a mudança de lugar do dinheiro e cria mecanismos para que as finanças circulem em toda a nação. Alguns estudiosos, porém, consideram essa definição de objetivo acima muito simplória, considerando mais o objetivo, de fato, é o “encontro dos superavitários com os deficitários”. 3 O superavitário é aquele que tem sobra de dinheiro. Para esse dinheiro não desvalorizar, ele leva esse valor para o banco, que vai repassar esse dinheiro para o deficitário (aquele que precisa de mais dinheiro além do que ganha). O ideal é que todos estivessem no primeiro caso, pudessem ter dinheiro suficiente para atender as necessidades de consumo e ainda tivessem dinheiro para investir. Mas nem sempre é assim. composição e segmentos do sistema financeiro nacional Vendo a tabela acima, percebemos que o sistema segue 3 ramos básicos, compostos por uma série de integrantes. Abaixo, segue a mesma tabela de forma esquematizada: 4 O termo mercado monetário está relacionado à moeda. A parte de seguros privados envolve também a previdência aberta e título de capitalização. 5 Órgãos normativos O órgão normativo sobre a parte de moeda, crédito, capitais e câmbio é o Conselho Monetário Nacional (CMN), que é o órgão normativo mais importante do Sistema Financeiro Nacional. No entanto, ele, como os outros conselhos, tem poder, mas não executa coisa alguma. Esses conselhos traçam normas, procedimentos e políticas gerais, mas não executam nada. Os outros conselhos são o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Entidades supervisoras As entidades supervisoras executam o que é estabelecido pelos conselhos. Até a LC 179/2021, o Banco Central do Brasil (Bacen) dependia, em sua totalidade, das normas vindas do CMN. Desde a publicação da lei complementar, esse órgão tem autonomia, mas ainda há algumas regras que o Bacen executa vindas do CMN. Outra entidade supervisora é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Vinculada ao CMN, também tem uma certa autonomia. Há ainda a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Algo importante: todas as entidades supervisoras são autarquias federais. Operadores Os operadores (ou intermediários financeiros) são instituições sujeitas à supervisão das entidades supervisoras, que dão autorização para funcionamento, fiscalizam e até punem esses operadores, se for o caso. ▪ Supervisão do Bacen 6 Há diversos bancos: bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, de câmbio, que podem ser públicos ou privados. Já caixa econômica há apenas uma, a Federal. Durante um bom tempo existiram várias caixas econômicas, que, ao longo dos anos, foram incorporadas pela CEF. Detalhe: a Caixa Econômica Federal não é banco, e sim semelhante a banco. As administradoras de consórcios não são instituições financeiras. São prestadoras de serviços que administram grupos de consorciados para aquisição de bens. Para funcionar, precisam de autorização do Banco Central, e estão sujeitas à supervisão e fiscalização do Bacen. Sobre as corretoras e distribuidoras, dependendo de suas atividades, também são fiscalizadas pela CVM. Quando uma distribuidora ou corretora de títulos e valores mobiliários estiver operando no mercado oferecendo compra e venda dos seus clientes de ações, debêntures, de comércio ou papers, estarão 7 na supervisão da CVM. No entanto, se estiver fazendo operação de câmbio, estará sob o olhar do Bacen. As instituições de pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo Banco Central, conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN. As demais instituições não bancárias são: a sociedade de arrendamento mercantil; a sociedade de crédito, financiamento e investimento (as financeiras); a sociedade de crédito imobiliário. Ao contrário das instituições bancárias, não podem captar depósitos à vista e não podem ter conta corrente. ▪ Supervisão da CVM Além de algumas corretoras e distribuidoras, são bolsas de valores e bolsas de mercadorias e futuros. Na prática, só há uma única bolsa em funcionamento no Brasil: B3 Brasil Bolsa e Balcão. ▪ Supervisão da Susep Seguradoras e resseguradoras, entidades abertas de previdência complementar e sociedades de capitalização. ▪ Supervisão da Previc Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). Há 2 tipos de previdência complementar: a fechada e a aberta. A fechada é sempre fundo de pensão. A aberta nunca será fundo de pensão. A aberta pode ser adquirida de duas formas: PGBL e VGBL, que vamos estudar em detalhes depois. 8 Há bancas de concursos que dividem o Sistema Financeiro Nacional em 2 segmentos, juntando órgão normativo com entidade supervisora. Não há nenhuma norma que defina a separação em 2 ou 3 partes. O mercado admite, de forma geral, a divisão em 3 setores. É possível que as entidades supervisoras emitam normas reguladoras, ainda que não tenham o caráter normativo.