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Sófocles Antigona

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Curso de Direito da PUC Goiás Filosofia Jurídica
Curso de Direito da PUC Goiás Filosofia Jurídica
AS TRAGÉDIAS TEBANAS
TRABALHO de 1º N1
SÓFOCLES, Antígona
Trabalho individual. Ler a peça Antígona, de SÓFOCLES e responder:
1. No enfrentamento entre Creonte e Antígona, qual é a questão colocada?
2. Existe uma nítida diferença entre o bem e o mal? Antígona é a representante do bem enquanto Creonte é o representante do mal?
3. Trata-se de um texto político, jurídico ou social? Justifique.
4. Há relação entre poder, justiça e liberdade?
5. Na sua opinião, Antígona cometeu um crime? Qual?
6. Você concorda que Antígona é um texto otimista? Por que?
Corifeu. Líder do coro na tragédia e comédia antigas. O corifeu exercia a função de intermediário entre o coro e as personagens principais e também, tal como o coro, era representante do povo.
Coreuta. Membro do coro.
Libação. Ritual religioso que consiste em derramar um líquido de origem orgânica (vinho, óleo, leite etc.) como oferenda a alguma divindade. Em tempos mais recuados, a libação era feita também com sangue animal.
Emparedamento vivo. Condenação à morte cuja execução consiste em encerrar o condenado entre paredes, levantando paredes nos vãos das portas e janelas ou fechando a entrada da gruta.
Zeus é deus grego; Júpiter é o correspondente romano.
Direito e penalidade: Antígona e Creonte[footnoteRef:1] [1: Arquivo: SófoclesAntígonaDID.docx. Última edição: 02/set/2016.] 
J.C. Avelino da Silva[footnoteRef:2] [2: Doutor pela Universidade de Paris (1980). Professor na Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás. Membro da International Association for Greek Philosophy.] 
Em Antígona (Sófocles), Creonte, rei de Tebas, publica um édito que proíbe as honras fúnebres e o sepultamento de Polinice com a alegação de que o jovem pretendente ao trono havia marchado sobre Tebas com um exército estrangeiro. As honras fúnebres (aí incluído o sepultamento) dão condição de a alma entrar no Hades. Sem elas, a alma fica penando sem rumo. Ao proibir o sepultamento, Creonte vai contra as leis sagradas, vai contra o direito divino. Ele também retira dos deuses o privilégio do destino. O ato ímpio anuncia a tragédia desde o início. Antígona, revoltando-se contra o decreto insensato do tirano, decide prestar as honras finais a seu irmão Polinice. O comportamento de Antígona não é trágico. Apesar de carregado de dor, seu comportamento reflete a coragem piedosa, de aceitação das leis divinas, mesmo se essas leis entram em choque com o poder do rei.
Mais adiante, quando ela resolve se enforcar, antecipando a sua morte, ela se coloca novamente contra Creonte. Ela fora condenada ao emparedamento vivo. Presa em uma gruta, ela deveria ficar ali até que o momento de sua morte chegasse. Mas Antígona se recusou a obedecer a Creonte e se enforca. Sua decisão de se enforcar não é contra os deuses (a quem cabe definir o destino de cada um) e sim contra o rei. Depois de afirmar que não foi Zeus
 o autor das leis feitas por Creonte, ela explica, ousadamente, sua decisão de se matar (Sófocles, 2001, p. 219):
Mas Zeus não foi o arauto delas para mim [...]
Eu já sabia que teria de morrer
(e como não?) antes até de o proclamares,
mas, se me leva a morte prematuramente,
digo que para mim só há vantagem nisso.
Assim, cercada de infortúnios como vivo,
a morte não seria então uma vantagem?
Daí surge o conflito entre Têmis e Dike. O poder tem razão de querer ser obedecido (Dike) e todo ser tem direito às honras fúnebres (Têmis). Nesse conflito, todos perdem, inclusive o poder, mas a dignidade é afirmada por meio de Antígona. Há otimismo na tragédia. A morte de Antígona é uma solução (como continuar vivendo em meio a esse sofrimento, em meio a essa tragédia?), enquanto a sobrevivência de Creonte passa a ser sua punição. Injustiça seria se Creonte tivesse uma morte breve, já que ele merece expiar sua intransigência. Sófocles deixa bem claro sua mensagem: a intransigência será punida. Creonte é punido com a vida.
A intransigência é severamente punida no texto de Sófocles (Antígona) que reserva um destino cruel para Creonte, paradigma da intransigência.
2
Io
Cadmo
Polidoro
Lábdaco
Laio
Édipo
Jocasta
Creonte
Polínice
Etéocles
Ismênia
Antígona
Hêmon
Árvore genealógica de Édipo
Seta indica descendência
Retângulo vazio indica irmãos(ãs)
Interrupção na seta de descen-
dência indica existência de gera-
ções intermediárias
J.C. Avelino da Silva

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