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RESENHA ACADÊMICA CRÍTICA - ´´Antígona´´, de Sófocles APRESENTAÇÃO: Para realizar essa resenha, fiz a leitura da tradução feita por João Baptista de Mello e Souza, intitulada ´´ANTIGONE´´, assisti ao Filme ``ANTIGONI´´, de 1961 e dirigido por Yorgos Javellas, na Alemanha Oriental. A título de curiosidade, e para entender melhor a questão da relação Justiça/Injustiça e Jusnaturalismo/Juspositivismo, fiz a leitura do Artigo 13 e do artigo 15, da ´´RETÓRICA´´ de Aristóteles. Antígona, é uma famosa e conceituada tragédia grega, escrita por Sófocles em 442 A.C.. É a terceira e última da trilogia que trata a História de Édipo e o Ciclo Tebano, apesar de ter sido a primeira a ser escrita. Apesar de simples, a estrutura da obra, composta por aproximadamente 20 atos, ou cenas, é composta com muita competência por Sófocles, que por sua alta capacidade narrativa, faz com que entendamos os fatos que vão ocorrendo ao longo da peça, a utilização do coro, por exemplo, faz com que a tragédia seja mais fácil de acompanhar. Encabeçando as cenas, ele faz uma provável instrução aos futuros atores e diretores, facilitando assim o entendimento da dinâmica da história. A peça trata a história dos filhos concebidos a partir da relação incestuosa do rei Édipo e Jocasta, sua mãe: Após uma luta corporal, na disputa pelo comando de Tebas, Etéocles e Polinices acabaram matando um ao outro, com isso, seu tio Creonte reclama o governo de Tebas, e seus primeiros decretos, são quanto ao sepultamento dos sobrinhos, mortos em batalha: O primeiro decreto, ordena que façam todos os ritos de sepultamento à Etéocles, a que teria direito um herói de guerra, uma vez que morreu defendendo a cidade do ataque inimigo; O segundo decreto proíbe todos os cidadãos, que façam qualquer tipo de rito de sepultamento ao corpo de Polinices, uma vez que esse tenha sido considerado traidor de Tebas. Apesar das leis positivadas daquela época, determinavam que o corpo de um traidor fosse sepultado fora da cidade, Creonte ordena que o corpo de Polinices, seja jogado aos arredores da cidade, para ser devorado pelos cães selvagens e aves de rapina. DESCRIÇÃO: Revoltada com o decreto do Rei Creonte, a respeito do corpo de seu irmão Polinices, Antígona vai até sua irmã Ismênia, pedir auxílio para sepultar adequadamente com as leis divinas o corpo do irmão, mas Ismênia, amedrontada pelo decreto e pela tirania de Creonte, e pelo simples fato de serem mulheres e incapazes de lutar contra a força de qualquer homem, além de negar ajuda, aconselha Antígona que não o faça, pois estaria correndo o risco de ser apedrejada até a morte, como determinava o decreto do Rei Creonte. Em todo o momento, Antígona se mostrava determinada, motivada pela convicção de que estaria fazendo o que as leis divinas determinavam, e para ela, estas estavam acima das leis dos homens, inclusive as impostas pelo Rei Creonte. Antígona acabou sendo presa em flagrante, ao tentar fazer o sepultamento do irmão, sendo levada a julgamento e condenada a ser sepultada viva em uma caverna, para que a responsabilidade da morte não caísse sobre Tebas. Hêmon, filho de Creonte, e noivo de Antígona, tenta interpelar pela vida da noiva com o pai, descrevendo a insatisfação popular com o decreto de morte a Antígona, assim como o apoio à atitude que Antígona havia tomado. Eles acabam entrando em uma discussão calorosa, que apesar de ter acabado com Hêmon ameaçando o suicídio, Creonte entende que na verdade a ameaça seria contra a vida dele, o pai. Então Tirésias, o vidente cego e conselheiro de Creonte, conta sobre seu sonho ao rei, mostrando a insatisfação dos Deuses quanto aos seus últimos decretos. Apesar de relutar e discutir com Tirésias, Creonte acaba se convencendo, vai até os restos mortais de Polinices e concede o ritual fúnebre a que tinha direito. Creonte decide então libertar Antígona, mas quando chega ao túmulo percebe que ela se matou, enforcada com seu próprio véu, e seu filho está aos prantos ao lado do corpo. Eles entram em uma discussão calorosa até que Hêmon saca o punhal e ataca seu pai, mas Creonte consegue se esquivar, então Hêmon em um ato desesperado, enfia o punhal em seu próprio peito,deitando-se ao lado do corpo de sua amada, antes de morrer. Diante da cena, Creonte desolado por ver que seu filho tirou a própria vida por sua culpa, pega o corpo do seu filho no colo e volta em direção ao palácio. Chegando lá, como se não bastasse as últimas desgraças que haviam acontecido, ele recebe a notícia de que ao saber do ocorrido, Eurídice, sua esposa também suicidou se, amaldiçoando-o e culpando-o pelas mortes: Dela, do filho e de sua futura nora. Em frente a tudo isso, Creonte entra em um estado de desespero, pede ao seus servos que o retirassem dali, e as divindades que o matem, pois não conseguiria mais aguentar tanto sofrimento, não queria mais viver com essa culpa. CRÍTICA: Antígona, apesar de ser uma obra com mais de 2 mil anos, mostra temas que se perpetuaram durante todo esse tempo, sendo utilizada como fonte de trabalho e discussão em diversas formas de interpretação, e que mesmo sendo antiga, abrange temas completamente atuais, que são fonte de pesquisa até hj. Podemos dizer superficialmente e em poucas palavras, que Antígona é a história de uma grande mulher, dotadas de sentimentos e atitudes nobres e memoráveis, que desafiou um rei, um estado inteiro, para fazer cumprir seu ato de amor e temor às leis naturais, às leis divinas. Antígona, além de ser uma das obras mais importantes da mitologia grega, ela se perpetuou ao longo dos anos, sendo apresentada em peças e filmes, em deferentes países até hj. Podemos dizer que Antígona faz uma alusão aos principais fatos históricos e políticos, assim como o fascismo, o nazismo e as guerras mundiais. Ao longo da obra, pude observar que existe a representação do direito posto ou direito positivado, através dos decretos do Rei Creonte, e em contrapartida, a representação do direito natural, nas atitudes e pensamentos de Antígona e Hêmon. Pude Observar ao longo da leitura, outras relações conflituosas, na questão Justiça X Injustiça: A questão dos conflitos de gênero e do machismo, assuntos completamente atuais, que estão presentes tanto nos discursos machistas de Creonte, quanto na posição inferior que sentia-se Ismênia em relação aos homens; A questão do feminismo, também muito comentada atualmente, no caso da Saga de Antígona, que lutou sozinha contra o rei e contra o estado, em prol do amor, dos direitos humanos e individuais e pelo respeito às leis divinas; E a questão recorrente ao longe dos anos no mundo todo, de governadores e governos tiranos, que assim como Creonte, cerceiam ao povo governado, seus Direitos Fundamentais. Do ponto de vista político, pude observar que existe ao longo da obra, um conflito dos limites da lei positivada em relação as leis dogmáticas, pertencentes ao Direito Antigo. Analisando de maneira empática e em favor do estado, consegui observar que apesar dessa tirania e arbitrariedade de Creonte, assim como o heroísmo sentimental representado Antígona, pude observar que Creonte zelava pela lei positiva de Tebas, com objetivo de progresso em relação a cidade e a sociedade, sendo ele o representante maior do direito positivo em Tebas, e no caso da saga de Antígona, uma desobediência civil, que apesar de ter se mostrado praticamente necessária, causou grande prejuízo não só a ela mesma, que acabou pagando com a morte, mas as pessoas que a admiravam. CONCLUSÃO: Antígona se mostra um símbolo heroico, a medida que nos identificamos com ela, através da luta do povo contra a injustiça, que muitas vezes é proferida por governos e estados opressores, e mostra o quanto é preciso lutar contra aqueles que cerceiam os Direitos Fundamentais do povo. Fica claro que Sófocles nos apresenta emAntígona, uma relação de limites entre lei, moral e religião, os quais eram os assuntos mais abordados em suas obras. Essa obra de Sófocles reflete conflitos do Direito Natural X Direito Positivo, além dos conflitos de Justiça X Injustiça, que vêm se repetindo em vários momentos históricos do Ocidente, de A.C. até os dias de hoje. O AUTOR: Sófocles, (496 A.C. – 406 A.C.), foi um dos mais importantes dramaturgos da Grécia Antiga, Nascido em Colonus, aos arredores de Atenas, Era filho de um rico fabricante de armaduras, fazia parte de classe elevada e recebeu boa educação, viveu na época do governo de Péricles, o Auge da Grécia e da cultura Helênica. Com 16 anos, por sua beleza física, sua bravura e seu talento musical, Sófocles foi escolhido para dirigir o (paean) canto coral aos deuses, para celebrar a vitória sobre os persas na batalha de Salamina De todas as peças escritas por Sófocles, só sete restaram completas. A mais antiga é “Ajax” (450 a.C.), ainda muito influenciada pelo estilo de Ésquilo. Depois veio ”Antígona” (442 a.C.), “Édipo Rei” (430 a.C.) “Electra” (425 a.C), “As Traquínias” (420-410 a.C.), “Filoctetes” (409 a.C.) e “Édipo em Colonos” (o final poético da tragédia de Édipo, representada em 401 a.C., após sua morte. Por quase 50 anos, Sófocles foi o mais celebrado dos dramaturgos nos concursos dramáticos Sua obra-prima "Édipo Rei" o consagrou como o maior poeta trágico da Antiguidade Grega. Também trabalhou como ator. Foi ordenado sacerdote de Asclépio, o deus da medicina, e eleito duas vezes para a Junta de Generais, que administrava os negócios civis e militares de Atenas. Sófocles morreu na idade de noventa ou noventa e um anos, no inverno de 406 A.C., tendo visto durante sua vida tanto o triunfo grego nas Guerras Persas como o terrível derramamento de sangue da Guerra do Peloponeso. Como aconteceu com muitos homens famosos na antiguidade clássica, a morte de Sófocles inspirou uma série de histórias apócrifas sobre sua causa. Talvez a mais famosa é a sugestão de que ele morreu devido ao esforço excessivo ao tentar recitar uma longa passagem de sua Antígona sem pausa para respirar. Outra versão sugere que ele se engasgou ao comer uvas durante um festival em Atenas. Uma terceira história afirma que ele morreu de felicidade depois de obter a vitória final na Cidade Dionísia. TEXTOS EXTRAÍDOS DOS SITES:: https://www.suapesquisa.com/biografias/sofocles.htm https://www.ebiografia.com/sofocles/ - "É tolo quem quer se opor ao amor, como se pudesse lutar com ele". - "O céu não ajuda a quem não quer se mexer". Sófocles Marcus Vinicius da Costa do Val – Acadêmico do Curso de Direito – Matutino Primeiro Semestre – Universidade FMU – RA: 1470400 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ascl%C3%A9pio https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_Persas
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