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- -1
INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
INSTITUIÇÕES DE SAÚDE: UM CAMPO DE 
TRABALHO TRANSDISCIPLINAR
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar os tipos de trabalho em equipe possíveis de serem desenvolvidos em instituições de saúde.
1 Relembrando conceitos
Vamos rever os principais conceitos vistos na aula anterior?
Na primeira aula de nossa disciplina, tivemos a oportunidade de compreender a evolução histórica das
instituições de saúde até o ponto como se encontram estruturadas hoje em dia.
Pudemos observar que, em seu início, as equipes de saúde eram compostas basicamente pelo médico e pelos
enfermeiros que dividiam o cotidiano de trabalho com os funcionários administrativos. Gradativamente, com a
evolução dos cuidados em saúde e o desenvolvimento das ciências ligadas a esta área, outras profissões
passaram a habitar o espaço do hospital aumentando consideravelmente o número de profissionais que, hoje,
dedicam-se aos cuidados de enfermos nos seguintes níveis:
Primários
Compreende o nível de prevenção de doenças ou prevenção do agravamento de doenças
pré-existentes.
Secundário
Envolvem os ambulatórios especializados com a realização dos atendimentos de média
complexidade.
Terciários
Englobam o atendimento de alta complexidade envolvendo a reabilitação em saúde, em
geral os hospitais são responsáveis por este tipo de atendimento e espera-se que para
chegar a eles o paciente já tenha passado pelos demais serviços de urgência e emergência.
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2 Relembrando conceitos – Multiespecialização
Na aula passada, tivemos também a oportunidade de ver a influência do modelo taylorista, denominado
Organização Científica do Trabalho, institucionalizando um modo de organização social da produção que, para
ser superado na área da saúde, leva a uma multiespecialização tornando o profissional apto a superar desafios e
romper com a visão de trabalho linear e previsível.
A adoção deste novo modelo qualifica o profissional a ter uma percepção mais abrangente e integrada do
tratamento em saúde e, juntamente com habilidades e competências técnicas e interpessoais, capacitam o
indivíduo a estabelecer relações de cooperação que também são de enorme valor no funcionamento das equipes.
3 Instituições de saúde
As instituições de saúde são, atualmente, um espaço de trabalho interdisciplinar que reúne um grande número
de profissionais da área ligados por um objetivo comum que é o atendimento ao usuário de tais instituições, seja
ela de que natureza e de que nível for.
Com a crescente evolução da área da saúde as instituições foram gradativamente se transformando e
incorporando novas tecnologias o que, consequentemente, trouxe tanto uma diminuição de seus quadros
funcionais, quanto dos espaços físicos destinados aos procedimentos e atendimentos e o início e a manutenção
de investimentos em qualificação.
Todas essas medidas claramente acompanham o desenvolvimento tecnológico da área e objetivam produzir
mais e com mais qualidade a fim de atender satisfatoriamente seus usuários.
4 Habilidades sociais
As (que aqui denominaremos de habilidades sociais direcionadas aohabilidades interpessoais laborais
trabalho) são cada vez mais requeridas quando da inserção no mundo do trabalho. Esta necessidade se faz sentir
particularmente nas profissões que possuem na interação social, a base da atuação profissional, como é o caso de
toda a área da saúde. Este fato faz com que a apresentação de um bom repertório de habilidades sociais seja
entendido como um pré-requisito para a atuação profissional competente.
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Os comportamentos socialmente habilidosos são, em grande parte, aprendidos na interação do indivíduo com o
seu ambiente. Começam a ser desenvolvidos na infância, através da observação de modelos significativos, de
ensinamento direto e de reforço de comportamentos adequados e podem continuar o desenvolvimento durante
toda a vida do sujeito.
Desta forma, podemos observar que a aquisição do repertório comportamental, socialmente habilidoso, envolve
um aprendizado durante toda a vida através da interação do indivíduo com seu meio social, no exercício
crescente de novos papéis e assimilação de normas culturais.
Portanto, os comportamentos socialmente habilidosos emitidos por um adulto foram aprendidos ao longo de sua
história de vida e respondem também à sua situação de vida atual.
Pesquisas no campo das habilidades sociais afirmam que pessoas socialmente competentes tendem a apresentar
relações sociais e profissionais mais produtivas, além de melhor saúde física e bem-estar psicológico, enquanto
os déficits estariam associados à dificuldades interpessoais em geral, comprometendo a qualidade de vida ou
qualidade de trabalho do indivíduo e estando presentes também em uma série de transtornos psicológicos.
Mas por que as pessoas teriam dificuldades em seu repertório de habilidades sociais?
Vários são os fatores que poderiam provocar uma conduta social inadequada dentre os quais podemos destacar:
• o indivíduo pode não ter aprendido o comportamento apropriado;
• pode ter condicionado uma forte ansiedade às situações sociais, o que o impede de responder de forma 
socialmente adequada;
• pode apresentar uma inibição social cognitivamente mediada através da ação de crenças distorcidas, 
expectativas irracionais, autoverbalizações negativas, autoinstruções inadequadas ou baixa autoestima;
• pode apresentar falta de motivação para a interação social;
• pode não saber discriminar adequadamente as situações em função de uma deficiência na percepção 
social;
• ou pode não estar seguro de seus direitos.
Pinho (2006) chama a atenção para o fato de que, além de um bom repertório de habilidades que o capacite a
uma interação social produtiva, é esperado do funcionário um envolvimento e uma internalização dos objetivos
e missão da organização, de forma a se tornar um colaborador, um parceiro nos negócios, incorporando a ideia
de que se a empresa é bem-sucedida, ele também será.
A moeda de troca passou a ser a formação de um pacto que tenda simultaneamente aos interesses
organizacionais e pessoais. Estes fatos provocaram a necessidade de troca de uma gestão baseada no
desempenho individual para o desempenho coletivo. Para superar estes desafios, a delegação de
responsabilidades às equipes tem sido a alternativa para alcançar resultados rápidos, criativos, e acima de tudo
eficazes.
Entretanto, ao mesmo tempo que o funcionário é convidado a se perceber como um elo importante dentro da
instituição, sofrendo forte pressão a contribuir para o alcance dos seus objetivos e metas, ele percebe também
•
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sua descartabilidade visto que, em muitas ocasiões, há uma ameaça velada – e, por vezes, até pública – de
substituição, caso essas mesmas metas não forem alcançadas.
5 Instituição de saúde – tensões
Diante desta tensão diária, o elo entre o profissional, a instituição em que trabalha e seus demais colegas de
equipe, torna-se frágil visto que ele passa a identificar várias fontes potenciais de competição e ameaça, o que
pode comprometer a eficiência do trabalho em equipe, porque o outro pode ser identificado como uma dessas
fontes de intimidação.
Esta tensão permanente entre o trabalhador e a instituição na qual está inserido é de difícil gerenciamento visto
integrar o modo capitalista de gestão, entretanto, é importante deixar claro que este gerenciamento pode
resultar em um intenso desgaste de todos os profissionais envolvidos e ter o efeito contrário do desejado. Isto
faz com que haja uma diminuição na qualidade do serviço oferecido e na identificação do profissional com a
equipe e com a instituição, uma vez ser relativamente simples entender que ele pode usar este distanciamento
como forma de proteção individual contra esta influência perversa do mundo do trabalho.
Neste contexto, o trabalho em equipe se propõe a redesenhar o trabalho e a promover a qualidade dos serviços
sendo importante diferenciar as formas através das quaiseste relacionamento pode ocorrer, visto que um
conjunto de pessoas que trabalham juntas só se torna uma equipe quando há elementos de identificação que as
una, seja física ou virtualmente.
Para que vejamos o trabalho em equipe como um processo é preciso repensar os papéis das pessoas dentro
desta, as relações de poder aí instauradas e se propor a alterar os conteúdos já instituídos. Neste ponto,
entretanto, reside uma grande dificuldade, tendo em vista que temos a tendência a naturalizar o que já é
instituído, a não questionar a ordem das coisas e aceitá-las como sendo verdades sem perceber que foram
historicamente construídas e que podem ser desconstruídas e reconstruídas em um modelo mais produtivo e
satisfatório para todos os atores envolvidos.
Isso requer um espírito investigativo e disponibilidade e energia para alterar o estado das coisas como se
apresentam hoje, entendendo que, não é pelo fato de ser assim que deve continuar sendo.
Para isso, é necessário romper com a prática histórica de apoio ao corporativismo e inovar as técnicas de gestão
onde a sua função enquanto gestor hospitalar é de fundamental importância.
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Contudo, a construção de um novo estado e de novos conhecimentos não pode vir de esforços solitários dos
profissionais, visto que eles, isoladamente, não terão força para tal empreitada. Ela deve ser alicerçada pelo
apoio institucional que deve possibilitar os espaços de autonomia e de criatividades aos profissionais e alavancar
os processos de qualificação e formação de equipes no interior dos serviços.
6 O trabalho em equipes de saúde
O trabalho em equipes de saúde só pode se efetivar quando forem trabalhadas as relações de poder que se
expressam neste meio e que encontrar, para sua modificação, inúmeros obstáculos, dentro os quais podemos
citar:
• A tradição positivista e biocêntrica;
• Os espaços de poder já legitimados por todos;
• A falta de comunicação entre as instituições de saúde, ensino e pesquisa que realizam uma formação 
fragmentada do profissional, dificultando sua inserção em equipes transdisciplinares;
• As dificuldades próprias do cotidiano de trabalho como a operacionalização dos conceitos, os métodos e 
as práticas exercidas pelas diversas categorias profissionais.
Enquanto não conseguirmos aumentar a interação, o conhecimento e o respeito entre esses profissionais, a
prática transdisciplinar continuará enfrentando dificuldades para se estabelecer.
É importante que possamos diferenciar aqui os vários tipos possíveis de integração entre as equipes que se
constituem na área da saúde. Uma equipe multidisciplinar encerra em si a justaposição de diversas disciplinas,
sem que, necessariamente, haja entre elas um trabalho em equipe e coordenação das atividades executadas.
Em grupos multidisciplinares não se acordam conceitos e métodos. O mesmo ocorre com equipes
pluridisciplinares, embora implique em um nível maior de relação entre as disciplinas.
A partir da década de 1960, a interdisciplinaridade começou a ganhar destaque no mundo ocidental, sendo um
processo interativo no qual todas as disciplinas saem enriquecidas através da cooperação entre as diversas
especialidades que compõem a equipe e o estabelecimento de objetivos comuns.
A proposta de uma equipe transdisciplinar não se restringiria às interações e à reciprocidade entre as
disciplinas, propondo, ao invés disso, a ausência de fronteiras entre elas.
Diversos autores reconhecem estar correto afirmar que a saúde é um campo transdisciplinar em função da
complexidade de seu objeto de trabalho, entretanto,
ao observar o cotidiano dos serviços de saúde podemos facilmente notar que, apesar do oferecimento do serviço
se fazer de forma organizada, não há esse tipo de integração entre os profissionais.
Atenção
Por isso, de agora em diante, falaremos de equipes interdisciplinares, que se aproximam mais de nossa realidade
e não mais de equipes transdisciplinares como proposto no título de nossa aula. Este título serviu apenas para
•
•
•
•
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chamar a atenção a uma situação ideal de relacionamento entre os profissionais da área de saúde que,
entretanto, ainda não corresponde à realidade.
7 Equipes interdisciplinares
Durante os anos de 1980, com o movimento da reforma sanitária no Brasil, que propunha mudanças e
transformações necessárias na área da saúde, buscando-se a melhoria das condições de vida da população, as
equipes ganham relevância como forma de trazer a integralidade das ações e a melhor qualidade dos serviços.
A interdisciplinaridade passou a ser uma exigência interna do trabalho em saúde, embora, como citado
anteriormente, esta prática esteja mais no campo ideal do que no campo real. A prática interdisciplinar não
ocorre apenas pela criação de disciplinas com diversos profissionais da área da saúde, ela está vinculada à
responsabilidade individual que surge do envolvimento do profissional com o projeto de trabalho, com as
pessoas envolvidas e com a instituição na qual está inserido, embora esta inserção, como falamos agora há
pouco, seja fonte constante de tensão.
O trabalho interdisciplinar exige que cada profissional coloque seus conhecimentos, seus sentimentos e suas
expectativas em função de um objetivo partilhado, temos que considerar, entretanto, que este processo é
prejudicado por uma formação acadêmica fragmentada o que faz com que os profissionais não encontrem nem
na sua graduação nem nos serviços aos quais se incluirão treinamentos que possam ajudar na integração das
equipes e também na adequação de seu trabalho à realidade.
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Desta forma, o trabalho em equipe precisa ser redesenhado, aprendido e implementado como forma de
promover a qualidade dos serviços. Entre estes processos importantes, para promover tal reinvenção, podemos
citar o planejamento de serviços, o estabelecimento de propriedades, a redução da duplicação dos serviços, a
geração de intervenções mais criativas, a redução de intervenções desnecessárias pela falta de comunicação
entre os profissionais, a redução da rotatividade, resultando na redução de custos, com a possibilidade de
aplicação e investimentos em outros processos.
Esta reinvenção esbarra, porém, em inúmeras dificuldades no cotidiano das instituições de saúde, em especial na
intensa divisão social e técnica do trabalho nesta área que resulta em alta compartimentalização, gerando a visão
fragmentada do ser humano propagada ainda nas graduações dos profissionais de saúde.
É importante considerar entretanto que, muitas vezes, nas rotinas dos atendimentos em saúde, o trabalho
interdisciplinar não se aplica, devendo, neste caso, haver a intervenção de um ou dois profissionais.
Robbins (2002) destaca três parâmetros para determinar se o trabalho em equipe é o mais adequado a uma
determinada situação.
Em primeiro lugar é necessário definir se o trabalho pode ser realizado por mais de uma pessoa, levando-se em
consideração a complexidade da tarefa e a necessidade de diferentes perspectivas.
Em segundo lugar, saber se a tarefa cria um propósito comum ou conjunto de metas para os membros da equipe
que seja mais do que a soma de seus objetivos individuais.
E por último, verificar se os membros do grupo possuem interdependência.
Robbins (2002) chama a atenção para o fato de que, quando se tratar de atividades em equipes interdisciplinares
é importante garantir a existência de condições motivadoras para se assumir responsabilidade coletiva quando
da realização de tarefas significantes.
Para isto, entretanto, é necessária a inclusão de variáveis tais como liberdade e autonomia, oportunidade de
diferentes habilidades e talentos, capacidade de realização completa de uma tarefa que aumenta o senso de
responsabilidade. No que diz respeito às capacidades pessoais do profissional o autor elenca os conhecimentos
técnicos, as habilidades de resolução de problemas e a capacidade de identificar problemas e gerar alternativas
de respostas.
Em equipes interdisciplinares é de extrema importânciaque os membros preservem suas funções especializadas
mantendo uma linha contínua de comunicação uns com os outros, colocando-se em um continuum de interações
e responsabilidades. Um grande problema entretanto é que cada profissional de saúde aprende o seu papel
tradicional através do processo de educação de sua profissão, este papel passa a integrar a forma de ser do
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profissional e que, não incluindo o papel dos outros profissionais começam a causar conflitos, ansiedade e
ineficácia no trabalho coletivo. É fundamental que cada membro da equipe se habitue com os conceitos das
demais profissões e se aproxime de seus colegas de trabalho compartilhando responsabilidades.
Alguns autores sugerem a integração de práticas educativas no cotidiano de trabalho a fim de ajudar os
membros das equipes a clarificar seus papéis uns com os outros, permitindo a identificação das próprias
competências profissionais, bem como as competências dos outros membros, explorando assim as
responsabilidades sobrepostas e negociando os espaços de cada um no cotidiano de trabalho.
Neste contexto de trabalho e de reeducação para o trabalho em equipes interdisciplinares é de extrema
importância o adequado estabelecimento de metas e a forma como são acordadas entre os profissionais em
questão.
8 Programas de metas
O estabelecimento de programas de metas é importantíssimo para o desenvolvimento do trabalho em equipe,
devendo seguir os seguintes princípios:
Métodos de desempenho: Focalizam-se em atingir padrões ou objetivos de desempenho independentemente
de outros profissionais, em geral, fazendo comparações com o próprio desempenho.
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Metas de processo: Focalizam-se nas ações que um indivíduo deve praticar durante o desempenho para
executar bem o seu ofício.
Metas de resultado: Normalmente se focalizam em um resultado competitivo de um evento, envolvem assim 
não só o seu próprio desempenho mas também o de sua equipe e das demais equipes de um serviço.
Embora haja muitos sistemas de estabelecimento de metas diferentes, a maioria deles inclui três estágios
básicos:
As metas inteligentes são:
Neste contexto, o estabelecimento de metas globais, sem ajuste e sem acompanhamento e feedback para o
profissional envolvido é uma fonte potencial de problemas.
Alguns outros pontos são igualmente importantes tais como liderança, tomada de decisão e comunicação. Estes
serão vistos em aulas futuras e por isso não serão aprofundados neste momento.
- -11
9 Equipes interdisciplinares – conflitos
Em função das características de composição das equipes interdisciplinares a existência do conflito é inevitável.
Quando bem enfrentado o conflito é desejável a fim de proporcionar o crescimento, o amadurecimento e o
desenvolvimento da própria equipe.
O que não pode ocorrer entretanto, é que seja ignorado, como se nada estivesse acontecendo, em função da
incapacidade dos profissionais envolvidos de gerenciar tal momento. Podemos observar que o conflito encoraja
a inovação e a solução de problemas de forma criativa e o êxito obtido na confrontação e resolução das
diferenças promove o aumento da confiança e compreensão entre os membros da equipe.
Sinais de falha ao lidar com o conflito incluem baixa moral, afastamento, falta de envolvimento, falta de anuência,
depressão e Burnout ou estresse laboral específico de profissionais que se dedicam ao cuidado e que será
aprofundado em aula futura.
As barreiras para lidar de forma eficaz com o conflito incluem um senso idealizado de união que inibe o feedback
e a confrontação de diferenças; uma tradição profissional de obediência à autoridade e correspondente
dificuldade para discordar; agrupamento de membros da mesma categoria profissional; má compreensão dos
papéis; competências e responsabilidade de outros membros da equipe, pontos esses que precisam ser
observados e superados a fim de permitir o amadurecimento do grupo de trabalho.
Construir uma sólida equipe interdisciplinar requer planejamento cuidadoso, compromisso e investimento
constante. No início deste processo, os membros da equipe precisam gastar um tempo planejando e fazendo o
acompanhamento de objetivos, tarefas e papéis, liderança e tomada de decisão, comunicação e resolução de
conflitos.
É importante que, nesta construção, duas perguntas sejam feitas:
As expectativas estão claramente definidas?
Existem conflitos de papéis ou eles são compatíveis?
As respostas a essas perguntas orientarão a equipe em seu processo de construção de um trabalho efetivamente
interdisciplinar.
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10 Equipes interdisciplinares – construção da equipe
Uma questão que precisa ser claramente observada e discutida é o fato de historicamente os médicos assumirem
um papel de liderança na equipe de atenção à saúde, isso ocorre devido a vários fatores culturais e históricos que
remetem à própria história das instituições de saúde e à sua construção social.
Para não repetir cegamente esta prática a equipe poderá se fazer as seguintes perguntas:
• Quais necessidades precisam ser decididas?
• Quem poderá estar envolvido neste processo?
• Qual processo de tomada de decisão poderá ser usado?
• Quem será responsável por levar a cabo essa decisão?
• Como as necessidades serão informadas sobre a decisão?
As respostas indicarão, naturalmente, o melhor profissional, médico ou não, para assumir a posição de liderança
de uma determinada equipe em um dado momento.
A ideia de equipe remete a um campo de acolhimento em que cada profissional tem o seu lugar, entretanto, a
busca por integração ocorre em meio às relações sociais, interpessoais, intrapessoais, ideológicas, filosóficas,
afetivas, cognitivas e éticas que se misturam no ambiente das instituições de saúde, o que faz deste campo de
trabalho uma área de enorme complexidade que muitas vezes provoca no profissional a utilização de uma série
de defesas na tentativa de manter seu espaço ou sua identidade.
Contudo, a interação não significa a equalização dos saberes e nem a submissão das diferenças a uma verdade
única e inequívoca. O problema não está em cada um perder a sua competência e seu espaço mas sim em se
articular com outras competências criando um novo espaço de atuação.
A crise que podemos observar hoje, na área da saúde, já se arrasta a vários anos e é importante que as próprias
instituições comecem um profundo movimento de transformação em seus processos internos de gestão.
Revertendo os resultados para a satisfação do usuário e o consequente atendimento às suas demandas, em
tempo hábil, através de práticas permanentes de investimento em seus recursos humanos, pode orientar uma
mudança valorativa e nas atitudes, que contemplem uma participação mais efetiva, reduzindo os problemas
potenciais.
A interdisciplinaridade constitui um entre os vários temas que necessitam ser desenvolvidos para gerarem
contribuição para a área da saúde, visto que a organização do trabalho caracterizado pela divisão do trabalho
intelectual e de execução das atividades prescritas, a fragmentação do conhecimento e a excessiva
predominância das especializações, sufocaram o conceito de interdisciplinaridade com a racionalidade da
organização do trabalho proposta pela Revolução Industrial.
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Como discutimos até aqui, nesta aula, na perspectiva contemporânea, a interdisciplinaridade contempla: o
reconhecimento da complexidade do trabalho na área da saúde; a necessidade de um olhar múltiplo sobre este
objeto de trabalho e do trabalho conjunto sobre o mesmo, aliado ao respeito às profissões específicas na busca
de soluções compartilhadas para os problemas das pessoas e das instituições.
Segundo Pinho (2006) a habilidade de identificar dificuldades para a prática interdisciplinar é fundamental para
a manutenção da estabilidade da equipe. A apropriação mediante uma reflexão crítica, das dificuldades
encontradas nos projetos interdisciplinares, pode funcionar como ferramenta importante para a superação
destas dificuldades, bem como,proporcionar crescimento interno.
Não existem fundamentos prescritivos para a prática interdisciplinar; é na vivência, nos acertos e erros e na
identificação das dificuldades que se constrói um cotidiano de equipe.
Desta forma, o respeito à disciplina do outro, respeito pelo outro, tolerância, aceitação de sugestões, respeito às
limitações, respeito às competências, comprometimento com o sistema, ouvir, reflexão, ética, autoridade e
empatia são atitudes fundamentais para o funcionamento das equipes interdisciplinares.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre o assunto seguinte:
• A existência e a natureza dos conflitos frequentes no trabalho de equipes interdisciplinares; a 
importância da liderança do gestor na mediação e gerenciamento de tais conflitos e os tipos de liderança 
que podem ser exercidos pelo gestor na busca da otimização do trabalho executado.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu a diferença entre equipes transdisciplinares, interdisciplinares e multidisciplinares 
compreendendo a importância da integração entre os profissionais que as compõe;
• Analisou os principais pontos que devem ser obedecidos no cotidiano de trabalho a fim de estabelecer o 
melhor modo de funcionamento das equipes, na busca do atendimento de excelência, aos usuários de 
seus serviços.
•
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	Olá!
	1 Relembrando conceitos
	2 Relembrando conceitos – Multiespecialização
	3 Instituições de saúde
	4 Habilidades sociais
	5 Instituição de saúde – tensões
	6 O trabalho em equipes de saúde
	7 Equipes interdisciplinares
	8 Programas de metas
	9 Equipes interdisciplinares – conflitos
	10 Equipes interdisciplinares – construção da equipe
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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