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Relativismo cultural e Etnocentrismo

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UVA
 (Universidade Veiga de Almeida)
Psicopedagogia
Mirlane Silva dos Santos
Etnocentrismo e o Relativismo Cultural
Rio de Janeiro
2021
Relativismo cultural e Etnocentrismo
-INTRODUÇÃO:
Este relatório tem como objetivo apresentar informações sobre o etnocentrismo, trazendo então uma exposição de fatos históricos como a perseguição aos judeus e a suposta superioridade da “raça Ariana” pregada pelo Nazismo, desenvolvendo uma reflexão que mostre a relação desse fenômeno com esse terrível episódio da história, que culminou na morte de milhares de Judeus. Também serão abordadas medidas e melhores possibilidades que poderiam ter evitado o advento do holocausto e impedido que a visão etnocêntrica se expandisse. Para isso o conceito relacionado ao relativismo cultural também será tratado nesse relatório.
-DESENVOLVIMENTO:
Desde o final do século XIX, juntamente com a formação e o surgimento da antropologia, surgia também um grande projeto moderno iluminista, que tinha como objetivo o progresso da sociedade a partir de um padrão de humanidade, onde exigia um ordenamento universal. Esse projeto apresentava normas e princípios a seguir, onde acreditava que o futuro ideal dessa humanidade estava baseado em uma consolidação das grandes nações européias na época, onde traziam consigo um modelo de homem, de civilização, de hábitos , de cultura que deveriam virar padrões universais. 
A partir dessa cosmovisão, surgiu uma ideologia denominada como Nazismo Racial, que trazia consigo muitas teorias que vislumbrava um mundo perfeito onde uma única raça faria a diferença no desenvolvimento da humanidade. Adolf Hitler, como criador dessa ideologia racista, considerava inferior qualquer outra raça que não fosse a alemã-ariana se tornando então líder do partido nazista. Ele acreditava que as características, as habilidades e o comportamento das pessoas eram determinadas por suas “origens raciais”.
Hitler se utilizava das teorias darwinistas, para explicar que cada raça possuia características diferentes transmitidas desde o surgimento dos seres humanos na Pré-história, que não tinham apenas relação com o desenvolvimento físico, mas também com toda capacidade mental. 
Diante desses pensamentos, os nazistas definiam os judeus como uma “raça”. Considerando tudo que partia de sua cultura, irrelevante, assim como as demais raças. Mas os judeus eram intitulados como seu principal inimigo, onde a extinção desse grupo era um dos principais objetivos de Hitler, adotando então uma drástica medida para exterminar não só esse grupo, mas todos os grupos étnicos não pertencentes a raça ariana (branca), ocasionando o que conhecemos hoje por holocausto, que foi o assassinato em massa de mais de seis milhões de judeus, durante a segunda guerra mundial.
Alguns estudos relatam o holocausto como uma ação de visão etnocêntrica, por ter sido um projeto com missão de exterminar toda raça e cultura que divergia da raça ariana(branca).
Segundo a obra de Everardo P. Guimarães Rocha “o etnocentrismo é uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.
-CONCLUSÃO
A partir do conceito abordado sobre o etnocentrismo, constatamos que a perseguição aos judeus e a suposta superioridade da “raça Ariana” pregada pelo Nazismo, tem total relação com esse fenômeno. Pois o ocorrido mostra exatamente um pensamento de superioridade sobre as outras raças, considerando inferior qualquer outra forma de viver e agir culturalmente falando. Diante desses fatos, a antropologia nos ajuda a analisar motivos pelo qual se sucedeu o Holocausto e como poderia ter sido evitado, trazendo para a reflexão o relativismo cultural, que tem como proposta fazer a sociedade pensar que não existe um único padrão cultural. Podemos citar o conceito do Relativismo cultural de acordo como o Antropólogo alemão Franz Boaz que dizia que “o Relativismo cultural é a compreensão de que, não existindo normas e valores absolutos, não devemos avaliar o outro a partir de nossos valores e normas, como se estes fossem um padrão a ser copiado”(Franz Boas, 1887. Museuns of ethnology and their classification Sciense 9:589). Conclui-se que o advento do Holocausto poderia ter sido evitado, caso os envolvidos tivessem uma melhor compreensão da cultura do outro de forma pacífica e empática, levando em consideração a vida humana e todas as suas peculiaridades. 
 
 
-Referências Bibliográficas
Rocha, E. O que é o Etnocentrismo. São Paulo. Brasiliense, 11ª ed.
O HOLOCAUSTO/ Enciclopédia do Holocausto. Disponível em: https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/victims-of-the-nazi-era-nazi-racial-ideology. Acesso em 30 de Agosto de 2021.
REZENDE, Milka de Oliveira. "Franz Boas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/franz-boas.htm. Acesso em 30 de agosto de 2021.

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