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PROBLEMA 3 – ASSIM É COVARDIA OBJETIVO 1 – ENTENDER O SISTEMA AUTÔNOMO (NEUROTRANSMISSORES) O sistema nervoso autônomo é ativado, principalmente, por centros localizados na medula espinhal, no tronco cerebral e no hipotálamo. O sistema nervoso autônomo também opera, em geral, por meio de reflexos viscerais, isto é, sinais sensoriais subconscientes de órgão visceral podem chegar aos gânglios autônomos, no tronco cerebral ou no hipotálamo e então retornar como respostas reflexas subconscientes, diretamente de volta para o órgão visceral, para o controle de suas atividades Os sinais autônomos eferentes são transmitidos aos diferentes órgãos do corpo por meio de duas grandes subdivisões chamadas sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático Anatomia Fisiológica do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático Fibras Colinérgicas e Adrenérgicas — Secreção de Acetilcolina ou Norepinefrina As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas secretam principalmente uma das duas substâncias transmissoras sinápticas: acetilcolina ou norepinefrina. As fibras que secretam acetilcolina são chamadas colinérgicas. As que secretam norepinefrina são chamadas adrenérgicas. Então, todas ou quase todas as terminações nervosas do sistema parassimpático secretam acetilcolina. Quase todas as terminações nervosas simpáticas secretam norepinefrina, mas poucas secretam acetilcolina. A noradrenalina e a adrenalina atuam sobre receptores Alfa e Beta. Todos os neurônios pré-ganglionares são colinérgicos, tanto os do SNA Simpático como os do Parassimpático, portanto, a acetilcolina, ou substâncias semelhantes a ela, quando aplicadas ao gânglio excitarão tanto os neurônios pós-ganglionares do Simpático como do Parassimpático. OBJETIVO 2 – COMPREENDER A DIVISÃO ANATÔMICA DOS NERVOS CRANIANOS Os doze pares de nervos cranianos têm esse nome porque se originam no encéfalo, dentro da cavidade craniana, e passam através de vários forames do crânio. Eles integram a parte periférica do sistema nervoso (SNP). Cada nervo craniano tem um número – indicado por um numeral romano – e um nome. Os números indicam a ordem, de anterior para posterior, na qual os nervos se originam no encéfalo. Os nomes designam a distribuição ou a função dos nervos Três nervos cranianos (I, II e VIII) contêm axônios de neurônios sensitivos e são, portanto, chamados de nervos sensitivos especiais e estão relacionados aos sentidos especiais do olfato, da visão e da audição, respectivamente. Cinco nervos cranianos (III, IV, VI, XI e XII) são classificados como nervos motores, pois eles contêm apenas axônios de neurônios motores quando deixam o tronco encefálico Os axônios que inervam músculos esqueléticos são de dois tipos: Axônios motores branquiais inervam músculos esqueléticos que se desenvolvem a partir dos arcos faríngeos (branquiais). Estes neurônios deixam o encéfalo por meio de nervos cranianos mistos e pelo nervo acessório. Axônios motores somáticos inervam músculos esqueléticos que se desenvolvem a partir dos somitos da cabeça (músculos dos olhos e da língua). Estes neurônios saem do encéfalo por meio de cinco nervos cranianos motores (III, IV, VI, XI e XII). Axônios motores que inervam músculos lisos, músculos cardíacos e glândulas são chamados de axônios motores autônomos e fazem parte da divisão autônoma do sistema nervoso Os quatro nervos cranianos restantes (V, VII, IX e X) são nervos mistos – contêm axônios de neurônios sensitivos que entram no encéfalo e de neurônios motores que deixam o encéfalo. Nervo olfatório (I) O nervo olfatório é totalmente sensitivo; ele contém axônios que conduzem impulsos nervosos relacionados com o olfato Os receptores olfatórios do epitélio olfatório são neurônios bipolares Os nervos olfatórios terminam no encéfalo em massas pares de substância cinzenta conhecida como bulbos olfatórios Nervo óptico (II) O nervo óptico (II) é totalmente sensitivo: ele contém axônios que conduzem os impulsos nervosos relacionados com a visão Na sequência, os sinais visuais são transmitidos dos bastonetes e cones para células bipolares, e então para células ganglionares. A maioria dos axônios dos tratos ópticos termina no núcleo geniculado lateral do tálamo. Lá eles fazem sinapse com neurônios cujos axônios se estendem até a área visual primária no lobo occipital. Nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI) Os nervos oculomotor, troclear e abducente são nervos cranianos que controlam os músculos responsáveis pelo movimento dos bulbos dos olhos. Todos são nervos motores e, quando saem do encéfalo, contêm apenas axônios. O nervo oculomotor (III) tem seu núcleo motor localizado na parte anterior do mesencéfalo. Além disso é o que inerva a maior parte dos músculos extrínsecos do olho. Estes neurônios motores somáticos controlam os movimentos do bulbo do olho e da pálpebra superior. O nervo troclear (IV) é o menor dos doze nervos cranianos e o único que emerge da face posterior do tronco encefálico. Neurônios do nervo abducente (VI) se originam em um núcleo pontino (núcleo abducente). Os axônios motores somáticos se projetam deste núcleo em direção ao músculo reto lateral, um músculo extrínseco do bulbo do olho. Tem esse nome, pois é responsável pela rotação lateral do bulbo do olho. Lesões do nervo oculomotor (III) causam estra ismo on i o na al os ol os n o onse em se fi ar no mesmo o eto Nervo trigêmeo (V) O nervo trigêmeo (V) é um nervo craniano misto e o maior dos nervos cranianos. Como indica seu nome, o nervo trigêmeo apresenta três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. O nervo oftálmico, o menor dos ramos, passa pela órbita na fissura orbital superior. O nervo maxilar tem um tamanho intermediário entre os ramos oftálmico e mandibular e passa pelo forame redondo. O nervo mandibular, o maior ramo, passa pelo forame oval. Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo transmitem impulsos nervosos de tato, dor e sensações térmicas (calor e frio) Nervo facial (VII) O nervo facial (VII) é um nervo craniano misto. O nervo facial (VII) é responsável pela contração dos músculos da mímica facial. Nervo vestibulococlear (VIII) O nervo vestibulococlear (VIII) era antigamente conhecido como nervo acústico ou auditivo. Ele é um nervo sensitivo e tem dois ramos, o vestibular e o coclear. O ramo vestibular transmite impulsos relacionados com o equilíbrio e o ramo coclear, com a audição. Nervo glossofaríngeo (IX) O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo craniano misto Os axônios sensitivos do nervo glossofaríngeo suprem os calículos gustatórios. Os neurônios motores auxiliam na deglutição e na secreção de saliva. Nervo vago (X) O nervo vago (X) é um nervo craniano misto que passa pela cabeça e pelo pescoço até o tórax e o abdome. Os axônios sensitivos do nervo vago se originam da pele da orelha externa para enviar informações sensitivas táteis, ál i as e térmi as; de alguns receptores gustativos na epiglote e na farin e; e e proprio eptores em mús los o pescoço e da faringe. A maior parte dos neurônios sensitivos se origina de receptores da maioria dos órgãos situados nas cavidades torácica e abdominal, transmitindo sensações (como fome, plenitude e desconforto) destes órgãos. Os axônios de neurônios motores parassimpáticos do nervo vago se originam de núcleos bulbares e inervam os pulmões, o coração, glândulas do trato gastrintestinal (TGI) e músculos lisos das vias respiratórias, do esôfago, do estômago, da vesícula biliar, do intestino delgado e de boa parte do intestino grosso Nervo acessório (XI) Historicamente ele foi dividido em duas partes: um nervo acessório craniano e um nervo acessório medular. Atualmente classificasse o nervo acessório cranianocomo parte do nervo vago (X) O nervo acessório transmite os impulsos motores para os músculos esternocleidomastóideo e trapézio com o objetivo de coordenar os movimentos da cabeça Nervo hipoglosso (XII) O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano motor. Estes axônios conduzem impulsos nervosos relacionados com a fala e a deglutição. OBJETIVO 3 – ENTENDER A FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO (CONTROLE NERVOSO; TROCAS GASOSAS; TRANSPORTE DE GASES) VENTILAÇÃO PULMONAR 1. O processo de troca gasosa no corpo, chamado de respiração, tem três passos básicos: A ventilação pulmonar, ou respiração, é a inspiração (inalação) e expiração (exalação) do ar e envolve a troca de ar entre a atmosfera e os alvéolos dos pulmões. 2. A respiração externa (pulmonar) é a troca de gases entre os alvéolos dos pulmões e o sangue nos capilares pulmonares através da membrana respiratória. Neste processo, o sangue capilar pulmonar ganha O2 e perde CO2. 3. A respiração interna (tecidual) é a troca de gases entre o sangue nos capilares sistêmicos e as células teciduais. Nesta etapa, o sangue perde O2 e ganha CO2. Dentro das células, as reações metabólicas que consomem O2 e liberam CO2 durante a produção de ATP são denominadas respiração celular. Na ventilação pulmonar, o ar flui entre a atmosfera e os alvéolos dos pulmões em decorrência das diferenças de pressão alternadas produzidas pela contração e pelo relaxamento dos músculos respiratórios. A taxa de fluxo de ar e o esforço necessário para a respiração também são influenciados pela tensão superficial alveolar, complacência dos pulmões e resistência das vias respiratórias. Inspiração A respiração envolve a inspiração (inalação). Pouco antes de cada inspiração, a pressão do ar dentro dos pulmões é igual à pressão do ar na atmosfera, que ao nível do mar é de aproximadamente 760 milímetros de mercúrio (mmHg), ou 1 atmosfera (atm). Para o ar fluir para os pulmões, a pressão intraalveolar tem de se tornar mais baixa do que a pressão atmosférica. Esta condição é alcançada aumentando o tamanho dos pulmões. Durante a inspiração normal tranquila, os músculos diafragma e intercostais externos se contraem, os pulmões se e pan em e o ar entra nos p lmões; rante a expiração normal tranquila, os músculos diafragma e intercostais externos relaxam e os pulmões recuam, forçando o ar para fora dos pulmões. Expiração O ato de soprar o ar, na chamada expiração (exalação), é também decorrente de um gradiente de pressão, mas neste caso o gradiente é no sentido oposto: a pressão nos pulmões é maior do que a pressão atmosférica A expiração começa quando a musculatura inspiratória relaxa. À medida que o diafragma relaxa, sua cúpula se move superiormente, graças a sua elasticidade. O ar então flui da área de pressão mais elevada nos alvéolos para a área de pressão mais baixa na atmosfera Pressão Pleural e suas Variações durante a Respiração Pressão pleural é a pressão do líquido no estreito espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal. Normalmente ocorre leve sucção entre os folhetos pleurais, o que significa discreta pressão negativa. Pressão Alveolar Para causar o influxo de ar para os alvéolos, durante a inspiração a pressão nos alvéolos deve cair para valor ligeiramente abaixo da pressão atmosférica. PressãoTranspulmonar. É a diferença de pressão entre os alvéolos e as superfícies externas dos pulmões, sendo medida das forças elásticas nos pulmões que tendem a colapsá-los a cada instante da respiração, a chamada pressão de retração. Princípios da Tensão Superficial. Aí, a superfície da água também está tentando se contrair. Isso resulta em tentativa de forçar o ar para fora do alvéolo, pelo brônquio, e, ao fazer isso, induz o colapso do alvéolo. O efeito global é o de causar força contrátil elástica de todo o pulmão que é referida como força elástica da tensão superficial. O Surfactante e seus Efeitos na Tensão Superficial. O surfactante é um agente ativo da superfície da água, o que significa que ele reduz bastante a tensão superficial da água. É secretado por células epiteliais especiais secretoras de surfactante chamadas células epiteliais alveolares tipo II, que constituem cerca de 10% da área de superfície alveolar "Espaço Morto” e seu Efeito na Ventilação Alveolar Parte do ar que a pessoa respira nunca alcança as áreas de trocas gasosas, por simplesmente preencher as vias respiratórias onde essas trocas nunca ocorrem, tais como o nariz, a faringe e a traqueia. Esse ar é chamado ar do espaço morto, por não ser útil para as trocas gasosas Espaço Morto Anatômico versus Fisiológico. Mede o volume de todos os espaços, excetuando- se os alvéolos e outras áreas de trocas gasosas intimamente relacionadas; esse espaço é chamado espaço morto anatômico. Quando o espaço morto alveolar é incluído na medida total do espaço morto, ele é chamado espaço morto fisiológico Controle Neural e Local da Musculatura Bronquiolar — Dilata o “Simpáti a" os Bronquíolos. O controle direto dos bronquíolos pelas fibras nervosas simpáticas é relativamente fraco. Entretanto, a árvore brônquica é muito mais exposta à norepinefrina e epinefrina, liberadas na corrente sanguínea pela estimulação simpática da medula da glândula adrenal. Ambos os hormônios, especialmente a epinefrina, por causa de sua maior estimulação dos receptores betadrenérgicos, causam dilatação da árvore brônquica. Constrição Parassimpática dos Bronquíolos. Umas poucas fibras parassimpáticas, derivadas do nervo vago, penetram no parênquima pulmonar. Esses nervos secretam acetilco- lina e, quando ativados, causam constrição leve a moderada dos bronquíolos Respiração externa e interna A respiração externa ou troca gasosa pulmonar é a difusão do O2 do ar nos alvéolos pulmonares para o sangue dos capilares pulmonares e a difusão do CO2 na direção oposta. A respiração externa nos pulmões converte o sangue venoso (discretamente depletado de O2) que vem do lado direito do coração em sangue oxigenado (saturado com O2) que retorna para o lado esquerdo do coração. Conforme o sangue flui pelos capilares pulmonares, capta O2 do ar alveolar e descarrega CO2 no ar alveolar. Embora este processo eralmente se a ama o e “tro a” asosa, a a gás se difunde independentemente da área em que sua pressão parcial é maior para a área em que sua pressão parcial é menor. A troca de O2 e CO2 entre os capilares sistêmicos e as células teciduais é chamada de respiração interna ou trocas gasosas sistêmicas. Conforme o O2 deixa a corrente sanguínea, o sangue oxigenado é convertido em sangue venoso. Ao contrário da respiração externa, que ocorre somente nos pulmões, a respiração interna ocorre nos tecidos de todo o corpo. FATORES QUE INTERFEREM NA TROCA GASOSA 1. DIFERENÇA DE PRESSÃO PARCIAL DOS GASES: A PO2 alveolar deve ser superior à PO2 arterial para que o oxigênio se difunda do ar alveolar para o sangue. A taza de difusão é maior, quando a diferença de pressão é maior. 2. ÁREA DE SUPERFÍCIE DISPONÍVEL PARA AS TROCAS GASOSAS: A área de superfície dos alvéolos é enorme (aproximadamente 70 m2). Além disso, muitos capilares circundam cada alvéolo. 3. DISTÂNCIA DE DIFUSÃO: A membrana respiratória é muito fina, de modo que a difusão ocorre rapidamente. Além disso, os capilares são muito finos, fazendo com que cada hemoglobina passe lentamente aumento a difusão. 4. PESO MOLECULAR E SOLUBILIDADE DOS GASES: omo o peso molecular do O2 é inferior ao do CO2, podese esperar que se difunda através da membrana respiratória aproximadamente 1,2 vez mais rápido. No entanto, a solubilidade do CO2 na porção líquida da membrana respiratória é aproximadamente 24 vezes maior do quea do O2. Com isso, a difusão do CO2 ocorre mais rapidamente. Transporte de Oxigênio no Sangue Arterial Cerca de 98% do sangue que entra no átrio esquerdo, proveniente dos pulmões, acabou de passar pelos capilares alveolares e foi oxigenado até Po2 em torno de 104 mmHg. Outros 2% do sangue vêm da aorta, pela circulação brônquica que supre basicamente os tecidos profundos dos pulmões e não é exposta ao ar pulmonar. Esse fluxo de san e é enomina o “fl o a eriva o”, significando que o sangue é desviado para fora das áreas de trocas gasosas. Difusão de Oxigênio dos Capilares Pulmonares para o Líquido Tecidual Quando o sangue arterial chega aos tecidos periféricos, sua Po, nos capilares ainda é 95 mmHg. Contudo, como mostrado na Figura 40-3, a Po; no líquido intersti- ciai que banha as células teciduais é em média de apenas 40 mmHg. Assim, existe enorme diferença da pressão inicial que faz com que o oxigênio se difunda rapidamente do sangue capilar para os tecidos — tão rapidamente que a Po2 capilar diminui, quase se igualando à pressão de 40 mmHg, no interstício. Portanto, a Po2 do sangue que deixa os capilares dos tecidos e entra nas veias sistêmicas é também de aproximadamente, 40 mmHg. Difusão de Oxigênio dos Capilares Periféricos para as Células Teciduais O oxigênio está sempre sendo utilizado pelas células. Portanto, a Po2 intracelular, nas células dos tecidos periféricos, permanece menor do que a Po.; nos capilares periféricos. Difusão de Dióxido de Carbono das Células Teciduais Periféricas para os Capilares e dos Capilares Pulmonares para os Alvéolos Quando o oxigênio é usado pelas células, virtualmente, todo ele se torna dióxido de carbono, o que aumenta a Pco2 intracelular. Devido a essa Pco.2 elevada das células teciduais, o dióxido de carbono se difunde das células para os capilares teciduais e é, então, transportado pelo sangue para os pulmões. Nos pulmões, ele se difunde dos capilares pulmonares para os alvéolos, onde é expirado. O Papel da Hemoglobina no Transporte de Oxigênio Normalmente, cerca de 97% do oxigênio transportado dos pulmões para os tecidos são transportados em combinação química com a hemoglobina nas hemácias. Os 3% restantes são transportados em estado dissolvido na água do plasma e células sanguíneas. Transporte de dióxido de carbono CO2 dissolvido. Uma pequena porcentagem – aproximadamente 7% – está dissolvida no plasma sanguíneo. Ao alcançar os pulmões, o CO2 dissolvido se difunde no ar alveolar e é expirado. Compostos carbamino. Uma porcentagem um pouco mais elevada, aproximadamente 23%, combinase aos grupos amina dos aminoácidos e proteínas no sangue para formar compostos carbamino. Como a proteína mais prevalente no sangue é a hemoglobina (no interior dos eritrócitos), a maior parte do CO2 transportado deste modo está ligada à hemoglobina. Os principais locais de ligação do CO2 são os aminoácidos terminais das duas cadeias globina alfa e duas cadeias globina beta. A hemoglobina que se ligou ao CO2 é denominada carbaminohemoglobina (HbCO2) Íons bicarbonato. O maior percentual de CO2 – aproximadamente 70% – é transportado no plasma sanguíneo como íons bicarbonato (HCO3– ). Conforme o CO2 se difunde para os capilares sistêmicos e entra nos eritrócitos, ele reage com a água na presença da enzima anidrase carbônica (AC) para formar o ácido carbônico, que se dissocia em H+ e HCO3–: A quantidade de CO2 que pode ser transportada no sangue é influenciada pela porcentagem de saturação da hemoglobina com oxigênio. Quanto menor a quantidade de oxihemoglobina (HbO2), maior a capacidade de transporte de CO2 do sangue, uma relação conhecida como efeito de Haldane. Centro respiratório O tamanho do tórax é alterado pela ação dos músculos respiratórios, que se contraem como resultado dos impulsos nervosos transmitidos dos centros no encéfalo e relaxam na ausência de impulsos nervosos. O centro respiratório pode ser dividido em duas regiões principais de acordo com sua localização e função: (1) o centro respiratório bulbar no bulbo e (2) o grupo respiratório pontino na ponte O centro respiratório bulbar é composto por duas coleções de neurônios chamados de grupo respiratório dorsal (GRD) e o grupo respiratório ventral (GRV). Durante a espiração normal, neurônios do GRD produzem impulsos para o diafragma. Esses impulsos são liberados em pulsos que começam fracos, se estendem e cessam. Quando os impulsos nervosos alçancam o diafragma e os músculos intercostais externos, esses se contraem e ocorre a inspiração. Durante a inspiração forçada, os impulsos nervosos do GRD não só estimulam os músculos do diafragma e intercostais externos a se contraírem, como também ativam os neurônios do GRV envolvidos na inspiração forçada a enviar impulsos aos músculos acessórios da inspiração (esternocleidomastóideo, escalenos e peitoral menor). A contração destes músculos resulta na inspiração forçada. Durante a respiração tranquila normal, o grupo respiratório ventral está inativo; rante a respiração forçada, o grupo respiratório dorsal ativa o grupo respiratório ventral. O grupo respiratório pontino (GRP), antigamente chamado de área pneumotáxica, é uma coleção de neurônios na ponte. Os neurônios no GRP estão ativos durante a inspiração e a expiração. O GRP transmite impulsos nervosos para o GRD no bulbo. O GRP participa tanto na inspiração quanto na expiração, modificando o ritmo básico da respiração produzido pelo GRV, como ao exercitar-se, falar ou dormir. Influências corticais na respiração Como o córtex cerebral tem conexões com o centro respiratório, podemos alterar voluntariamente nosso padrão respiratório. No entanto, a capacidade de não respirar é limitada pelo acúmulo de CO2 e H+ no corpo. Quando a PCO2 e a concentração de H+ aumentam a um certo nível, os neurônios do GRD do centro respiratório bulbar são fortemente estimulados, impulsos nervosos são enviados pelos nervos frênico e intercostal à musculatura inspiratória, e a respiração é retomada, quer a pessoa queira ou não. Regulação da respiração por quimiorreceptores Determinados estímulos químicos modulam quão rapidamente e quão profundamente respiramos. O sistema respiratório atua para manter níveis adequados de CO2 e O2 e é muito sensível a mudanças nos níveis desses gases nos líquidos corporais. Os quimiorreceptores em dois locais do sistema respiratório monitoram os níveis de CO2, H+ e O2 e fornecem informações ao centro respiratório. Os quimiorreceptores centrais estão localizados no bulbo ou próximos a ele na parte central do sistema nervoso. Os quimiorreceptores periféricos estão localizados nos glomos paraaórticos (que são aglomerados de quimiorreceptores localizados na parede do arco da aorta) e nos glomos caróticos, que são nódulos ovais na parede das artérias carótidas comuns. Outras influências na respiração Outros fatores que contribuem para a regulação da respiração incluem os seguintes: Estimulação do sistema límbico. A antecipação de uma atividade ou a ansiedade emocional pode estimular o sistema límbico, que envia impulsos excitatórios para o GRD, aumentando a frequência e a profundidade da respiração. Temperatura. A elevação da temperatura corporal, como ocorre durante episódios de febre ou exercício muscular vigoroso, aumenta a frequência respiratória. A diminuição da temperatura corporal reduz a frequência respiratória. Um estímulo frio repentino (como mergulhar em água fria) leva à apneia temporária, a ausência de respiração. Dor. A dor súbita e intensa provoca breve apneia, mas a dor somática prolongada aumenta a frequência respiratória. A dor visceral pode diminuir a frequência respiratória Estiramento do músculo esfíncter doânus. Esta ação aumenta a frequência respiratória e, às vezes, é usada para estimular a respiração em um recémnascido ou em uma pessoa que parou de respirar Irritação das vias respiratórias. Irritação física ou química da faringe ou laringe provoca a cessação imediata da respiração, seguida de tosse ou espirro. Pressão arterial. Os barorreceptores caróticos e aórticos que detectam alterações na pressão arterial têm um pequeno efeito sobre a respiração. Um aumento súbito na pressão arterial diminui a frequência respiratória, e uma queda na pressão arterial aumenta a frequência respiratória. OBJETIVO 4 – COMPREENDER A INFLUÊNCIA DA ALTITUDE NAS CONDIÇÕES RESPIRATÓRIAS E SUA ADAPTAÇÃO (CURVA DE SATURÇÃO DA HEMOGLOBINA) Á medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui e menos moléculas de oxigênio estão disponíveis no ar mais rarefeito. Combinação Reversível de Oxigênio com Hemoglobina A química da hemoglobina mostra que a molécula de oxigênio se combina frouxamente e de maneira reversível com a porção heme da hemoglobina. Quando a Po2 é alta, como nos capilares pulmonares, o oxigênio se liga à hemoglobina, mas quando a Po2 é baixa, como nos capilares teciduais, o oxigênio é liberado da hemoglobina. Essa é a base de quase todo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos. Quando a hemoglobina sai dos alvéolos ela esta super carregada de oxigênio com uma PO2 de 100 e com uma saturação de 97% das hemoglobinas. À medida que esse sangue vai sendo levada para as células, a PO2 da célula vai estar menor (o que permite a difusão) em torno de 40, e a taxa de saturação da hemoglobina cai para 75%. Ou seja, a hemoglobina liberou uma taxa de 22% de oxigênio para a célula. Já numa célula muscular em exercício físico, a pressão dessa célula vai estar muito menor, em torno de 20mmHg, com uma taxa de saturação de 30%. Então a liberação de o2 nessa célula vai ser muito maior, em torno de 70% que estava na hemoglobina. Os fatores que deslocam a curva de saturação para a direita, facilitam a liberação de oxigênio. Pois na mesma pressão parcial, ele diminui a saturação, ou seja, aumenta a liberação do O2. Na presença de CO2, a hemoglobina libera o 02 para se ligar ao CO2. Esse efeito é conhecido como Efeito Bohr, aumentando a captação do 02 nos pulmões e a liberação desse gás para o tecido. Além disso, o aumento do H+ livre no sangue reduz o pH, e isso faz deslocar a curva para a direita. Desse modo, a hemoglobina libera mais O2 para poder se ligar aos H+ livres. O 2-3BPG é um produto do desvio da glicólise e contem duas moléculas de fosfato ligado aos 3 carbonos da molécula. A hemoglobina ao ver isso, entende que tem que liberar O2 para poder se ligar a essa substância deixando-a mais estável. Já o CO, ele se liga fortemente a hemoglobina e estabiliza ela, fazendo com que ela não libre o O2. Isso desloca a curva para a esquerda, ou seja, numa pressão de 40mmHg ela libera 25% ao invés dos 70% na curva normal. Por isso na intoxicação com o monóxido de carbono a pessoa pode ser levada a morte, pois a hemoglobina acaba sendo impedida de levar o O2 as demais células. OBJETIVO 5 – CORRELACIONAR A ACIDOSE E ALCALOSE COM A OXIGENAÇÃO (EQUILIBRIO ÁCIDO-BASE DO CORPO) O pH normal do sangue arterial é de 7,4, enquanto o pH do sangue venoso e dos líquidos intersticiais é de cerca de 7,35, devido às quantidades extras de dióxido de carbono (CO.,) liberadas pelos tecidos para formar H.2C03 nesses líquidos. Sendo o pH normal do sangue arterial de 7,4, considera-se que uma pessoa apresente acidose quando o pH cai abaixo deste valor, e que a pessoa apresente alcalose quando o pH está acima de 7,4. O limite mínimo de pH no qual a pessoa pode viver, por poucas horas, está em torno de 6,8, e o limite superior, em torno de 8,0. A segunda linha de defesa, o sistema respiratório, age em questão de minutos eliminando o CO., e, portanto, H2C03 do corpo. O sistema-tampão do bicarbonato consiste em solução aquosa contendo dois ingredientes: (1) um ácido fraco, H2C03, e (2) um sal bicarbonato, como o NaHCCQ. O H2C03 é formado no corpo pela reação do C02 com H2O. Controle por Feedback da Concentração de H+ pelo Sistema Respiratório. Como a maior concentração de H+ estimula a respiração, e já que o aumento da ventilação alveolar diminui a concentração de H+, o sistema respiratório age como controlador por feedback negativo típico da concentração de H+ Ou seja, sempre que a concentração de H+ aumenta acima do normal, o sistema respiratório é estimulado e a ventilação alveolar aumenta, o que diminui a Pco2 no líquido extracelular e reduz a concentração de H+ de volta aos valores normais. Por outro lado, se a concentração de H+ cai abaixo da normal, o centro respiratório é inibido, a ventilação alveolar diminui, e a concentração de H+ aumenta de volta aos valores normais.
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