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Saúde ocupacional e 
medicina do trabalho
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Saúde ocupacional 
e medicina do 
trabalho
SAUDE.indb 1 24/06/14 17:06
SAUDE.indb 2 24/06/14 17:06
Alfredo Ribeiro Almeida
Dickson Luis Novello
Seleide Aparecida Monteiro Eugênio
Tathyane Lucas Simão
Fernanda Caroline Jaques
Ingalisa Sandri Pazzini
Saúde ocupacional 
e medicina do 
trabalho
SAUDE.indb 3 24/06/14 17:06
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Simão, Tathyane Lucas
S614s Saúde ocupacional e medicina do trabalho / Tathyane 
Lucas Simão, Alfredo Ribeiro Almeida, Fernanda 
Caroline Jaques, Dickson Luis Novello, Seleide 
Aparecida Monteiro Eugênio, Ingalisa Sandri Pazzini. – 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2014. 
 168 p.
 ISBN 978-85-68075-47-0
 1. Medicina. 2. PCMSO. I. Almeida, Alfredo Ribeiro. II. 
Jaques, Fernanda Caroline. III. Novello, Dickson Luis. IV. 
Eugênio, Seleide Aparecida Monteiro. V. Pazzini, Ingalisa 
Sandri. VI. Título.
 CDD 658.38
© 2014 by Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora 
e Distribuidora Educacional S.A.
Diretor editorial e de conteúdo: Roger Trimer
Gerente de produção editorial: Kelly Tavares
Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso
Coordenador de produção editorial: Sérgio Nascimento
Editor: Casa de Ideias
Editor assistente: Marcos Guimarães
Revisão: Renata Sangeon
Capa: José Leite Bueno e Giovana Paolini
Diagramação: Casa de Ideias
SAUDE.indb 4 24/06/14 17:06
Unidade 1 — Saúde ocupacional e medicina 
do trabalho ..............................................1
Seção 1 História e conceitos ..............................................................3
1.1 História e desenvolvimento da medicina do trabalho à 
saúde ocupacional ...............................................................................4
1.2 Conceitos inerentes à medicina do trabalho e saúde ocupacional ......13
Seção 2 Organização e programas relativos à saúde do trabalho ....18
2.1 Organização da saúde e segurança no mundo do trabalho ................18
2.2 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO .....24
2.3 Programa de Conservação Auditiva — PCA ........................................35
2.4 Programa de Proteção Respiratória — PPR .........................................37
Seção 3 Exames complementares .....................................................40
3.1 Exames complementares ....................................................................40
Unidade 2 — Risco ocupacional ..................................47
Seção 1 Definição de risco ocupacional e tipos de risco..................48
1.1 Riscos químicos .................................................................................49
1.2 Riscos biológicos ...............................................................................50
1.3 Riscos ergonômicos ...........................................................................50
1.4 Classificação dos riscos ambientais ....................................................54
Seção 2 Noções sobre os principais aspectos epidemiológicos das 
doenças do trabalho, doenças e fatores de risco e doenças 
relacionadas ao NTEP .........................................................59
2.1 Doenças e fatores de risco e doenças relacionadas ao NTEP ..............59
2.2 Principais doenças pulmonares ocupacionais ....................................67
Sumário
SAUDE.indb 5 24/06/14 17:06
vi S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
Unidade 3 — Programa de Controle Médico e Saúde 
Ocupacional — PCMSO ........................83
Seção 1 Histórico, conceitos e princípios e controle do programa ..85
1.1 Exames específicos e complementares — qual a finalidade? ..............85
Seção 2 Elaboração do PCMSO, ferramentas necessárias para sua 
elaboração e ASO ...............................................................92
2.1 Processo de elaboração do PCMSO ...................................................92
Seção 3 Exames específicos e complementares, responsáveis pela 
implantação e controle e relatório anual ..........................107
3.1 Relatório anual, elaboração e controle .............................................107
Unidade 4 — Doenças ocupacionais e doenças 
do trabalho ..........................................115
Seção 1 Introdução e conceito de saúde, doenças ocupacionais e 
doenças do trabalho .........................................................117
1.1 Conceito de saúde ...........................................................................118
1.2 O que diz a legislação? ....................................................................119
1.3 Doenças agudas e crônicas ..............................................................120
1.4 Principais doenças relacionadas ao trabalho ....................................121
1.5 O papel do médico do trabalho mediante 
a identificação da doença ................................................................125
Seção 2 Perícia ...............................................................................130
2.1 Insalubridade ...................................................................................130
2.2 Periculosidade .................................................................................132
2.3 Perícia trabalhista .............................................................................133
2.4 Perito médico (ótica ocupacional) ....................................................136
2.5 Perícia médica  ................................................................................137
2.6 Processo e análise pela junta médica ...............................................140
Seção 3 Tecnólogo em segurança do trabalho e o PCMSO ............143
3.1 Responsabilidades gerais dentro do PCMSO ...................................143
3.2 Onde entra o tecnólogo em segurança do trabalho no PCMSO? ......145
3.3 Interação com a saúde no trabalho através do DDS .........................147
SAUDE.indb 6 24/06/14 17:06
O presente estudo busca apresentar a história e conceitos da Medicina 
Ocupacional, o surgimento da preocupação com a saúde dos trabalhadores, 
o que não era dado importância até o momento de identificar que as perdas, 
ou seja, as mortes de colaboradores eram oriundas de situações e condições 
do ambiente de trabalho. Abordando também questões relacionadas a doen-
ças do trabalho, periculosidade, enfim, questões direcionadas à segurança 
e saúde dos colaboradores.
O presente livro tem a finalidade de proporcionar conhecimentos sobre 
condições e análise de ambientes de risco, assim, identificando-os e con-
ceituando-os baseado nos parâmetros das Normas Regulamentadoras, com-
preendendo os limites de tolerância à exposição a eles, dessa forma podendo 
compreender melhor a ligação entre nexo causal e os acidentes de trabalho.
Abordaremos os conceitos relacionados às condições de risco, relacio-
nando com as questões necessárias para a elaboração do PPRA — Programa 
de Prevenção a Riscos Ambientais, classificando-os de forma coerente e 
compreendendo as medidas necessárias para amenizar os riscos identificados 
ou, ao menos, neutralizá-los.
Após compreender de forma clara e objetiva os Riscos Ambientais e a ela-
boração do PPRA, iremos compreender o PCMSO — Programa de Controle 
Médico e Saúde Ocupacional, abordando todo seu histórico e conceitos a 
fim de conhecer a função do médico coordenador do programa e médico 
examinados, entendendo a diferença entre ambos, compreendendo também 
as questões relacionadas à anamnese ocupacional, examesocupacionais e 
ASO — Atestado de Saúde Ocupacional.
O presente estudo mostra as propriedades relacionadas às rotinas de 
trabalho de um Tecnólogo em Segurança do Trabalho, rotinas às quais o 
profissional necessita ter conhecimento para manter um trabalho com ética 
e profissionalismo com foco na segurança do trabalhador.
Apresentação
SAUDE.indb 7 24/06/14 17:06
SAUDE.indb 8 24/06/14 17:06
Objetivos de aprendizagem: 
 Localizar, no tempo, o surgimento da medicina do trabalho.
 Compreender o que trata e qual a importância da medicina 
do trabalho.
 Entender como ampliou-se, no Brasil e no mundo.
 Fixar conceitos gerais.
 Conhecer a organização da saúde e segurança do trabalho.
 Aprofundar o conhecimento dos programas de prevenção à 
saúde do trabalhador.
Dickson Luis Novello
Seleide Aparecida Monteiro Eugênio
Tathyane Lucas Simão
Saúde ocupacional e 
medicina do trabalho
Unidade 1
 Seção 1: História e conceitos
Nesta seção você irá conhecer a história, o desen-
volvimento da medicina do trabalho à saúde ocu-
pacional e os conceitos inerentes à medicina do 
trabalho e saúde ocupacional. Você irá compreender 
a importância desta área na sua atuação profissional.
 Seção 2: Organização e programas relativos à 
saúde do trabalho 
Nesta seção você irá conhecer a organização da 
saúde e segurança no mundo do trabalho, com-
preender a importância do Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO e conhecer 
SAUDE.indb 1 24/06/14 17:06
um pouco sobre outros programas para a promoção 
da saúde e segurança do trabalho, tais como: PCA 
— Programa de Conservação Auditiva e PPR — Pro-
grama de Proteção Respiratória.
 Seção 3: Exames complementares
Nesta seção você irá compreender um pouco mais 
sobre os exames complementares, sua importância 
e quando eles devem ser aplicados. Você irá en-
tender que, dependendo dos riscos ambientais aos 
quais o trabalhador está exposto, é de suma impor-
tância o monitoramento da saúde do trabalhador.
SAUDE.indb 2 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 3
Introdução ao estudo
As mudanças nos ambientes de trabalho advindas das inovações tecnoló-
gicas e organizacionais têm incrementado significativamente a produção nas 
empresas. Essa relação estabelecida entre o homem e a tecnologia ocasionou 
novos riscos para a saúde dos trabalhadores nos aspectos físico, mental ou so-
cial. Com isso, as organizações, por meio da obrigatoriedade da implantação 
do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), e algumas 
com cultura prevencionista, deixam de elaborar os programas somente como 
cumprimento da lei, mas sim para desenvolver uma nova cultura prevencionista 
que garanta a saúde da coletividade, sendo um diferencial de mercado e um 
recurso competitivo nas relações comerciais.
Nesta unidade será abordada a evolução da saúde do trabalhador nos di-
versos períodos da história da humanidade até os dias atuais, observando seus 
conceitos. Você irá conhecer detalhadamente a Norma Regulamentadora nº 7, 
que criou um programa para elevar os níveis de saúde dos trabalhadores, o 
PCMSO. Ainda nesta unidade você vai conhecer alguns dos programas a serem 
desenvolvidos pela área de segurança do trabalho e pelos componentes do 
SESMT para auxiliar na promoção da saúde do trabalhador e na prevenção.
Seção 1 História e conceitos
A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de 
atuação profissional, abrangendo aspectos relacionados à segurança e saúde. 
Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas atividades, 
com o objetivo de defender a integridade da pessoa humana.
Nesta seção abordaremos acontecimentos históricos, que nos farão en-
tender como surgiu e se desenvolveu a saúde ocupacional e a medicina do 
trabalho. Para nós, prevencionistas, os fatos históricos na área da segurança 
do trabalhador nos levam à reflexão de momentos vividos por uma mão de 
obra que, por séculos ou décadas, não tinha acesso a recursos que poderiam 
garantir sua sobrevivência em ambientes extremamente insalubres. É de suma 
importância também o conhecimento de todos os conceitos abordados nas 
atividades desenvolvidas pela medicina ocupacional para compreendermos 
esta área de conhecimento.
SAUDE.indb 3 24/06/14 17:06
4 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
1.1 História e desenvolvimento da medicina do 
trabalho à saúde ocupacional
Até o início da Revolução Industrial, existem poucos relatos sobre acidentes 
e doenças provenientes do trabalho, tendo em vista que nesse período predo-
minava o trabalho escravo e manual. Com o advento da máquina a vapor, a 
produtividade aumentou e o trabalhador passou a viver em um ambiente de 
trabalho agressivo, ocasionado por diversos fatores, dentre eles, a força motriz, 
a divisão de tarefas e a concentração de várias pessoas em um mesmo esta-
belecimento. Nesse contexto, os riscos de acidentes e doenças originadas do 
trabalho começaram a surgir rapidamente (SALIBA, 2004).
A relação saúde-trabalho surgiu entre o final do século XVIII e início do 
século XIX, no momento em que os trabalhadores eram submetidos a um pro-
cesso acelerado e desumano de produção, exigindo assim uma intervenção 
sobre a saúde das populações urbanas trabalhadoras de fábricas, sob pena de 
tornar inviável a sobrevivência e reprodução do próprio processo. Nesse período 
acreditava-se que era função do Estado moderno a proteção e promoção da 
saúde e o bem-estar dos cidadãos ligada a uma série de considerações políticas, 
econômicas, sociais e éticas.
Na Revista Saúde Pública, em artigo elaborado por Mendes e Dias (1991), 
encontra-se uma interessante descrição de como se desenrolou a história da 
medicina do trabalho:
Dr. Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têx-
til, preocupado com o fato de que seus operários não 
dispunham de nenhum cuidado médico a não ser aquele 
propiciado por instituições filantrópicas, procurou o Dr. 
Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual 
a maneira pela qual ele, como empresário, poderia re-
solver tal situação, Baker respondeu-lhe: “Coloque no 
interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá 
de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o 
público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre 
que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele 
possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se 
ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo 
a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele 
competirá fazer tal prevenção. 
Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha 
defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que 
diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas 
SAUDE.indb 4 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 5
dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer 
alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser 
responsabilizado” (MENDES; DIAS, 1991, p. 341).
Logo, a atitude do empregador foi a contratação do Dr. Robert Baker para 
trabalhar na sua fábrica. Assim, no ano de 1830, surgiu o primeiro registro 
da medicina do trabalho. Despontou na iniciativa do patrão o primeiro serviço 
médico de empresa.
Se isso ocorreu há tanto tempo, por que atualmente ainda é difícil 
conscientizar alguns empresários da importância desse trabalho?
Questões para reflexão
A história da medicina do trabalho vem se desenvolvendo ao longo do 
tempo. Vejamos algumas datas marcantes no cenário mundial:
 Século I: Plínio incentiva os escravos a “utilizar panos” para minimizar a 
exposição à poeira.
 1700: Bernardino Ramazzini publica seu livro sobre as doenças dos 
trabalhadores.
 1788: Percival reconhece a fuligem como causadora de câncer escrotal.
 1833: O Parlamento britânico regulamenta o trabalho infantil.
 1851: William Farr considera insalubre o ofício de “fabricante de cerâmica”.1869: A Alemanha responsabiliza empregadores.
 1878: Implantação de parâmetros para exaustão.
 1919: Criação da OIT.
 1948: Criação da OMS.
 1960: Início da criação dos movimentos sindicais.
As siglas OIT e OMS significam, respectivamente, Organização Internacional do Trabalho e 
Organização Mundial da Saúde. Pesquise sobre sua fundação e abrangência. Amplie seus 
conhecimentos!
Para saber mais
SAUDE.indb 5 24/06/14 17:06
6 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
 O livro As doenças dos trabalhadores, escrito por Bernardino Ramazzini, foi 
editado pela primeira vez no ano de 1700, na Itália. Ele analisa as enfermidades 
dos trabalhadores daquela época, com isso é possível traçar um paralelo entre 
as doenças da época e as atuais, já que o autor abordou problemas advindos 
de matérias-primas minerais e vegetais, esforços de visão, de postura e até da 
voz. Vale a pena lembrar que muitas profissões são antiquíssimas, como a dos 
militares, cantores e amoladores de objetos cortantes.
Nota-se que algumas doenças eram atribuídas à etnia, como a dos judeus, 
por exemplo. Sabe-se que essas doenças eram atreladas às atividades que estes 
desenvolviam e às condições do ambiente a que estavam sujeitos, não à etnia 
em si. Os judeus eram mestres da costura e trabalhavam dia e noite com uma 
luminosidade precária, em porões úmidos, expostos a temperaturas gélidas.
Conheça algumas das doenças das profissões estudadas por Ramazzini: doen ça 
dos mineiros; doenças dos químicos; doenças dos estanhadores; doenças dos 
curtidores; doenças dos coveiros; doenças dos peneiradores e medidores de 
cereais; doenças das lavadeiras; doenças dos judeus; doenças dos corredores; 
doenças dos joalheiros; doenças dos pedreiros; doenças dos amoladores; doenças 
dos saboeiros etc.
A saúde ocupacional é uma ciência voltada à prevenção dos riscos à saúde 
do trabalhador oriundos do ambiente geral e principalmente do ambiente ou 
atividade profissional. Necessita, para atingir seu objetivo, da participação de 
várias outras ciências, o que foi observado desde o início da medicina do trabalho, 
quando os médicos pioneiros nesse campo iniciaram estudos que estabeleciam 
as primeiras relações entre trabalho e doença.
Desde aquela época até os dias atuais, pensando-se do ponto de vista 
exclusivamente médico, verifica-se que uma exposição profissional a um 
dado agente pode levar ao aparecimento de uma doença. O paciente pode, 
todavia, ter sua doença considerada profissional ou não. Contudo, mesmo 
que o trabalhador receba atenção médica adequada com diagnóstico e tra-
tamento perfeitos, o seu retorno à condição de saúde normal significa, por 
outro lado, o seu retorno às atividades laborativas e, consequentemente, o 
retorno à exposição ao agente causador, originando um ciclo fechado que 
pode levá-lo a graves desvios de saúde. 
Mendes e Dias (1991) colocam bem a preocupação por prover serviços 
médicos aos trabalhadores, que começou a se refletir no cenário internacional 
SAUDE.indb 6 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 7
também na agenda da Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada 
em 1919.
Assim, em 1953, com a apresentação da Recomendação 97 sobre a “Pro-
teção da Saúde dos Trabalhadores”, a Conferência Internacional do Trabalho 
pedia aos Estados-membro da OIT que estimulassem a qualificação de médicos 
do trabalho e o estudo da organização de Serviços de Medicina do Trabalho. 
A OIT convocou, no ano seguinte, um grupo de especialistas para estudar as 
diretrizes gerais dos Serviços Médicos do Trabalho, que posteriormente passaria 
a se chamar Serviços de Medicina do Trabalho.
Em 1959, a experiência dos países industrializados acerca dos Serviços de 
Medicina do Trabalho originou a Recomendação 112, aprovada pela Conferên-
cia Internacional do Trabalho. Foi o primeiro instrumento normativo de abran-
gência internacional, e considerado uma referência para o estabelecimento 
de diplomas legais nacionais. Trata de aspectos que incluem a sua definição, 
os métodos de aplicação da Recomendação 112, a organização dos Serviços, 
suas funções, pessoal e instalações, e meios de ação.
Características dos Serviços de Medicina do Trabalho:
 Assegurar a proteção dos trabalhadores contra todos os riscos que prejudiquem a sua saúde, 
resultantes de seu trabalho ou das condições em que são efetuados.
 Contribuir para a adaptação física e mental dos trabalhadores às atividades que serão 
desempenhadas.
 Adequar o trabalho às aptidões dos trabalhadores.
 Estabelecer e manter o nível mais elevado possível de bem-estar físico e mental dos 
trabalhadores.
Para saber mais
Dentro do mesmo raciocínio, podemos acompanhar a evolução da medicina 
do trabalho para a saúde ocupacional:
O preço pago pelos trabalhadores em permanecer nas 
indústrias durante os anos da II Guerra Mundial, em 
condições extremamente adversas e em intensidade de 
trabalho extenuante, foi — em algumas categorias — tão 
pesado e doloroso quanto o da própria guerra. Sobretudo 
porque, terminado o conflito bélico, o gigantesco esforço 
industrial do pós-guerra estava recém iniciando.
SAUDE.indb 7 24/06/14 17:06
8 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
Num contexto econômico e político como o da guerra 
e o do pós-guerra, o custo provocado pela perda de vi-
das — abruptamente por acidentes do trabalho, ou mais 
insidiosamente por doenças do trabalho — começou a ser 
também sentido tanto pelos empregadores quanto pelas 
companhias de seguro, às voltas com o pagamento de 
pesadas indenizações por incapacidade provocada pelo 
trabalho.
A tecnologia industrial evoluíra de forma acelerada, 
traduzida pelo desenvolvimento de novos processos in-
dustriais, novos equipamentos, e pela síntese de novos 
produtos químicos, simultaneamente ao rearranjo de uma 
nova divisão internacional do trabalho.
Entre muitos outros desdobramentos deste processo, 
desvela-se a relativa impotência da medicina do traba-
lho para intervir sobre os problemas de saúde causados 
pelos processos de produção. Crescem a insatisfação e o 
questionamento dos trabalhadores — ainda que apenas 
“objeto” das ações — e dos empregadores, onerados 
pelos custos diretos e indiretos dos agravos à saúde de 
seus empregados.
A resposta, racional, “científica” e aparentemente in-
questionável traduz-se na ampliação da atuação médica 
direcionada ao trabalhador, pela intervenção sobre o 
ambiente, com o instrumental oferecido por outras dis-
ciplinas e outras profissões.
A “Saúde Ocupacional” surge, sobretudo, dentro das 
grandes empresas, com o traço da multi e interdisciplina-
ridade, com a organização de equipes progressivamente 
multiprofissionais, e a ênfase na higiene “industrial”, re-
fletindo a origem histórica dos serviços médicos e o lugar 
de destaque da indústria nos países “industrializados”...
[...] A racionalidade “científica” da atuação multiprofis-
sional e a estratégia de intervir nos locais de trabalho, 
com a finalidade de controlar os riscos ambientais, refle-
tem a influência das escolas de saúde pública, onde as 
questões de saúde e trabalho já vinham sendo estudadas 
há algum tempo. Na metade deste século intensificam-se 
o ensino e a pesquisa dos problemas de saúde ocupacio-
nal nas escolas de saúde pública — principalmente nos 
Estados Unidos (Harvard, Johns Hopkins, Michigan, e 
Pittsburgh) — com forte matiz ambiental. 
Assim, de um lado a saúde ocupacional passa a ser 
considerada como um ramo da saúde ambiental (como, 
aliás aconteceu também na Faculdade de Saúde Pública 
da Universidade de São Paulo); de outro, desenvolvem-se 
SAUDE.indb 8 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 9
fortes unidades de higiene “’industrial”, por meio de 
“grants” e contratos de serviços com grandes empresas. 
No estabelecimento da higiene ocupacional nestes cen-
tros acadêmicose em instituições governamentais de 
projeção, os nomes de Theodore Hatch, Phillip Drinker, 
Herbert Stokinger e John Bloomfield, entre outros, passam 
a constituir referência obrigatória.
Contudo, o desenvolvimento da saúde ambiental/saúde 
ocupacional nas escolas de saúde pública dos Estados 
Unidos, centrado na higiene ocupacional, deu-se, não 
de forma complementar, mas acompanhado de uma 
relativa desqualificação do enfoque médico e epide-
miológico da relação trabalho-saúde (MENDES; DIAS, 
1991, p. 343-344).
No caso brasileiro, a adoção e o desenvolvimento da saúde ocupacional 
ocorreram tardiamente. Ainda que em 1891 já houvesse relatos de observações 
no ambiente de trabalho, estas observações tratavam do trabalho de crianças 
no Rio de Janeiro, na época Distrito Federal, conforme Decreto 1313. Foi no 
início do século XX, com a organização do processo de trabalho, que ocorre-
ram profundas transformações na relação saúde-trabalho vindas por parte da 
medicina social e dos movimentos organizados pelos operários. A partir do 
século XX, houve um estímulo na área da saúde ocupacional no sentido de 
regulamentar a saúde e segurança do trabalhador e o ambiente de trabalho. 
Conforme Jacinto (2014): 
[...] em 15 de janeiro de 1919, surgiu a primeira lei so-
bre o assunto (Lei nº 3724/19) versando sobre acidente 
de trabalho, já com o conceito do risco profissional, e, 
em 1921, foi criada a Inspeção do Trabalho, com sede 
no Rio de Janeiro. Posteriormente em 1930 foi criado o 
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC) e em 
1931 o Departamento Nacional do Trabalho, cuja função 
era de fiscalizar o cumprimento de leis sobre acidentes 
laborais, jornada, férias, organização sindical e trabalho 
de mulheres e menores, evoluindo, um ano depois, para a 
descentralização em inspetorias regionais nos estados da 
federação, posteriormente transformadas em Delegacias 
Regionais do Trabalho.
Cresce a atenção do Estado para as questões de segurança 
no trabalho e, em 1934, tornou-se obrigatória a comuni-
cação de acidentes dessa natureza à autoridade policial e, 
com o crescimento das indústrias e consequente aumento 
do número de trabalhadores urbanos, surge no país, em 
SAUDE.indb 9 24/06/14 17:06
10 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, com 
ela, as primeiras referências à higiene e segurança no tra-
balho. Ainda na década de 1940, emergem as Comissões 
Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs), organizadas 
pelas empresas e em 1953, estruturada pela Associação 
Brasileira de Medicina do Trabalho, é promulgada a 
Portaria 155, que regulamenta e organiza as CIPAs esta-
belecendo normas para seu funcionamento.
Considerada uma das medidas mais efetivas no contexto 
das ações para prevenção dos acidentes do trabalho, as 
CIPAs trouxeram grandes contribuições e incentivaram a 
realização de congressos sobre prevenção de acidentes, 
donde surgiram as aspirações para a criação de mais 
dispositivos legais, como a Portaria 319 de 30.12.60 re-
gulamentando o uso dos EPIs, ao mesmo tempo que os 
médicos e demais profissionais da área da saúde passa-
ram a dar mais atenção e a se dedicar mais às doenças 
específicas dos trabalhadores, proliferando os serviços 
médicos nas empresas.
No final dos anos 1960 o MTIC foi desmembrado, pas-
sando a ser o Ministério do Trabalho e Previdência Social 
(MTPS) (posteriormente renomeado para Ministério do 
Trabalho — MTb em 1974 e MTPS novamente em 1991), 
o Brasil já possuía uma legislação específica sobre o 
tema e também instituições voltadas ao estudo e capa-
citação na área, como a Fundação Centro Nacional de 
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, hoje Funda-
ção Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do 
Trabalho — Fundacentro fundada em 1966. Na década de 
1970 o país vivia a fase de obras faraônicas, tais como a 
Transamazônica, estádios de futebol, hidrelétricas etc., 
ocasionando a morte de centenas de operários todos os 
dias devido ao ritmo acelerado de tais obras, intensifi-
cando as ações do governo para segurança e saúde do tra-
balhador, como a imposição às empresas de constituírem 
os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança 
e em Medicina do Trabalho — SESMTs dimensionados de 
acordo com o grau de risco e o número de trabalhadores, 
bem como ampliou e modificou o capítulo V da CLT, que 
versa sobre medicina e segurança do trabalho, ao criar as 
Normas Regulamentadoras, (Portaria 3.214/78).
Com o surgimento do Movimento Sindical, oriundo das 
greves no final da década de 1970, e sua posterior reor-
ganização, a questão da saúde foi introduzida nas pautas 
de reivindicações e tiveram um papel importante nas 
questões sociais voltadas a saúde do trabalho, fazendo 
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S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 11
emergir modelos de instrumentos como os Programas 
de Saúde do Trabalhador e discussões públicas como 
a I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, em 
1986, culminando com a reforma constitucional de 1988, 
definindo como direitos de cidadania saúde e trabalho.
Já em 1990 foi promulgada a Lei Orgânica de Saúde, (Lei 
8.080/90), que além de definir os princípios e objetivos 
do Sistema Único de Saúde (SUS), contempla decisiva-
mente a questão saúde do trabalhador. Durante toda essa 
década surgiram vários marcos na área de SST como o I 
Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador em 1991, 
a constituição da Comissão Interministerial de Saúde 
do Trabalhador, cujo relatório de novembro de 1993 
continha princípios de atuação conjunta de órgãos do 
Governo em prol da saúde do trabalhador, a mudança do 
então Ministério do Trabalho e da Administração Federal 
(1992) para Ministério do Trabalho e Emprego, que é sua 
atual denominação, entre outros, que foram responsá-
veis pela evolução das ações voltadas para a defesa da 
saúde do trabalhador, como a modificação das Normas 
Regulamentadoras que vinham intactas dede a Portaria 
3.214 de 1978 sendo objeto de aperfeiçoamento até os 
dias de hoje.
Desde então, a saúde e segurança no trabalho vêm 
sofrendo constante evolução e aperfeiçoamento, não so-
mente no aspecto prevencionista, mas, sobretudo, por 
tendências voltadas para a dignificação do trabalho, bem 
estar físico e mental, adaptação do trabalho ao homem 
em questões ergonômicas, direito a informação e partici-
pação dos trabalhadores, dentre outros vislumbrados não 
somente em legislação, mas também em certificações de 
qualidade na área de saúde e segurança ocupacional (JA-
CINTO, 2014, p. 1).
Para ter acesso a mais informações sobre Legislações, consulte o site: 
<http://www.anamt.org.br/site/pagina_geral.aspx?psmid=3&sumid=4>.
Para saber mais
No campo acadêmico, Mendes e Dias (1991) destacam a Faculdade de 
Saúde Pública da Universidade de São Paulo que, dentro do Departamento 
de Saúde Ambiental, criou uma área de Saúde Ocupacional e estendeu 
sua influência como centro de referência nessa área por meio de cursos de 
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12 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
especialização e, principalmente, por meio da pós-graduação (mestrado e 
doutorado). Com efeito, esse modelo influenciou outras instituições de ensino 
e pesquisa, especialmente em nível de alguns departamentos de medicina 
preventiva e social de escolas médicas.
No campo institucional, o ponto mais importante foi a criação da Fundacen-
tro, baseado nos “Institutos” de Saúde Ocupacional desenvolvidos no exterior, 
a partir da década de 1950, destacando-se, os de Helsinque, Estocolmo, Praga, 
Budapeste, Zagreb, Madrid, o NIOSH em Cincinnati, Lima e Santiago do Chile. 
Conforme descrito em seu endereço eletrônico, a Fundacentro foi 
[...] criada oficialmente em 1966, e teve os primeiros 
passos de sua história dados no início da década, quando 
a preocupação com os altos índices de acidentes e doen-
ças do trabalhocrescia no governo e entre a sociedade. 
A ideia de criar uma instituição voltada para o estudo e 
pesquisa das condições dos ambientes de trabalho, com 
a participação de todos os agentes sociais envolvidos na 
questão, começou a ganhar corpo. [...]
Em 1965, após a visita ao país de especialistas da OIT, e de novos 
estudos sobre as condições necessárias para a implantação da 
iniciativa, o Governo Federal decidiu pela criação de um cen-
tro especializado, tendo a cidade de São Paulo como sede da 
nova instituição, em função do porte de seu parque industrial. 
(FUNDAMENTOS, [s.d.])
Na mesma linha, Mendes e Costa (1991, p. 344) citam que:
Na legislação, expressou-se na regulamentação do Capítulo 
V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), reformada 
na década de 70, principalmente nas normas relativas à 
obrigatoriedade de equipes técnicas multidisciplinares nos 
locais de trabalho (atual Norma Regulamentadora 4 da 
Portaria nº 3214/ 78); na avaliação quantitativa de riscos 
ambientais e adoção de “limites de tolerância” (Normas 
Regulamentadoras 7 e 15), entre outras. Apesar das mudan-
ças estabelecidas na legislação trabalhista, foram mantidas 
na legislação previdenciária/acidentária as características 
básicas de uma prática medicalizada, de cunho individual, 
e voltado exclusivamente para os trabalhadores engajados 
no setor formal de trabalho.
A medicina do trabalho ainda tem um longo caminho a percorrer, mas quando 
observamos todas as iniciativas que foram tomadas e implantadas, percebemos 
que este não é um campo de atuação estático. Pelo contrário, é uma ciência que 
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S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 13
está em constante atualização e aprimoramento. Devemos admirar seus precur-
sores, que tiveram a coragem de “vestir a camisa” daqueles que, em sua labuta 
diária, muitas vezes se arriscam para que a vida não pare, dando continuidade 
à existência da humanidade. “A história é como um facho de luz que se projeta 
do passado para iluminar os caminhos do futuro” (Arnold Toynbee).
Precisamos entender que o foco principal da medicina do trabalho não é a 
cura do trabalhador doente. É trabalhar para que ele não adoeça, monitorando 
e priorizando ações de prevenção. Quando as pessoas são expostas a agentes 
nocivos, sem proteção ou medidas de neutralização, constata-se que, mesmo que 
em longo prazo, todos saem perdendo, empregadores, empregados e a sociedade 
como um todo. Fatores como absenteísmo, uso descontrolado dos benefícios da 
previdência, marketing negativo para as empresas, consequente desorganização, os 
processos produtivos e diminuição da qualidade de vida devem ser considerados.
1.2 Conceitos inerentes à medicina do trabalho e 
saúde ocupacional
Nossa proposta é levá-lo a refletir sobre a saúde do trabalhador e a aplicação 
da medicina do trabalho nas empresas por meio dos conceitos aplicados em 
saúde ocupacional e medicina do trabalho.
1.2.1 Saúde
O conceito de saúde é dinâmico. Na atualidade, é difícil conservar os 
mesmos níveis de saúde ao longo dos dias. A cada momento, em função de 
tudo que vivemos durante o dia a dia, nossa saúde e bem-estar sem dúvidas 
são afetados. O estresse pode nos levar a fadiga, cansaço e baixa imunidade.
O conceito adotado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) de 1948 define: 
“Saúde é o estado de completo bem-estar e não apenas a ausência de doença”.
Baseado nesse conceito, o papel da medicina do trabalho é observar o 
trabalhador de uma maneira integral, com ações de promoção e proteção das 
condições físicas e socioambientais no ambiente de trabalho, garantindo sua 
integridade física e mental.
1.2.2 Meio ambiente de trabalho
Fiorillo (2003 apud RIZZATTO, 2009, p. 1) define o ambiente de trabalho 
de uma forma abrangente, incluindo também as atividades não remuneradas:
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14 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
O meio ambiente do trabalho é o local onde as pessoas 
desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas 
ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio 
e na ausência de agentes que comprometem a incolumidade 
físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da 
condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou 
menores de idade, celetistas, servidores públicos, autôno-
mos etc.).
1.2.3 Saúde ocupacional
A saúde ocupacional tem seu enfoque principal na preservação e desen-
volvimento das pessoas durante o trabalho na empresa, bem como sua ex-
tensão de saúde social. A saúde ocupacional precisa ter uma visão integrada, 
considerando o trabalhador como um todo, e tem como objetivo proteger os 
trabalhadores, sem os expor a riscos que possam interferir em sua saúde e que 
possam ser adquiridos no trabalho, lembrando que saúde inclui também a 
saúde mental do trabalhador. 
1.2.4 Medicina ocupacional
Como vimos anteriormente no histórico da saúde do trabalhador, a medi-
cina ocupacional é uma especialidade médica que direciona todas as ações na 
promoção e preservação da saúde do trabalhador. Ela direciona o médico do 
trabalho a avaliar a capacidade do candidato a determinado trabalho e realizar 
avaliações periódicas de sua saúde, enfatizando os riscos ocupacionais aos quais 
o trabalhador estaria exposto.
Desde que foi implantada conforme determinação legal, a medicina ocu-
pacional garante à empresa a adoção de uma política de segurança e saúde 
no trabalho que seja composta por medidas básicas de prevenção e controle 
de riscos, capacitação e treinamentos, responsabilidade, comprometimento, 
controle de emergências, registro e análises de acidentes, principais leis dos 
direitos trabalhistas e normas específicas do ramo adotadas.
A medicina ocupacional visa à proteção da comunidade e do meio ambiente 
juntamente com a participação de forma apropriada na identificação, na ava-
liação e na orientação sobre prevenção dos riscos ambientais decorrentes dos 
processos de trabalho ou das operações realizadas na empresa.
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S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 15
1.2.5 Anamnese ocupacional
Ao iniciar uma atividade na empresa, o trabalhador realiza sua consulta 
com o médico do trabalho, e também é entrevistado por este profissional para 
que sejam registrados todos os fatos relacionados com a condição dele e sua 
futura aptidão.
O médico do trabalho segue um método, porém deve-se observar a particu-
laridade de cada empresa. A palavra anamnese vem do grego ana, que significa 
trazer de novo ou trazer de volta, e mnesis, que significa memória.
A anamnese ocupacional, em muitas empresas, é acompanhada de um 
questionário em que o trabalhador responde a questões relativas à sua saúde. A 
ficha ocupacional usada na entrevista do médico deve conter também campos 
para que o trabalhador possa fornecer informações sobre sua saúde de próprio 
punho.
1.2.6 Exames ocupacionais
Os exames ocupacionais são o conjunto de procedimentos médicos realiza-
dos para avaliar as condições de saúde do empregado. De acordo com Norma 
Regulamentadora n. 7 do Ministério do Trabalho, são obrigatórios os exames 
admissional, periódico, mudança de função, retorno ao trabalho e demissional.
1.2.7 Exames complementares
Os exames complementares auxiliam o médico na elaboração de um diag-
nóstico. São de suma importância para que o médico possa atestar a aptidão 
do trabalhador para a atividade que irá exercer.
1.2.8 Atestado de Saúde Ocupacional — ASO
O que se entende por estar apto ou não para o trabalho? O ASO, ou Atestado 
de Saúde Ocupacional, define se o funcionário está apto ou não para realizar 
suas funções dentro da empresa. Para cada exame realizado, o médico emitirá 
em duas vias o ASO. Uma via será arquivada no local de trabalho, inclusive na 
frente de trabalho ou canteiro de obra, à disposição da fiscalização do trabalho. 
A outra via será obrigatoriamente entregue ao trabalhadormediante recibo na 
primeira via (BRASIL, 1994). Os dados que devem constar no ASO são a identi-
ficação completa do trabalhador: o número de identidade, a função exercida, os 
riscos que existem na execução de suas tarefas, procedimentos médicos a que 
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16 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
foi submetido, ou seja, informações completas sobre a saúde do funcionário, 
deixando ele e a empresa cientes de sua atual condição (DESIGN..., 2013).
1.2.9 Monitoração da avaliação ocupacional
A monitoração ocupacional consiste em verificar se a concentração dos 
agentes (químicos) ou de seus metabólitos orgânicos estão dentro dos níveis 
estabelecidos por órgãos governamentais ou pela comunidade científica. Al-
guns parâmetros estão definidos no Quadro III da Norma Regulamentadora 
nº 7 (Alterado pela Portaria SIT no 223, de 6 de maio de 2011) (BRASIL, 2011).
1.2.10 IBMP — Índice Biológico Máximo Permitido
É o valor máximo do indicador biológico para o qual se supõe que a maioria 
das pessoas expostas de maneira ocupacional não corre risco de dano à saúde. 
A ultrapassagem deste valor significa exposição excessiva.
1.2.11 Doenças ocupacionais ou profissionais
São doenças causadas, de acordo com Ramazzini (1999), especificamente 
pela “nocividade da matéria manipulada” no trabalho, como a silicose, doença 
pulmonar que ataca principalmente mineiros.
1.2.12 Doença do trabalho
São doenças causadas por condições especiais em que o trabalho é rea-
lizado, como posições forçadas e inadequadas, ou doenças que podem ser 
agravadas pelo trabalho. Dores nas costas podem surgir por esforço, ou a 
pessoa pode possuir previamente alguma alteração na coluna e o esforço no 
trabalho agrava a condição. É importante lembrar que não são consideradas 
doenças do trabalho:
a) doenças degenerativas (diabetes, hipertensão arterial etc.);
b) inerentes a grupo etário;
c) que não produzem incapacidade laborativa;
d) doença endêmica em região onde ela se desenvolva, salvo se compro-
vado que resultou de exposição ou contato direto determinados pela 
natureza do trabalho (COSTSA..., 2013).
SAUDE.indb 16 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 17
Para entender um pouco mais sobre o universo da medicina do trabalho, leia as Diretrizes 
gerais para o exercício da medicina do trabalho, acessando o link: <http://www.cremerj.
com.br/publicacoes/download/102;jsessionid=IFDY6QZllHpbTTvNy6FipwDG.undefined>.
Para saber mais
 1. Qual o foco da segurança no trabalho?
( ) A saúde no trabalho.
( ) A emissão da CAT.
( ) As doenças do trabalho e doenças profissionais.
( ) A proteção da saúde e integridade física do trabalhador em seu 
local de trabalho.
 2. O que não se refere à saúde do trabalhador:
( ) Manutenção da produtividade das máquinas.
( ) Vigilância epidemiológica e vigilância sanitária.
( ) Promoção e proteção da saúde dos trabalhadores.
( ) Uso de EPIs.
 3. Qual a frase incorreta?
( ) A segurança no trabalho é o conjunto de medidas que buscam 
minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
( ) A segurança no trabalho atua na prevenção dos acidentes do 
trabalho.
( ) A segurança no trabalho destina-se às empresas privadas e pú-
blicas, excluindo-se os trabalhadores rurais.
( ) O risco bruto é o risco associado às atividades da organização 
na ausência da função segurança.
Atividades de aprendizagem
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18 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
Seção 2 Organização e programas relativos 
à saúde do trabalho 
Nesta seção vamos aprofundar o estudo da medicina do trabalho. Vamos 
versar sobre o programa médico que todas as empresas são obrigadas a fazer, 
que rege todas as atividades relacionadas à saúde na empresa. Mas também 
veremos que o papel do médico do trabalho não deve limitar-se à elaboração e 
execução do programa, e sim pensar no trabalhador de uma forma mais ampla, 
entendendo suas necessidades laborais e pessoais.
2.1 Organização da saúde e segurança no mundo do 
trabalho
Muitas vezes existe a necessidade de se tomar decisões rápidas para a efi-
cácia de um procedimento, o serviço de segurança e saúde do trabalho deve 
estar preparado para situações que envolvam ações de emergência. Por esse 
motivo, o serviço deve estar diretamente ligado ao setor capaz de executar as 
medidas recomendadas sem a necessidade de avaliações prévias.
O serviço de medicina do trabalho é parte integrante do SESMT, que deve 
ser chefiado pelo médico do trabalho, ao passo que o engenheiro de segurança 
chefiará o serviço de engenharia de segurança do trabalho.
2.1.1 Serviço Especializado em Segurança e Medicina do 
Trabalho
O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho (SESMT) está pautado na Norma Regulamentadora nº 4 (NR-4) e tem 
como objetivo promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no 
ambiente de trabalho. O SESMT deverá ser composto pelos seguintes profis-
sionais: médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro, 
técnico de segurança no trabalho e auxiliar de enfermagem. Sua dimensão está 
ligada diretamente com a atividade da empresa e o número de funcionários. 
Esses profissionais têm a função de promover a segurança dos trabalhadores 
por meio do ambiente de trabalho, incluindo máquinas e equipamentos, re-
duzir os riscos à saúde do trabalhador, verificar o uso dos EPIs, orientar para 
que os mesmos cumpram a NR, fazendo com que neutralizem ou diminuam 
os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais.
SAUDE.indb 18 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 19
2.1.2 Atribuições do serviço de medicina do trabalho
Como o objetivo principal desse serviço é proteger a saúde dos trabalhado-
res. Seja com medidas corretivas ou preventivas, cabe a ele a aplicação dos vá-
rios instrumentos e/ou mecanismos para o objetivo seja atingido com eficiência.
Segundo a OMS, a saúde é definida como um estado perfeito de bem-estar 
físico, psíquico e social. O trabalhador pode estar exposto a condições que o 
prejudiquem, podendo ocasionar uma diminuição na sua capacidade de tra-
balho e, a longo prazo, podendo levar à redução da qualidade de vida. Logo, 
é fundamental que as atividades desenvolvidas pelo serviço de medicina do 
trabalho também sejam baseadas nos Códigos de Ética Médica e na Conduta 
do Médico do Trabalho. 
As atividades do serviço de medicina do trabalho ficam restritas à atuação 
relacionada a atendimentos de acidentes e consultas médicas do trabalho. 
Porém, os profissionais desse serviço devem ir além destas atividades, atuando 
também na prevenção e manutenção da saúde do trabalhador.
Vamos citar algumas das atribuições delegadas ao serviço de medicina do 
trabalho:
 exames médicos admissionais, demissionais, periódicos e especiais;
 produção da educação sanitária;
 informações, divulgações e educação;
 programas de nutrição;
 programas de vacinação;
 estatísticas epidemiológicas;
 controle de absenteísmo por entidades nosológicas;
 controle estatístico dos acidentes de trabalho;
 participação em reuniões da CIPA;
 organização de cursos de primeiros socorros básicos de emergência;
 exames e controles biométricos;
 programas de controles especiais relacionados à conservação auditiva, es-
tresse, alcoolismo, doenças sexualmente transmissíveis, drogas, entre outras;
 visitas e inspeções periódicas;
 auditorias e assessorias;
 programas de reabilitação, adaptação e serviços compatíveis.
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20 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
Devido à extensa lista de atividades que o médico do trabalho pode 
executar dentro da empresa, é de suma importância a sua interação com 
todos os setores da empresa, e, dependendo do tamanho e número de fun-
cionários, será necessárioque o serviço de medicina trace prioridades de 
atendimento. 
2.1.3 Organização do serviço de medicina do trabalho
É necessária a elaboração de normas de procedimentos destinadas aos pro-
fissionais do serviço de medicina do trabalho, com o objetivo de uniformizar 
os procedimentos. Recomenda-se a criação de um banco de dados que seja 
de fácil acesso para introdução de dados, controle e manutenção de dados 
estatísticos pelo setor. Nesses arquivos deverão ser mantidos os prontuários 
médicos dos trabalhadores, bem como todos os exames e formulários dos 
pacientes.
Há previsão de um efetivo médico e paramédico para o setor de medicina 
do trabalho, descrita na Norma Regulamentadora nº 4 — Serviço Especializado 
em Segurança e Medicina do Trabalho.
2.1.4 Gestão da segurança e saúde ocupacional
Nos últimos anos, tem crescido a implantação de sistema de gestão de 
saúde e segurança. Esse sistema é mais amplo que os anteriores, pois integra 
também os programas de qualidade e meio ambiente. As orientações básicas 
do sistema de gestão de saúde e segurança estão contidas na norma britânica 
(British Standard) BS 8800 e Occupational Health and Safety Assessment Series 
(OHSAS) 18001.
A norma britânica BS 8800 foi uma das primeiras tentativas consistentes 
de estabelecer uma referência normativa para a implementação de um sis-
tema de gestão de segurança e saúde ocupacional. Essa norma vinha sendo 
utilizada na implementação de um sistema de gestão de segurança e saúde, 
visando à melhoria contínua das condições do ambiente de trabalho. Os 
princípios dessa norma estão alinhados aos conceitos e diretrizes das normas 
da série ISO 9000 (Sistema da Qualidade) e ISO 14000 (Gestão Ambiental).
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S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 21
Já a norma OHSAS 18001 apresenta requisitos para a implementação 
de um sistema de gerenciamento para capacitar a organização para im-
plementar o programa de melhoria contínua das condições e redução dos 
riscos no ambiente de trabalho. Uma exigência detalhada de desempenho, 
quantificada sempre que viável e pertinente à organização, é oriunda dos 
objetivos de saúde e segurança e precisa ser cumprida para que estes sejam 
atingidos.
De acordo com Araújo (2008), o princípio básico de um sistema de gestão 
baseado em aspectos normativos envolve a necessidade de determinar parâme-
tros de avaliação que incorporem não só os aspectos operacionais, mas também 
a política, o gerenciamento e o comprometimento da alta administração com o 
processo de mudança e melhoria contínua das condições de segurança, saúde 
e das condições de trabalho. Esse princípio é de fundamental importância, 
pois na maioria das vezes, as melhorias exigem, além do comprometimento, 
investimentos que necessitam de planejamento a curto, médio e longo prazo 
para a sua execução. Observa-se, então, que todos os profissionais dentro do 
processo produtivo são responsáveis no mesmo nível de importância, princi-
palmente os gerentes e os supervisores.
Ainda segundo Araújo (2008), um dos aspectos importantes em um sis-
tema de gestão é o monitoramento e acompanhamento do desempenho das 
ações estabelecidas pelo programa de segurança. Para isso, é necessária a 
definição dos indicadores e da forma de acompanhar a evolução de cada 
um deles e divulgar os resultados objetivos para toda empresa. Assim, o foco 
das organizações aponta que se deve dar a importância para as questões de 
qualidade, segurança, saúde ocupacional e meio ambiente, pois são elas 
que irão garantir o aumento da produtividade para os empresários, redução 
dos custos sociais para o governo e melhoria da qualidade de vida para os 
trabalhadores, trazendo benefícios para a sociedade de uma forma geral.
Os elementos que compõem o sistema de gestão dependem da natureza 
da atividade, tamanho da organização, perigos e condições nas quais opera. 
A BS 8800 fornece os elementos do sistema de gestão, saúde e segurança ocu-
pacional bem-sucedido, conforme ilustrado na Figura 1.1.
SAUDE.indb 21 24/06/14 17:06
22 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
Figura 1.1 Elementos do sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional
Fonte: Saliba (2004).
Analisando a Figura 1.1, estes elementos constituem a referência para implan-
tação dos sistemas. De forma simplificada, os objetivos de cada elemento são:
Levantamento inicial
É a etapa inicial da implantação do sistema de gestão de saúde e segurança 
ocupacional. Seu objetivo é diagnosticar a situação prevencionista em que a em-
presa se encontra e com esses dados estabelecer a base do programa. A BS 8800, 
em seus anexos, fornece informações orientativas do levantamento inicial.
Política de saúde e segurança ocupacional
O Programa de Saúde e Segurança Ocupacional só será bem-sucedido se a 
alta direção da empresa estiver comprometida com a política prevencionista. 
Segundo a BS 8800, aqueles que têm poder na organização devem definir, 
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S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 23
documentar e endossar a sua política de segurança e saúde ocupacional, 
assegurando que a política inclui os compromissos de:
 Reconhecer a segurança e saúde ocupacional como parte integral do seu 
desempenho negocial.
 Obter elevado nível de desempenho de segurança e saúde ocupacional, 
com o atendimento aos requisitos legais mínimos, e ao contínuo aper-
feiçoamento, com economicidade, do desempenho.
 Proporcionar recursos adequados e apropriados ao implemento da 
política.
 Estabelecer e publicar os objetivos de segurança e saúde ocupacional, 
ainda que apenas por meio de boletins internos.
 Colocar o gerenciamento de segurança e saúde ocupacional como uma 
responsabilidade primordial da gerência de linha, do dirigente hierarqui-
camente mais alto ao nível de supervisão.
 Assegurar a sua compreensão, implementação e manutenção em todos 
os níveis na organização.
 Promover o envolvimento e interesse dos empregados, visando obter 
compromissos com a política e sua implementação.
 Revisar periodicamente a política, o sistema de gerenciamento e auditoria 
do cumprimento daquela.
 Assegurar que os empregados, em todos os níveis, recebam treina-
mento apropriado e sejam competentes para executar suas tarefas e 
responsabilidades.
Organização
 Responsabilidades: a responsabilidade quanto ao sistema de segurança 
e saúde repousa especialmente na alta gerência, sendo recomendável 
atribuir a uma pessoa da alta administração a responsabilidade de garan-
tir a implantação e fundamento do programa. Assim, todos os níveis da 
organização também devem estar comprometidos com o programa.
 Dispositivos organizacionais: as normas definem a importância da integra-
ção do sistema de saúde e segurança ocupacional em todas as atividades 
da empresa.
 Documentação: é o elemento-chave para o sucesso de qualquer programa 
de segurança e saúde ocupacional. Conforme orientações contidas em to-
dos os programas PPRA, PCMSO, entre outros, os registros, documentação 
SAUDE.indb 23 24/06/14 17:06
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de dados de avaliação e exames são fundamentais, devendo, inclusive, 
ser mantidos por no mínimo 20 (vinte) anos.
Planejamento e implantação
O planejamento da atividade do Programa de Saúde e Segurança Ocu-
pacional, com estabelecimento claro de desempenho, define o que deve ser 
feito, quando deve ser feito, quem é o responsável e o desfecho desejado, é 
primordial para o êxito do programa, assim como a avaliação de risco, incluindo 
identificações de perigos, os requisitos legais e outros aplicáveis ao sistema de 
gestão de saúde e segurança ocupacional.
A empresa deverá estabelecer procedimentos de identificação e análise de 
risco e controle. A BS 8800 fornece metodologia a critério de interpretação 
de análise do risco, devendo, portanto, ser consultada pelos leitores.Medição do desempenho
A medição do desempenho é uma forma importante de comprovar a eficácia 
do sistema de gerenciamento de saúde e segurança ocupacional. A empresa 
deverá estabelecer procedimentos adequados na medição de desempenho do 
programa, conforme as orientações contidas nas normas citadas.
Auditoria
As auditorias periódicas possibilitam a avaliação mais profunda e crítica 
de todos os elementos do sistema de gerenciamento de saúde e segurança 
ocupacional. Devem ser conduzidas por pessoas competentes e independentes, 
podendo, no entanto, ser designadas pessoas da própria empresa. As audito-
rias precisam ser rigorosas. No entanto, sua abordagem deve ser adaptada ao 
tamanho da empresa e à natureza de seus perigos. Quando da implantação do 
sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional, recomenda-se a consulta 
das normas pertinentes, especialmente a BS 880 e a OSHAS 18001.
2.2 Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional — PCMSO
No link a seguir, você verá a Norma Regulamentadora no 7 na íntegra, que deverá ser usada 
sempre que dúvidas surgirem: 
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130E0819FC102ED/nr_07.pdf>.
Para saber mais
SAUDE.indb 24 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 25
2.2.1 Fundamentação legal do PCMSO
Vamos iniciar apresentando o embasamento legal que destaca, na CLT 
datada de 1o de maio de 1943, a obrigatoriedade da realização dos exames.
O artigo 168 da CLT regulamenta a obrigatoriedade do exame médico do 
empregado, por conta do empregador. 
§1o Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório 
compreenderá investigação clínica e nas localidades em 
que houver abreugrafia. Mentário: O termo abreugrafia 
se refere ao raio X de pulmão.
§2o Em decorrência da investigação clínica ou da abreu-
grafia, outros exames complementares poderão ser exi-
gidos, a critério médico, para apuração da capacidade 
ou aptidão física e mental do empregado para a função 
que deva exercer.
§3o O exame médico será renovado, de seis em seis me-
ses, nas atividades e operações insalubres, e anualmente 
nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada 
dois anos.
§4o O mesmo exame médico de que trata o Par.1o será 
obrigatório por ocasião da cessão do contrato de trabalho, 
nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do 
Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado 
há mais de 90 (noventa dias). 
§5o Todo estabelecimento deve estar equipado com mate-
rial necessário à prestação de primeiros socorros médicos. 
Art. 169 Será obrigatória a notificação das doenças pro-
fissionais e das produzidas em virtude de condições es-
peciais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, 
de conformidade com as instruções expedidas pelo Mi-
nistério do trabalho (BRASIL, 1943).
A publicação do PCMSO foi por meio da Portaria GM no 3.214, de 8 de 
junho de 1978, tendo suas alterações e atualizações por meio da Portaria SSMT 
no 12, de 6 de junho de 1983 (14/06/83), Portaria MTPS no 3.720, de 31 de 
outubro de 1990 (1/11/90), Portaria SSST no 24, de 29 de dezembro de 1994 
(30/12/90), Portaria SSST no 8, de 8 de maio de 1996 (Rep. 9/05/96), Portaria 
SSST no 19, de 9 de abril de 1998 (22/04/98), Portaria SIT no 223, de 6 de maio 
de 2011 (10/05/11), Portaria SIT no 236, de 10 de junho de 2011 (13/06/11), 
todas aprovadas e constantes no Diário Oficial da União (DOU).
SAUDE.indb 25 24/06/14 17:06
26 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
2.2.2 Obrigatoriedade de implantação do PCMSO
O PCMSO é obrigatório para toda empresa que tenha empregados pelo 
regime CLT; independentemente da quantidade e grau de risco, ela é obrigada 
a elaborar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o PCMSO.
O grau de riscos (GR) das empresas é determinado conforme a Norma Re-
gulamentadora no 4 no Quadro 1.1.
Quadro 1.1 Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) — Códigos, 
Denominação e GR
Código Denominação GR
17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
17.1 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
17.10‑9 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel 3
17.32‑0 Fabricação de embalagens de cartolina e papel-cartão 2
18 Impressão e reprodução de gravações
18.11‑3 Impressão de jornais, livros, revistas e outras publicações periódicas 3
Fonte: Adaptado de Brasil (2008). 
O PCMSO estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais que devem 
ser observadas durante sua execução. Podem ser incluídos também e obser-
vados novos pontos de segurança e saúde por meio de convenção coletiva de 
trabalho de cada categoria. No que diz respeito à empresa contratante de mão 
de obra, esta é obrigada a informar à empresa contratada (no caso, a presta-
dora de serviços) a quais riscos os trabalhadores estarão expostos durante a 
execução do serviço. Se o PCMSO da prestadora de serviço não contemplar 
o exame de audiometria e esta vai prestar serviço em uma área ruidosa, seu 
PCMSO deverá ser reformulado, ou seja, deverá ser incluída a realização da 
audiometria ocupacional.
2.2.3 Diretrizes no PCMSO
Quando falamos nas articulações com as demais normas regulamentadoras, 
podemos perceber que o PCMSO e os profissionais que compõem o SESMT 
devem ter a mesma linguagem com posicionamento lógico para que o traba-
lhador, nas diversas atividades econômicas, possa desempenhar suas atividades 
de maneira que garanta a sua saúde física e mental.
SAUDE.indb 26 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 27
O médico do trabalho deve conhecer o local de trabalho a partir de vi-
sitas para conhecer os riscos mencionados nos programas PPRA e outros, e 
fazer uma análise das atividades do trabalhador. Somente assim ele poderá 
definir o conjunto de exames clínicos e complementares específicos para a 
prevenção ou detecção precoce dos agravos à saúde dos trabalhadores. O 
profissional também deverá seguir critérios para interpretação dos resultados 
dos exames e que condutas devem ser tomadas, no caso de este profissional 
encontrar alterações.
O médico do trabalho pode não detectar algum tipo de risco ocupacional, 
sendo assim, o exame ocupacional deve ser resumido a uma avaliação clínica 
para todos os exames exigidos, ou seja, exame admissional, periódico, de re-
torno ao trabalho e demissional.
Por meio de dados adquiridos pela boa prática da medicina do trabalho 
são gerados dados clínico-epidemiológicos que podem auxiliar o profissional 
a tratar a coletividade e não só o indivíduo. Por meio da abordagem de grupos 
homogêneos, pode-se adotar como instrumento o cálculo de taxas ou coe-
ficientes para verificar se há locais de trabalho, setores, atividades, funções, 
horários ou grupos de trabalhadores com mais agravos à saúde do que outros. 
Com isso, podem ser feitas investigações específicas e detectar a causa para 
planejar a prevenção.
Sempre que o médico do trabalho detectar alguma alteração no ambiente 
ou até mesmo nas normas que implique em agravo à saúde, o programa pode 
ser alterado a qualquer momento. 
Lembramos também que o documento do PCMSO não precisa ser ho-
mologado ou registrado no Ministério do Trabalho ou na Delegacia Regional 
do Trabalho. Ele deverá ser arquivado no estabelecimento à disposição da 
fiscalização, exceto nos casos em que a empresa é notificada a apresentar os 
documentos a estes órgãos.
2.2.4 Responsabilidades dentro do PCMSO
As responsabilidades dentro do PCMSO são do empregador e do médico 
coordenador, cuja norma é bem clara na definição dos papéis de ambas as 
partes. A empresa, no papel do empregador, deverá zelar para que o programa 
seja desenvolvido, garantindo sua elaboração e efetiva implementação, ou seja, 
que funcione de fato, não sendo apenas um documento de gaveta.
SAUDE.indb 27 24/06/14 17:06
28 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B AL H O
Os custos provenientes da implantação do PCMSO, em que são incluídas as 
avaliações médicas e os exames complementares que se fizerem necessários, 
deverão ser assumidos totalmente pelo empregador, que podem ser cobrados 
por meio da fiscalização e comprovados em documentos fiscais previstos na 
legislação.
Para saber se a empresa é obrigada a manter um médico do trabalho em seu quadro de fun-
cionários é necessário observar a NR-4. Acessando o Portal do Ministério do Trabalho e Emprego 
você encontrará todas as Normas Regulamentadoras vigentes.
Para saber mais
O médico coordenador do PCMSO deverá ser indicado dentre os profissio-
nais do SESMT da empresa caso haja mais de um médico do trabalho. Se não 
houver exigência do dimensionamento do SESMT, o coordenador do PCMSO 
poderá ser profissional autônomo ou filiado a qualquer entidade como o SESI, 
cooperativas médicas, empresas prestadoras de serviço em medicina ocupa-
cional, sindicatos ou associações.
É importante lembrar que o PCMSO estará sob a responsabilidade técnica do 
médico, e não da entidade. Não há exigência de registrar o médico coordena-
dor do PCMSO ou empresa prestadora de serviço nas Delegacias Regionais do 
Trabalho. Se em alguma região do Brasil não houver a especialidade de Médico 
do Trabalho, a empresa poderá contratar médicos de outra especialidade para 
coordenar o PCMSO.
Lembrando que podem ocorrer algumas situações em que, por meio de 
negociações coletivas ou pareceres técnicos da delegacia Regional do Tra-
balho, esse número de funcionários pode ser alterado e assim desobrigar a 
indicação de médico coordenador. Há casos também em que poderá haver a 
obrigatoriedade de médico coordenador, quando suas condições representa-
rem potencial de risco grave à saúde dos trabalhadores. O papel do médico 
coordenador do PCMSO é realizar os exames médicos previstos na norma ou 
delegar a um profissional médico familiarizado com os princípios da patolo-
gia ocupacional, desde que seja um profissional de confiança orientado pelo 
coordenador do PCMSO e que possa realizar os exames satisfatoriamente. 
Os exames complementares deverão ser realizados em clínicas capacitadas, 
equipadas e qualificadas.
SAUDE.indb 28 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 29
2.2.5 Desenvolvimento do PCMSO
2.2.5.1 Exames médicos ocupacionais
O PCMSO deverá realizar obrigatoriamente os exames médicos admissio-
nais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional.
Esses exames compreendem avaliação clínica com o médico, exame físico 
e mental e anamnese ocupacional. Já os exames complementares devem ser 
realizados de acordo com os termos especificados na NR-7.
Os exames complementares que não constam na NR-7:
[...] para trabalhadores expostos a agentes químicos, ou-
tros indicadores biológicos poderão ser monitorizados, 
dependendo de estudo prévio dos aspectos de validade 
toxicológica, analítica e de interpretação desses indica-
dores (BRASIL, 1978).
O médico coordenador, se julgar necessário, poderá indicar outros exames 
complementares com o objetivo de avaliar o funcionamento de órgãos e siste-
mas orgânicos do trabalhador.
Exame admissional
Conforme determina o item 7.4.3.1 da NR-7 “[...] no exame médico admis-
sional, deverá ser realizada antes que o trabalhador assuma suas atividades” 
(BRASIL, 1994).
A respeito do exame admissional, Galafassi (1998) destaca que, ao con-
trário do que se pratica em algumas empresas, o exame admissional não deve 
consistir na inclusão do candidato sadio e na exclusão do menos saudável, 
mas no conhecimento prévio da atividade que irá exercer sem prejuízo à sua 
saúde e à dos demais colegas de trabalho.
Wachowicz (2007) destaca que podem ser considerados objetivos básicos 
do exame admissional:
 avaliar se o candidato pode trabalhar sem colocar em risco a própria saúde 
e a de seus colegas de trabalho;
 verificar a presença de qualquer anormalidade e indicar o tipo de serviço 
mais adequado;
 determinar as condições psicossomáticas dos trabalhadores para selecio-
nar aqueles em melhores condições para determinado tipo de serviço;
 permitir que os trabalhadores sejam inseridos em serviços adequados as 
suas condições físicas e psíquicas;
SAUDE.indb 29 24/06/14 17:06
30 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
 informar aos funcionários o estado real de sua saúde, orientando-os quanto 
à possível solução de problemas médicos eventualmente encontrados;
 salvaguardar a saúde e segurança da comunidade trabalhadora, não 
permitindo a admissão de pessoas que possam oferecer algum risco;
 cumprir as disposições legais que tornam esse exame obrigatório;
 permitir uma educação sanitária do candidato;
 obedecer a dispositivos legais.
Com a realização desse exame, o empregador poderá, a partir dos dados e do diagnóstico do 
trabalhador, definir em quais funções será possÍvel adequar o trabalhador ou se ele alcança as 
qualidades buscadas para a realização de determinada função.
Portanto, pode-se dizer que o principal objetivo do exame admissional consiste na perfeita 
adequação da pessoa à sua função e ao seu ambiente de trabalho.
Para saber mais
Exame periódico
O item 7.4.3.2 da NR-7 relaciona a periodicidade desses exames médicos com a 
atividade desenvolvida e com o risco ocupacional a que os funcionários estão sub-
metidos e determina em quais períodos deverão ser efetuados, da seguinte forma:
a) para trabalhadores expostos a riscos ou situações de 
trabalho que impliquem o desencadeamento ou agrava-
mento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles 
que sejam portadores de doenças crônicas, os exames 
deverão ser repetidos:
a. 1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do 
médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente 
da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de 
negociação coletiva de trabalho;
a. 2) de acordo com a periodicidade especificada no 
Anexo 6 da NR-15, para os trabalhadores expostos a 
condições hiperbáricas.
b) para os demais trabalhadores:
b. 1) anual, quando menores de dezoito e maiores de 
quarenta e cinco anos de idade;
b) 2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre dezoito 
e quarenta e cinco anos de idade (BRASIL, 1994).
A finalidade do exame médico periódico é investigar se ocorreu alguma 
alteração na saúde dos trabalhadores, antes mesmo do aparecimento das 
SAUDE.indb 30 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 31
manifestações clínicas, possibilitando um tratamento adequado a estas pato-
logias que, até então, poderiam ser desconhecidas ou passar despercebidas 
pelo próprio trabalhador.
Essa investigação é uma ação preventiva, em que a eterna vigilância é o 
fator preponderante para uma boa qualidade da saúde do trabalhador. Assim, 
caso alguma alteração na saúde do trabalhador seja diagnosticada, deverão ser 
investigadas as causas de sua ocorrência. Se a enfermidade não decorrer do 
ambiente laboral, deverá o médico providenciar as condutas médicas cabíveis.
Caso seja decorrente do ambiente laboral, o médico, além das condutas 
com vistas ao tratamento da enfermidade, deverá tomar as providências cabí-
veis com a finalidade de corrigir o fator laboral que causou a doença (SALIBA, 
2004, p. 431).
Assim, os exames admissionais e periódicos devem ser feitos como forma de controle da saúde 
geral dos trabalhadores, detecção de fatores predisponentes a doenças profissionais, assim 
como para avaliação da efetividade dos médicos de controle empregados.
Para saber mais
Exame de retorno ao trabalho
Segundo determinação do item 7.4.3.3 da NR-7 o exame médico de retorno 
ao trabalho deverá ser realizado obrigatoriamente no primeiro dia de trabalho 
de trabalhador ausente, por período igual ou superior a 30 dias, por motivo 
de doença, acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. 
Galafassi (1998) explica que a finalidade do exame de retornoao trabalho 
é verificar se o funcionário está apto para voltar a exercer suas antigas funções 
após o afastamento por determinado período. Isso ocorre com frequência, 
principalmente no retorno do empregado afastado por motivo de doença ou 
acidente de trabalho. Esse exame permite ao médico verificar se o empregado 
possui as mesmas condições de trabalho anteriores ao afastamento, ou se será 
necessário mudar sua função dentro da empresa.
Exame de mudança de função
Segundo a redação do item 7.4.3.4 da NR-7, o “[...] exame médico de mu-
dança de função, será obrigatoriamente realizado antes da data da mudança”. 
Já no item 7.4.3.4.1 da NR-7 traz a definição de mudança de função, que 
significa “[...] toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de 
SAUDE.indb 31 24/06/14 17:06
32 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que 
estava exposto antes da mudança” (BRASIL, 1994).
Para Galafassi (1998), o exame médico para mudança de função tem como 
objetivos básicos:
 Avaliar se as condições físicas atuais do funcionário lhe permitem uma altera-
ção em sua atividade, sendo que o mesmo será exposto a um risco diferente 
daquele em que estava até aquele momento.
 Avaliar se adquiriu alguma doença ocupacional enquanto desempenhava 
sua função.
A NR-7 possui em seu texto legal a obrigatoriedade desses dois exames, 
sendo um em função de retorno ao trabalho e outro, de mudança de função. 
O realizado em decorrência do retorno ao trabalho faz-se necessário para ve-
rificar se o trabalhador adquiriu ou possui doença em decorrência do trabalho 
ou de fato estranho a este. Quanto ao realizado para mudança de função, o 
diagnóstico da saúde do trabalhador é importante para poder determinar se sua 
nova função não irá prejudicar ou agravar seu estado de saúde.
Tomemos como exemplo um trabalhador que é ajudante geral na monta-
gem de uma fábrica de componentes para cortinas. Não há ruído. Não há risco 
ocupacional. Esse trabalhador foi transferido para o setor de corte de perfis de 
alumínio, onde o ruído ultrapassa o limite de tolerância de 85 decibéis.
Ele deverá realizar o exame de mudança de função, pois deixou uma con-
dição sem riscos para desenvolver outra atividade com risco, neste caso, em 
ambiente com ruído. Sendo assim, ele deverá realizar o exame audiométrico.
Exame demissional
Dispõe o item 7.4.3.5 da NR-7 que: 
No exame médico demissional, será obrigatoriamente reali-
zado até a data da homologação, desde que o último exame 
médico ocupacional tenha sido realizado há mais de:
 135 (cento e trinta e cinco) dias para as empresas de 
grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4;
 90 (noventa) dias para empresas de grau de risco 3 
e 4, segundo o Quadro I da NR-4 [Redação dada ao 
item pela Portaria SSST nº 8, de 5 de maio de 1996] 
(BRASIL, 1994).
Ainda em relação ao período mínimo de realização de outro exame ocu-
pacional, anterior à demissão, traz a NR-7 alguns casos em que se poderá 
ampliar esse período: 
SAUDE.indb 32 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 33
7.4.3.5.1 As empresas enquadradas no grau de risco 1 ou 
2, segundo o Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo 
de dispensa da realização do exame demissional em até 
mais 135 dias, em decorrência de negociação coletiva, 
assistida por profissional indicado de comum acordo entre 
as partes ou por profissional do órgão regional compe-
tente em segurança e saúde no trabalho.
7.4.3.5.2 As empresas enquadradas no grau de risco 3 ou 
4, segundo o Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo 
de dispensa da realização do exame demissional em até 
mais 90 dias, em decorrência de negociação coletiva, 
assistida por profissional indicado de comum acordo entre 
as partes ou por profissional do órgão regional compe-
tente em segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 1994).
Há casos em que o exame demissional não poderá ser dispensado, inde-
pendente da existência ou não de outro exame ocupacional recente.
2.2.6 Atestado de Saúde Ocupacional — ASO
O Atestado de Saúde Ocupacional é o documento que define se o traba-
lhador está apto ou inapto para desenvolver suas atividades dentro de uma 
determinada empresa. Não existe um modelo específico. A NR-7 determina 
os dados mínimos que devem constar neste documento:
a) Nome completo do trabalhador, número do documento de identificação, 
ou seja, número da identidade, e a função que irá exercer.
b) Devem estar discriminados os riscos aos quais o trabalhador estará ex-
posto ou a ausência deles.
c) Indicar no documento quais os procedimentos médicos a que este tra-
balhador foi submetido, incluindo os exames complementares e a data 
em que foram realizados.
d) Nome do médico coordenador, quando houver, e o número do seu 
respectivo registro, neste caso, o número do CRM.
e) Definição de apto ou inapto.
f) Nome do médico encarregado do exame, contendo endereço ou forma 
de contato.
g) Data e assinatura do médico, contendo o número de registro no CRM.
SAUDE.indb 33 24/06/14 17:06
34 S A Ú D E O C U P A C I O N A L E M E D I C I N A D O T R A B A L H O
O ASO deverá ser emitido em 2 vias, sendo a segunda via entregue ao 
trabalhador, e a primeira via à empresa, devendo esta arquivar e manter à 
disposição da fiscalização.
2.2.7 Ações de saúde no PCMSO
As ações de saúde a serem desenvolvidas na empresa pelo PCMSO devem 
estar de acordo com o perfil da empresa, ou seja, qual a população destes 
trabalhadores (se são homens ou mulheres), qual a faixa etária desses trabalha-
dores, riscos ocupacionais a que estão expostos, e, além desses parâmetros, há 
as ações que devem ser tratadas juntamente com a CIPA — Comissão Interna 
de Prevenção de Acidentes —, como tabagismo, alcoolismo, doenças sexual-
mente transmissíveis e Aids.
Nesse âmbito de ações podem ser incluídas também ações preventivas para 
doenças não ocupacionais, como campanhas de vacinação, hipertensão arte-
rial, diabetes, prevenção do câncer de colo de útero e de mama, entre outros.
2.2.8 Relatório anual do PCMSO
O relatório anual do PCMSO é o documento exigido na norma que deverá 
ser emitido após o primeiro ano de implantação na empresa.
Como foi mencionado anteriormente, a NR-7 deve estar articulada com 
as demais NRs. O relatório anual do PCMSO deve ser discutido com a CIPA 
da empresa, quando houver, e ser anexada aos documentos dessa comissão.
O relatório anual poderá ser armazenado em forma de arquivo eletrô-
nico, desde que haja fiscalização e o relatório possa ser acessado imedia-
tamente pelo agente de inspeção do trabalho. As empresas desobrigadas 
de indicarem médico coordenador ficam também dispensadas de elaborar 
o relatório anual.
2.2.9 Condutas do médico do trabalho em caso de ocorrência ou 
agravamento de doenças profissionais
Se o médico do trabalho verificar, a partir dos exames, alterações que reve-
lem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, observando o 
item 7.4.2.3 da NR-7, mesmo que o trabalhador não apresente sintoma algum, 
o médico deverá:
 Solicitar à empresa a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de 
Trabalho).
SAUDE.indb 34 24/06/14 17:06
S a ú d e o c u p a c i o n a l e m e d i c i n a d o t r a b a l h o 35
 Indicar, quando necessário, o tempo de afastamento do trabalhador do 
ambiente com o risco.
 Encaminhar o trabalhador à previdência (INSS).
 Orientar a empresa a tomar medidas de prevenção de controle dos riscos 
no ambiente de trabalho.
2.2.10 Estrutura do PCMSO
O PCMSO não apresenta um modelo a ser adotado, mas recomenda alguns 
aspectos mínimos a serem contemplados na estrutura do documento.
a) Deve conter dados com a identificação da empresa, CNPJ, razão social, 
endereço, grau de risco, número de trabalhadores, distribuição por sexo.
b) Definição dos exames médicos por setor e função, bem como a sua 
periodicidade.
c) Responsabilidade

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