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CIRCULAÇÃO E DINÂMICA ATMOSFÉRICA Circulação Geral da AtmosferaCirculação Geral da Atmosfera ?? A quantidade de energia solar recebida pela Terra não é A quantidade de energia solar recebida pela Terra não é igual em todos os pontos da superfície, variando em igual em todos os pontos da superfície, variando em decorrência da latitude e das estações do ano.decorrência da latitude e das estações do ano. ?? Áreas de baixas latitudes recebem mais energia do que Áreas de baixas latitudes recebem mais energia do que perdem por emissão para o espaço e, nas latitudes perdem por emissão para o espaço e, nas latitudes médias e elevadas, observamédias e elevadas, observa--se o contrário.se o contrário. ?? Desta forma, há um equilíbrio no balanço de energia do Desta forma, há um equilíbrio no balanço de energia do planeta, pois o excesso de energia recebido na zona planeta, pois o excesso de energia recebido na zona intertropical é transferido pelas correntes atmosféricas e intertropical é transferido pelas correntes atmosféricas e oceânicas para as zonas temperadas e polaresoceânicas para as zonas temperadas e polares Na macro-escala, os ventos de superfície estão associados à circulação geral da atmosfera, a qual é resultado da ação das 5 forças mencionadas anteriormente. Alísios de NE Alísios de SE Ventos de W Ventos de W Ventos de E Ventos de E ZCIT – Zona de convergência inter-tropical – elevação do ar quente e úmido, formando nuvens e chuvas convectivas ZCET – Zona de convergência extra-tropical – encontro do ar frio e seco do Pólos com o ar quente e úmido dos trópicos, formando os sistemas frontais frentes polares , que causam perturbações atmosféricas em larga escala Circulação Geral da AtmosferaCirculação Geral da Atmosfera ?? GeorgeGeorge HadleyHadley, 1735: , 1735: Energia solar impulsiona Energia solar impulsiona os ventos.os ventos. ?? Grande contraste de Grande contraste de temperatura entre temperatura entre equador e pólos geraria equador e pólos geraria uma célula de circulação.uma célula de circulação. ?? Sem levar em conta a Sem levar em conta a rotação da Terra.rotação da Terra. Centros de PressãoCentros de Pressão ?? Os Centros de ação, ou áreas que exercem o Os Centros de ação, ou áreas que exercem o controle climático do Planeta, são reconhecidos controle climático do Planeta, são reconhecidos como de alta pressão (como de alta pressão (anticiclonaisanticiclonais) ou de baixas ) ou de baixas pressões (pressões (ciclonais ciclonais ou depressões)ou depressões) Centros de Ação PositivosCentros de Ação Positivos ?? Denominados anticiclonesDenominados anticiclones ?? apresentam pressão atmosférica mais elevada que apresentam pressão atmosférica mais elevada que seu entorno.seu entorno. ??Ocorre divergência de arOcorre divergência de ar ?? SubsidênciaSubsidência ??Na porção central apresenta tempo bom, seja quente Na porção central apresenta tempo bom, seja quente ou frio.ou frio. Ciclones e Anticiclones Os ciclones e anticiclones formados na atmosfera são responsáveis pela mudança na direção dos ventos predominantes Os ciclones são centros de baixa pressão (L = Low). Os ventos convergem para esse centro pela força gradiente e em seu movimento tem seu deslocamento desviado pela força de Coriolis (para a direita no HN e para a esquerda no HS) Os anticiclones são centros de alta pressão (H = High). Os ventos divergem desse centro devido à força gradiente e, em seu movimento, tem seu deslocamento desviado pela força de Coriolis (para a direita no HN e para a esquerda no HS) Isóbaras Três grandes Zonas:Três grandes Zonas: ?? Nas Latitudes Baixas Nas Latitudes Baixas –– Zona IntertropicalZona Intertropical ?? Nas Latitudes Médias Nas Latitudes Médias –– Zona TemperadaZona Temperada ?? Nas Altas Latitudes Nas Altas Latitudes –– Zona PolarZona Polar ?? Nas Zonas subtropicais, a gênese dos Nas Zonas subtropicais, a gênese dos anticiclones é principalmente de origem anticiclones é principalmente de origem dinâmica.dinâmica. ?? Nas Zonas Polares é sobretudo térmicoNas Zonas Polares é sobretudo térmico Cinco anticiclones dinâmicos e Cinco anticiclones dinâmicos e térmicos que controlam os climas térmicos que controlam os climas do Planetado Planeta ?? No hemisfério Sul:No hemisfério Sul: ??Anticiclone de Santa Helena, anticiclone semifixo do Anticiclone de Santa Helena, anticiclone semifixo do atlântico ou Anticiclone Subtropical do Atlântico atlântico ou Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul, localizado sobre o Atlântico Sul.Sul, localizado sobre o Atlântico Sul. ??Anticiclone da Ilha de Páscoa, anticiclone semifixo Anticiclone da Ilha de Páscoa, anticiclone semifixo do Pacífico ou anticiclone Subtropical do Pacífico do Pacífico ou anticiclone Subtropical do Pacífico sul, localizado sobre o Oceano Pacífico.sul, localizado sobre o Oceano Pacífico. ??Anticiclone de Mascarenhas, localizado sobre o Anticiclone de Mascarenhas, localizado sobre o oceano Índico.oceano Índico. No Hemisfério Norte: • Anticiclone dos Açores, localizado sobre o oceano Atlântico; •Anticiclone da Califórnia ou anticiclone do Havaí, localizado sobre o oceano Pacífico. Circulação Geral da AtmosferaCirculação Geral da Atmosfera ?? 1920 foi proposto o sistema de três células 1920 foi proposto o sistema de três células (Atualmente ajustado, mas ainda útil.)(Atualmente ajustado, mas ainda útil.) B A A alísios de NE alísios de SE ventos de O ventos de O ventos de L ventos de L Células de Hadley Células de Ferrel Células Polares Células Polares Células de Ferrel B B 1 2 2 1 – ZCIT 2 – FRENTE POLAR Corte vertical da Atmosfera Célula deCélula de HadleyHadley oo Entre o equador e (~)30° de latitude Entre o equador e (~)30° de latitude oo A circulação se dirige para o equador na superfície e para os A circulação se dirige para o equador na superfície e para os pólos em nível superior. pólos em nível superior. oo O ar quente ascendente no equador, que libera calor latente na O ar quente ascendente no equador, que libera calor latente na formação de nuvensformação de nuvens cumuluscumulus profundas, fornece energia para profundas, fornece energia para alimentar esta célula. alimentar esta célula. oo Quando a circulação em alto nível se dirige para os pólos, ela Quando a circulação em alto nível se dirige para os pólos, ela começa acomeça a subsidirsubsidir numa zona entre 20° e 35° de latitude. Por numa zona entre 20° e 35° de latitude. Por dois motivos: dois motivos: 1.1. Aumento da densidade da massa de ar pelo resfriamento. Aumento da densidade da massa de ar pelo resfriamento. 2.2. Devido ao aumento da força deDevido ao aumento da força de CoriolisCoriolis, que faz os ventos se desviarem , que faz os ventos se desviarem para uma direção quasepara uma direção quase zonalzonal quando atingem 25° de latitude. quando atingem 25° de latitude. Célula deCélula de FerrelFerrel oo Entre 30° e 60° de latitude Entre 30° e 60° de latitude oo Circulação oposta à da célula deCirculação oposta à da célula de HadleyHadley: Na superfície se : Na superfície se dirige para os pólos e em altitude se dirige para o equador. dirige para os pólos e em altitude se dirige para o equador. oo Devido à força deDevido à força de CoriolisCoriolis, os ventos de superfície são de , os ventos de superfície são de oeste em latitudes médias e oeste em latitudes médias e seriamseriam de leste em altitudede leste em altitude oo Observações mostram que também há ventos de oeste em Observações mostram que também há ventos de oeste em altitudealtitude oo Associadas às FRENTES POLARESAssociadas às FRENTES POLARES Células PolaresCélulas Polares oo Pouco conhecida. Pouco conhecida. oo AcreditaAcredita--se que a subsidência nas proximidades dos pólos se que a subsidência nas proximidades dos pólos produz uma corrente superficial em direção ao equador, que é produz uma corrente superficial em direção ao equador,que é desviada, formando os ventos polares de leste, em ambos os desviada, formando os ventos polares de leste, em ambos os hemisférios. hemisférios. oo O encontro dos ventos polares (frios) que se movem para o O encontro dos ventos polares (frios) que se movem para o equador com a corrente de oeste de latitudes médias equador com a corrente de oeste de latitudes médias (quentes) (quentes) ?? região de descontinuidade: região de descontinuidade: frente polarfrente polar Ventos em superfícieVentos em superfície ZCIT: Região de maior precipitação devido ao encontro dos alísios Região de convergência zona subtropical de alta pressão zona subtropical de alta pressão Alta subtropical: regiões de subsidência e vento divergente zona da frente polar zona da frente polar baixa subpolar: zona de convergência (a) Modelo teórico da circulação geral da atmosfera (b) Condição média observada da circulação geral da atmosfera Compare o modelo teórico da Circulação Geral da Atmosfera e o que realmente ocorre. Veja que as duas condições são muito semelhantes. Zonas de Altas Pressões Zonas de Altas Pressões SubtropicaisSubtropicais ?? Se formam na latitude de 30Se formam na latitude de 3000 N e S do equador e N e S do equador e correspondem ao ramo correspondem ao ramo subsidente subsidente da célula de da célula de HadleyHadley.. ?? Em altitude, esse ramo corresponde a uma zona de Em altitude, esse ramo corresponde a uma zona de convergência na qual se situa a CORRENTE DE convergência na qual se situa a CORRENTE DE JATOS SUBTROPICAL.JATOS SUBTROPICAL. ?? Em superfície, a direção dos ventos que daí se originam Em superfície, a direção dos ventos que daí se originam é de LESTE para OESTE, sendo estes os VENTOS é de LESTE para OESTE, sendo estes os VENTOS ALÍSEOSALÍSEOS ?? VENTOS ALÍSEOS: se dirigem dos Trópicos para o VENTOS ALÍSEOS: se dirigem dos Trópicos para o Equador, nos dois hemisfériosEquador, nos dois hemisférios Ventos Ventos AlíseosAlíseos ?? São secos quando se formam sobre os continentesSão secos quando se formam sobre os continentes ?? São muito úmidos quando se deslocam sobre oceanos tropicais.São muito úmidos quando se deslocam sobre oceanos tropicais. ?? Quando se encontram na zona de baixas pressões equatoriais, Quando se encontram na zona de baixas pressões equatoriais, dão origem a ZONA DE CONVEGÊNCIA dão origem a ZONA DE CONVEGÊNCIA INTERTROPICAL INTERTROPICAL –– ZCIT, também recebe o nome de ZONA ZCIT, também recebe o nome de ZONA DE CALMA EQUATORIAL ou DOLDRUMS, quando o DE CALMA EQUATORIAL ou DOLDRUMS, quando o encontro entre os encontro entre os alíseos alíseos de NE e de SE se dá entre os 10de NE e de SE se dá entre os 1000 N e S N e S de latitude.de latitude. ?? Quando o encontro se dá em latitudes superiores a 10Quando o encontro se dá em latitudes superiores a 1000, o , o alíseo alíseo que ultrapassa a linha do equador sofre a ação da força de que ultrapassa a linha do equador sofre a ação da força de Coriolis Coriolis e tem sua trajetória desviada, dirigindoe tem sua trajetória desviada, dirigindo--se para o se para o OESTE. Essa é a origem do VENTO DE OESTE OESTE. Essa é a origem do VENTO DE OESTE INTERTROPICAL do hemisfério Norte, mais conhecido como INTERTROPICAL do hemisfério Norte, mais conhecido como MONÇÃO.MONÇÃO. Vento de NE Vento de SW Vento de SW Vento de NE Vento de SE Vento de NW Vento de NW Vento de SE No seu deslocamento, os ciclones e os anticiclones promovem alteração na direção dos ventos. Normalmente, no centros deles ocorre calmaria (sem vento) B A Centro de Baixa Pressão Centro de Alta Pressão Isóbaras ao nível do mar na Am. do Sul Ciclone Catarina (Atlântico Sul)– observe o seu sentido horário Furacão Isabel (Atlântico Norte) – observe o seu sentido anti-horário) Obs – o furacão é um ciclone de maiores proporções Massas de ar As massas de ar são grandes volumes que, ao se deslocarem lentamente ou estacionarem, sobre uma região adquirem as características térmicas e de umidade dela. As massas de ar são denominadas conforme sua região de origem e o tipo de superfície com as quais elas estavam em contato. As principais massas que atuam na América do Sul são: mE cE cT mT mP Equatorial marítima (quente e úmida)Equatorial continental (quente e úmida) Tropical marítima (amena e condicionadora de estabilidade e pouca precipitação) Tropical continental (quente e seca) Polar marítima (fria e seca) mT mT cT cE mE mE cE cT mT mT cE mE mT mT cE mT mT Distribuição das principais massas de ar que atuam no Brasil e sua relação com a chuvas mensais Quando ocorre o encontro de duas massas de ar, elas não se misturam imediatamente. A massa mais fria (mais densa) é sobreposta pela massa mais quente (menos densa), formando uma zona de transição, denominada de frente. Frentes Frente Fria Frente Quente Se a massa fria avança em direção à massa quente, a frente é denominada FRIA Se a massa quente avança em direção à massa fria, a frente é denominada QUENTE As frentes frias e quentes ocorrem concomitantemente, variando apenas no espaço. Frentes fria e quente no Hemisfério Norte Frentes fria e quente no Hemisfério Sul Ar Frio Ar Quente Ar Frio FF FQ Ar Frio Ar Quente Ar Frio FQ FF Ar Frio Ar Quente A América do Sul, devido ao seu formato, sofre a influência predominante das FFs. As FQs situam-se predominantemente sobre o Oceano Atlântico. Além da frente fria, que provoca a ocorrência de chuvas durante a passagem do sistema frontal e queda na temperatura, e da frente quente, que promovem chuvas amenas antes da passagem do sistema frontal e logo após aumento da temperatura, existem ainda as frentes oclusas e as frentes estacionárias. Nesses dois últimos casos, as chuvas são intensas e por períodos prolongados. Frente Fria Frente Oclusa Fria Quente Fria Quente Quente Fria Veja nas figuras a seguir as diferenças entre os quatro tipos de frentes mencionados Frente Estacionária Frente Quente Quente Quente Fria Fria Fria Fria Quente Quente Na frente estacionária, não há predomínio de avanço de uma massa em direção à outra, fazendo com que o sistema fique estacionário sobre uma região, provocando chuvas contínuas. A figura a seguir mostra uma frente fria e uma frente quente sobre a região S e SE do Brasil. A área branca corresponde à nebulosidade, formada devido à ação das frentes. Frente fria e quente na Região Sul do Brasil Observe a FF no continente e a FQ no oceano Neste detalhe vemos as chuvas provocadas por esse sistema frontal Oclusão Centro de Alta Pressão Atmosférica Centro de Baixa Pressão Atmosférica Isóbaras Zona de Convergência Intertropical Com mais esta aula finalizamos os tópicos relativos à formação das condições do tempo e do clima. Vale lembrar que as condições meteorológicas, e por conseqüência as condições climáticas, de um local dependem da combinação dinâmica dos diversos fatores condicionadores, dos quais os mais importantes foram discutidos ao longo das últimas aulas: latitude, altitude, continentalidade, correntes oceânicas, anti-ciclones semi-estacionários, circulação geral da atmosfera, circulação zonal, circulação local, massas de ar e frentes. Circulação Atmosférica na América do Sul A circulação geral da atmosfera é modificada por uma séries de fatores ao longo do ano, tendo grande variação temporal e espacial. Na América do Sul, além dos ciclones e anticiclones, um fenômeno bastante conhecido, é a variação da circulação no sentido zonal (leste – oeste), conhecido como El Niño Oscilação Sul ENOS) que provoca alterações no padrão de circulação geral da atmosfera, fazendo com que haja mudanças também nos padrões climáticos normalmente observados. Simplificadamente, conhece-se esse fenômeno com El-Niño/La-Niña. América do Sul B A A figura mostra a circulação observada no Oceano Pacífico Equatorial em anos normais.A célula de circulação com movimentos ascendentes no Pacífico Central/Ocidental e movimentos descendentes no oeste da América do Sul e com ventos de leste para oeste próximos à superfície (ventos alísios, setas brancas) e de oeste para leste em altos níveis da troposfera é a chamada célula de Walker. Esse célula de circulação contribui para o aumento da chuva na costa Australiana e diminuição dela na costa oeste da América do Sul.