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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 1 Resposta da Lista de Casos e Exercícios de CCO 330 – Auditoria – Turma 1 II Semestre de 2019 1 AMBIENTE DE AUDITORIA - 1.1 Definição e Marcos Históricos na Profissão. 1.1.1 – Explique o que são as Auditorias de Compliance, Operacional e das demonstrações contábeis. Faça um quadro comparativo indicando suas diferenças. Resposta: A Auditoria de demonstrações contábeis pode ser definida como: ▪ Exame das Demonstrações Financeiras. ▪ Mas, é também um processo que pode ser aplicado em muitas situações distintas, incluindo a avaliação da eficiência e eficácia de um processo ou de um departamento, os relatórios financeiros de um órgão público, ou a obediência a normas operacionais de uma empresa ou à regulamentação governamental. ▪ Auditoria de Demonstrações Financeiras é o processo sistemático de obtenção e avaliação objetiva de evidências relacionadas a afirmações a respeito de ações e eventos econômicos, para aferir a correspondência entre essas afirmações e critérios estabelecidos e a comunicação dos resultados a usuários interessados. Auditoria de Compliance: ▪ Determina se o auditado tem cumprido com procedimentos específicos, conjunto de regras ou regulamentos estabelecidos por algum órgão ou autoridade mais elevada. Auditoria Operacional ▪ Envolve avaliação da eficiência e efetividade de qualquer parte de operacional de uma organização. Não delimita a área contábil. 1.1.2 – Os eventos históricos a seguir são considerados marcos para a profissão de auditor porquê? (Explique) a. Revolução Industrial; em 1844 legislação da Grã-Bretanha exigiu balanços aprovados por contadores auditores, em 1854 Sociedade de Contadores em Edinburgo (surgiam os “contadores autorizados”) e surgiram as empresas de auditoria Price Waterhouse & co. (1849), KPMG Peat Marwick (1818), etc, algumas que estão no mercado até o momento. Marcar início de ações que permitiram o surgimento, organização e regularização da profissão de auditor. b. Industrialização dos Estados Unidos; em 1887 American Association of Public Accountants (AAPA) reorganizada em 1917 como American Institute of Accountants (AIA) depois denominada de American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), tornou-se desde então a voz da profissão. c. O crash da bolsa de New York de 29 de outubro de 1929; após a ocorrência da crise do mercado de ações uma série de medidas foram tomadas para evitar evento semelhante ocorresse novamente. Algumas medidas aumentaram a regulação do sistema financeiro e o mercado de capitais americano, em 1933, entre as medidas destaca-se: a Bolsa de New York exige relatórios anuais com parecer de auditoria e o aumento da demanda por serviços de auditoria pelas companhias abertas. d. A Lei n. º 6.385 criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil em 1976; órgão que iniciou a regulamentação do exercício da atividade de auditor independente, em particular, no mercado de capitais no Brasil, visto que é preciso ser registrado nesta entidade. e. Os escândalos coorporativos da década de 2000, em especial da Enron e Worldcom; esses escândalos geraram um movimento de ações para aumento da regulação que resultaram na implementação cara e complexa da Lei Sarbox, que contém uma série de normas a serem obedecidas pelos auditores. A falência da Arthur Andersen & Co. ocorreu em decorrência do envolvimento de seus auditores no caso da Enron. f. Os recentes casos de corrupção que deram origem a operação “Lava Jato”; há o surgimento de leis brasileiras (lavagem de dinheiro e anticorrupção), que elevam e ampliam a responsabilidade dos profissionais e organizações contábeis. 1.1.3 – Depois de ser condenada por um crime relacionado à falha na auditoria da Enron, a Arthur Andersen fechou suas portas em agosto de 2002 porque não podia mais arquivar relatórios de auditoria junto à Securities and Exchange Commission (SEC), organização equivalente a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Brasil. Em 2005, a condenação foi anulada devido a erros procedimentais nas instruções que o juiz deu ao júri. Você acredita que foi justo que as firmas da Arthur Andersen em todo o mundo tenham sido forçadas a fechar as portas em decorrência de uma falha de auditoria em Dallas, Texas, Estados Unidos? Explique sua resposta. Resposta: UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 2 Espera-se que responda se concorda ou discorda se foi justo que toda a organização seja fechada devido à condenação por crime em 1 estado nos EUA. O ponto chave desta questão é que compreendam que uma empresa de contabilidade fornece um serviço ao público. O valor desse serviço é baseado na reputação da empresa. Se essa reputação for destruída, a empresa não tem nada de valor para oferecer aos investidores. 1.2 Implicações Econômicas 1.2.1 – Explique os principais conceitos do modelo do triângulo da fraude, estabelecidos por Donald Cressey, em 1953, no seu estudo intitulado "Other People´s Money: A Study in the Social Psychology of Embezzlement". Além disso, qual é o quarto elemento que transformou o “triângulo da fraude” em um “diamante”? Cite as quatro características que são observáveis para identificar esse quarto elemento em uma fraude. A Pressão está relacionada a uma necessidade premente de alcançar dinheiro ou bens de natureza material com valor para solucionar um problema de ordem pessoal ou profissional. A Racionalização está relacionada a justificativa para cometer a fraude e a possibilidade de criar situações/razões para que o responsável pela irregularidade possa justificar os seus atos. A Oportunidade está relacionada ao fraudador perceber que a uma chance de cometer a fraude, sem ser detectado. O quarto elemento que transformou o “triângulo da fraude” em um “diamante” é denominado de Capacidade, que referem-se a (1) posição de autoridade ou função hierárquica dentro da organização, (2) capacidade de compreender e explorar e burlar os sistemas de contabilidade e as fraquezas de controle interno, (3) confiança que o fraudador não será detectado, ou se for ele sairá da situação com facilidade, e (4) a capacidade de lidar com o estresse criado dentro de uma boa pessoa quando o fraudador comete o ato reprovável. 1.2.2 – Em um estudo da International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, em 2010, os investidores entrevistados disseram que a governança corporativa é um fator decisivo para investimentos em países emergentes, e que pagariam mais por uma empresa com melhor governança do que por uma empresa com algumas lacunas neste aspecto. Cinquenta e cinco por cento dos investidores pesquisados disseram que estariam dispostos a pagar um prêmio de 10% por uma empresa com melhor governança, em comparação a uma empresa semelhante que careça de uma forte governança no mesmo mercado emergente. Trinta e oito por cento respondeu que pagariam um prêmio de 20% por ações em uma empresa com boas práticas de governança. Segundo Gramling; Rittenberg; Johnstone (2012) uma organização com boa governança corporativa tende a ter desempenho empresarial superior se comparado com firmas com níveis de governança corporativa níveis inferiores. Os indicadores de desempenho das companhias listadas na BM&FBOVESPA, atual B3, corroboram os resultados dos estudos. Os índices revelam que, quanto mais robustas são as práticas de governança corporativa, maior tende a ser o potencial de retorno para o investidor. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 3 Fonte:https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/audit/articles/governanca-corporativa-e-relacao-com-investidores.html Nota: IGCX: Ações de empresas que apresentem bons níveis de governançacorporativa, que devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BM&FBOVESPA. IBrX: 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro. IBrX 50: 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA, em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. Ibovespa: Indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações. Entretanto, o relatório da CFO magazine, denominado de “Common Auditing Screw-ups: a new survey collects Big Four auditors’ honest appraisals of their clients’ shortcomings”, de 08 de março de 2008, que descreve áreas observadas pelos auditores que possuem problemas comuns entre seus clientes. Muitas áreas enumeradas pelo relatório estão relacionadas a deficiências de governança corporativa. Essas áreas são as seguintes: - Estruturas societárias excessivamente complexas. - Falta de aderência da estrutura legal à administrativa. - Falta de envolvimento do conselho de administração na comunicação com os auditores. - Ausência de apoio da alta administração à importância a auditoria – inexistência de orientação do topo. - Delegação da relação de auditoria a um nível muito baixo da estrutura da empresa. - Ninguém é realmente responsável por uma auditoria anual eficiente. - Não conseguir o apoio da função financeira em todo o grupo para que a parte da empresa seja cumprida. - Os clientes se preocupar apenas com os honorários e não com os resultados. - Crença de que uma auditoria é um produto não diferenciado. -Insuficiência de pesquisa realizada ou documentada acerca dos julgamentos feitos sobre as demonstrações financeiras do grupo. - Documentação inadequada do “processo de raciocínio” para se chegar a certas estimativas e julgamentos inerentes à elaboração das demonstrações financeiras. Diante das constatações mencionadas nos estudos responda as seguintes questões: 1. Por que governança corporativa de uma organização é importante, tanto para investidores quanto para auditores? Resposta: Segundo Gramling; Rittenberg; Johnstone (2012) governança corporativa é um processo pelo qual os proprietários e credores de uma organização exercem controle e exigem prestação de contas do uso dos recursos confiados à organização. Assim, esse processo é relevante para investidores porque estão interessados em saber como os recursos que foram confiados aos executivos e ao conselho de administração têm sido utilizados, já os para auditores a importância refere-se a avaliação de uma gestão adequada e que atuem de acordo com as leis e as regulamentações relevantes. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 4 2. Por que a qualidade da governança corporativa afetaria desempenho financeiro de uma organização? Resposta: Os executivos e o conselho de administração devem agir de acordo com as leis da sociedade e atender as exigências contratuais com os credores e funcionários. Assim, se os executivos e o conselho de administração agirem de forma contrária, isto eleva o risco do negócio e, por conseguinte, eleva-se o risco de afetar o desempenho financeira de uma organização. 3. Quais são os riscos, para um auditor, de uma empresa não possuir uma boa governança corporativa? Resposta: risco de envolvimento 4. Que relação o comitê de auditoria e o conselho de administração têm com a função de auditoria? Resposta: São designados como “clientes de auditoria”, o qual o auditor interno deve se reportar. Tem responsabilidades amplas sobre os processos de auditoria interna e divulgação financeira. 5. Por que é importante que as organizações possuam conselheiros e comitês de auditoria que sejam integralmente independentes da administração? Resposta: É uma forma de mitigar possíveis conflitos de interesses entre investidores e gestores. Aumentar a probabilidade solução de problemas com isenção de interesses que possam aumentar riscos contingenciais. 6. Um auditor deve aceitar um contrato de auditoria com uma empresa que não tenha boa governança corporativa? Resposta: Depende da avaliação do auditor realizada com base nos procedimentos preliminares. Idealmente a firma de auditoria deveria não aceitar, para evitar elevar seu risco de envolvimento. Todavia, se o auditor pode aceitar caso entenda que é possível executar o seu trabalho sem limitações e considerando o risco de envolvimento. 7. Como são concebidos os padrões de auditoria para proteger o profissional contra a governança deficiente de seus clientes? Resposta: Esses padrões são concebidos por associações profissionais e por reguladores do mercado. 1.2.3 - Busque o site de uma empresa e identifique informações sobre governança corporativa. Analise e descreva as informações contidas no site sobre governança corporativa a empresa observada. Resposta: um exemplo de site que divulga os indicadores de governança corporativa é da empresa Petrobras, detalhes podem ser observados no link http://www.investidorpetrobras.com.br/ 1.2.4 – A B3, antiga BM&FBOVESPA, reconhece que é incontestável a importância das estatais na economia e na história do desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro e se reflete em sua robusta participação no valor de capitalização das companhias listadas, na negociação diária de ações na B3 e na maciça participação de investidores de varejo em suas bases acionárias. Todavia, após escândalos envolvendo a Petrobrás, que atingiu a confiança dos investidores, e da necessidade de alinhar as normas Lei nº 13.303, aprovada em 30 de junho de 2016, a B3 revisou o Programa Destaque em Governança de Estatais (Programa) em virtude de sua implantação ter sido em setembro de 2015. Esse Programa tem o objetivo de incentivar as companhias controladas, direta ou indiretamente, pelos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) a aprimorar suas práticas e estruturas de governança, dentre as quais a prestação de informações, contribuindo para a restauração da confiança dos investidores e para a redução do seu custo de captação de recursos. Assim sendo, visite o site da B3 e identifique quais são as linhas de ação e as seis medidas obrigatórias para as estatais devem implementar para que seja certificada, no momento de sua adesão ao programa, e quais empresas estatais que aderiram a esse Programa, até o momento. Resposta: veja a resposta no link http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/listagem/acoes/governanca-de- estatais/ 1.3 Escopo dos Serviços de Assurance: Garantia x Certificação x Auditoria (Asseguração Razoável e Limitada). 1.3.1 – a - Quais são as principais diferenças entre os termos Asseguração, Garantia, Certificação e Auditoria? b - Qual foi o termo utilizado nas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)? Qual é sua definição conforme NBC? UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 5 Resposta – Garantia ou Asseguração é o termo geral definido como “serviços profissionais independentes que melhoram a qualidade da informação, ou seu contexto, para tomadores de decisões” (BOYNTON, JOHNSON, KELL, 2002 citando o AICPA). Esse serviço difere da certificação e da auditoria em relação a duas dimensões: a- Existência de uma parte externa que se apoia no parecer do auditor; b - natureza do serviço prestado. Tipos de Serviços Relatório a Terceiros Escopo Garantia Opcionais, não obrigatórios. Pode ser apenas de Garantia Amplo, podendo incluir: processos empresariais, de controle, análise de riscos, dados de desempenho não financeiro e informações financeiras Certificação Relatório do auditor independente é usado por um terceiro como parte de seu processo de tomada de decisão. Idêntico ao serviço de garantia.Pode ser amplo, desde que existam critérios objetivos com os quais se possa avaliar a correção do relatório da administração ou das informações fornecidas. Auditoria Os principais usuários do relatório de auditoria são terceiros. Auditoria de demonstrações contábeis e informações financeiras correlatas. b - Qual foi o termo utilizado nas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)? Qual é sua definição conforme NBC? Resposta: Definição e objetivo do trabalho de asseguração “Trabalho de asseguração” significa um trabalho no qual o auditor independente expressa uma conclusão com a finalidade de aumentar o grau de confiança dos outros usuários previstos, que não seja a parte responsável, acerca do resultado da avaliação ou mensuração de determinado objeto de acordo com os critérios aplicáveis. O resultado da avaliação ou mensuração de um objeto é a informação resultante da aplicação de critérios ao objeto. Essa informação resultante pode ser, por exemplo, as demonstrações contábeis de uma entidade, ou uma afirmação acerca da eficácia do seu controle interno, ou seja: (a) o reconhecimento, a mensuração, a apresentação e a divulgação nas demonstrações contábeis (resultado da avaliação ou mensuração de determinado objeto) da entidade resultam da aplicação da estrutura de relatórios financeiros para o reconhecimento, a mensuração, a apresentação e a divulgação, como as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil (critérios), à sua posição patrimonial e financeira, ao seu desempenho operacional e aos seus fluxos de caixa (objetos). (b) uma afirmação acerca da eficácia do controle interno (resultado) resulta da aplicação da estrutura conceitual para a avaliação da eficácia do controle interno, tais como os critérios (COSO ou CoCo(*)) em relação ao controle interno (objeto). (*) COSO vem da sigla em inglês aplicável ao Comittee of Sponsoring Organization of the Tradeway Comission, enquanto CoCo refere-se aos princípios do Instituto Canadense de Contadores. Ao longo desta Estrutura Conceitual, a expressão “informação sobre o objeto” é usada para significar o resultado da avaliação ou mensuração do objeto de acordo com os critérios aplicáveis. É a informação a respeito do objeto sobre a qual o auditor independente obtém evidências apropriadas e suficientes, que permitam a fundamentação razoável a fim de expressar uma conclusão no relatório de asseguração. 1.3.2 – Pede-se para distinguir os termos “trabalho de Asseguração Razoável” e “trabalho de Asseguração Limitada”, que a NBC utiliza. Resposta - NBC TO 3000 – Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão Esta Norma utiliza os termos “trabalho de Asseguração Razoável” e “trabalho de Asseguração Limitada” para diferenciar dois tipos de trabalho de asseguração que o auditor independente pode realizar. O objetivo de trabalho de Asseguração Razoável é reduzir o risco do trabalho a um nível aceitavelmente baixo, considerando as circunstâncias do trabalho, para que possa servir de base para que o auditor independente emita sua conclusão na forma positiva. O objetivo de trabalho de Asseguração Limitada é reduzir o risco do trabalho a um nível aceitável nas circunstâncias, porém em um nível maior de risco do que em trabalho de Asseguração Razoável, para dar suporte à conclusão do auditor independente na forma negativa, ou seja, o auditor independente conclui que não tem conhecimento de nenhuma modificação relevante que deva ser feita nas informações sujeitas à Asseguração Limitada. Circunstâncias do trabalho incluem os termos do trabalho, inclusive se ele se refere a trabalho de Asseguração Razoável ou Limitada, as características do objeto, os critérios a utilizar, as necessidades dos usuários previstos, as características relevantes e o ambiente da parte responsável, além de outras UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 6 questões como eventos, operações, condições e práticas, que podem ter efeito significativo sobre o trabalho. O tipo de segurança, as circunstâncias em geral, principalmente a natureza do trabalho, é que determinam o grau dos diferentes riscos que o auditor independente deve considerar: (a) risco de que o objeto esteja substancialmente errado em razão de riscos inerentes às circunstâncias do trabalho ou de riscos de controles; (b) risco de que o auditor independente não detecte erro relevante que possa existir. NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA TRABALHOS DE ASSEGURAÇÃO Definição e objetivo do trabalho de asseguração Essa parte da Estrutura Conceitual define os trabalhos de asseguração e identifica os objetivos dos dois tipos de trabalhos de asseguração, cuja execução é permitida ao auditor independente. Ela define esses dois tipos como “trabalhos de asseguração razoável” e “trabalhos de asseguração limitada”. (observação: quando se tratar de trabalho de asseguração de informações contábeis históricas (por exemplo, demonstrações contábeis), o trabalho de asseguração razoável é denominado “auditoria”, e o trabalho de asseguração limitada é denominado de “revisão”). 1.3.3 – Com base na classificação adaptada de Boynton, Johnson, Kell (2002) discutida em sala, pede-se para classificar as situações, após realização de uma auditoria, conforme os seguintes itens: tipo de auditoria (contábil, de obediência ou compliance e operacional); tipo de auditor (independente, interno e público ou fiscal): a. O auditor independente foca seu trabalho na avaliação se as demonstrações contábeis de uma corporação estão apresentadas conforme padrões contábeis preestabelecidos, sendo uma típica auditoria contábil, cujos principais usuários interessados são os seguintes: os usuários externos em geral, principalmente os acionistas minoritários. b. O auditor interno, após a execução do seu trabalho de auditoria operacional e análise da documentação de suporte, cuja demanda foi dos gestores da empresa, concluiu que o departamento de almoxarifado, onde estão acondicionadas as matérias-primas de uma empresa não é eficiente. c. Após uma visita in loco e a com base nas evidências obtidas via livros contábeis e documental, o auditor fiscal ou público emitiu opinião que a declaração do Imposto de Renda de uma empresa não atende à legislação tributária. Esse parecer é típico de uma auditoria de obediência ou compliance é útil para o governo acompanhar os problemas de arrecadação do IR. d. Depois de realizar os procedimentos necessários para concluir uma auditoria contábil, o auditor independente concluiu que o departamento não está obedecendo à política de horas extras estabelecida pela empresa. Sua conclusão foi encaminhada para os gestores da empresa. e. O auditor fiscal ou público observou que o acordo firmado com a Agência regulatória do governo está sendo obedecido pela empresa. Essa auditoria de obediência ou compliance foi realizada para que os gestores da agência reguladora podem-se liberar um certificado de nada consta. f. O auditor interno realizou uma auditoria operacional para avaliar algumas rotinas, processos e atividades operacionais de uma agência, localizada na região central de uma cidade, de um determinado banco, que foram consideradas ineficiente. Ele encaminhou o relatório com sua opinião para os gestores do banco. 1.3.4 – Analise no site de uma das quatro maiores firmas de auditoria, chamadas de big four (Deloitte &Touche, KPMG, PricewaterhouseCoopers ou Ernst & Young), que atuam no Brasil. Descreva quais são os serviços de Auditoria ofertados por essa firma. Resposta – Os links abaixo são das Home Page das empresas big four, onde o estudante pode localizar no link sobre serviço as diferentes formas de atuação dessas empresas no Brasil. www.deloitte.com.br https://home.kpmg.com/br/pt/home.html www.pwc.com.br www.ey.com.br http://www.deloitte.com/ http://www.pwc.com.br/ http://www.ey.com.br/UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 7 Por exemplo: no site da Deloitte há a seguinte descrição: Audit & Assurance Aspire with assurance Audit & Assurance envolve muito mais do que números. Significa atestar as conquistas e os desafios, e ajudar a assegurar bases sólidas para aspirações futuras. A Deloitte ilumina o que, como e o porquê da mudança, para que você esteja sempre pronto para seguir adiante. 1.4 Organizações Profissionais e Reguladoras: fixação de padrões de Auditoria. 1.4.1 – Visite o site do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). Analise as informações que o instituto fornece e descreva o seu papel na fixação de padrões para o auditor independente. O link do Ibracon é o seguinte http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/index.php Uma série informações e oportunidades sobre a profissão de auditor independente, por exemplo, código de ética do contabilista e links de cursos para atender a educação continuada. “Foi o Ibracon quem primeiro se ocupou em organizar e estabelecer um arcabouço contábil para o Brasil, ao mesmo tempo em que estabeleceu as primeiras normas de auditoria independente. Isso pode ser confirmado pelo reconhecimento à época das normas emitidas pelo Ibracon pelos reguladores da profissão e do mercado. Também esteve presente na discussão da reforma da Lei das Sociedades por Ações, contribuindo com ideias e sugestões. Ao longo desse trajeto, a visão e opinião foram sempre de contribuir com o desenvolvimento da Contabilidade e da Auditoria Independente no Brasil. As opiniões do Ibracon, ao longo dos anos, foram ouvidas e consideradas e, sem dúvida, contribuíram para a melhoria do ambiente contábil brasileiro. Dessa forma, o Ibracon participou de todos os eventos que envolveram o mercado de atuação dos profissionais que representa, cumprindo um serviço de dedicação à profissão e ao País. O Ibracon é a voz e a face da auditoria independente no Brasil e busca orientar e apoiar seus associados nos assuntos emergentes e relevantes. E continua imbuído de um único propósito, que é o de fortalecer a atividade de auditoria independente e levá-la mais preparada e modernizada para enfrentar os desafios do futuro.” 1.4.2 – Cite três situações em que existe a obrigatoriedade de auditoria independente na empresa. • Sociedade de capital aberto. • Fundações que recebem verbas governamentais. • Para efeito de incorporação da empresa; • Para efeito de fusão de empresas; • Para efeito de cisão da empresa; 1.4.3 – Associe a(s) organização(ões) brasileiras da área com cada atividade descritas abaixo: a – concessão de licença a indivíduos para exercícios da profissão. (CFC via CRC) b – emissão de Normas e ou Padrões para os profissionais. (CFC) c – regulamentação da distribuição e negociação de títulos oferecidos ao público. (CVM e bolsa de valores) d – imposição de educação continuada obrigatória como exigência para renovação de licença para o exercício da profissão. (CFC) e – estabelecimento de punições a auditores independentes. (CVM, CFC via CRC) 1.4.4 – Visite o site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e identifique informações que esses reguladores fornecem que sejam de interesse dos profissionais de Auditoria. Há uma série de informações que são de interesse do auditor nos sites da CVM e CFC, vejam nos links: http://www.cvm.gov.br/ http://cfc.org.br/ As leis, normas e regras estão entre as principais informações, dentre outras, de interesse dos profissionais de Auditoria. http://www.cvm.gov.br/ http://cfc.org.br/ UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 8 1.5 Profissão de Auditor: Ética, Responsabilidade Legal e Controle de Qualidade. 1.5.1 – “Dilemas éticos são comuns entre os profissionais de auditoria”. Emita sua opinião sobre essa afirmativa. Descreva as etapas sugeridas por Boynton, Johnson, Kell (2002) para solucionar questões éticas. Resposta: • Obtenha dados sobre os fatos relevantes para a decisão. • Identifique as questões éticas presentes nos fatos. • Determine quem será afetado pela decisão, e de que forma. • Identifique as decisões alternativas. • Identifique as consequências de cada alternativa. • Faça a escolha. 1.5.2 – Quais são os instrumentos, que ditam diretrizes, geralmente utilizados pelos profissionais como parâmetros para tomar decisão quando surgem dilemas éticos e dúvidas em como proceder. Resposta: As Normas Contábeis Profissionais ou Código de Ética. 1.5.3 – De que forma o ambiente legal de um país pode definir as responsabilidades do profissional de auditoria? Resposta: Ambiente Legal – Doutrinas de responsabilidades • Questões relevantes o Quais aspectos do ambiente legal permitem ações judiciais pesadas contra os auditores? o Por que os auditores são justificadamente responsáveis em certos casos? o O que os auditores podem fazer para minimizar sua exposição a ações judiciais? o É justo responsabilizar os auditores quando a administração faz um conluio para enganar investidores e se preocupa deliberadamente em enganar o auditor? 1.5.4 – Qual é a NBC profissional que fornece orientações sobre a responsabilidade do auditor na auditoria de demonstrações contábeis com relação ao pressuposto de continuidade operacional e sobre a avaliação pela administração da capacidade da entidade de manter sua continuidade operacional? Descreva de modo sucinto as questões básicas que devem ser observadas pelo auditor. Resposta: A NBC TA 570 fornece orientações sobre a responsabilidade do auditor na auditoria de demonstrações contábeis com relação ao pressuposto de continuidade operacional e sobre a avaliação pela administração da capacidade da entidade de manter sua continuidade operacional. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 9 1.5.5 – O que é Sistema de Controle de Qualidade no ambiente das Firmas de Auditoria? Resposta: São políticas e procedimentos estabelecidos pelos gestores da firma de auditoria com o objetivo de promover uma cultura interna que reconheça que a qualidade é essencial na execução dos trabalhos. Essas políticas e procedimentos devem requerer que o presidente da firma (sócio-gerente ou equivalente) ou, se apropriado, a diretoria executiva da firma (ou equivalente) assuma a responsabilidade final pelo sistema de controle de qualidade da firma. Quais NBCs fornecem orientação para atender o Sistema de Controle de Qualidade? Resposta: As NBC PA 01 e NBC TA 220. A NBC PA 01 Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes trata das responsabilidades do auditor (pessoa jurídica ou pessoa física, doravante referido como firma) por seu sistema de controle de qualidade para auditorias e revisões de demonstrações contábeis, assim como outros trabalhos de asseguração e serviços correlatos. Esta Norma deve ser lida juntamente com as exigências éticas relevantes. A NBC TA 220 Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis trata das responsabilidades específicas do auditor em relação aos procedimentos de controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis. Esta Norma trata também, quando aplicável, das responsabilidades do revisor do controle de qualidade do trabalho. Esta Norma deve ser lida juntamente com as exigências éticas relevantes. 1.5.6 – Visite o site de uma das quatro maiores firmas de auditoria, chamadas de big four (Deloitte &Touche, KPMG, Pricewaterhouse Coopers ou Ernst & Young), que atuam no Brasil. Descreva o que você observou as políticas e estratégias sobre o Controle de Qualidade divulgadas por essa firma. Resposta – Os links abaixo são das Home Page dasempresas big four, onde o estudante pode localizar no link sobre as políticas e estratégias sobre o Controle de Qualidade divulgadas por essa firma. www.deloitte.com.br https://home.kpmg.com/br/pt/home.html www.pwc.com.br www.ey.com.br Por exemplo: no site da PWC há um link denominado “Considerações sobre a avaliação dos auditores independentes” que descreve sobre a politica de avaliação da qualidade do trabalho de auditoria independente da PWC. https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/auditoria/2017/Avaliacao_Auditor_17.pdf 1.5.7 – Analise no site de uma das quatro maiores firmas de auditoria, chamadas de big four (Deloitte &Touche, KPMG, PricewaterhouseCoopers ou Ernst & Young), que atuam no Brasil. Descreva o que você observou de possibilidades de carreira nessa firma. Resposta – Os links abaixo são das Home Page das empresas big four, onde o estudante pode localizar no link sobre carreira as possibilidades de carreira dessas empresas no Brasil. www.deloitte.com.br https://home.kpmg.com/br/pt/home.html www.pwc.com.br www.ey.com.br Por exemplo: no site da PWC há oportunidades para o Jovem Aprendiz, Nova Geração e Profissionais experientes. 2. ACEITAÇÃO DO TRABALHO E PLANEJAMENTO DA AUDITORIA 2.1 Atividades Preliminares - Avaliação de Riscos – Empresarial, de Divulgação Financeira, de Envolvimento e de Auditoria. 1. Você foi designado gerente de auditoria de um cliente novo que opera na indústria de alimentos. O novo cliente é uma firma emergente que tem apresentado alto crescimento. A firma desenvolve produtos novos para atender clientes vegetarianos e distribui seus produtos diretamente a grandes redes de supermercados regionais. Para melhor entender o cliente, você se propõe compreender os seguintes tópicos descritos no quadro abaixo para: (1) descrever o conhecimento e entendimento que você desejará obter sobre o novo cliente; (2) identificar como esse conhecimento poderá ser- lhe útil na realização da auditoria. Pede-se para preencher o quadro considerando os tópicos: 2. http://www.deloitte.com/ http://www.pwc.com.br/ http://www.ey.com.br/ http://www.deloitte.com/ http://www.pwc.com.br/ http://www.ey.com.br/ UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 10 Tópicos Conhecimento e entendimento a ser obtido Como o conhecimento poderá ser útil na realização da auditoria Responsáveis pela Governança Coorporativa da empresa Suas responsabilidades, integridade e o comportamento ético. Avaliar a governança coorporativa da empresa. Objetivos e metas da administração Qualquer informação que possa afetar as operações e os possíveis resultados de atividades de uma organização Identificar qualquer informação que possa elevar o risco empresarial. Recursos da companhia Conhecer o Clima econômico da companhia. Identificar qualquer informação que possa elevar o risco empresarial. Produtos, mercados, clientes e concorrentes da companhia Identificar possíveis Concorrentes e a Volatilidade dos negócios Identificar qualquer informação que possa elevar o risco empresarial. Processos principais e ciclo operacional Identificar quais são as principais processos e ciclo operacional. Identificar qualquer informação que possa elevar o risco empresarial. Atividades de financiamento e investimento Identificar o grau de endividamento e investimento. Identificar qualquer informação que possa elevar o risco empresarial. 2. Você foi indicado para ser o gerente da auditoria anual de uma instituição de ensino pequena, classificada pelo Ministério da Educação como Faculdade, logo a empresa não é ligada a nenhuma universidade. Uma série de procedimentos de auditoria (descritos no quadro abaixo) será realizada por você e sua equipe de auditores Junior. Pede-se para descrever como esses procedimentos auxiliaram você e sua equipe no planejamento e na realização da auditoria. Procedimentos Como o procedimento poderia ajudar no planejamento e na realização da auditoria Revisão de dados da indústria Conhecer o porte e na complexidade da indústria. Revisão de informações importantes sobre a entidade Coletar informações relevantes sobre a entidade, tais como resultados operacionais, resultados de trabalhos anteriores e mudanças significativas no período corrente. Visita às operações do cliente. Coletar informações relevantes sobre as atividades e operações do cliente. Procedimentos Como o procedimento poderia ajudar no planejamento e na realização da auditoria Colocação de perguntas ao comitê de auditoria ou auditor interno Coletar informações sobre o trabalho desenvolvido pelo comitê de auditoria ou auditor interno. Revisão dos documentos ou papéis de trabalho do ano anterior Coletar informações sobre possíveis fatos que podem afetar as demonstrações contábeis, que a administração pode tomar conhecimento durante o período entre a data do relatório do auditor e a data em que as demonstrações contábeis são divulgadas. Determinação da existência de partes relacionadas Identificar se existem partes relacionadas e se essas empresas também são auditadas. Fazer indagações à administração Conhecer sobre todo e qualquer informação relevante sobre a governança coorporativa e se a administração reconhece suas responsabilidades. 3. Quais são os fatores descritos pelos autores Gramling, Rittengerg e Johnstone (2012) que devem ser observados pelos gestores da firma de auditoria para avaliar o risco empresarial? Quais são as principais fontes de informações que permitirá os auditores obterem evidências sobre esses fatores? Resposta: Fatores que afetam o risco empresarial: • Clima econômico • Mudança tecnológica • Concorrência • Volatilidade dos negócios • Localização geográfica UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 11 4. Quais são os fatores descritos pelos autores Gramling, Rittengerg e Johnstone (2012) que devem ser observados pelos gestores da firma de auditoria para avaliar o risco de divulgação financeira? Quais são as principais fontes de informações que permitirá os auditores obterem evidências preliminares sobre esses fatores? Resposta: Fatores que afetam o risco de divulgação financeira: • Competência e integridade dos administradores • Incentivos para que a administração forneça demonstrações financeiras com informações incorretas • Complexidade das transações • Controles internos 5. O que é risco de envolvimento do auditor? Resposta: Risco de Envolvimento – situação que os auditores enfrentam ao se envolverem com um cliente específico, incluindo perda de reputação, incapacidade do cliente de pagar o auditor, ou perda financeira porque a administração da empresa não é honesta e dificulta o processo de auditoria. Como o risco de envolvimento do auditor está relacionado com os riscos empresarial e de divulgação financeira? Resposta: Tanto o risco empresarial quanto o de divulgação financeira afetam o risco de envolvimento do auditor. Por exemplo: Se o cliente declarar falência ou sofrer prejuízos muito grandes, será mais provável que uma empresa de auditoria venha a ser processada. As empresas de auditoria constataram que estarem associada a instituições com integridade limitada cria riscos que podem destruir a empresa de auditoria ou aumentar significativamente o custo de realização do trabalho. Como esses tipos de riscos podem afetar o risco de auditoria? Resposta: O risco empresarial e o de divulgação, provenientes do cliente de auditoria e de seu ambiente, afetam o risco de envolvimento e consequentemente o risco de auditoria. 2.1 Atividades preliminares – Aceitação e Continuação do Trabalho 1. Para a firma de auditoria a decisão de aceitar ou não um trabalho ou, ainda, quais relacionamentos com cliente deve reter é fundamental, vistoque uma decisão mal tomada pode comprometer sua viabilidade financeira. Antes de aceitar ou continuar um trabalho é preciso que os gestores da firma de auditoria respondam as seguintes questões norteadoras: i) A firma tem recursos, tempo e competência? ii) A firma é Independente e Livre de Conflitos? iii) Os Riscos Envolvidos são aceitáveis? Pede-se que: a) descreva qual é o principal objetivo que os gestores alcançarão ao responder essas questões? Resposta: Avaliar a capacidade da firma de auditoria de executar o trabalho e os riscos envolvidos. Estabelecer a aceitabilidade da estrutura de relatório financeiro proposta. Avaliar se a firma pode cumprir as exigências éticas relevantes. b) explique de forma sucinta quais são as principais informações que os gestores da firma de auditoria obterão ao responderem essas questões? Citem as principais fontes em que os gestores da firma de auditoria poderão obter evidências para auxiliá-los a responder essas questões e subsidiá-los em seus julgamentos. Resposta: Responder as questões permitirá que a firma de auditoria verifique se tem recursos, tempo e competência para executar o serviço demandado. Além disso, permitirá avaliar se sua equipe é Independente e Livre de Conflitos em relação a organização a ser auditada. Ademais, avaliar a possibilidade de existir Riscos Envolvidos, se há avaliar se esses riscos são aceitáveis. Série de fontes pode ser usada pela firma de auditoria. Por exemplo, demonstrações contábeis anteriores, declarações de imposto de renda, relatórios de crédito e possivelmente (após receber permissão do cliente em potencial) discussões com principais consultores, como banqueiros. 2. Descreva em que circunstâncias os gestores da firma de auditoria devem declinar o trabalho e quais circunstâncias não deve reter o relacionamento com cliente. Resposta: Quando a administração não reconhece suas responsabilidades, ou não concorda em fornecer as representações formais, o auditor não consegue obter evidência de auditoria adequada e suficiente. Nessas circunstâncias, ou quando a estrutura de relatório financeiro não é aceitável, a NBC TA 210.8 exige que o auditor decline do trabalho, a menos que exigido por lei ou regulamento. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 12 3. Estudo de Caso B – Kumar & Co. - Aceitação e Continuação de Clientes - Pressupondo que este seja um trabalho de auditoria recorrente, as indagações para identificar e avaliar quaisquer fatores de risco novos ou revisados poderiam ser documentadas em um memorando como o a seguir. Memorando de Continuação de Cliente — Kumar & Co. 15 de outubro de 20X2 Conversamos com o cliente, Raj Kumar, em 15 de setembro de 20X2 para determinar se deveríamos aceitar este trabalho. Assuntos levantados: − Raj solicita uma opinião de auditoria sobre as demonstrações contábeis da Kumar & Co. com base nas normas internacionais de relatório financeiro (IFRSs). − Não identificamos nenhuma ameaça à nossa independência. − Nada de novo aconteceu que pudesse gerar dúvida sobre a integridade do proprietário. − As operações são semelhantes às do período anterior, embora a ausência de Raj nas operações diárias crie mais oportunidades para que seja cometida alguma fraude. Devemos considerar expandir nossos procedimentos substantivos este ano para tratar dos potenciais riscos de fraude. − Não é necessário nenhum especialista adicional e podem ser utilizadas as mesmas pessoas que executaram a auditoria no ano passado. Existem duas possíveis preocupações neste período: − A empresa sofreu uma queda na demanda por produtos de seu principal cliente, a Defta. − Raj desviou muito seu foco para assuntos familiares. Durante nossa auditoria, devemos assegurar que os livros e registros foram mantidos atualizados e que não ocorreram erros não detectados. Isso também poderia criar um risco de fraude. Avaliação geral do risco do trabalho = Moderado. Diante das informações contidas no Memorando de Continuação, reflita se deve ou não aceitar o reter o Cliente Kumar & Co.? Justifique sua resposta. 4. Depois de aceitar ou continuar o relacionamento com a empresa a ser auditada quais são as principais questões que os gestores da firma de auditoria precisam responder? Quais são os principais temas que devem conter na carta de contratação? A carta de contratação trataria dos seguintes assuntos: O Objetivo, a Estrutura Contábil, o Alcance e a Forma do Relatório do Auditor Independente Resultante da Auditoria das Demonstrações Contábeis. As Responsabilidades do Auditor As Responsabilidades da Administração Processo para aceitação/continuação da auditoria 79 (CFC/IFAC, 2010). UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 13 Poderiam ser incluídos na carta de contratação os seguintes assuntos: - Como a Auditoria Será Conduzida, Qualquer Resolução de Disputa, Obrigações e Acordos de Honorários 2.2 Planejamento da Auditoria Essas questões ficaram para a próxima lista. 2.2.1 Avaliação de Riscos – Modelo de risco de auditoria. 1. Explique a relação entre materialidade e risco de auditoria. A materialidade e o risco de auditoria estão relacionados e são considerados em conjunto durante todo o processo de auditoria. A materialidade e o risco de auditoria são levados em consideração durante a auditoria, especialmente na: identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante; determinação da natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria; determinação de revisões de materialidade (global e de execução) após tomar conhecimento de informações durante a auditoria que teriam levado o auditor a determinar inicialmente um valor (ou valores) diferente; e avaliação do efeito de distorções não corrigidas, se houver, sobre as demonstrações contábeis e na formação da opinião no relatório do auditor independente. 2. Interprete o quadro abaixo desenvolvido pelos autores Boynton, Johnson e Kell (2002). Na avaliação do auditor o risco de controle é: Risco de Detecção Alto Médio Baixo Avaliação de risco inerente feita pelo auditor Alto Mínimo Mais Baixo Médio Médio Mais Baixo Médio Mais Alto Baixo Médio Mais Alto Máximo Fonte: Boynton, Johnson, Kell, 2002 3. Interprete o quadro abaixo desenvolvido pelos autores Gramling, Rittengerg e Johnstone (2012). Alto Moderado Baixo Risco de Auditoria Não Aceitar cliente Fixar em nível baixo Fixar de acordo com os padrões profissionais, mas pode ser superior ao de empresas com risco de envolvimento mais alto Exemplo numérico de risco de auditoria Nenhum – cliente não é aceito (0,0) 0,01 0,05 Fonte: Gramling, Rittengerg e Johnstone (2012) Resposta: O auditor fixa o risco de auditoria desejado com base na avaliação da ameaça de envolvimento. Geralmente, o risco de auditoria é ilustrado numericamente, por meio de medidas de amostragem estatística. A fixação do risco de auditoria em 1% significa que o auditor está disposto a enfrentar uma chance de 1% de dar um parecer sem ressalvas a demonstrações financeiras com informações materiais incorretas. Já a fixação em 5% significa que o auditor está disposto a enfrentar uma chance de 5% de dar um parecer de auditoria sem ressalvas a demonstrações financeiras com informações materiais incorretas. Obs: Níveis mais altos são apropriados para clientes com níveis mais baixos de risco de envolvimento; 4. Cite possíveis fontes de informações para avaliar os riscos: (i) inerentes e de controle; (ii) de detecção. Riscos Inerentes e de Controle: Os objetivos/as operações da entidade e o planejamento/a implementação dos controles internos pela administração. Risco de Detecção: Natureza e extensão dos procedimentos realizados pelo auditor. UNIVERSIDADE FEDERALDE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 14 5. O auditor usou julgamento para definir os percentuais dos riscos de auditoria, inerentes e de controle, descrito no quadro abaixo. Utilize o modelo de risco de auditoria para calcular os níveis aceitáveis de risco de detecção a ser planejado para cada situação. Depois interprete os resultados de cada situação. Utilize os resultados obtidos das situações E e G para descrever o modelo de risco de auditoria conforme sugestão dada pelos autores Boynton, Johnson, Kell, 2002. Situação A B C D E F G Risco de auditoria desejado 1% 1% 5% 5% 5% 5% 10% Risco inerente avaliado 20% 50% 20% 50% 20% 50% 50% Nível de risco de controle planejado 50% 50% 50% 40% 20% 25% 20% Risco de detecção planejado SOLUÇÃO: Se o risco de auditoria é RA = RDR x RD e o Riscos de Distorção Relevante (RDR) é representado pela equação RI x RC = RDR, logo RA = RI x RC x RD. Com base no exemplo verifica-se o efeito sobre o risco de detecção, assim: RA = RI x RC x RD Portanto, RD = RA/(RI x RC), logo INTERPRETAÇÃO: Quando se estabelece um risco de auditoria 0,01, isto significa que o profissional não quer assumir um risco muito grande de que uma informação incorreta passe despercebida nas demonstrações contáveis. O profissional que deseja um nível de certeza de 99% deve estabelecer o risco de auditoria de 1%, isto é, de 0,01. Se o nível de certeza considerado satisfatório for 95%, o risco de auditoria deve ser de 5%, ou seja, de 0,05. A matriz de risco que supõe o risco de auditoria de nível baixo, o risco inerente será máximo e o risco de controle será moderado, para que o nível aceitável de risco de detecção seja baixo, visto que será preciso testes e procedimentos de auditoria adicionais. Situação A: O risco de detecção de 10% significa que é necessário que o profissional planeje testes substantivos de forma tal que a probabilidade de que eles não detectem erros ou classificações indevidas materiais seja de 10%. Esse risco é aceitável se o auditor tiver segurança, com base em outras fontes, de que os riscos inerente e de controle são os que avaliou. Assim o profissional pode planejar testes dos registros contábeis com um risco mais baixo de detecção de 10%, porque os testes mínimos de conferência de saldos das contas são necessários para obter evidências que possam comprovar as expectativas de que as contas não possuem informações materialmente incorretas. Mas, é preciso testar se os controles internos são eficazes para confirmar se o RC é abaixo de 50%. Situação E: O risco de detecção de 125% ocorre porque o modelo trata cada componente de risco como sendo separado e independente, quando na verdade os componentes não são independentes. É difícil separa os controles internos de uma empresa do risco inerente. Logo, Esse modelo de risco de auditoria possui limitações que podem dificultar a sua implantação na prática. Situação G: significa que é necessário que o profissional planeje testes substantivos de forma tal que a probabilidade de que eles não detectem erros ou classificações indevidas materiais seja de 100%. Assim o profissional pode planejar testes dos registros contábeis com um risco máximo de detecção de 100%, porque parte da hipótese que todas as operações e saldos das contas são necessários estão erradas ou incorretas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 15 Na avaliação do auditor o risco de controle é: Risco de Detecção Alto Médio Baixo Avaliação de risco inerente feita pelo auditor Alto Mínimo Mais Baixo Médio Médio Mais Baixo Médio Mais Alto Baixo Médio Mais Alto Máximo Situação A B C D E F G Risco de auditoria desejado 1%-muito baixo 1%- muito baixo 5%- mínimo 5%- mínimo 5%- mínimo 5%- mínimo 10%-baixo Risco inerente avaliado 20%-baixo 50%-médio 20%- baixo 50%- médio 20%-baixo 50%- médio 50%-médio Nível de risco de controle planejado 50%- médio 50%-médio 50%- médio 40%- médio 20%-baixo 25%- baixo 20%-baixo Risco de detecção planejado 10%-baixo 4%- mínimo 50%- médio 25%- baixo 125%- máximo 40%- médio 100%- máximo Referências Bibliográficas: BOYNTON, William C.; JOHNSON, Raymond N.; KELL, Walter G. Auditoria. Tradução José Evaristo dos Santos. São Paulo: Atlas, 2002. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – CFC. Normas de Auditoria. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=60>. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) <http://www.cvm.gov.br/> GRAMLING, Audrey A.; RITTENBERG, Larry E.; JOHNSTONE, Karla M. Auditoria. Tradução Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Cengage Learning, 2012. LONGO, Cláudio Gonçalo. Manual de Auditoria e Revisão de Demonstrações Financeiras: Novas Normas Brasileiras e Internacionais de Auditoria. 2 ed, São Paulo: Atlas, 2011. PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações Contábeis: Normas e Procedimentos. 5 ed, São Paulo: Atlas, 2012. http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=60 http://www.cvm.gov.br/
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