Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO 1. HIPOTÁLAMO É uma área pequena, que se dispõe nas paredes do III VENTRÍCULO, abaixo do sulco hipotalâmico; Possui funções relacionadas principalmente com o controle da atividade visceral; Regula o SNA e as glândulas endócrinas, sendo o principal responsável pela homeostase do corpo; Compreende estruturas situadas nas paredes laterais do III ventrículo, são elas: CORPOS MAMILARES: são das eminências arredondadas, de subst. cinzenta, evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular. QUIASMA ÓPTICO: localiza-se na parte anterior do assoalho do III ventrículo. Recebe fibras dos nervos ópticos, que aí cruzam em parte e continuam nos tratos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais. 2 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO 1.1 ESTRUTURA E FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO a. DIVISÕES E NÚCLEOS DO HIPOTÁLAMO É constituído fundamentalmente de substância cinzenta que se agrupa em vários núcleos; Existem fibras, conhecidas como FÓRNIX, que percorrem o hipotálamo e terminam nos corpos mamilares dos dois lados, dividindo-o em em área medial, situada entre o fórnix e as paredes do III ventrículo (rica em subst. cinzenta- onde se localizam os principais núcleos do hipotálamo). E área lateral, situada lateralmente ao fórnix, contendo predominância de fibras longitudinais. Essa área é percorrida pelo feixe prosencefálico medial (complexo de fibras que estabelecem conexões em dois sentidos, entre a área septal (pertencente ao sistema límbico) e a formação reticular do mesencéfalo. TUBER CINÉREO: área ligeiramente cinzenta, situada atrás do quiasma e dos tratos ópticos. INFUNDÍBULO: formação nervosa em forma de funil que se prende ao túber cinéreo. Liga o hipotálamo á hipófise. 3 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO FÓRNIX 4 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO O hipotálamo pode ainda ser dividido em 3 planos frontais: OBS: ÁREA PRÉ ÓPTICA= é uma área que fica na parte mais anterior do III ventrículo. Por ser derivada, embriologicamente, da vesícula telencefálica, ela não pertence ao diencéfalo, mas é estudada por funcionalmente se ligar ao hipotálamo supraóptico. Os principais núcleos do hipotálamo são: b. CONEXÕES DO HIPOTÁLAMO O hipotálamo mantém conexões com diferentes regiões do SNC (através de fibras que se reúnem em feixes bem definidos) e intra- hipotalâmicas (em alguns dos núcleos); Recebe sinais das vias sensoriais e têm eferências que contribuem com a homeostasia; Conexões mais importantes de acordo com suas funções: • CONEXÕES COM O SISTEMA LÍMBICO= compreende estruturas relacionadas com emoção e memória, destacando os seguintes: SUPRAÓPTICO TUBERAL MAMILAR Compreende o quiasma e toda área acima dele, nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. Compreende o túber cínereo e toda área acima dele, nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. Compreende os corpos mamilares e as áreas acima deles, nas paredes do III ventrículo. 5 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO • CONEXÕES COM A ÁREA PRÉ-FRONTAL= tem o mesmo sentido funcional das anteriores, visto que o córtex da área pré-frontal também se relaciona com o comportamento emocional. • CONEXÕES VISCERAIS= para exercer seu papel de controlador das funções viscerais, o hipotálamo mantém conexões AFERENTES e EFERENTES com os neurônios da medula e do tronco encefálico relacionados com essas funções. • CONEXÕES COM A HIPÓFISE= o hipotálamo tem apenas conexões eferente com a hipófise, que são feitas através de tratos: HIPOCAMPO Liga-se pelo fórnix aos núcleos mamilares do hipotálamo, de onde os impulsos seguem para o núcleo anterior do tálamo, através do fascículo mamilotalâmico, fazendo parte do chamado Circuito de Papez. CORPO AMIGDALOIDE São fibras originadas nos núcleos do corpo amigdaloide, chegam ao hipotálamo principalmente através da estria terminal. ÁREA SEPTAL Liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorre o feixe prosencefálico medial. AFERENTES EFERENTES O hipotálamo recebe informações sobre a atividade das vísceras, através de suas conexões diretas com o núcleo do trato solitário, as fibras solitário-hipotalâmicas (ele recebe toda a sensibilidade visceral que entra no SNC pelos nervos VII (facial), IX(glossofaríngeo) e X ( vago). O hipotálamo controla o SNA agindo sobre os neurônios pré-ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático. As conexões diretas se fazem através de fibras que, saem dos núcleos do hipotálamo e terminam nos núcleos do tronco encefálico e na coluna lateral da medula (fibras hipotálamo- espinhais). As conexões indiretas se fazem através da formação reticular e tratos reticuloespinhais. 6 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO • CONEXÕES SENSORIAIS= diversas modalidades sensoriais têm acesso ao hipotálamo, por vias indiretas desconhecidas. Assim, o hipotálamo recebe informações sensoriais das áreas erógenas (mamilos e órgãos genitais), importantes a ereção. Existem também conexões da retina com o hipotálamo através do trato retino-hipotalamico que termina no núcleo supraquiasmático e no núcleo pré-óptico ventrolateral. Essas conexões estão envolvidas na regulação dos ritmos circadianos, como o ciclo de claro-escuro. c. FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO Tem várias funções, dentre elas, a de manutenção da homeostase, através da regulação do SNA e do sistema endócrino, integrando-os com às necessidades do dia a dia; Controla também processos importantes para a sobrevivência da espécie, como a fome, a sede e o sexo. A sensação de calor, por exemplo, leva a um desconforto que fará com que sejam disparados mecanismos internos inconscientes para dissipá-lo, como a sudorese e o comportamento de procura de local fresco; TRATO HIPOTÁLAMO- HIPOFISÁRIO TRATO TÚBERO- INFUNDIBULAR Formado por fibras que se originam nos neurônios grandes dos núcleos supraóptico e paraventricular e terminam na neurohipófise, transportando vasopressina e ocitocina. Constituído de fibras do núcleo arqueado e de áreas vizinhas do hipotálamo tuberal que terminam no infundíbulo, transportando hormônios ativadores ou inibidores da adenohipófise. NÚCLEO SUPRAQUIASMÁTICO NÚCLEO PRÉ- ÓPTICO LATERAL 7 SAMANTHA LEÃO F. LIMANEURO Assim ocorre as sensações de fome, sede, frio, levando a ajustes internos e a comportamentos específicos, visando garantir a constância do meio interno e a sobrevivência do indivíduo. • CONTROLE DO SNA= Atua através de estimulações em áreas determinadas do hipotálamo que dão respostas típicas dos sistemas parassimpático e simpático, determinando, dentre outros aspectos, aumento do peristaltismo gastrintestinal, contração da bexiga, diminuição do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea e constrição da pupila; ✓ O hipotálamo é o centro suprassegmentar mais importante do sistema nervoso autônomo, exercendo essa função junto com outras áreas do cérebro, sendo citado, o SISTEMA LÍMBICO. ✓ O hipotálamo anterior controla principalmente o sistema parassimpático. ✓ Já a o hipotálamo posterior dá resposta oposta a essas, porque controla principalmente o sistema simpático. • REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL= o hipotálamo é informado da temperatura corporal por termorreceptores periféricos e neurônios que funcionam como termorreceptores. Ele é capaz de detectar as variações de temperatura do sangue que por ele passa e ativar os mecanismos de perda ou de conservação do calor necessários à manutenção da temperatura normal. ✓ Existem no hipotálamo 2 centros: o da perda do calor, no hipotálamo anterior (vasodilatação e sudorese) e o centro da conservação do calor, no hipotálamo posterior (vasoconstrição, tremores, ↑ tireoide = ↑metabolismo). ✓ Lesões no centro da perda do calor causam elevação incontrolável da temperatura (febre central). Sabe-se também que a febre que acompanha processos inflamatórios resulta das do comprometimento dos neurônios termorreguladores do hipotálamo anterior que deixam de perder calor. OBS: Acredita-se que o hipotálamo ativa regiões corticais para determinar comportamentos motivacionais de busca de abrigo, agasalho para frio ou de local fresco e ventilação para o calor. • REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO EMOCIONAL= muitas áreas do hipotálamo pertencem ao sistema límbico e têm papel importante na regulação de processos emocionais. • REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO HIDROSSALINO E DA PA= O equilíbrio hidrossalino exige mecanismos de regulação do volume sanguíneo (volemia) e da osmolaridade, representada pela concentração extracelular de sódio. ✓ A pressão está diretamente ligada à volemia e à concentração de sódio no sangue. ✓ O principal mecanismo que o hipotálamo utiliza para regular o equilíbrio hidrossalino é através da liberação do ADH que é sintetizado pelos neurônios dos núcleos supraóptico e paraventricular e liberado na neurohipófise. NÚCLEO SUPRAÓPTICO NÚCLEO PARAVENTRICULAR 8 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO ✓ Para exercer essa função, esses neurônios recebem informações sobre a osmolaridade do sangue já que neles não existe barreira hematoencefálica. Esse mecanismo é ativado em casos de diminuição de pressão, por exemplo, em hemorragias, promovendo aumento da liberação de hormônio antidiurético pela neurohipófise. ✓ Outro mecanismo regulador da ingestão de água e sal, que mantém a volemia e a concentração de sódio dentro de valores normais, tem como base receptores periféricos de pressão (barorreceptores) localizados nas paredes dos grandes vasos. Esses receptores percebem alterações da PA e transmite aos núcleos do trato solitário, pelo vago. Esse núcleo conecta-se com os núcleos paraventricular e supraóptico ✓ Quando o sinal detectado é de hipovolemia, secreta-se a vasopressina (ADH), que promove vasoconstrição e reabsorção de sódio e água. ✓ O hipotálamo regula a volemia por mecanismos automáticos e inconscientes, mas também ativa a ingestão de água e sal, despertando ou não sensação de sede ou o desejo de ingestão de alimentos salgados. • REGULAÇÃO DA INGESTÃO DE ALIMENTOS= estimulação do hipotálamo lateral (centro da fome) faz com que o animal se alimente vorazmente, enquanto a estimulação do núcleo ventromedial (centro da saciedade) do hipotálamo causa total saciedade. ✓ Lesões nessas áreas faz com que os animais tenham efeitos opostos ao da estimulação, isso acontece porque essas lesões na área lateral do hipotálamo, causam ausência completa de desejo de alimentar-se (anorexia). ✓ Já as lesões do núcleo ventromedial, o animal alimenta-se exageradamente (hiperfagia), tornando-se obeso. Em tumores que atingem o núcleo ventromedial, ocorre um quadro de obesidade, frequentemente acompanhado de hipogonadismo. ✓ Aliado aos fatores neurais, também existem fatores hormonais envolvidos na regulação da ingestão de alimentos. A leptina, secretada pelos adipócitos, informa o núcleo arqueado do hipotálamo sobre a abundância de gordura no corpo e ele libera o hormônio alfa-melanocito-estimulante, responsável pela saciedade. • REGULAÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO i. HIPOTÁLAMO E NEUROHIPÓFISE: As ideias de que o hipotálamo teria relações com a neurohipófise surgiram da doença diabetes insipidus. Essa doença caracteriza-se por aumento da quantidade de urina, sem eliminação de glicose, se dá devido à diminuição dos níveis sanguíneos do ADH. ✓ O diabetes insipidus ocorre em processos patológicos da neurohipófise e em lesões do hipotálamo. Isso se deve pelo fato de o ADH ser sintetizado pelos neurônios dos núcleos supraóptico e paraventricular e, a seguir, é transportado pelas fibras do trato hipotálamo-hipofisário até a neurohipófise, onde é liberado. NÚCLEO ARQUEADO 9 SAMANTHA LEÃO F. LIMA NEURO ✓ O ADH age nos túbulos renais aumentando a absorção de água e a ocitocina promove a contração da musculatura uterina e das células mioepiteliais das glândulas mamárias, sendo importante no parto e na ejeção de leite (reflexo neuroendócrino: impulsos que resultam da sucção do mamilo são levados à medula e daí ao hipotálamo, onde estimulam a produção de ocitocina pelos núcleos supraópticos e paraventriculares e sua liberação na neurohipófise. ii. HIPOTÁLAMO E ADENOHIPÓFISE: O hipotálamo regula a secreção hormonal da adenohipófise por uma conexão nervosa e outra vascular. A conexão vascular, se faz através do sistema porta- hipofisário, por onde os hormônios passam até chegar à adeno- hipófise, onde atuam regulando a liberação dos hormônios da adenohipófise. Isso é feito por estimulação e por inibição. ✓ Os hormônios da adenohipófise são: ACTH, TSH, FSH, LH, GH, MSH e prolactina. ✓ O hipotálamo é sensível a ação dos hormônios circulantes que, por retroalimentação, regulam sua secreção. • GERAÇÃO E REGULAÇÃO DOS RITMOS CIRCADIANOS= A maioria dos nossos parâmetros fisiológicos, metabólicos ou mesmo comportamentais sofre oscilações que se repetem no período de 24 horas. Isso se observa, por exemplo, na temperatura corporal, no nível circulante de vários hormônios, glicose e outras substancias, ou mesmo nos padrões de atividade motora e de sono e vigília. Essas variações rítmicas são endógenas, ou seja, ocorrem mesmo quando o animal é mantido no escuro. Os ritmos circadianos são gerados em marca-passos ou relógios biológicos. Nos mamíferos, o principal marca passo situa-se no núcleo supraquiasmático do hipotálamo e sua destruição abole a maioria dos ritmos circadianos, inclusive perda dos ritmos de vigília-sono. • REGULAÇÃO DO SONO E DA VIGÍLIA= Ohipotálamo tem papel central na regulação do sono e da vigília. ✓ A geração deste ritmo inicia-se no núcleo supraquiasmático e é repassado ao núcleo pré-óptico ventrolateral. ✓ Os neurônios do núcleo pré óptico ventrolateral inibem os neurônios do Sistema Ativador Ascendente (SAA), que resulta em sono. ✓ Ao final do período de sono, sob ação do núcleo supraquiasmático essa inibição cessa e começa a ação excitatória do neurônio orexinérgico sobre os neurônios deste sistema e inicia-se a vigília. ✓ Lesões dos neurônios oxinérgicos, que ocorrem no transtorno do sono denominado narcolepsia, fazem com que o quadro de vigília seja interrompido por súbitas crises de sono REM podendo haver também perca total dos tônus levando a uma súbita queda, quadro clinico denominado CATAPLEXIA. OBS: existem fibras da retina que se projetam diretamente para o núcleo pré-óptico ventrolateral, bloqueando o efeito inibidor que esses neurônios têm sobre o Sistema Ativador Ascendente (SAA), isso explica porque a luz dificulta o adormecer. • INTEGRAÇÃO DO COMPORTAMENTO SEXUAL= no hipotálamo, a excitação está ligada aos 2 núcleos pré-ópticos, que são ativados em situações em que se manifesta a excitação sexual. Assim, a ereção e ejaculação dependem do SNA, que é regulado pelo hipotálamo.
Compartilhar