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Tuberculose pulmonar - quadro clínico

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A doença tuberculosa se desenvolve em apenas 10% dos indivíduos infectados. Em 
5% dos casos, a infecção primária evolui diretamente para a doença – tuberculose 
primária (1 mês a 1 ano). Nos 5% restantes, a doença se desenvolve após 3 anos da 
infecção primária (geralmente décadas depois) – tuberculose pós-primária. Os 
sintomas clássicos de tosse crônica seca ou produtiva, febre vespertina (~38,5º), 
sudorese noturna, perda ponderal, hemoptise (escarro com sangue) podem ocorrer 
em qualquer das apresentações. 
TUBERCULOSE PRIMÁRIA TÍPICA >> mais comum 
nas crianças entre 2-12 anos cuja resposta 
imunológica dos linfonodos hilares e mediastinais 
é exacerbada. Ela pode ser assintomática ou pode 
estar presente com febre e, ocasionalmente, dor 
torácica pleurítica. Como a maior parte do ar 
inspirado se distribui nas regiões média e inferior 
dos pulmões, essas áreas geralmente estão mais 
acometidas na TB primária. Neste caso, o 
complexo primário costuma ser representado por 
uma pequena área de pneumonite, ocupando 
geralmente o terço médio do pulmão, associada a uma grande adenomegalia hilar 
e/ou mediastinal ipsilateral. Este aumento linfonodal acentuado pode levar à 
compressão brônquica, cursando com atelectasia. A ruptura do foco caseoso para o 
brônquio resulta em pneumonia tuberculosa – devido à grande quantidade de bacilos 
que invadem os alvéolos, podendo haver sopro tubário. 
TUBERCULOSE PRIMÁRIA PROGRESSIVA >> 
Ocorre em pacientes que se infectam com um 
grande inóculo de bacilos, ou quando as defesas 
imunológicas estão deprimidas. Neste caso, o foco 
primário evolui para uma grande área de 
inflamação granulomatosa e exsudativa, evoluindo 
para pneumonia tuberculosa, com quadro de 
pneumonia clássica (febre e tosse produtiva, 
podendo raramente evoluir para insuficiência 
respiratória aguda). O local mais comum desta 
pneumonia é exatamente a localização mais 
frequente do foco primário (terço médio do pulmão). O derrame pleural, observado 
em até 2/3 dos casos, resulta da penetração de bacilos no espaço pleural a partir de 
um foco subpleural adjacente. Nos casos graves, o local primário aumenta 
rapidamente, sua parte central sofre necrose, e verifica-se o desenvolvimento de 
cavitação (que marca a doença progressiva). Pode ou não haver adenomegalia 
hilar/mediastinal satélite (esta associação é mais comum em crianças, sendo menos 
frequente em adultos). A disseminação hematogênica oculta geralmente acompanha 
infecção primária. No entanto, na ausência de uma resposta imune adquirida 
suficiente, que em geral contém a infecção, pode ocorrer doença miliar. Há 
desenvolvimento de lesões granulomatosas em múltiplos órgãos e elas podem causar 
doença localmente progressiva ou resultar em meningite tuberculosa; essa é uma 
preocupação especial em crianças pequenas e em indivíduos imunocomprometidos. 
TUBERCULOSE PÓS-PRIMÁRIA >> definida como a forma da doença que se 
desenvolve em pacientes infectados pela tuberculose há mais de três anos (contato 
prévio com o BK). Pode ocorrer por reativação de um foco latente ou por reinfecção 
de um novo inóculo bacilar. Localiza-se, geralmente, nos segmentos 
apicais e posteriores dos lobos superiores, onde a tensão de oxigênio média mais alta 
favorece o crescimento das micobactérias. A extensão 
do comprometimento do parênquima pulmonar varia 
acentuadamente, desde infiltrados pequenos até 
doença cavitaria extensa. Enquanto até 1/3 dos 
pacientes sem tratamento apresentam TB pulmonar 
grave em poucas semanas ou meses após o início da 
doença, outros podem sofrer um processo de 
remissão espontânea ou seguem um curso crônico, 
progressivamente debilitante. 
Os sinais e sintomas são frequentemente 
inespecíficos e insidiosos, consistindo principalmente 
em febre vespertina, sudorese noturna, perda de peso, anorexia, mal-estar geral e 
fraqueza. Todavia, em até 90% dos casos, surge tosse – inicialmente improdutiva e 
limitada à manhã e, mais tarde, acompanhada da produção de secreção brônquica 
purulenta, algumas vezes com hemoptoicos. Há desenvolvimento de hemoptise em 
20-30% dos casos e pode ocorrer hemoptise maciça em consequência da erosão de 
vaso sanguíneo na parede de uma cavidade. A ausculta pulmonar, no início, é de 
diminuição dos murmúrios vesiculares, principalmente nos ápices, que pode 
progredir para ausculta de sopro anfórico (nem sempre presente), produzido pela 
presença de cavidade. Ausculta pulmonar normal em nada exclui tuberculose 
pulmonar. No exame físico é comum verificarmos fácies de doença crônica e indivíduo 
consumido (achados de bom estado geral também não excluem).

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