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Aula 5 Regras Gerais dos Regime de Bens e Pacto Antenupcial.

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CURSO DE DIREITO
Direito Civil V (Direito de Família)
Aula 5 - Regras Gerais dos Regime de Bens e Pacto Antenupcial.
Professor: Lucas Santos Cunha, Graduado em Direito,
Especialista em Processo Civil com Capacitação para o
Magistério Superior
Rubiataba – 2021.2
CURSO DE DIREITO
Direito de Família
Regras Gerais dos Regime de Bens e Pacto Antenupcial.
Objetivos da aula
1. Desenvolver a compreensão do instituto do casamento.
CURSO DE DIREITO
Direito de Família
Referências:
1. Tartuce, Flávio Direito Civil: direito de família – v. 5 / Flávio Tartuce.
– 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020.
2. Gonçalves, Carlos Roberto Direito de família / Carlos Roberto
Gonçalves. - Direito civil brasileiro vol. 6 – 17. ed. – São Paulo :
Saraiva Educação, 2020.
Introdução Regime de Bens
• A atual codificação traz regras gerais a respeito desse tratamento
patrimonial (arts. 1.639 a 1.652), preceitos relacionados com o pacto
antenupcial (arts. 1.653 a 1.657), bem como regras especiais quanto
aos quatro regimes previstos: comunhão parcial (arts. 1.658 a
1.666), comunhão universal (arts. 1.667 a 1.671), participação final
nos aquestos (arts. 1.672 a 1.686) e separação de bens (arts. 1.687 e
1.688).
• Admitido o casamento homoafetivo, na linha do que vêm decidindo
os Tribunais Brasileiros, todas as regras aqui analisadas incidem para
tais entidades familiares, sem qualquer distinção.
Introdução Regime de Bens
• Conceito de Regime de Bens: “O conjunto de regras relacionadas
com interesses patrimoniais ou econômicos resultantes da entidade
familiar, sendo as suas normas, em regra, de ordem privada.”
• De forma mais didática pode-se conceituar o Regime de Bens sendo
“o estatuto patrimonial da sociedade conjugal, cujo objetivo é
conferir se há ou não a comunicabilidade de um determinado
patrimônio”.
Introdução Regime de Bens
• Princípios do Regime de Bens;
• A) Princípio da Autonomia Privada;
• A autonomia privada decorre da liberdade e da dignidade humana,
sendo o direito que a pessoa tem de se autorregulamentar. Há plena
liberdade na escolha do regime de bens, conforme o art. 1.639,
caput, do CC/2002 (“É lícito aos nubentes, antes de celebrado o
casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver”).
Introdução Regime de Bens
• Assim sendo, é possível que os cônjuges celebrem casamento por
outro regime de bens, que não seja um dos mencionados pela
legislação em vigor, ou mesmo combine os vários regimes de bens
existentes (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito…, 2003, p. 356).
• Nessas hipóteses, o regime será denominado regime misto. Porém,
esse novo regime escolhido não pode ferir normas cogentes, de
ordem pública.
Introdução Regime de Bens
• B) Princípio da indivisibilidade do regime de bens;
• Apesar de ser viável juridicamente a criação de outros regimes que
não estejam previstos em lei, não é possível fracionar os regimes em
relação aos cônjuges.
• Em outras palavras, o regime é único para ambos os consortes, em
particular diante da isonomia constitucional entre marido e mulher
(arts. 5.º e 226 da CF/1988) e do princípio da comunhão indivisa (art.
1.511 do CC).
• Como aplicação prática desse princípio, será nulo o pacto
antenupcial que determinar o regime da comunhão universal de bens
para o marido e o da separação de bens para a esposa.
Introdução Regime de Bens
• Como exceção, mencione-se o tratamento diferenciado no casamento
putativo quando há má-fé de um dos cônjuges (art. 1.561 do CC).
• C) Princípio da variedade de regime de bens;
• Como visto, a lei consagra quatro possibilidades de regimes de bens
aos nubentes. No silêncio das partes, prevalecerá o regime da
comunhão parcial, que é o regime legal ou supletório (art. 1.640,
caput, do CC).
• O regime de bens adotado começa a vigorar desde a data do
casamento (art. 1.639, § 1.º, do CC).
Introdução Regime de Bens
• d) Princípio da mutabilida e justificada;
• A ação de alteração do regime de bens (Art. 734, CPC);
• O art. 1.639, § 2.º, do CC em vigor, possibilita a alteração do regime de
bens, mediante autorização judicial, em pedido motivado de ambos os
nubentes, apurada a procedência das razões invocadas e desde que
ressalvados os direitos de terceiros.
• Requisitos:
• Pedido realizado por ambos os cônjuges;
• Esse requerimento tange quanto ao “pedido motivado” ou
“motivadamente”, desde que “apurada a procedência das razões invocadas”.
Introdução Regime de Bens
• Exemplos: O desaparecimento de causa suspensiva do casamento,
sendo possível alterar o regime da separação obrigatória de bens para
outro (Enunciado n. 262 do CJF/STJ, da IV Jornada de Direito Civil).
• Esse pode ser tido, atualmente, como principal exemplo de justo
motivo para a alteração de regime de bens. Imagine-se a hipótese de
casamento celebrado pela separação obrigatória diante de uma
causa suspensiva, que é superada pelos fatos e pelo tempo.
• Deve ficar claro que os efeitos da alteração do regime são ex nunc, a
partir do trânsito em julgado da decisão, o que é óbvio, por uma
questão de eficácia patrimonial.
Introdução Regime de Bens
• De toda sorte, há quem entenda pela desnecessidade de motivação para que
o regime de bens seja alterado, eis que se trata de uma exigência excessiva
constante da lei, pois haveria uma intervenção desnecessária do Estado nas
questões familiares;
• Vide Informativo nº 518 do STJ;
• Em suma, tem-se mitigado jurisprudencialmente a estrita exigência
normativa do art. 1.639, § 2.º, do CC, o que vem em boa hora, pois são os
cônjuges aqueles que têm a melhor consciência sobre os embaraços que o
regime de bens adotado pode gerar em sua vida cotidiana.
Introdução Regime de Bens
• Posso alterar o regime de bens mesmo se o casamento foi
celebrado à luz do CC/1916?
• Em síntese, como o art. 1.639, § 2.º, do CC/2002 é uma norma geral
quanto ao regime de bens, pode ser aplicada a qualquer casamento
(inclusive aos casamentos celebrados pelo Código Civil de 1916);
• O STJ já firmou entendimento no sentido de que é possível mudança
de regime de bens de casamento celebrado antes do CC/02 - REsp.
821.870/PR.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Existem regras gerais quanto ao regime de bens, nos arts. 1.639 a
1.652;
• Estabelece o Artigo 1.640, CC que, o regime legal é o da comunhão
parcial de bens. Ou seja, no silêncio, o presente regime será conferido
aos cônjuges;
• Complementando a previsão do art. 1.639 do Código Civil a respeito
do princípio da autonomia privada, prevê o parágrafo único do art.
1.640 do CC na opção da escolha do regime de bens e do pacto;
Regras Gerais - Regime de Bens
• O art. 1.641 do CC impõe o regime da separação legal ou
obrigatória de bens. Como regime é imposto pela lei, há clara
limitação da autonomia privada dos nubentes.
• I – Das pessoas que contraírem o casamento com inobservância das
causas suspensivas da celebração do casamento, constantes do art.
1.523 do CC.
• II – Da pessoa que tenha idade superior a 70 anos, o que vale tanto
para o homem quanto para a mulher.
• III – De todos os que dependerem de suprimento judicial para casar,
inclusive nos casos de ausência de autorização dos representantes
legais.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Aplica-se o regime de separação obrigatória para os maiores de 70 anos em
União Estável (Resp. 646.259/RS – STJ);
• Noutro ponto, casamento de idosos que já viviam em união estável
dispensa a separação de bens (fundamentação – Julgado da 4º Turma do
STJ);
• Súmula 377 do STJ – “No regime de separação legal de bens, comunica-
se os adquiridos na constância do casamento.” (Há necessidade de
comprovação do esforço mútuo - STJ, REsp 1.623.858/MG).
Regras Gerais - Regime de Bens
• O objetivo da norma é a proteção de determinadas pessoas,
especialmente no que tange ao seu patrimônio (Vários juristas
consideram a norma retro transcrita inconstitucional).
• Os arts. 1.642 e 1.643 da atual codificação material preveem os atos
que podem ser praticados por qualquer um dos cônjuges, não
importando o regime de bens adotado(Questão Relacionada a
Outorga).
• Em geral, esses atos são aqueles relacionados com a administração
geral das economias domésticas e dos bens individuais ou do casal.
Para fins de detalhamento, os atos são os seguintes:
Regras Gerais - Regime de Bens
• A) Praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao
desempenho de sua profissão, com as devidas exceções legais (art. 1.642, I,
do CC). Exemplo: “um dentista pode comprar ou vender seu gabinete
odontológico, mas o imóvel em que ele está estabelecido somente poderá
ser alienado com a anuência do outro cônjuge”;
• B) Administrar os bens próprios (art. 1.642, II, do CC);
• C) Desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou
alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial (art. 1.642,
III, do CC);
Regras Gerais - Regime de Bens
• D) Demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a
invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do
disposto nos incs. III e IV do art. 1.647;
• E) Reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou
transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que
os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal
estiver separado de fato por mais de cinco anos.
• A previsão em comento (art. 1.642, V, do CC) complementa a
norma do art. 550 do CC, que prevê a anulabilidade das doações
feitas por um dos cônjuges ao concubino (ou “cúmplice”), havendo
uma relação concomitante ao casamento.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Por óbvio que esse dispositivo não deve ser aplicado havendo uma
união estável entre o doador e o donatário. Consigne-se, por
oportuno, que a atual codificação possibilita que o separado de fato
constitua uma união estável com terceiro (art. 1.723, § 1.º, do CC).
• Acertadamente, o PL 699/2011 pretende suprimir o lapso temporal
mencionado. A conclusão a que se chega é que se houver separação de
fato, independentemente do lapso de separação, tal artigo não será
aplicado, pois finda a comunhão plena de vidas e surgida, então, uma
união estável, não há a possibilidade de reivindicação de bens.
Regras Gerais - Regime de Bens
• F) Praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente em lei
(art. 1.642, VI, do CC);
• G) Comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica
(art. 1.643, I, CC).
• H) Obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa
exigir (art. 1.643, II, do CC).
• Relativamente às últimas duas previsões (letras g e h – art. 1.643) dispõe o
art. 1.644 da codificação que haverá solidariedade de ambos os cônjuges
quanto a essas dívidas. Em suma, ainda que apenas um dos cônjuges
figure como devedor, ambos responderão solidariamente pelo
adimplemento.
• Isso não inclui, por exemplo, dívidas pessoais de um dos cônjuges
contraídas em seu único e exclusivo interesse.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Legitimidade - Com relação às ações fundadas nos incs. III, IV e V do
art. 1.642 do CC/2002, essas competem ao cônjuge prejudicado e a
seus herdeiros (art. 1.645).
• No caso dos incs. III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a
sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge,
que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros (art. 1.646).
Regras Gerais - Regime de Bens
• Outorga!
• “Art. 1.647, CC - Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação
absoluta:
• I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
• II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
• III – prestar fiança ou aval;
• IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que
possam integrar futura meação.
• Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando
casarem ou estabelecerem economia separada”.
Regras Gerais - Regime de Bens
• O comando legal transcrito traz hipóteses de legitimação, ou seja, de
capacidade especial exigida para determinados atos e negócios
jurídicos. Trata-se da exigência da outorga ou vênia conjugal, que
pode ser assim classificada:
• Outorga ou vênia uxória – da mulher, da esposa (porque uxor em
latim é esposa).
• Outorga ou vênia marital – do marido.
• Discussão: Esse dispositivo se aplica à união estável? A resposta
não é simples e é grande a controvérsia em torno do tema.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Melhor dizer que a norma em comento é restritiva e especial do
casamento, limitadora da autonomia privada, não admitindo aplicação
por analogia para a união estável. (Informativo 535/2014 – STJ).
Exceção – Se o terceiro no negócio jurídico sabia da União estável
na prática do ato negocial.
• Verifica-se que a falta dessa outorga conjugal pode ser suprida pelo
juiz, se um dos cônjuges a denegar sem que haja “motivo justo, ou lhe
seja impossível concedê-la” (art. 1.648 do CC).
• A expressão motivo justo é mais uma cláusula geral, a ser preenchida
pelo juiz caso a caso. Como hipótese de impossibilidade para a
concessão da outorga, exemplifica-se com o caso de um cônjuge que
está em local incerto e não sabido, havendo a possibilidade do
suprimento judicial da sua vontade.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Ainda ilustrando a motivação para o suprimento judicial, há a
situação na qual os cônjuges estão separados de fato há muitos anos e
um deles, por mero capricho, se nega a anuir com o ato.
• O art. 1.649 do CC/2002 consagra a consequência para a prática de um
dos atos previstos no art. 1.647 sem a devida outorga conjugal.
• Tais atos são anuláveis (Nulidade Relativa), podendo o outro
cônjuge pleitear-lhe a anulação até dois anos depois de terminados o
casamento e a sociedade conjugal (art. 1.649 do CC).
Regras Gerais - Regime de Bens
• Admite-se a propositura de demanda por herdeiro interessado no ato,
aplicando-se o mesmo prazo decadencial em questão (art. 1.650 do
CC).
• O prazo do herdeiro será contado da morte do sucedido.
• Em havendo aprovação do ato por parte do cônjuge (este que
outrora não havia autorizado), desde que feita por instrumento
público, ou particular autenticado, o cônjuge não poderá promover
a referida ação anulatória (art. 1.649, parágrafo único, do CC).
Regras Gerais - Regime de Bens
• Em relação à administração dos bens do casamento, quando um dos
cônjuges não puder exercê-la, segundo o regime de bens adotado,
caberá ao outro:
• a) gerir os bens comuns e os do consorte;
• b) alienar os bens móveis comuns;
• c) alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte,
mediante autorização judicial.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Essa é a regra do art. 1.651 do Código, completada pelo dispositivo
seguinte, que visa a proteger os bens do casamento:
• “Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do
outro, será para com este e seus herdeiros responsável:
• I – como usufrutuário, se o rendimento for comum;
• II – como procurador, se tiver mandato expresso ou tácito para os
administrar;
• III – como depositário, se não for usufrutuário, nem administrador”.
Regras Gerais - Regime de Bens
• Esse último comando legal, como se pode perceber, traz a
responsabilidade de cada cônjuge na administração de bens do casal,
respondendo esse tanto em relação ao outro quanto aos seus herdeiros, que
eventualmente possam vir a ser prejudicados.
• Vejamos três casos envolvendo o dispositivo em questão:
• I – Se um cônjuge estiver recebendo aluguéis de um imóvel comum, será
tratado como um usufrutuário em relação a tais bens. O usufruto, direito real
de gozo ou fruição, está previsto nos arts. 1.390 a 1.411 da atual
codificação;
Regras Gerais - Regime de Bens
• II – Se um cônjuge estiver administrando bens móveis do casal,
havendo uma autorização tácita, será tratado como mandatário (arts.
653 a 692 do CC).
• III – Se um dos cônjuges estiver guardando um bem móvel do casal,
será considerado depositário, estando sujeito às normas previstas nos
arts. 627 a 652 da atual codificação material.
PactoAntenupcial
• Para Paulo Luiz Netto Lôbo: “O pacto antenupcial é o negócio
jurídico bilateral de direito de família mediante o qual os nubentes
têm autonomia para estruturarem, antes do casamento, o regime de
bens distinto da comunhão parcial” (Código Civil…,2003, p. 270).
• Como características desse negócio: a) pessoalismo, pois somente
pode ter os cônjuges como partes; b) formalismo, diante da
necessidade de escritura pública como requisito formal; c)
nominalismo, eis que previsto em lei; d) legalidade, diante da previsão
legal de suas regras fundamentais (GOZZO, Débora. Pacto…, 1992, p.
34-35).
Pacto Antenupcial
• Justamente diante desse interesse patrimonial é que se pode afirmar que o
pacto antenupcial tem natureza contratual;
• O Código Civil de 2002 traz regras específicas quanto ao referido pacto nos
Artigos 1.653 a 1.657;
• A primeira delas é o art. 1.653, segundo o qual o pacto antenupcial deve ser
feito por escritura pública no Cartório de Notas, sendo nulo se assim não
o for e ineficaz se não ocorrer o casamento. De acordo com o dispositivo
legal, há uma formalidade exigida como requisito de validade desse negócio
jurídico.
Pacto Antenupcial
• Quanto ao pacto antenupcial celebrado por menor, a sua eficácia fica
condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as
hipóteses do regime de separação obrigatória de bens (art. 1.654 do
CC).
• Esclarecendo, o art. 1.654 do CC será aplicado aos menores entre 16 e
18 anos, havendo autorização dos representantes para o casamento e
não a necessidade de suprimento judicial.
• Além dessa autorização para o casamento, é imprescindível a
assistência para celebrar o pacto, sob pena de sua anulabilidade.
Pacto Antenupcial
• De acordo com o art. 1.655 do CC/2002, é nula a convenção ou
cláusula que constar no pacto que entre em conflito com disposição
absoluta de lei.
• Por essa última pode-se entender norma de ordem pública. Exemplo –
Escolha de regimes diferentes para os cônjuges, ferindo o
princípio da indivisibilidade.
• No que concerne ao pacto antenupcial que adotar o regime da
participação final dos aquestos, é possível convencionar a livre
disposição dos bens imóveis desde que particulares (art. 1.656 do CC).
Pacto Antenupcial
• Por fim, para que tenha efeitos erga omnes, ou seja, contra terceiros,
os pactos antenupciais deverão ser averbados em livro especial pelo
oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
• Essa regra, constante do art. 1.657, tende à proteção dos direitos de
terceiros e apenas se refere aos bens imóveis do casal.

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