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PÓLIPOS INTESTINAIS O QUE É UM PÓLIPO? O pólipo é toda lesão que surge na SUPERFICIE INTERNA do TGI e que se projeta para a sua LUZ. Podem ser classificados em: NEOPLÁSICOS: o Benignos: adenomatosos; o Malignos: adenocarcinoma. NÃO NEOPLÁSICOS: o Hiperplásicos; o Inflamatórios o Hermatomas. PÓLIPOS SERRILHADOS (contem tecido hiperplásico e adenomatoso). Deve ser feita ressecção endoscópica sempre que possível. Os pólipos podem ser: Pedunculados: pendurados ou Sésseis : planos Solitários ou Múltiplos Achado isolado ou Parte de síndromes hereditárias. Os pólipos de maior importância são os neoplásicos malignos, no entanto devemos avaliar duas complicações que podem ocorrer: Possibilidade de sangramento (todos); Potencial de malignização (quase que exclusivo para adenomas e pólipos serrilhados) Embora sejam histologicamente benignos, os pólipos adenomatosos (mais comuns) são lesões PRÉ-MALIGNAS, que antecedem em cerca de 10 anos o surgimento do adenocarcinoma colorretal. Diante disso, é importante considerar que: TODO pólipo colônico deve ser ressecado e feito uma análise histológica. PÓLIPOS ADENOMATOSOS Incidência aumenta com aidade; São os pólipos que mais aparecem no intestino grosso; Defini-se um pólipo adenomatoso pela presença de epitélio displásico (crescimento alterado). Existem os adenomas com: Displasia de baixo grau (não acomete lamina própria); Displasia de alto grau (pega lamina propria) Carcinoma in situ (não invasivo) Podem ser classificados em: TUBULAR: mais comum e com melhor prognóstico. Geralmente pequenos (2cm); Pedunculados; Caracterizado pela presença da arquitetura tubular em mais de 75% do pólipo. VILOSO (Séssil): pior prognóstico. 5-10% dos casos; São maiores, chegam a atingir 10cm. Geralmente são sésseis. Arquitetura vilosa em mais de 75% do pólipo. TUBULOVILOSO: prognostico intermediário. Mistura dos dois tipos. PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA MALIGNIZAÇÃO DO PÓLIPO ADENOMATOSO 1. TAMANHO; a. Pólipos com 1cm tem 1-3% de se tornar maligno; b. 1-2 cm tem 10% de chance; c. > 2 cm tem até 40% de chance. 2. TIPO HISTOLÓGICO (Tubular, viloso ou tubuloviloso); a. O adenoma viloso tem mais risco. 3. GRAU DE DISPLASIA (baixo grau ou alto grau). a. Displasia de alto grau tem mais tendência a se malignizar. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A maioria dos pólipos adenomatosos é ASSINTOMÁTICA. Quando sintomática: Sangramento retal (hematoquezia) é a queixa mais comum. Os pólipos adenomatosos podem ser múltiplos (sincrônicos) e podem coexistir com câncer, a colonoscopia é OBRIGATÓRIA, mesmo que uma lesão seja diagnosticada por sigmoidoscopia flexível. Quando volumosos, podem ocasionar quadros de suboclusão ou obstrução intestinal. POLIPOS NÃO NEOPLÁSICOS ESTES PÓLIPOS NÃO SOFREM ALTERAÇÕES MALIGNAS. PÓLIPOS HIPERPLÁSICOS Pequenos e assintomáticos; Encontrados no reto e sigmoide; HISTOLOGIA: hiperplasia das criptas colônicas, sem displasia. Se encontramos um pólipo diminuto na sigmoidoscopia flexível, cuja biopsia revela pólipo hiperplásico, não indica a colonoscopia. PÓLIPOS HAMARTOMATOSOS JUVENIS São pólipos pedunculados e graves (1-3 cm), predomina em crianças de 5 anos. Possui tendência ao sangramento, à intussuscepção e ao prolapso do pólipo pelo reto. Os hamartomas podem ser definidos como estruturas que resultam de crescimento celular focal excessivo. PÓLIPOS INFLAMATÓRIOS Ocorrem nas doenças intestinais inflamatórias, que são resultantes das fases de regeneração e cicatrização dos processos inflamatórios. E pensando que a DII tem relação com o aparecimento do câncer de colón, a presença desse pólipo associa indiretamente a um maior risco de câncer. Habitualmente não precisam ser removidos. ABORDAGEM AO PACIENTE COM PÓLIPO COLORRETAL A princípio, todos os pólipos colorretais devem ser removidos (polipectomia) para estudo histopatológico, através da colonoscopia, após adequado preparo colônico, ou sigmoidoscopia flexível. A excisão (polipectomia) ao mesmo tempo é diagnóstica e terapêutica e, no caso do pólipo adenomatoso, reduz comprovadamente a incidência de adenocarcinoma colorretal no futuro. O paciente com pólipos sésseis maiores de 2 cm retirados, deve fazer colonoscopia de controle 2-6 meses depois para verificar se existe pólipo residual. Pólipos adenomatosos: Carcinoma in situ (displasia de alto grau) não oferece risco de recidiva; Carcinoma invasivo (penetra submucosa) é chamado de pólipo maligno. o Consideramos a polipectomia curativa quando: Todo o pólipo foi removido; As margens estão livres; Histologia bem diferenciada; Ausencia de invasão vascular ou linfática. Deve-se repetir colonoscopia após 3 meses. o Pacientes que o pólipo maligno não preenche esses critérios, tem a indicação de cirurgia para ressecção. RASTREAMENTO PÓS-POLIPECTOMIA É essencial, pois há chance de 30-40% de novos pólipos paós 3 anos. Uma nova colonoscopia deve ser feita após 3 anos. Se não há pólipos fazer a cada 5 anos. Indicar rastreamento por colonoscopia em parentes caso o paciente: Adenoma colorretal é avançado (>1cm, viloso) e foi diagnosticado antes de 60 anos de idade; Em caso de ser irmão, quando um dos pais teve câncer de colorretal em qualquer idade. SÍNDROMES HEREDITÁRIAS DE POLIPOSE 1. Polipose Adenomatosa Familiar (PAF): síndrome caracterizada pelo surgimento de adenomas no colon e no reto. A probabilidade de ocorrência de câncer colorretal é quase de 100% a partir dos 40 anos, logo deve ser feita colectomia profilática para todos os pacientes com a doença. Devem realizar EDA a cada 1-3 anos. 2. Variantes da PAF: a. Síndrome de Gardner; b. Síndrome de Turcot; 3. Polipose Juvenil; 4. Síndrome de Peutz-Jegher. CÂNCER COLORRETAL 95% dos casos de câncer de colorretal é do tipo ADENOCARCINOMA derivado do epitélio glandular colonico (Criptas). Mais da metade dos casos se manifestam em pessoas com mais de 60 anos. FATORES DE RISCO Síndromes de polipose familiar; A variedade mais comum é a esporádica (quando não tem um fator familiar envolvido) Dieta rica em calorias, gorduras e carboidratos refinados; Obesidade; Tabagismo. Doença inflamatória intestinal (DII): lesão percussora não é um pólipo, mas uma displasia epitelial que surge na parede colonica. Doença de Crhohn e Retocolite são fatores de risco. Câncer Colorretal Hereditário Não Polipose (CCHNP) ou Síndrome de Lynch Diabetes mellitus tipo 2 e acromegalia; Uterossigmoidostomia; Endocardite infecciosa por Streptococcus bovis; Colecistectomia (aumenta risco de ca de cólon direito); Radioterapia. FATORES PROTETORES Consumo de frutas e vegetais; Exercícios físicos e controle da obesidade; Uso de AINEs e Aspirinas. PREVENÇÃO E RASTREAMENTO RASTREAR EM PACIENTES QUE NÃO TEM HISTÓRIA FAMILIAR: Deve ser iniciado a partir dos 50 anos de idade e terminando por volta dos 75 até, no máximo, 85 anos. Principais métodos que podem ser utilizados: o Colonoscopia a cada 10 anos (mais sensível para identificar pólipos e cânceres colorretais); o Colonoscopia virtual a cada 5 anos (TC que reproduz a imagem típica de como seria a colonoscopia no paciente); o Retossigmoidoscopia a cada 5 anos (detecta 60-70% de todos os cânceres colorretais, pois alcança até 60 cm do ânus (Até a flexura esplênica). O encontro de adenoma ou carcinoma é indicação absoluta de colonoscopia, para procurar lesões sincrônicas. o Pacientes que não podem ou não queiram realizar: Presença de sangue oculto nas fezes indica realização de colonoscopia. RASTREAMENTO EM QUEM APRESENTA HISTÓRIAFAMILIAR DE CÂNCER Se houver: Doença antes dos 60 anos de idade; E/OU 2 parentes de primeiro grau acometidos; Deve-se realizar colonoscopia aos 40 anos ou em idade de dez anos inferior à idade em que o parente mais jovem teve o câncer diagnosticado. Deve se repetir a colonoscopia a cada 5 ANOS. Se o parente apresentar a doença após os 60 anos, não precisa fazer essa estratégica, sendo o rastreamento o mesmo para a população em geral (há controvérsias). PATOLOGIA E PATOGENIA Adenocarcinomas colorretais podem ser de 2 tipos: lesões polipoides e lesões anulares constritivas. Polipoide é mais comum no lado direito (ceco e cólon ascendente); Lesão constritiva pode causar sintomas de obstrução e é mais comum no lado esquerdo (cólon descendente, sigmoide e reto). De acordo com algumas estatísticas, aproximadamente 38% das neoplasias colorretais estão localizadas no ceco e cólon ascendente, contra 35% no retossigmoide, 18% no cólon descendente e 18% no cólon transverso. Tumor só é considerado invasivo quando atinge a submucosa, já que a mucosa não possui vasos linfáticos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Nas fases iniciais são ASSINTOMÁTICOS. As principais manifestações são: Sangramento (oculto ou exteriorizado); Dor abdominal; Alteração do hábito intestinal (constipação ou diarreia); Presença de massa abdominal palpável. Mais raros: Emagrecimento (como sintoma inicial); Obstrução mecânica; Perfuração com sinais de peritonite; Ascite; Sinais de metástase hepática; Fístulas. CÓLON ESQUERDO (DESCENDENTE E SIGMÓIDE) Predomina alteração do hábito intestinal (constipação progressiva, ou constipação alternada com hiperdefecação ou diarreia); Ocorrem devido ao colon esquerdo ser de menor calibre e conter fezes semissólidas ao invés de líquidas. COLON DIREITO (ASCENDENTE, CECO) Predomina sangue oculto nas fezes e a anemia ferropriva; Muitos doentes apresentam perda de peso e febre de origem indeterminada. São altamente sangrantes, mas RARAMENTE causam obstrução do fluxo fecal, devido ao maior calibre do cólon e por conter fezes líquidas. CANCER RETAL Hematoquezia de pequena monta, persistente ou intermitente; Constipação, tenesmo, eliminação de muco podem dominar o curso da doença; DIAGNÓSTICO Anamnese cuidadosa é fundamental: suspeitar em todo paciente (princ. idoso) que desenvolva sangramento retal, dor abdominal, modificação dos hábitos intestinais, emagrecimento e ANEMIA FERROPRIVA. Exame físico: pode evidenciar massa abdominal ou sinais de metástase (como hepatomegalia). O toque retal permite o diagnóstico do câncer de reto distal e pode ser o primeiro indício da doença. O laboratório pode confirmar anemia ferropriva ou revelar alterações das enzimas hepáticas, sugerindo doença metastática. Exames confirmatórios: 1. Retossigmoidoscopia flexível; 2. Clister opaco (enema baritado), com duplo contraste – revela os tumores mais avançados: Sinal da maçã mordida. 3. Colonoscopia (melhor e mais completo) TRATAMENTO Na maioria dos pacientes a cirurgia curativa é possível. Terapia adjuvante com radioterapia e a quimioterapia são uteis. SEGUIMENTO PÓS-OPERATÓRIO (1) Consulta médica e dosagem do CEA a cada 3-6 meses por dois anos, depois, a cada seis meses até completar cinco anos. (2) Colonoscopia após um ano. Se negativa, repetir em três anos e, depois, a cada cinco anos. Se for encontrado algum pólipo, remover e repetir em um ano. (3) Retossigmoidoscopia flexível nos pacientes submetidos à ressecção abdominal baixa para Ca de reto. O exame é realizado após um mês da cirurgia e repetido a cada três meses nos dois primeiros anos. (4) Considerar tomografia de tórax, abdome e pelve anualmente nos pacientes com alto risco de recorrência (tumor indiferenciado ou com invasão de linfáticos/veias).
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