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ENDOCRINOFISIOLOGIA Pâncrea�⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ É uma glândula exócrina e endócrina, que desempenha papel fundamental na digestão e no metabolismo, utilizando e armazenando substrato energético ➔ Exócrina: agrupada em lóbulos (ácinos), dividida por tecido conjuntivo e conectada ao conduto que drena no ducto pancreático e no duodeno: líquido alcalino rico em enzimas digestivas ➔ Endócrina: pequeno grupo de células endócrinas, mergulhado nos ácinos, denominadas de Ilhotas de Langerhans, nas quais predominam células α e β Pâncreas exócrino: ➔ Enzimas digestivas ➔ Bicarbonato de sódio Pâncreas endócrino - Anatomia funcional ➔ A glândula é retroperitoneal, próxima ao duodeno e divida em cabeça, corpo e cauda ➔ O pâncreas contém 1 milhão de ilhotas que perfazem 1% de sua massa e secretam: ◆ Células α: 18 a 20% secretam glucagon ◆ Células β: 73 a 75% secretam insulina e amilina ◆ Células D: 4 a 6% ◆ Células PP: polipeptídeo No interior das ilhotas: ➔ Células β são centrais ➔ Células α estão no dorso ➔ Polipeptídicas na região ventral Circulação ínsulo-acinar portal: ➔ O sangue venoso é drenado na veia porta hepática, ficando o fígado como órgão principal de ação dos hormônios pancreáticos ➔ O suplemento sanguíneo deriva da artéria esplênica e das artérias pancreático duodenal, superior e inferior ➔ O sangue corre do centro para a periferia e por isto as células α e D recebem altas concentrações de insulina das células β ➔ Estas concentrações locais de insulina inibem o glucagon e a somatostatina ➔ Os nervos parassimpático, simpático e sensitivos inervam as ilhotas ➔ Adrenalina estimula o glucagon e hiperglicemia e inibe a insulina Insulina: Estímulo para a síntese: ➔ Glicose: as células betas do pâncreas são os mais importantes sensores de glicose do organismo. O aumento de glicose sanguínea leva a um aumento na secreção de insulina ➔ AA: a ingestão de proteínas causa um aumento transitório dos níveis plasmáticos de AA induzindo a secreção de insulina ➔ Hormônios intestinais: incretinas também estimula a secreção de insulina Constituição da insulina: ➔ Pré-pró insulina > pró insulina > cadeia beta amino terminal; peptideo C; cadeia alfa amino terminal > (endopeptidase) > insulina > receptor ➔ A pró insulina é formada por uma cadeia α e β terminal, ligada ao peptídeo C ➔ O peptídeo C é retirado formando a insulina madura Síntese da insulina: ➔ Retículo endoplasmático - * Pró insulina (Endopeptidase) ➔ Insulina e peptídeo C são armazenados em grânulos, complexo de Golgi, distribuídos pelo citoplasma ➔ 5% grânulos - liberação rápida por exocitose (fase rápida) e 95% de reserva, precisam de translocação Obs: na liberação de insulina, glicose gera ATP que bloqueia canal de K e abre canal de Cálcio com exocitose da insulina ➔ A célula β funciona como sensor de energia, que responde às mudanças nos níveis plasmáticos de substratos energéticos ➔ A célula β possui receptores de glicose e de insulina, podendo regular sua própria liberação de insulina através de mecanismo regulador autócrino de autorregulação ➔ Fatores que influenciam a liberação de insulina pela célula beta em resposta à glicose se ligam a receptores de membrana celular da célula beta ◆ GLP-1 e GIP ↑ resposta insulínica ◆ Somatostatina ↓ resposta insulínica Constituição da insulina: ➔ A insulina é hormônio polipeptídico constituído por duas cadeias α e β (51 AA) unidas por duas pontes dissulfeto ➔ A insulina e o peptídeo C são armazenados no aparelho de Golgi, sendo liberados juntos no citoplasma ➔ A estimulação da célula β leva a exocitose liberando insulina e peptídeo C Síntese e liberação de insulina na célula beta ★ Enzima glicoquinase é o sensor de glicose, ao entrar em contato com a fosforila a glicose (?) ★ A glicose oxidada forma ATP, fecha o canal de K, a célula despolariza abrindo o canal e entra cálcio na célula ★ O aumento do cálcio plasmático estimula a vesícula secretora e ocorre a exocitose Liberação da insulina: ➔ A liberação ocorre em resposta aos níveis de glicose e AA na refeição e hormônios gastrointestinais ➔ A liberação é pulsátil e rítmica. O pico rápido dura 1min ➔ Após 10min inicia a segunda fase e sobre lentamente fazendo um platô 1ª FASE: estimulação transitória da secreção rápida, liberação seguida de declínio, grânulos próximos a membrana. Insulina pré formada 2ª FASE: consiste no aumento gradual da secreção até nível de platô (dura horas). Insulina recém sintetizada 1. Transportador de glicose da cél. pancreática = GLUT2 colocando a glicose para dentro do pâncreas 2. A glicoquinase fosforila a glicose 3. O ATP vem da fosforilação 4. K vai para fora, fechando o canal de K 5. Entra Ca estimulando a vesícula secretora 6. Exocitose da insulina Metabolismo da insulina: ➔ A insulina tem meia vida de 6min, liberada no sangue parte se liga ao receptor e o restante é degradada no fígado (80%), rins e músculo pelas insulinases ➔ O peptídeo C tem meia vida longa e não é degradado pelo rim, sendo usado como índice de capacidade secretor do pâncreas ★ Os sensores de glicose estão presentes no intestino, ilhotas do pâncreas e hipotálamo Transportadores de membrana específicos (GLUT): Na maioria dos tecidos captação da glicose para transportador Glut-2 facilita entrada de glicose no pâncreas GLUT-1: ➔ Níveis elevados nos eritrócitos humanos e nas células endoteliais que revestem o cérebro. ➔ Expresso no músculo esquelético e no tecido adiposo ➔ Captação da glicose pelo músculo esquelético e gordura em condições basais GLUT-2: ➔ Transportador de glicose de baixa afinidade presente nas células beta do pâncreas, no fígado, no intestino e nos rins ➔ Funciona no sistema sensor de glicose e assegura que a captação de glicose pelas células beta do pâncreas e pelos hepatócitos só ocorra quando os níveis circulantes de glicose estiverem elevados GLUT-3: ➔ Nos neurônios ➔ Juntos, o GLUT-1 e GLUT-3 são cruciais para que a glicose possa atravessar a barreira hematoencefálica e penetrar nos neurônios GLUT-4: ➔ Principal transportador responsivo à insulina ➔ Predominante no músculo estriado e no tecido adiposo. As proteínas transportadoras GLUT-4 são sequestradas em vesículas de armazenamento especializadas que permanecem no interior da célula em condições basais GLUT-5: ➔ Espermatozoides e intestino delgado ➔ Transportador de frutose Co-transporte com o íon sódio – SGLT: ➔ Célula intestinal e túbulo proximal renal, fazem recaptação da glicose para o sangue. ➔ Exceção dos hepatócitos, neurônios e hemácias Receptores de insulina: ➔ Receptor de membrana composto de duas subunidades α e β ligadas por ponte dissulfeto ➔ A cadeia α é extracelular onde se liga a insulina ➔ A cadeia β na porção intracelular ativa a via tirosina quinase gerando várias proteínas conhecidas como IRS (substrato receptor de insulina) Substratos dos receptores de insulina: ➔ Via PI3, cinase → mediação de efeitos metabólicos da insulina ➔ Via MAPK → via proliferativa GH like: o bloqueio farmacológico dessa via previne a ação da insulina no crescimento celular, mas não tem efeito nas ações metabólicas do hormônio DOWN REGULATION: excesso de insulina reduz seus receptores devido aceleração da degradação intracelular Moduladores dos receptores de insulina: ➔ ↑ Exercício ➔ ↓ Dieta, HC e gorduras ➔ ↓ Insulina ➔ ↓ Obesidade ➔ ↓Cortisol e adrenalina Efeitos fisiológicos da insulina: ➔ A ação resultante de todos os efeitos da insulina no organismo é a redução do nível de glicose sanguíneo, sendo considerado um hormônio hipoglicemiante ➔ Precoce: a insulina medeia cerca de 40% da glicose do corpo, cuja maior parte, 90% ocorre no músculo. O deslocamento para o interior da célula é mediado por proteínas carreadoras ou transportadoras de glicose = GLUT-4 e GLUT-2 ➔ Intermediários: inibe a lipólise, cetogênese, utilização hepática da glicose, armazenamento de glicose e lipídios ➔ Longo prazo: efeitos mitogênicos e promoção de crescimento mediado pela via MAPK No Fígado:➔ Capta glicose e estoca como glicogênio ➔ Inibe a quebra do glicogênio em glicose ➔ Aumenta a enzima glicogênio sintetase ➔ Aumenta a glicoquinase para difusão da glicose o Conversão da glicose em ácidos graxos e TG o Inibe a gluconeogênese No músculo: ➔ Captação de glicose pelo músculo ➔ Estoca glicogênio no músculo ➔ Facilita a entrada de glicose no músculo Tecido Adiposo: ➔ Aumenta a utilização de glicose no corpo e reduz a necessidade de utilização dos ácidos graxos ➔ Promove a síntese de glicerol, que combinado com ácidos graxos forma TG, que é a forma de armazenar gordura ➔ Inibe a quebra de gordura pela lipase e estimula lipase lipoproteica Efeitos mitogênicos e promoção de crescimento: ↑ de insulina: ➔ Aumentam o tônus vascular ➔ Hipertensão ➔ Aterosclerose ➔ Doença cardiovascular ★ Metabolismo do carboidrato: o cérebro é permeável à glicose e não necessita de insulina como vetor Glucagon ➔ Polipeptídio de 20 AA, secretados pela célula α, sintetizado a partir do pró glucagon ➔ O pró glucagon também é expresso em células de outros tecidos, como as enterro-intestinais e no SNC ➔ O pró glucagon no pâncreas se transforma em glucagon e no intestino GLP-1 ➔ A síntese do glucagon é estimulada pela hipoglicemia ➔ GLP-1: peptídeo semelhante ao glucagon 1, estimulada pelo aumento de glicose na luz do intestino. Estimula a ação da insulina nas células β e inibe o glucagon. Promove dilatação gástrica e redução do apetite ➔ Refeições ricas em carboidratos inibem o glucagon ➔ Somatostatina inibe o glucagon ➔ Adrenalina e cortisol estimulam o glucagon Efeitos do glucagon: ➔ Fígado ↔ Tecido adiposo ➔ Gliconeogênese; Glicogenólise = hiperglicemiante Receptores de glucagon: tipo de proteína G ➔ Fígado ➔ Células beta ➔ Cérebro ➔ Estômago ➔ Adrenal Somatostatina: ➔ SNC e pâncreas: ➜ Peptídeo de 14 AA, secretados pelas células D do pâncreas ➜ Inibe a insulina e glicose ➜ Reduz o GH Polipeptídeo pancreático: ➔ Pertence à família dos neuropeptídios Y ➔ É produzido pelas células F, localizadas na periferia das ilhotas ➔ Liberado na hipoglicemia e após exercício • Atravessa a barreira hematoencefálica e tem relação com o aumento do apetite Amilina ➔ É um polipeptídio pancreático de 37 AA, pertencente à família da calcitonina ➔ Age como a insulina na regulação da glicemia e suprime o glucagon ➔ É a primeira a ser afetada antes do diabetes aparecer Hipofunção do pâncreas - Diabetes: ➔ Glicemia de jejum > 126mg/dl ou 200mg/dl em qualquer horário ➔ Sintomas: ➜ Poliúria ➜ Polidipsia ➜ Polifagia ➜ Perda de peso ➜ Sede com aumento do número de micções e volume urinário ➜ Baixa imunidade ➜ Coceira no corpo ➜ Vermelhidão na face ➜ Desidratação Resistência insulínica: ➔ Ocorre incapacidade dos tecidos periféricos de responderem a concentrações normais de insulina ➔ Em geral precede o diabetes em anos com um aumento de produção de insulina ➔ Estafa do pâncreas parcial e total após algum tempo levando ao diabetes Tipos de diabetes: ➔ Tipo 1: autoimune, resulta da perda das células beta e pode evoluir com cetoacidose, desidratação e coma. Ocorre com maior frequência em crianças e apresentam anticorpos contra o pâncreas. ➔ Tipo 2: deficiência parcial de insulina geralmente em adultos após período de resistência insulínica por obesidade ou decorrentes de outros fatores que levam falência pancreática. ➔ Outros: LADA, MODY, gestacional Hiperfunção do pâncreas - Insulinoma: ➔ Tumor produtor de insulina que levam a episódios de hipoglicemia, sudorese, palpitações e desmaios Síndrome plurimetabólica - Situações clínicas com resistência insulínica ➔ Obesidade ➔ Hipertensão ➔ Esteatose hepática ➔ Hiperuricemia ➔ Síndrome do ovário policístico ➔ Acantose nigrans ➔ Síndrome lipoatrofias, HIV, familiar de Dunning Fisiopatologia da resistência insulínica - PI-3 quinase X > MAPK ➔ SNC: diminui saciedade e diminui estimulação da leptina (obesidade) ➔ Músculo: diminui a captação de glicose ➔ Fígado: aumenta neoglicogênese e aumenta triglicerídeos esteatose hepática ➔ Endotélio: diminui óxido nítrico, redução da vasodilatação (hipertensão) ➔ Ação proliferativa: alcantose nigrans, neoplasia, obesidade e câncer Casos clínicos 1. Paciente R.L ,12 anos com queixa de poliúria, polidipsia e polifagia. Estava obeso e perdeu 10 kg apos a morte da mãe, está ansioso, deprimido. O que você pensaria em princípio como possível(s) diagnóstico(s)? 2. Paciente M.N com episódio de suor frio, tontura e desmaio. Foi internada e observou- se que durante as crises que ocorriam após as refeições e as glicemias eram muito baixas. Havia a suspeita de hipoglicemia por insulinoma H P: diagnóstico de bipolaridade uso de lítio HF : marido diabético em crise conjugal. O que faremos ?
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