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Metodologia PBL
A metodologia PBL ou ABP surgiu como alternativa ao modelo de aprendizagem tradicional, inicialmente foi implantado para suprir a defasagem na prática médica dos alunos da Universidade McMaster. Essa metodologia tem por base a aprendizagem baseada na busca de problemas, em que a sala de aula é totalmente interativa, os alunos formam grupos de discussão e o professor atua como tutor guiando as discussões. Assim, estratégias e linhas de pensamento dão construídas durante a aula, a interação dos alunos entre si e com o professor é favorecida, além de estimular o aprendizado autodidata, o contato do aluno com ambientes de pesquisa, entre outros. Já no método de aprendizagem tradicional, o conhecimento é passado e forma passiva, em que na sala de aula o professor atua como transmissor de informações e o aluno não encontra tantos espaços para críticas e discussões. A necessidade de mudança do método tradicional para o PBL veio com a mudança do cenário da saúde mudou, focando na promoção da saúde e na visão holística e humanizada do atendimento e ao se considerar dois fatores decisivos: a transição demográfica do país e a tripla carga de doenças (crônicas, infecciosas e por violência externa). Assim, justifica-se a mudança inserindo a ABP no ensino médico estimulando o aluno a desenvolver habilidades práticas e comunicativas, pensamento crítico e postura investigativa. Outros benefícios são também a interação entre tutor-aluno e aluno-aluno e interdisciplinaridade. A transição de métodos, apesar de benéfica enfrenta desafios quando os integrantes não estão abertos à nova experiência, esse debate é longo e há mais de 30 anos vem sendo implementado, avaliado, criticado e defendido.
Modelos:
Biomédico: influenciado por Descartes, o corpo era uma máquina, a saúde era um relógio em perfeito funcionamento e a doença era como um relógio desajustado. Baseado em química e física, sem espaços para as ciências sociais, e saúde mental. Supervalorização das especializações pela segmentação do estudo.
Flexneriano: destaca a busca da excelência na formação médica e da racionalidade científica, ênfase na anatomia, estudando segmentos do corpo humano (daí vem as múltiplas especialidades médicas). Considera o corpo humano como uma máquina, com foco no indivíduo, hospitalocêntrico. A prática no estudo era essencial.
Integralista: baseado na medicina preventiva, em que a identificação dos determinantes da saúde vai além dos aspectos biológicos, mas também no estilo de vida do indivíduo e no ambiente em que ele se insere. Considera questões sociais, econômicas e culturais, com formação interdisciplinar. Formação geral, humanista, crítico e reflexivo, com ações voltadas para a saúde, cidadania e atuação em equipe.
Modelo flexneriano para Modelo Integralista
O modelo flexneriano, baseado no Relatório de Flexner, destaca a busca pela excelência na formação médica e na racionalidade científica, com ênfase na anatomia, busca pela especialização/fragmentação, considera o corpo como uma máquina, com foco no indivíduo. É um modelo hospitalocêntrico e mecanicista. 
Já o modelo integralista visa a prevenção de doenças e promoção da saúde. Os determinantes da doença vão além dos aspectos biológicos, pois envolvem também o estilo de vida do indivíduo e no ambiente em que este se insere, considerando questões sociais, econômicas, culturais, formação geral, atendimento humanizado, crítico e reflexivo. As ações neste modelo são voltadas para a saúde, cidadania e atuação em equipe. 
Hipócrates 
Hipócrates de Cós, considerado o pai da Medicina, viveu na Grécia Antiga e foi de extrema importância para a educação e a prática médica. O filósofo rejeitou explicações místicas e supersticiosas para os problemas de saúde que assolavam o mundo grego e em seus estudos procurou explicações racionais e objetivas (possíveis de controle e manipulação) para os problemas de saúde, mesmo naquela época a dissecação do corpo sendo proibida. Foi a partir de Hipócrates que a medicina se tornou uma disciplina independente (separada da religião), estabeleceu ainda que a causa da maioria das doenças seriam fatores climáticos, hábitos alimentares e hábitos cotidianos no processo saúde-doença. Contribuiu também para o que se conhece hoje como medicina baseada em evidências e no atendimento mais humanizado do médico. Não menos importante, acreditava que após tratar os pacientes, o médico deveria orientar sobre o equilíbrio emocional e estilo de vida saudável.
Escolas Médicas
Medicina e religião estiveram ligadas desde a Antiguidade, por exemplo a medicina egípcia e os processos de mumificação (preservavam-se os corpos pois acreditavam no retorno à vida após a morte), utilização de drogas, pomadas, poções mágicas e cirurgias superficiais. 
Pode-se dizer que a primeira escola médica foi criada no Iraque, em 931, quando as autoridades promoveram em Bagdá o primeiro exame público para credenciamento dos médicos em exercício. Contudo, a medicina só foi institucionalizada na Idade Média, pós fundação da Escola Médica de Salerno (1074) por Constantino. Cem anos depois o Edito de Nelfi tornou obrigatório um exame oficial para o exercício da medicina. Pós criação da escola de Nápoles, o prestigio da escola de Salerno decaiu.
No Brasil, a primeira escola médica foi criada em fevereiro de 1808 (ano da chegada da Família Real no Brasil) e logo após, a do Rio de Janeiro. Em 1815 com a elevação do Brasil a categoria de reino surge os institutos de pesquisa Manguinhos, Bacteriológico e Butantã e sobressaem-se pesquisadores como Osvaldo Cruz, Carlos Chagas, etc. Outras ações como saneamento básico, ensino especializado e prática médico cirúrgica também se destacam. A terceira faculdade de medicina foi criada em 1897, em Porto Alegre. 
A expansão do ensino médico no Brasil ocorreu para todas as profissões na década de 60, visando o desenvolvimento da educação no ensino superior. A área da saúde foi ainda impulsionada pelo boom populacional, pela industrialização e pela urbanização. A Constituição Federal de 1988 conferiu também ao ensino médico a condição de fator no processo de implantação do SUS. Atualmente, existem várias iniciativas para a fomentação e manutenção das escolas médicas pelo Brasil, mas questões econômicas, políticas e sociais influenciam nas mesmas.
As normas do ensino médico no Brasil são viabilizadas pelo MEC através do Plano Nacional de Educação. Atualmente, uma portaria congelou novas aberturas de cursos de Medicina no país.
Mais médicos e Médicos pelo Brasil 
O Programa Mais Médicos, de 2013, foi promulgado pela lei 12.871 como medida para combater as desigualdades regionais na área da saúde (dado o Brasil sendo de dimensões continentais), sendo estruturada em três eixos de ação: investimentos na melhoria da infraestrutura da rede de saúde; ampliação e reformas educacionais dos cursos de graduação e residência médica no país; e provimento emergencial de médicos em áreas vulneráveis. Assim, o programa previa a expansão de escolas, que deveria priorizar regiões de saúde com menor relação de vagas de médicos/habitantes e que tivessem estrutura de serviços de saúde em condições de ofertar a prática de qualidade para os alunos. Aptos a participar do programa: brasileiros formados no Brasil; estrangeiros formados fora; brasileiros formados fora; ambos sem necessidade do Revalida.
O Programa Médicos pelo Brasil, foi criado em 2019 para substituir o Programa Mais Médicos com promessa de oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais. A medida provisória que cria o Médicos pelo Brasil, objetiva redirecionar os profissionais aos locais com maior dificuldade de acesso e vulnerabilidade, e formá-los em especialistas de Medicina da Família e Comunidade. O Médicos Pelo Brasil se concentra na atenção primária e continua com foco na interiorização de médicos pelo país, especialmente nas regiões mais vulneráveis e desassistidas. Regiões serão classificadas em: 5 categorias: rurais remotos, rurais adjacentes, intermediários remotos, intermediáriosadjacentes e urbanos. Nesse novo programa só serão admitidos médicos com inscrição nos Conselhos de Medicina, que tenham seus diplomas legalizados - formados em universidades brasileiras ou que tenham feito o revalida caso possua o diploma no exterior. Ambos funcionarão de forma paralela até que os contratos do primeiro modelo estejam todos encerrados.
Relação médico-paciente
A relação médico-paciente (RPM) trata de um vínculo criado espontaneamente no primeiro contato entre ambos e que pode definir o sucesso e o fracasso de um tratamento no processo saúde-doença. Cabe ao médico treinar a habilidade de comunicação e adequá-la a cada atendimento, tendo em vista que cada paciente exigirá um comportamento reativo do médico (alguns pacientes são mais calmos, outros falam mais, outros até mesmo podem mentir ou omitir sintomas). Assim, o médico não deve ser apenas um mecânico de corpos, e o paciente não deve ser reduzido a apenas sua queixa/doença, o médico deve manter a seriedade, o respeito, a forma ética, a autoridade, a boa comunicação e a responsabilidade, não deixando de ouvir, entender, explicar e respeitar o paciente, respeitando também sua autonomia no processo de tratamento. O ideal é que o paciente se conheça e saiba expor suas queixas e sintomas para não se frustrar com os resultados do tratamento adotado, bem como cabe ao médico avaliar toda a situação e explicar estas projeções ao paciente, incluindo o paciente no processo cura/tratamento. É dever do médico não deixar que suas crenças e seus conteúdos de juízo de valor sejam projetados paciente, pois aquele jamais poderá se colocar numa posição de julgador. A relação médico paciente é um dos principais fatores levados em conta na decisão de um paciente processar o médico, mais especificamente a falha na comunicação, existindo ou não um erro médico. Uma boa relação médico-paciente influencia diretamente no diagnóstico mais preciso, maior adesão e continuidade do paciente ao tratamento proposto além de minimizar os riscos de denúncia por erro médico. É dever do profissional exercer a prática médica seguindo os princípios da beneficência, não maleficência, justiça e autonomia, e considerando os princípios da universalidade, equidade e integralidade que permeiam os serviços de saúde. 
Código de ética médica
A prática médica deve ser exercida sempre com base nos princípios da beneficência e não maleficência ao paciente e considerando a verdade como guia. Toda e qualquer conduta (ainda que apenas suspeita) de erro ou negligência deve ser reportado à Comissão de Ética para averiguação dos fatos. Assim sendo, na situação apresentada a conduta profissional foi 
No caso de estudantes, o Código de ética dos Estudantes de Medicina regulamenta muito bem tais situações e discorre sobre os princípios que estabelecem os compromissos e direitos dos estudantes. É vedada ao estudante a prática de atos médicos sem a supervisão médica. Quando sob supervisão, o estudante pode coletar informações do paciente, examiná-lo e escrever receitas (só é validada com o carimbo e assinatura do médico responsável).
Erro médico 
Erro médico é a conduta (omissiva ou comissiva) profissional atípica, irregular ou inadequada, contra o paciente na prática médica, e pode ser caracterizada como imperícia, imprudência ou negligência.
Dano é a lesão que uma pessoa sofre contra a sua vontade, devido ao um certo evento. Não há erro médico sem dano, mas há dano sem erro médico. Existem lesões previstas e esperadas/inesperadas em certos tipos de tratamentos decorrentes do próprio procedimento, por exemplo as cicatrizes cirúrgicas e amputações, que são legitimadas (a lesão seria a única forma de intervir para a cura ou melhora do paciente).
Negligência: conduta omissiva. É o descuido, a falta de zelo, a desatenção, a incúria, o desleixo, o desmazelo, a preguiça. É a omissão involuntária aos deveres que a atividade e as circunstâncias exigem.
Imprudência: agir de forma precipitada e ultrapassar os limites da cautela. Adotar procedimentos arriscados e desnecessários, aventurar-se em procedimentos que desconhece ou para os quais não tivera o treinamento adequado e nem apresenta uma expertise segura. Executar procedimentos arriscados e perigosos sem necessidade, expondo o paciente ao risco de vida.
Imperícia: a falta de preparo, a falta de técnica, a falta de treinamento, a falta de expertise, a incapacidade para o exercício de determinada atividade, determinada técnica, determinado procedimento. É a falta de experiência ou conhecimentos práticos necessários ao exercício de sua atividade profissional. É inabilidade.
O erro médico pode e deve ser denunciado (ainda que seja apenas uma suspeita). Para isso, é preciso encaminhar a denúncia (identificada e escrita) ao CRM com o relato dos fatos, nome do profissional ou instituição, data e local. Pós apresentação da denúncia, é realizada a averiguação dos fatos e a coleta de provas para posterior decisão final.
Testemunha de Jeová
Os adeptos a seita Testemunhas de Jeová não admitem que ninguém da sua família se submeta a transfusão de sangue em intervenções cirúrgica ou para salvar a vida de alguém em circunstâncias especiais. Pra eles, a transfusão de sangue é interpretada como similar ao ato de comer sangue. 
Essa questão torna-se um impasse, mas, de acordo com a literatura, uma doença, mesmo que grave, mas sem perigo imediato ou risco remoto de morte não justifica a intervenção (transfusão). Assim, justifica-se um bem (a liberdade de escolha) para salvar uma vida (bem de maior interesse). Em casos de não emergência o médico deve ter o consentimento escrito do seu paciente ou familiar acerca da intervenção. Caso não aceitem, o médico deve esgotar todas as formas alternativas de tratamento, só podendo fazer a transfusão em caso de perigo iminente de vida. É vedado a coerção para que o paciente autorize o procedimento.
No caso de crianças, a decisão é dos pais ou responsáveis até que a mesma atinja a maioridade (18 anos). Em caso de recusa de transfusão de sangue, o médico deve obedecer ao seu Código de Ética Médica, observando que, se não for o caso de iminente risco de vida, ele deverá respeitar a vontade de seu paciente ou responsável e buscar formas alternativas de tratamento. Se o paciente estiver em iminente risco de vida, o médico deverá praticar a transfusão de sangue, independentemente do consentimento do paciente ou responsável, buscando para isso, intervenção do Ministério Público e, se necessário, reforço policial.
1) em não havendo iminente risco de morte, a vontade do paciente ou de seus responsáveis deve prevalecer; 
2) em havendo iminente risco de morte, o médico deve tomar as providências necessárias para manutenção da vida e da saúde do paciente, independentemente da sua vontade ou da vontade de seus representantes legais, se não houver outro recurso, senão a hemotransfusão, para salvar a sua vida.
No caso de cirurgias de urgência e emergência, se esgotados todos os meios e técnicas alternativas disponíveis no momento do procedimento, e estando o paciente em risco de morte, sendo a hemotransfusão a única alternativa de tratamento possível, o médico anestesiologista está legalmente autorizado a procedê-la, independentemente de tratar-se de paciente menor de idade ou adulto, não necessitando de ratificação pelo paciente ou seu representante legal.
Outros casos e não urgência podem ainda ser resolvidos na justiça, como o exemplo do desembargador permite que testemunha de Jeová abra mão de transfusão. Outro caso foi do hospital que recorreu à justiça para obrigar o paciente a se tratar.
Criação e implementação do SUS
Antes da implementação do SUS, o Estado cuidava praticamente de maneira exclusiva das ações da saúde. Havia alguns poucos hospitais provenientes de instituições filantrópicas, muitas vezes ligadas a igreja, como a Santa Casa de Misericórdia que prestava atendimentos gratuitos a população no geral.
Em 1923 foram criadas as caixas de aposentadoria e pensão que agregavam previdência e assistência em saúde para otrabalhador, já em 1930 essas caixas foram reunidas em categorias, sendo criados os Institutos de Aposentadoria e Pensão, que em 1977 foi transformado em Sistema Nacional de Previdência Social. Dentro desse sistema, existia o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica de Previdência Social) com função de cuidar da saúde de trabalhadores formais e seus dependentes, o custeio vinha dos trabalhadores, das empresas e do Estado. A distribuição dos recursos era feita com base na arrecadação, sendo assim os estados da região sul e sudeste recebiam a maior parcela dos recursos. Houve uma crise de financiamento da previdência e o INAMPS começou a estabelecer convênios com a rede pública de saúde, criando as AIS (ações integradas da saúde). Daí que aos poucos foi sendo criado um projeto de reforma sanitária brasileira. 
Assim, em 1988 com a nova Constituição Federal, a saúde passou a ser direito de todos e dever do Estado. Em 1990 foram criadas as leis orgânicas da saúde, que criaram o Sistema Único de Saúde (SUS). A Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros foi usada como embrião de implantação do SUS.
Constituição Federal e Artigos
A Constituição Federal de 1988 define a saúde como um dos setores que estruturam a seguridade social. Define que é direito de todos e dever do Estado. 
196: A saúde é direito de todos e dever do Estado. O acesso ao sistema de saúde deve ser universal e igualitário, e as ações e serviços devem objetivar a promoção, proteção e recuperação da saúde.
197: Ações e serviços de saúde são de relevância pública e cabe ao Poder Público dispor, regulamentar, controlar e fiscalizar a execução (diretamente ou através de terceiros).
198: As ações e serviços de saúde constituem uma rede hierarquizada e regionalizada organizado baseado nas seguintes diretrizes: descentralização, atendimento integral e participação da comunidade. Institui também as fotnes de recursos utilizados. 
199: A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
200: O SUS deve fiscalizar todo o processo.
Lei 8080
A lei 8080 de 1990 também é conhecida como Lei Orgânica da Saúde, e dispõe principalmente sobre a organização e regulação das ações e serviços de saúde em território nacional.
A saúde é direito fundamental e o Estado deve prover condições indispensáveis (não excluindo o dever das pessoas, família empresas e sociedade). 
Políticas sociais e econômicas devem ser formuladas e executadas visando a redução de doenças ou agravos. 
Alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, educação, transporte, lazer entre outros são fatores condicionantes à saúde.
A iniciativa privada pode complementar o SUS, se desejar.
Discorre sobre vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador e assistência terapêutica. 
Discorre sobre a saúde indígena baseado nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
Princípios:
Universalidade, integralidade e equidade.
Universalidade, Integralidade, Preservação da autonomia, Igualdade, Direito à informação, divulgação de informações, utilização da epidemiologia, participação da comunidade, descentralização, integração, conjugação de recursos, capacidade de resolução e otimização de serviços.
Diretrizes:
Descentralização, regionalização e hierarquização, participação popular, resolutividade, complementariedade do setor privado e intersetorialidade.
Lei 8142
A lei 8142 de 1990 estabelece a participação popular no SUS e dispõe sobre transferências de recursos financeiros na área da saúde. Instituiu os Conselhos e as Conferências. 
Conselhos e Conferências
Conselho de Saúde: Elabora políticas e define metas. Formula estratégias de implementação e execução das políticas, controla e fiscaliza a utilização de recursos. É de caráter deliberativo e permanente, com reuniões mensais. Metade dos componentes devem ser da usuários do SUS.
Conferências da Saúde: Avaliam a situação da saúde e propõe diretrizes. É de caráter consultivo.
Diretrizes Curriculares Nacionais de 2014
Art. 3º O graduado em medicina terá formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da saúdeintegral do ser humano e tendo como transversalidade em sua prática, sempre, a determinação social do processo de saúde e doença.
Art. 7º Na educação em Saúde, o graduando deverá corresponsabilizar-se pela própria formação inicial, continuada e em serviço, autonomia intelectual, responsabilidade social, ao tempo em que se compromete com a formação das futuras gerações de profissionais de saúde, e o estímulo à mobilidade acadêmica e profissional
Níveis de Atenção e Rede de Atenção à Saúde e Decreto 7508
Primário: porta de entrada para os serviços, papel de promover políticas direcionadas tanto à prevenção de doenças como à preservação do bem-estar nas comunidades. Ações organizadas pela esfera municipal, as ações são integradas e contínuas, com programas educativos e de conscientização. Nessa etapa, são marcadas consultas e exames básicos (hemograma, citopatológico, etc.), além poderem ser realizados procedimentos básicos, como curativos, por exemplo. Aqui, a tecnologia disponível não é necessariamente avançada. Presença de médicos da família e clínicos gerais.
Secundário: podem ser realizados procedimentos de intervenção, tratamento de situações crônicas e de doenças agudas. Equipamentos mais sofisticados e mais recursos para alguns exames. Já se pode contar com médicos de áreas especializadas, como Cardiologia, Endocrinologia, Ortopedia ou mesmo Psiquiatria e Oftalmologia. Aqui estão os serviços de urgência e emergência.
Terciário: podem ser realizadas manobras mais invasivas, caso haja necessidade, intervindo em situações nas quais a vida do usuário do serviço está em risco. Tecnologias avançadas e suporte de preservação à vida. Médicos especialistas em áreas que exigem uma formação mais extensiva, como a Neurocirurgia e a Nefrologia Pediátrica
A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde a comunidade. É a porta de entrada para o atendimento do SUS e o centro de comunicação com toda a Rede de Atenção. A APS funciona como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos e é capaz de resolver até 85% da demanda que chega. Possui ainda diversos programas e projetos, como a Estratégia Saúde da Família, Unidades de Saúde da Família, Saúde na hora, etc. O trabalho da atenção primária à saúde começa antes mesmo de as pessoas procurarem um atendimento médico. Ele é realizado também fora dos ambientes de saúde, levando mais informações sobre a relevância de manter a higiene, manutenção de hábitos saudáveis, de proporcionar condições de saneamento básico e fazer a promoção de outros cuidados para que a população consiga se prevenir de doenças. Quando a atenção primária à saúde é realizada da maneira correta, ou seja, seguindo protocolos e cuidados recomendados pela OMS, menores são as chances de a população precisar passar por exames ou internações desnecessárias e, até mesmo, de receber diagnósticos incorretos.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) (poliárquica) são definidas como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas buscam garantir a integralidade do cuidado. O principal objetivo é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar acesso, equidade,eficácia clínica e sanitária e eficiência econômica.
Há relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS). Visa garantir os cuidados primários sobre os problemas mais comuns da comunidade. Exemplos de pontos de atenção: domicílios, unidades básicas de saúde, unidades ambulatoriais, etc. Aqui, há necessidade de atenção básica, atenção psicossocial, vigilância à saúde, serviço de urgência e emergência e atenção ambulatorial e hospitalar.
A necessidade de mudança do modelo de atenção à saúde foi necessária ao se considerar que o primeiro sistema constitui um sistema verticalizado, fragmentado e com distância entre as equipes. Esse modelo piramidal, baseado no paradigma flexneriano não contempla as necessidades atuais do sistema de saúde, surgindo assim a necessidade de implantação de um novo modelo. Esse novo modelo, baseado no paradigma da integralidade, implementa uma rede interligada e organizada que foca na prevenção de doenças e promoção da saúde, além de permitir a humanização do atendimento e garantir que os princípios e diretrizes do SUS sejam implementados.
O Decreto 7508 de 2011 institui a regionalização (Regiões de saúde: atenção básica, atenção psicossocial, vigilância à saúde, serviço de urgência e emergência e atenção ambulatorial e hospitalar), baseado nas macro e microrregiões. 
PPI e PDR
O Plano Diretor de Regionalização (PDR) é parte integrante do Plano de Saúde estadual e tem como função organizar de forma regionalizada e hierarquizada a assistência à saúde, de modo a garantir o acesso da população a todos os níveis de complexidade dos serviços de saúde. Tenta tornar explícito e organizado a rede de serviços e o fluxo coerente dos níveis de atenção. Regionaliza o país em microrregiões e macrorregiões, visando a otimização de recursos, integralidade do cuidado e facilidade de acesso.
A Programação Pactuada e Integrada (PPI) é o instrumento de gestão por meio do qual, com base no Plano Diretor de Regionalização são definidas e quantificadas as ações de saúde para população residente em cada território, bem como efetuados os pactos intergestores para garantia de acesso da população aos serviços de saúde.
Tem por objetivo organizar a rede de serviços, dando transparência aos fluxos estabelecidos e definir, a partir de critério e parâmetros pactuados, os limites financeiros destinados à assistência da população própria e das referências recebidas de outros municípios.
Referência e Contrarreferência
A Referência e a Contrarreferência em Saúde são mecanismos do Sistema Único de Saúde (SUS), que favorecem a troca de informações na rede de atenção, o trânsito do usuário no sistema e a continuidade do cuidado, portanto é considerada uma potente ferramenta que promove a prática integral na saúde. É uma tentativa de organizar o acesso ao sistema secundário de saúde, que tem sido realizado, especialmente, pelos prontos-socorros, visa otimizar o funcionamento do sistema de saúde, proporcionando ao usuário adequado atendimento a partir do conhecimento pregresso do seu estado de saúde e tratamentos passados. Assim, um serviço de saúde informará ao outro a respeito dos procedimentos realizados e as possíveis condutas a serem seguidas.
De acordo com tal sistema, o usuário atendido na unidade básica, quando necessário, é "referenciado" (encaminhado) para uma unidade de maior complexidade, a fim de receber o atendimento de que necessita. Quando finalizado o atendimento dessa necessidade especializada, o mesmo deve ser "contrarreferenciado", ou seja, o profissional deve encaminhar o usuário para a unidade de origem para que a continuidade do atendimento seja feita. A referência e contrarreferência devem ser feitas em formulário próprio da instituição, preenchido pelo profissional de nível superior responsável.

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