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ESTUDO DIRIGIDO: PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU

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ESTUDO DIRIGIDO: PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU
No texto Psicologia das Massas e Análise do Eu, Freud reflete sobre aspectos da
psicologia das massas, argumentando que o indivíduo ganha imenso poder de
associação com um grupo. Consequentemente, ele postula que o indivíduo sente uma
segurança na massa.
Para Freud, há uma continuidade entre a psicologia individual e a social, pois não
é possível pensar o sujeito sem pensar na sua relação com o outro. A relação do sujeito
com o outro ou consigo mesmo (narcisismo) se dá de maneira objetal, à medida que as
relações especiais vão moldando suas ações e valores, de maneira transferencial. “O
contraste entre psicologia individual e psicologia social ou de grupo, que à primeira
vista pode parecer pleno de significação, perde grande parte de sua nitidez quando
examinado mais de perto (…) a psicologia individual (…) é, ao mesmo tempo, também
psicologia social.”. Ou seja, não há oposição entre a psicologia de massas e a individual.
Freud baseia-se bastante na obra de Gustavo Le Bon, que afirma que no fenômeno
da massa, o sujeito se comporta (age, pensa, etc.) diferente do padrão que se
comportaria individualmente. Conceituando massa como sobretudo uma alma coletiva,
podendo ser até composta por indivíduos heterogêneos, mas que o pertencimento a
massa fará os que a ela pertencem se comportar de maneira diferente de como fariam
individualmente, emergindo a alma coletiva em detrimento dos aspectos individuais. A
massa apresenta alguns fenômenos exclusivos que se faz necessário salientar.
A massa é um ser provisório formado por elementos heterogêneos, e para Freud a
essência desta massa é justamente o material que a une. Com a unidade, as
particularidades dos indivíduos desaparecem, fazendo com que a heterogeneidade
submerja à homogeneidade de aspectos.
O autor discorre sobre a sensação de poder/invencibilidade que o pertencimento a
massa proporciona, à medida que tudo aquilo que o indivíduo controlaria em sua vida
particular é perdido com a permissibilidade da massa. Assim, o indivíduo no grupo é
dirigido por seus instintos primitivos, dando vazão para seus desejos mais íntimos sem
quaisquer inibições. O anonimato possibilita essa vazão às pulsões, à medida que o
sujeito possui a sensação ilusória de que estão isentos de suas responsabilidades.
Le Bon possui a teoria do contágio na psicologia em grupo, um fenômeno de
ordem hipnótica, que possui como efeito o sacrifício individual em função da massa,
sendo o hipnotizador correspondente ao líder e o hipnotizado um indivíduo da massa.
Freud critica o fato de Le Bon não se aprofundar na figura do líder.
A massa é tratada como “bomba afetiva”, já que o interesse é partilhado e o afeto
aumentado, porém com o aumento do afeto é diminuída a capacidade intelectual.
Resultando então numa coerção automática das maiorias, gerando intimidação. É
comum então que o líder dê sugestões, exercendo influência absoluta sobre a massa,
sendo dispensado um fundamento lógico.
A libido é tudo aquilo que pode ser atribuído pelo amor, possuindo um caráter
sexual, narcísico (amor destinado a si mesmo), fraternal (amor aos pais, filhos, seres
humanos no geral) ou sublime (amor à ciência). Os laços de amor constituem a essência
da alma coletiva, mantendo a coesão/união da massa, sendo o líder o responsável pela
distribuição deste amor, já que ele que lida com a demanda da massa. O líder é
associado a figura parental. Porém o amor falseia o juízo, gerando na massa uma
espécie de fanatismo, a palavra do líder passa a ser absoluta, o sujeito se torna cada vez
menos exigente. Além disto, a identificação também é uma forma de conectar a massa,
à medida que toma o outro como igual a si. Freud reflete sobre o Exército e a Igreja, que
representam grupos de longo prazo.
O sujeito da massa desce vários degraus na escala da civilização, sendo incapaz de
expressar uma vontade persistente, já que abre mão de seus gostos pessoais, por mais
que sejam afetuosos, em função da manutenção da massa. Sendo assim, ideais opostos
coexistem sem grandes problemas na massa. Portanto, o autor trata da psicologia das
massas de maneira bastante expositivas trazendo várias citações principalmente de Le
Bon para sustentar seu posicionamento.

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