Buscar

Processos Grupais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1- Para a Psicologia, o estudo dos grupos é um dos temas fundamentais, ao ponto de existir um ramo chamado Psicologia Social. A preocupação da Psicologia com o estudo dos grupos pode ser observada na chamada Psicologia das Massas, que tentava compreender fenômenos coletivos. A referência clássica para esta discussão é o francês Gustave Le Bon (1841-1931), que publicou, em 1895, o livro chamado “Psicologia das Massas”. Freud também se preocupou em estudar questões coletivas a partir das ideias de Le Bon, em sua obra “A Psicologia das Massas e a análise do Eu” (1921). 
a) Disserte sobre o pensamento destes dois teóricos, em relação ao estudo das massas, destacando seus principais pontos de divergência. 
Em sua teoria quanto à Psicologia das Massas, Freud afirma que a psicologia individual é também social: uma pessoa só se constitui em comparativo com o outro. O outro indivíduo é um elemento constitutivo do eu. Afirma ainda que o indivíduo na massa volta a assumir a mesma postura de uma criança – comportamento similar ao hipnotizado que sugere um líder, orientando as ações. 
Para Le Bon, sejam quem forem os indivíduos que compõem um grupo, esses tendem a possuir uma mente coletiva que os faz sentir, pensar e agir de maneira muito diferente daquela na qual agiriam individualmente, sentiriam e pensariam. 
Le Bom considera a alteração que o indivíduo experimenta quando num grupo, mas não o elo que é a característica de um grupo. Ele pensa que os dotes particulares dos indivíduos se apagam, e que dessa maneira, sua distintividade se desvanece. O inconsciente racial emerge; o que é heterogêneo submerge no que é homogêneo. As funções inconscientes, que são semelhantes em todos, ficam expostas à vista e os indivíduos de um grupo mostram um caráter médio. Sendo assim, estes indivíduos apresentam novas características: um sentimento de poder invencível, a perda do sentimento de responsabilidade, o contágio que sacrifica o interesse pessoal ao interesse coletivo. Características especiais que são às vezes inteiramente contrárias às apresentadas pelo indivíduo isolado. Le Bon refere-se aos grupos como efêmeros já Freud os relaciona com características revolucionárias. 
O indivíduo passa a ser a massa. Ele perde a sua autonomia, perde a sua individualidade, perde o senso de responsabilidade. Ele passa a agir conforme uma espécie de "psiquismo coletivo". Ele não é mais ele, ele é a multidão. Ganhando anonimato, age conforme um psiquismo que não é o seu, pois não é mais responsável, reinando os impulsos mais baixos, mais animalescos, com baixa capacidade racional sobretudo mais violentos. Pratica ações que sozinho não praticaria. Considera a influência da massa necessariamente negativa, pois produz a regressão do indivíduo à estados primitivos de relações sociais: anula o ego e o iguala com os demais. 
Freud concorda em parte da psicologia de Le Bom: analisava o indivíduo a partir do contexto em que ele vivia. Embora acreditasse que somos singularidade, esta singularidade teria sido criada a partir da convivência com outros. Para Freud, é a noção de libido que permite explicar a coesão das massas, o comportamento do líder político e seus seguidores. Segundo Freud, há tipos de massa: multidões efêmeras e multidões duradouras, multidões homogêneas e multidões não homogêneas, as multidões primitivas e as multidões com alto grau de organização, também chamada de multidões artificiais. 
b) Descreva o automatismo de contágio emocional. 
A exaltação ou intensificação da emoção produzida em cada membro, onde os indivíduos são arrastados por um impulso comum, através do princípio da indução direta da emoção por via da reação simpática primitiva. O indivíduo perde seu poder de crítica e deixa-se deslizar para a mesma emoção do grupo, aumentando a excitação das outras pessoas que produziram esse resultado nele, e assim a carga emocional dos indivíduos se intensifica por interação mútua. 
Segundo Gustave Le Bon, há um automatismo de emoção/contágio emocional quando se está dentro de uma multidão. Significa que está "sob o efeito da multidão", uma alma coletiva, é a transmissão de sentimentos e emoções. Como, por exemplo, em um grupo de torcedores após um jogo de futebol onde ocorre uma briga. Quando a euforia passa e as consequências chegam, muitos se questionam o motivo de ter participado. 
2- A vida cotidiana do indivíduo é marcada pela convivência em grupo. O grupo é uma unidade que se dá quando os indivíduos interagem entre si e compartilham normas e objetivos. Para que possamos viver em grupo, são necessárias certas regras, combinações e acertos. Neste sentido, diferencie os conceitos de instituição e de organização. 
As Instituições são reguladoras e possuem alicerce cultural em suas estruturas e rotinas, possuem administração descentralizada, são uma forma de organização com uma causa direcionada, geralmente possuem longa duração. São provenientes de necessidades sociais, são adaptáveis e receptivas, transcendendo formalidades, regras e objetivos. São reguladas por costumes e valores. Instituição é o conjunto de normas que regem a padronização de um determinado hábito na sociedade e que garantem a sua reprodução. 
As Organizações são conjunto de pessoas unidas em prol de um objetivo comum, liderados por uma pessoa ou grupo, podem possuir administração centralizada ou descentralizada, possuem regras e regulamentos e possuem um ciclo de vida. Podem ser formais ou informais, são reguladas por regras, regulamentos e políticas. 
Ambos são níveis de realidade social, no entanto, a instituição é composta por normas, regras, direitos e deveres, leis e combinações, ele serve como padrão ético de comportamento em geral. Já uma organização, é um conjunto de instituições, um ótimo exemplo seria a própria Universidade Estácio. 
3- O psicólogo americano W. C. Schutz desenvolveu a teoria das necessidades interpessoais. Estas necessidades, segundo ele, são interpessoais no exato sentido de que é apenas em grupo e pelo grupo que elas podem ser satisfeitas adequadamente. Disserte sobre as três necessidades fundamentais destacadas pelo autor, a saber: necessidade de inclusão, necessidade de controle e necessidade de afeição. 
Schultz propôs um método para aperfeiçoar as relações com base na tomada de consciência das próprias necessidades. Conhecendo a nós mesmos, podemos comunicar aos outros nossas expectativas. A autoestima influência nosso comportamento no mundo externo. As nossas atitudes têm reflexos que moldam a autoestima. Diante deste método podemos destacar estas três necessidade, a saber: 
Necessidade de Inclusão: necessidade que experimenta todo novo membro de um grupo em se perceber e em se sentir aceito, integrado, valorizado totalmente por aqueles os quais se junta. É uma maneira do indivíduo verificar seu grau de aceitação, para saber que não é ignorado, isolado ou rejeitado por aqueles que percebe como os preferidos do grupo. É o desejo de todo membro de um grupo, de possuir status positivo e permanente no interior do grupo. Além de querer ter provas de que não é rejeitado ou isolado do grupo, o indivíduo também sente o desejo de se destacar para mostrar-se presente. Como é notável a diferença de um adolescente sozinho para quando dentro de um grupo. 
Necessidade de Controle: Compreende–se no indivíduo se definir para si mesmo suas próprias responsabilidades no grupo e também as de cada um que com ele forma o grupo. É a necessidade que experimenta cada novo membro de se sentir totalmente responsável por aquilo que constitui o grupo: suas estruturas, suas atividades, seus objetivos, seu crescimento, seus progressos. Refere-se às relações de poder, autoridade e influência. É a necessidade de querer o controle do grupo em termos de responsabilidade. O comportamento de controle não implica em destacar-se como na inclusão. Quando o controle é desejado, você solicita ajuda as pessoas, ante de decidir, envolvendo-as antes da tomada de decisão. 
Necessidade de Afeição: É o desejo de ser percebido como insubstituívelno grupo, onde os outros membros não poderiam imaginar o grupo sem ele. Onde o individuo espera ser percebido e aceito totalmente ao grupo pelo ele é, encontrando plena satisfação de solidariedade e de fraternidade que se estabelecem entre eles e os outros membros do grupo. A necessidade do afeto é a necessidade de vínculos emocionais. Os indivíduos querem obter provas de serem totalmente valorizados, insubstituíveis. Querem ser aceitos pelo o que são. Como dependentes, tentam satisfazer essas necessidades de afeto por relações geralmente possessivas. Desejam relações hiperpessoais.

Continue navegando