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PSA ELEVADO E BIÓPSIA DE PRÓSTATA COM ADENOCARCINOMA MARIANA DE OLIVEIRA MACABÚ IDENTIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO O.M.G Sexo masculino 63 anos Preto Casado Reside em Iúna (ES); Natural de Durandé (MG) Lavrador aposentado É tipicamente uma doença de homens com mais de 50 anos de idade Ocorre mais frequentemente em indivíduos pretos MOTIVO DA CONSULTA MOTIVO DA CONSULTA Acompanhamento no ambulatório PSA elevado Biópsia de próstata indicando Adenocarcinoma de próstata (ACP) O PSA é secretado tanto para a luz do ácino na ejaculação, quanto, para o capilar adjacente, ligado a proteínas plasmáticas ou livres, o que permite que ele seja dosado no sangue. Como o PSA é um marcador muito específico da próstata, a medição dos seus níveis séricos é muito usada pra auxiliar o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Em abril de 2014 encaminhado ao HUCAM com dx de Neoplasia de Próstata PSA = 10 ng/mL Toque retal normal Biópsia de próstata ACP As faixas de referêcias superiores de PSA específico para a idade de homens de 60 a 69 anos é de 4,5ng/mL, maior que isso deve ser investigado, mas não é indicativo de câncer Deve ser observado a proporção de PSA livre e PSA ligado a proteínas, no câncer, há menos PSA livre. O screening, com avaliação do PSA normalmente começa aos 50 anos. Mesmo com o toque retal normal, foi realizada uma biópsia de próstata, de acordo com o guideline Deve ter sido feito um acompanhamento, para avaliar a velocidade de crescimento do PSA, a avaliação do PSA livre, enfim, foi decidido realizar a biópsia e foi identificado o adenocarcinoma de próstata HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA Hipotireoidismo Disfunção erétil Relato de asma na infância Nega alergias e outras comorbidades Medicamentos em uso Puran T4 (Levotiroxina), 75mcg A disfunção erétil é citada como um possível sinal do câncer de próstata, porém, é mais provável que esteja relacionada ao hipotireoidismo Já foi constatado que o T3 desempenha um importante papel na proliferação de linhagens celulares de carcinoma prostático (45). Este hormônio estimula a expressão do antígeno específico da próstata, um processo andrógeno dependente, em linhagens celulares de câncer de próstata em humanos HISTÓRIA FAMILIAR HISTÓRIA FAMILIAR Sem informações no prontuário Aqui a história familiar seria importante para saber a predisposição do paciente ao câncer de próstata, porque tendo histórico na família, o risco é maior HISTÓRIA PSICOSSOCIAL HISTÓRIA PSICOSSOCIAL Ex-tabagista parou há 30 anos Nega etilismo EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO Exame Geral BEG; corado; hidratado; anictérico; afebril Exame Genital Pênis sem lesões, meato tópico, testículos tópicos e tróficos Toque retal Sem nódulos EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES COMPLEMENTARES Janeiro de 2019 Biópsia de próstata Adenocarcinoma de Próstata Base direita Gleason 7 (3+4) Lateral direita Gleason 6 (3+3) Ápice direito Gleason 6 (3+3) Base esquerda Gleason 8 (4+4) Lateral esquerda Gleason 7 (4+3) Ápice esquerdo Gleason 6 (3+3) Ele apresenta então grupo 1, gleason 6 Grupo 2, gleason 7 = 3+4 Grupo 3, gleason 7 = 4 +3 Grupo 4, gleason 8 EXAMES COMPLEMENTARES TC de abdome e pelve Ausência de linfonodomegalias Próstata com morfologia habitual Esse exame geralmente não é realizado para câncer de próstata recém-diagnosticado, se a doença estiver confinada à próstata com base em outros achados (resultado do exame de toque retal, do PSA e pontuação de Gleason). Mesmo assim, às vezes pode ser útil para verificar se a doença se disseminou para os linfonodos próximos. EXAMES COMPLEMENTARES TC de tórax Pequeno nódulo calcificado de aspecto residual localizado no segmento basal do lobo inferior do pulmão direito Linfonodos calcificados residuais no hilo pulmonar em correspondência e na cadeia paratraqueal inferior Alterações degenerativas na coluna dorsal escoliose dorsolombar para a direita Nódulo pequeno, calcificado, residual a probabilidade é grande de ser apenas benigno As calcificações linfonoidais resultam frequentemente de infecções granulomatosas curadas, como tuberculose ou Histoplasmose, mas, infelizmente, não temos essas informações no prontuário do paciente EXAMES COMPLEMENTARES Cintilografia Óssea Foco de hipercaptação no 5º arco costal direito, de natureza a esclarecer Pode ser metástase, como pode resultar de algum trauma, pode estar relacionado a atrose, artrite EXAMES COMPLEMENTARES Exames laboratoriais Hemoglobina: 13,7g/dL Plaquetas: 230.000/mm3 Na+: 14 3mmol/L K+: 4,6 mmol/L Ureia: 27 mg/dL Creatinina: 1,3mg/dL TAP: 96,3% PTTK: 30,1 segundos Hemoglobina normal Plaquetas normais Sódio Normal Potássio Normal Ureia normal Creatitina normal TAP Normal –superiora 70% PTTK: 22 a 40 segundos CONDUTA CONDUTA Prostatectomia radical EXAME ANATOMOPATOLÓGICO EXAME ANATOMOPATOLÓGICO Próstata de 42g (peso normal : 20-30g) Adenocarcinoma Acinar Usual Gleason 7 (3+4) ISUP 2 (Adenocarcinoma acinar grupo 2) Componente intraductal ausente Extensão extra-prostática ausente Invasão perineural presente e angiolinfática ausente Neoplasia intraepitelial de alto grau multifocal Margens radial, uretral e vesical livres Linfonodos pélvicos livres Estadiamento Anatomopatológico: pT2pN0 Aqui observamos algumas regiões com nódulos esbranquiçados e ofoscos, em comparação aqui com o parênquima brilhante Adenocarcinoma acinar grupo 2 (ISUP 2): compreende os achados de Gleason 7, sendo que a soma deve ser 3+4. Já começam a apresentar mais anormalidades em relação ao padrão das células comuns do tecido; Carcinoma intraductal (ducto ejaculatório) seria um sinal de mau prognóstico Extensão prostática seria se a neoplasia fosse encontrada na gordura extra-prostática Invasão de nervos presente, mas de vasos ausente T2 = câncer palpável ou visível confinado à próstata (c? envolvimento de ambos os lobos) N0 = ausência de metástase para linfonodos regionais APRESENTAÇÃO HISTOLÓGICA DO ACP Arquitetura na microscopia pequenas glândulas infiltrativas ou grandes ou irregulares glândulas cribiformes ( podem indicar neoplasia prostática intraepithelial) Perda de células basais. As células basais separam as celulas do lumen secretor da membrana basal. Normalmente aparecem como células arredondadas com núcleo pequeno e hipercromático. 3. Atipia nuclear na forma de núcleo engrandecido e/ou nucléolo evidente Criterios menores: Secreções mucinosa’s ácidas (basofílicas) tingidas pelo azul na coloração de alcian blue no ph 2.5. Secreções amorfas rosadas são encontradas em 53-92% dos adenocarcinomas de próstata Figuras mitóticas – são identificadas em cerca de 38% dos adenocarcinomas Cristaloides intraluminais são estruturas eosinofilicas que assumem formas geométricas, como triangulos, hexanos etc. São raramente encontrados eme Gleasons 4 e 5, normalmente ão encontrados em Gleason de 1 a 3 Uma neoplasia intraluminal de alto grau adjancente ao adenocarcinoma Citoplasma anfofílico (se cora tanto pela fucsina (em Vermelho) quanto pelo azul de anilinal no tricrômio de masson Na esquerda, vemos o ACP as glândulas são pequenas, com estrutura mais rígida, mais difícil de ver a luz, aproximação das glândulas, estão mais imprensadas Grau 3 (primeiro mais frequente e também o pior, pois só tem 3) grupo 1 No maior aumento, as glândulas do ACP ainda são reconhecíveis como glândulas, mas são glândulas interanastomosantes, não é possível identificar onde começa uma e onde termina outra, não há nenhum estroma e os núcleos grandes e nucléolos evidentes, sugerindo uma invasividade, ausência de células basais Grau 4 Nucléolos proeminentes são observados nos núcleos desse ACP Esses grandes nucléolos são uma característica típica Note que esse ACP temum gleason maior, pois só são observados algumas poucas luzes glandulares no meio das células neoplásicas ACP pouco diferenciado, com nucléolos proeminentes e figuras mitóticas, ausência de células basais Esse adenocarcinoma é tão pouco diferenciado que nenhuma estrutura glandular é reconhecível, apenas pequenas células infiltrando as camadas Grau 5 Um ácino normal com a dupla camada de células, basal e luminal E aqui a glândula maligna Ampliação da glândula maligna vemos a ausência da camada basal, núcleos aumentados e nucléolos proeminentes, além do citoplasma escuro Essa aproximação das glândulas é o padrão back-to-back É constituído em parte por áreas papilíferas e em parte por glândulas densamente agrupadas, quase sem estroma entre elas, dando o aspecto 'back to back', próprio do adenocarcinoma Gleason 3 + 3 grupo 1 Glandulas separadas bem formadas Gleason 4 + grupo 4 Glandulas fusionadas e cribiformes (aglutinação) Gleason 5 + 5 = 10 Grupo 5 Crescmiento sólido, unificado Uma clara evidência de malignidade é a invasão de tecidos Aqui mostrado na micro temos glândulas malignas de ACP com nucléolos proeminentes. Algumas dessas glandulas cercaram um pequeno nervo periférico Perineural invasion is a hallmark of prostatic carcinoma. In whole prostate glands, perineural invasion can be found in the vast majority of cases with the range in the literature being 84% –94% (Byar and Mostofi 1972; Bostwick 1994). In needle core biopsy, about one-quarter of cases show perineural invasion, although, in a screening population with smaller lower-stage tumors, only 11% of cases had perineural invasion (Bismar et al. 2002). The diagnostic use of perineural invasion is diminished for a limited or minimal amount of carcinoma (,1 mm in greatest dimension) in needle biopsy tissue, because the incidence decreases to as low as 2% in this setting (Epstein 1995; Thorson et al. 1998). The mere presence of prostatic glands immediately adjacent to nerve is not, however, definitively diagnostic of malignancy. Benign prostatic glands can abut or wrap around nerves (Ali and Epstein 2005). One should rely on cytologic features of the epithelial cells around a nerve to distinguish benign from malignant perineural epithelium Neoplasia intraepitelial prostática, é dada como lesão precursora do adenocarcinoma prostático. Presença de célula basal com mais de uma camada de células Núcleolo visível – pin de alto grau ASPECTO PSICOSSOCIAL ASPECTO PSICOSSOCIAL Risco de complicações Incontinência urinária Disfunção erétil Ansiedade, depressão, baixa da autoestima Incerteza de como lidar com mudanças físicas e sociais Assim como em todo procedimento cirúrgico, na PR existe o risco de complicações, mesmo que temporariamente, o que pode interferir de forma negativa na Qualidade de Vida (QV) destes pacientes. Tais complicações podem ser imediatas ou a longo prazo, como a Incontinência Urinária (IU) e a Disfunção Erétil (DE).(7) Ambas as complicações podem gerar efeitos negativos na vida dos pacientes submetidos a PR, os quais, por consequência, podem apresentar alterações psicossociais, tais como a presença de ansiedade e depressão(8) e baixa da autoestima,(9) fatores estes que acarretam em alterações na QV destes homens.(10) Pressupõe-se que estas alterações sejam resultado de um sentimento de incerteza em como lidar com as mudanças físicas e sociais decorrentes de consequências do tratamento. MONITORAMENTO PÓS-OPERATÓRIO E CONDUTAS MONITORAMENTO DO PSA E CONDUTA Monitoramento do PSA pós-operatório 05/03/2020 0.064 ng/mL 21/07/2020 e 03/08/2020 0,12 ng/mL 04/09/2020 0,11 ng/mL 04/12/2020 0,15 ng/mL 04/03/2021 0,16 ng/mL Conduta Realizar PSA Total em 3 meses REFERÊNCIAS https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002019000200169 https://webpath.med.utah.edu/MALEHTML/MALE116.html Livro: Bases patológicas das doenças - Robbins & Cotran – cap. 21 https://drpaulomaron.com.br/adenocarcinoma-acinar-usual/ https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/141257/ISSN0102-5716-2012-19-03-294-302.pdf?sequence=1&isAllowed=y http://www.oncoguia.org.br/conteudo/exames-de-imagem-para-cancer-de-prostata/1203/289/ http://www.simmedicina.com.br/exames-de-sangue-conheca-os-exames-laboratoriais-mais-comuns/ http://www1.inca.gov.br/rbc/n_53/v02/pdf/revisao3.pdf https://rvmais.iweventos.com.br/temas/urooncologia2018/arquivos/palestras/01-03/plenaria/08h25%20Renee%20Zon%20Filippi.pdf Histopathology of Prostate Cancer Peter A. Humphrey Department of Pathology, Yale University School of Medicine, New Haven, Connecticut 064 OBRIGADA
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