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28/07/2021 Processo Penal Prof. Carlos Eduardo Imaizumi carlos.imaizumi@docente.unip.br Matérias • Investigação Preliminar • Ação Penal • Competência • Sujeitos Processuais • Questões e processos incidentes 1 2 28/07/2021 LIDE PENAL Estado - Ius Puniendi e Ius Persequendi X Indivíduo - Ius Libertatis Persecução Penal – Persecutio Criminis • Praticado o fato delituoso “o direito/dever de punir do Estado sai de sua abstração hipotética e potencial (ius puniendi in abstrato) para buscar existência concreta e efetiva (ius puniendi in concreto). • A aparição do delito faz com que o Estado se movimente (persecutio criminis) visando a satisfação de sua pretensão. 3 4 28/07/2021 Persecução Penal • Persecutio criminis: o caminho percorrido pelo Estado-Administração visando a aplicação da uma pena ou medida de segurança àquele que cometeu uma infração penal. • 02 fases: - 1) Investigação criminal -2) Ação Penal Persecução Penal - Fases • 1ª fase – investigação preliminar – investiga-se a notícia da infração penal visando verificar a sua real ocorrência e quem seria o seu autor (art. 4º, caput, do CPP). Objetivo: fornecer elementos ao órgão acusador para a análise da notícia criminal e, se for o caso, tomar providências, seja realizando acordos, seja dando início a ação penal (formação opinio delicti). • 2ª fase – ação penal – o órgão acusador, em regra, o Ministério Público ou a vítima (dependendo da titularidade), ingressam com ação penal. Aqui devem se fazerem presentes o contraditório e a ampla defesa. 5 6 28/07/2021 Infração Penal Investigação Preliminar Ação Penal 1ª Fase – Investigação Preliminar – Fase Administrativa Multiplicidade de órgãos • Poder Legislativo – C.P.I. - Art. 58, § 3º da CF - Lei nº 10.001/2000 – suas conclusões são remetidas ao MP ou outras Autoridades, que deverão dar respostas em 30 dias. • Autoridades Militares – IPM – Artigo 8º do CPM – crimes militares, presididos por oficiais de carreira. • Ministério Público – Inquérito Civil – Lei 7.347/85 e P.I.C. – Resolução nº 181/2017 – CNMP. • Investigação defensiva – provimento 188/2018 e previsão no art. 13 do projeto do novo CPP 7 8 28/07/2021 1ª Fase – Investigação Preliminar – Fase Administrativa • Polícia Judiciária – Inquérito Policial -. Procedimento a cargo da Polícia Civil – Polícia Estadual (crimes estaduais) e Polícia Federal (crimes de competência da Justiça Federal) - art. 4º do CPP. CF – artigo 144, § 4º. • Termo circunstanciado – Lei 9.099/95 – meio de investigação de infrações de menor potencial ofensivo. Polícia – politia - polis • Polícia: conjunto de serviços organizados pela Administração Pública para assegurar a ordem pública e garantir a integridade física e moral das pessoas, mediante limitações impostas à atividade pessoal. Administrativa/Preventiva • Espécies Judiciária/repressiva 9 10 28/07/2021 Polícias Judiciária e Administrativa • Polícia Judiciária/Polícia Civil (Estadual e Federal). Estruturada em carreira (bacharel em direito, concursados e tratamento protocolar semelhantes das demais carreiras jurídicas)– Art. 3º da Lei nº 12.830/13. • Funções: Auxiliar o Poder Judiciário e realizar o inquérito policial – art. 144, § 1º e § 4º, da CF. • Polícia Administrativa: Polícias Militares, Rodoviárias, Ferroviárias e Marítimas. • Funções: de prevenção e preservação da ordem. Evitar a prática de infrações penais. Inquérito Policial (Arts. 4º ao 23 do CPP) Conceito: trata-se de um conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação (Ministério Público ou querelante) possa ingressar em juízo ou tomar outra providência relacionada a persecução penal. Autoridade Policial – somente IP?? VPI – Verificação de Procedência de Informações – Art. 5º, § 3º, do CPP. (Informativo n° 580 do STF). Termo Circunstanciado – Infrações de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95. 11 12 28/07/2021 Inquérito Policial – Características Conceituais Procedimento administrativo e Inquisitivo a cargo do Delegado de Polícia (art.2º, §1º, da Lei 12.830/13). Não resulta na imposição de aplicação de uma sanção como resultado imediato das investigações, razão pela qual inexige contraditório e ampla defesa. Exceções: Inquérito para a expulsão de estrangeiro e 14-A CPP. Sigiloso (art.20 do CPP), Escrito (art.9º) e não obrigatório (art.12) Constituído por uma série de diligências cuja finalidade é a obtenção de elementos informativos para o titular da ação penal formar a sua opinio delicti e tomar as providências visando a pretensão punitiva, seja propondo ação penal ou realizando acordos com o possível autor da infração penal. Polícia Judiciária Competência e Atribuição • Competência e Atribuição: art. 4º do CPP – “A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas atribuições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida à mesma função”. Territorial • Critérios Material Em razão da pessoa (vítima) • Não ha nulidade na fase de inquérito por desobediência a atribuição da Autoridade Policial. 13 14 28/07/2021 Finalidade do Inquérito Investigação não é instrução processual. • Objeto da investigação obtenção de dados informativos para que o órgão da acusação verifique ser viável ou não a ação penal ou A.N.P.P.. Nos termos do art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.830/13 - apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. • Duas acepções: • oportunizar a responsabilização de quem contribui para o crime • Evitar que inocentes sejam alocados no polo passivo de demanda penal. • Ainda serve para dar justa causa (lastro indiciário) para medidas cautelares durante o processo penal. Finalidade do Inquérito • É importante verificar que a prova vertida para o inquérito policial não tem por finalidade o convencimento do juiz. • Art. 155 do CPP: O juiz formará sua convicção da livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 15 16 28/07/2021 Valor probatório do Inquérito Policial – Art. 155 do CPP Exceções Provas cautelares: risco de desaparecimento da prova. Ex: busca e apreensão/interceptações. Contraditório diferido. Não repetíveis: uma vez produzida, não tem como ser repetida. Ex. laudos periciais. Contraditório diferido Antecipadas: produzidas antes do momento oportuno, em razão da urgência e relevância. Ex. oitivas de testemunhas com risco de morte. Contraditório real. Destinatários • Destinatários imediatos são o Ministério Público, titular da ação penal pública e o ofendido, titular da ação penal privada. • Destinatário mediato é o juiz de garantias - utilizará dos elementos de informação para o recebimento da peça inicial acusatória e formação do seu convencimento quanto à necessidade de decretação de medidas cautelares, dentre elas a prisão preventiva. 17 18 28/07/2021 Características • Escrito (art.9º) – podem ser utilizadas as novas ferramentas de perpetuação dos elementos (gravação, estenotipia, etc.). • Sigiloso (art. 20 e parágrafo único) – Imprensa/Público em geral, MP e advogados - acesso (Súmula 14 do STF). • Inquisitivo e discricionário (Art.14 do CPP e 2, §2º, da 12.830/13). • Oficialidade e Autoritariedade – Art. 144, § 4º da CF c.c. art.2º, §1º, Lei 12.830/13. Características • Oficiosidade • Indisponibilidade (art.17) – A Autoridade Policial não pode arquivar o IP. Mas, ele tem poder para analisar se é o caso ou não de instaurar (art. 5º, § 2º, do CPP). • Dispensabilidade do inquérito – Arts.12; 27; 39, §5º; 46 §1º, todos do CPP. A ação penal pode ser proposta sem o inquérito policial. 19 2028/07/2021 Prazos para conclusão Regra Geral • Polícia Civil Estadual - Artigo 10 do CPP - prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou preventivamente, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela”. Prorrogações • § 3º do Art.10 – Investigado solto – sem problemas – atenção com a prescrição. • Artigo 3, § 2º, - Investigado preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Previsão trazida pela Lei nº 13.964/19 – Eficácia Suspensa – ADI 6298/DF). Prazos Hipótese Indiciado Preso Indiciado solto Regra Geral – CPP (art. 10, caput, c/c art. 3º-B, § 2º, do CPP). 10 dias (+ 15) 30 dias + Prorrogáveis Inquérito Policial Federal 15 dias (+ 15) 30 dias Inquérito Policial Militar 20 dias 40 dias (+ 20) Lei de Drogas - (Lei nº 11.343/2006) 30 dias (+ 30) 90 dias (+ 90) 21 22 28/07/2021 Contraditório e ampla defesa no inquérito • Não são exigidos no inquérito policial por se tratar de procedimento administrativo de natureza inquisitória e informativa. Vide art.14 do CPP • Exceções - inquérito instaurado a pedido do ministro da justiça, visando à expulsão de estrangeiro (lei nº 6.815/1980) e investigação em relação a agentes de segurança pública e das forças armadas em investigação criminal – 14-A do CPP. Participação do Ministério Público no inquérito Quem preside o inquérito policial é o delegado de polícia. O controle externo do MP, previsto no artigo 129, VII, da CF, não altera a presidência do IP. Contudo, se permite a participação do MP no inquérito, sendo comum a colaboração entre as autoridades policiais e ministeriais, como por exemplo, a formação de forças tarefas – task forces -, ou Promotores designados para acompanhar inquéritos. 23 24 28/07/2021 Participação do advogado no inquérito policial O Art. 7º, da Lei nº8.906/94 assegura: VI, b - ingressar nas dependências da repartição policial (art. 7º, VI, b); XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. Participação do advogado no inquérito policial XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos. Súmula Vinculante 14 -: é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos Elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 25 26 28/07/2021 Participação do advogado no inquérito policial – Artigo 14-A do CPP Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da CF figurarem como investigados em inquéritos policiais demais procedimentos, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, consumado ou tentado, o indiciado poderá constituir defensor. Participação do advogado no inquérito policial – Artigo 14-A do CPP Equívoco - § 1º ao dizer que o investigado será citado, podendo constituir defensor em 48 horas. Necessidade - o § 2º, dispõe que escoado o prazo, sem nomeação de advogado, a autoridade deverá intimar a instituição a que pertence o investigado para, em 48 horas, indicar defensor para a representação do investigado. 27 28 28/07/2021 Participação do advogado no inquérito policial – Artigo 14-A do CPP As disposições se aplicam: • Polícia Federal • Polícia Rodoviária Federal, • Polícia Ferroviária Federal, • Polícia Civil, • Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, • Polícias Penais, Federal, Estadual e Distrital, e • aos servidores vinculados as Forças Armadas, desde que os fatos digam respeito a missões G.L.O.. Notitia Criminis – Notícia do fato criminoso • Notitia criminis de COGNIÇÃO IMEDIATA ou DIRETA (art. 5º, I do CPP) – conhecimento direto da autoridade, pela imprensa ou através de comunicação informal ou anônima (inqualificada/apócrifa) • Notitia criminis de COGNIÇÃO MEDIATA ou INDIRETA (art. 5º, II, do CPP) – requisição do MP, requerimento da vítima, delação, representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça. Provocação de terceiro. • Notitia criminis de COGNIÇÃO COERCITIVA – auto de prisão em flagrante delito. 29 30 28/07/2021 Etapas do Inquérito Policial • Instauração – a partir de uma notitia criminis. • Atos de instrução – providências – Arts. 6º, 7º, 13 e 14 do CPP. • Conclusão – relatório – Art. 10, §§ 1º e 2º, do CPP. Peças Inaugurais do Inquérito Policial Toda instauração deve ser comunicado ao Juiz das Garantias (art.3º, IV, CPP) • Portaria – peça escrita que dá início ao IP. • Auto de prisão em flagrante • Requerimento do Ofendido ou de seu representante legal • Requisição do MP • Representação do Ofendido ou de seu representante legal • Requisição do Ministro da Justiça 31 32 28/07/2021 Diferenças entre REQUISIÇÃO, REQUERIMENTO, COMUNICAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E REQUISIÇÃO DO MJ. • Requisição do MP - crimes de ação pública. Não se pode indeferir a requisição – Art. 5º, inciso II, do CPP. • Requerimento - postulação da vítima ou seu representante para a instauração de IP - Art. 5º, II. Formalidades - art. 5º, § 1º. Se indeferido, recurso ao Chefe de Polícia (art. 5º, § 2º). • Comunicação/Delação - fornecimento de informações feito por qualquer um do povo. É válido nos crimes de ação penal pública incondicionada. Ver art. 301 CPP; art. 5º, §3º CPP. • Representação: crimes de ação penal pública condicionada. A vítima autoriza a tomada de providências. Delatio Criminis Postulatória. • Requisição do MJ: ações penais públicas condicionadas a pedido/requisição do Ministro da Justiça. Providências – Artigos 6º e 7º do CPP • Dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterassem o estado e a conservação das coisas, até a chegada dos peritos. • Apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato, • Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. – Ouvir testemunhas, realizar acareações, requisitar documentos, reprodução simulada dos fatos, etc. • Ouvir o ofendido. 33 34 28/07/2021 Providências • Determinar a realização de exame de corpo de delito • Ouvir o indiciado, ordenando a sua identificação pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes. • Averiguar a vida pregressa do indiciado de forma abrangente • Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Providências Indiciamento • Indiciamento: ato privativo do delegado de polícia (art. 2º, § 6º da Lei 12.830/2013) e fundamentado. Se dá após análise técnico-jurídica do fato, no qual deverá indicar a autoria, materialidade e as circunstâncias do crime. A Autoridade Policial sai do Juízo de probabilidade e passa ao de possibilidade. Pode ser direto ou indireto. Contra tal ato – HC. O MP não está vinculado ao indiciamento ou não quando da ação penal. • O indiciado deverá ser interrogado pela autoridade policial, que poderá, para tanto, conduzi-lo coercitivamente à sua presença, no caso de descumprimento injustificado da intimação (art.260). Constitucionalidade??? 35 3628/07/2021 Providências • Regra geral, a autoridade policial não ´´e obrigada a providenciar advogado. A CF, em seu art. 5º, LXIII, abre a possibilidade para o preso, querendo, entrar em contato com seu advogado. Assim, caso o indiciado constitua defensor, este poderá acompanhá-lo. Curador (art.15 – nova leitura) – somente na hipótese de indiciado inimputável (incidente no IP). • Desindiciamento – não há qualquer impedimento. Pode se dar pela própria Autoridade Policial (revendo a sua decisão) ou por Habeas Corpus (coacto – determinação judicial). • O art. 6º, VIII reproduz como deve ser feito o processo de identificação do indiciado. Porém, a Lei nº 12.037/09 dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal. Lei 12.037/09 – Principais regras • Regra Geral: civilmente identificado não é submetido a criminal (art.1º). • Documentos civis: RG, CTPS, Carteira Profissional ou de identificação profissional, Passaporte, e ainda documentos análogos militares (art.2º). • Exceções: documentos com rasura ou indícios de falsificação ou insuficientes para o seu fim; documentos da mesma pessoa com dados divergentes; necessidade da identificação para investigação, com autorização judicial; pessoas com outros registros e qualificações; má conservação ou expedidos em tempo e locais distantes (art.3º). • Identificação: datiloscópica, fotográfica e genética (art.5º). 37 38 28/07/2021 Providências • Ao inquérito deve ser ainda juntada a sua folha de antecedentes, sendo averiguada a sua vida pregressa, e se for conveniente, procedida a identificação mediante tomada fotográfica. A vida pregressa e os antecedentes são de suma importância ao Magistrado para a fixação da pena. • Ademais, a Lei nº 12037/09, sofreu alteração pela Lei do Pacote Anticrime, que dispôs no artigo 7º-C o Banco nacional Multibiométrico. Outras funções da Polícia Judiciária – Art. 13 do CPP • Fornecer ao juiz as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; • Realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo MP; • Cumprir os mandados de prisão; • Representar acerca da prisão preventiva. 39 40 28/07/2021 Crimes ligados a sequestro e cárcere privado, tráfico de pessoas e de criança ou adolescente para o exterior – Arts.148, 149, 149-A, § 3º do art.158 do CP e 239 do ECA • Ministério Público ou o Delegado de Polícia podem requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos, que deverá ser atendida no prazo de 24 horas (artigo 13-A). • Se necessário o Ministério Público ou o Delegado de Polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (art. 13-B). Encerramento Relatório: peça final na qual a AP relata o que foi apurado no IP, as principais diligências, as testemunhas que não foram localizadas, etc. Não é recomendado juízo de valor, salvo os crimes da Lei nº 11.346/06 para justificar a classificação do crime. Doutrina majoritária – Relatório é descritivo. • Feito o relatório, os autos serão remetidos ao juízo competente, acompanhados dos instrumentos do crime e dos objetos que interessam à prova (art.11), oficiando-se, ainda, ao Instituto de Identificação e Estatística, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos e os dados relativos à infração e ao indiciado (art.23). 41 42 28/07/2021 No Fórum Inquérito de crime de ação penal privada Ofendido Os autos quando remetidos ao Fórum, aguardam o oferecimento de queixa-crime durante o prazo decadencial (Art.19). 06 meses Não há necessidade do ofendido solicitar o arquivamento do Inquérito. Se entender que não há elementos para dar início ao processo, basta deixar escoar o prazo decadencial. Não oferecida a queixa, há a extinção da punibilidade. No Fórum Inquérito de crime de ação penal pública Ministério Público 1) Devolver requisitando NOVAS DILIGÊNCIAS (Art.16). Falta de lastro indiciário. Prisão?!? – incompatibilidade. 2) ORDENAR O ARQUIVAMENTO - (Art.28) a) Falta de pressuposto ou condição para o exercício da ação penal; b) Ausência de justa causa; c) Excludente de ilicitude ou de culpabilidade, salvo a inimputabilidade; d) Causa extintiva da punibilidade. 3) ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL – A.N.P.P. – Art. 28-A. do CPP. 4) DENÚNCIA – INGRESSO DE AÇÃO PENAL – Art.24 do CPP. 43 44 28/07/2021 Arquivamento – Art. 28 – Lei 13.964/19- A Autoridade Policial não determina o arquivamento do IP – Art. 17 do CPP. O arquivamento é função exclusiva do MP. O Promotor de Justiça analisa o caso e verificando a impossibilidade de ingresso de ação penal, ordena o seu arquivamento, comunicando os interessados (vítima, investigado e a AP). Sua decisão deverá ser reanalisada por um órgão superior no próprio MP e a vítima poderá recorrer do arquivamento. Arquivamento • “Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. • § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. • § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.” 45 46 28/07/2021 Arquivamento – Art. 28 – Lei 13.964/19 Homologação pela instância ministerial Âmbito Estadual: art. 10, IX, “d” da Lei nº 8.625, a atribuição compete ao PGJ – Procurador Geral de Justiça. Âmbito Federal: MP federal, bem como do Distrito Federal/Territórios, a competência para confirmar o arquivamento, homologando-o; requisitar diligências; ou requisitar outro Promotor para oferecer a denúncia cabe as CCR - Câmaras de Coordenação e Revisão, nos termos da Lei Complementar nº 75/93. Arquivamento – Art. 28, § 1º – Lei 13.964/19 Recurso § 1º - faculdade conferida à vítima, possibilitando que esta ofereça razões, diante do seu inconformismo, com o arquivamento, no prazo de 30 dias. Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial, melhor dizendo, as razões poderão ser apresentadas, respectivamente pela Advocacia da União; Procuradoria do Estado e Procuradoria do Município. 47 48 28/07/2021 Redação ainda válida Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê- la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Observações • Ato complexo – pedido do Promotor + homologação do Juiz – Poder Judiciário é quem determina o arquivamento. • Não há previsão de recurso por parte da vítima. • Discordância do Juiz – reanálise pelo PGJ (MPE) para ou Câmera de Coordenação e Revisão (MPF) • Concordância – Juiz é obrigado a arquivar. • Discordância – PGJ/PGR denuncia ou designa outro Promotor para denunciar. 49 50 28/07/2021 Coisa Julgada no Arquivamento do IP de acordo com a redação original • Regra geral, não fazcoisa julgada material. Surgindo novas provas, o inquérito policial pode ser reaberto pela Autoridade Policial (art.18 do CPP). Há apenas coisa julgada formal, seguindo a cláusula rebus sic stantibus. • Exceções: o arquivamento fará coisa julgada material, quando arquivado: a) por atipicidade e b) extinção da punibilidade. • Súmula 524 do STF - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. Procedimento investigativo – Juizado Especial – Lei 9.099/95. • Termo circunstanciado – procedimento de investigação simplificado para apurar as infrações de menor potencial ofensivo (crimes com penas máximas não superiores a 02 anos e todas as contravenções penais) – Art. 69 da Lei nº 9.099/95. • Características: Termo de compromisso de comparecimento – não há prisão em flagrante e aplicação de fiança; Simplificação da prova pericial; Envio para o Juizado Especial Criminal - composição e a transação penal. 51 52 28/07/2021 Procedimento investigativo – Juizado Especial – Lei 9.099/95. • Observações: Pode haver instauração de IP, quando houver complexidade do caso ou o autor do fato for desconhecido. Não cabe em casos de violência doméstica contra a mulher (Art. 41 da Lei nº 11.340/06) e em infrações penais militares (art.90-A). Da Ação Penal (Artigos 24 a 62 do CPP) • Conceito: é o direito público subjetivo do Estado-Administração, titular do poder- dever de punir, ou do ofendido de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo, com a consequente satisfação da pretensão punitiva. • Fundamento: artigo 5º, XXXV, da CF, que diz: "A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". 53 54 28/07/2021 Condições da ação Genéricas • Possibilidade jurídica do pedido • Legitimatio ad causam • Interesse para agir • Justa Causa Específicas – Condições de Procedibilidade • Representação do ofendido • Requisição do Ministro da Justiça • Laudo provisório de drogas (Lei 11.343/06 Pressupostos Processuais Requisitos de admissibilidade para o conhecimento de um conflito pelo Poder Judiciário Existência • Subjetivos: um órgão jurisdicional e da capacidade de ser parte (aptidão de ser sujeito processual). • Objetivo: é a própria demanda (ato que instaura um processo, ato de provocação). Validade • Subjetivos: dizem respeito ao juiz (competência e imparcialidade) e às partes (capacidade processual e postulatória). • Objetivos: pressupostos necessários para o correto desenvolvimento do processo, como, por ex., ausência de coisa julgada, litispendência, etc. 55 56 28/07/2021 Classificação das Ações – Titularidade – Art. 100 e 24 do CPP • Quanto a titularidade tem-se que as ações penais são promovidas, em regra geral, pelo Ministério Público, ou, então, pelo ofendido, seus representantes, ou seus sucessores (CADI). • Pretensão Punitiva pertence ao Estado, logo é um órgão estatal quem busca, em juízo, a satisfação desta pretensão. No caso o Ministério Público. • Ofendido – titularidade inicial ou, subsidiária (artigo 5º, LIX, da CF e art. 29 do CPP). Legitimação extraordinária ou substituição processual. Classificação das Ações – Quanto a titularidade Ação Penal Pública Ministério Público Denúncia Ação Penal Privada Ofendido Queixa 57 58 28/07/2021 Classificação à requisição do MJ à representação condicionada incondicionada pública exclusiva subsidiária da púb. personalíssima privada ação penal Ação penal pública (noções gerais e conceito) • Conceito: é a proposta pelo MP, através da denúncia. A ação penal pode ser promovida com base no inquérito policial (regra geral) ou com base em outros documentos escritos, fornecidos por qualquer pessoa (ver artigo 27 do CPP). • Prazo: o MP tem prazo para propor ação penal, caso inerte, a legitimidade passa também ao ofendido - artigo 5º, LIX, da CF e artigo 100, § 3º, do Código Penal, e artigo 29, do CPP (ação penal privada subsidiária da pública). Regra geral – 05 dias - réu preso / 15 dias réu solto – Art.46 59 60 28/07/2021 Ação Penal Pública Incondicionada e Condicionada • Incondicionada: quando o seu exercício não se subordina a qualquer requisito. Pode ser iniciada sem a manifestação de vontade de qualquer pessoa. • Condicionada: exercida também pelo MP, mas só mediante representação (autorização) do ofendido ou requisição (requerimento lastreado em lei) do Ministro da Justiça (art. 100, § 1º, CP). Nesse tipo de ação, as expressões “somente se procede mediante representação”, “somente se procede mediante requisição do Ministro da Justiça” são previstas na lei. São condições de procedibilidade para o exercício da ação. Ação penal pública (noções gerais e conceito) Pública Incondicionada • Espécies Representação da vítima Pública condicionada Requisição do Ministro da Justiça 61 62 28/07/2021 Representação do Ofendido Conceito: é a autorização do ofendido para que a ação penal possa ser iniciada pelo MP, através de denúncia. Inexistindo representação, falta condição específica para a ação penal. Condição de procedibilidade – natureza jurídica. Características: não exige formalidades, deve apenas expressar, de maneira inequívoca, a vontade da vítima de ver seu ofensor processado. Pode ser dirigida ao Ministério Público ou a Autoridade Policial (art. 39 do CPP) e ser escrita (regra) ou oral, a ser reduzida a termo. Representação do Ofendido Ofendido com 18 anos ou capaz – somente ele. Ofendido menor ou incapaz – seus representantes Titular Procurador Morte ou ausência – CADI – art. 24, § 1º Pessoa jurídicas – indicados no estatuto social – art. 37 63 64 28/07/2021 Representação do Ofendido Prazo: artigo 38 do CPP - 06 meses a contar do dia em que a vítima ou seu representante legal veio a tomar ciência de quem é o autor do crime. Destinatários: Juiz? MP e Autoridade Policial. Retratação: segundo o art. 25 do CPP, pode o ofendido retratar-se até o oferecimento da denúncia. Pode haver a retratação da retratação?? Discussão doutrinária. Lei Maria da Penha: retratação somente perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público (art.16 Lei 11.340/06) Requisição do Ministro da Justiça • Conceito: ato político e discricionário pelo qual o Ministro da Justiça autoriza o Ministério Público a propor a ação penal pública nas hipóteses legais. Não tem prazo para o seu oferecimento – prescrição. • Natureza jurídica: condição de procedibilidade. Eficácia objetiva – ofertada em relação a um, vale contra todos. • Destinatário: somente o MP, na pessoa do Procurador Geral. • Incidência: arts 7.º, § 3.º, “b”, e 141, I, c.c. o parágrafo único do art. 145, do CP, e art. 26 da Lei de Segurança Nacional). • Retratação da Requisição: não se admite retratação. 65 66 28/07/2021 Princípios da ação penal pública • Oficialidade: o autor da ação é órgão oficial - MP. • Obrigatoriedade/legalidade – releitura - discricionariedade regrada • Indisponibilidade: está prevista no artigo 42 do CPP. • Autoritariedade: são autoridades públicas os órgãos encarregados da ação penal. • Oficiosidade: os órgãos encarregados agem de ofício. • Intranscendência/pessoalidade: a ação penal somente pode ser proposta contra o autor da infração penal. Ação Penal Privada • Conceito: proposta pelo ofendido ou seu representante. Substituição processual ou legitimação extraordinária. O autor se chama querelante e o réu querelado. A lei especifica - “somente se procede mediante queixa”. Ofendido capaz: ele próprio Ofendido incapaz ou < de 18 anos: representante Titularidade Morte ou ausência do ofendido – art.31. CADI Pessoas Jurídicas – Art. 37. Representantes nos estatutos ou diretores e sócios gerentes. 67 68 28/07/2021 Ação Penal Privada Ação Penal exclusivamente privada Espécies Ação penal privada personalíssima (Art. 236do CP) Ação penal privada subsidiária (Art.29 do CPP) Prazo: 06 meses a partir do conhecimento da autoria. Prazo decadencial Princípios da ação penal privada • Conveniência ou oportunidade: o ofendido tem a faculdade e não o dever de propor a ação penal. • Disponibilidade: ofendido pode desistir ou abandonar a ação penal privada. • Indivisibilidade: o ofendido não é obrigado a entrar com queixa, mas, se o fizer deve interpor contra todos (art. 48 do CPP). • Intranscendência: a ação penal somente pode ser proposta contra o autor da infração penal, não podendo abranger os responsáveis civis. 69 70 28/07/2021 Causas Extintivas da Punibilidade na Ação Penal Privada • Decadência: perda do direito de ação pelo decurso do prazo temporal. Art. 38. • Renúncia: ato unilateral do ofendido que dispõe sobre o exercício do direito de ação. Pode ser expressa (art.50) ou tácita (art.57) e feita um dos autores, estende a todos (art.49). Ocorre antes do processo. • Perdão: ato bilateral e ocorre quando a ação já está proposta. Depende da aceitação por parte do querelado, que se for incapaz e não tiver representante, será feito por curador. Feita a um, estende a todos, com exceção daquele que não o aceitar (art.51). Pode ser processual ou extraprocessual e expresso (art.58) ou tácito (art.57). A aceitação pode ser também expressa ou tácita (art. 58). Causas Extintivas da Punibilidade na Ação Penal Privada • Perempção: a pena imposta ao querelante negligente. • Art.60 do CPP prevê as seguintes hipóteses: I - iniciada a ação, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente; IV – quando o querelante deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; V - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 71 72
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