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direito_legislacao_ADM projeto integrador II(Sec)

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ADMINISTRAÇÃO
PROJETO INTEGRADOR II 
 DIREITO E LEGISLAÇÃO 
 TRIBUTÁRIA
Regina Aparecida Neumann
Sandra Regina Ramos de Oliveira
 
 
1 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 
DIREITO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Ementa: Direito Tributário: Noções, Conceitos, Princípios. Obrigação Tributária. Fato 
Gerador e Sujeitos Ativos e Passivos. Crédito Tributário. Tributos Federais, Estaduais e 
Municipais. Contribuições Especiais e Parafiscais. Tributação na Fonte, Tributação da 
Receita e Tributação do Lucro. 
 
Objetivos: Proporcionar ao acadêmico de Ciências Contábeis conhecimentos 
específicos do Direito Tributário e que serão utilizados no exercício 
profissional futuro. Compreender o estudo tributário em todas as esferas, 
ou seja, união, estados e municípios. Interpretar a questão tributária em 
seus múltiplos aspectos, mediante conhecimentos básicos e gerais da 
legislação pertinente. 
 
MMeettooddoollooggiiaa 
AAddoottaaddaa mmeettooddoollooggiiaa qquuee aalliiaa aa tteeoorriiaa àà pprrááttiiccaa,, pprrooppiicciiaaddaa ppoorr mmeeiioo ddee 
aattiivviiddaaddeess qquuee ppeerrmmiittaamm,, aa ppaarrttiirr ddee eexxeemmppllooss,, aa pprrááttiiccaa ee aass rreefflleexxõõeess ssoobbrree oo 
DDiirreeiittoo ee LLeeggiissllaaççããoo TTrriibbuuttáárriiaa ee sseeuu rreefflleexxoo nnoo rreessuullttaaddoo ddaa ggeessttããoo nnaass oorrggaanniizzaaççõõeess,, 
tteennddoo,, ccoommoo pprriinncciippaall mmeettaa,, ffaazzeerr ccoomm qquuee ooss aalluunnooss sseejjaamm aaggeenntteess aattiivvooss nnoo 
pprroocceessssoo ddee aapprreennddiizzaaggeemm,, oouu sseejjaa,, ppaarrttiicciippeemm ddaass aauullaass ee aattiivviiddaaddeess ccoomm iinntteerreessssee ee 
eennttuussiiaassmmoo.. 
 
AAvvaalliiaaççããoo 
No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, 
entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na avaliação 
presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço 
 
 
2 
 
predeterminados; diferentemente, a avaliação a distância permite que o aluno realize 
as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a necessidade de 
estabelecimento de prazos. 
A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes 
instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 
1) Trabalhos individuais ou a partir da interatividade com seus pares; 
2) Provas bimestrais realizadas presencialmente; 
3) Trabalhos complementares e de pesquisa. 
 
As estratégias de recuperação incluirão: 
1) Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não 
satisfatoriamente dominados pelo aluno; 
2) Elaboração de trabalhos com o objetivo de auxiliar a vivência dos conteúdos. 
 
Bibliografia Básica 
BASTOS. Celso Ribeiro. Curso de direito financeiro e de direito tributário. São 
Paulo: Saraiva 2001. 
MACHADO. Hugo de Brito Curso de direito tributário. São Paulo: Malheiros 
Editores. 2005. 
SANTI. Eurico Marcos Diniz de. Lançamento tributário. São Paulo: M. Limonad. 
2001. 
 
Bibliografia Complementar 
ABREU. Andreia. Gestão Fiscal nas Empresas: principais conceitos tributários e 
sua aplicação. São Paulo: Atlas. 2008. 
CREPALDI. Silvio Aparecido. Planejamento tributário - teoria e prática. São Paulo: 
Saraiva. 2012. 
 
 
3 
 
FABRETTI. Láudio Camargo. Código tributário Nacional Comentado. 8. ed. São 
Paulo: Atlas. 2008. 
NISHIYAMA, Adolfo Mamoru FEDERIGHI. Wanderley José. Direito Tributário. 4. ed. 
São Paulo: Atlas. 2008. 
OLIVEIRA. Gustavo Pedro de. Contabilidade Tributária. 3. ed. São Paulo: Saraiva. 
2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA ............................................................................................................................... 1 
UNIDADE 1 - DIREITO TRIBUTÁRIO: NOÇÕES, CONCEITOS, PRINCÍPIOS. .................................................... 7 
UNIDADE 2 - RECEITAS PÚBLICAS. RECEITAS TRIBUTÁRIAS - P. I. ................................................................ 11 
UNIDADE 3 - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. FATO GERADOR E SUJEITOS ATIVOS E PASSIVOS. .................. 17 
UNIDADE 4 - PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL EM ÂMBITO FEDERAL. .............................................. 23 
UNIDADE 5 - AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE E CREDITO TRIBUTÁRIO. .................................. 28 
UNIDADE 6 - AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE E CREDITO TRIBUTÁRIO - P. II........................... 33 
UNIDADE 7 - AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE E CREDITO TRIBUTÁRIO - P. III. ......................... 38 
UNIDADE 8 - TRIBUTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS E 
PARAFISCAIS - P. I. ............................................................................................................................................... 45 
UNIDADE 9 - TRIBUTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS E 
PARAFISCAIS – P. II. .............................................................................................................................................. 50 
UNIDADE 10 - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO – ITCD. .................................... 55 
UNIDADE 11- IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. .................................................................................................... 60 
UNIDADE 12 - LOCAL DA OPERAÇÃO OU DA PRESTAÇÃO. ........................................................................ 65 
UNIDADE 13 - ALÍQUOTA. ................................................................................................................................. 70 
UNIDADE 14 - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. ................................................................................................... 75 
UNIDADE 15 - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA - P. II. ........................................................................................... 82 
UNIDADE 16 - IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA E OPERAÇÕES NO MERCADO 
FINANCEIRO. ....................................................................................................................................................... 87 
UNIDADE 17 - IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI. ................................................... 91 
UNIDADE 18 - IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI – P. I - E IMPOSTO TERRITORIAL 
RURAL. .................................................................................................................................................................. 95 
UNIDADE 19 - TRIBUTAÇÃO NA FONTE, TRIBUTAÇÃO DA RECEITA E TRIBUTAÇÃO DO LUCRO - P. I. . 101 
UNIDADE 20 - TRIBUTAÇÃO NA FONTE, TRIBUTAÇÃO DA RECEITA E TRIBUTAÇÃO DO LUCRO - P. II. 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da Disciplina 
O estudo da disciplina Direito e Legislação Tributária pode seguir dois 
caminhos: a crítica à voracidade do Estado na busca de receitas tributárias ou a 
análise da regulação do Sistema Tributário Nacional. 
Por se entender que esta disciplina é fundamental para que os futuros 
bacharéis possam compreender os principais aspectos dos impostos de nosso 
sistema jurídico tributário, opta-se por seguir a linha da análise do regime tributário 
brasileiro. 
Componente do ramo geral do Direito cuja composição se apresenta no 
diagrama a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Prezados Alunos 
Para a correta gestão das organizações, o domínio e controle dos impostos 
incidentes sobre a atividade produtiva tornam-se fatores fundamentais para a 
existência e sucesso do gestor das mesmas. 
Essa é a finalidade dessa disciplina: apresentar as ferramentas necessárias para 
que esse objetivo seja plenamente alcançado. 
Bons estudos! 
Profª. Ms. Regina Aparecida Neumann 
Reformulação: Sandra Regina Ramos de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
UNIDADE1 - DIREITO TRIBUTÁRIO: NOÇÕES, CONCEITOS, 
PRINCÍPIOS. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Discorrer sobre a classificação do direito tributário. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
O Direito Tributário é parte do direito financeiro. Este último é o conjunto de 
princípios e normas que rege a arrecadação, a gestão patrimonial e os dispêndios. 
Direito Tributário é parte do direito financeiro que estuda as relações jurídicas 
entre o Estado (fisco) e os particulares (contribuintes), no que diz respeito a 
instituição, arrecadação, fiscalização e extinção do tributo. É direito autônomo, pois 
se rege por princípios e normas próprias. 
Relevante, igualmente, é a finalidade do Direito Tributário. O Direito, de um 
modo geral, tem por finalidade promover o equilíbrio nas relações entre os que têm 
e os que não têm poder. Ou entre os que têm mais e os que têm menos poder. 
Sabido que o Estado é a maior expressão de poder, que se conhece, fácil é concluir 
se que o Direito Tributário tem por finalidade limitar o poder de tributar e proteger o 
cidadão contra abusos desse poder. 
Neste contexto, é possível conceituar o Direito Tributário como o ramo do 
Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições 
tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o 
cidadão contra os abusos de poder. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Denominação do Direito Tributário 
A denominação Direito Tributário tem predominado entre nós, entretanto, 
outras denominações têm sido utilizadas, tais como Direito Financeiro, Direito Fiscal, 
Legislação Tributária. 
 
 
8 
 
Direito Financeiro é disciplina jurídica diversa que, sob certo aspecto, pode ser 
tida como abrangente do Direito Tributário. 
Direito Fiscal é denominação utilizada como sinônimo de Direito Tributário 
talvez por influência do francês Droit Fiscal e do inglês Fiscal Law. 
Considerando a origem da palavra, parece que fiscal designa algo mais amplo, 
abrangendo não apenas os tributos, mas todo o erário, aproximando-se mais do 
Financeiro. 
Legislação Tributária é expressão de abrangência menor. 
É o conjunto de regras jurídicas a respeito de tributos e a relação a eles 
pertinentes. 
Não envolve estudo da aplicação e da interpretação, nem dos exames dos 
julgados, nem o estudo dos princípios jurídicos elaborados pela doutrina. 
Legislação Fiscal, além do defeito apontado relativamente à expressão 
legislação tributária (algo menor), tem ainda o que se mostrou em relação ao Direito 
Fiscal (algo mais amplo). 
O Direito Tributário existe para delimitar o poder de tributar, transformando a 
relação tributária, que antigamente foi uma relação simplesmente de poder, em 
relação jurídica. 
A finalidade essencial do Direito Tributário, portanto, não é a arrecadação do 
tributo, até porque esta sempre aconteceu, e acontece, independente daquele. 
O Direito Tributário surgiu para delimitar o poder de tributar e evitar os 
abusos no exercício deste. 
O Estado e suas Necessidades Públicas 
Estado é a nação, o povo ou a sociedade, politicamente organizada. 
Povo são os habitantes de uma localidade ou região. 
Nação é um povo geralmente fixo num território, ligado por origem, tradição, 
lembranças, costumes, cultura, interesse e aspirações comuns e, em geral, por uma 
língua. 
 
 
9 
 
Sociedade é o conjunto de pessoas que vivem em certas faixas de tempo e 
espaço, unidas pelo sentimento de consciência de vida em grupo. 
O Estado desenvolve atividades políticas, econômicas, sociais, administrativas, 
financeiras, educacionais, policiais, que têm por finalidade regular a vida humana em 
sociedade, por isso a finalidade essencial do Estado é a realização do bem comum. 
O Estado é a organização que objetiva realizar, por meio de seus agentes e 
órgãos, as finalidades que lhe são determinadas pela Constituição. 
Para prover as finalidades que lhe são assinaladas (atividades políticas, 
econômicas, sociais, administrativas, financeiras, educacionais, policiais, que visam 
regular a vida humana em sociedade) pelo Direito Positivo, contribuem os 
particulares com parcelas. 
Os fins da atividade do Estado variam no tempo e no espaço, segundo as 
escolhas políticas feitas para atender as necessidades públicas (aquelas de interesse 
geral providas pelo regime do serviço público). 
Funções do Estado (modos pelos quais o Estado exerce suas atribuições): 
 - Legislativa, executiva e jurisdicional. 
 - Atividades do Estado - internas e externas. 
 - Soberania - característica do Estado como ente nacional. 
Quando o Estado utiliza seu poder impositivo para editar a norma jurídica 
fiscal tem-se uma relação de soberania. Mas, quando a norma incorpora-se ao 
Direito, o próprio Estado se sujeita a ela e a relação jurídica tributária é relação 
obrigacional "ex lege" e não relação de poder. 
A distinção do tipo de relação está no momento da criação de atuação da 
regra jurídica. Para alguns autores a relação tributária não tem o caráter de relação 
jurídica, mas de relação de poder ou de soberania. 
No Estado Federal os Estados-membros não são soberanos. 
Os órgãos supranacionais vêm limitando a soberania. 
Atividade Financeira do Estado 
 
 
10 
 
É o conjunto de atos que o Estado pratica na obtenção, na gestão e na 
aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir seus fins. 
O Estado necessita de “entradas” (dinheiro) suficientes para custear as 
despesas. 
Tais entradas podem ser: 
A. originárias: pela utilização dos bens que o estado possui como qualquer 
outro sujeito privado: 
B. derivadas: prestações patrimoniais impostas aos cidadãos. 
 
 
FONTE: Adaptada pela autora 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
UNIDADE 2 - RECEITAS PÚBLICAS. RECEITAS TRIBUTÁRIAS PARTE I. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Discorrer sobre os Impostos. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Receita é o ingresso de dinheiro aos cofres públicos. Todo ingresso de 
dinheiro chama-se entrada, entretanto, nem toda entrada compõe a Receita do 
Estado. Tem-se: 
a) entradas provisórias: que não estão destinadas a permanecer nos cofres públicos 
(ex. caução); 
b) entradas definitivas: que se realizam por meio da cobrança de tributos e dos 
preços públicos (ex. tarifas) 
Modalidades de Receita 
- Extraordinária - auferidas nas hipóteses de anormalidade (Ex. imposto 
extraordinário), receitas aprovadas e arrecadadas no curso do exercício do 
orçamento; 
- Ordinárias - de entrada regular, periódica, receitas previstas no orçamento; 
- Originária ou facultativa - são oriundas do patrimônio do Estado e se traduzem nos 
preços cobrados; 
- Derivadas ou compulsórias - advêm de constrangimento do patrimônio particular 
(ex. cobrança de tributos); 
- Transferidas - repassadas por outro ente político, que as arrecadou, pelo sistema de 
cobrança de tributos, preços públicos ou tarifas; 
- Gratuita - é aquela que o Fisco arrecada sem nenhuma contrapartida (ex. herança 
jacente); 
- Contratual - que deriva de um ajuste (ex. compra e venda); 
 
 
12 
 
- Obrigatória - é a arrecadada de forma vinculada, obrigatoriamente, como na 
cobrança dos tributos. 
Receitas Tributárias 
São obrigatórias, porque o seu pagamento decorre da lei e não de um 
contrato, ao qual o particular adere voluntariamente. 
Competência 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: 
- Impostos - Receitas que o Estado cobra tendo em vista, unicamente, o interesse 
público da atividade desempenhada pelo Governo; os impostos terão caráter pessoal 
e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. 
- Taxas - Receitas que o Estado cobra em razão do poder de polícia ou pela utilização 
dos serviços públicos, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição; Ex.: 
serviços de justiça, saúde pública, segurança, prestados pelo Governo. As taxas não 
poderão ter base de cálculo própriade impostos. 
- Contribuições de melhoria - decorrentes de obras públicas e que venham a valorizar 
os imóveis vizinhos; Ex.: construção de pontes, estradas, viadutos. 
Além destes tributos, o Estado conta com mais dois tipos de receita: 
- Preços quase privados - são as receitas cobradas pelo Estado, tendo em vista 
exclusivamente o interesse dos particulares na atividade desempenhada pelo 
Governo, sendo o interesse público meramente acidental. Ex.: exploração de ramo 
industrial ou comercial pelo Estado. 
- Preços Públicos - são as receitas cobradas pelo Estado tendo em vista 
principalmente o interesse dos particulares na atividade desempenhada pelo Poder 
Público, e atendendo à existência de um interesse geral e coletivo nessa atividade. 
Ex.: exploração dos Correios e Telégrafos pela União. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
 
13 
 
Normas Tributárias Básicas 
Na ordem econômica brasileira, prevalece a regra da liberdade de iniciativa, 
sendo o exercício da atividade econômica desenvolvido, em grande parte, pelo setor 
privado, o Estado, por sua vez, não desenvolve a atividade econômica no mercado, 
exceto nos casos expressamente previstos na Constituição Federal, quando 
necessário aos imperativos da segurança nacional ou diante de relevante interesse 
coletivo, conforme definido em lei (art. 173 da Constituição Federal, de 5 de outubro 
de 1988). 
Para alcançar seus objetivos, o Estado desenvolve a atividade financeira, 
compreendida como o conjunto de atos que ele pratica na obtenção, na gestão e na 
aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir seus fins. 
O Estado é uma entidade soberana, representando a nação em suas relações 
com outras nações, no plano internacional, e governando todos os indivíduos que se 
encontrem em seu território, no plano interno. 
No exercício de sua soberania, o Estado exige que os indivíduos lhe forneçam 
os recursos de que necessita para desenvolver sua atividade financeira, por meio da 
instituição de tributos. 
É importante observar que, nos dias atuais, a relação tributária entre o Estado 
e os particulares não é uma relação de poder, mas sim uma relação jurídica que 
encontra seus limites fixados na Constituição Federal. 
Tal poder encontra-se limitado pelos princípios tributários gerais e pelas 
imunidades (art. 150 da Constituição). 
O Que é Tributo? 
É uma prestação em dinheiro obrigatória, instituída por lei e cobrada mediante 
atividade do Estado. 
Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, em seu art. 3º: “Tributo é toda 
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
 
 
14 
 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada”. 
Tem-se como principais características de um tributo que: 
a) é sempre devido a um ente público; 
b) sua arrecadação fundamenta-se no poder de império do Estado; 
c) visa à arrecadação de recursos financeiros para o Estado realizar suas tarefas; 
d) é obrigatório; 
e) deve ser pago em moeda nacional ou em valor que nele se exprima; 
f) deve ser previsto em lei; 
g) cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
O que é um Imposto? 
É uma espécie de tributo exigido de acordo com as hipóteses de incidência 
previstas em lei, não vinculado diretamente a nenhuma atividade específica do 
Estado em relação ao contribuinte. 
Assim, a hipótese de incidência do imposto ocorre devido a um 
comportamento do contribuinte ou a uma situação jurídica na qual ele se encontra. 
Neste contexto, imposto é uma quantia em dinheiro paga para o Estado 
brasileiro e aos estados e municípios por pessoas físicas e jurídicas. É um tributo que 
serve para custear parte das despesas de administração e dos investimentos do 
governo em obras de infraestrutura (estradas, portos, aeroportos, entre outros) e 
serviços essenciais à população, como saúde, segurança e educação. 
Pelo Sistema Tributário Nacional vigente após a Constituição Federal de 1988, 
apesar da intenção de ser uma Carta Magna de cunho distributivo entre os entes 
federados, a União ainda permanece como a pessoa política que concentra, 
majoritariamente, a instituição e a arrecadação de tributos. 
Normalmente, a pessoa política fica com o produto da arrecadação de seus 
tributos como meio de prover a manutenção da máquina administrativa e atender às 
necessidades da população. 
 
 
15 
 
Por vezes, porém, a Constituição determina que haja uma partilha entre os 
entes públicos no tocante às receitas tributárias, em nome daquela intenção 
distributiva. 
É o que se verifica nos termos dos artigos 157 a 162 e, ainda, no art. 153, 
parágrafo 5.º, da CF. Antes de se analisar os citados dispositivos, vale repetir algumas 
considerações doutrinárias: 
1) As repartições no ordenamento jurídico se referem a impostos; situação, aliás, 
bastante combatida por Estados e Municípios, já que esses não participam do “bolo” 
que a União está arrecadando a título de contribuições sociais (CPMF, CIDE, COFINS, 
entre outros); 
2) A partilha se verifica sempre do ente “maior” para o ente “menor”; 
3) Classificam-se as repartições em diretas (as previstas nos art. 157 e 158 e, ainda, 
153, parágrafo 5.º) e indiretas, estas quando viabilizadas mediante fundos de 
participação (art. 159, I, a, b e c) ou compensatórios (art. 159, II). Os artigos 157 e 
seguintes da Constituição cuidam do sistema federal de transferências fiscais. 
Existem duas formas de participação de uma pessoa política no produto da 
arrecadação de outra: a direta e a indireta. 
- A forma direta impõe uma relação simples. Exemplo: Os municípios fazem jus a 25% 
(vinte e cinco por cento) do ICMS do estado arrecadado em seus territórios. 
 
 
- A forma indireta põe uma relação complexa: são formados fundos aos quais afluem 
parcelas de receitas de dados impostos. Depois, são rateados entre os partícipes 
beneficiários, segundo critérios legais preestabelecidos. 
 
 
16 
 
A Constituição de 1988 adotou as duas formas ou fórmulas, estabelecendo um 
complicado sistema de transferências fiscais entre as pessoas políticas que convivem 
na Federação. 
Vale observar que esta questão da repartição de receitas fiscais não tem 
absolutamente nenhum nexo com o Direito Tributário. Em verdade são relações 
intergovernamentais, que de modo algum dizem respeito aos contribuintes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
UNIDADE 3 - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. FATO GERADOR E SUJEITOS 
ATIVOS E PASSIVOS. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Trabalhar as perspectivas dos processos tributários. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 Processo Tributário 
Processo tributário consiste no conjunto de atos administrativos e judiciais 
supostamente ordenados, com o objetivo de apurar a obrigação tributária ou 
descumprimento desta, tendentes a dirimir controvérsias entre fisco e contribuintes. 
O processo tributário pode ser dividido em duas espécies: procedimento 
administrativo tributário e processo judicial tributário. 
O procedimento administrativo tributário também é processo, uma vez que 
realizado em contraditório. 
O processo administrativo tributário deve obedecer ao devido processo legal 
(procedural due process), possuindo as seguintes fases: a) instauração; b) instrução; c) 
defesa; d) relatório; e) julgamento. 
 
 
18 
 
 
 
O procedimento administrativo tributário pode ser dividido em (a) preventivo, 
(b) voluntário e (c) contencioso. 
A Constituição Federal de 1988 assegura ao contribuinte o processo 
administrativo fiscal como instrumento de acertamento da relação tributária. O que 
se quer com ela saber é se existem normas, na Constituição Federal de 1988, 
suficientes para a configuração do direito subjetivo do contribuinte, ao processo 
administrativo, como instrumento de acertamento de sua relação com o Estado fisco. 
Em outras palavras, a essa questãoconsiste em saber se o legislador ordinário pode 
suprimir, simplesmente, o processo de acertamento tributário, permitindo que o 
lançamento do tributo se faça unilateralmente, sem participação do sujeito passivo 
da obrigação tributária. 
Assim, o processo administrativo tributário atua como instrumento de atuação 
do direito material e alternativo em matéria tributária que, para cumprir seu papel há 
de ter um trâmite claro, lógico, que atenda aos princípios da ordem jurídica, cuja 
 
 
19 
 
matriz é idêntica à do Judiciário em que o contribuinte tem um espaço de exercício 
de cidadania e que viabiliza a justiça fiscal. 
A opção pela via administrativa é pertinente constitucionalmente e desejável 
pela vantagem de ser atrativa pela gratuidade, dar efeito suspensivo dos recursos e 
garantir a certeza das garantias constitucionais. 
A obrigação tributária resume condições peculiares em relação a outras 
obrigações de natureza civil, o que exige sistematização do processo tributário, 
sendo preciso que haja conectores entre o processo administrativo tributário e o 
judicial, resultando em regras que evitem repetições nas fases administrativa e 
judicial, visando à agilização e mantendo-se as garantias. 
Cabe demonstrar que o processo tributário tem que ser estruturado segundo 
os princípios constitucionais, mas com uma vinculação em relação a outros princípios 
processuais que atendem à natureza dessa relação obrigacional tributária e com a 
necessária conexão entre o processo judicial e o administrativo. 
A obtenção da verdade material que impende sobre a Administração judicante 
é consequência da legalidade tributária e tem natureza constitucional, para cuja 
estrutura processual é indispensável o princípio inquisitório. 
Procedimento Contencioso Administrativo 
É facultada ao contribuinte a possibilidade de discutir a legalidade ou a 
legitimidade do lançamento no âmbito administrativo, a princípio. Esta faculdade 
garantida ao contribuinte que achar-se injustiçado é denominada de contencioso 
administrativo. 
O procedimento administrativo Tributário Contencioso Federal é regido pelo 
Decreto 70.235/72, com a redação conferida pelas Leis 8.748/93, 9532/97 e MP 1973-
57/2000, que dispõem sobre o processo administrativo de determinação e exigência 
de créditos da União. 
A partir do momento, porém, em que o Contribuinte apresenta a impugnação 
(ato formal), instaura-se de fato o processo. 
 
 
20 
 
As impugnações e recursos têm a força de sustar a exigibilidade do crédito, 
deixando o Poder Público inibido de inscrever a dívida e procurar o Poder Judiciário 
para requerer seus direitos. 
Na ausência de impugnação, ou de recurso próprio, como a exigibilidade não 
está suspensa, nada obsta que a Fazenda, utilizando-se do instrumento adequado, 
formule a referida dívida. Ressalta-se que a reclamação suspende apenas a 
exigibilidade do crédito tributário, isto é, suspende sua eficácia, não sua validade. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Processo Administrativo Fiscal 
O questionamento feito pelo contribuinte acerca da exigência de determinado 
tributo na justiça passará por um processo administrativo ou processo judicial 
tributário. 
Sempre que houver uma obrigação tributária, seja ela principal ou acessória, 
que espontaneamente não tenha sido satisfeita pelo contribuinte, ou por aquelas 
pessoas a quem a lei transfere ou incumbe essas obrigações, pode ser exigido pelo 
Fisco o pagamento do tributo ou a penalidade pecuniária decorrente, mediante o seu 
lançamento, o que poderá dar ensejo a um conflito e nascimento do processo 
administrativo. 
De acordo com o Código Tributário Nacional, artigo 113, a "obrigação 
principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela 
decorrente" (§ 1º). 
O lançamento, segundo definição do próprio Código Tributário Nacional, 
artigo 142, é procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor, a 
aplicação da penalidade cabível. 
 
 
21 
 
O processo administrativo, regra geral, diz respeito a uma controvérsia entre 
contribuinte e a Fazenda Pública, relativamente à matéria tributária. 
Sem dúvida, o mais importante processo administrativo é o de determinação e 
exigência do crédito tributário, no qual se discute a legalidade do crédito constituído 
através do lançamento. 
Existem, entretanto, outros que não se referem a litígio entre as partes: 
consulta sobre a interpretação e aplicação da legislação tributária, o pedido de 
restituição do que foi pago indevidamente e o pedido de reconhecimento de isenção 
de imunidade. 
Na aplicação do direito material pela autoridade administrativa tributária, 
alguns atos devem ser praticados de forma ordenada e com observância dos direitos 
do contribuinte, por isso deve existir um processo administrativo tributário. 
Este pode ter dois significados, um amplo e outro estrito. No sentido amplo, 
significa o conjunto de atos administrativos tendentes ao reconhecimento pela 
autoridade competente, de uma situação jurídica pertinente à relação Fisco 
Contribuinte. 
Já no sentido estrito, é a espécie do processo administrativo destinada à 
determinação e exigência do crédito tributário. 
O processo administrativo tributário é de natureza administrativa, não 
obstante o seu conteúdo seja em alguns casos de natureza jurisdicional. 
O processo administrativo fiscal tem seu início na notificação de lançamento, 
pelo auto de infração ou pela apreensão de livros e mercadorias. 
São características do processo administrativo fiscal: inexistência de uma 
relação triangular (no processo administrativo, a administração é parte e julgador ao 
mesmo tempo); limitação da eficácia das decisões (no Brasil, as decisões 
administrativas, mesmo que proferidas em última instância são anuláveis via Poder 
Judiciário, em virtude do princípio da inafastabilidade da apreciação pelo Judiciário”, 
art.5º, inciso XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
 
 
22 
 
ameaça a direito.); não possui caráter expropriatório (decidida em caráter definitivo 
no âmbito administrativo a procedência do crédito tributário – tributo e ou/ multa 
devidos -, a administração só pode executar o patrimônio do sujeito passivo pela via 
judicial, através de uma ação de execução fiscal); composição (a administração 
julgadora ou judicante é o termo que designa a estrutura montada dentro do Poder 
Executivo para o julgamento dos processos administrativos) e lei de regência (cada 
pessoa política estabelece as normas sobre o processo administrativo dos tributos de 
que tem), competência para instituir, tendo a União, os Estados-membros e os 
Municípios capacidade para estabelecer suas normas acerca de seus respectivos 
processos administrativos fiscais. 
Destaca-se aqui a importância da produção de provas fortes e irrefutáveis, 
especialmente no que tange ao Contribuinte, uma vez que este foi quem instaurou a 
lide. 
No julgamento, são três as verdades: a verdade descrita no lançamento pelo 
auditor, com provas; a verdade descrita na defesa, com provas e a verdade do 
julgador. 
Prevalecendo a verdade do julgador, as provas terão papel fundamental para a 
formação da convicção do julgador. 
Observamos que o referido processo ocorre nas três esferas: Federal, Estadual 
e Municipal. 
O processo administrativo fiscal possui vários princípios que norteiam os 
procedimentos realizados durante o seu transcurso. Abaixo estão relacionados os 
princípios que valoram o entendimento majoritário dos doutrinadores desta matéria 
específica; 
Principio da Legalidade; 
Principio da Oficialidade; 
Principio da Informalidade, 
Principio da Verdade Material ouLiberdade de Prova. 
 
 
23 
 
UNIDADE 4 - PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL EM ÂMBITO 
FEDERAL. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: apresentar o processo administrativo Fiscal em âmbito Federal. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Em âmbito federal, o processo fiscal é regido pelo decreto nº 70.235, de 
06/03/1972. Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no 
local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: 
[...] 
V - a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no 
prazo de trinta dias; 
Nesta esfera, como destacado, o contribuinte tem o prazo de 30 dias, do 
recebimento do auto de infração, para fazer a impugnação encaminhá-la às 
Delegacias da Receita Federal, em que se fará o julgamento de primeira instância. 
Esta decisão pode extinguir totalmente ou manter parcialmente ou totalmente os 
tributos reclamados no auto de infração. 
Caso a decisão seja desfavorável ao sujeito passivo, este possui 30 dias da 
ciência da decisão para recorrer à segunda instância para pleitear a modificação da 
decisão. 
Existe ainda o recurso especial SEÇÃO VIII - Do Julgamento em Instância Especial, a 
disposição do Contribuinte quando a decisão não unânime do Conselho de 
Contribuintes for contrária à lei ou à evidência da prova dos autos ou sobre a decisão 
que der à lei tributária interpretação diferente da que lhe tenha dado outro Conselho 
de Contribuintes ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. 
Art. 39. Não cabe pedido de reconsideração de ato do Ministro da Fazenda que julgar 
ou decidir as matérias de sua competência. 
 
 
24 
 
Art. 40. As propostas de aplicação de equidade apresentadas pelos Conselhos de 
Contribuintes atenderão às características pessoais ou materiais da espécie julgada e 
serão restritas à dispensa total ou parcial de penalidade pecuniária, nos casos em que 
não houver reincidência nem sonegação, fraude ou conluio. 
Art. 41. O órgão preparador dará ciência ao sujeito passivo da decisão do Ministro da 
Fazenda, intimando-o, quando for o caso, a cumpri-la, no prazo de trinta dias. 
Se ainda assim, a decisão for desfavorável ao Contribuinte, este pode recorrer 
à “justiça comum”, onde se iniciará todo o processo novamente. 
Processo Judicial Tributário 
Mesmo vencido na fase administrativa, o sujeito passivo da obrigação 
tributária (contribuinte ou responsável) pode impetrar judicialmente ações para 
garantia de seus direitos. 
Já o sujeito ativo dessa mesma obrigação, tendo sido vencido na fase 
administrativa, não pode mais pleitear o crédito fruto da contenda. 
Se vencedor, vai utilizar-se do judiciário para recebê-lo. 
São características do processo judicial tributário: 
I-Controle externo da legalidade: o processo corre no Poder judiciário, que controlará 
a legalidade dos atos praticados pela Administração. 
II- Formalismo: todo processo judicial é revestido de formalismos determinados por 
dispositivos legais. 
III- Definitividade dos Julgados: chegando à última instância, as decisões judiciais 
tornam-se definitivas, não havendo como modificá-las. 
IV- Poder expropriatório: a ação de execução fiscal pode resultar na perda por parte 
do sujeito passivo, de parte de seu patrimônio, com o objetivo de cumprir a decisão 
que lhe tenha sido desfavorável. 
V- Relação triangular: na ação judicial, estão presentes os três elementos subjetivos 
que lhe são típicos: o autor, o réu e o julgador. 
 
 
25 
 
VI- Lei de Regência: é competência privativa da União, legislar sobre direito 
processual, conforme o art.22, da Constituição Federal. 
Incluam-se também os privilégios processuais da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios como: prazo em quádruplo para constatar a ação que contra 
eles é proposta; prazo em dobro para recorrer das decisões que venham a ser 
proferidas no processo que sofrer execução por precatórios e duplo grau obrigatório 
em caso de decisões a eles contrárias. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Espécies de Processo 
1-Processo de Conhecimento: tem por fim a composição de um litígio, sendo 
instaurado diante de uma controvérsia sobre o direito material. O processo de 
conhecimento é a principal sede em que se desenvolve a atividade jurisdicional. 
2-Processo de Execução: aqui não ocorre a composição do litígio ou porque este não 
existiu ou porque já foi composto em precedente processo de conhecimento. Logo, 
sua propositura só é possível quando se dispõe de um título, cuja formação pode ser 
judicial, como é o caso da sentença proferida no processo de conhecimento ou 
extrajudicial a exemplo da certidão de inscrição em dívida ativa. 
3-Processo Cautelar: neste caso, pede-se uma providência para a preservação de um 
direito que está sendo ou vai ser questionado, mas poderá perecer se aquela 
providência não for adotada. O processo cautelar é acessório de outro, que pode ser 
um processo de conhecimento ou um processo de execução. 
Princípios Norteadores do Processo Judicial Tributário 
Em verdade, os princípios a serem dispostos são princípios processuais civis 
que serão apresentados para nortear como se desenvolverá o processo judicial 
tributário: 
 
 
26 
 
I. Princípio dispositivo: é aquele pelo qual as partes assumem a obrigação processual 
de iniciar, impulsionar, manter ou finalizar o processo. Na esfera tributária é pouco 
aplicado. 
II. Princípio da bilateralidade: refere-se à necessidade de citação do réu como 
requisito de validade do processo. 
III. Princípio da oralidade: por este princípio, o Código processual preceitua que se 
utilize o mais possível da palavra falada; no entanto, é evidente que na se pode evitar 
a necessidade da documentação. Daí a utilidade da colheita e avaliação das provas 
por aquele que for julgar. 
IV. Princípio da publicidade das provas dos atos processuais: por ele, os atos 
processuais podem ser conhecidos por todos, mesmo por quem não seja parte do 
processo. O livre acesso deve incluir a liberdade de manuseio de autos e o direito de 
assistir a audiências e sessões de julgamento. 
V. Princípio da economia processual: tem como base postular a abreviação do 
processo, eliminando todos os atos que sejam meramente ditatórios, mas 
respeitando sempre o limite do direito de defesa e evitando as possibilidades de 
erros. 
VI. Princípio da eventualidade ou da preclusão: por este princípio, o processo se 
divide em várias etapas, em cada uma das quais devem ser realizados certos atos 
processuais que carecerão de eficácia, caso sejam executados em etapas que não as 
devidas. 
VII. Princípio da verdade material: o magistrado deve descobrir a verdade objetiva 
dos fatos, independente do alegado e provado pelas partes. 
VIII. Princípio da verdade formal: o juiz deve dar por autênticos ou certos todos os 
fatos que não forem controvertidos. Por outro lado, no que concerne a estes fatos, 
por esta regra, ele acatará as provas levantadas por cada uma das partes. 
 
 
27 
 
IX. Princípio da lealdade: as partes e seus procuradores têm obrigação de expor os 
fatos em juízo conforme a verdade de proceder com lealdade e boa-fé, não 
formulando pretensões que sabem destituídas de fundamento. 
X. Princípio do duplo grau de jurisdição: o vencido geralmente não se conforma com 
a decisão e deseja sua revisão, por isto é regra que a decisão de primeiro grau possa 
ser revista pelo segundo grau de Jurisdição, por meio de recurso competente, em 
tempo hábil. Observa-se este princípio também no processo administrativo, quando 
é colocada à disposição do sujeito passivo a possibilidade de recorrer ao judiciário. 
Ações de Iniciativa do Fisco 
I- Execução fiscal: É a ação de que dispõe a fazenda pública para a cobrança de seus 
créditos, sejam tributários ou não, desde que inscritos em dívida ativa. 
II- Cautelar fiscal: tem por fim tornar disponíveis os bens do contribuinte. Só pode ser 
intentada contra sujeito passivo de crédito tributário ounão tributário, regularmente 
constituído em procedimento administrativo. 
III- Ação rescisória: com o trânsito em julgado de sentença favorável ao contribuinte 
proferida em ação anulatória de lançamento tributário ou em ação declaratória, pode 
a Fazenda Pública promover ação rescisória se ocorrer uma das hipóteses de 
cabimento desta, segundo o CPC art.485: A sentença de mérito, transitada em 
julgado, pode ser rescindida quando: (para saber mais pesquise o CPC art. 485). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
UNIDADE 5 - AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE E CREDITO 
TRIBUTÁRIO. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Apresentar os conceitos sobre o crédito tributário. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
I- Ação anulatória de lançamento tributário: consiste em propor uma ação de rito 
ordinário, visando anular o lançamento ou a decisão administrativa, por entender que 
o ato é ilegal. 
II- Ação declaratória: distingue-se da ação anulatória em razão do pedido, uma vez 
que na ação declaratória pede-se apenas a declaração de existência, da inexistência 
ou do modo de ser de uma relação jurídica. 
III- Ação de consignação em pagamento: nos termos do art.164 do CTN, a 
importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente nos casos de 
recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou 
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; subordinação do 
recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; 
exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico 
sobre mesmo fato gerador. 
IV- Ação de repetição de indébito: ação de procedimento ordinário, a ação de 
repetição do indébito caracteriza-se por seu objeto específico, na qual o autor pede 
que a Fazenda seja condenada a restituir tributo pago indevidamente. Nos termos do 
art.165 do CTN, é possível esta ação nos casos: de cobrança ou pagamento 
espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido, erro na identificação do 
sujeito passivo e, ainda, reforma ou anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória. 
V- Ação rescisória: com o trânsito em julgado de sentença favorável à Fazenda 
Pública em qualquer ação na qual tenha sido discutida questão tributária, pode o 
 
 
29 
 
contribuinte promover ação rescisória do julgado se ocorrer uma das hipóteses de 
cabimento desta prevista no art.485, do CPC. 
VI- Mandado se segurança: pode ser utilizada em matéria de cobrança de tributos, 
toda vez que do ato ilegal da autoridade pública, que fira direito líquido e certo, não 
caiba recurso administrativo suspensivo, ou, quando caiba, seja com exigência de 
garantia de primeira instância. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Crédito Tributário 
Designa-se "Crédito Tributário" a prestação em moeda ou outro valor que nela 
se possa exprimir, em que o sujeito ativo da obrigação tributária (União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios) tem o direito de exigir do sujeito passivo direto ou 
indireto (contribuinte, responsável ou terceiro). 
Sendo a obrigação tributaria ex lege, isto é, decorrente de lei, esta é a causa da 
existência do tributo. 
Dispõe o artigo 139 do Código Tributário Nacional que o crédito tributário 
decorre da obrigação principal (pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária) e 
tem a mesma natureza desta. 
Assim, a lei cria o tributo; com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação 
tributária e por meio do lançamento declara-se o crédito tributário. 
É a formalização da obrigação tributária, através de um procedimento 
denominado lançamento, para que possa ser exigido. 
Conceito 
É o Direito que o Poder Público tem de perceber valores dos particulares, ou 
seja, “o direito subjetivo de que é portador o sujeito ativo de uma obrigação 
tributária e que lhe permite exigir o objeto prestacional, representado por uma 
importância em dinheiro”. 
 
 
30 
 
Portanto, crédito tributário é a denominação dada pelo Código Tributário 
Nacional à obrigação tributária, vista sob o ângulo do sujeito ativo, ou seja, ao direito 
de crédito da Fazenda Pública, já apurado pelo lançamento e dotado de certeza, 
liquidez e exigibilidade. 
Constituição do Crédito Tributário 
Inicialmente há que se traçar o conceito de lançamento, pois o crédito 
tributário constitui-se com o lançamento, podendo ser por declaração, de ofício ou 
direto, por homologação ou autolançamento. 
O lançamento tributário deve ocorrer para a constituição do crédito tributário, 
seja de forma administrativa ou por via judicial para depois ser exigido do sujeito 
passivo. 
Fato este, a constituição ou nascimento do crédito tributário dá-se no 
momento do LANÇAMENTO, assim considerado pelo Código Tributário Nacional, em 
seu art. 142: 
Observa-se como procedimento administrativo, tendente a verificar a 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, identificar seu sujeito passivo, 
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, propondo se 
for o caso de infração, a penalidade pecuniária fiscal aplicável e cabível à espécie. 
Lançamento 
Lançamento é o procedimento administrativo, com ou sem a participação do 
sujeito passivo, de natureza jurídica fiscal, tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador, a permitir a identificação do sujeito passivo, a determinação da matéria 
tributável, de forma ainda a propiciar o cálculo do tributo devido, ou por outra forma 
de identificar o montante do crédito tributário devido e aplicar se for o caso a 
penalidade cabível. 
O artigo 142 do CTN define o lançamento como sendo o procedimento 
administrativo tendente a: 
a) verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; 
 
 
31 
 
b) determinar a matéria tributável; 
c) calcular o montante do tributo devido, ou seja, o débito a pagar; 
d) identificar o sujeito passivo; e 
e) propor a aplicação da penalidade cabível, quando for o caso. 
Os efeitos do lançamento recuam até a data do fato gerador por ele declarado 
e a constituição do crédito rege-se pelas leis vigentes ao tempo do fato gerador, que 
nortearão a base de cálculo e alíquotas aplicáveis “In specie”, para calcular-se o valor 
líquido tributável objeto do recolhimento, casuisticamente. 
Das Espécies de Lançamento 
Três são classicamente as espécies de lançamento: 
a) De ofício: é feito por iniciativa da autoridade administrativa, independentemente 
de qualquer colaboração do sujeito passivo. São exemplos IPTU, IPVA entre outros; 
b) Por declaração: é feito em face de declaração prestada pelo contribuinte ou por 
terceiro, quanto à matéria de fato indispensável à sua efetivação (art. 147 CTN). Ex: 
declaração que as PFs e as PJs apresentam quanto ao IR. 
c) Por homologação: é aquele feito quanto aos tributos, cuja legislação atribua ao 
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem o prévio exame da autoridade 
administrativa. (art. 150 CTN). Ex: IPI, ICMS, ISS. 
Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário 
O crédito tributário, uma vez constituído, é exigível, pois o sujeito ativo pode 
compelir o sujeito passivo a satisfazê-lo, através dos meios legais. 
Todavia, existem determinadas circunstâncias legais que suspendem esta 
exigibilidade. (art. 151 CTN), isto é, enquanto se verificar que o sujeito ativo está 
impedido de exigir o crédito tributário. 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
 
 
32 
 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies 
de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001). 
VI - o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001). 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das 
obrigações assessóriasdependentes da obrigação principal cujo crédito seja 
suspenso, ou dela consequentes. 
Sendo certo que embora suspensos os créditos relativamente às obrigações 
principais, em nada afetam as respectivas obrigações acessórias, como também em 
nada afetam o fato gerador da obrigação tributária, pois é a exigência do crédito e 
não a formação jurídica da obrigação tributária cuja suspensão, vê-se manifestada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
UNIDADE 6 - AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE E CREDITO 
TRIBUTÁRIO - PARTE II. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Discorrer sobre crédito tributário. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Moratória 
Considera-se Moratória a dilação ou a prorrogação, do prazo para 
cumprimento de uma obrigação tributária ainda não vencida, pois se vencida fosse, 
estaria diante do parcelamento, instituto diverso da moratória. 
Moratória é então a suspensão unilateral do crédito constituído e não vencido, 
nos termos de lei específica; enquanto parcelamento é o fracionamento da dívida 
definitivamente constituída e prestes a ser executada, ou já em fase de plena 
execução. 
Depósito 
O sujeito passivo pode depositar o valor do crédito tributário, quando 
entender o mesmo indevido, optando por discutir sua exigibilidade administrativa ou 
judicialmente. 
Não é necessária autorização judicial para tanto. 
Findado o processo (administrativo ou judicial), se a decisão for favorável ao 
contribuinte, o montante depositado será levantado pelo mesmo, ao contrário, o 
montante depositado será convertido em renda do sujeito passivo. 
Reclamações e Recursos 
As impugnações e os recursos administrativos enquanto não julgados 
impedem o sujeito passivo de exigir o crédito contestado. 
Medida Liminar em Mandado de Segurança 
 
 
34 
 
O mandado de segurança é um processo através do qual os cidadãos buscam 
proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado por ato de autoridade 
administrativa. 
Tal ação é muito utilizada no direito tributário, sempre que uma lei 
inconstitucional determinar a exigência de um tributo e sempre que a autoridade 
fiscal comete uma ilegalidade. 
Neste processo é possível requerer a concessão de uma liminar (antecipação 
da decisão final) se os argumentos forem plausíveis e se existir risco de prejuízos em 
vista da demora natural para julgamento do processo. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Extinção do Crédito Tributário 
A extinção do crédito tributário corresponde ao término do direito da Fazenda 
Pública de cobrar a obrigação tributária, ou, ainda, com o cumprimento da obrigação 
tributária pelo sujeito passivo (devedor). Em outras palavras: é o desaparecimento 
deste. Sua forma mais comum de extinção é o pagamento, que significa a satisfação 
do direito creditório. 
Hipóteses de Extinção do Crédito Tributário 
a) pagamento – principal meio de extinção do crédito tributário. Para que o 
pagamento venha a extinguir o crédito tributário, ele deve atender aos requisitos 
estabelecidos pelos artigos 157 a 163 do CTN. Estes requisitos referem-se aos 
elementos essenciais do pagamento válido: lugar, tempo e forma. Na hipótese de 
pagamento indevido, resta ao contribuinte a possibilidade de buscar a restituição 
através da ação de repetição de indébito (art. 165 e 166). 
b) compensação - A compensação pode extinguir total ou parcialmente o crédito 
tributário da Fazenda Pública em relação ao sujeito passivo, dependendo dos valores 
a serem compensados. A compensação dos tributos e contribuições federais é regida 
pelo artigo nº 66 da Lei nº 8.838/91 e art. 170 do CTN. Se o direito à compensação 
 
 
35 
 
for decorrente de decisão judicial, o mesmo não poderá ser usufruído antes do 
trânsito em julgado (LC 104/2001, art. 170-A). 
c) transação – Negociação visando à extinção do C.T. Art. 171. A lei pode facultar, nas 
condições que estabeleça aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária, 
celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de 
litígio e consequente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação 
em cada caso. 
d) remissão – (art. 172) – A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, 
por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário. Perdão 
do crédito tributário. 
e) decadência– (art.173) – é a extinção do direito de constituir o crédito tributário em 
vista do transcurso do tempo (cinco anos). É a perda de um direito em consequência 
de seu titular não tê-lo exercido durante determinado período. O prazo corre sem 
solução de continuidade: inexiste interrupção ou suspensão. 
f) prescrição – (art. 174) – é a perda do direito de ação em relação à cobrança do 
crédito tributário (cinco anos). É a perda da ação atribuída a um direito e de toda a 
sua capacidade defensiva, em consequência do não uso dela, durante determinado 
espaço de tempo. Diz respeito ao exercício do direito subjetivo de que uma pessoa é 
detentora. A prescrição admite a interrupção de seu prazo e a suspensão. 
g) Conversão do depósito em renda – o valor depositado para suspender a 
exigibilidade (art. 151, III), quando o contribuinte perde o processo é convertido em 
renda, extinguindo o crédito tributário. 
h) Pagamento antecipado e homologação – nos tributos submetidos ao lançamento 
por homologação (ICMS, IPI, COFINS) o contribuinte apura o montante devido e faz o 
recolhimento. Art. 150 § 4o: “Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco 
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda 
Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e 
 
 
36 
 
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude 
ou simulação.” A homologação ocorre quando a autoridade administrativa ratifica o 
agir do contribuinte (expressa) ou em vista do transcurso do tempo sem que a 
autoridade tenha ratificado (tácita). 
i) consignação em pagamento – quando existe discussão em relação ao montante 
devido. O sujeito passivo consigna o valor judicialmente (art. 164 CTN) e se vencer o 
processo o valor consignado considera-se como pagamento, extinguindo o crédito 
tributário. 
j) decisão administrativa – a decisão administrativa definitiva e favorável ao 
contribuinte extingue o crédito tributário, não podendo mais ser discutido na justiça. 
Discussão acerca do Recurso Hierárquico. 
l) decisão judicial - a decisão judicial definitiva e favorável ao contribuinte extingue o 
crédito tributário. 
m) dação em pagamento de bens imóveis. 
Da Exclusão do Crédito Tributário 
A exclusão do crédito tributário, através do seu art. 175, aponta duas hipóteses 
de exclusão do crédito tributário: isenção e anistia. Consiste na inviabilidade de sua 
constituição, ou seja, são situações em que, mesmo ocorrido o fato gerador e a 
obrigação tributária, não haverá lançamento e, consequentemente, não haverá o 
crédito tributário. 
Ressalte-se desde já que, nem a isenção fiscal e nem a anistia, tem a qualidade 
de dispensar o cumprimento das obrigações tributárias acessórias. 
Também se enfatize que os fatos geradores das respectivas obrigações 
tributárias, quer principais, quer acessórias, permanecem intocáveis, diante dos 
institutos supra, que excluem o crédito tributário. 
Isenção 
Trata-se de um elemento que impede a efetivação do lançamento. Neste caso, 
o lançamento não se concretiza, o que afasta o surgimento do crédito tributário. 
 
 
37 
 
Logicamente, para que seja concedida a isenção, deve-se respeitar os 
requisitos ditados por lei estritamente, como a finalidade do tributo, o prazo de 
duração e semelhantes. 
Vale ressaltar que os tributos “taxa” e “contribuição de melhoria” não são 
alcançados pela isenção; ou seja, a isenção não lhes é extensiva e nem própria, por se 
tratar de tributos vinculados (retributivosà atuação estatal). 
Da mesma forma, os tributos instituídos após a concessão da isenção para 
certa situação tributária, mesmo que em idênticas condições, não obterão seu 
benefício. A isenção instituída poderá ser modificada por outra lei, a qualquer tempo, 
com isenção das isenções estabelecidas para um determinado período ou sob certas 
condições específicas. 
Na Isenção Fiscal, seja geral ou restrita, total ou parcial, em caráter genérico ou 
individual, dá-se a exclusão do crédito fiscal que ainda não fora lançado e, por isso 
mesmo, o fato gerador permanece intocável, nos termos de norma que programa a 
isenção, conforme os art. 176 a 179 do Código Tributário Nacional. 
A isenção pode ser concedida em caráter geral, isto é, independente de 
expedientes da Administração, ou sob condição de controle administrativo, em que o 
agente público competente apreciará o preenchimento dos requisitos básicos que a 
lei ou o contrato (nos termos da lei) estipular. 
Neste caso, de caráter condicional, o interessado deve requerê-la, fazendo 
prova do seu enquadramento nos pressupostos legais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
UNIDADE 7 - AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE E CREDITO 
TRIBUTÁRIO- P. III. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo Discorrer sobre os tributos no Brasil. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Anistia 
Já a Anistia Fiscal abrange exclusivamente as infrações fiscais cometidas 
anteriormente à vigência de lei específica que a concede, não se estendendo à 
correção monetária, apenas abrangendo o pagamento de penalidades e abonando 
os juros de mora. 
Tal qual à isenção observada, a lei que traça as normas de sua concessão 
poderá ser em caráter geral ou limitado e, neste último caso, é efetivada por 
despacho de autoridade administrativa, em análise de requerimento individual do 
interessado, sendo certo o despacho que a defere, não gera direito adquirido, tudo 
nos termos dos art. 181 e 182 do Código Tributário Nacional que regulam o assunto. 
O CTN estabelece que a anistia não se aplica aos atos qualificados em lei 
como (a)crimes ou contravenções; (b)praticados com dolo, fraude ou simulação pelo 
contribuinte ou por terceiros em benefício daquele; (c)infrações resultantes de 
conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. 
Imunidade Tributária 
Imunidade é uma proteção que a Constituição Federal confere aos 
contribuintes. É uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente 
qualificada. As imunidades previstas no artigo 150 da Constituição Federal só existem 
para impostos, mas não esquecer que existem imunidades espalhadas na 
Constituição em relação às taxas e contribuições especiais. 
A imunidade só atinge a obrigação principal, permanecendo assim as 
obrigações acessórias. 
 
 
39 
 
Assim, a Constituição Federal em seu art. 150 diz que, sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
Os Tributos no Brasil 
Por tributo, entende-se toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – art.3º do 
Código Tributário Nacional. 
Lista de tributos (impostos, contribuições, taxas, contribuições de melhoria) 
existentes no Brasil (ilustrativa, pois as alterações podem ocorrer a qualquer 
momento): 
1. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM – Lei 
10.893/2004. 
2. Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968. 
3. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - 
FNDCT - Lei 10.168/2000. 
4. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), 
também chamado "Salário Educação" - Decreto 6.003/2006. 
5. Contribuição ao Funrural. 
6. Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei 
2.613/1955. 
7. Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT). 
 
 
40 
 
8. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) – Lei 
8.029/1990. 
9. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Decreto-Lei 
8.621/1946. 
10. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei 
8.706/1993. 
11. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) – Lei 
4.048/1942. 
12. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) – Lei 8.315/1991. 
13. Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946. 
14. Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946. 
15. Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP 
1.715-2/1998. 
16. Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993. 
17. Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados). 
18. Contribuição Confederativa Patronal (das empresas). 
19. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis - Lei 
10.336/2001. 
20. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas Exterior - 
Lei 10.168/2000. 
21. Contribuição para a Assistência Social e Educacional aos Atletas Profissionais - 
FAAP - Decreto 6.297/2007. 
22. Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – Emenda 
Constitucional 39/2002. 
23. Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – 
CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002. 
24. Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública - art. 32 da Lei 
11.652/2008. 
 
 
41 
 
25. Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa 
Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal). 
26. Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição 
Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo 
artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8, inciso IV, da 
Constituição Federal e é obrigatória em função da assembleia do Sindicato que a 
instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT). 
27. Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - 
Lei Complementar 110/2001. 
28. Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). 
29. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). 
30. Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, 
CORE...). 
31. Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de 
esgoto. 
32. Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974. 
33. Fundo de Combate à Pobreza - art. 82 da EC 31/2000. 
34. Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - Lei 5.070/1966 com novas 
disposições da Lei 9.472/1997. 
35. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 
36. Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 
9.998/2000. 
37. Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de 
Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-Lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002. 
38. Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) - Lei 
10.052/2000. 
39. Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 
40. Imposto sobre a Exportação (IE). 
 
 
42 
 
41. Imposto sobre a Importação (II). 
42. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). 
43. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). 
44. Impostosobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). 
45. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR – pessoa física e 
jurídica). 
46. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF). 
47. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 
48. Imposto sobre Transmissão Bens Inter-Vivos (ITBI). 
49. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). 
50. INSS Autônomos e Empresários. 
51. INSS Empregados. 
52. INSS Patronal. 
53. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). 
54. Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público (PASEP). 
55. Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro. 
56. Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - 
Lei 10.870/2004. 
57. Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou 
de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto-Lei 1.899/1981. 
58. Taxa de Coleta de Lixo. 
59. Taxa de Combate a Incêndios. 
60. Taxa de Conservação e Limpeza Pública. 
61. Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA - Lei 10.165/2000. 
62. Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - Lei 10.357/2001, art. 16. 
63. Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais). 
64. Taxa de Fiscalização da Aviação Civil - TFAC - Lei 11.292/2006. 
 
 
43 
 
65. Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de Águas – ANA - art. 13 e 14 da MP 
437/2008. 
66. Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989. 
67. Taxa de Fiscalização de Sorteios, Brindes ou Concursos - art. 50 da MP 2.158-
35/2001. 
68. Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23. 
69. Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro – TFPC - 
Lei 10.834/2003. 
70. Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da 
MP 233/2004. 
71. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo. 
72. Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e 
Radioativos e suas instalações - Lei 9.765/1998. 
73. Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal. 
74. Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999. 
75. Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus – Lei 
9.960/2000. 
76. Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9.933/1999. 
77. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP). 
78. Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e 
13, da Lei 9.427/1996. 
79. Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art. 24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e 
42 do Decreto 2.615/1998. 
80. Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviários - art. 77, 
incisos II e III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001. 
81. Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei 9.961/2000, art. 18. 
82. Taxa de Utilização do SISCOMEX - art. 13 da IN 680/2006. 
83. Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004. 
 
 
44 
 
84. Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais). 
85. Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE – Lei 
9.718/1998. 
Fonte: Portal Tributário –(http://www.portaltributario.com.br) – acesso em 22 de abril de 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
UNIDADE 8 - TRIBUTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS. 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS E PARAFISCAIS - PARTE I. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: demonstrar as competências de tributação dos Municípios. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
O bom empreendedor deve ficar atento aos impostos que incidem sobre seu 
negócio. Os tributos e contribuições que o empresário precisa recolher para os 
governos federais, estaduais e municipais são variados, dependem do tipo de 
atividade explorada e são realizados em diferentes datas do mês. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Tributos Municipais 
A competência de legislar sobre a incidência de tributos de responsabilidade 
dos Municípios está contida na Constituição de 1988, a seguir transcrita: 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - dos Impostos dos 
Municípios 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
[...] 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei 
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 3º Em 
relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei 
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 37, de 2002) 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
 
 
46 
 
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002). 
Emenda Constitucional nº 37, de 12 de junho de 2002 
Altera os art. 100 e 156 da Constituição Federal e acrescenta os art. 84, 85, 86, 
87 e 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - art. 2º. 
O § 3º do art. 156 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte 
redação: 
Art. 156 [...] 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei 
complementar: 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados. 
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 
3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput 
do mesmo artigo: 
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem 
os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de 
dezembro de 1968; 
II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais que 
resultem, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no 
inciso I. 
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS 
Segundo o art. 156 III da Constituição Federal, compete aos Municípios 
instituir imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 
155, II, definidos em lei complementar. 
Assim, ressalvados os serviços constitucionalmente colocados sobre o campo 
de incidência do ICMS (comunicação e transporte interestadual e intermunicipal), 
 
 
47 
 
qualquer serviço pode ser tributado pelos Municípios, desde que definido em lei 
complementar. 
O tributo possui nítida finalidade fiscal, constituindo-se em importante fonte 
de recursos para o desempenho da atividade financeira dos Municípios. 
A prestação de serviços é disciplinada pelo Código Civil, de forma que a lei 
tributária não pode alterar sua definição, conteúdo e alcance, conforme dita o art. 
110 do Código Tributário Nacional. 
Segundo a concepção civilista, a prestação de serviços se afigura como 
obrigação de fazer, o que levou o Supremo Tribunal Federal a declarar a 
impossibilidade de se confundir a locação de serviços — cuja tributação é legítima, 
com a locação de bens móveis, de tributação impossível (RE 116.121). 
Com a edição da Lei Complementar 116/2003, o legislador tentou colocar a 
locação de bens móveis expressamente na lista dos serviços sujeitos ao ISS (item 
3.01), o que não chegou a prosperar por conta de veto do Presidente da República, 
que invocou a citada jurisprudência do STF para fundamentar a providência. 
Regime de Alíquotas e Concessão de Benefícios do ISS 
No que se refere ao ISS, a Constituição Federal estipulou, principalmente a 
partir da Emenda Constitucional 37/2002, regras que permitem ao Congresso 
Nacional restringir a autonomia municipal no exercício da competência relativa ao 
tributo, dificultando a deflagração de guerra fiscal. 
A maneira mais comum como se dava a guerra fiscal do ISS era os Municípios 
estipularemalíquotas irrisórias para o tributo, atraindo empresas para os respectivos 
territórios, uma vez que a competência para a cobrança era, em regra, do Município 
em que estava domiciliado o prestador de serviço. 
Noticiou-se, por exemplo, que Municípios da região metropolitana de São 
Paulo reduziram a alíquota do ISS para 0,5% (meio ponto percentual), o que equivalia 
a um décimo do que era cobrado na Capital. 
 
 
48 
 
Dessa forma, as empresas que mudassem formalmente suas sedes para tais 
Municípios gozariam de uma redução de 90% (noventa por cento) na carga relativa 
ao tributo. 
No final das contas, todos os Municípios acabavam perdendo, pois quem tem 
um aparente ganho, se sujeita a perdas futuras, uma vez que os demais Municípios 
entrarão na guerra. 
Há de se recordar, também, que a população dos Municípios menos 
estruturados utiliza os serviços dos Municípios maiores, de forma que a diminuição 
na qualidade de tais serviços também acaba por repercutir negativamente para a 
população daqueles entes que tiveram algum ganho momentâneo na batalha. 
Por tudo, visando a restringir a possibilidade da beligerância fiscal, o art. 156, § 
3°, I e III, da CF/1988 dispõe: 
§ 3° Em relação ao imposto previsto no inciso II do caput deste artigo, cabe à lei 
complementar: 
I— fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 
[....] 
III — “regular a forma e as condições, como isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados”. 
A rigor, a fixação de alíquota máxima não visa evitar guerra fiscal, mas tão 
somente a impor limites à sede arrecadatória, que poderia levar o Município a 
ultrapassar o razoável no exercício de sua competência. 
Respaldada na autorização constitucional, a Lei Complementar 116/2003 
estipulou, em seu art. 8°, II, a alíquota máxima de 5% (cinco pontos percentuais). 
Quanto à fixação das alíquotas mínimas, principal providência no sentido da 
pacificação fiscal, a Lei Complementar 116/2003 não trouxe qualquer regra, de forma 
que continua aplicável a previsão constante no art. 88 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias -ADCT- no sentido de que, enquanto não editada a lei 
complementa prevista, o ISS “terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os 
 
 
49 
 
serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-
lei 406, de 31 de dezembro de 1968”. 
Os serviços excetuados enquadram-se no “item 7” da atual Lista de Serviços, 
anexa à LC 116/2003 (serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, 
urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e 
congêneres). 
A previsão no sentido de que cabe à lei complementar regular a forma e as 
condições, como isenções, incentivos e benefícios fiscais do ISS serão concedidos e 
revogados (inciso III, acima transcrito) é bem semelhante à regra relativa ao ICMS (CF, 
art. 155, § 2°, XII, g). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
UNIDADE 9 - TRIBUTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS. 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS E PARAFISCAIS - PARTE II. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Demonstrar as competências de tributação dos Estados da Federação. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
A diferença marcante é que, no ICMS, a lei complementar deve 
necessariamente prever a deliberação dos Estados e do Distrito Federal como ato de 
condição para a concessão dos benefícios fiscais, o que não ocorre no ISS, caso em 
que a lei complementar nacional diretamente estipula a forma e condições 
necessárias à concessão e revogação dos benefícios. 
A diferenciação ocorre porque a deliberação conjunta de mais de cinco mil 
municípios é algo impraticável, ao contrário da corriqueira reunião dos vinte e seis 
estados e do Distrito Federal, no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária 
(CONFAZ). 
A Lei Complementar 116/2003 também silenciou sobre as condições e 
requisitos para concessão e revogação de benefícios fiscais de ISS. 
Foi novamente o art. 88 do ADCT que disciplinou, temporária e parcialmente, a 
matéria, impedindo, até o advento da lei complementar prevista no inciso III do 
dispositivo constitucional, a concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais que 
resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima de dois pontos 
percentuais estipulada no inciso I do mesmo dispositivo. 
A título de exemplo, não é possível ao município estabelecer que a alíquota do 
ISS, é de dois pontos percentuais (cumprindo formalmente o art. 88, 1, do ADCT) e 
conceder uma redução de base de cálculo de 50%, caso em que alíquota efetiva das 
operações seria de um ponto percentual, descumprindo o art. 88, II, do ADCT. 
Isenção Heterônoma nas Exportações 
 
 
51 
 
Segundo o art. 156, § 3°, II, da CF/1988, cabe à lei complementar excluir da 
incidência do ISS exportações de serviços para o exterior. 
A competência foi exercida pela União por meio da Lei Complementar 
116/2003, que, em seu art. 2°, I, afirma que o ISS não incide sobre as exportações de 
serviços para o exterior do país. 
Fato Gerador 
O principal objetivo da LC 116/03 é acabar com a chamada "guerra fiscal" que 
persiste entre os municípios do país, os quais, assim como vem ocorrendo com o 
ICMS nos estados, concederam inúmeros benefícios e incentivos fiscais. 
O fato gerador do ISS está definido no art. 1° da referida lei, nos seguintes 
termos: 
“Art. 1.º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos 
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços 
constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade 
preponderante do prestador. 
§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou 
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. 
§ 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados 
não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e 
de Comunicação — ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de 
mercadorias. 
§ 3° O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços 
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados 
economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento 
de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. 
§ 4° “A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço 
prestado”. 
 
 
52 
 
Base de Cálculo 
A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, conforme definido pelo art. 7° 
da LC 116/2003. Não poderia ser diferente, pois a base de cálculo deve ser sempre 
uma grandeza que quantifique a riqueza tributada pelo imposto. 
Em se tratando de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do 
próprio contribuinte, o imposto é fixo, podendo ser diverso em função da natureza 
do serviço ou de outros fatores pertinentes. 
Em se tratando de serviços prestados por empresas, o imposto, que neste caso 
é proporcional, tem como base de cálculo o preço do serviço. 
É a receita da empresa, relativa à atividade de prestação de serviços 
tributáveis. 
Contribuinte 
Nos termos do art. 5° da LC 116/2003, contribuinte do ISS é o prestador do 
serviço. 
Não se confunde autônomo com avulso. 
O trabalhador avulso está sujeito à tributação da renda auferida na prestação 
de suas atividades. Portanto, a Renda ou Receita Bruta proveniente de sua prestação 
de serviços é considerada a Base de Cálculo para a aplicação tributária. 
O avulso, apesar de não ser empregado pela eventualidade da prestação de 
serviços, presta serviços na dependência daquele para quem trabalha. 
É considerado trabalhador autônomo a Pessoa Física que exerce por conta 
própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não (Lei 
8212/91 art. 12, inciso V, alínea h). 
O prestador de serviços autônomos assume

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