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Estudo de Caso Osteossarcoma em Mandíbula Relato de caso Paciente TG, 33 anos, sexo masculino, comparece ao serviço de Estomatologia do Centro de Especialidades Odontológicas da sua cidade com queixa de aumento de volume e dor em região posterior de mandíbula do lado direito com perdas dentárias e parestesia. Os sintomas começaram há cerca de 8 meses e o tumor foi crescendo gradativamente. (Imagem 1) Relato de caso O paciente nega comorbidades e alergias. Ao exame clínico intraoral, é possível identificar aumento de volume tumoral e ausência dentária dos molares 46, 47 e 48 (Imagem 1). Na radiografia panorâmica pôde-se observar um padrão em “raios de sol” no trabeculado do tumor. (Radiografia Panorâmica) Hipótese diagnóstica Osteossarcoma O Osteossarcoma é uma neoplasia maligna agressiva, de origem mesenquimal, caracterizada por formação de osso irregular imaturo, produção de matriz osteóide e células fusiformes estromais (tecido conjuntivo) malignas, isto é, as células cancerosas produzem matriz óssea. É o tumor maligno primário mais comum do osso, responsável por aproximadamente 20% dos sarcomas, sendo que 5% destes ocorrem nos maxilares (VALENTE, ABREU e REAL, 2011; SOARES et al, 2005). Hipótese diagnóstica Osteossarcoma Sintomas: Aumento de volume local Dor intensa Limitação funcional. Fatores etiológicos: Idade, sexo, raça, etnia, peso, altura, fatores genéticos e anomalias ósseas pré-existentes (VALENTE, ABREU e REAL, 2011). (Fonte: acervo de imagens Google) Hipótese diagnóstica Obs.: O padrão de “raios de sol” é encontrado em 25% dos casos e por essa razão não é uma característica exclusiva deste tipo de tumor. O diagnóstico é obtido através de exames tomográficos e anatomopatológicos. VALENTE, ABREU e REAL, 2011 (Radiografia Panorâmica) Hipótese diagnóstica (A) Intensa deposição de tecido mineralizado trabecular de permeio a um tecido conjuntivo hipercelularizado. (B) Matriz osteóide e proliferação de células pleomórficas e hipercromáticas. (C) Matriz osteóide e presença de osteoblastos atípicos com morfologia variando de ovóide a fusiforme. (D) Deposição de material basofílico e eosinofílico compatíveis com matriz condroide e osteóide, respectivamente. (E) e (F) Lacunas irregulares dentro da matriz condroide (condroplastos) contendo células predominantemente compatíveis com condroblastos atípicos. OLIVEIRA et al, 2016. Modalidades de tratamento Conforme JESUS, 2020, o tratamento de escolha do osteossarcoma dos ossos gnáticos é a ressecção cirúrgica, de competência do Cirurgião de Cabeça e Pescoço. O uso exclusivo da quimioterapia e/ou radioterapia para essas lesões são discutíveis e geralmente são indicados como tratamento adjuvante e/ou neoadjuvante. Modalidades de tratamento De acordo com Lukschal et al 2013, alguns autores sugerem a utilização da quimioterapia pré-operatória, tendo como finalidade facilitar a ressecção cirúrgica, sendo que a ressecção cirúrgica associada à radioterapia e/ou quimioterapia é o tratamento de escolha, mas, em casos mais extensos, a opção pela quimioterapia prévia está mais indicada, tendo em vista a diminuição da neoplasia para posterior ressecção cirúrgica. Considerações finais O osteossarcoma é uma neoplasia óssea maligna rara, que afeta principalmente a região posterior da mandíbula, ocorrendo nesta casuística mais em pacientes do sexo masculino e leucodermas, com idade entre a terceira e quarta década de vida; É uma lesão agressiva, de evolução rápida, com tendência à metástase e recidiva, embora o tratamento cirúrgico precoce apresente prognóstico favorável; Dos pacientes observados em alguns dos artigos utilizados para este estudo de caso (Soares et al, 2005; Lukschal et al 2013; Oliveira et al, 2016), todos foram à óbito; Considerações finais A literatura não é unânime quanto a eficácia do uso da quimioterapia neoadjuvante e/ou adjuvante associada ao tratamento cirúrgico quanto ao prognóstico e sobrevida dos pacientes; É de extrema importância o diagnóstico precoce do osteossarcoma dos maxilares, visando uma melhor terapêutica e sobrevida do paciente.
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